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RESUMO
As bibliotecas têm grande relevância no processo educacional e cultural do cidadão. O
objetivo geral deste trabalho é a necessidade de preservação e conservação e restauração
das obras infantis, pois são de grande importância para a memória cultural e para as
futuras gerações. Como específicos, orientar crianças e usuários de que os livros são de
utilização de todos os frequentadores da Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de
Janeiro, necessitando de cuidados no manuseio, informar os procedimentos de
preservação, conservação e restauração necessários para que se prolongue a vida útil das
obras e estimular a importância da preservação e conscientização do leitor desde a tenra
idade.
Metodologicamente utiliza-se pesquisa bibliográfica, levantamento de literatura, sobre
Biblioteca Parque Estadual Infantil; preservação, conservação e restauro dos livros,
além do trabalho de campo exercido na Biblioteca Parque Estadual Infantil e Biblioteca
Parque Estadual do Rio de Janeiro e acompanhamento das atividades socioculturais.
1)INTRODUÇÃO
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objetos, as figuras e ideias eram transmitidas através de desenhos nas paredes e pedras.
A essas representações artísticas, onde os homens faziam desenhos na parede das
cavernas, como forma de comunicação, dá se o nome de pinturas rupestres utilizavam
argila e cunha (ferramenta de metal ou madeira dura, em forma de prisma).
Após a pictografia, por volta de 4.000 a.C. surgiu a escrita cuneiforme , onde os
desenhos eram feitos em placas de barro. Normalmente representavam os registros do
cotidiano do povo e cuja teoria diz que eram utilizadas em um sistema de contabilidade.
Uma curiosidade na escrita cuneiforme é que eram usados cerca de 2000 símbolos,
todos feitos da direita para a esquerda.
Com o desenvolvimento dos sons surge a Escrita Fonética, onde um desenho
torna-se correspondente a um som, surgindo assim os alfabetos (o primeiro alfabeto
conhecido foi o fenício e deu origem a quase todos os outros) e é neste momento que o
homem se torna capaz de escrever tudo o que ele quiser.
Os suportes mais conhecidos eram: o papiro, o pergaminho e finalmente o papel.
Por volta de 3.000 a.C,. os egípcios inventaram, o papiro, que por sua vez era uma
planta aquática (Cyperus papyrus), existente no delta, no rio Nilo (VIEIRA, 2010). Seu
talo em forma de triângulo chegava a ter entre cinco e seis metros de comprimento. Ele
permaneceu como suporte essencial para o livro e propagou-se para o mundo grego e
império romano. Era apresentado sobre a forma de rolo, com o comprimento médio de
quinze a dezoito metros (BALMAS, 2006).
No século XI o papiro foi substituído pelo pergaminho e pelo papel. Atualmente
na Etiópia, há barcos feitos de papiro, e no Egito sua produção foi reativada, usada
como atração turística.
Durante o século I a.C. desenvolveu-se uma técnica para a obtenção de um
material de escrita melhor, obtido através da pele de um animal, principalmente
cordeiros e bezerros recém-nascidos. Esse novo material era mais sólido e flexível,
entretanto era mais caro. Além disso, era possível reaproveita-lo quando achavam que a
informação ali contida não era mais necessária e devido a sua qualidade, o pergaminho
é utilizado ainda na atualidade (BALMAS, 2006).
Em 105 d.C., o papel foi desenvolvido por um jovem chinês, chamado T’sai
Lun. Costumava-se usar um material proveniente da seda e por isso o nome “papel de
seda”, além do custo de produção ser menor que o do papiro e pergaminho
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(FERREIRA, 2010). Após algum tempo, o processo básico para a fabricação do papel
consistia em peneirar as fibras da casca de amoreira, cânhamo, restos de roupas, e
outros produtos que tivesse fonte de fibras vegetais. Bater a massa até formar uma pasta,
peneira-a e obter uma fina camada deixada para secar ao sol. Depois de seca, a folha de
papel estava pronta!
A maior vantagem do papel sobre o pergaminho era o preço inferior e maiores
possibilidades de fabricação. O pergaminho se destinava aos manuscritos de luxo e o
papel servia aos manuscritos mais ordinários e de uso corrente, como os destinados aos
estudantes da época. O papel começou a ganhar fama e tornar-se popular. Febvre e
Martin (1992, p. 48 apud FERREIRA, 2010, p. 14): “O papel ganhará a partida. Seu uso
começava a generalizar-se para cópia dos manuscritos. Uma das condições
indispensáveis para a difusão do livro impresso estava realizada”. E ao mesmo tempo
segundo Martins (2002) a vulgarização do papel foi o que decidiu o destino da
civilização, pois atendia a demanda por um suporte de material mais barato. No século
XV, com a invenção da imprensa por Gutemberg e, para acompanhar o ritmo da
demanda de papel necessário, os fabricantes lutaram para equilibrar o ritmo de produção
com a demanda. Devido a grande demanda do uso do papel, ocorreu a escassez de
trapos e tecidos (SPINELLI JUNIOR, 1997), para contornar essa situação, no século
XVII surge a máquina holandesa, tornando o processo de produção semimecânico e
modificando o processo de encolagem/impermeabilização do papel, surgindo, assim, o
breu, que é um líquido composto que confere pouca longevidade e resistência, em
substituição ao líquido gelatinoso antes utilizado (SPINELLI JUNIOR,1997).
No ano de 1800 são desenvolvidos os primeiros papéis feitos de fibras de
celulose da madeira” (SPINELLI JUNIOR, 1997, p. 14). As primeiras espécies de
árvores utilizadas na fabricação foram: pinheiro, abeto, vidoeiro, faia, choupo preto e
eucalipto, sendo o último a espécie mais utilizada até os dias atuais devido a seu rápido
ciclo de crescimento. Com a Revolução Industrial, as máquinas começaram a produzir
em larga escala. O papel antes, artigo de luxo de alta qualidade e baixa produção, passa
a ser um bem produzido em larga escala e preços acessíveis, mantendo uma certa
qualidade. Hoje, para cada finalidade e necessidade, temos diferentes tipos de papel. O
mundo evoluiu muito, desde a invenção do papel. Hoje ele é o principal suporte do livro
escrito. SPINELLI JUNIOR, 1997 ratifica a importância da conservação dos livros:
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3) BIBLIOTECA INFANTIL
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que a leitura pode ser resumida em somente ler letras que estão alinhadas e dispostas em
livros, jornais e revistas?
A resposta é não. Segundo as autoras Ramos e Bandeira (2011, p. 1) a leitura é
“uma experiência individual por excelência [...] A leitura possibilita prazeres, saberes,
reflexões e ações”. É errado achar que a leitura está somente associada ao texto. A
imagem como suporte, também é muito importante para transformar as crianças em
leitores. A experiência na Biblioteca Parque Estadual Infantil mostrou como seus
usuários se comportam, desde a primeira visita a biblioteca, até as atividades
socioculturais, como as oficinas de leitura, teatro, música. Nesse sentido, reflete-se
sobre o papel da biblioteca nesse contexto. Um papel ativo na construção, no
desenvolvimento cognitivo e aprendizagem das crianças.
Por isso é necessário incentivar a leitura já que “A educação infantil é a primeira
etapa da educação básica, e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança,
até os seis anos de idade.” (RAMOS; BANDEIRA, 2011, p. 5).
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bibliotecas infantis, a procura por obras mais recentes, já que a última doação ocorreu
em 2016. As crianças procuram por livros mais novos, buscam novidades. Um dos
livros bastante procurados é o “Príncipe preto”, de Rodrigo França; “Amoras” e “foi
assim que eu e a escuridão ficamos amigas”, de Emicida; É preciso a manutenção e
cuidados com a estrutura e dedetização mais regular. “Conforme visto em Anexo E”.
O manuseio inadequado das obras pelas crianças gera danos irreparáveis.
Quando a criança rasga ou danifica o livro, este vai para uma estante, separado dos
demais. Os mais danificados são os livros em alto-relevo, os livros multimídia. Não
podendo ser mais utilizado pelas crianças até serem restaurados; Não existem
profissionais, materiais, máquinas e local específico para o restauro das suas obras
sejam infantis ou adultos. Em janeiro, 22 livros aguardavam reparos e restauração.
Dentre muitos, destaca-se o livro “Ninoca”, muito procurado entre as crianças menores,
pôr despertar os estímulos sensoriais. Encontra-se danificado. “Conforme visto em
Anexo F e Anexo G”.
As obras infantis requerem muito mais cuidados e necessidade de reparação
mais rápida, para que a mesma esteja apta à leitura novamente. Nas obras infantis há
informações importantes por todas as páginas, seja pela palavra escrita, seja pela
imagem que ás vezes pode ocupar uma página inteira. Para a criança, há todo um
conjunto estético a qual desperta a sua atenção, gosto e interesse pela leitura. Tudo
importa e se completa.
A biblioteca conta com empréstimo familiar, onde é feito um cadastro podendo
levar para a casa, até dois livros por CPF. O usuário poderá ficar com o livro por um
prazo de até 14 dias, podendo ser renovado por mais uma semana, caso precise, por e-
mail.
A “Visita Guiada” é um projeto onde as escolas (educadores e alunos) são
convidadas a conhecerem toda a biblioteca, mediante agendamento prévio. O que é
bastante enriquecedor, pois amplia conhecimento e agrega valor. A biblioteca também
oferece o seu espaço, para desenvolvimento de atividades extracurriculares,
complementares e até implantação de projetos escolares, como a Escola Municipal
Rivadávia, que desenvolveu um projeto escolar chamado “Travessia”, utilizando o
espaço da biblioteca infantil e incentivando as crianças á leitura; recebem escritores para
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expor seus livros e contar estórias; nas oficinas de leituras as crianças também tem a
oportunidade de criar o seu próprio livro em miniatura.
Podemos observar alguns casos de famílias inseridas na Biblioteca Parque
Estadual Infantil. Muitas crianças começam a alfabetização, como o caso de Naomi e
Ágata, meninas equatorianas, cujos pais, trabalham como comerciantes, na Rua da
Alfândega, no Saara, Centro do Rio de Janeiro. Elas são frequentadoras assíduas da
biblioteca. Começaram vendo filmes, gibis e hoje se divertem com a leitura. Outra
família é a de imigrantes árabes que visitavam a biblioteca, todos os dias, Raja e sua
irmã Layla, tinham o hábito de ver filmes da Barbie inicialmente. E logo depois,
conheceram os gibis. Hoje interage com todo o espaço. E a família do Marcelo, ele tem
10 anos e adora estar na biblioteca com sua mãe. Ele é altista e sente-se muito acolhido
pela equipe de profissionais, participa de diversas atividades culturais. Gosta muito de
desenhar, ler gibis com sua mãe e ver televisão.
Na Biblioteca Parque Estadual Infantil a criança pode escolher um livro, ler ali
mesmo sentado em um dos pufes, ouvir músicas, dançar, ver filmes, soltar a imaginação
na lousa, conhecer novas culturas e se identificar com os personagens. Um verdadeiro
convite a uma boa leitura, diversão e construção do indivíduo!
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Já a conservação pode ser divida em dois tipos: conservação preventiva, que são:
todas as medidas e ações destinadas a evitar e minimizar deterioração futura
ou perda. Essas ações são realizadas no contexto ou no entorno de um item,
mas mais frequentemente um grupo de itens, qualquer que seja sua idade e
condição. Essas medidas e ações são indiretas – não interferem nos materiais
e estruturas dos itens. Eles não modificam sua aparência. (ICCOM-CC, 2008,
tradução nossa).
Por último temos a restauração, que de acordo com ICCOM-CC (2008, tradução
nossa) baseia-se em:
todas as ações diretamente aplicadas a um item único e estável visando
facilitar sua apreciação, compreensão e uso. Essas ações são realizadas
apenas quando o item perdeu parte de seu significado ou função por alteração
ou deterioração passada. Eles são baseados no respeito pelo material
original. Na maioria das vezes, essas ações modificam a aparência do item.
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CONCLUSÃO:
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obra para gerações futuras. Com objetivos específicos: a conscientização das crianças e
usuários da Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro, incentivando e
estimulando a preservarem o acervo, evitando a deterioração das obras assim como a
degradação do espaço. Reitera a importância da preservação e cuidados no manuseio e
conscientização do leitor desde a tenra idade, informando os procedimentos de
preservação, conservação e restauração necessários para que se prolongue a vida útil das
obras, cumprindo assim o seu papel.
Após a crise do Estado em 2016, por falta de verba do governo estadual para
manter os equipamentos, as quatros Bibliotecas Parque do Rio de Janeiro fecharam e os
mais de 150 funcionários em aviso-prévio. Atualmente a Biblioteca Parque Estadual do
Centro do Rio de Janeiro, conta com uma equipe de profissionais bem reduzidas,
necessita de mais investimentos; manutenção dos equipamentos, do local, melhor
acondicionamento das obras; profissional e/ou empresa específica para a restauração das
obras. O acervo infantil tem aproximadamente 70 obras e o acervo adulto
aproximadamente 1.000 obras aguardando reparos e restauração.
Ao final, percebeu-se que a Biblioteca Parque Infantil, apesar de grande
empenho dos profissionais e exercer um grande papel para a sociedade, a biblioteca luta
para exercer a sua função na área de preservação, conservação e restauração. E apesar
da demanda, muitos livros aguardam para serem restaurados, ratificando a importância
deste trabalho.
REFERÊNCIAS:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 2003.
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ICOM- CC, Resolution adopted by the ICOM-CC membership at the 15thTriennial Conference,
New Delhi, 2008. 02p. Disponível em: https://www.icom-cc.org/en/working-groups/preventive-
conservation. Acesso em: 06 de mar de 2023.
MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 3.ed. São
Paulo: Ática. 2001.
RAMOS, Adelaide; BANDEIRA, Côrte Suelena Pinto. Biblioteca Escolar. Brasília, DF:
Briquet de Lemos, 2011.
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ANEXOS:
ANEXO A - FOTOS DA BIBLIOTECA INFANTIL
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