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NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E CRIATIVIDADE - UNICARIOCA

Curso Bacharelado em Comunicação Social- Jornalismo

PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO EM


LIVROS INFANTIS: BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL INFANTIL
Tatiana de Macedo Lyrio
Centro Universitário Unicarioca, Rio de Janeiro, RJ.

RESUMO

As bibliotecas têm grande relevância no processo educacional e cultural do cidadão. O


objetivo geral deste trabalho é a necessidade de preservação e conservação e restauração
das obras infantis, pois são de grande importância para a memória cultural e para as
futuras gerações. Como específicos, orientar crianças e usuários de que os livros são de
utilização de todos os frequentadores da Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de
Janeiro, necessitando de cuidados no manuseio, informar os procedimentos de
preservação, conservação e restauração necessários para que se prolongue a vida útil das
obras e estimular a importância da preservação e conscientização do leitor desde a tenra
idade.
Metodologicamente utiliza-se pesquisa bibliográfica, levantamento de literatura, sobre
Biblioteca Parque Estadual Infantil; preservação, conservação e restauro dos livros,
além do trabalho de campo exercido na Biblioteca Parque Estadual Infantil e Biblioteca
Parque Estadual do Rio de Janeiro e acompanhamento das atividades socioculturais.

PALAVRAS-CHAVES: Biblioteca Infantil; Preservação, Conservação e Restauração;


Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro; Preservação, Conservação e
Restauração dos livros infantis;.

INTRODUÇÃO

Os livros tem um papel de suma importância na educação infantil, pois auxilia


no desenvolvimento da linguagem, ajuda na ampliação de vocabulário, promovendo a
criatividade e de forma lúdica, a descoberta do mundo imaginário, presente em toda a
criança.
A leitura é uma das ferramentas mais poderosas para a nossa compreensão do
mundo. É de grande relevância que desde muito cedo, a criança crie o hábito da leitura e
assim se familiarize com os livros, desde o seu primeiro ano de vida?
Para este trabalho foram observadas ações socioeducativas na Biblioteca Parque
Estadual Infantil, desenvolvidas durante as férias escolares, no decorrer do ano de 2022
e 2023, levantamento de literatura sobre a Biblioteca Parque Infantil, pesquisas
bibliográficas, de registros históricos na Biblioteca Nacional e em seu arquivo digital.
A metodologia deste trabalho foi realizada através de levantamento de literatura
sobre bibliotecas infantis, preservação dos livros e documentos, além do trabalho de

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campo exercido na Biblioteca Parque Infantil. Na Biblioteca Parque Estadual Infantil,


podemos ver inúmeras atividades socioculturais educativas existentes como clubes de
leitura, contação de histórias, teatros, oficinas de gastronomia entre outras. Através de
programas inovadores que abrangem as faixas etárias presentes, atendendo aos mais
diversos interesses e necessidades.
Este trabalho tem como objetivos gerais: mostrar a importância da preservação,
conservação e restauração nos livros infantis, a conscientização e cuidados dos leitores
para a preservação das obras, ratificar a importância da restauração das obras infantis e
a necessidade de um ambiente, instalações adequadas assim como sua manutenção para
a conservação das mesmas. Tem como objetivos específicos: mostrar a real necessidade
da preservação, conservação e restauração dos livros do acervo infantil da Biblioteca
Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro, assim como o trabalho de educação de
usuários e crianças que utilizam o serviço da biblioteca, estimulando a importância da
preservação e conscientização do leitor desde a tenra idade.
As bibliotecas têm grande relevância no processo educacional e cultural do
cidadão. É o local de aquisição de informações e conhecimentos. E consequentemente a
necessidade de se manter seus acervos em condições adequadas para a utilização.
Este trabalho versa sobre a preservação, conservação e restauro das obras da
Biblioteca Parque Estadual Infantil. O tema abordado surgiu devido à necessidade em
conscientizar as crianças, usuários e sociedade em geral sobre a significativa relevância
sócio- histórica de uma obra e para as gerações futuras.
A pesquisa está dividida em: Introdução e capítulos teóricos como: O
desenvolvimento da escrita, do livro e da Biblioteca, A Biblioteca infantil, seu papel e
importância; A Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro; A Biblioteca Parque
Estadual Infantil; Preservação, Conservação e Restauro das obras-Conceitos e
Procedimentos.
REFERENCIAL TEÓRICO
Preservar é garantir nossa memória cultural, é dar continuidade, é não perder
parte da nossa história, formando assim um elo entre o passado e o presente, é permitir a
todos conhecerem a nossa cultura, manter nossas especificidades e diferenças diante do
mundo.

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Todo legado histórico que se traduz como bem cultural, é um testemunho ou


prova de contínuo desenvolvimento cultural da humanidade, é de responsabilidade de
todos e isto implica na disponibilidade ao uso, sobre critérios determinados que
garantam sua transmissão às gerações futuras conforme na obra de JAYME SPINELLI
JUNIOR (1997, p.1):
Esses registros e demonstrações culturais e do pensamento da humanidade
tiveram que ser preservados através dos séculos, em suas formas as mais
diversas. A fragilidade dos suportes, as agressões climáticas e às do próprio
homem, e o uso dos processos de reprodução, modernos, acelerou a
deterioração dos suportes. Isso foi acrescido, na época atual, da má qualidade
da matéria prima dos livros, que trouxe a tona uma preocupação permanente
com a preservação e conservação desses suportes fragilizados pelo tempo,
pois correm o risco de não alcançar as futuras gerações.

O propósito de preservar é deixar intacta a memória cultural. Esse pensamento é


reforçado por Castro (2011, p.31) quando diz que: “Há que se ressaltar, ainda, o fato de
que os acervos em papel – compreendidos pelas coleções bibliográficas, documentais e
obras de arte em suporte de papel – representam, em termos quantitativos, um dos
maiores estoques informacionais e culturais da nação”.
Mendes (2011) vai um pouco mais além quando se trata de motivos para instituir
programas de preservação nas instituições, alguns citados são:
1. Para garantir o exercício da memória e da cidadania;
2. Para garantir a continuidade das manifestações culturais;
3. Para garantir o produto intelectual, a acumulação do conhecimento e do
saber pelo homem, no decorrer da história;
4. Para garantir a manutenção dos elementos da natureza e do meio-ambiente
(MENDES, 2011, p. 74).

De acordo com BALMAS (2006, p. 18):


Precisamos respeitar a importância da preservação e restauração dos
materiais manuscritos e impressos ao longo de cada período da história até
chegarmos ao livro no formato que o temos hoje, pois tudo isso serve de base
para pesquisas e desenvolvimento da tecnologia e os diversos recursos que
temos disponíveis em meios eletrônicos atualmente.

DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA, DO PAPEL, DO LIVRO E DA


BIBLIOTECA.
A história da escrita teve início na Pré-história, na antiga civilização
mesopotâmica (atual Iraque). A primeira forma de escrita foi a pictografia, onde os
objetos, as figuras e ideias eram transmitidas através de desenhos nas paredes e pedras.
A essas representações artísticas, onde os homens faziam desenhos na parede das

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cavernas, como forma de comunicação, dá se o nome de pinturas rupestres utilizavam


argila e cunha (ferramenta de metal ou madeira dura, em forma de prisma).
Após a pictografia, por volta de 4.000 a.C. surgiu a escrita cuneiforme , onde os
desenhos eram feitos em placas de barro. Normalmente representavam os registros do
cotidiano do povo e cuja teoria diz que eram utilizadas em um sistema de contabilidade.
Uma curiosidade na escrita cuneiforme é que eram usados cerca de 2000 símbolos,
todos feitos da direita para a esquerda.
Com o desenvolvimento dos sons surge a Escrita Fonética, onde um desenho
torna-se correspondente a um som, surgindo assim os alfabetos (o primeiro alfabeto
conhecido foi o fenício e deu origem a quase todos os outros) e é neste momento que o
homem se torna capaz de escrever tudo o que ele quiser.
Os suportes mais conhecidos eram: o papiro, o pergaminho e finalmente o papel.
Por volta de 3.000 a.C,. os egípcios inventaram, o papiro, que por sua vez era uma
planta aquática (Cyperus papyrus), existente no delta, no rio Nilo (VIEIRA, 2010). Seu
talo em forma de triângulo chegava a ter entre cinco e seis metros de comprimento. Ele
permaneceu como suporte essencial para o livro e propagou-se para o mundo grego e
império romano. Era apresentado sobre a forma de rolo, com o comprimento médio de
quinze a dezoito metros (BALMAS, 2006).
No século XI o papiro foi substituído pelo pergaminho e pelo papel. Atualmente
na Etiópia, há barcos feitos de papiro, e no Egito sua produção foi reativada, usada
como atração turística.
Durante o século I a.C. desenvolveu-se uma técnica para a obtenção de um
material de escrita melhor, obtido através da pele de um animal, principalmente
cordeiros e bezerros recém-nascidos. Esse novo material era mais sólido e flexível,
entretanto era mais caro. Além disso, era possível reaproveita-lo quando achavam que a
informação ali contida não era mais necessária e devido a sua qualidade, o pergaminho
é utilizado ainda na atualidade (BALMAS, 2006).
Em 105 d.C., o papel foi desenvolvido por um jovem chinês, chamado T’sai
Lun. Costumava-se usar um material proveniente da seda e por isso o nome “papel de
seda”, além do custo de produção ser menor que o do papiro e pergaminho
(FERREIRA, 2010). Após algum tempo, o processo básico para a fabricação do papel
consistia em peneirar as fibras da casca de amoreira, cânhamo, restos de roupas, e

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outros produtos que tivesse fonte de fibras vegetais. Bater a massa até formar uma pasta,
peneira-a e obter uma fina camada deixada para secar ao sol. Depois de seca, a folha de
papel estava pronta!
A maior vantagem do papel sobre o pergaminho era o preço inferior e maiores
possibilidades de fabricação. O pergaminho se destinava aos manuscritos de luxo e o
papel servia aos manuscritos mais ordinários e de uso corrente, como os destinados aos
estudantes da época. O papel começou a ganhar fama e tornar-se popular. Febvre e
Martin (1992, p. 48 apud FERREIRA, 2010, p. 14): “O papel ganhará a partida. Seu uso
começava a generalizar-se para cópia dos manuscritos. Uma das condições
indispensáveis para a difusão do livro impresso estava realizada”. E ao mesmo tempo
segundo Martins (2002) a vulgarização do papel foi o que decidiu o destino da
civilização, pois atendia a demanda por um suporte de material mais barato. No século
XV, com a invenção da imprensa por Gutemberg e, para acompanhar o ritmo da
demanda de papel necessário, os fabricantes lutaram para equilibrar o ritmo de produção
com a demanda. Devido a grande demanda do uso do papel, ocorreu a escassez de
trapos e tecidos (SPINELLI JUNIOR, 1997), para contornar essa situação, no século
XVII surge a máquina holandesa, tornando o processo de produção semimecânico e
modificando o processo de encolagem/impermeabilização do papel, surgindo, assim, o
breu, que é um líquido composto que confere pouca longevidade e resistência, em
substituição ao líquido gelatinoso antes utilizado (SPINELLI JUNIOR,1997).
No ano de 1800 são desenvolvidos os primeiros papéis feitos de fibras de
celulose da madeira” (SPINELLI JUNIOR, 1997, p. 14). As primeiras espécies de
árvores utilizadas na fabricação foram: pinheiro, abeto, vidoeiro, faia, choupo preto e
eucalipto, sendo o último a espécie mais utilizada até os dias atuais devido a seu rápido
ciclo de crescimento. Com a Revolução Industrial, as máquinas começaram a produzir
em larga escala. O papel antes, artigo de luxo de alta qualidade e baixa produção, passa
a ser um bem produzido em larga escala e preços acessíveis, mantendo uma certa
qualidade. Hoje, para cada finalidade e necessidade, temos diferentes tipos de papel. O
mundo evoluiu muito, desde a invenção do papel. Hoje ele é o principal suporte do livro
escrito. SPINELLI JUNIOR, 1997 ratifica a importância da conservação dos livros:
É preciso que hoje direcionemos todas as nossas atenções para a melhor
forma de se conservar todo o saber que foi produzido e registrado pelo
homem, sob forma de manuscritos ou impressão em suporte de papel. Como

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foi dito anteriormente, este suporte original chamado papel pontifica a


protagonização de sua própria história, como invenção magistral e objeto de
incessantes investigações. Devemos conservá-lo.

3) BIBLIOTECA INFANTIL

A biblioteca infantil é um espaço lúdico por excelência, é onde tudo acontece, é


o lugar do faz de conta, do contar e do ouvir histórias, o lugar de brincar com os livros e
com as letras, onde se pode dançar, desenhar, ouvir músicas, um verdadeiro convite às
brincadeiras. É viajar no mundo da imaginação e criatividade, desenvolvendo a
capacidade de se expressar. É um lugar educativo, com acesso gratuito ao conhecimento
aos mais diversos temas e livros, não somente um espaço de pesquisa, mas também de
interação, aprendizagem, desenvolvimento e construção do ser humano.
O primeiro contato da criança com o "mundo mágico" da literatura pode
acontecer desde muito cedo, quando os adultos se propõem a contar histórias. É ouvindo
histórias que a criança começa a desvendar o mundo, a identificar-se com os
personagens da história, assim vai construindo seus gostos e interesses. "Escutá-las é o
início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente
infinito de descoberta e de compreensão do mundo...”. (ABRAMOVICH, 2003: 16).
A Biblioteca infantil é responsável por desenvolver o gosto e o hábito da leitura
nas crianças desde muito cedo, porém é preciso que o espaço seja adequado, atraente,
aconchegante, dinâmico e desenvolvido para eles.
[...] Que cada um encontre um jeito gostoso de ficar sentado, deitado, enrodilhado, não importa
como... cada um a seu gosto... E depois, quando todos estiverem acomodados, aí começar "Era uma
vez...". (ABRAMOVICH).
Não existe uma data exata em relação ao surgimento das bibliotecas infantis no
mundo, pois de acordo com Meirelles (1984), as bibliotecas infantis começaram a
existir a partir do momento que as amas e as avós deixaram a "doce profissão de contar
histórias".
De acordo com as autoras Ramos e Bandeira (2011, p. 1). “Ao falar sobre
leitura, imaginamos letras e mais letras, pessoas concentradas em salas de aula, nas
praças, escritórios, livrarias com a cabeça submersa em livros, revistas e jornais”. Será
que a leitura pode ser resumida em somente ler letras que estão alinhadas e dispostas em
livros, jornais e revistas?

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A resposta é não. Segundo as autoras Ramos e Bandeira (2011, p. 1) a leitura é


“uma experiência individual por excelência [...] A leitura possibilita prazeres, saberes,
reflexões e ações”. É errado achar que a leitura está somente associada ao texto. A
imagem como suporte, também é muito importante para transformar as crianças em
leitores. A experiência na Biblioteca Parque Estadual Infantil mostrou como seus
usuários se comportam, desde a primeira visita a biblioteca, até as atividades
socioculturais, como as oficinas de leitura, teatro, música. Nesse sentido, reflete-se
sobre o papel da biblioteca nesse contexto. Um papel ativo na construção, no
desenvolvimento cognitivo e aprendizagem das crianças.
Por isso é necessário incentivar a leitura já que “A educação infantil é a primeira
etapa da educação básica, e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança,
até os seis anos de idade.” (RAMOS; BANDEIRA, 2011, p. 5).

4) BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

A Biblioteca Parque Estadual foi reinaugurada em março de 2014, fundada por


D. Pedro II em 1873 e conhecida, posteriormente, como Biblioteca Pública do Estado
do Rio de Janeiro, foi totalmente modernizada e reformada em uma obra que durou
quatro anos. Com uma fabulosa proposta de vanguarda inspirada em bibliotecas-modelo
de outros países além do estímulo à leitura e conhecimento, é um espaço democrático,
acessível a todos.
Com 15 mil metros quadrados, possui, além das salas que abrigam o vasto
acervo de mais de 200 mil itens, a Biblioteca Parque Infantil (objeto desse estudo), o
Café Literário, o Auditório Darcy Ribeiro, o Teatro Alcione Araújo, o estúdio de
gravação, a Guanabarina (coleção de 30 mil livros sobre a história do Rio de Janeiro), a
sessão de quadrinhos, a de periódicos, o Espaço Expositivo, além dos espaços
Multimídia, Mundo, Ócio, Atualidades e o de Leitores Especiais.
As Bibliotecas Parques do Rio de Janeiro estão situadas nos bairros do Centro do
Rio de Janeiro (objeto deste estudo), de Manguinhos, Rocinha e Niterói, de
responsabilidade da Secretaria de Cultura do Estado. São bibliotecas públicas
multifuncionais em área de risco, com acesso imediato e fácil a informação.

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Com a crise do Estado em 30/12/2016, as quatro Bibliotecas Parque do Rio de


Janeiro fecharam. O que se agravou com a pandemia. Em 08/03/2021, a biblioteca
reabriu ao público com entrada controlada. Localizada na Av. Presidente Vargas1261,
Centro do Rio de Janeiro. Tem como público todas as classes sociais e de todas as
localidades. Recebem estudantes, comerciantes do Saara; de doutorandos a pessoas em
situação de rua. São realizadas inúmeras atividades socioculturais educativas, como
cursos, palestras, laboratórios, clubes de leitura, exposições entre muitas atendendo aos
mais diversos públicos, interesses e necessidades.
Bibliotecas Parques são espaços de interação, inclusão social, experiências
culturais e preservação da memória. Muito mais que um lugar de leitura, o espaço
democrático é um verdadeiro exemplo de educação em todos os sentidos, onde tudo é
compartilhado com todos, sem discriminação.

5) BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL INFANTIL

A Biblioteca Parque Estadual Infantil, objeto deste estudo, é um local que exala
conhecimento, estimula a criatividade, o lúdico, à imaginação e principalmente o
interesse e gosto pela leitura. É um anexo da Biblioteca Parque Estadual, localiza-se no
1° andar. Sendo de responsabilidade da Secretaria de Estado de Cultura e Economia
Criativa (Sececrj).
É um local preparado e pensado para as crianças! Lá existem profissionais com
formação pedagógica. Tudo é extremamente colorido, decorado e temático, tem pufs,
mesas e cadeiras coloridas, espaço para assistir TV e pia de inox para realizar trabalhos
artísticos, palco para peças teatrais, os livros estão de fácil acesso as crianças, carrinhos
de madeira para colocar os livros ao acabar a leitura, há desenhos e pinturas na parede e
uma lousa, boas-vindas para as crianças com deficiência, escrita em libras e braile.
“Conforme visto em Anexo A (fotos da Biblioteca Parque Infantil)”. Na entrada da
biblioteca é possível visualizar algumas regras. “Conforme visto em Anexo B”. Durante
as férias escolares, de janeiro de 2023, teve toda uma programação especial, aos sábados
de janeiro das 9 h às 12 h, o acesso à biblioteca infantil foi feito exclusivamente pela
entrada da Rua da Alfândega.
A ação gratuita voltada para as crianças de até 11 anos, sem necessidade de
inscrição prévia. Com início no dia 07/01/2023, com as apresentações artísticas, oficinas

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ministradas pela coreógrafa Cris Aguiar. Uma manhã voltada para a música e dança.
Dentre várias atividades culturais destacaram-se: oficinas infantis, contação de histórias,
incluindo o livro “Médico das Roupas”, de Fabrício Carpinejar, aula de gastronomia
com Paula Salles, ex-participante do MasterChef Brasil, da terceira edição e peças
teatrais destinadas ao público infantil. “Conforme visto em Anexo C- Folder das
atividades socioculturais e em Anexo D- atividades desenvolvidas com as crianças”.
Seu público é destinado às crianças desde tenra idade até 11 anos, na grande
maioria de baixa renda e provenientes de escolas públicas. O seu acervo vem apenas de
doações. As doações são feitas por escritores que doam suas próprias obras, usuários,
visitantes da biblioteca, pessoas que se inscrevem no projeto “Rota da Leitura” e
algumas aquisições realizadas por compras pela Superintendência de Leitura e
Conhecimento. A Rota da Leitura é um projeto criado pela Superintendência de Leitura
que ajuda na arrecadação de livros para doação. Um carro é disponibilizado
gratuitamente para buscar os exemplares nas casas das pessoas e todo o material é
utilizado para montagem de salas de leitura e liberações de livros em locais com baixos
índices de leitura e pouca oferta de equipamentos culturais. 
Atualmente o acervo infantil contém 16.447 livros inclui um pouco de literatura
brasileira, livros estrangeiros, muitos livros sobre acessibilidade, livros em libras e em
braile. Os temais mais solicitados são: representatividade, coletividade, diversidade e
afetividade. Apesar de não existir uma classificação específica que demonstre que
alguns livros são mais frágeis que outros, os funcionários recomendam inicialmente
cuidados especiais a alguns livros com encadernações mais frágeis.
E apesar de não existir nenhuma cartilha ou palestra, que visam à
conscientização dos usuários, para melhor uso e cuidados, com intuito de preservar e
conservar as obras. Em determinados momentos, como a contação de histórias, o
manuseio das crianças menores é feito mediante supervisão e orientação. Informam-se
brevemente, as regras da biblioteca e os cuidados necessários com o acervo e todos os
demais equipamentos do espaço, existindo assim um pequeno trabalho inicial. Outras
dificuldades são: seu maior público é durante as férias devido a sua localização
geográfica, no Centro do Rio de Janeiro; a falta de literatura é um grande desafio para as
bibliotecas infantis, a procura por obras mais recentes, já que a última doação ocorreu
em 2016. As crianças procuram por livros mais novos, buscam novidades. Um dos

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livros bastante procurados é o “Príncipe preto”, de Rodrigo França; “Amoras” e “foi


assim que eu e a escuridão ficamos amigas”, de Emicida; É preciso a manutenção e
cuidados com a estrutura e dedetização mais regular. “Conforme visto em Anexo E”.
O manuseio inadequado das obras pelas crianças gera danos irreparáveis.
Quando a criança rasga ou danifica o livro, este vai para uma estante, separado dos
demais. Os mais danificados são os livros em alto-relevo, os livros multimídia. Não
podendo ser mais utilizado pelas crianças até serem restaurados; Não existem
profissionais, materiais, máquinas e local específico para o restauro das suas obras
sejam infantis ou adultos. Em janeiro, 22 livros aguardavam reparos e restauração.
Dentre muitos, destaca-se o livro “Ninoca”, muito procurado entre as crianças menores,
pôr despertar os estímulos sensoriais. Encontra-se danificado. “Conforme visto no
Anexo-F e no Anexo G”.
As obras infantis requerem muito mais cuidados e necessidade de reparação
mais rápida, para que a mesma esteja apta à leitura novamente. Nas obras infantis há
informações importantes por todas as páginas, seja pela palavra escrita, seja pela
imagem que ás vezes pode ocupar uma página inteira. Para a criança, há todo um
conjunto estético a qual desperta a sua atenção, gosto e interesse pela leitura. Tudo
importa e se completa.
A biblioteca conta com empréstimo familiar, onde é feito um cadastro podendo
levar para a casa, até dois livros por CPF. O usuário poderá ficar com o livro por um
prazo de até 14 dias, podendo ser renovado por mais uma semana, caso precise, por e-
mail.
A “Visita Guiada” é um projeto onde as escolas (educadores e alunos) são
convidadas a conhecerem toda a biblioteca, mediante agendamento prévio. O que é
bastante enriquecedor, pois amplia conhecimento e agrega valor. A biblioteca também
oferece o seu espaço, para desenvolvimento de atividades extracurriculares,
complementares e até implantação de projetos escolares, como a Escola Municipal
Rivadávia, que desenvolveu um projeto escolar chamado “Travessia”, utilizando o
espaço da biblioteca infantil e incentivando as crianças á leitura; recebem escritores para
expor seus livros e contar estórias; nas oficinas de leituras as crianças também tem a
oportunidade de criar o seu próprio livro em miniatura.

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Podemos observar alguns casos de famílias inseridas na Biblioteca Parque


Estadual Infantil. Muitas crianças começam a alfabetização, como o caso de Naomi e
Ágata, meninas equatorianas, cujos pais, trabalham como comerciantes, na Rua da
Alfândega, no Saara, Centro do Rio de Janeiro. Elas são frequentadoras assíduas da
biblioteca. Começaram vendo filmes, gibis e hoje se divertem com a leitura. Outra
família é a de imigrantes árabes que visitavam a biblioteca, todos os dias, Raja e sua
irmã Layla, tinham o hábito de ver filmes da Barbie inicialmente. E logo depois,
conheceram os gibis. Hoje interage com todo o espaço. E a família do Marcelo, ele tem
10 anos e adora estar na biblioteca com sua mãe. Ele é altista e sente-se muito acolhido
pela equipe de profissionais, participa de diversas atividades culturais. Gosta muito de
desenhar, ler gibis com sua mãe e ver televisão.
Na Biblioteca Parque Estadual Infantil a criança pode escolher um livro, ler ali
mesmo sentado em um dos pufes, ouvir músicas, dançar, ver filmes, soltar a imaginação
na lousa, conhecer novas culturas e se identificar com os personagens. Um verdadeiro
convite a uma boa leitura, diversão e construção do indivíduo!

6) PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURO

O principal componente de um acervo bibliográfico é o livro. É no papel que a


informação vai ser impressa. Existem agentes deteriorantes que causam desgaste nos
livros como umidades, pragas, calor, luminosidade e processos químicos como acidez.
Os fatores internos resultam da fabricação do papel como o tipo de fibras utilizadas,
emprego excessivo de alguns produtos químicos, depósito de partículas metálicas na
polpa, ocasionando a oxidação do papel e o uso de tintas ácidas. E os fatores externos,
dividem se em agentes físicos, químicos e biológicos.
Em Mendes (2011), atualmente podem ser encontradas diversas definições para
preservação, conservação e restauro. Diz que preservação:
Incluem todas as medidas de gerenciamento administrativo-financeiro, que
visam o estabelecimento de políticas e planos de preservação, melhorar o
local de guarda das coleções; o aprimoramento do quadro de funcionários e
das técnicas para combater à deterioração dos suportes. (MENDES, 2011,
p.79)

Já a conservação pode ser divida em dois tipos: conservação preventiva, que são:
todas as medidas e ações destinadas a evitar e minimizar deterioração futura
ou perda. Essas ações são realizadas no contexto ou no entorno de um item,

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mas mais frequentemente um grupo de itens, qualquer que seja sua idade e
condição. Essas medidas e ações são indiretas – não interferem nos materiais
e estruturas dos itens. Eles não modificam sua aparência. (ICCOM-CC, 2008,
tradução nossa).

E a conservação curativa, que são:


todas as ações aplicadas diretamente a um item ou a um grupo de itens com o
objetivo de deter os processos prejudiciais atuais ou reforçar sua
estrutura. Essas ações são realizadas apenas quando os itens estão em
condições tão frágeis ou se deteriorando a tal ponto que podem ser perdidos
em um tempo relativamente curto. Essas ações às vezes modificam a
aparência dos itens. (ICCOM-CC, 2008, tradução nossa)

Por último temos a restauração, que de acordo com ICCOM-CC (2008, tradução
nossa) baseia-se em:
todas as ações diretamente aplicadas a um item único e estável visando
facilitar sua apreciação, compreensão e uso. Essas ações são realizadas
apenas quando o item perdeu parte de seu significado ou função por alteração
ou deterioração passada. Eles são baseados no respeito pelo material
original. Na maioria das vezes, essas ações modificam a aparência do item.

A conservação é o conjunto de ações que visam desacelerar o processo de


degradação da obra, através do controle ambiental e de tratamentos específicos como
higienização, reparos e acondicionamento. O objetivo é controlar as causas de
degradação para que dure o máximo de tempo possível, resistindo ao tempo. Cassares
(2000) e Spinelli Junior (1997) ratificam essa ideia: Após conhecer a definição para
cada processo que o livro/documento passa, pode-se chegar à conclusão que a política
atualmente adotada para a conservação baseia-se no esforço para impedir os agentes de
deterioração, buscando maior tempo de vida útil para o objeto.
Para Castro (2012, p. 47): “A preservação, conservação e restauração do
patrimônio constituem-se como empreendimentos culturais direcionados a prolongar a
vida útil dos objetos materiais e, consequentemente, possibilitar a relação dialógica com
esses bens culturais portadores de múltiplas significações.”.
Jayme Spinelli Junior (1997) diz que se deve seguir alguns padrões de conduta,
são eles:
[...] ● Aplicar um tratamento de conservação dentro do limite do necessário e
orientar-se pelo absoluto respeito à integridade estética, histórica e material
de uma obra;
● Adotar o princípio de reversibilidade, que é o leitmotiv atual do
desenvolvimento e aplicação do método de conservação em livros e
documentos, pois é importante ter sempre em mente que um procedimento
técnico, assim como determinados materiais, são sempre alvo de constantes

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pesquisas e que isto propicia um futuro técnico-científico mais promissor à


segurança de uma obra. (SPINELLI JUNIOR, 1997, p. 17)

Spinelli Junior fala que devido ao princípio de reversibilidade2, a cola mais


utilizada para esse tipo de procedimento é a metilcelulose, pelo fato de que qualquer
procedimento feito com ela ser reversível, além de transparente e não interferir na
informação ou estética da obra/documento.
SPINELLI JUNIOR, (1997) É cientificamente provado que o papel degrada-se
rapidamente se fabricado e, ou acondicionado sob critérios indevidos. Por mais de um
século tem-se fabricado papel destinado à impressão de livro com alto teor de acidez.
Sabemos perfeitamente que a acidez é uma das maiores causas da degradação dos
papéis. Na mesma medida, o acondicionamento de obras em ambientes inadequados,
quente e úmido gera efeitos danosos, tais como: reações que se processam a nível
químico e que geralmente enfraquecem as cadeias moleculares de celulose, fragilizando
o papel. Esse fato concorre para que todos os acervos bibliográficos estabeleçam
controles ambientais próprios dentro de parâmetros precisos.
Até o século XIX, o papel era feito de boas fibras, como por exemplo, amoreira.
Com a Revolução Industrial, outras fibras foram buscadas para o barateamento da
produção. Isso implicou na fragilidade da trama. Além disso, o uso de produtos
químicos para o branqueamento tornaram o papel contemporâneo ácido, propiciando
limitada resistência e durabilidade (SPINELLI JUNIOR, 1997).
A temperatura aceita para os acervos bibliográficos gira em torno dos 20°C a
22°C, enquanto a umidade relativa em torno de 50% a 60%. Essas informações devem
ser medidas através de aparelhos como termômetros (temperatura) e higrômetros,
higrógrafos, psicrômetros e tiras de papéis especiais (umidade) (SPINELLI JUNIOR,
1997).
Na iluminação, é necessário controlar a incidência da luz natural e artificial, pois
se não for adequada poderá causar o escurecimento ou desbotamento do papel e das
tintas e rompimento das fibras de celulose, pois emitem um tipo de radiação
eletromagnética capaz de “fragilizar os materiais constitutivos dos documentos,
induzindo um processo de envelhecimento acelerado. Além da radiação visível, o
ultravioleta e o infravermelho são dois outros tipos de radiação eletromagnética nocivos
à conservação de acervos documentais”. (SPINELLI JUNIOR, 1997, p. 28). De acordo

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com Rodrigues (2007, p. 7): “Para evitar esse dano recomenda-se a utilização de filtros
nas lâmpadas e bloqueios aos raios solares com persianas e cortinas”.
A má ventilação favorece a proliferação de fungos, bactérias, insetos e outras
pragas. Os Insetos, os micro-organismos, roedores e o próprio ser humano são agentes
de deterioração que causa danos, muitas vezes irreparáveis. Segundo Rodrigues (2007,
p. 10):
São cinco os principais insetos que atacam os acervos, divididos em roedores
de superfície e roedores internos:
a) Insetos roedores de superfície atacam externamente os documentos,
baratas, traças e piolho de livros,
b) Insetos roedores internos de documentos, cupins e brocas.

Contudo o homem é o agente de deterioração que mais afeta o livro e/ou


documento, é necessário conscientização e o manuseio correto das obras. Para que essa
ação tenha menor impacto, Spinelli Junior (1997, p. 30-33) cita alguns cuidados e
procedimentos que qualquer pessoa precisa adotar e que poderiam ser adicionados com
destaque, como regras de toda biblioteca como: “Manter sempre as mãos limpas [...]
Não dobrar o papel (orelhas), pois ocasiona o rompimento das fibras [...] Nunca usar
fitas adesivas em virtude de composição química da cola [...] Nunca umedecer os dedos
com saliva ou qualquer tipo de líquido para virar as páginas de um livro [...] Evitar o
uso de grampos e clipes metálicos nos documentos [...] Não utilizar espanador e
produtos químicos para a limpeza do acervo e área física da biblioteca, use trincha em
local afastado das estantes. Para evitar a distribuição de poeira sobre os volumes, o piso
deverá ser limpo com pano úmido [...]”.
Nos desastres em bibliotecas, como no caso de inundações e incêndios
recomendam-se: manter os volumes fechados até que toda a sujidade seja retirada; não
expor os livros ao sol; instalar equipamentos de detecção de fumaça e realizar a sua
manutenção constante; Vistoriar constantemente os equipamentos de segurança e
proteção, assim como o espaço físico, dentre outros.
Quanto aos procedimentos de preservação, conservação e restauro das obras
Cassares (2000) fala que há maneiras de baixo custo que evita a deterioração e,
consequentemente, auxilia na preservação do acervo. Eles são:
• treinamento dos profissionais na área da conservação e preservação;
• atualização desses profissionais (a conservação é uma ciência em
desenvolvimento constante e a cada dia nova técnica, materiais e

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equipamentos surgem para facilitar e melhorar a conservação dos


documentos);
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa em níveis
aceitáveis.
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos
• adoção de política de higienização do ambiente e dos acervos;
• contato com profissionais experientes que possam assessorar em caso de
necessidade. (CASSARES, 2000, p. 23-24).

A higienização é o mais simples procedimento a ser feito, é somente demorado


pelo fato de que deve ser feito em todas as folhas, com a utilização de uma trincha
(aplicada em livros) ou pó de borracha (geralmente aplicada em documentos planos,
como gravuras, partituras e etc) (SPINELLI JUNIOR, 1997). As estantes, os armários, o
ambiente em geral deve estar arejado e limpo periodicamente.
A restauração tem como objetivo a preservação das obras, estabilizar ou reverter
os danos físicos ou químicos adquiridos ao logo do tempo. “Este tratamento destina-se,
objetivamente, a redispor e ordenar as partes que compõem uma obra encadernada, [...]
a execução de remendos, enxertos e consolidações que se façam necessários, ao resgate
estrutural destes, enquanto bens culturais.” (SPINELLI JUNIOR, 1997, p. 41).
Mársico (19--?) diz que restaurar é uma atividade cuja técnica é muito custosa,
que exigem ferramentas e materiais de custo elevado e um profissional especializado
para executar tal trabalho. Além de enfatizar que não adianta restaurar se não preservar,
o ambiente adequado influencia diretamente na vida útil do material, que com o devido
cuidado pode ser estendida, caso contrário, todo o trabalho terá sido em vão. Portanto é
indispensável “Preservar para não restaurar [...]” (MÁRSICO, 19--?).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A biblioteca é um local de aprendizagem, de aquisição de informações e
conhecimento, de interação, construção e desenvolvimento do ser humano, por isso é de
extrema valia manter seus acervos em condições adequadas para a utilização. Este
trabalho versa sobre a preservação, conservação e restauro das obras da Biblioteca
Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro. Foram observadas ações socioeducativas,
desenvolvidas durante as férias escolares, no decorrer do ano de 2022 e 2023.
O tema abordado surgiu devido à necessidade em conscientizar as crianças,
usuários e sociedade em geral sobre a significativa relevância sócia- histórica de uma
obra para gerações futuras. Com objetivos específicos: a conscientização das crianças e
usuários da Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro, incentivando e

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estimulando a preservarem o acervo, evitando a deterioração das obras assim como a


degradação do espaço. Reitera a importância da preservação e cuidados no manuseio e
conscientização do leitor desde a tenra idade, informando os procedimentos de
preservação, conservação e restauração necessários para que se prolongue a vida útil das
obras, cumprindo assim o seu papel.
Após a crise do Estado em 2016, por falta de verba do governo estadual para
manter os equipamentos, as quatros Bibliotecas Parque do Rio de Janeiro fecharam e os
mais de 150 funcionários em aviso-prévio.
Atualmente a Biblioteca Parque Estadual do Centro do Rio de Janeiro, conta
com uma equipe de profissionais bem reduzidas, necessita de mais investimentos;
manutenção dos equipamentos, do local, melhor acondicionamento das obras;
profissional e/ou empresa específica para a restauração das obras. O acervo infantil tem
aproximadamente 70 obras e o acervo adulto aproximadamente 1.000 obras aguardando
reparos e restauração.
Ao final, percebeu-se  que a Biblioteca Parque Infantil, apesar de grande
empenho dos profissionais e exercer um grande papel para a sociedade, a biblioteca luta
para exercer a sua função na área de preservação, conservação e restauração. E apesar
da demanda, muitos livros aguardam para serem restaurados, ratificando a importância
deste trabalho.

REFERÊNCIAS
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BALMAS, Eliane Lopes. Informação educativa e recursos educacionais. 56 f. Monografia


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https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://riotur.rio/que_fazer/8678/
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CASSARES, Norma Cianflone. Como fazer conservação preventiva em arquivos e


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http://www.arqsp.org.br/arquivos/oficinas_colecao_como_fazer/cf5.pdf . Acesso em: 06 de mar
de 2023.

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Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/54676. Acesso em: 09 de mar de
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FERREIRA, Maria Thaizza Rafaelly da Silva. A evolução do livro: do papiro ao ipad. 40 f.


Monografia (Graduação em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Rio Grande do
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ICOM- CC, Resolution adopted by the ICOM-CC membership at the 15thTriennial Conference,
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MÁRSICO, Maria Aparecida de Vries. Noções Básicas de Conservação de Livros e


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MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 3.ed. São
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MENDES, Marylka. et al (org.). Conservação: Conceitos e práticas. Tradução Vera L. Ribeiro.


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https://bibliotextos.files.wordpress.com/2012/12/curso-preservac3a7c3a3o-e-
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SPINELLI JUNIOR, Jayme. A conservação de acervos bibliográficos &


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VIEIRA, Letícia Ribeiro. Percurso e percalços do papel: uma história de evolução e


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ANEXO A - FOTOS DA BIBLIOTECA INFANTIL

Fonte: Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro

ANEXO B - FOTOS DAS REGRAS DA BIBLIOTECA INFANTIL

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Fonte: Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro

ANEXO C - PANFLETO DAS ATIVIDADES SOCIOCULTURAIS

Fonte: Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro

ANEXO D - ATIVIDADES DESENVOLVIDAS COM AS CRIANÇAS

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Fonte: Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro

ANEXO E - FOTOS DE UMA PARTE DA BILIOTECA INFANTIL QUE


NECESSITA DE MANUTENÇÃO E CUIDADOS

Fonte: Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro

ANEXO F- LIVROS DANIFICADOS

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Fonte: Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro

ANEXO G- ESTANTE COM LIVROS AGUARDANDO REPAROS E


RESTAURO (DURANTE O MÊS DE JANEIRO)

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Fonte: Biblioteca Parque Estadual Infantil do Rio de Janeiro

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