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Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC – SP)

Curso: Gestão de Turismo (Matutino)


Patrimônio Cultural aplicado ao Turismo – PCT
Professora: Maria Ângela Raus
Aluna: Leila de Castro dos Santos
Roteiro de estudos (16/06/2023)

1) Conpresp: Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico,


Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.
Deliberar sobre tombamentos de bens móveis e imóveis; definir área
envoltória destes bens, etc.
Data de Fundação: 12/1985 com instalação definitiva em 10/1988.
Esfera de ação: Municipal (Cidade de São Paulo).

Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/conpresp/

2) Condephaat:O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico


Arqueológico, Artístico e Turístico tem a função de proteger, valorizar e
divulgar o patrimônio cultural no Estado de São Paulo. Nessa categoria
se encaixam bens móveis, imóveis, edificações, monumentos, bairros,
núcleos históricos, áreas naturais, bens imateriais, dentre outros.
Data de Fundação: 22/10/1968.
Esfera: Estadual (Estado de São Paulo – SP).

Fonte: http://condephaat.sp.gov.br/o-condephaat-e-a-upph/

3) IPHAN: O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é


uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo que responde
pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao Iphan
proteger e promover os bens culturais do País, assegurando sua
permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras.
Data da Fundação: 13/01/1937
Esfera: Nacional (Brasil).

Fonte:
https://www.gov.br/iphan/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/apresentacao
4) UNESCO: A Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura é uma agência especializada das Nações
Unidas (ONU) com sede em Paris, com o objetivo de garantir a paz por
meio da cooperação intelectual entre as nações, acompanhando o
desenvolvimento mundial e auxiliando os Estados.
Data da Fundação: 04/11/1946.
(A Representação da UNESCO no Brasil foi estabelecida em 1964 e seu
Escritório, em Brasília, iniciou as atividades em 1972)
Esfera: Mundial (hoje são 193 países – na busca de soluções para os
problemas que desafiam nossas sociedades).

Fonte: http://portal.mec.gov.br/encceja-2/480-gabinete-do-ministro-
1578890832/assessoria-internacional-1377578466/20747-unesco

5) DPH: O Departamento do Patrimônio Histórico constituído pelo Centro


de Arqueologia e pelos Núcleos de Documentação e Pesquisa;
Valorização do Patrimônio; de Projeto, Restauro e Conservação; de
Monumentos e Obras Artísticas e pelo Núcleo de Identificação e
Tombamento tem por objetivo:

1. Fomentar a articulação entre modernização e preservação da


qualidade de vida para todos;

2. Reconhecer como patrimônio cultural a diversidade das experiências


da cidade;

3. Estimular a população para viver e participar do patrimônio cultural


como experiência coletiva.
Data da Fundação: 1975.

Esfera: Municipal (Cidade de São Paulo).


Fonte:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico/
index.php?p=332

6) Museu da Cidade: São atribuições próprias do Museu da Cidade de


São Paulo promover a reflexão contínua das dinâmicas de construção
da cidade física e simbólica, retratar sua diversidade cultural e registrar a
memória de sua população. Nessa perspectiva, para além do seu acervo
institucional (intramuros), a própria cidade deve ser tratada como acervo
operacional (extramuros). Enquanto o primeiro faz referência à cidade, o
segundo, mais rico e complexo, possibilita o entendimento da cidade a
partir de suas mais diferentes formas.

Data de Fundação:

Esfera: Municipal (Cidade de São Paulo).

Fonte: https://www.museudacidade.prefeitura.sp.gov.br/

7) Como a história se relaciona com o patrimônio?

Não existe tombamento, registro ou sequer reconhecimento patrimonial sem


o contexto histórico. Seja um patrimônio cultural, natural, artístico,
arqueológico, arquitetônico; seja material ou imaterial; a própria concepção
do que é patrimônio está intimamente ligada a heranças ancestrais: É o
legado de gerações de outrora para que a presente possa usufruir e tem o
dever de conservar para as próximas e futuras gerações. Logo, o patrimônio
reflete na atualidade sua própria temporalidade, ou melhor, sua
atemporalidade; visto que não é algo estático, tampouco inerte: ao
contrário: É vivo, pulsante e mola propulsora de transmissão de saberes e
concepções que muitas vezes só é possível através da manutenção
patrimonial. Somente através da história que um patrimônio pode ser
considerado como tal: É o contexto, sobretudo humano, no qual está
inserido e é impossível dissociar: Não existe história sem patrimônio assim
como não existe patrimônio sem história: O homem reflete a história de seu
tempo, assim como esse mesmo tempo também se vê absorvido pela
cultura que o cerca, seja material ou imaterialmente, excedendo as
concretudes paisagísticas.

8) Definição de historiografia:

“É a reflexão sobre a produção e a escrita da história (...) é a forma de


analisar os mecanismos que envolvem a produção do discurso dos
historiadores, percebendo esses discursos em relação ao tempo e a
sociedade em que cada historiador está inserido.”
(Fonte: Dicionário de Conceitos Históricos. Kalina Vanderlei Silva e Maciel
Henrique Silva).

9) Definição de história oral:

“A história oral esteve marcadamente envolvida com as questões da


memória humana, tanto coletiva quanto individual. E, nesse sentido,
passou a ser um relevante meio de valorização das identidades de
grupos sem escrita, por meio da coleta de seus depoimentos e análise
de sua memória, de sua versão de mundo e dos acontecimentos.”

(Fonte: Dicionário de Conceitos Históricos. Kalina Vanderlei Silva e Maciel


Henrique Silva).

10) Definição de memória:

“Segundo Jacque Le Goff, a memória é a propriedade de conservar


certas informações, propriedade que se refere a um conjunto de funções
psíquicas que permite ao indivíduo atualizar impressões ou informações
passadas, ou reinterpretadas como passadas.”

(Fonte: Dicionário de Conceitos Históricos. Kalina Vanderlei Silva e Maciel


Henrique Silva).

11) Definição de tradição:

“Elementos culturais presentes nos costumes, nas Artes, nos fazeres


que são herança do passado. Em sua definição mais simples, tradição é
um produto do passado que continua a ser aceito e atuante no
presente.”

(Fonte: Dicionário de Conceitos Históricos. Kalina Vanderlei Silva e Maciel


Henrique Silva).

12) Como foi mudando historicamente a idéia de cultura?

“No final do século XIII o termo cultura era comumente utilizado para
designar parcela de terra cultivada; no início do século XVI ação de
cultivar a terra; no século XVIII cultura do espírito, das artes, das letras,
das ciências.” (Cuche 2022). Em suma, contribuições humanísticas
foram incorporando concepções culturais influenciadas por movimentos
como o renascimento e o iluminismo. Atualmente o ser humano e seus
aspectos culturais são indissociáveis.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

13) Existe hierarquia entre as culturas?

Não. Nenhuma cultura pode ser considerada “superior” ou “inferior” a


outra dentro de uma escala hierárquica. Logo, cada cultura possui suas
especificidades, sendo inconcebível qualquer método de “comparação”
ou distinção em detrimento as demais culturas existentes.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

14) Diferença entre cultura erudita e popular.

“A cultura erudita está associada ao refinamento pessoal,


conhecimentos dominantes na Europa (classes dominantes). A cultura
popular é pensada a partir da erudita, logo, seriam conhecimentos da
maior parte da população, supostamente inferior, atrasado, superado.” O
eurocentrismo (disseminado, sobretudo a partir das grandes navegações
do século VXI) fomentou essas suposições e até os dias atuais esses
equívocos são comumente cometidos.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

15) Relação sociedades de massa e indústria cultural.

Transmitir mensagens para grande número de pessoas com o intuito do


controle das massas acaba por ocasionar o uso massivo da imprensa,
assim como a veiculação de mensagens em alta velocidade e mudanças
(também) bruscamente rápidas. Logo, a própria massificação das
sociedades é também moldada pela indústria cultural. Na atualidade
ambos os termos são indissociáveis.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.
16) Decreto Lei nº 25 de novembro de 1937 (Relação com patrimônio
histórico).

“O decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que entre outras


medidas institui o instrumento do tombamento, define em seu artigo 1º o
conceito de patrimônio histórico e artístico nacional: constitui o
patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e
imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público,
quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer
por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico” (IPHAN).

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

17) Artigo 216 da Constituição Federal (Relação com patrimônio


cultural).

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza


material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as
formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as
criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos,
documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de
valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico. § 1º O Poder Público, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação,
e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2º Cabem à
administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos
dela necessitem. § 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
conhecimento de bens e valores culturais. § 4º Os danos e ameaças ao
patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. § 5º Ficam tombados
todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas
dos antigos quilombos.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

18) Patrimônio cultural e dependência do contexto histórico.

As revoluções, as guerras, as correntes filosóficas e a estrutura política


dos países (entre outros fatores) são indispensáveis na análise,
preservação e difusão dos Patrimônios culturais. Como dito na questão
7: História e Patrimônio são indissociáveis. Além disso, a cultura só é
pode ser adquirida dentro de uma dada sociedade; sociedade essa que
possui trajetória, atualidade e projeções. Tanto em esfera mundial, como
em esfera nacional o contexto histórico e seus respectivos patrimônios
culturais são produto, e são produzidos, pela própria sociedade que os
compõem; no âmago de seu contexto histórico e todas suas
particularidades.

19) O que é tombamento?

“O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público


com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação
específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e
também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser
destruídos ou descaracterizados” (IPHAN).

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

20) O que é registro?

“O registro é um instrumento legal de preservação, reconhecimento e


valorização do patrimônio imaterial do Brasil, composto por bens que
contribuíram para a formação da sociedade brasileira” (IPHAN).

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

21) Definição de patrimônio cultural material.


Artigo 1º Para fins da presente Convenção são considerados como
patrimônio cultural:

- Os monumentos: obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura


monumentais, elementos de estruturas de caráter arqueológico,
inscrições, grutas e grupos de elementos com Valor Universal
excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência;

- Os conjuntos: grupos de construções isolados ou reunidos que, em


virtude da sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem, têm
Valor Universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da
ciência;

- Os sítios: obras do homem, ou obras conjugadas do homem e da


natureza, e as zonas, incluindo os sítios arqueológicos, com um Valor
Universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou
antropológico.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

22) Definição de patrimônio cultural imaterial.

Artigo 2º definições:

1. O "patrimônio cultural imaterial" significa as práticas, representações,


expressões, conhecimentos, habilidades - bem como os instrumentos,
objetos, artefatos e espaços culturais associados a eles - que
comunidades, grupos e, em alguns casos, indivíduos reconhecem como
parte de seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial,
transmitido de geração em geração, é constantemente recriado por
comunidades e grupos em resposta ao seu meio ambiente, sua
interação com a natureza e sua história, e lhes proporciona um sentido
de identidade e continuidade, promovendo assim o respeito pela
diversidade cultural e criatividade humana. Para os fins desta
Convenção, será dada consideração exclusivamente ao patrimônio
cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos
internacionais de direitos humanos existentes.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

23) Definição de patrimônio natural:


Artigo 2º Para fins da presente Convenção serão considerados como
patrimônio natural:

- Os monumentos naturais constituídos por formações físicas e


biológicas ou por grupos de tais formações com Valor Universal
excepcional do ponto de vista estético ou científico;

- as formações geológicas e fisiográficas e as zonas estritamente


delimitadas que constituem habitat de espécies animais e vegetais
ameaçadas, com Valor Universal excepcional do ponto de vista da
ciência ou da conservação;

- os sítios naturais ou zonas naturais estritamente delimitadas, com


Valor Universal excepcional do ponto de vista da ciência, conservação
ou beleza natural.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

24) Definição de patrimônio misto:

“II. Definição de patrimônio Mundial patrimônio cultural e natural

45. O patrimônio cultural e o patrimônio natural estão definidos nos


artigos 1o e 2o da Convenção do patrimônio Mundial.

46. Os bens devem ser considerados como «patrimônio misto cultural e


natural» se eles respondem a uma parte ou à totalidade das definições
de patrimônio cultural e natural que constam dos artigos 1o e 2o da
Convenção.

Referência: Raus, Maria Ângela. Slide da aula de Patrimônio cultural aplicado


ao turismo – PCT utilizado no curso de Gestão de turismo na Fatec São Paulo.

25) Como se inscreve um bem a lista do Patrimônio Mundial da


Unesco?

“Os critérios de seleção são revisados regularmente pelo Comitê do


Patrimônio Mundial, que se reúne uma vez por ano e é composto por
representantes de 21 Estados- Partes da Convenção eleitos por sua
Assembleia Geral. O Comitê é o órgão incumbido da implementação da
Convenção e pode determinar o uso do Fundo do Patrimônio Mundial e
alocar assistência financeira a pedido dos Estados-Partes. Também
cabe a ele decidir se um sítio é aceito para inscrição na Lista do
Patrimônio Mundial; examinar os relatórios sobre o estado de
conservação dos sítios inscritos e solicitar aos Estados-Partes que
tomem medidas quando os sítios não estiverem sendo adequadamente
administrados; determinar a inclusão de sítios na Lista do Patrimônio
Mundial em Perigo ou mesmo a remoção deles da lista.”

Fonte: https://www.conjur.com.br/2022-mar-05/ambiente-juridico-convencao-
patrimonio-mundial-cultural-natural-completa-50-anos

26) Governo de Getúlio Vargas e o início das políticas públicas para


cultura no Brasil.

“Durante o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) foram


implementadas o que se pode chamar de primeiras políticas públicas de
cultura no Brasil. Nesse período, foi tomada uma série de medidas,
objetivando fornecer uma maior institucionalidade para o setor cultural.
O exemplo mais clássico dessa ação está na área de preservação do
patrimônio material quando em 1937, foi criado o Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Desde a década de 1920, os
intelectuais modernistas vinham realizando uma forte campanha em
favor da preservação das cidades históricas, em especial daquelas
pertencentes ao ciclo do ouro em Minas Gerais. Outras iniciativas
federais do período são a criação do Instituto Nacional de Cinema
Educativo (INCE) e do Instituto Nacional do Livro (INL). Em julho de
1938 foi criado o primeiro Conselho Nacional de Cultura, composto por
sete membros.”

Fonte: Calabre, Lia. Políticas culturais no Brasil: Balanço e perspectivas. III


ENECULT - UFBA, Salvador (BA): 2007.

27) Do que trata a Lei Sarney (Lei 7.505/86).

Na tentativa de criar novas fontes de recursos para a impulsionar o


campo de produção artístico-cultural foi promulgada a primeira lei de
incentivos fiscais para a cultura. A Lei n° 7.505, de 02 de junho de 1986,
que ficou conhecida como Lei Sarney. O objetivo era o de buscar
superar as dificuldades financeiras que o campo da administração
pública federal da cultura sempre enfrentou. O orçamento ficava em
grande parte comprometido com a administração do Ministério e de
seus órgãos vinculados. A criação do novo Ministério acabou por
significar um menor aporte de recursos financeiros para a área.
Diferentemente da educação a cultura não conseguiu criar um fundo
que não sofresse cortes orçamentários.

Fonte: Calabre, Lia. Políticas culturais no Brasil: Balanço e perspectivas. III


ENECULT - UFBA, Salvador (BA): 2007.

28) Do que trata a Lei Rouanet (Lei Federal de Incentivo à cultura nº


8313/91).

“Em 23 de dezembro de 1991, foi promulgada a Lei° 8.313, que


instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura. A nova lei, que ficou
conhecida como Lei Rouanet, era um aprimoramento da Lei Sarney e
começou, lentamente, a injetar novos recursos financeiros no setor
através do mecanismo de renúncia fiscal.
A gestão do Ministro Francisco Weffort, sob a presidência de
Fernando Henrique Cardoso, foi o momento da consagração desse
novo modelo que transferiu para a iniciativa privada, através da lei de
incentivo, o poder de decisão sobre o que deveria ou não receber
recursos públicos incentivados. Ao longo da gestão Weffort, a Lei
Rouanet se tornou um importante instrumento de marketing cultural das
empresas patrocinadoras. A Lei foi sofrendo algumas alterações que
foram subvertendo o projeto inicial de conseguir a parceira da iniciativa
privada em investimentos na área da cultura. As alterações ampliaram
um mecanismo de exceção, o do abatimento de 100% do capital
investido pelo patrocinador. Em síntese isso significa que o capital
investido pela empresa, que gera um retorno de marketing, é todo
constituído por dinheiro público, aquele que seria pago de impostos. O
resultado final é o da aplicação de recursos que eram públicos a partir
de uma lógica do investidor do setor privado. Esta passou a ser a
política cultural do Ministério na gestão Weffort.
O resultado de todo esse processo foi o de uma enorme
concentração na aplicação dos recursos. Um pequeno grupo de
produtores e artistas renomados são os que mais conseguem obter
patrocínio. Por outro lado grande parte desse patrocínio se mantém
concentrado nas capitais da região sudeste. As áreas que fornecem aos
seus patrocinadores pouco retorno de marketing são preteridas, criando
também um processo de investimento desigual entre as diversas áreas
artístico-culturais, mesmo nos grandes centros urbanos. Essa foi a
conjuntura herdada pelo Ministro Gilberto Gil, no governo do Presidente
Lula.”

Fonte: Calabre, Lia. Políticas culturais no Brasil: Balanço e perspectivas. III


ENECULT - UFBA, Salvador (BA): 2007.

29) O que é destombamento? Quem pode realizar?

“O destombamento ocorre, geralmente, a partir de dois atos


administrativos: o primeiro, quando o próprio órgão que tombou cancela
o processo de tombamento e o próprio exclui o bem cultural no Livro do
Tombo, por diversos interesses, como pressão do proprietário contra o
ato de proteção oficial, devido a possibilidade de venda do imóvel ou
para “modernizar” uma cidade como, por exemplo, o Rio de Janeiro
(ZANIRATO, 2011) e, para finalizar, publica-se no Diário Oficial do
Estado, Município ou União. No outro caso, o Poder Judiciário cancela a
Resolução de Tombamento, mesmo sem o consentimento do órgão
responsável pela proteção oficial e dos proprietários (...).”

Referência: Nascimento, Rodrigo Modesto. Destombamento do Patrimônio:


Reflexões sobre um tema polêmico. Unifal, Alfenas (MG): 2015.

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