Você está na página 1de 217

1

2
3
4
5
Prólogo
Eu nunca esperei engravidar aos dezessete anos e ter uma
filha aos dezoito anos.

Quando você é jovem, você tem essa vida perfeita em sua


cabeça, e eu pensei que já havia encontrado ‘a pessoa’ e seria feliz
para sempre. Mas o cara que me engravidou não era o homem que
eu pensava que ele era.

Adeline entrou na minha vida quando eu mais precisei dela.


Eu estava perdida e tão confusa sobre o que fazer com a minha
vida, mas eu sabia que queria um novo começo. Eu queria que
minha filha vivesse em um mundo diferente daquele em que eu
cresci.

Na idade de vinte e um anos, eu estava lutando muito para


sustentar a mim e a minha filha. Minha mãe me expulsou de casa
quando descobriu que eu estava grávida e meu namorado não me
queria. Ele se sentiu obrigado a ajudar, então me alugou um
apartamento de um quarto e pagou apenas um mês de aluguel.
Essa foi a primeira e única vez que ele me ajudou a fazer qualquer
coisa.

Trabalhei em três empregos e consegui economizar dinheiro


suficiente para viver por um tempo depois que Gabby nasceu,
então eu fui para a escola para me tornar uma maquiadora. Mas
agora, devido ao alto custo de vida no Havaí, eu estava lutando
mais do que nunca e eu queria um novo começo em algum lugar
novo. Foi quando eu conheci Adeline, que me deu força para sair e
ser eu mesma novamente. Ela também me deu esperança de que eu

6
não estaria completamente sozinha, então não foi tão assustador.
Quem sabia que fazer a maquiagem de uma pessoa mudaria
completamente minha vida?

7
Capítulo Um
Bailey

Quando saímos do avião, Smiley nos ajuda com nossas coisas.


Estamos desembarcando de um jato particular, imagine, o que me
afeta completamente. Eu ajudo Gabby a descer as escadas. Está
meio adormecida e tem dificuldade em se equilibrar em suas
perninhas, já que dormiu durante toda a viagem de avião e levei
um tempo para acordá-la. O sono dela é realmente pesado.

Nós atravessamos o lote para dois SUVs estacionados. Um


homem grande, tão alto quanto Smiley, está conversando com
Smiley e Adeline. Eles olham para mim e o cara se vira. Seus olhos
se arregalam quando ele me vê, então é como se ele tropeçasse no
ar precisando agarrar o lado do SUV para se impedir de bater no
chão.

Hmm, isso foi estranho. Eu olho para minha filha, que está
sorrindo como se fosse a coisa mais comum do mundo. —Eu acho
que você é minha carona? — Pergunto ao cara. Meu rosto está
queimando e eu sei que é porque está vermelho.

Ele limpa a garganta. —Sim. — Ele abre a porta e vejo um


assento infantil amarrado no banco de trás.

—Oh, obrigada pelo assento!

Ele cora diante dos meus olhos. O homem mais lindo que eu já
vi na minha vida está corando com o meu elogio. Ele balança a

8
cabeça como se estivesse tentando clarear seus pensamentos e se
inclina ao nível de Gabby. —Posso ajudá-la em seu assento,
boneca? — Ele sorri para ela e ela retorna. Ela vai direto para ele, e
ele a leva para o SUV a apertando como um profissional. Ele abre a
porta do passageiro para mim, o que me choca completamente por
algum motivo.

Olho para trás para Gabby, que ainda está segurando a boneca
que Adeline lhe deu. Infelizmente, Gabby não teve o privilégio de
ter muitas pessoas em sua vida além de mim e da babá. O pai dela,
com certeza, não participou de sua vida, e minha mãe nem mesmo
admite que ela teve uma filha. Minha mãe pensa somente sobre sua
imagem pública, e se alguém impede que, mesmo um pouco, eles
sejam afastados e esquecidos.

Em vez de ficar com vergonha, minha mãe deveria ter me


protegido. O cara que me engravidou quando eu tinha dezessete,
tinha trinta e cinco anos e eu nem sabia disso. Estou enojada por
ele ser muito mais velho e, de certo modo, me sinto tola porque fui
tocada por ele. Ele me disse tudo o que eu queria ouvir e me
manipulava.

A porta do motorista se abre e meu piloto entra. Eu sou


atingida por seu cheiro quente e amadeirado que é todo masculino
e o faz dez vezes mais sexy aos meus olhos. Ele é um homem muito
atraente. Seu cabelo é curto e a parte superior tem gel e foi
penteado ligeiramente para o lado. Seu corpo, pelo que vejo, é uma
obra de arte. É grande e musculoso e seus braços musculosos são
tatuados até os pulsos. Eu limpo minha garganta e ele olha para
mim sorrindo levemente. Oh garoto, ele é um assassino de
mulheres com certeza.

9
—Mamãe, posso ter um milk-shake? — Gabby está segurando
sua boneca e olhando ao redor do SUV. Não tenho certeza do que
dizer. Eu não tenho meu próprio veículo.

—Claro, querida., — diz Travis, surpreendendo-me.

—Você não precisa. — Eu não quero que ele se sinta obrigado


a fazer isso.

Ele sacode a cabeça, sorrindo. —Não é nada, a princesa está


querendo um milk-shake e batatas fritas? — Ele pisca para ela.

Ela ri. —Acertou. —

Eu ri. Minha filha é um anjinho. Entrou na minha vida quando


eu mais precisei dela, sendo que eu me sentia tão sozinha neste
mundo. Ela me deu algo para me ajudar, e eu queria me aperfeiçoar
- para ela. Ela é meu mundo inteiro. —Como se diz, baby? — Eu
digo a ela.

—Obrigada., — ela diz em sua voz fofinha de bebê.

Ele ri. —De nada, querida. O que a mamãe quer? — Ele olha
para mim pelo canto do olho.

Eu mordo meu lábio para me impedir de gemer ao ouvi-lo me


chamar de mamãe. Eu não sei porque, mas isso me afetou um
pouco. Meu estômago está se revirando. —Hmm. — Eu pressiono
minha mão contra o meu rosto. —Eu acho que um cheeseburger
duplo com tudo o que vem nele, algumas batatas fritas e um shake
de chocolate. — Minha boca se enche de água; a viagem de avião
era longa, e eu estou precisando urgentemente de alguma comida
gordurosa, não boa para mim.

10
—Uma mulher com meus gostos. — Ele não pode dizer isso a
uma mulher. Ela pode nunca mais ser a mesma depois disso.
Inferno, eu não acho que serei a mesma depois de estar em sua
presença.

—Eu já posso ver que aqui é muito diferente do Havaí. — Eu


olho para os edifícios e as pessoas nas ruas, acenando para nós
quando passamos.

—Aposto que foi legal morar no Havaí. —

Ele está certo. O Havaí é lindo, mas não era minha casa. O lar
não é uma cela virtual que trouxe anos de estresse e agravamento.
—Estar tão perto da praia era bom. —

Ele para no estacionamento do restaurante. Parece que saiu


diretamente do filme Grease, que eu já vi tantas vezes. —Que fofo,
— digo e ele sorri saindo do SUV.

Abençoe meu coração, ele é tão bonito que deveria ser um


crime. Inferno, deveria pelo menos ter uma etiqueta de aviso para
que possamos nos preparar. A maioria dos caras que vi em torno
de Adeline são maravilhosos. O homem dela, Smiley, é uma raposa
prateada e é um pecado direto de se olhar. Uma coisa é certa: ele
está muito apaixonado por ela. A maneira como ele olha para ela é
algo saído de um livro. Espero que um dia eu tenha um pouco
disso. Como seria estar apaixonado por alguém e ser amado de
volta?

Eu sei de uma coisa: eu não vou me contentar a menos que eu


tenha o que Adeline e Smiley têm. Não seria justo comigo mesma.

11
Eu tive uma merda de tempo suficiente, e eu não preciso de outro
homem como o meu ex.

Eu quero que Gabby tenha uma figura paterna em sua vida,


alguém para admirar, mas eu posso ser mãe e pai dela. Eu fiz isso
desde o momento em que ela nasceu.

Eu a tive sozinha, embora as enfermeiras do hospital me


impedissem de me sentir sozinha. Minha mãe nem ligou para mim,
e meu ex só apareceu para assinar a certidão de nascimento. Então
Gabby veio, e eu sabia que nunca estaria sozinha novamente.

Eu queria que meu ex não tivesse aparecido de jeito nenhum.


Ele só veio para me torturar. Ele levava comida para si e comia na
minha casa, quando sabia que eu não comia há dois dias. O Havaí
não era barato e as necessidades de Gabby sempre vinham
primeiro. Fiz tudo completamente sozinha, e sou muito orgulhosa
de mim mesma. Não importa o quanto custasse, eu acordava todas
as manhãs e fazia o que podia para cuidar da minha filha.

No estacionamento do restaurante, eu abro a porta e saio


antes de ficar muito perdida em meus pensamentos. Travis me
surpreende novamente soltando Gabby de sua cadeira e ajudando-
a a sair.

—Obrigada. — Ela sorri para ele e pega minha mão.

—Obrigada, — eu digo. —Você não precisa me ajudar. Você


sabe disso, certo? —

Ele sacode a cabeça. —É um hábito. Há muitas crianças no MC,


e queremos facilitar para as mulheres quando estamos por perto.

12
— Ele pisca enquanto passa por mim. Eu seguro meu peito. Oh
garoto.

—Posso segurar a mão dele? — Gabby pergunta.

Espere, o que? Ela nunca pediu para fazer algo assim antes. Eu
olho para Travis.

—Qualquer coisa que a princesa queira. —

Sim. O mundo precisa que mais homens nasçam igual a ele,


então eu posso ter um para mim. Gabby sacode minha mão e
agarra a dele. Sua mão engole a dela e é tão fofa. Ela é tão pequena
comparada a ele. Eu lambo meus lábios. Não há nada mais sexy do
que ver um homem ser tão querido para uma criança.

Travis

Porra, estou com muito problema. No momento em que a vi


sair do avião e caminhar em minha direção, quase caí de bunda.

Bailey é fodidamente pequena, mas de outro mundo. Seu


cabelo castanho escuro fluindo ao redor dela. Seus grandes olhos, o
jeito que eles chamavam minha atenção e olhavam direto para a
porra da minha alma. Então eu vi que ela tem uma filha. Cacete, ela
é a imagem de sua mãe. A mãe é um amor e sua filhinha já está
roubando meu coração. É estranho que eu saiba que ela vai ser
minha? Eu nunca entendi do que meus irmãos falavam até que eu a
vi. Eu apenas sabia.

Nós nos sentamos e eu dou os menus a Bailey e Gabby.

—Eu não preciso disso, eu quero algumas panquecas. —


Gabby levanta a mão. Eu rio porque ela parece tão crescida.

13
Bailey cora. —Não seja rude, baby.

—Eu não estava sendo rude e sim falando meus pensamentos.


Eu rio novamente. —Ela está certa, mamãe. — Seu rosto fica


vermelho. Oh sim. Eu vou amar cada maldito minuto de persegui-la
e capturar tudo dela. Eu quero ver até onde vai esse pudor. E a filha
dela é tão fofa; uma mini versão de sua mãe.

—Eu acho que gosto daqui. — Gabby olha pela janela para o
tráfego.

—Estou feliz, meu amor. — Bailey alisa o cabelo dela. Ela é


uma boa mãe, posso dizer pelo jeito que ela olha para sua filha
como o mundo começa e termina com ela.

A garçonete se aproxima e falamos a ela nossos pedidos.

—Jogo no seu celular?, — Gabby pergunta à mãe dela.

—Eu sinto muito, baby, meu telefone está sem bateria. —

Eu enfio a mão no bolso e pego meu telefone. —Aqui, você


pode brincar com o meu. — Seus olhos se iluminam e ela desliza
por baixo da mesa. Ela olha para mim e eu toco o topo de sua
cabeça para que ela não bata na mesa. Ela sobe no assento comigo
e alcança suas pequenas mãos para o meu telefone. Clico no Netflix
Kids. Olho para Bailey para ter certeza de que ela está bem com
tudo, e ela está sorrindo.

—Você acabou de fazer uma melhor amiga para a vida. Você


sabe, ela sempre foi cautelosa com os rapazes, mas com você
parece que não é. Bem, isso parece incrível. —

14
Nossa comida chega alguns minutos depois. Eu pego o prato
de Gabby e imediatamente começo a cortar as panquecas para ela.

—Você não precisa fazer isso, eu posso fazer, — diz Bailey.

Balanço minha cabeça. —Descanse. Você teve uma longa


viagem e sei que está exausta. — Ela realmente parece cansada. A
viagem do Havaí foi longa, e eu sei que ela está mentalmente
esgotada por ter que mudar sua vida.

—Obrigada, Travis. — Ela sorri e dá uma grande mordida em


seu hambúrguer. Eu amo uma mulher com um apetite,
especialmente uma que se parece com ela.

Eu ajudo Gabby com sua comida, ela está sentada de joelhos


para poder alcançar a mesa. Ela está curtindo isso. Eu pego meu
próprio hambúrguer e como.

—Ahh! Minhas mãos. — Gabby colocou as mãos no prato, que


agora está coberto de xarope de panqueca.

—Gabby. — Bailey ri e pega um pacote de lenços de bebê de


sua bolsa. Pego os lenços dela. Gabby ri quando seus dedos
começam a ficar juntos.

—Deixe-me ver suas mãos, anjo. — Ela os empurra em minha


direção, ainda rindo. Eu limpo as mãos dela.

—Você é bom com as crianças, — diz Bailey.

—Meu primo Wilder tem um bebezinho, e todos nós nos


ajudamos. Esses pequenos humanos são as coisas mais
importantes em nossas vidas. —

15
—Todos vocês são como uma família enorme, não é? —

Eu concordo. —Sim, alguns de nós podem não ser de sangue,


mas somos uma família. Família não significa sangue, são as
pessoas de quem você é próximo. —

Ela sorri. —Eu amo isso. É assim que deve ser. —

Eu não sei o que dizer a ela, então eu aceno. Smiley me disse


que ela não tem família. Montamos uma de nossas casas de aluguel
para Bailey, é na verdade ao lado da minha. Desde que ela é nova
na cidade, pensamos que ela se sentiria melhor se ela estiver perto
de pessoas que ela conhece. É por isso que a peguei hoje. Gabby se
acomoda em seu assento, boceja e coloca a cabeça no meu bíceps,
fechando os olhos.

Bailey

Ok, eu não consigo entender o quão confortável Gabby está


perto de Travis desde o momento em que ela o conheceu. Isso
nunca aconteceu antes.

Ela sempre foi cautelosa com os homens, já que o único que


ela conhece é o pai dela, e ele não tem estado por perto com
frequência. Ela geralmente está colada ao meu quadril, mas agora
ela está deitada contra o braço de Travis com os olhos fechados,
tentando dormir. Isso é selvagem. Travis não se incomoda com isso
tudo, é tão natural para ele. Estou acostumada a fazer tudo por ela,
mas ele cortou a comida e limpou as suas mãos sem pensar.

Travis me tira dos meus pensamentos. —Eu acho que você vai
gostar da sua nova casa, está completamente remodelado.

16
—Obrigada a vocês por me encontrarem um lugar. Tornou a
mudança tão fácil.

Ele sorri para mim. —Não é nada. — Ele está dando de


ombros, mas é algo. Não são muitas as pessoas que se esforçam
para fazer algo assim.

—Eu tenho que encontrar um emprego. Essa é a primeira


coisa que devo fazer. —

Ele coloca seu hambúrguer para baixo. —Oh sim, nós


possuímos um salão, e você tem um trabalho lá, se você quiser. Nós
estávamos querendo expandir. —

O que, diabo? Essas pessoas são mesmo reais? —Isso seria


incrível. — Eu tenho que admitir que uma grande parte de mim
quer recusar, porque eu quero fazer isso sozinha, mas para apoiar
minha filha eu farei o que for preciso. Ela está dormindo, deitada
contra o braço dele como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Quando a conta vem, eu a alcanço, mas ela é arrancada de mim
antes que eu possa tocá-la. —Eu posso pagar o meu e o da Gabby.
— Mexo os dedos para ele me dar a conta.

Ele ri. —Deixa comigo. —

—Você não tem que fazer isso, eu entendi. Confie em mim. —


Eu começo a ficar de pé e a puxo para longe dele, mas a garçonete
aparece e ele entrega seu cartão de crédito. Mesmo? Eu me sento
no meu lugar com os braços no peito. Eu estou meio chateada, não
vou mentir. Eu posso cuidar de mim e da minha filha.

17
—Bailey, eu sinto muito se eu te deixei chateada. Deixe-me
fazer algo de bom para você. Eu não acho que você teve muitas
coisas boas acontecendo. —

Bem, ele tocou no ponto. Minha garganta secou. Eu não


experimentei bondade assim em tão longo tempo. Sim, é apenas
comida, mas essa merda significa muito. —Obrigada, Travis. —
Minha voz é mais suave que o normal.

Seu rosto suaviza e ele sorri para mim. —De nada. — A


garçonete volta com a nota e nos levantamos para sair. Gabby
ainda está dormindo. —Quer que eu a carregue para fora?, —
Travis pergunta.

Eu hesito antes de concordar. Será muito mais fácil para ele


carregá-la do que para eu acordá-la. Nós saímos do restaurante. Sei
que voltarei porque amei o ambiente.

Gabby está deitada em seu ombro e eu tenho que admitir que


o homem nunca me pareceu melhor. Desde que tive minha filha,
ver um cara com uma criança pequena faz meus ovários quererem
explodir. Não há nada melhor que um homem cuidando de uma
criança. Você consegue ver seu lado mais suave, algo que os
homens não mostram muito às pessoas.

Se os homens apenas vissem que todas as mulheres foram


garotinhas. Não consigo nem imaginar minha filha conhecendo um
cara como seu pai e sendo tratada do jeito que eu era. Levou muito
tempo para eu crescer uma casca grossa o suficiente para ignorar
tudo. Sem dormir por semanas, meu ex aparecendo e dizendo que
eu parecia uma merda e estava agradecido por só ter tido que

18
dormir comigo um punhado de vezes. Essa merda fode com sua
cabeça, isso é certo.

Eu quero que minha filha experimente um amor que só


acontece nos livros. Quero botar em seu cérebro que ela nunca
aceitará menos do que o melhor para si mesma. Quero que ela seja
independente e nunca, nunca precise confiar em alguém para
cuidar dela. Que nunca saiba o que é ficar sem comer por alguns
dias, viver de macarrão instantâneo, ou beber caldo de galinha
para encher seu estômago um pouco.

Uma coisa que me deixa feliz é que ela nunca passou


necessidade de algo, nunca foi tocada por toda essa merda. Tenho
orgulho disso. Ela sempre terá alguém para apoiá-la, ajudá-la em
todos os seus problemas e forçá-la a ser a melhor que puder. Minha
vida é dela.

—O que você está pensando tanto? — Eu sacudo e olho para


Travis, que está olhando para mim.

—Nada. — Eu sacudo minha cabeça. Não há como eu contar a


ele todos os meus pensamentos. Ele olha para mim por algumas
vezes antes de abrir a porta de trás e colocar meu bebê na
cadeirinha. Seus olhos se abrem por uma fração de segundo antes
de dormir novamente. Eu ri. —Ela dormiu na viagem de avião, mas
eu acho que ela ainda está cansada. — Eu não sei o que é não estar
cansado, então eu acho que isso não está me perturbando.

—Jet lag, — diz Travis. —Deixe-me levar vocês para casa para
que você possa descansar. —

19
—Isso soa incrível. — Eu entro no SUV, pensando em um
banho quente e uma cama quente.

Espere, como vou me locomover? Porra, eu nunca pensei


sobre isso.

Travis liga o rádio em uma estação de música country. A


música country é minha fraqueza - com certeza. Eu conheço todas
as músicas possíveis. Quando você não pode comprar uma TV, você
usa a próxima melhor coisa e ouve música.

Alguns minutos depois, saímos em uma estrada lateral, então


chegamos a um portão. —O que é este lugar? —

—Nós possuímos um condomínio fechado. —

O MC possui um condomínio fechado? —Espere, eu vou ficar


aqui? — Pergunto-lhe.

Ele não diz uma palavra, apenas atravessa o portão. Vejo casas
enormes longe o suficiente para fornecer muita privacidade. Ele
para e depois entra na garagem. —Essa é a sua casa. — Ele aponta
para a casa e depois aponta para uma ao lado. —Essa é minha. —

Eu cubro minha boca com minhas mãos. Isso é realmente meu?


—Não, é demais. Não tenho certeza se posso pagar por isso. —

—Não se preocupe com o aluguel. É coberto pelo MC e você


viverá aqui pelo tempo que quiser. Para sempre, se você precisar.

—Mas eu não entendo…. Por qual motivo? — Isso não é uma


coisa normal que as pessoas fazem.

20
—Querida, nós sabemos o que é lutar. Se pudermos facilitar a
vida de alguém, nós o faremos. Adeline, a mãe do MC, tomou você
sob sua asa, então isso faz de você uma família. Você vai se
acostumar com isso. —

Ele sai do veículo e eu olho para ele pela janela. Perguntas


continuam passando pela minha cabeça. Isto é real?

Gabby acorda quando Travis abre a minha porta. Quando saio


do SUV, ele a ajuda e pega minha mão. Travis abre a traseira do
veículo pegando nossas malas. Abro a boca para dizer que posso
fazer isso, mas ele balança a cabeça, sabendo exatamente o que eu
ia dizer.

Rio e o deixo andar na nossa frente, carregando nossas


enormes malas - tive que empurrá-las escada abaixo para levá-las
ao carro. Seus músculos estão inchados e minha boca seca como
ele parece sexy. Ele coloca as malas na varanda, coloca a mão
dentro do bolso e me entrega um conjunto de chaves. —Estas são
suas. —

Eu lentamente chego e as tiro dele. —Obrigada, Travis., — eu


sussurro e destranco a porta.

Gabby e eu entramos. Travis entra atrás de nós e aperta os


botões para desarmar o sistema de alarme. —Eu vou te passar os
números do alarme depois. —

Uma enorme tela plana está pendurada na parede da sala de


estar e há um sofá branco no canto da sala. Um vaso cheio de lírios
fica sobre a mesa de café que é dourada com uma superfície de

21
vidro. O quarto é lindamente decorado em ouro e branco. Eu amo
isso.

Nós entramos na cozinha que parece completamente refeita e


todos os aparelhos são novos. O bar no meio da sala é de mármore
branco com detalhes dourados. Gabby solta a minha mão e abre a
geladeira que está totalmente abastecida. Ela pega um suco e abre,
completamente confortável aqui.

Me inclino contra o balcão, olhando para tudo. É difícil


acreditar que é onde eu vou viver. Eu morava em um apartamento
de um quarto em uma parte horrível da cidade, indo dormir todas
as noites com medo em minha mente. Os negócios de drogas eram
feitos logo abaixo, em frente ao complexo de apartamentos, mas
minhas únicas opções eram ficar desabrigada ou morar naquele
apartamento. Eu escolhi o último.

—Deixe-me mostrar seus quartos. — Nós seguimos Travis até


um lance de escadas e ele me mostra meu quarto primeiro. É
enorme e absolutamente lindo, tudo já está decorado da maneira
que eu teria feito. Ele coloca minhas malas no meu quarto e então
abre a porta ao lado da minha. Eu olho para o quarto de Gabby,
maravilhada. Ela grita e corre para a cama, que tem a forma de uma
carruagem.

Travis ri e eu sorrio para seu rosto feliz, mas por dentro essa
merda me machuca direto no núcleo. Eu gostaria de ter lhe dado
isso há muito tempo. Eu gostaria que ela tivesse tudo que ela
queria na vida.

Isso só me dá um empurrão para melhorar ainda mais. Eu vou


apressar e fazer o que for preciso para dar a ela essa vida. Meus

22
olhos ardem de lágrimas não derramadas quando ela abre uma
caixa cheia de brinquedos. Isso é demais. Eu me viro para que ela
não veja minhas lágrimas.

Travis

Eu posso dizer que Bailey está sobrecarregada, e tomo isso


como minha sugestão para sair e deixá-la se orientar. Eu não quero
ir, mas não serei egoísta - ela merece que eu faça isso o mais fácil
possível para ela.

—Tudo bem, eu vou deixar vocês se instalarem, — eu digo a


ambas, e Gabby olha para cima de sua descoberta de brinquedos.
Ela acena para mim e depois volta direto para os brinquedos.

Bailey olha para mim - porra, ela olha para mim. Posso dizer
que ela está tentando não chorar e essa merda machuca a porra da
minha alma. Ela é tão pequena. Me irrita que ela teve um tempo tão
difícil com tudo. Seu maldito ex não merece estar vivo pela merda
que ele fez. —Mais uma coisa. — Eu enfio a mão no bolso e pego as
chaves do SUV. É meu, mas eu tenho um caminhão, então
raramente é usado. —Aqui estão as chaves do SUV. Use-o para o
que você precisa fazer e então você tem uma maneira de trabalhar.
— Eu pressiono as chaves na mão dela. —Eu sei que você não quer
aceitar, mas pense nisso como um empréstimo.

Ela aperta a boca fechada, e eu posso dizer que ela está


planejando dizer não, e está levando tudo para recusar. Ela
realmente precisa de um maldito carro.

—Eu sei como você gosta de ser independente. —

23
Ela solta um suspiro profundo. —Você está certo. Obrigada a
vocês de novo, de verdade. —

Eu aperto minha mão na dela. —Estou do outro lado do pátio.


Se você precisar de alguma coisa, avise-me. — Eu espero por ela
acenar com a cabeça, e então eu as deixo, mas porra, eu quero ficar.

Bailey

Eu o vejo descer as escadas e pressiono minhas costas contra


a parede. Eu ouço Gabby dentro de seu novo quarto, rindo e tendo
o tempo de sua vida.

Eu ando até o meu quarto e sento na beira da cama, me


sentindo tão sobrecarregada por tudo que aconteceu. Logo antes
de conhecer Adeline, meu ex jogou os papéis para mim depois que
ele assinou seus direitos paternos. Mesmo antes de assinar seus
direitos ele nem sequer a deixaria chamá-lo de pai, ela o chama
pelo primeiro nome. Saber que ele poderia fazer isso com ela me
arrasou.

Ele é a pessoa mais burra do mundo. Está perdendo a melhor


coisa do universo; ela é um anjo nesta terra. É linda e preciosa, e
ele nunca conhecerá nada tão perfeito como ela é. Ele perdeu a
primeira risada dela, a primeira vez que ela engatinhou e seus
primeiros passos. Ele perdeu tudo.

Eu não podia imaginar não ter meu bebê. Ela é meu coração e
alma. Sem ela, não tenho certeza de que tipo de pessoa seria agora.

Estou feliz, de certa forma, que ele não tenha direitos sobre
ela. Podemos eliminá-lo de nossas vidas e ela não terá mais que

24
lidar com a confusão. Não que ela pergunte sobre ele. Este é um
novo começo para nós, um novo começo.

25
Capítulo Dois
Bailey

Na manhã seguinte, estou fazendo um café da manhã enorme,


porque vou convidar Travis para agradecê-lo por tudo que ele fez
por nós.

Gabby está acordada, sentada no sofá assistindo TV. Ela está


vestindo pijamas cobertos de flores. Seu cabelo comprido ainda
está uma bagunça por estar ainda sonolenta. Pego meu telefone e
mando um texto para Travis, convidando-o para o café da manhã.
Em segundos ele diz que está a caminho. Rio de sua resposta
rápida. Agora que tive uma ótima noite de sono pela primeira vez
em tanto tempo, sinto-me bem incrível. Me senti segura em minha
nova casa, e Travis estar ao lado provavelmente desempenhou um
papel nisso.

Há uma batida na porta, —Ravis! — Gabby grita quando eu


coloco o último prato na mesa. Ela abre a porta e ele entra,
sorrindo para ela tão lindamente. Travis olha para mim e sinto o ar
sendo arrancado dos meus pulmões. Pare com isso, Bailey, você
precisa relaxar. Ele é apenas um homem bonito. Ele sorri e meu
estômago revira. Mas ele é muito mais do que um homem bonito,
não é? Ele caminha até mim, e eu juro que cada passo é uma batida
mais forte do meu coração.

—Bom dia, Bailey. —

—Bom dia, Travis. Sente-se e eu vou pegar Gabby. —

Ele toca minhas costas enquanto se senta à mesa.

26
—Vamos, baby, é hora do café da manhã, — digo a ela que sai
correndo. Ela se senta ao lado de Travis e arrumo seu prato para
ela. Me sento com Travis entre nós. Ela pega o garfo e começa a
cavar sua comida.

—Parece bom, Bailey, — diz Travis. Eu sorrio para ele e


começo a comer minha própria comida. Do canto do meu olho, eu o
observo. Suas tatuagens e o modo como seus músculos se movem a
cada movimento são apaixonantes. A barba cerrada em seu rosto
completa tudo. Seus olhos azuis são a melhor parte, penetrando até
a minha alma. É como se ele visse cada parte de mim com apenas
um olhar.

Travis quebra o silêncio e interrompe minha abertura. —


Gabby, há um parque aqui na mesma rua, você gostaria de ir? —

Ela bate as mãos juntas. —Mesmo? Mamãe, podemos ir? — Ela


olha para mim com aqueles grandes olhos. Eu rio. —Sim, bebê. —
Ela berra, saltando em seu assento. Travis ri de suas travessuras.
Uma vez que ela se acostumar com as pessoas ao seu redor, você
vai vê-la bem extrovertida. —Melhor dia de todos os tempos!, —
ela comemora e volta a esmagar a comida em sua boca. Ela é um
poço sem fundo.

—Ela é preciosa, — Travis me diz, fazendo meu pobre coração


se agitar. Ele gosta da minha filha! Ela é preciosa, um anjo enviado
do céu.

Gabby está conversando com Travis. Eu gosto de vê-la tão


aberta a conversar com alguém que ela acabou de conhecer ontem.
Tem me preocupado que ela tenha sido protegida, porque é só eu e
ela.

27
Nós terminamos nossa comida. —Vocês vão se preparar e eu
vou limpar aqui. — Travis pega o prato da minha mão e leva para a
pia. A maneira como ele se move, o modo como ele se comporta é
diferente. Sua confiança é tão sexy para mim.

Me afasto dele, seguindo Gabby pelas escadas. Acho que


realmente preciso transar. Não faço sexo desde antes do
nascimento de Gabby e tenho certeza de que sou uma virgem
nascida de novo, se é que isso é possível. O sexo não era tão
agradável para mim de qualquer maneira, então eu não tenho
certeza do que estou perdendo. Só sinto falta de estar com alguém.

Ando no quarto de Gabby e pego algumas roupas para ela se


trocar. Ela pode fazer essa parte sozinha, tudo o que tenho que
fazer é arrumar o cabelo dela. —Certifique-se de escovar os dentes
antes de colocar suas roupas. — Beijo o topo de sua cabeça,
pegando seu pequeno sorriso, e entro no meu quarto para me
preparar rapidamente. Coloco um par de jeans e uma camiseta com
decote em V, depois escovo meu longo cabelo castanho ondulado
antes de adicionar um pouco de spray texturizador. Minha filha foi
abençoada com cachos incríveis de seu pai - sua única boa
qualidade, na minha opinião - o resto dela sou eu. Ela é minha mini
eu. Tenho que admitir que eu sou aquela mãe que tem roupas que
combinam com as da sua filha.

Faço um coque no meu cabelo porque já está quente lá fora.


Há uma pequena batida na porta e Gabby entra na sala. Ela está
segurando sua escova de cabelo e uma fita. Ela sobe na cama e vira
as costas para mim, e coloco seu cabelo em uma trança francesa
para mantê-lo fora de seu rosto.

28
—Vou ligar e ver as aulas de ginástica que eles têm por aqui.
— Ela é minha pequena atleta. É pequena, mas é incrível na
ginástica. Amarro o cabelo dela e deixo ir. Ela gira ao redor, seus
olhos absolutamente brilhantes. —Obrigada mamãe! — Grita,
pulando na cama e me envolvendo em um abraço. Eu a abraço de
volta, respirando seu xampu. Meu precioso bebê.

—De nada, meu amor. — Beijo sua bochecha e a ajudo a sair


da cama. Ela pega minha mão e me puxa para fora do quarto. —
RAVIS! Adivinha!, — ela grita.

Ele caminha em nossa direção, limpando as mãos em um pano


de prato. —Sim, querida? —

Ela salta para cima e para baixo. —Mamãe vai me inscrever


para a ginástica!

Ele ri. —Sua mãe é a melhor. — Travis pisca para mim. Estou
fodida.

Travis

A visão de Gabby arrastando sua mãe pelas escadas, com


absoluta felicidade saindo dela, é simplesmente incrível. Essa
merda precisa ser protegida neste mundo.

Há tantas merdas horríveis neste mundo que é bom para sua


alma ver algo tão inocente e despreocupado. Bailey é apenas uma
mulher bonita, e o jeito que ela se comporta me deixa saber que ela
lidou com alguma merda em sua vida, mas ela saiu por cima. Isso é
foda incrível. Eu sei que ela teve sua filha jovem, mas ela superou
tudo isso.

29
Eu quero saber mais sobre ela. Não dou a mínima se é sobre o
seu esmalte favorito. Só quero estar perto dela e da filha dela.
Gabby é uma mini versão de sua mãe. —Vocês estão prontas? — Eu
pergunto a elas.

Bailey está na cozinha pegando alguns lanches para Gabby. Ela


enche tudo em uma lancheira rosa enfeitada. Pego a lancheira dela.
Seus olhos se arregalam ao me ver segurando essa merda de bolsa
feminina, mas não dou a mínima. Ela não vai carregar merda
nenhuma na minha frente.

—Eu gosto da sua bolsa, Ravis. — Gabby ri.

Eu jogo a alça dramaticamente sobre o ombro e olho para ela.


—Fica bem em mim, não é? —

Bailey joga a cabeça para trás rindo, seus olhos brilhando


lindamente. —Você parece muito ‘bonita’, — diz Bailey.

Bonita, né? Eu divido a distância entre nós e me abaixo e


sussurro em seu ouvido. —Eu não acho que bonita é uma palavra
que eu usaria para me descrever. Você é aquela que é bonita,
mamãe.

Sua boca se abre ligeiramente. Eu bato no queixo dela e ela


fecha. Eu rio baixinho e caminho até a porta da frente, deixando-a
com seus pensamentos. Vai ser fodidamente incrível entrar em sua
cabeça, vagando em sua mente até que ela não possa me tirar
daqui.

Quando estamos saindo, pego as chaves da mão de Bailey e


tranco a porta para ela. Posso sentir ela me observando, confusa

30
sobre o porquê de eu estar aqui - mas ela vai ter uma pista. Me viro
para a olhar e ela desvia seus olhos de mim.

Gabby está girando em círculos atrás dela.

—Vem cá neném. — Bailey bate no ombro e pega a mão para


ajudá-la a descer as escadas.

Eu passo na frente delas, abrindo a porta do carro de Bailey


para ela, então eu ajudo Gabby em seu assento de carro. Quando eu
a fecho, percebo Bailey parada ali nos observando. —Entre, eu
peguei ela. — Ela parece hesitante, mas quero ajudá-la. Eu sei que
ela não está acostumada com qualquer tipo de ajuda, mas isso vai
mudar agora que ela está sendo bem recebida no clube. Não ficaria
surpreso se Adeline vier esta noite para se certificar de que ela está
bem.

Fecho a porta de Gabby e entro no lado do motorista. Bailey


ainda está do lado de fora da porta aberta: —Você vem, querida?
— Eu sorrio para sua expressão atordoada. Seu rosto fica
vermelho, mas ela entra. Eu espero até que ela esteja afivelada;
depois saio fora da garagem.

Todas as casas desta rua pertencem ao MC, é onde a maioria


dos membros solteiros do clube fica. Temos outra propriedade fora
da cidade onde construímos nossas casas de família; nós todos
ficamos juntos. É isso que a família deveria fazer.

—Você quer ir ao parque aqui, ou você quer ir para o maior


dentro da cidade? — Eu pergunto.

—O maior!, — Gabby grita do banco de trás e eu rio. Eu aperto


o botão que abre o portão e vamos para a cidade. Os olhos de

31
Bailey estão colados na janela, absorvendo tudo que passamos.
Chegamos a um aglomerado de shopping centers. —Este é o seu
salão. — Eu aponto para um grande edifício.

—Oh, nossa, é enorme. — Ela se inclina para frente para ter


uma visão melhor. Sorrio para sua expressão admirada, ela é linda.
Olho no espelho retrovisor para verificar Gabby, e ela acena para
mim.

Alguns minutos depois, paramos do lado de fora do parque. —


UAU! — Gabby diz, saltando em seu assento.

—Eu acho que ela está um pouco animada., — diz Bailey e eu


ajudo Gabby a sair do banco. Ela corre para Bailey. —Mãe, este é o
maior que já visitamos. — Ela salta para cima e para baixo batendo
palmas, seus longos cabelos balançando ao redor dela.

Bailey sorri para a filha. Jesus, ela é linda pra caralho. —Corra
à frente, baby, nós estaremos bem atrás de você. — Gabby
atravessa a grama, tão rápido quanto suas pequenas pernas podem
levá-la para o playground e Bailey ri. —Eu acho que realmente vou
gostar daqui. — Ela olha para mim, sorrindo de prazer.

—Estou feliz que você tenha decidido vir aqui. Todo mundo
precisa de um novo começo, — eu digo a ela, e seu sorriso cai. Você
é fodidamente estúpido, Travis. Você acabou de mencionar merda
que ela provavelmente está tentando esquecer.

Nós caminhamos juntos para um banco em frente ao


playground. Bailey coloca sua bolsa no chão na frente dela e me
sento ao lado dela, nossas pernas se tocando.

32
Bailey

Meu primeiro pensamento é, por que ele deve se sentar tão


perto? Ele está vestindo uma camiseta branca sob o colete, suas
tatuagens em exibição total. Ele é apenas sexy.

Eu tenho uma queda por garotos maus. Eu tentei namorar os


bons rapazes caseiros, mas honestamente, meu coração não bate
devagar e soa como ‘eu posso ir para casa agora?’ Travis, por outro
lado? Sua perna está tocando a minha e eu estou em pânico
internamente. Sua enorme mão coberta de tatuagem está
descansando em seu joelho, que está muito perto da minha perna.

—Olha, Ravis! — Gabby grita e pula no cavalete de equilíbrio.

Ele salta para cima. —Ela vai se machucar. — Ele começa a


andar na direção dela e ela dá uma cambalhota no aparelho.

—Ela adora ginástica., — eu o informo, e ele solta um suspiro


se sentando ao meu lado. —Eu posso vê-la nas Olimpíadas. Esse é o
sonho dela na vida e eu quero que ela consiga isso. — Posso senti-
lo olhando para mim intensamente e mordo meu lábio fingindo
não notar. É meio difícil olhar nos olhos dele. Inferno, é difícil até
mesmo olhar para um homem tão bonito. Ele me intimida com sua
confiança e com a maneira como ele se comporta, o que reflete o
fato de que ele conhece a si mesmo.

Eu me conheço? Eu sei que me perdi quando engravidei e


estava sozinha no mundo. Eu nunca tive a chance de entrar em
acordo com o que aconteceu com a minha vida. Meus pais me
abandonaram completamente; minha mãe me expulsou de casa e

33
nunca mais olhou para trás porque minha gravidez fez com que
seus amigos a desprezassem.

Quando tive minha filha, vi uma luz no fim do túnel. Eu estava


tão sozinha no mundo, mas tinha essa menina linda e preciosa em
meus braços e ela precisava de mim. Isso me deu esperança. O
nome da minha filha é Gabrielle LeAnn Mathis. Ela tem meu
sobrenome. Ele nem estava lá para o nascimento dela, a única vez
que ele chegou foi para segurá-la sobre a minha cabeça. Ele tinha
dinheiro e advogados e eu não tinha absolutamente nada. Estava
apavorada. Ficava acordada à noite, com medo do que a vida seria
sem a Gabby. Então ele assinou seus direitos e eu estava livre, e
agora aqui estou eu.

Travis interrompe meus pensamentos. —O que você está


pensando tanto? —

Eu ri. —Oh nada.

—M-hm, — sua voz profunda e bonita murmura. Como isso é


sexy?

Eu olho para Gabby e sei imediatamente que algo não está


certo. Ela está segurando o lado direito, acima do quadril. Ela
tropeça até a borda do parquinho e vomita.

Corro até ela e seguro o cabelo dela fora do rosto dela. —O


que está errado, baby? —

Ela geme e continua segurando o lado dela.

Travis está do outro lado dela. —Esse lado está doendo? — Ele
pergunta a ela.

34
Ela balança a cabeça e abaixa a cabeça, e posso ver as lágrimas
caindo pelo rosto.

—Vamos levá-la ao hospital, algo está errado, — digo a ele que


a tira do chão. Pego nossa bolsa na frente do banco e alcanço a
chave dentro do bolso de Travis e destranco o SUV. Abro a porta
para ele que gentilmente coloca Gabby em seu assento.

Ela se segura de lado, chorando mais. Olho para Travis em


pânico. —Ela geralmente tenta segurar o choro, então ela deve
estar realmente com dor, — sussurro.

—Shh, nós estaremos no hospital em breve., — diz ele


enquanto afivela-a, e ele fecha a porta. Quando estamos todos no
carro, Travis olha para Gabby e depois para mim. Posso dizer que
está incomodando e quebrando meu coração ouvir seus gritos.

Ele pega o telefone e liga para alguém. —Myra, eu tenho um


paciente para você. Nós estaremos lá em cerca de dez minutos. —
Ele ouve por um momento. —Ela está alegando que seu lado
direito está doendo muito. — Ele escuta novamente e desliga. —
Ela é pediatra e esposa de um dos caras do MC vizinho. — Ele
acelera descendo a estrada.

—Mamãe, estou doente de novo. —

Eu olho em volta freneticamente para algo para ela vomitar, e


então eu ouço e sinto o cheiro. Eu alcanço dentro da minha bolsa e
pego alguns lenços. Ela é pálida, muito pálida. Meu estômago está
se contorcendo ao vê-la tão doente. Ela nunca teve nada mais sério
do que um resfriado. —Há quanto tempo você está se sentindo

35
mal, anjo? — Eu ponho de lado um pouco de cabelo que se soltou
de sua trança.

—Alguns dias, mamãe, veio e foi. — Eu fecho meus olhos. Meu


bebê é forte. Limpo ela o máximo possível. Vou troca-la no hospital.
Por sorte, eu trago roupas extras para ela em todos os lugares que
vou. Eu olho para ela todo o caminho para o hospital.

—Eu machuquei, mamãe! — Lágrimas caem pelo rosto dela. O


SUV para e Travis sai antes que eu saiba que estamos lá. Eu saio e
pego minha bolsa. Ele a levanta do assento e ela encosta a cabeça
no peito dele com os olhos fechados.

Uma mulher está esperando por nós na entrada. Ela olha para
Gabby. —Temos um quarto pronto para ela. — Nós a seguimos
para o hospital e para um quarto, Travis coloca Gabby na cama e
ela enterra a cabeça no travesseiro.

—Deixe-me dar uma olhada em você, querida. Eu sou Myra, a


propósito. — Myra olha para mim. Dou um passo para trás, direto
para Travis. Ele aperta a mão nas minhas costas e olho para ele,
mas seus olhos estão na minha filha. Posso ver que ele está
preocupado.

Myra tem Gabby deitada de costas, e ela toca o lado causando


a dor. Gabby grita e senta na cama. Eu cubro minha boca com a
mão, sufocando um grito.

—Eu preciso fazer um exame de sangue, mas acredito que


pode ser seu apêndice. —

Ela sai e eu tomo seu lugar ao lado de Gabby. —Quer trocar


essa camisa suja, baby? — Eu aliso seu cabelo do rosto dela. Ela

36
acena com a cabeça e olho para Travis. Ele caminha para o outro
lado da sala e fecha a cortina. Ajudo-a a tirar a camisa e alcanço na
minha bolsa mais lenços.

Depois de limpá-la o melhor possível, coloco a camisa limpa


sobre a cabeça e coloco as costas na cama. Toco sua testa e ela está
quente. —Ela está vestida, — digo a Travis, e ele abre a cortina e
caminha para o outro lado dela. Seu corpo inteiro está tremendo.
—E com febre, — eu sussurro, e ele toca a testa como se fosse a
coisa mais natural do mundo. —Há um cobertor aqui?

—Vou encontrar, voltarei em um momento. —

Olho para ele saindo e depois para minha filha. Seus olhos
estão fechados e a visão dela simplesmente deitada lá, tão pálida, e
nem mesmo saber o que está oficialmente errado com ela, é
horrível.

Travis retorna com um cobertor e um travesseiro extra. Ele


desdobra o cobertor e cobre-a, colocando-a dentro. Então ele
acomoda o travesseiro ao lado do rosto dela, fazendo com que ela
se enrole em volta dele. Há uma pequena batida e me viro para ver
uma enfermeira com um estojo, me avisando que ela está aqui para
tirar sangue.

—Querida, ela precisa tirar um pouco de sangue. — Esfrego o


braço de Gabby e ela abre os olhos. Posso ver o medo dela. —Vai
acabar em um segundo, e vai ser isso. —

A enfermeira vai para o outro lado e pega o braço dela. Gabby


me olha morta nos olhos sem vacilar quando o braço dela é
esfregado com álcool.

37
Travis se senta em uma cadeira ao meu lado, e eu olho para
longe enquanto Gabby está presa na agulha. Seus olhos se enchem
de lágrimas mais uma vez, o lábio inferior tremendo. Isso está
matando minha alma.

Travis se aproxima e pega sua lágrima. —Você é corajosa,


querida, — ele sussurra, e ela consegue um pequeno sorriso. Sorrio
para ela que ela fecha os olhos novamente parecendo exausta.

Como eu não sabia que ela estava doente? Ela dormiu tanto
nos últimos dois dias, mas eu pensei que ela estava cansada da
viagem de avião e da mudança. Eu deveria saber que ela não se
sentia bem. Que tipo de mãe eu sou?

Quando a enfermeira sai, eu corro meus dedos ao longo do


topo da cabeça de Gabby. —Durma, baby, eu estou bem aqui. —

Ela acena com a cabecinha e, com a mão livre, levo o cobertor


até o pescoço. Uma mão me toca, e eu olho em volta e vejo Travis
acariciando minhas costas.

—Obrigado por me trazer aqui e ter Myra cuidando dela tão


rapidamente, — eu sussurro, por isso não perturba ela.

—Não foi nada, mamãe, eu só quero que ela se sinta melhor.


— Por que eu acho isso tão atraente? Ele está me chamando de
mamãe? Mas acho que ele poderia me chamar de batata e eu
gostaria disso.

Nós sentamos e esperamos, e parece uma eternidade antes de


Myra voltar. —Parece que o seu apêndice está extremamente perto
de se romper, a cirurgia imediata é necessária. —

38
Meu coração afunda e se despedaça. Eu sabia que Gabby
estava doente, mas uma operação? Eu aceno para Myra, mas não
posso lhe dar minhas palavras porque elas parecem perdidas. —
Vou prepara-la, — Myra me informa, e eu aceno novamente. Minha
boca está seca e minha garganta parece estar se fechando.

Um par de horas depois

Enquanto empurram minha filha para longe em sua cama, eu


cubro minha boca. É preciso que tudo em mim não corra atrás dela
para afastá-la.

—Bailey, — diz Travis e, quando olho para ele, lágrimas que


vêm tentando cair desde o momento em que descobri que Gabby
precisava de cirurgia. Seu rosto suaviza de uma maneira que eu
não vi antes, sua mão envolve a parte de trás do meu pescoço, e
meu rosto repousa no centro do seu peito. Puxo sua camisa, e ele
coloca uma mão na parte de trás da minha cabeça e a outra nas
minhas costas. —Ela vai ficar bem, — ele sussurra para mim, lábios
pressionando contra o topo da minha cabeça. Fecho os olhos e pela
primeira vez em anos, me permito não ser forte, deixar alguém
tirar o fardo de mim. Eu não tenho sido consolada há tanto tempo
que parece estranho, mas eu preciso disso. Seu cheiro envolve-me
como uma bolha protetora. Ele se senta comigo em uma sala sem
cama.

—Ela nunca esteve doente assim antes. Ela é meu bebê e me


mata vê-la passar por coisas assim. —

—Eu sei, querida, mas ela estará melhor antes que você
perceba. — Ele se recosta em seu assento e me leva com ele. Eu
fecho meus olhos e seco minhas lágrimas. O tempo de fraqueza

39
acabou, mas vou me permitir continuar em seus braços. Quem se
atreveria a sair?

Travis

Que dia fodido, eu soube no momento em que vi Gabby


inclinada segurando o lado dela que algo estava errado. A visão de
seu rosto pálido e depois ela ficando doente? Eu podia sentir isso
bem no meu coração.

Bailey está enrolada no meu peito, dormindo. Ela está


mentalmente esgotada. Tenho visto muitas mães incríveis, mas
nunca vi ninguém que ama a filha tanto quanto Bailey ama Gabby.
Isso me dá tanto prazer que ela está me deixando confortá-la. Eu
sei que ela ficou sozinha por tanto tempo, mas eu quero que ela
saiba que não é mais o caso.

Uma enfermeira entra com a cabeça na sala. —Estou aqui para


levá-los para a sala de espera, para esperá-la sair. —

—Querida, acorde. —

Bailey salta, o cabelo dela bagunçado. —Ela está fora? —

—Não, querida, estamos indo para a sala de espera. — Eu


instintivamente alisei seu cabelo para fora de seu rosto. Ela sai da
cadeira, bocejando. Eu pego meu telefone e tiro uma mensagem
para Wilder, perguntando se ele pode me trazer comida, roupas e
outras coisas que precisaremos por alguns dias. Eu não a deixo
sozinha. Nunca mais.

Bailey

40
Ela está fora da cirurgia, descansando em seu quarto, e agora é
noite. Ela está muito dopada com remédios, mas, felizmente, vai
ficar bem.

O peso do mundo foi tirado dos meus ombros no momento em


que eles me disseram que haviam pegado a tempo e ela estaria
perfeitamente bem. Pela primeira vez naquele dia, pude finalmente
respirar. Achei que Travis fosse embora quando os médicos
dissessem que ela ficaria bem, mas ele está dormindo sentado em
uma cadeira. Ele estava ao meu lado o tempo todo. Eu não estava
sozinha. É um sentimento tão estranho.

Eu vejo um cobertor extra ao pé da cama dela. Me levanto,


desdobro e gentilmente o cubro. Seus olhos estão abertos, olhando
para mim. Uma sensação quente e confusa me atinge na boca do
estômago. —Obrigado, Travis, — eu sussurro, sorrindo para ele, e
me afasto. Não quero que ele veja o que realmente estou sentindo
agora, porque não tenho certeza disso.

Ele teve seu amigo nos trazendo cobertores, comida e roupas,


junto com produtos de higiene pessoal para se certificar de que
estamos confortáveis. Ele pensou em tudo. O que ele está fazendo
agora significa mais para mim que qualquer outra coisa neste
mundo: apenas estar aqui. Pego meu travesseiro e cobertor e me
enrolo o melhor que posso em minha pequena cadeira. Então eu
fecho meus olhos, esperançosamente para acordar para um dia
melhor.

41
Capítulo Três
Travis

Eu acordo com um dedo me cutucando no rosto, e eu abro


meus olhos e vejo Gabby me encarando. —Como você está se
sentindo? — Toco seu braço.

—Minha barriga dói e estou com fome, — ela sussurra. Eu


olho para Bailey e vejo que ela está dormindo.

—Eu vou buscar uma enfermeira para você, ok?, — Gabby


acena com a cabeça e seu corpo está tremendo novamente. Eu toco
sua testa e parece estar bem, deve ser o quarto, hospitais são muito
frios. A cobri com meu cobertor, então ando até o posto das
enfermeiras. As informo do que está acontecendo, e uma delas
pega uma bandeja de café da manhã, mas tiro de suas mãos. —Por
favor, seja o mais silenciosa possível. Sua mãe está exausta. — Ela
balança a cabeça e nós calmamente voltamos para o quarto.

A enfermeira vai até a intravenosa de Gabby e aplica algum


analgésico. —Isso deve fazer se sentir melhor em breve agora.
Tente comer o máximo que puder. —

Coloco a bandeja na mesa. —Você precisa de mim para te


alimentar? —

Ela balança a cabeça e eu a ajudo a sentar para poder comer


facilmente. —Obrigado, Ravis. —

42
Eu sorrio para ela. —Qualquer coisa para você, menina doce.
— Eu toco o lado do rosto dela.

Bailey

Acordo com o som mais bonito do mundo, o som dos risos do


meu bebê e depois a visão mais incrível. Travis está ajudando
minha filha com o café da manhã. Acho que essa é a coisa mais
surpreendente até agora. Seu cabelo está todo bagunçado em cima,
e suas roupas estão amarrotadas por causa do seu sono. —Outro?
— Ele pergunta a ela suavemente. Ela balança a cabeça e ele lhe dá
outra colherada de ovos. —Sua barriga se sente melhor? —

—O remédio fez com que se sentisse melhor. — Ela


hesitantemente se abaixa para tocar seu lado, e Travis a
interrompe.

—Não toque, querida. — Fecho os olhos quando percebo


Travis olhando para mim e não quero que esse momento termine.
Então eu finjo.

—Ravis, você pode consertar meu cabelo?, — Gabby pergunta


e eu tento segurar meu riso.

—Eu posso tentar. — Eu posso ouvi-lo entrar no banheiro.


Abro meus olhos e Gabby está olhando diretamente para mim,
sorrindo. Eu estou totalmente presa.

—Volte a dormir, mamãe, — ela sussurra e eu fecho os olhos,


tentando esconder o meu sorriso, assim como Travis caminha de
volta para fora. Espio só um pouquinho.

43
—Eu não tenho ideia do que estou fazendo, você só quer que
eu escove? — Travis pergunta.

—Trança também, por favor. —

Seus olhos se arregalam e eu cubro minha boca com meu


cobertor. Ele a ajuda a se mover para onde ele pode alcançar seu
cabelo facilmente. Ele coloca a escova no alto da cabeça dela e a
puxa para baixo até que ela se enrole em um emaranhado. Ela
estremece.

—Me desculpe, eu não sou bom nessa merda. — Gabby ri dos


seus palavrões. —Porra, sua mãe vai me matar, — ele resmunga e
ela ri porque ele fez isso de novo. —Ela vai me matar, com certeza,
agora, — ele diz um pouco mais alto do que um resmungar e eu ri
desta vez, incapaz de me ajudar.

Ele olha para mim acusadoramente. —Você estava acordada o


tempo todo, não estava?

Me sento e pisco e ele sorri para mim. Ando e pego a escova de


cabelo dele. —Obrigada, Travis. — Ele sorri para mim lindamente.
Deve ser um crime para um homem parecer tão bem no período da
manhã, já eu provavelmente pareço uma merda, honestamente.

Ele toca minhas costas, chamando minha atenção. —Quer que


eu desça e nos pegue um café da manhã? —

—Você não... — Paro no olhar em seu rosto e reviro os olhos.


—Isso será ótimo. Obrigada, Travis. —

Ele sorri aquele sorriso e deixa a sala assim.

—Ele é engraçado, mamãe. —

44
—Ele é... E muito bom. — Continuo escovando o cabelo dela

—Podemos ir para casa hoje? — Ela pergunta, e eu paro no


meio do caminho. —Não tenho certeza. Cabe ao seu médico, baby.

—Talvez se formos muito legais, ele dirá sim. Ou se eu fizer o


que te faz dizer sim para brinquedos. —

Eu rio, dando tapinhas nas costas dela. —Você acabou de se


entregar, Gabby.

Ela cobre a boca com a mão. —Uh oh—

—Uh oh... Sim, garotinha. —

Ela ri. Ela sabe que não está em apuros, porque eu conheço
esse olhar desde que ela tinha idade suficiente para fazê-lo.
Coloquei o cabelo em uma trança francesa solta para mantê-lo fora
de seu rosto. Ela não precisa voltar para tirar os pontos, graças a
Deus. É uma pequena incisão, mas foi assustador da mesma forma.
O pensamento de algo dar errado, ou ela não acordar estava no
fundo da minha mente.

Mais tarde, Travis aparece com duas sacolas. Ele me entrega


uma e eu sorrio.

—Obrigada, Travis, isso significa muito. — Eu não quero


parecer ingrata.

Ele não diz nada por alguns momentos, apenas olha para mim,
seus olhos fixos nos meus. —Não precisa agradecer. — Ele coloca a
mão em volta da minha nuca.

45
Gabby está deitada na cama, com os olhos fechados,
observando desenhos animados.

—Cansada, baby? — Ela acena com a cabeça. Me aproximo,


mas Travis me bate e leva o cobertor até o queixo. Ele me
confunde. Eu não estou acostumada a ver um cara tendo um lado
tão carinhoso. Meu pai nunca foi, nem acho que ele já me abraçou.
Minha mãe também não era. Tive uma babá até ter idade suficiente
para cuidar de mim mesma.

Uma das coisas mais devastadoras que aconteceu comigo


quando criança foi quando minha babá foi dispensada, era a única
figura materna que eu já tive. Acho que é por isso que eu deixei ir
tão longe quando eu estava namorando o pai de Gabby. Queria ser
amada tanto, porque nunca tive isso.

Estou feliz que tudo isso tenha acabado. Em um novo lugar


com novas pessoas, e essas pessoas são como santos ou algo assim.

Termino minha comida, coloco todos os meus invólucros


vazios no lixo e vou até Travis antes que ele possa fazer isso
sozinho. O brilho da morte que eu acabei de receber deve ser o
suficiente para me assustar, mas isso é uma coisa que eu não sou:
com medo. Sob o exterior de aparência média, ele é um grande
fofo. Bem, para mim e Gabby, é isso. Eu sei que ele é um homem
perigoso, mas vejo o lado que ficou comigo no hospital, me
confortou e tentou consertar o cabelo da minha filha. Percebo o
quão confortável Gabby está com ele. Ela é geralmente tímida em
torno de todos, menos eu. Mas ela nunca foi assim ao redor dele.
Nem uma vez.

46
—Eu vou ficar com ela, vai fazer o que você precisa fazer, —
ele me diz. Hesito, olhando para Gabby, embora tenha que
preencher alguns papéis, precisei enviar muitas coisas por fax do
Havaí.

Travis

No momento em que Bailey sai, Gabby abre os olhos e olha


para mim. Eu me inclino sobre o corrimão da cama. —Você precisa
de algo? —

Ela balança a cabeça, me estudando. —Você quer ser o


namorado da minha mãe? — Isso não é o que eu esperava que ela
dissesse.

—Eu adoraria ser o namorado da sua mãe. Nós só temos que


fazer com que ela goste da ideia. — Eu pisco para ela.

Ela sorri, me acertando na porra do peito. —Eu acho que ela já


gosta de você. — Ela sussurra a última parte, olhando para a porta.

—Trabalho em equipe? — Coloquei meu punho para fora para


ela bater. Ela bate seu pequeno punho contra o meu e rio.
Adorável.

—Eu vou dormir agora. — Ela boceja cobrindo a boca. —Você


vai segurar minha mão, Ravis, até que mamãe volte? — Ontem à
noite, ela adormeceu segurando a mão de Bailey, ela estava com
medo de estar no hospital.

—Claro, Baby. — Abaixei a grade da cama e sua pequena mão


desapareceu completamente na minha. O topo da cabeça dela mal
chega ao meu quadril. Com cada flutuação de seus olhos se

47
fechando, um pouco do meu coração cai. Isso me atinge de uma só
vez. Meus irmãos têm me dito o tempo todo que eu sei. Sei que essa
garotinha deveria ser minha, ser minha filha. Não me pergunte
como sei disso, mas quando olho para ela é como se meu coração
recuperasse uma peça que eu nunca soube que estava faltando.

Puxo o cobertor sob o queixo e empurro sua franja para fora


do seu rosto. Sardas roçam o nariz e as bochechas dela. —Durma,
princesinha, — sussurro quando seus olhos finalmente se fecham.
Ela aperta minha mão. É como ela sabe.

48
Capítulo Quatro
Bailey

Uma semana depois

Gabby e eu estamos sentadas no sofá assistindo TV. Ela está se


saindo muito melhor, está quase de volta ao que era antes.

Há uma pequena batida na porta antes de Travis entrar na


casa. Uma parte de mim pensou que uma vez que se estivéssemos
em casa, ele voltaria à sua própria programação. Esse não é o caso.
Ele fica conosco o dia todo até a hora de dormir, e está de volta
logo de manhã.

A coisa é que eu quero ele por perto. Quero que ele esteja
conosco, é reconfortante. Ele me faz sentir segura, e Gabby
realmente gosta dele. Eles são como duas ervilhas em uma vagem.

—Ei, Ravis, — Gabby chama e ele sorri para ela tão ofuscante.
Ela sai correndo e deixa um ponto entre nós. Ele se senta um pouco
mais perto de mim do que ela e olha para mim como se ele fosse o
gato pegando o rato.

—O que? — Eu pergunto.

—Hoje à noite você e eu vamos sair, — ele diz de maneira


prática.

—Sim? Pelo que? —

49
—Baby, eu estou levando você para um encontro. Wilder e
Joslyn estão vindo para cuidar de Gabby por nós. —

O que? Ele está realmente me convidando para sair? Minha


boca abre e fecha. Não sei o que dizer. Faz tanto tempo. Claro que
gosto dele. Eu gostei dele desde o momento em que o conheci. Ele é
absolutamente lindo e é tão gentil comigo e com minha filha. Por
que eu não iria? Estudo seu rosto por alguns momentos antes de
concordar. —Sim, eu irei. — Eu digo baixinho.

—YAY! — Gabby dança um pouco em seu assento no sofá. Eu


olho para ela. Aha! Eu pensei que ela estava sendo sorrateira,
sempre tendo certeza de que estávamos sentados juntos.

—Vocês estavam juntos nisso, não estavam? — Eu sorrio.

—Claro que estávamos, mamãe, — canta Gabby e rio alto. Pelo


menos eu não tenho que me preocupar se a Gabby gosta dele. Pego
meu cobertor, que caiu no chão, e o puxo de volta sobre as minhas
pernas. Retiro o filme e me enrolo no braço da cadeira.

Temos sido preguiçosas na última semana. Queria que Gabby


se curasse e relaxasse, então, temos feito todo o possível para
mantê-la entretida.

Adeline foi todos os dias para verificar como estamos, essa


mulher é uma alma tão bonita. Toda vez que ela está por perto,
sinto que estou cercada de amor maternal. Algo que eu gostaria
que minha mãe me desse, mas ela deve ter perdido esse gene. Eu
simplesmente não consigo entender isso. Gabby é tudo para mim, e
a ideia de não ser um pai envolvido é loucura. Ela é minha vida.

50
Amo ser mãe mais que tudo. Quero ter, pelo menos, um ou
dois filhos a mais algum dia. Acho que é um sonho que a maioria
das mulheres tem: uma família - aquela cerca branca com dois ou
cinco filhos.

—Use algo casual, — diz Travis. —Você estará na parte de trás


da minha moto. —

Eu nunca estive em uma motocicleta. E se eu cair? O que eu


disse? —OK. —

Ele me dá aquele sorriso muito lindo de novo, e acho que eu


concordaria com qualquer coisa. Eu me inclino contra o braço da
cadeira. Quando começo a puxar meu cobertor para cima, Travis
faz isso por mim. Estou com muito problema.

Sua mão fica mais perto e mais perto do meu rosto e as pontas
dos dedos tocam minha bochecha antes de cair no meu cabelo.
Fecho meus olhos e solto uma respiração instável, e arrepios saem
pelos meus braços. A sensação dele acariciando meu cabelo está
fora deste mundo. Estou com mais problemas do que pensei que
estivesse. Acho que estou totalmente ferrada.

Por volta das cinco horas, subi as escadas para me preparar


para o encontro e agora são dez para as sete.

51
Eu estou usando um jeans apertado com buracos espalhados
por ambas as pernas, botei um par de botas, e as pernas do meu
jeans estão enroladas apenas um pouco. Minha blusa de ombro
vazado traz meu cabelo castanho escuro, que está em ondas soltas
em volta do meu rosto e meus olhos verdes. Minha maquiagem
está no ponto, são as vantagens de ser uma maquiadora.

Travis não me viu assim. Ele viu a mãe distraída que é tão
ocupada e a última coisa em sua mente é que está se vestindo. Solto
uma respiração profunda, olhos fechados, enquanto me
recomponho antes de descer.

O primo de Travis, Wilder, e sua esposa, Joslyn, estão no sofá


com Gabby. Gabby me nota primeiro. —Uau, você está bonita,
mamãe. —

Sorrio e caminho até ela. —Obrigada anjo. — Pressiono meus


lábios no topo da cabeça dela. —É bom conhecer vocês, — digo a
Wilder e Joslyn.

—Também é um prazer te conhecer. — Joslyn toca meu


antebraço e eu aceno para Wilder. Ele se parece com Travis. Posso
ver isso em sua cor de cabelo e características faciais.

Minha porta da frente se abre e Travis entra na casa


parecendo incrível demais. Ele está vestindo um par de jeans, botas
de motoqueiro e uma camiseta preta com seu colete de couro por
cima. Seu cabelo é levado para o lado levemente com gel, e suas
tatuagens estão à mostra. Ele é absolutamente lindo, como se fosse
desenhado em perfeição, é muito difícil. É ainda mais bonito por
dentro, seu coração é gentil. Isso é algo que eu não encontrei com

52
frequência. Preciso dessa mudança de energia. É como se meu
corpo e alma se sentissem mais leves. Livre.

Travis se inclina contra o batente da porta, braços sobre o


peito. Eu mordo o interior do meu lábio observando seus olhos se
movendo para cima e para baixo do meu corpo. Eu posso sentir
meu coração batendo e meu estômago está revirando. Eu limpo
minha garganta e ele finalmente sorri e diminui a distância entre
nós.

—Você é linda, Bailey, — ele sussurra, empurrando meu


cabelo por cima do meu ombro. Meu rosto está quente de
vergonha. Posso sentir os olhos de Gabby, Wilder e Joslyn em nós.
Travis nem sequer olhou para eles desde o momento em que
entrou na casa. —Pronta para ir?, — ele pergunta tocando meu
queixo e eu aceno.

Alguém limpa a garganta e Travis se vira para encarar Wilder,


que tem um sorriso no rosto. —Que bom que você finalmente nos
notou, — Wilder diz e Gabby ri.

—Sim, Ravis. —

Eu rio. Eu adoro quando ela é abusada. Ela é uma diva tão


pequena.

—Divirta-se, mamãe. — Ela sorri e eu toco o lado do rosto


dela.

—Eu vou, baby. Seja boa para eles, ok?

—Eu vou. — Ela acena com a cabeça pequena, agindo muito


mais velha que sua idade. É tão fofa que não aguento às vezes.

53
—Ela vai ficar bem, — Joslyn me tranquiliza.

—Obrigada por cuidar dela, vocês dois. — Eu olho para ela e


Wilder, e ele concorda.

—Vamos lá, mamãe. — Travis entrelaça nossos dedos e me


leva para fora da casa. Olho de volta para Gabby uma última vez.
Ela está sentada no chão com Joslyn, que está brincando de
bonecas com ela. Ela ficará bem. Mas não tenho certeza quanto a
mim.

A porta se fecha atrás de nós e sigo Travis descendo os


degraus até sua moto, que está estacionada na frente. Ele balança a
perna sobre a moto e se senta e fico ao lado dele, sem noção do que
devo fazer.

Ele aponta o dedo para baixo. —Coloque sua perna aqui,


depois balance a outra perna e se sente. Vou te ajudar. — Ele
estende a mão e eu coloco minha mão na sua, e jogo minha perna
sobre o assento. Solto sua mão e as mãos dele envolvem minhas
panturrilhas. —Oh, aqui. — Ele alcança o alforje e me entrega uma
jaqueta de couro e um capacete.

Eu coloco o casaco e coloco o capacete, tirando a fivela. —


Bom? — Eu pergunto e ele se vira para me verificar.

Ele sorri. —Perfeito, mamãe. — Oh abençoe meu coração, sua


voz profunda vai direto para minhas partes valiosas. Elas têm se
manifestado desde o momento em que eu o conheci, mas eu tenho
ignorado isso porque, eu preciso transar, mas eu não posso, tipo
pular nele, não importa o quanto eu queira. —Envolva seus braços
em volta da minha cintura. —

54
Eu me inclino para frente e faço o que ele pede, então a moto
ganha vida com um rugido. Ele inclina a cabeça para trás. —
Pronta? —

—Sim. —

Então nós estamos fora, meu cabelo voando atrás de mim.


Descanso meu queixo em seu ombro, meio assustada, mas, ao
mesmo tempo, é libertador. Quando entramos no trânsito, é meio
assustador. Sei que muitas pessoas não dão atenção a motocicletas.
Quando paramos em um sinal vermelho, me reajusto no meu lugar
para ficar mais confortável e solto meu aperto de morte nele. Um
carro para ao lado de nós; está cheio de homens me encarando. Me
afasto, ignorando-os.

—Olá bebê. —

Travis

—Olá bebê?! — Essa merda correu através de mim. Eu olho


para os filhos da puta, mas eles estão olhando para o traseiro de
Bailey.

Eu pressiono minha mão contra o lado dela para proteger sua


bunda. Eu fodidamente não gosto de desrespeito, especialmente
com Bailey. —Ei, filho da puta, o que você está fazendo? — Eu olho
para o motorista diretamente na porra do olho e, com minha mão
livre, tiro minha arma e aponto na direção deles. Seus olhos se
arregalam, então a luz fica verde e eles olham diretamente para
frente e partem. Rio da sorte deles e coloco minha arma de volta.
Bailey está rindo pra caramba. Faz-me sentir muito bem saber que

55
ela está bem com o que eu fiz. Não tolero essa merda,
especialmente bem na minha cara.

Ela se aproxima de mim, encolhendo-se contra mim, isso me


faz sorrir. Amo a sensação dela contra minhas costas. A visão dela
descansando atrás de mim. Ela é linda pra caralho, e é minha, ela só
não sabe disso ainda. Este é apenas o primeiro passo, até que
clique em seu cérebro que eu não vou a lugar nenhum. Todo dia
noto a surpresa em seu rosto quando ando pela porta da frente
dela. Se dependesse de mim, nunca sairia à noite. Ficaria na porra
do sofá ou na cama dela, mas sei que não é melhor sugerir o último.

Pelo menos eu tenho Gabby do meu lado. Ela é muito


maliciosa sobre isso. Ela sempre garante que sua mãe e eu
acabemos sentados juntos.

Paro na frente de uma churrascaria e estaciono em uma seção


na frente que é reservada para o MC. Nós possuímos este lugar.
The Devil Souls MC é dono de todos os restaurantes em Raleigh,
Texas, e nós possuímos quase tudo aqui, além das cadeias de lojas,
que se tornaram muito bem-sucedidas em pequenas cidades.
Estamos fazendo muito bem por nós mesmos.

Bailey segura meu ombro enquanto ela joga sua perna sobre a
moto, e tira o capacete balançando a cabeça, deixando o cabelo cair
ao seu redor. Foda-me

Ela para e olha para mim, estou completamente olhando para


ela. —O que é isso? — Sua boca está pressionada em um pequeno
beicinho. Tão linda pra caralho. É uma pena que ela nem saiba
disso.

56
—Você é fodidamente linda, — eu digo a ela que cora até o
peito. Rio e toco sua bochecha quente. Ela empurra a minha mão
para longe, olhando para longe de mim, fingindo que eu não a
afeto. Ela pode fingir tudo o que quiser, mas eu a afeto.

Isso não significa que eu vou jogar junto. Pouco a pouco vou
quebrá-la e trazê-la para mim. —Vamos lá, mamãe, vamos te
alimentar antes que a verdadeira diversão comece. — Eu coloquei
minha mão nas costas dela, levando-a para dentro da churrascaria.

—O que você quer dizer? —

Eu pisco. Vou levá-la para um bar MC. Nós possuímos o bar, e


sei que alguns dos irmãos estarão lá esta noite. 1uero que ela se
solte e se divirta, algo que sei que ela não faz há muito tempo.

Bailey

Diversão? O que ele quis dizer com isso? Ele está apenas me
dando aquele sorrisinho malicioso.

Quando ele segura a porta aberta para mim e entro, eu noto


ele olhando para minha bunda. Peguei você. Levanto minhas
sobrancelhas para ele fazendo-o sorrir ainda mais. Posso dizer que
ele não está perturbado, o que é bastante frustrante, considerando.

Nós pegamos um lugar na parte de trás, me sento e corro para


o meio. Espero que ele se sente na minha frente, mas ele se
acomoda no banco ao meu lado. —Uhh, o que você está fazendo?
— Minhas entranhas estão pulando com ele estando tão perto.
Estou nervosa e quem pode me culpar? Olhe para ele. Se Deus
pudesse fazer a criação perfeita, seria isso.

57
—Sentando ao lado da mulher mais bonita neste restaurante?
— Ele empurra meu cabelo por cima do meu ombro. Oh minha
palavra, esse homem.

—Obrigada, Travis, você é doce. — Digo a ele, e ele vira o


rosto.

—Eu não sou doce, merda. —

Eu ri.

—Sim você é, você é um grande fofo. —

Ele sacode a cabeça. —Não comece essa merda, mamãe. Eu


sou fodão. —

Rio mais alto e abro meu cardápio. —Continue se dizendo isso,


Travis. — Eu cutuco o lado dele com o cotovelo. Ele ri, pegando
minha mão e puxando-a para o seu colo para que possamos enrolar
nossos dedos juntos, calmos e imperturbáveis. Ele está apenas
segurando minha mão e estou enlouquecendo. Minha pele está
formigando daquele leve toque, e eu posso sentir seus olhos em
mim. —O que você está escolhendo? — Pergunto, para quebrar o
silêncio que está destruindo minha alma.

—Bife. —

Eu reviro meus olhos e continuo a olhar para o meu cardápio.


Eu olho para a coisa mais barata do cardápio, e é sopa.

—Não se atreva a pegar a coisa mais barata no cardápio, — ele


me saca e eu olho para ele completamente, minha boca aberta em
descrença.

58
—Talvez eu só queira sopa? —

—Mamãe, você pulou todo o resto do cardápio. — Ele arqueia


uma sobrancelha para mim, me desafiando a discutir.

—Bem, eu não posso pagar muito. —

Ele sacode como se estivesse chocado. —Por que diabos isso


importa? Você não está pagando nada, nunca, na minha presença.

Chupo meus lábios. Meu ex nunca me comprou nada quando


estávamos fora. Olho para o menu e depois para ele: —Eu não
queria abusar. Costumo comprar minha própria refeição, —
confesso a ele, e me arrependo no momento em que o faço. Não
quero que ninguém saiba dos tempos horríveis que passei. Nem
sabia o que estava passando até ficar sozinha por um tempo.
Percebi que minha vida não tinha sido normal, agora é ainda mais
claro para mim. Vi o jeito que as pessoas aqui tratam umas às
outras, e tem sido enorme despertar para mim.

Ele descansa o cotovelo na mesa e olha para mim. Engulo em


seco com toda a sua atenção. —O que diabos você quer dizer?, —
ele pergunta.

Fecho meus olhos por alguns segundos, acabei de estragar


tudo. Ele solta a minha mão. Sim, eu estraguei tudo. Uma mão toca
meu queixo. —Amor? — Eu olho para ele de novo, e posso
continuar cavando minha própria sepultura. Nenhum cara quer
alguém com bagagem. —Nada, eu não estou acostumada com
alguém que compra meu jantar. — Eu jogo isso para fora e dou

59
risada. Estou pensando demais. Eu sei disso, mas a ansiedade é real
e uma cadela.

Ele olha para a mesa por alguns segundos e seu pescoço fica
vermelho. —Você quer dizer que o pai de Gabby nunca pagou seu
jantar? — Seu tom mudou e é... Mortal.

Limpo minha garganta. —Não, ele nunca fez nada. — Oh meu


Deus, apenas deixo sair mais do que deveria.

—Ele é um pedaço de merda inútil, é o que ele é, — diz Travis.


Olho para o cardápio, entristecida - porque é absolutamente
verdade. Ele toca meu queixo, inclinando meu rosto para cima. Seu
rosto é suave. —Ele não merecia você nem seu precioso bebê. —
Meus olhos se enchem de lágrimas por suas palavras bonitas e
amáveis. Ele coloca a mão na parte de trás do meu pescoço, e eu
enterro meu rosto em seu peito, respirando seu cheiro: apenas
Travis.

—Eu aposto que isso não é o que você esperava neste


encontro. — Rio e enxugo uma lágrima. Acho que ele está bem com
isso.

—Isso é melhor do que eu esperava, agora pegue um maldito


bife. — Ele dá um tapinha na minha bunda e rio mais alto. Sento-
me mais ereta, me sentindo melhor e sorrio para ele. Acho que às
vezes eu só preciso deixar alguém ver o que eu passei. Nunca tive
ninguém para conversar sobre qualquer coisa, então isso é algo
novo para mim.

Mas ainda tenho pavor de parecer necessitada em torno de


Travis. Tenho um medo enorme de pessoas deixarem a minha vida.

60
Tudo começou quando minha mãe me abandonou quando estava
grávida, então todos os meus amigos foram embora e o pai de
Gabby também. Todo mundo simplesmente foi. Estava sozinha,
uma adolescente com um bebê lutando para sobreviver. Vivi de
macarrão instantâneo durante um ano inteiro, e não me lembro da
última vez que eu tive bife.

Olho para o meu menu novamente, folheando os jantares de


bife. —Tem certeza?, — eu pergunto.

—Mamãe, pegue o que você quiser. — Ele sorri, deixando-me


saber que ele está jogando. Acho que ele pode me matar.

A garçonete vem um segundo depois e leva o nosso pedido.


Travis pede um aperitivo. Não tenho comido assim há muito
tempo. Sei que isso não parece ser um grande problema para
muitas pessoas, mas para mim isso é enorme. Não tenho uma boa
refeição há muito tempo. Gabby conseguiu a melhor comida - ela é
meu anjo - e o que sobrava, ia para mim. Eu mesma fiquei por três
a quatro dias sem comer, então Gabby tinha um teto sobre a cabeça
e comida na barriga. Não me arrependo de um único segundo.
Faria tudo de novo em um piscar de olhos. Tenho orgulho do fato
de que Gabby nunca foi privada de nada. Ela é a coisa mais
importante da minha vida.

O aperitivo vem e nós dois comemos. Me certifico de que não


há mais nada. Eu não perco nada. Faço isso de novo com a minha
salada. Posso senti-lo olhando para mim, mas eu ignoro - ele faz
muito isso. —Eu não acho que você sabe o quão bonita você é,
Bailey. —

61
Eu sorrio para ele, tão doce. —Obrigada, Travis. — Inclino
minha cabeça em seu ombro por um segundo, e ele beija o topo da
minha cabeça. Isso acabou de acontecer? Isso foi tão fofo.

Nossa comida vem e minha boca enche de água com a visão e


o cheiro do bife e purê de batatas. —Obrigada, Travis, pela comida.

—Quanto tempo?, — ele pergunta. Ele nem sequer tocou sua


comida ainda.

—O que você quer dizer? —

Ele lambe os lábios. Oh, ele não deveria fazer isso comigo por
perto. Ele está pedindo para ser beijado. Ele empurra meu cabelo
por cima do meu ombro de forma tão casual que é como se ele nem
se desse conta de fazer pequenas coisas afetuosas. —Quanto tempo
você ficou sem comer? —

Minha boca se abre. Como no mundo ele sabia disso? Com


certeza nunca contei a ninguém, ele pode ler mentes? —Travis, o
que? — Não sei o que dizer ou como agir.

Ele olha para longe, com a cabeça pendurada. —Espero que,


porra, esteja errado. A maneira como você se certificou de que
nada foi desperdiçado. E um monte de outras coisas que eu notei.
— Quão embaraçoso é isso? —Preciso saber, então saberei o quão
forte eu preciso bater naquele filho da puta. — Ele sorri com os
dentes cerrados. Meu coração está batendo tão forte que posso
senti-lo na garganta e minhas mãos tremem.

—Nunca passei mais de três ou quatro dias. Isso aconteceu


todo mês quando eu não tinha clientes. Gabby nunca, nunca ficou

62
sem. Ela sempre teve tudo o que precisava, — sussurro. Estou tão
envergonhada.

Ele parece destruído. —Mamãe, sinto muito por isso. Você é


uma mãe tão incrível. Eu estou surpreso e admirado com você., —
ele sussurra. Ele se inclina e beija o topo da minha cabeça,
deixando seus lábios repousarem no meu cabelo por uns segundos.
Meus olhos se fecham instintivamente. Essa foi a coisa mais legal
que alguém já me disse e tocou minha alma. Todo o meu
nervosismo desapareceu em uma fração de segundo.

—Não se desculpe. Coisas acontecem, mas não tem que afetar


o agora, — digo. É algo que preciso dizer a mim mesma com mais
frequência. Talvez dizer em voz alta para alguém vai fazer isso ir
pelo ralo?

—Falou bonito. — Ele olha para mim e balança a cabeça em


descrença. Fico feliz que alguém esteja sem palavras além de mim.
Toco a testa no ombro dele por um segundo, mostrando-lhe minha
gratidão. Não sou ótima com palavras, não sei o que dizer, mas
também tenho a tendência de pensar em tudo. Com certeza nunca
esperei que o nosso encontro acabasse do jeito que aconteceu até
agora - uma surpresa após a outra continua me batendo. Não me
arrependo disso, fico feliz que ele não tenha surtado quando
revelei o pouco que fiz. Já não sinto que estou andando em ovos.

Nós terminamos nossa comida, e olho a conta quando vem.


Estou ansiosa para apenas pegar e correr. Travis revira os olhos
como se eu estivesse sendo fofa, mas quando você está tão
acostumado a ser independente, é meio difícil deixar os outros
assumirem a liderança.

63
—Pronta para festejar? — Ele pega minha mão, me puxando
gentilmente para fora do assento. Rio baixinho. —Tão pronta
quanto eu sempre estarei. —

Travis

Nunca esperei descobrir que ela esteve morrendo de fome,


que ela passava dias sem comer só para ter certeza de que Gabby
tinha tudo o que precisava.

Ela é uma linda mulher, muito boa para mim, mas sou um
bastardo egoísta. E sei que ela nunca mais terá que sofrer
novamente. Nunca mais.

Estamos atravessando a cidade em direção a um bar, onde ela


conhecerá alguns dos meus irmãos. Esta é a minha maneira de
reivindicá-la, deixando que os outros saibam que ela é minha. Ela é
minha, porra. O momento em que ela olhou para mim com aqueles
lindos olhos cheios de lágrimas, cheios de dor. O medo de eu fugir.
Essa merda me atingiu bem na porra do coração e me machucou,
ninguém deveria sofrer desse jeito.

Me irrita saber que cada pessoa em sua vida a prejudicou. Eles


deveriam tê-la protegido e garantir que nada assim acontecesse
com ela. Eles fizeram merda. Seus pais e especialmente o pai de
Gabby - esse homem precisa morrer, porra. Estou chateado com ele
por ser um pedaço de merda. Ele cruzou a maldita linha quando
permitiu que ela passasse necessidade e não fez absolutamente
nada. Eu queria sair daquele maldito restaurante e rastrear sua
bunda.

64
Algum dia - e isso vai acontecer em breve - quero que ele
sofra, porra. Vou trazê-lo ao clube e vou deixá-lo morrer de fome
só para ver o que ela sentiu. Quero que ele sinta cada gota de dor
que ela tenha lidado. Todos eles pagarão, isso é certo. Mesmos seus
malditos pais sem valor. Eles saberão o que ela passou, isso é
certeza. Ninguém - e repito ninguém - fode com Bailey.

Espanta-me que ela é o jeito que ela é depois de tudo o que


aconteceu com ela, ela ainda tem aquela doce inocência sobre ela.
Eu vou proteger e cuidar disso e do seu lindo bebê, Gabby. Será
minha missão garantir que tudo isso aconteça - espere, não. Isso
vai acontecer.

65
Capítulo Cinco
Bailey

Ele segura a porta aberta para mim enquanto eu entro no bar


de motoqueiros. Este é o primeiro bar em que eu já estive,
honestamente. Eu estava muito ocupada sendo mãe, e o
pensamento nunca passou pela minha cabeça - agora aqui estou eu.
Eu nunca bebi álcool. Eu sou um pouco patética, honestamente.
Que adolescente de vinte e dois anos não se entregou a uma
cerveja ou esteve em uma boate?

Travis coloca a mão nas minhas costas. Eu olho ao redor da


sala e vejo um monte de homens e muito poucas mulheres. As
mulheres estão todas na pista de dança, seminuas e tendo o tempo
de suas vidas.

—Aqui estão meus irmãos, — ele diz no meu ouvido e me


conduz através da sala. Eu posso sentir os olhos focados em nós
das pessoas ao nosso redor, que eu ignoro. —Ei pessoal. — Ele me
solta por um segundo enquanto cumprimenta seus irmãos, fazendo
aquela coisa de aperto de mão que todos os homens pareciam ter
aprendido desde o nascimento. Sorrio para todos eles, e Travis
olha para mim e depois para os caras. —Esta é Bailey. —

Eles acenam e tento não rir, porque todos acenam ao mesmo


tempo e é uma coisa tão foda de se fazer. —Mamãe, este é nosso
presidente, Lane. — Ele aponta para o cara que está mais perto de
mim e eu estendo a mão.

66
—Prazer em conhecê-lo. — Sorrio para ele. Quero ter certeza
de que causo uma boa impressão.

Ele aponta para o cara ao lado de Lane. —Isso é Trenton. —

Eu aperto a mão dele. —Prazer em conhecê-lo também. — Ele


ri e olha para Travis, que está olhando para mim, sorrindo de
orelha a orelha. —O último é o pai de Trenton, Walker. Meus olhos
se arregalam um pouco quando olho para aquela raposa prateada
de um homem. Ele é lindo - não tão bonito quanto o meu Travis, é
claro.

—Prazer em conhecê-lo, querida pequena. Minha filha é bem


da sua idade, — diz ele, esmagando qualquer sonho que eu já tive
de namorar um homem mais velho.

—Você conheceu Joslyn, — Travis me diz.

—Ah sim, ela é uma querida, — digo a Walker. Posso ver a


semelhança agora.

Walker toca o ombro de Trenton. —Este é meu filho. — Woah,


os genes são fortes nessa família, isso é certeza.

A porta se abre e Adeline entra com mais um monte de MC’s.


Ela vem direto para mim e me puxa para um dos seus abraços
maternais. —Como você está, querida? Como está a Gabby? — Ela
está falando um milhão de milhas por hora.

Eu rio. —Nós duas estamos bem. —

Ela sorri e alisa a parte de trás do meu cabelo com um carinho


tão maternal. Eu queria que minha mãe fosse como ela. Eu penso
nisso quase diariamente - quão diferente minha vida teria sido?

67
—O que você quer beber?, — Travis diz no meu ouvido, me
fazendo pular porque eu estava perdida em meus pensamentos.
Sua respiração no meu rosto faz com que arrepios percorram
minha espinha. Eita, relaxe, Bailey.

—Eu realmente não sei, eu nunca bebi antes. — Eu dou de


ombros, sentindo-me meio consciente de toda a provação.

—Tudo bem, baby. Vou pegar uma merda de frutas e depois


uma cerveja. Você pode tentar as duas coisas. — Ele arruma meu
cabelo no meu ombro e se afasta, deixando-me sem palavras. Eu
acho que preciso parar de ficar tanto nos meus pensamentos.
Espero uma coisa e ele faz exatamente o oposto.

Isso me deixa com Adeline e todos os caras. Posso sentir seus


olhos em mim. Eu sorrio e Adeline esfrega minhas costas. Acho que
ela pode dizer que eu estou nervosa. —Você está se divertindo? —
Ela pergunta, e tiro meus olhos dos caras e volto minha atenção
para ela.

—Sim, me divertindo muito. Travis é simplesmente incrível.


Ele é realmente o melhor cara que eu já conheci. —

—Ele é um menino doce. Apenas preste atenção, ele é um


grande bebê quando está doente, — ela sussurra e rio alto. Isso é
hilário. Muitos homens tendem a ser pacientes horríveis.

—Obrigada pelo alerta. — Rio novamente com o pensamento


de Travis deitado na cama, um cobertor debaixo do pescoço,
fazendo beicinho.

—Aqui, mamãe. — Travis está ao meu lado, me entregando


uma bebida azul. —Tente isso. —

68
—Obrigado. — Eu coloco o copo pequeno até os meus lábios e
tomo um gole. —Yum, isso tem gosto de palitos doces. — Eu
inclino o copo todo e termino a bebida.

Ele ri. —Aqui está uma cerveja. — Pego dele e tomo um gole,
me encolho. —Sim, eu não gosto disso. — Eu acho que é apenas um
gosto adquirido.

—Vou terminar isso para você, quer outra das bebidas que
você gosta? —

Hesito porque, honestamente, não quero que ele tenha que me


comprar mais alguma coisa. Seus olhos se estreitam e mordo o
interior do meu lábio. —Obrigada, Travis, — finalmente digo, e ele
pisca antes de caminhar de volta para a área do bar. Adeline
suspira e ela tem um olhar sonhador nos olhos.

—Você está bem?, — pergunto a ela.

—Travis é tão querido. —

Eu vejo quando ele pede minha bebida, encostado no bar. —


Sim, ele realmente é. — Não tiro meus olhos dele, a maneira como
ele se move é apaixonante. Acho que preciso mudar. Preciso parar
de pensar nisso. E se eu não tentar com o Travis? Eu realmente me
arrependeria disso. Ele não fez nada além de provar-se a mim e a
Gabby. Eu seria uma tola em não apenas deixar ir todas as coisas
estúpidas no meu passado e seguir em frente. Isso é o que quero
fazer, não mais pensar em todos os detalhes. Então, e se não der
certo? No final, eu vou estar perfeitamente bem. E se isso
acontecer?

69
Ele volta com mais duas bebidas. Ele me entrega uma e coloca
a outra na mesa à nossa frente. —Obrigada. — Eu sorrio e me
pressiono contra o seu lado. Isso está fora da norma para mim. Mas
estou fazendo o que eu queria desde o momento em que o conheci.

Ele pressiona a mão contra as minhas costas, esfregando


suavemente. Eu o sinto se aproximando e seus lábios tocam meu
ouvido. —Você está bem, mamãe? —

—Mais que ok. Eu vim a perceber algumas coisas. —

A expressão em seu rosto muda de confusão para pura


felicidade. Ele me puxa para ele, então minhas costas estão
encostadas em seu peito. —Você sabe o quão feliz você acabou de
me fazer? Eu precisava e queria que você me visse da porra do
segundo que te conheci, — ele sussurra suavemente o suficiente
para só nós ouvirmos.

—Eu precisava entender tudo isso, tudo parecia confuso Eu


precisava esclarecer você e tudo sobre você pra mim mesma. —
deito minha cabeça contra seu peito. não posso acreditar que eu
realmente vou tentar fazer isso. Vou tentar e ter um
relacionamento com esse homem, algo que eu nunca pensei que
faria novamente. Ele é diferente. Eu sou diferente. Isso é apenas
diferente. Preciso parar de comparar tudo com a maneira como as
coisas costumavam ser.

—Foda-se, estava na hora, mamãe. — Suas palavras provocam


arrepios nas minhas costas e ele se curva, beijando minha testa.
Acho que é a coisa mais fofa que ele já fez. Eu sorrio e minhas
bochechas estão quentes, não com vergonha, mas com felicidade.

70
Me viro em seus braços para que eu esteja de frente para ele,
excluindo todos os outros na sala, dando-nos privacidade.

Eu empurro meu cabelo sobre o ombro e tomo outro gole da


minha bebida. É tão bom que pode ser perigoso, mas quero ficar
um pouco bêbada.

Travis

Quando voltei com suas bebidas, notei uma mudança nela


instantaneamente. Ela estava mais relaxada e, por uma fração de
segundo, eu estava com medo que ela tivesse acabado comigo.
Então ela se aproximou, até que ela estava contra o meu lado, e eu
sabia que ela me via.

Eu queria que ela visse o meu verdadeiro eu desde o momento


em que a conheci. Ela ficou tão fodidamente magoada que deixou
que isso ofuscasse tudo. Eu fiz tudo em meu poder para abrir o
meu caminho em sua vida, mas não percebi a extensão total da dor
que ela sofreu.

Agora ela me fez o cara mais feliz do mundo. Ela está me


dando a chance de mostrar a ela que as coisas podem ser
diferentes e de ser a outra metade do seu coração, que ela
embrulhou tão apertado. Eu estou tendo a chance de fazer parte da
vida de Gabby. Ela me deixou entrar um pouco, mas vou pegar um
pouquinho e me enterrar muito profundamente. Ela poderia fazer
muito melhor do que alguém como eu, mas ninguém mais se
importaria com ela do jeito que eu faria. Ela é Bailey.

Bailey

71
Está ficando mais tarde e a sala está cheia até a borda com as
pessoas dançando e movendo por todo o lugar. O clube está cheio
de motociclistas. A maioria deles não são Grim Sinners, eles são de
cidades pequenas vizinhas.

Eu descanso minha cabeça no ombro de Travis, o álcool está


entrando em vigor. Alguém começa a rir e eu me junto a isso.

—Alguém está se sentindo um pouco tonta. — Travis me


segura mais fortemente contra o seu lado.

—Porra, você parece bem. —

—Obrigado. — Ele ri.

Meus olhos se abrem. Acabei de dizer isso em voz alta? —Eu


só..., — eu pergunto.

—Está tudo bem, mamãe. — Ele ri baixinho de novo, e eu bato


levemente no seu peito e me afasto. —Eu vou ao banheiro. —

Adeline coloca sua cerveja na mesa. —Eu vou com você. —


Nós entramos no banheiro, e pego uma cabine enquanto Adeline
está na frente dos espelhos, esperando por mim.

Eu ouço a porta se abrir e um monte de mulheres rindo. —


Bem, se não é uma puta Grim Sinner. — Que diabos? Adeline está
usando seu kutte - uma jaqueta jeans da qual as mangas foram
cortadas com a logo de cada MC -, como todas as mulheres que
estão com seus homens. É um sinal de estar sob a proteção deles, e
é como se fosse um casamento com eles, ou foi o que me disseram.
Eu corro e puxo minhas calças para cima e abro a baia. Adeline está
no canto cercada por três mulheres.

72
—Eu estou tão enjoada de mulheres como você pensando que
é a foda, — a mulher da direita assobia no rosto de Adeline, —Mas
você não é, e nossos caras vão mostrar a seus caras quem são
realmente os fodões. Não uma boceta usando um corte.

Oh inferno, não. Adeline é a mulher mais doce. Eu não vou me


afastar e deixá-las fazer isso com ela. Eu já mencionei que tenho
um pouco de temperamento?

Pego meu cabelo e prendo em cima da minha cabeça em um


coque. Limpo minha garganta e todas se voltam para olhar para
mim. —Por que vocês não a deixam em paz e vem me pegar? —
Sorrio para elas, observando com alegria quando elas me olham de
cima a baixo.

—O que você vai fazer sobre isso?, — a que está no meio diz.
Ela é a maior puta do grupo, então eu acho que ela é a líder.

Eu rio novamente com o quão ridículas essas garotas são. Elas


são todos iguais. Lidei com essas garotas todos os dias quando eu
era adolescente. Tive um pouco de temperamento, costumava dar
um soco na cara e acabar com isso. Não discutia, eu apenas as
calava. Meus pais queriam que eu fosse essa menininha mansa que
faria todos os seus sonhos, mas isso não é comigo. —Por que você
não vem aqui e nós podemos ver? — Eu sorrio para elas. Não tenho
uma boa luta há algum tempo.

A líder dá um passo à frente e dá um soco em mim. Movo


minha cabeça para o lado. Então levanto minha cabeça para trás e
sorrio. —Vamos à luta. — Eu lhe dou um soco no nariz e a cabeça
dela bate de volta e ela segura o rosto.

73
—Sua puta, — ela grita, com os dentes ensanguentados. Ela
corre na minha direção e eu a acerto de novo, do lado do rosto dela
fazendo-a cair no chão. As outras duas meninas correm direto para
mim. Me abaixei para o lado e uma correu para a parede. Eu agarro
a outra pelo cabelo, inclino a cabeça dela para o lado e soco ela
repetidamente na face. Ela grita e arranha, tentando me fazer soltá-
la.

A garota no chão está tentando se levantar, e chuto no rosto


dela. Sangue e cuspe voam para fora de sua boca. Meu punho ainda
está no cabelo da outra garota. Eu a giro ao redor e bato o rosto
dela em uma porta de baia, então eu a solto e ela bate no chão.

Eu sou abordada pelo lado, e me seguro em uma porta do box.


Agarro a garota pela garganta e a puxo para mais perto.

—Deixe-me ir, sua cadela estúpida! — Ela grita, me socando


no peito.

—No peito, sério? — Eu a arrasto até o banheiro. Levanto o


assento com o pé e empurro a cabeça dela no vaso sanitário,
sempre quis fazer isso. Puxo a descarga e ela grita. —Respire antes
que a água suba. —

—Que porra você está fazendo, Bailey? — Eu a deixo ir e giro


para encarar Travis, que está olhando para mim e para a garota.

—Uhh..., — eu começo.

—Todas as três tentaram me atacar, e Bailey interveio., — diz


Adeline. —Então elas a atacaram, mas Bailey as destruiu. — Ela ri,
segurando o rosto.

74
Smiley puxa a mão dela e eu posso ver a vermelhidão em sua
bochecha. —Elas fodidamente bateram em você?, — eu pergunto.

Ela balança a cabeça e todos rosnam. —Que puta fez isso? —


Eu assobio e saio da cabine. Ela aponta para a cadela da cabeça. Eu
não gosto disso. Corro de volta para o banheiro e pego a parte de
cima do vaso sanitário, pronta para bater sua cabeça.

Travis tira de mim a parte da privada e joga no chão. —Você é


cruel. — Ele ri e beija o lado da minha cabeça. —Vamos lá, elas
conseguiram o que mereciam, — ele me diz e eu solto uma
respiração profunda, tentando me acalmar. Deixamos as meninas
no banheiro e nos juntamos aos amigos de Travis no bar.

Me sento em uma cadeira, esfregando a parte de trás do meu


pescoço. Eu não posso acreditar que acabei de entrar em uma
briga, e com três garotas, lembre-se! Quando eu estava no ensino
médio, as garotas tentavam pular em mim todos os dias, então eu
fiz o que pude para me proteger.

Quando Adeline se aproxima, eu sento e ela me abraça com


força. —Muito obrigada, querida. —

Meu nariz começa a arder de lágrimas não derramadas. —


Estou com você. — Eu a abraço de volta e ela me deixa ir, e Smiley
imediatamente a pega em seus braços. Olho para a minha mão,
meus dedos estão sangrando.

—Droga, assassina. Lembre-me de não foder com você, —


Trenton brinca e eu abro um sorriso.

75
—Eu não gosto de lutar, mas vou proteger aqueles com quem
me importo. — Eu sorrio para Adeline. A amo como se eu amaria
minha mãe se ela não fosse tão puta.

—É assim que todos somos, — diz Smiley.

Travis volta e me entrega um saco de gelo. Ele embala meu


rosto em sua mão e eu deito minha cabeça contra seu lado.

—Eu acho que ela poderia dar uma chance a Shaylin por seu
dinheiro, — diz Adeline, e todos os caras olham para mim com
admiração. Travis apenas ri alto e eu sorrio. Eu não posso evitar.
Meu temperamento raramente aparece, mas em casos como este,
ele obtém o melhor de mim. Só tenho um enorme instinto protetor,
quero ter certeza de que minha família e aqueles com quem me
importo estejam seguros.

Uma porta bate, e todos nós nos viramos para ver as meninas
saindo do banheiro, parecendo ásperas. Três caras saem de seus
assentos e caminham até elas. Eu olho para Travis e ele olha para
mim com o mesmo pensamento. Uh oh.

Os três rapazes se viram para nós e fazem o seu caminho. Eu


nunca esperei que meu primeiro encontro fosse assim.

Travis se levanta e eu fico em pé com ele. —Fique atrás de


mim, mamãe. —

Adeline pega a minha mão e fica ao meu lado enquanto nossos


caras andam na nossa frente para enfrentar seus adversários. —
Elas, Becky? — O homem da direita pergunta. Eles estão sujos e
sombrios. Todos parecem que não tomaram banho desde que Deus
sabe quando. Por que essas garotas estão com eles? Elas não são

76
mulheres de aparência ruim, e tenho certeza de que elas podem
fazer melhor do que isso.

—Sim. — A líder do grupo, que agora conheço é Becky, diz em


sua voz estridente. Eu retiro isso - ela não pode fazer nada melhor.

—Entregue a cadela que as fodeu, e isso resolverá todos os


nossos problemas, — diz um deles, olhando para mim. Eu engulo
em seco, temo me segurar. O que eles querem dizer, me entregar?

—Isso não vai acontecer, — Travis rosna. Eu sacudo ao som


de sua voz. Ele é assustador. Noto que o cara mais próximo de mim
está olhando para trás. Me viro quando um de seus membros, que
não notamos, aparece atrás de mim.

—Travis, — eu sussurro enquanto a mão do homem envolve o


meu braço. Travis gira ao redor, agarra os dedos e torce-os até que
eles quebrem. O cara me deixa ir e grita, segurando a mão dele.
Travis envolve seu braço na minha cintura e me levanta do chão.
Ele me coloca contra a parede com Adeline. Os caras voltam na
nossa frente, mas desta vez ninguém pode se esgueirar atrás de
nós.

—Vocês vão se arrepender disso. — O que está no meio


aponta para mim. Em um piscar de olhos, Travis está com a arma
apontada para o rosto.

—Cuide-se, seu filho da puta estúpido. Você quer guerra? —


Seu corpo endurece de raiva. Pressiono minha mão contra suas
costas e posso me sentir tremendo. Esta é uma situação
assustadora. Uma coisa é enfrentar um monte de garotas, mas
esses caras? O que eles fariam comigo se me pegassem?

77
O cara sorri, seus dentes amarelo-escuros me deixando
doente. Travis pressiona a mão nas minhas costas e eu solto um
suspiro. Este é o jeito dele de dizer que me pegou. —Guerra é o que
vocês terão. Vigie suas costas, cadela. — Ele me diz.

Todos eles me encaram. Travis começa a atacá-los, mas


Trenton e eu o seguramos. Eles se viram e saem do prédio, a porta
se fechando atrás deles. Travis se vira e me aperta com força
contra o peito dele. —Diga a Lane que a porra acabou de acontecer,
eles têm isso para nós. Isto não é apenas sobre Bailey. Eles
originalmente procuraram por Adeline, — ele diz a Smiley, que
balança a cabeça e pega seu telefone. Travis olha para mim. —Você
vai ficar bem, você estará segura. Aqueles filhos da puta nunca
tocarão em você. —

Eu aceno e fecho meus olhos. Este foi um dos melhores e


piores encontros da minha vida, o melhor porque é com o Travis e
o pior porque alguém quer me machucar. Apenas a minha sorte,
certo?

—Os outros estarão aqui a qualquer minuto, — Smiley diz a


Travis e aos outros, mas eu não saio do peito dele. Suas mãos estão
subindo e descendo pelas minhas costas, e eu tremo ao sentir ele
se movendo contra mim. Travis se senta e me puxa para o seu colo.
Walker e Trenton estão olhando para a porta, e eu posso ver que
eles estão muito chateados. Smiley está segurando Adeline
firmemente. Eles são um lindo casal. A partir do momento em que
os conheci, soube que queria esse tipo de amor algum dia. A
maneira como ele cuidou dela era algo que eu nunca tinha visto
antes.

78
Alguns minutos depois, a porta se abre e Lane entra com um
monte de outros membros que ainda não conheço. Smiley se afasta
de Adeline e eu saio de Travis para permitir que ele vá para os
outros. —Eu estarei de volta em alguns minutos, querida. — Ele
beija o lado da minha cabeça e Adeline se junta a mim.

—Ele vai te proteger. Não se preocupe com nada, querida. —


Ela pega minha mão e dá um aperto reconfortante.

—Eu sei que ele vai. — Eu nunca me senti insegura em torno


dele.

Travis explica o que aconteceu e, um por um, todos olham


para mim, chocados. Travis, por outro lado, tem um sorriso no
rosto.

—Eu acho que você tem alguns admiradores, — Adeline


brinca e eu rio levemente.

—Acabei de ter uma crise de temperamento. —

—Mhm. Você é feita para fazer parte da vida do MC. Lembre-


se, eu não sou muito lutadora, mas eu cuido de todos - esse é o meu
papel. —

Eu sorrio. —Você é a mãe de todos. — Eu me inclino e a


abraço.

—Obrigada, baby. — Ela esfrega a parte de trás da minha


cabeça e fecho os olhos, desejando mais uma vez que minha mãe
fosse como ela. Eu sinto falta dela. Gostaria que ela estivesse lá
quando eu tive Gabby. Uma das enfermeiras segurou minha mão e

79
ficou comigo o tempo todo. Isso foi tão incrível dela - senão eu
estaria completamente sozinha.

Travis se separa do grupo de homens e caminha até mim. —


Você está pronta para ir para casa, baby? —

Eu aceno, saindo da cadeira, e ele pega minha mão. Estou


cansada. Tem sido uma noite longa; é difícil como tudo veio abaixo.

Todo mundo nos segue para fora do bar, e Travis se aproxima


de sua motocicleta. —Você vai andar na minha frente. Não quero
suas costas expostas. —

—Mas a sua não será exposta? —

Ele me dá uma olhada. —Mamãe, é meu trabalho proteger


você. — Eu levanto minhas mãos em derrota. Eu sei quando
escolher minhas batalhas e quando deixá-las ir, e sei que ele é sério
em ser protetor.

Um dos caras está em minhas costas enquanto Travis senta


em sua moto. —Eu sou Bailey, é bom conhecê-lo. —

Ele sorri. Ele tem aquele jeito nerd bad-boy que todas nós
amamos. —Meu nome é Aiden. Eu sou um dos novos membros. —

Travis olha para nós. —Ele apenas pegou seu patch semana
passada. —

Eu sorrio. —Bem, parabéns por isso.

Seu sorriso é totalmente sexy. —Obrigado, querida— Ele pisca


para mim para um bom tempo. Uhh... Este é completamente

80
perigoso, eu acredito, mas Travis é mais perigoso para mim. Ele já
roubou um pedaço enorme de mim.

—Cai fora, Aiden, — Travis diz em um grunhido que vai direto


para minhas partes femininas.

Aiden dá um passo para perto de mim. —Ou o que? Esta bela


dama pode querer andar comigo. — Ele inclina a cabeça para o
lado, me estudando. Eu posso dizer que ele está mexendo com
Travis, então eu rio alto.

—Você quer que eu te mostre, porra? — Para minha grande


surpresa, Travis tira sua arma.

Aiden ri alto. —Bem, atire em mim se você quiser, filho da


puta, eu só estou brincando com você. Ela sabe que estou
brincando. — Ele continua rindo.

Travis coloca a arma de volta, pega meu braço e me puxa para


ele. —Coloque sua perna aqui. — Ele dá um tapinha no assento e
logo estou sentada na frente dele. —Apenas se incline para trás e
espere pelo passeio, — ele sussurra em meu ouvido. O duplo
significado envia um arrepio pela minha espinha. Oh garoto.

Ele liga a motocicleta e, um a um, os outros fazem o mesmo.


Smiley parou com Adeline sentada da mesma maneira que eu. Eles
são um casal mais velho e quente. Espero que pareça assim quando
for mais velha. Lane levanta a mão e sai, os outros seguem o
exemplo. Eu noto, logo de cara, que eles estão tentando manter
Travis e Smiley no meio, para nos proteger. Quão incríveis são
esses caras?

81
Eu nunca soube que existiam pessoas assim. Aqui estou eu,
meu mundo mudou completamente. É como se estivesse destinada
a estar aqui. Um dia eu era uma maquiadora lutando para me
alimentar, e agora estou aqui em uma bela casa. A parte mais
incrível é Travis. Ele está me surpreendendo a cada passo.

As pessoas param para olhar enquanto passamos, eles estão


maravilhados com todos esses homens. Eu não os culpo, eles têm
uma maneira de chamar a atenção de todos. Inferno, até mesmo
Adeline tem um jeito de fazer todo mundo parar e olhar para ela. É
o jeito que ela se comporta. Joslyn é absolutamente linda e posso
dizer que ela também tem um coração lindo.

Meu cabelo está voando atrás de mim. Eu envolvo em torno da


minha mão e seguro-o, então não está no rosto de Travis. Ele pega
minha mão na sua e envolve meu braço em volta do meu peito,
cruzando o braço sobre ele, então meu braço e o dele estão
abraçando minha frente. Ele está me segurando. Fecho meus olhos,
aproveitando este belo momento de ser completamente livre. Meu
coração e minha alma se sentem livres. Eu encontrei onde estou
destinada a estar: bem aqui.

Nós desaceleramos no portão para a nossa comunidade. Ele se


abre e bate atrás de nós. Ele entra na minha garagem e desliga a
moto, e eu saio primeiro. Travis segura minha mão e nós entramos
em casa.

Wilder e Joslyn estão sentados no sofá. Wilder se levanta e


leva Travis para a cozinha, e eu me sento no sofá com Joslyn. Eu
acidentalmente escovo meus dedos contra o sofá, e eu assobio e
olho para a minha mão.

82
—Woah, lutadora, o que você fez? — Joslyn toca o lado da
minha mão. Eu hesito. Não quero que as pessoas pensem que eu
sou essa pessoa realmente irritada que só quer lutar. Sou apenas
extremamente protetora.

—Três mulheres encurralaram Adeline no banheiro. — Eu


espero pela reação dela.

Ela ri. —Você fez bem, garota. Adeline não merecia isso. —

Eu concordo. —Ela realmente não merece. Como foi a Gabby?


Estou morrendo de vontade de subir e ver como ela está. —

—Ela é um anjo absoluto! Sempre que precisar de alguém


para vigiá-la, estou mais do que disposta. — Joslyn sorri.

—Muito obrigada. Estou aqui para cuidar de seus bebês a


qualquer momento também. — Eu corro para a beira do sofá. —
Preciso ir ver meu bebê. Eu retornarei. — Leva tudo em mim para
não correr. Abro a porta dela e vejo que está dormindo segurando
o coelhinho que Travis conseguiu no outro dia. Ando até a beira da
cama e me abaixo, pressionando um beijo no topo de sua cabeça.

Seus olhos se abrem. —Oi, mamãe. — Meu coração incha. Eu


nunca vou me cansar de ouvir ela me chamar assim.

—Oi, amorzinho. Você se divertiu? —

—Bastante. — Ela boceja e faz uma graça com os lábios. Tão


adorável. —Volte a dormir. Panquecas no café da manhã?

Ela acena com a cabeça. —Por favor. —

Eu rio e beijo sua bochecha. —Boa noite Baby. —

83
—Noite, mamãe. —

Entro no meu quarto. Preciso sair dessas roupas, que estão


cobertas de sujeira de bar e sabe-se Deus o que mais, e vestir
algumas calças de moletom e uma camiseta folgada.

Quando desço as escadas, Travis está sentado no sofá, e Joslyn


e Wilder vão embora. Travis dá um tapinha no lugar ao lado dele.
Me sento e ele envolve seu braço em volta de mim. Ele é tão
quente. Fecho meus olhos por um segundo, apenas curtindo o
momento.

—Longa noite, hein? — Ele passa a mão para cima e para


baixo nas minhas costas antes de fazer o seu caminho para o meu
cabelo, esfregando meu couro cabeludo.

—Foi uma boa noite, não importa o que, — eu digo.

—Obrigado, fodidamente, mamãe. — Você não pode parar o


sorriso no meu rosto, não importa o quê. Adoro quando ele me
chama assim. —Vou correr ao lado para pegar algumas roupas e já
volto. Tranque a porta atrás de mim. Até que essa ameaça seja
resolvida, ficarei aqui. — Ele diz isso em um tom que me desafia a
discutir, e sabe de uma coisa? Eu não vou.

—Tudo bem. — Dou de ombros. Ele está me encarando sem


acreditar, finjo não notar. Mas eu noto tudo. Notei aquele sorriso
que só ele tinha em seu rosto. Eu fiz isso. Sim, isso me faz sentir
com um milhão de dólares. Eu o sigo até a porta.

—Vejo você em alguns momentos. — Ele pisca e sai, tomando


fôlego com ele.

84
Travis

Que porra de noite. Eu nunca esperei que isso desse certo. Eu


sabia que algo estava errado quando elas nunca voltavam do
banheiro. Então eu vi Adeline acenando para nós.

Eu vi três garotas entrarem no banheiro depois disso, e eu


estava fodidamente paranoico. Meu primeiro instinto foi que elas
não teriam tocado nela. Ela é muito doce para isso.

O que eu nunca esperei foi que ela lutasse assim. Ela até lavou
a cabeça de uma delas no banheiro. Mas estou orgulhoso dela,
valorizando Adeline e ela mesma. Ela não precisa tirar nada de
ninguém, e fico feliz que ela não tenha feito isso.

Então pequenas coisas começaram a acontecer com ela. Ela


não está mais lutando comigo e sou grato por isso. Só quero que ela
seja feliz e quero ser o responsável por isso. Ando dentro da minha
casa com um maldito sorriso no rosto, sabendo que estou voltando
para vê-la.

85
Capítulo Seis
Bailey

Uma vez que Travis saiu para ir a sua casa, fui ao banheiro e
tirei a maquiagem. Uma grande parte de mim quer ir para a cama e
não pensar naqueles caras me ameaçando.

Eu também quero assistir a um filme com Travis, talvez ele vai


abraçar? Entro na cozinha e pego um lanche e um par de
refrigerantes. Assim que coloco tudo na mesa de café, há uma
batida na porta.

Eu deixo o Travis entrar. Ele já mudou em um par de moletons


e uma camiseta. Deus, ele é lindo. Seus olhos estão fora deste
mundo, um azul tão penetrante. Quando ele tranca a porta, vê a
comida na mesa de café.

—Noite de filme? — Eu pergunto, tentando esconder minhas


mãos trêmulas.

—Eu amo isso, mamãe. — Ele abaixa sua bolsa, caminha até o
sofá e senta-se tão casualmente. Como ele pode ser tão casual? Eu
queria estar relaxada, sinto vontade de gritar metade do tempo.
Soltei uma respiração profunda, então me sento ao lado de Travis e
pego um saco de batatas fritas e um refrigerante.

—Filme assustador? — Ele pega o controle remoto e liga ‘O


Chamado’. Engulo em seco. Devo mencionar que estou facilmente
assustada? Eu ainda corro pelo corredor com medo de algo me
pegar. —Certo. — Eu dou de ombros. Ele liga e se afunda no sofá.
Rezo para que este filme não seja aterrorizante.

86
Oh, está tudo bem. Já descartei meus lanches e estou me
escondendo debaixo do cobertor, certificando-me de que todas as
partes do meu corpo estão cobertas. Não quero ser arrastada para
o porão. Pulo em uma parte assustadora e corro contra Travis. Ele
ri alto e coloca o braço em volta de mim. —Eu vou te proteger,
baby, — ele brinca, me segurando perto.

A garotinha está sendo arrastada - oh meu Deus! —Pobre


garotinha, — eu sussurro.

O corpo de Travis começa a tremer de rir de mim. —Baby, não


é real. — Ele beija o topo da minha cabeça e eu olho para ele.
Quando ele encontra meus olhos, meu coração começa a bater.
Olhe para longe, Bailey! Mas não posso, meus olhos estão
trancados nos dele. Sua mão segura meu queixo, seu polegar
acariciando minha bochecha. Lambo meus lábios e ele abaixa a
cabeça. Isso está realmente acontecendo?

Seus lábios tocam os meus. Abro minha boca e ele assume o


controle do beijo. Seus lábios estão cheios e tão macios, tão
diferentes de qualquer beijo que tive antes - isso é fogo. Eu me
pressiono mais perto dele, beijando-o de volta com tudo em mim.
Meu coração está batendo tão forte que tenho certeza de que ele
pode sentir isso.

87
Sua mão desliza do meu rosto para meus quadris e sou
levantada do sofá até que eu esteja sentada nele. Eu o sinto. Ele
está muito duro debaixo de mim. O segundo pensamento que
atravessa minha mente: uau, ele é grande! O terceiro: eu quero que
ele durma comigo.

Os lábios de Travis se movem através dos meus como se ele


estivesse fazendo amor comigo, tão doce, duro e fodidamente sexy
ao mesmo tempo. Eu nunca mais serei a mesma depois desse beijo.
Tenho vontade de fazer isso desde o momento em que o vi sem
camisa.

Prendo a respiração enquanto coloco minha mão sob sua


camisa. Tremo, arrepios cobrindo meu braço. Seu abdômen me faz
querer babar, eles são algo que você só vê na TV. Seus lábios se
movem dos meus e eu respiro fundo. Meus olhos ainda estão
cerrados, e suas mãos descem para minha bunda e se apertam.
Apenas um pequeno movimento dos meus quadris, e sei que serei
puro mingau. Já faz cinco anos desde que eu tive contato
masculino, e deixe-me dizer-lhe, Randall absolutamente era uma
merda na cama.

Fico enjoada pensando nisso. Ele era bonito e isso era tudo
que havia para ele. Egoísta, malvado, manipulador e muito mais.

Os lábios de Travis estão no meu pescoço. Meus dedos


enrolam e não posso aguentar, mas esfrego meu clitóris
suavemente em seu pau através de suas calças. Eu sinto seus
dentes se arrastando pela minha clavícula. Sacudo e estou
tremendo neste momento. Eu preciso tanto, mas não sei como
pedir. Ainda quero?

88
Ele finalmente arranca seus lábios do meu pescoço e olha nos
meus olhos. —Fodidamente linda. — Eu sorrio, abro meu rosto e
envolvo meus braços ao redor de seu pescoço. Ele se remexe, e seu
pau esfrega contra mim. Eu gemo um pouco antes de me segurar.

—Quer ir lá para cima? — Eu pergunto, minha voz quase


rouca, e estou imediatamente apavorada porque o que me fez
perguntar isso? Oh eu sei. Sou uma cadela com tesão que quer
pegar um pouco de pau.

Seus olhos vasculham meu rosto. —Você quer isso? — Ele


pergunta, e meu coração se acalma, porque é por isso que tenho
certeza. Ele é doce e gentil e quer ter certeza de que estou bem. Ele
pensa sempre em mim. Ele não fez absolutamente nada além de se
concentrar nas minhas necessidades.

Meus lábios se contraem antes de deixar meu sorriso livre. —


Sim, Travis. — Eu toco o lado do rosto dele. Uma parte de mim está
com medo. Não quero dar a ele a impressão errada. Escalo o colo
dele, ele pega minha mão e juntos subimos as escadas para o meu
quarto. Ele sorri enquanto fecha e tranca a minha porta. Oh meu
Deus, estou realmente passando por isso?

Ele caminha até mim e sua mão cobre a parte de trás do meu
pescoço, me puxando para ele, pressionando os lábios nos meus
novamente. Este beijo é diferente - este está incendiando minha
alma. Meus dedos se enroscam no carpete e seguro a frente de sua
camisa. Ele me empurra de volta até minhas pernas baterem na
cama, então se levanta e olha para mim. —Você está nervosa?, —
pergunta.

89
Estou no limite. —Sim, — eu sussurro. Respiro
profundamente, tentando acalmar meus nervos. —Já faz cinco anos
e eu só fiz sexo algumas vezes. — Eu jogo isso para ele tomar como
quiser. Randall nunca me deu um orgasmo. Honestamente, ele foi
muito indelicado durante o sexo. Nenhuma vez se sentiu grande e
isso doeu. Ele nunca se importou comigo ou como eu me sentia,
apenas sobre ele mesmo. Mas a parte triste era que eu achava que
era assim que a vida deveria ser.

O rosto de Travis suaviza e ele cobre meu queixo. —Não tenha


medo. Eu tenho você, mamãe. — Ele para, sua mandíbula
apertando com raiva. —Eu tenho você agora, nunca tenha medo
comigo. Vou te mostrar. Eu não só vou protegê-la fisicamente, vou
protegê-la emocionalmente, espiritualmente. Cada parte de você.
Vou cuidar de você. Todos os seus desejos serão atendidos e vou te
dar o mundo. — Ele beija minha testa, queimando o momento em
minha mente para sempre.

Não chore, Bailey. Mas é tão difícil não fazer isso. Ele tocou
uma grande parte de mim. Estou com medo, mas ele está bem. —
Obrigada. — Uma lágrima cai pelo meu rosto. —Você é a pessoa
mais incrível que eu já conheci na minha vida. — Eu me inclino
para frente e o beijo novamente, desta vez com tanta emoção.
Quero dizer muito, mas simplesmente não posso.

Seus dedos puxam a parte inferior da minha camisa e levanto


meus braços enquanto a puxa sobre a minha cabeça, deixando-me
no meu sutiã de renda preta. Ele sorri, arrastando o dedo pelo meu
braço e sob o meu peito, até o meu umbigo. Respiro fundo
enquanto seu toque deixa formigamentos em seu rastro. Sua mão
está nas minhas costas, então seus dedos estão no meu sutiã.

90
Minhas entranhas sentem como se estivessem tremendo de
nervosismo. O sutiã se solta e cai no chão. Vejo como seus olhos me
penetram, e leva tudo em mim para não me cobrir.

—Linda. — Seus dedos levemente roçam o lado do meu peito.


—Perfeição. —

Meu rosto está quente. Nunca fui examinada assim. —Deite-se,


mamãe. — Faço o que ele pede, suas mãos seguram o topo das
minhas calças de moletom. Levanto meus quadris, e ele puxa para
baixo do meu corpo, levando minha calcinha junto, deixando-me
completamente nua para ele. Eu quero me cobrir. Seu nariz se
inflama enquanto ele absorve tudo de mim, e suas mãos apertam
meus quadris. —Você é a coisa mais linda do mundo. — Sua voz é
mais profunda que o normal.

—Obrigada. — Ele sorri lindamente. É difícil acreditar que


esta pessoa está aqui na minha frente. —Eu acho que você está
muito vestido. — Me inclino para frente e solto o cinto dele. Ele me
deixa desabotoar suas calças, e eu as puxo para baixo de suas
pernas e puxo suas boxers com elas. Meus olhos se arregalam com
o tamanho de seu pau e minha boca seca. Ele é enorme e eu não
acho que isso vai se encaixar.

—O que? — Ele pergunta, tocando a parte inferior do meu


queixo.

Eu consigo me recompor. —Você é enorme. —

Ele ri com aquele sorrisinho arrogante no rosto. Isso cabe


perfeitamente nesse caso - ele tem o direito de ser assim. Sento-me
para trás e vejo-o tirar o resto de suas roupas, tentando não ser

91
excessivamente consciente do meu corpo, nu na frente dele. Penso
em todas as minhas partes que estão longe de serem perfeitas. Há
estrias no meu estômago e meus seios não são tão bons como
costumavam ser. Mas o jeito que ele está olhando para mim é tão
cheio de respeito, e é como se ele realmente achasse que eu sou
bonita.

—Vá até a cabeceira da cama, — ele me diz. Vou e ele rasteja


para cima da cama comigo, meu coração está batendo tão forte.
Estou tão inacreditavelmente nervosa. O nervosismo desapareceu
no segundo em que seus lábios tocam os meus. Fecho meus olhos,
arrastando minhas mãos pelos seus braços, minhas costas batendo
na cama. Suas mãos estão correndo por todo o meu corpo. É como
uma sobrecarga sensorial. Minha boceta está doendo e morrendo
por ele, e suas mãos estão flutuando ao longo da minha parte
interna das coxas.

Eu abro meus olhos quando ele se afasta e beija minha testa,


em seguida minha bochecha e depois meu pescoço. Seus lábios
parecem tocar todas as terminações nervosas, e sua boca continua
se afastando ainda mais. Seus lábios envolvem meu mamilo, e eu
jogo minha cabeça para trás, sibilando, o prazer atirando direto
para o meu clitóris.

Sua mão está se aproximando cada vez mais perto do local


onde eu preciso. Sua cabeça se move para um dos seios enquanto
ele aperta o outro. Minhas costas arqueiam e posso sentir que
estou tremendo. Isso é tão intenso que apenas estar perto dele me
prepara para explodir. Ele beija mais abaixo na minha barriga até
que sua boca está bem acima da minha boceta. Espere, ele vai…

92
—O que você? Ninguém..., — paro. Seu rosto fica vermelho
instantaneamente. —Inútil pedaço de merda., — ele rosna quando
ele descobre que ninguém nunca desceu sobre mim antes, e seus
braços enrolam em volta das minhas pernas.

Seus olhos se conectam com os meus quando ele abaixa a


cabeça e dá a primeira lambida. —Oh Deus. — Eu fecho meus olhos
e enterro minha mão em seu cabelo. Seus braços se apertam ao
meu redor e ele me puxa com mais força contra ele. Ele lambe,
suga, morde. Minhas pernas estão tremendo incontrolavelmente
neste momento, meus dedos enterrados profundamente em meus
lençóis. Ele solta uma das minhas pernas, em seguida, coloca dois
dedos dentro de mim e os enrola. Isso é tudo que é preciso. Caio no
limite, praticamente gritando. Meu corpo inteiro está tremendo, e
posso sentir-me pulsando em torno de seus dedos. Caramba, isso
aconteceu?

Ele enrola um preservativo e sobe de volta na cama, entre as


minhas pernas. Jogo uma perna nas costas dele. —Pronta, mamãe?
— Ele coloca sua testa contra a minha. Aceno, fechando meus
olhos, estou tão pronta para isso. Sinto a ponta quando ele
lentamente começa a entrar em mim, e relaxo permitindo-me
ajustar. Então ele para de se mover. —Ainda bom? —

—Mais do que bom, — eu sussurro, minha voz tremendo. Ele


desliza o resto do caminho e me beija, movendo-se lentamente
dentro de mim. Suas mãos correm pelos meus lados até que ele
encontra minhas mãos as colocando acima da minha cabeça. Seus
olhos se conectam com os meus enquanto ele se move gentil e
cuidadosamente, ternamente. Meus olhos se enchem de lágrimas
quando me atinge. Nós estamos fazendo amor.

93
Ele beija a lágrima e descansa a testa contra a minha mais uma
vez. Estamos apenas sentindo, desfrutando e deixando o mundo
desmoronar. Somos completamente um neste momento e sei que
nunca mais duvidarei dele. Ele está me dando mais que palavras,
ele está me mostrando. Minutos depois, nos reunimos como um só
e, nesse instante, nossos mundos mudaram completamente.

94
Capítulo Sete
Bailey

Eu acordo com a sensação mais incrível do mundo. Travis está


com a cabeça no travesseiro e o braço dele está envolto em volta
do meu estômago, segurando-me com força.

Esta é a vida. Viro minha cabeça e vejo que são oito horas.
Gabby vai se levantar muito em breve e preciso tomar banho.
Inclino minha cabeça e olho para Travis. Ele parece muito mais
jovem quando dorme, mas é tão bonito quanto.

Ontem à noite foi algo que nunca esperei, mas era muito mais
do que eu esperava. Ele me mostrou algo que nunca sonhei, senti
uma ligação incrível com alguém, quando fizemos sexo eu estava
no centro de tudo. Ele estava tão empenhado em garantir que eu
estava bem e se certificou de que estava me divertindo. Ontem à
noite mudou meu mundo inteiro.

Estou tão feliz por ter decidido dar-lhe uma chance. Nunca
quero que ele vá embora. Sei que é muito cedo para dizer isso, mas
ele tem sido uma parte da minha vida desde o momento em que o
conheci. Ele nunca saiu do meu lado, estava lá comigo quando
Gabby fez uma cirurgia. Ele se aproximou e fez o que pudesse por
mim.

Procurei suas más qualidades e esperei por uma surpresa


desagradável, mas isso nunca aconteceu. Ele me mostrou que nem
todo homem é o péssimo, e ele está em uma liga própria.

95
Sinto-o mexer ao meu lado e seus olhos se abrem lentamente e
se conectam com os meus. Um lento sorriso cobre seu rosto. —
Bom dia, mamãe. — Sua voz é rouca do sono.

—Bom Dia. — Esfrego a parte de trás da cabeça dele,


arrastando as unhas levemente. Ele levanta a cabeça e me beija
suavemente. Envolvo meus braços em volta do seu pescoço,
abraçando-o para mim. —Gabby vai levantar em breve, eu preciso
tomar banho. —

Ele olha para cima. —Precisamos tomar banho. — Ele corre


para baixo da cama, e sua mão trava no meu pé, arrastando-me
completamente nua em sua direção. Rio e agarro os cobertores
para parar a minha descida. Me viro, guinchando, assim que Travis
dá uma mordida na minha bunda. Rio alto e beijo a bunda dele.

Seus olhos se estreitam e meu primeiro pensamento é correr.


Saio para o banheiro e fecho a porta, trancando-a. A maçaneta gira.
—Você vai me deixar entrar para que eu possa comer sua boceta?
— Posso dizer não a isso?

Me apressei e liguei a água, depois corri para a porta,


destranco-a e corro de volta para o chuveiro, fingindo que não o
bloqueei.

Eu estou sob a ducha quente, deixando a água bater nas


minhas costas. Ele abre a porta de vidro e entra, nu como no dia em
que nasceu. Se aproxima, segurando meus quadris. Seu pau é duro
e descansando contra seu estômago. Engulo em seco, um nó na
garganta. É apenas a perfeição absoluta, não posso deixar de
repetir isso na minha cabeça. Inclino minha cabeça para trás e ele

96
agarra meu rosto entre suas grandes mãos. —Mulher mais linda do
mundo. —

Meu coração dispara e eu sorrio amplamente. —Você é o


homem mais perfeito do mundo. — Eu jogo isso para ele, não
tenho mais medo. Ele beija minha cabeça e fecho meus olhos e me
pressiono mais perto dele, apenas apreciando o contato pele a pele.
Eu nunca soube que seria assim. É como um sentimento bom para
a sua alma. Apenas estar perto dele me faz sentir incrível por
dentro. Estou feliz.

Ele abre meu xampu. —Vire-se, baby. — Me viro e ele começa


a massagear o shampoo no meu cabelo. Fecho meus olhos e rezo
para que eu não perca minhas coisas. Ninguém nunca foi tão terno
e carinhoso comigo. Tenho certeza de que minha mãe nunca fez
nada assim para mim, já que minhas babás faziam tudo. Uma
lágrima escapa antes que eu possa pará-la. Muita coisa aconteceu
nas últimas vinte e quatro horas. —Vire-se. —

Eu faço o que ele pede, deixando o spray da água lavar o


shampoo do meu cabelo. —Você é o cara mais doce, — eu sussurro,
minha voz entupida de emoção.

Seu rosto suaviza. —Baby, só para você e Gabby. — Posso


dizer perfeito de novo?

Eu ensaboei minhas mãos com sabão e desço pelos braços


dele até o peito, depois para baixo e para baixo até que eu envolvo
minha mão em torno de seu pau. Ele joga a cabeça para trás e cuido
para lavá-lo completamente.

97
Ele devolve o favor - ele me lava, enquanto aprecia eu o
lavando. —Eu preciso de você, — ele rosna. Tremo ao som de sua
voz. Suas mãos envolvem meus quadris, levantando-me do chão e
envolvo minhas pernas ao redor de sua cintura. —Foda-se o
preservativo, — ele rosna.

—Eu estou limpa e estou em controle de natalidade. —


Adoraria senti-lo sem nada entre nós.

—Também estou limpo, acabei de checar outro dia, na


verdade. — Ele me muda em seus braços e o sinto na minha
entrada. Lentamente me leva até ele e pressiona minhas costas
contra a parede do chuveiro. Inclino minha cabeça contra a parede,
apenas observando o puro êxtase. Seus lábios estão mordendo,
beijando, lambendo meu pescoço enquanto ele se move dentro de
mim, batendo naquele ponto toda vez.

—Oh Deus, — gemo, arrastando minhas unhas pelas costas


dele. Ele aumenta seu aperto em mim e começa a realmente bater
em mim. Ontem à noite ele foi super gentil, isto é diferente. Isso é
uma porra dura e que tudo consome, que te deixa em chamas.

—Pronta para gozar para mim, mamãe? — Ele range através


dos dentes cerrados, e me aperto em torno dele, meus dedos
enrolando. Inclino para frente e mordo seu ombro, tentando não
gritar e acordar Gabby. Eu o sinto vir dentro de mim. Tremo e ele
se move para a ducha para me aquecer.

Minha cabeça está enfiada no lado do pescoço dele. Sua mão


está subindo e descendo pelas minhas costas, me acariciando. Ele é
tão forte, me segurando praticamente com um braço. —Não sei

98
você, mas estou morrendo de fome. — Murmuro contra seu
pescoço, meu estômago roncando se tornando conhecido.

Ele ri. —Acho que precisamos alimentar você e a bebê. —

Bebê? Eu absolutamente amo que ele chamou de Gabby isso!


Eu amo o jeito que ele esteve envolvido com Gabby desde o início.

Terminamos o banho e descemos as escadas. Abro a geladeira


e pego um pouco de bacon. Queria ser a mãe que poderia fazer
tudo do zero, mas não consegui esse talento. Travis se oferece e
trabalhamos em equipe fazendo o café da manhã. Me inclino contra
o balcão, observando-o virar o bacon. Ele olha para mim, sorrindo.
—Vê algo que você gosta?, — ele brinca.

Mordo meu lábio, certificando-me de que ele me vê checando-


o. Ele ri, pegando minha mão e me puxando para ele e beija meus
lábios. Ouço uma risadinha e recuo e vejo Gabby parada na entrada
da cozinha. —Bom dia, querida. —

Ela está sorrindo de orelha a orelha. Seu cabelo é uma


bagunça absoluta e sei que vai ser uma dor para consertar isso. —
Bom dia, mamãe e Ravis. — Amo como ela não pode dizer
exatamente Travis.

—Bom dia, menina, o café da manhã está pronto, — diz Travis.


Meu pobre coração certamente não suporta muito mais. Ela sorri
para ele e se senta à mesa. Gostaria de ter sua energia pela manhã,
raramente está de mau humor e é uma menina tão feliz. Apenas
estar perto dela faz tudo melhor, é uma luz linda neste mundo
fodido.

99
Travis é outra bela luz. Ele e Adeline me deram esperança
quando eu não tinha nenhuma; então toda a minha vida mudou
completamente.

Travis arruma um prato para Gabby enquanto sirvo nossa


comida. Amo que ele está colocando-a em primeiro lugar e
certificando-se de que ela tem tudo o que ela precisa. —Você quer
leite? — Ele estica o pescoço ao redor da parede para poder vê-la.

—Sim, obrigada. —

Sorrio.

Travis olha para mim, balançando a cabeça. —Ela é


absolutamente preciosa, suas maneiras. Você fez bem, mamãe. —

Isso foi incrível. Ninguém nunca disse nada assim para mim
antes. Nunca soube o quanto queria ouvir isso. —Obrigada. —
Ando e beijo-o com força nos lábios. Ele me bate com força na
bunda e eu grito e me afasto.

Pego nossos pratos e caminho em direção a Gabby que está


sentada esperando, suas pernas balançando sob a mesa. —O que
você quer fazer hoje?, — pergunto. Ela não sai muito desde a
cirurgia. Todos nós sentamos, com ela na cabeceira da mesa, e
Travis desliza seu prato e um copo de leite na frente dela.

—Obrigada. — Ela sorri para ele. Ela rouba o coração de


todos, roubou o meu no momento em que descobri que estava
grávida. —Podemos ir a uma loja de brinquedos?, — ela pergunta
hesitante.

100
—Aposto que eles têm aquela boneca que você está querendo.
— pisco para ela. Deseja uma boneca que é muito parecida com um
bebê real.

Ela ofega dramaticamente. —É sério? —

—Sim, baby, mas você precisa comer e depois podemos nos


vestir para ir. —

Ela pega o garfo e escava sua comida.

—Você sabe que é mais do que bem-vindo a vir, Travis, — eu


digo.

Seu rosto suaviza. —Eu sei, Baby. —

Eu dou uma mordida na minha panqueca para ele não ver meu
sorriso bobo, e Travis apenas olha para nós dois e balança a
cabeça. Ele não se incomoda em esconder seu sorriso
absolutamente lindo.

Gabby e eu decidimos usar roupas iguais hoje. Nós duas


estamos vestindo um par de jeans confortáveis e uma camiseta
solta, com nossos cabelos enrolados em volta de nossos rostos.

Amo que ela quer se vestir como eu e sei que não será assim
quando ela for mais velha, então vou aproveitar cada momento
dela. Travis está se preparando no meu quarto, já que basicamente

101
se mudou pra cá desde que dormimos juntos. É meio difícil
envolver minha cabeça em torno do fato de que eu realmente fiz
sexo. Não é como se eu não tivesse feito isso, mas isso foi tão
absolutamente incrível que eu estou em estado de choque.

—Pronta, baby? —

Gabby termina de se olhar no espelho, é uma mini eu. Ela


corre e pega minha mão. —Nós estamos bem, mamãe. —

Rio. —Nós com certeza, baby. — Nós andamos de mãos dadas


pelas escadas. Travis já está aqui embaixo, colocando os sapatos.
Ele olha para cima e assobia. —Vocês não são apenas lindas. Tem
certeza de que querem que esse camponês vá junto com vocês? —

Gabby ri alto e eu me junto a ela, balançando a cabeça.

—Ravis, você é engraçado. —

Ele pisca e abre a porta da frente.

—Espere, deixe-me pegar minha bolsa, — digo a el, e ele


estende a mão e agarra a minha, me parando. Olho para ele. —O
que? —

—Você não vai precisar. Deixa comigo. —

Minha boca abre e fecha algumas vezes. —Mas Travis..., —


começo a discutir, mas ele apenas se inclina e me beija.

—Você fez muito, mamãe, deixe-me fazer isso. — Sua voz é


suave, meio bruta de emoção. Procuro em seu rosto por qualquer
sinal de hesitação, mas ele não tem nenhum.

102
—Ok. — Quero dizer não e pisar no meu pé, mas sei quando
recuar.

—Boa menina. —

Gemo internamente, meus pensamentos imediatamente vão


para o sexo. Ele tem aquele sorriso no rosto e sabe exatamente o
que está fazendo comigo. Abre a porta e Gabby e eu saímos para a
varanda.

Olho para as casas vizinhas. —Todas essas casas pertencem ao


MC? —

—Sim, a maioria dos caras solteiros e alguns membros da


família moram aqui. As famílias costumam construir sua casa na
propriedade que compramos fora da cidade. É mais isolado e os
únicos vizinhos são membros do MC. — Ele tranca a porta.

É incrível que todos estejam tão próximos e estão sempre lá


um para o outro, isso me dá uma sensação segura e calorosa, são
como uma família. Fico feliz que Travis tivesse tudo isso.

Ele abre o caminhão.

—Eu preciso tirar a cadeirinha da Gabby do carro. —

—Você não precisa, eu comprei uma para o meu caminhão. —


Aqui estou mais uma vez completamente chocada. Ele pensa em
coisas que a maioria dos homens nunca faria. Único e não posso
acreditar que ele é meu.

—Você é incrível, — digo a ele que beija minha testa.

103
—Só para minhas meninas. — Bem, aí vai meu coração,
apenas se despedaçou em um milhão de pedacinhos e sei que
nunca mais serei a mesma. Nunca mais quero ser a mesma. Não
mudaria nada.

Paro de andar e só os vejo juntos. Ele a coloca no caminhão e


eu os vejo falar enquanto ele a coloca em seu assento. Nossos
mundos mudaram de uma maneira tão incrível. Lembro-me de
dormir todas as noites rezando para que um milagre entrasse em
minha vida. Eu apenas pensei, talvez um trabalho melhor? Eu
nunca esperei que uns cem quilos de puro homem entrassem em
minha vida e me mostrassem algo diferente. Eu saio do meu
nevoeiro Travis e entro no banco do passageiro. Eu olho para trás,
para Gabby, que está balançando suas perninhas. Travis entra e
liga o rádio para a música country. —Vamos pegar a estrada. — Ele
coloca seus óculos de sol e abaixa todas as janelas. Oh garoto.

Chegamos à loja de brinquedos e é absolutamente enorme.


Gabby grita do banco de trás. Travis ri e sai. Ele anda em torno do
carro e abre a minha porta, depois a dela.

Ele a coloca no chão e ela começa a pular. —Tão animada, —


diz Travis. Ele pega a mão dela. —Que fofa. — Eu aceno e tomo sua
outra mão e andamos de mãos dadas na loja.

104
—Ó meu Deus! — Gabby praticamente grita, e eu rio de como
ela está animada. Nos puxa enquanto passamos por todos os
corredores até encontrarmos a boneca. Ela para estática, com os
olhos arregalados e a boca aberta.

—Eu acho que eles têm isso?, — Travis me pergunta e eu


aponto.

Gabby solta nossas mãos e corre para o meio do corredor. Ela


pega a boneca e a abraça no peito. —Finalmente, mamãe pegou
você, — ela balbucia à boneca.

Travis olha para ela por alguns instantes e depois para mim.
—Meu coração não aguenta. —

Eu rio porque ele está sentindo o que estou sentindo. —Eu sei.

Gabby olha para cima e engasga com todos os berços,


carrinhos de bebê, cadeiras altas e roupas feitas para a boneca. Ela
coloca a mão sobre a boca. Eu mencionei que minha filha é um
pouco dramática?

Travis se inclina ao lado dela. —Eu acho que seu bebê precisa
de tudo isso para cuidar adequadamente, você não acha? — Ela
balança a cabeça e, na hora seguinte, vejo-os interagir um com o
outro. Ele passa por todas as roupas que ela pode querer para o
bebê dela. Ele está recebendo todos os itens dela. Eu nem quero
saber quanto isso é caro, mas ele está gostando disso tanto quanto
ela.

Ela está no topo do mundo. Ele está fazendo com que ela se
sinta tão importante, certificando-se de que sua opinião sobre tudo

105
é importante. Até conseguiu que um trabalhador trouxesse um
carrinho para carregar tudo o que passa por sua mente. —
Muitooooo obrigada, Ravis. — Gabby corre e pula nele envolvendo
seus braços em volta do pescoço dele, enquanto a pega.

Travis

Isso é o paraíso: os braços de Gabby em volta do meu pescoço,


me abraçando. Meus olhos estão fechados enquanto aproveito este
momento.

Eu queria mimar ela. Queria que ela conseguisse tudo o que


sempre quis. Ambas merecem a porra do mundo.

Quando eu abro meus olhos, Bailey está segurando seu peito e


olhando para nós dois com uma expressão em seu rosto que nunca
vi antes. Ela é afetada e eu sou afetado. Gabby roubou meu coração
e a considero minha. Quero que ela seja minha filha. Quero que sua
mãe seja minha.

—Você sabia que eles acabaram de abrir um novo pula-pula


ao lado?, — eu pergunto a Gabby.

Ela olha para mim, seus olhos brilhando de felicidade. —Oh,


podemos ir, Ravis? — Eu olho para Bailey e ela revira os olhos
antes de concordar.

—Sim, nós podemos, anjo. — Digo a ela.

Corro minha mão por trás da cabeça de Gabby que


dramaticamente joga seus braços em volta de mim novamente. —
Oh Ravis, você é o melhor! — Ela grita, meio me ensurdecendo, rio
abraçando-a de volta. —Qualquer coisa para você, anjo. —

106
Bailey

Ela está no paraíso. Travis pagou para nós também, mas


apenas gostamos de vê-la saltar por todo o lugar. Ela sobe a parede
de pedra e pula como um macaquinho.

—Mamãe, você vai subir na parede de pedra? Por favor?, —


ela implora, seus grandes olhos castanhos arregalados.

—Eu vou tentar, baby. — Permito que o cara me prenda no


cinto.

Travis está me observando, sorrindo de orelha a orelha. —


Você consegue, mamãe. —

Rio nervosamente. —Eu não tenho certeza sobre isso, estou


com medo da altura. — Eu começo a minha ascensão e na metade
do caminho eu fico presa. Não consigo alcançar o próximo
identificador. Começo a entrar em pânico, todo o meu corpo está
tremendo.

—Você está bem, baby?, — Travis pergunta, e balanço minha


cabeça. Não, não estou bem.

Travis

Ela está fodidamente aterrorizada. Posso vê-la tremendo


daqui. —Baby, você pode descer devagar ou pular aqui para baixo?

Ela começa a descer, mas para. —Eu só vou deixar ir. — Ela
solta e vejo o trabalhador soltar a corda e sair correndo. Corro e
agarro a corda, e ela queima minhas mãos enquanto a paro de cair
livremente no chão. Ela olha para mim, segurando a corda,

107
completamente aterrorizada. Solto e a pele em minhas mãos está
completamente rasgada em pedaços.

Ela cobre a boca, então ela finge que está bem porque Gabby
está assistindo.

—Woah, mamãe, você desceu super rápido! Que divertido. —


Ela não sabe que sua mãe quase caiu seis metros.

Bailey fecha os olhos, segurando o peito. A puxo para os meus


braços. —Venha cá, Gabby. — Digo gentilmente. Preciso ter certeza
de que ela está perto de mim. O trabalhador foi embora
propositalmente. Ele queria que ela se machucasse, e vou descobrir
o porquê. Isso é certeza.

Bailey

Respire, repito para mim mesma mais e mais. Estou ruim do


estômago. Meu pior medo acabou de acontecer. Do canto do meu
olho, vi o operário fugindo. Travis me salvou de ser seriamente
ferida ou morta. Estou tremendo a ponto de mal conseguir ficar de
pé. Ele beija minha testa. —Vamos sair daqui, — sussurra, e ele me
deixa ir ajudando-me a sair do meu arreio. Pego Gabby. A quero
perto, no caso de ser realmente intencional. Não quero que ela saia
do meu lado até que eu tenha certeza disso.

Percebo as mãos de Travis. —Você está ferido, — sufoco. A


pele das mãos está completamente rasgada e sangrando. Dói-me
vê-las em tão mau estado.

Ele sacode a cabeça. —Isso não é nada, baby. — Ele joga as


correias para longe. Pega minha mão e depois a de Gabby e nós
saímos do prédio. Só quero ir para casa e me aconchegar no sofá.

108
Apenas esquecer essa experiência horrível. Nunca mais faço nada
assim.

Estamos à beira da calçada em frente ao prédio quando um


carro com janelas escurecidas acelera em nossa direção. Travis
pega Gabby, envolve seu braço em volta de mim e me puxa de
volta. O veículo entra no trânsito, quase acertando outro veículo, e
depois desaparece.

—O que diabos está acontecendo?, — eu digo em voz alta.

—Precisamos sair daqui. — Travis me puxa com força para o


lado e agarra Gabby contra seu peito. Ele praticamente me carrega
junto com Gabby. Ele abre a minha porta e eu entro e coloca Gabby
em seu lugar.

Me inclino para trás para apertar ela. No momento em que a


porta está fechada, o mesmo veículo volta. Uma janela desce; uma
arma está espreitando. Eu pulo no encosto do banco e deito em
cima de Gabby no momento em que a arma dispara, batendo na
janela dela. Eu olho para a janela em choque absoluto, é à prova de
balas. Fecho meus olhos e choro. Pensei que ia perder meu bebê.

Travis está fora do carro, com a arma de fora, correndo atrás


do veículo. Ele dispara três tiros em rápida sucessão. Pop! Pop!
Pop! O veículo bate em um poste de luz.

Travis

Que diabo está acontecendo? O cara puxa a arma para fora e


eu já estou fora do meu carro. Ouço a arma sendo disparada e
estou inundado de raiva diferente de qualquer outra que já senti
antes.

109
As balas atingiram a janela de Gabby, esses filhos da puta
estão apontando para ela. Isso me deixa tão grato que reforçamos
todos os nossos veículos para torná-los o mais seguros possível. As
balas não conseguem penetrá-las.

Eu alcanço o carro e esvazio meu pente, estourando todos os


pneus e atirando na parte de trás de sua cabeça. Seu veículo corre
de frente em um poste de luz, e eu corro e tiro o filho da puta do
caminhão. Ele bate no chão, gritando. Tiro a máscara do rosto dele,
e ele está segurando as mãos para cima. Reconheço-o
imediatamente, é um dos filhos da puta do bar.

Pego meu telefone e aperto o botão de alerta, enviando minha


localização e deixando meus irmãos saberem que preciso deles.
Esses caras vão sofrer, porra. Eles vão mais do que sofrer. Vou me
certificar de que eles implorem por suas vidas, mas sua
mendicância será fútil. Eles tentaram machucar Bailey e depois a
filha dela, minha filha. Essa merda é imperdoável.

Mantenho minha arma mirada nele, e olho para o caminhão.


Ainda há pessoas no veículo, mas mal posso vê-las.

Um minuto depois, ouço as motos e fecho os olhos por uma


fração de segundo. Eles estão vindo. Eu estou morrendo de
vontade de pegar minhas garotas. Quero matar esse filho da puta e
levá-las para casa, longe de toda essa besteira. Mas esse filho da
puta vai se arrepender de suas ações. Precisamos descobrir o que
este pequeno clube planejou.

Wilder chega perto de nós, com os olhos arregalados de raiva.


—Que porra aconteceu? — Eu explico tudo, e Wilder tira minha

110
arma de mim. —Deixa comigo, leve suas meninas para casa e nos
veremos mais tarde. — Ele me dá uma olhada.

Olho para o estúpido filho da puta no chão. Eu quero, porra,


esmagar o rosto dele. Quero rasgá-lo por membro.

—Eu vou vê-lo mais tarde, — digo a ele antes de rir. Aceno
para Wilder e corro pelo estacionamento até a minha caminhonete.

Abro a porta do passageiro. Bailey está chorando e segurando


Gabby. —Acho que mamãe está com medo de quase cair, Ravis. —
Gabby dá um tapinha nas costas da mãe dela. Obrigado, porra, ela é
jovem e não entende. Fecho meus olhos. Ela precisa estar protegida
e protegida de todo o maldito mal da vida.

—A fuga acabou, mamãe, — digo a ela suavemente. Ela desliza


para o assento do meio, e envolvo meus braços em volta dela e
Gabby, que se aconchega no meu peito e Bailey encosta a cabeça no
meu braço. Pouco a pouco, seu choro começa a parar. Vejo meus
irmãos vindo, um por um. —Você está segura, — eu sussurro.

Ela acena com a cabeça. —Isso só me assustou, Gabby poderia


ter... —

—Shh. Eu sempre vou te proteger. — Beijo o topo de sua


cabeça. Ela balança a cabeça e segura meu braço. —Acho que
estamos prontos para ir para casa e tirar uma soneca, não
estamos? — Pergunto a Gabby, cujos olhos estão caídos.
Cuidadosamente a movo para seu assento e a afundo. Passo por
cima de Bailey e ligo o caminhão. Ela fica no banco do meio e
coloca a mão na minha perna.

111
—Estou pronta para ir para casa. — Ela deita a cabeça no meu
ombro. Coloco minha mão em sua perna direita, segurando-a o
melhor que posso. Ela já estava fodidamente sacudida depois de
quase cair. Então o filho da puta tentou nos acertar e atirou na
janela de Gabby. Eu não consigo parar de pensar sobre as balas
atingindo a janela de Gabby. Em um piscar de olhos, todo o seu
mundo pode ser levado embora. Meu mundo poderia ter sido
levado embora.

112
Capítulo Oito
Bailey

Algumas horas depois

Eu estou deitada no sofá, um cobertor cobrindo minha metade


inferior. Você não podia tirar esse sorriso do meu rosto. Estou no
céu.

Travis está sentado no chão com Gabby, brincando de


bonecas. Ele está colocando uma fralda na nova boneca, que
acabou de fazer cocô falso. Gabby está cobrindo a boca e rindo para
Travis, que está fingindo estar doente. Ele reveste o bebê e entrega
para ela. —Como eu me saí?, — ele pergunta.

Ela inclina a cabeça para o lado, como se estivesse pensando


nisso. —acho que você está indo muito bem, Ravis. — Ela sorri
para ele e dá um tapinha no antebraço dele. Ela começa a alimentar
o bebê com uma mamadeira. Está muito apaixonada pelas coisas
que ele comprou para ela. Amo que ele desceu no nível dela e
brincou com ela, isso é tão importante. Ela ficou surpresa por ele
ter feito isso, e amou a atenção. Eu adoro vê-la tão feliz. Ela só teve
a mim todos esses anos. Seu pai nunca fez nada além de ser
rabugento e não quer nada com ela.

Travis se senta ao meu lado e coloca minhas pernas em seu


colo. Me sento, aconchegando mais perto. Desde que tudo
aconteceu antes, só quero estar o mais próximo dele possível. Ele
me faz sentir tão segura.

113
—Como você está se sentindo, mamãe? — Ele alisa meu
cabelo por cima do meu ombro, olhando para mim de perto.

—Eu estou bem agora, eu estava um pouco abalada mais cedo.


— Tenho certeza de que ele já poderia adivinhar isso de todos os
choros que eu fiz. Vendo uma arma apontada diretamente para a
janela de Gabby... Eu poderia ter perdido ela. Graças a Deus as
janelas eram à prova de balas.

—Isso me assustou também. Eu preciso sair em uma hora.


Haverá um cara de confiança com você até eu voltar. Precisamos
descobrir o que aconteceu. — Ele está observando minhas reações
às suas palavras.

—Só pegue esses filhos da puta, eles quase machucaram meu


bebê. — Fecho meus olhos e me inclino para frente até que minha
cabeça esteja descansando em seu peito. Naquele momento, a paz
vem sobre mim. Ele é minha segurança, segurança e calor. Ele é
tudo que eu sempre precisei e nunca soube que queria.

—Isso é certeza fodida, querida, — ele sussurra para que


Gabby não ouça.

Gabby sobe no sofá e fica entre mim e Travis. Eu rio, e ela puxa
meu cobertor sobre o colo, aconchegando-se ao lado de Travis. Ele
corre o dedo pela lateral da bochecha dela. Seu rosto é tão suave e
cheio de... Amor. Ele ama meu bebê. Isso é o mais importante para
mim. Ela vem em primeiro lugar na minha vida, sempre. Eu adoro
isso, desde o momento em que ele nos conheceu, ele sempre a
colocou em primeiro lugar.

114
Nunca duvidei que ele estivesse por perto com as melhores
intenções, ele é simplesmente perfeito para nós duas. Estaria
mentindo se não admitisse que estava me apaixonando por esse
homem, porque eu estou. Difícil e rápido. Às vezes só me ocorre
que esta é a minha vida e é tão difícil de acreditar. Eu fui de tão
sozinha para compartilhar minha vida com alguém.

Travis levanta Gabby em seu colo, segurando-a como um bebê.


Gabby ri, olhando para ele. Meu coração... —Eu não sou um bebê,
Ravis. — Ela ri, cobrindo a boca com a mão.

Ele sorri amplamente. —Você é meu amor, sempre. — Ele faz


cócegas nela, fazendo-a gritar de rir.

—Ravis, pare!, — ela consegue sair do riso, lágrimas caindo


pelo rosto. Ele para, beijando o topo da cabeça dela. Ele pega o
cobertor, cobrindo-a como faria com um bebê.

—Eu amo você, Ravis, — diz ela casualmente, sem perceber o


impacto total de suas palavras e o que elas fazem para mudar
vidas. Travis olha para mim e vejo um choque no rosto dele. Eu
cubro minha boca para abafar minhas lágrimas. Meu bebê não
conta para ninguém que ela ama. Isso é enorme. Ele está causando
um tremendo impacto em sua vida. Eu nunca percebi o quanto até
esse momento. Ela o ama.

Travis se abaixa e beija o topo de sua cabeça. —Você sabe que


eu também te amo. Certo, anjo? —

Ela sorri para ele. —Eu sei, Ravis. — Ela dá um tapinha no


braço dele, bocejando de novo e fecha os olhos. Ele a puxa com
mais força contra ele e passa os dedos pela parte de trás da cabeça

115
dela. Ele está olhando para ela como se seu mundo começasse e
terminasse com ela. Eu conheço o sentimento muito bem.

Chego um pouco mais perto, descansando minha cabeça em


seu ombro. Quero mais filhos. Quero quantos Deus quiser que eu
tenha.

Nós sentamos no sofá, assistindo TV como uma família faria.


Gabby já está dormindo e eu também em breve. Hoje foi
mentalmente desgastante.

Travis

Ambas estão dormindo. Coloco Gabby no sofá e o cobertor em


volta dela, e coloco um travesseiro no chão para o caso de ela cair.

Eu me inclino e beijo Bailey nos lábios. —Baby, — sussurro e


empurro o cabelo para fora do rosto dela. Seus lindos olhos se
abrem. —Eu voltarei em breve, descanse um pouco. — Ela balança
a cabeça, fechando os olhos novamente. Beijo o topo de sua cabeça
e caminho para fora.

Um dos caras está sentado na varanda da frente. Aceno para


ele e subo na minha motocicleta. Então eu para o clube, onde o
filho da puta está esperando por mim. No momento em que sento
na minha moto, tudo muda. A suavidade me deixa. Esse filho da
puta precisa pagar.

116
A sala de interrogatório fica no porão. Nós o mantemos
separado para que os gritos não sejam ouvidos tão facilmente.

Quando eu entro na sala, o cara está sentado e seus braços e


pernas estão amarrados à cadeira. Os outros membros do MC já
estão aqui esperando por mim. Lane acena para mim, me dando
permissão para fazer o que é necessário.

Alguém coloca a mão no meu ombro. É Aiden e ele está


chateado. Ele balança a cabeça, deixando-me saber que ele tem
minhas costas. Todos os meus irmãos tem.

Volto minha atenção para o filho da puta sentado na cadeira,


olhando para mim. Eu estou doente. Aperto seu rosto entre as
minhas mãos, apertando. —Diga-me tudo o que eu quero saber.
Vou deixar você morrer rápido, ou posso arrancar de você. — Eu
me inclino mais perto, olhando-o morto nos olhos. —Ou eu posso
fazer durar dias, semanas, meses. É sua porra de escolha. Por que
você tentou atirar na minha filha? —

Ele joga a cabeça para trás, rindo.

Ele quer jogar assim? Aiden caminha até a parede e agarra


algumas juntas de aço, e eu as deslizo sobre meus dedos. Eu não
estou brincando. Essa merda é pessoal. A visão da maldita arma
apontada diretamente para a janela da Gabby nunca vai me deixar.
Porra, me assustou pela vida. Eu poderia ter perdido tudo antes
mesmo de tê-lo.

Aiden fica bem ao meu lado.

Soco o filho da puta na boca. Aquele maldito riso dele estava


vestindo no meu último nervo. Ele para de rir quando o sangue

117
escorre de sua boca. Ele cospe e os dentes batem no chão. Eu sorrio
quando vejo lágrimas nos olhos. Sim, filho da puta, chore. Ele olha
para mim e eu dou um soco nele de novo no queixo. Ouço um crack
doentio e rio de sua expressão cheia de dor. Boa.

—'Pare. —

Rio. —Ohh não, seus dentes estão doendo? Eu vou consertar


isso para você. — Quando passo por ele, me certifico de bater no
lado de sua mandíbula onde a despedacei. Ele grita pela primeira
vez. Bem, merda, mal levou algum esforço.

Eu olho para os caras e eles reviram os olhos. Não posso


aguentar quando são fáceis de quebrar. Esse filho da puta vai falar
a qualquer momento agora. Eu ando até a parede do inferno e pego
um alicate.

Aiden está curvado, sussurrando em seu ouvido, e arqueio


uma sobrancelha quando o filho da puta fica pálido diante dos
meus olhos. Então eu noto que seus jeans estão ficando mais
escuros ao redor da virilha. Aiden se levanta, sorrindo de orelha a
orelha. Ele é fodidamente vicioso. Pode parecer um idiota com
esses óculos, mas ele está fodendo com ‘Dexter’ em carne e osso.

—Abra para mim. — Mexo meu alicate. Seus olhos se


arregalam e ele fecha a boca. —Tudo bem então. — Pego a faca em
cima da mesa ao lado dele. Alguém deve ter fodido com ele antes
de eu chegar aqui, provavelmente Aiden. Uso o alicate para apertar
seu lábio, depois deslizei a faca. Ele abre a boca, gritando e jogo o
lábio inferior no colo dele.

118
—OK! — Ele grita, suas palavras mal coerentes, se debatendo
em sua cadeira.

Eu dou um passo para trás, fazendo um grande show


colocando a faca sobre a mesa.

—Fodida boceta, eu odeio quando eles são fracos. Eles não são
divertidos. — Aiden ri. Eu olho para ele de lado. Eu te disse que o
filho da puta adora essa merda.

O cara em questão finalmente olha para mim. Ele tenta sorrir,


mas isso é meio difícil com o lábio desaparecido. —No começo,
pode ter sido sobre Adeline, mas nós tínhamos um motivo. Você
sabe o quanto um dos garotos do Grim Sinners ou Devil Souls vale
a pena? Vocês têm muitos inimigos. — Eu estou fodidamente
doente no meu estômago. Eu olho para os caras e eles são todos
pálidos. Uma coisa é mexer com a gente, mas saber que nossos
filhos têm valor neles? Então afunda: ele queria Gabby. —Hoje foi
uma tentativa de pegar sua filha, mas ela não iria sair do seu
maldito lado. Uma coisinha doce como essa me faria milhões. —
Ele se desloca em seu assento. Olho para baixo e vejo que ele tem
uma ereção. Pego minha arma e atiro nele. Ele grita, olhando para a
sua virilha, onde eu só tiro a porra dele. Aiden está pulando para
cima e para baixo. Estamos todos fodidamente chateados.

—Você já vendeu alguma garota? — Pergunto. Eu sei que eles


não chegaram aos garotos do MC.

Ele concorda.

—Onde? — Eu bato na cara dele.

119
—Quarenta e três na Donna Street, casa amarela, — ele
consegue falar, antes que ele desmaie da perda de sangue. Olho
para os caras. Estou tremendo. E se isso tivesse sido a Gabby? Não
vá lá, porra, Travis. Ela está em casa segura com sua mãe. Eles não
vão tocar um fio de cabelo na cabeça dela, nunca. Vamos acabar
com isso, temos muitos inimigos porque não vamos permitir que
isso continue. Sim, a lei é importante, mas alguma merda precisa
ser tratada de outra maneira.

Lane está no canto, no telefone, provavelmente com Kyle. Eles


precisam saber o que está acontecendo. Eu não posso ficar
esperando por aí.

—Nós os pegaremos, Travis. Eu prometo porra. — Aiden está


de pé ao meu lado, e ele está tremendo tanto quanto eu. Eu olho
para Lane, que é tão ruim porque ele tem uma filha de oito anos de
idade. Wilder, que também tem uma filha, é foda. Eu sei que neste
instante os MC’s vão se unir e vamos acabar com tudo isso. Esta
não é a primeira vez que tiramos merda assim. Estar no Texas,
perto da fronteira, faz com que essa merda aconteça com mais
frequência do que deveria.

Lane coloca o celular no bolso. —Vamos montar. — Eu tiro


minha arma e coloco uma bala na cabeça do filho da puta; ele não
merece respirar outro segundo. Eu quero fazer muito mais dano,
mas há outras coisas que precisam ser feitas.

Nós seguimos Lane para fora do porão, e nós não dizemos a


mínima palavra quando pegamos nossas motocicletas. Temos
apenas uma coisa em nossas mentes: precisamos chegar o mais
rápido possível.

120
Chegamos à casa amarela, e um dos rapazes está estacionado
perto da porta dos fundos para se certificar de que alguém não
tente escapar pelos fundos. Lane caminha direto e chuta a porta.
Um homem pula do sofá, e Wilder o empurra de volta, apontando
uma arma para ele. —Sente-se ainda, porra. —

Eu sigo Lane até o porão. É triste, mas é aí que todo mundo


tende a manter as pessoas que eles sequestraram. Acendemos a luz
e, em um colchão sujo, está um bebê que não poderia ter mais do
que alguns meses de idade. O cheiro me atinge e eu engasgo, cheira
a pura merda e mijo. Procuramos por toda parte e não vemos mais
ninguém. Eu pego o bebê, colocando-o contra o meu peito.

Olho para Lane, que está descansando a cabeça contra a


parede. Essa merda é algo que nunca vamos esquecer. Quando
voltamos para o andar de cima, todos os caras se viram para nos
olhar. O cara sentado no sofá olha para o bebê.

—Aww, porra, eu acabei de comprá-lo algumas horas atrás.


Não toquei nele, juro. — Ele levanta as mãos no ar. Eu fecho meus
olhos em alívio. Há, porra, pessoas doentes neste mundo. Graças a
Deus esse bebê é jovem o suficiente para que essa merda não o
afete.

—Onde está a família dele?, — Lane pergunta. O cara olha


para todos nós, muito calmo para o meu gosto. Será que ele não
sabe que ele não só vai morrer – ele também vai ser uma
mensagem para essa porra de MC? Nós estamos vindo para eles.

—Aparentemente, ele é o bebê de uma mulher sem lar. Ela o


vendeu por um bocado de droga. — Eu fecho meus olhos. Como
alguém pode fazer algo assim? Este bebê nunca teve uma chance

121
neste mundo, essas pessoas o estavam preparando para o fracasso
de merda desde o começo. Lane olha para mim e para o bebê que
estou segurando. Eu não sei o que fazer.

—Vou levá-lo comigo esta noite. — Wilder se oferece.

—Se Amelia não estivesse prestes a dar à luz, eu faria, — diz


Lane. —Vamos tentar localizar sua família. —

—Vou levá-lo, — diz Aiden a todos. Eu me viro e olho para ele.


Eu nunca esperei isso. —Aiden, você tem certeza?, — Lane
pergunta.

Ele concorda. —Sempre quis um bebê e tenho espaço e meios


para cuidar dele— Isso é verdade. Aiden mencionou para mim
antes que ele sempre quis ser pai, e tenho a sensação de que não
vamos encontrar a família deste bebê.

—Aiden, por que você não vem comigo para casa, e nós
podemos ajudar você por alguns dias até pegar o jeito? Nós temos
um quarto de hóspedes. —

Aiden assente. —Isso seria bom. Eu sei que Bailey pode me


ajudar. — Ele se aproxima de mim e eu dou a ele o bebê, que está
dormindo. Meu coração está doendo ao ver ele. Ele é tão minúsculo
e inocente, e se não tivéssemos chegado aqui quando o fizemos,
tudo teria sido tão diferente.

Lane pega o homem do sofá pelos cabelos e o arrasta para


fora. —Eu e você vamos conversar. Quero saber tudo. —

—Deixe-me chamar Bailey, precisamos pegar algumas coisas


para o bebê, — digo a Aiden e ele balança a cabeça.

122
Ela responde depois de alguns toques. —Olá baby. — Eu me
apressei e expliquei a situação, e a ouvi farejar o telefone. Eu sei
que essa merda está chegando perto de casa por causa da Gabby.

—Ela está me mandando uma lista de produtos básicos,


sempre podemos pegar as outras coisas necessárias, — digo a
Aiden.

—Eu quero agradecer a você, cara. Isto significa muito para


mim. —

—Não é nada, é para a família. — Eu bato no ombro dele e o


puxo para fora comigo. O ar está gelado e o bebê começa a chorar
imediatamente.

—Travis, você pode pegar meu casaco fora do meu alforje?, —


Aiden me pergunta. Eu pego sua jaqueta e entrego a ele.

Um prospecto dirige em um caminhão, e Lane olha para Aiden.


—Aqui está o seu caminhão, e nós tivemos um assento de carro
instalado lá. —

—Obrigado, Lane. — Aiden caminha até o caminhão. Eu abro a


porta para ele, e Aiden coloca o bebê dentro do banco do carro. Ele
coloca a jaqueta no banco ao lado dele. Eu mostro a Aiden como
segurá-lo corretamente.

—Vou leva-lo para Myra e depois para a loja. — Precisamos


ter certeza de que ele está bem. Aiden entra no banco do motorista
e eu pego a motocicleta.

123
O mundo inteiro de Aiden acabou de mudar, e eu sei que ele
vai ser um incrível pai fodido. Somos todos bons pais. Eu nunca
percebi o quanto eu queria, até Gabby.

124
Capítulo Nove
Bailey

A partir do momento em que recebi o telefonema de Travis,


não me saiu da cabeça: traficar? Eu sei que coisas assim acontecem,
mas para que isso aconteça aqui, bem debaixo de todos os nossos
narizes?

Esse é um grande alerta. Eu não consigo nem imaginar a


mentalidade de alguém que faria algo assim. Eu cerro meus olhos
fechados. Eu não quero pensar em coisas assim.

Travis me mandou uma mensagem em torno de vinte minutos


atrás, deixando-me saber que eles estão saindo da loja e indo para
casa. Eu sei que eles levaram o bebê para Myra.

Eu ouço uma motocicleta parar do lado de fora e vou até a


porta da frente e saio para a varanda da frente. Aiden sai do
caminhão e Travis abre a porta e tira uma tonelada de sacolas. Eu
acho que eles conseguiram o que lhes disse e muito mais. Aiden
fecha a porta, carregando um pequeno pacote.

Eu me afasto, segurando a porta aberta para ele. —Você


precisa de mim para ajudá-lo a descarregar, Travis? — Ele balança
a cabeça com um leve sorriso.

Aiden sorri para mim. Ok, Aiden tem essa coisa de nerd sexy
nele. Ele está completamente de mangas compridas e seu cabelo é
marrom-escuro, com um leve gel para o lado, mas bagunçado o

125
suficiente para dar a ele aquela aparência arrumada desarrumada.
Travis coloca tudo no chão da sala e volta para o lado de fora. Meu
palpite é que ele está saindo para outra carga. Aiden se senta no
sofá com o bebê.

—Ele é lindo., — eu digo baixinho. Estou com vontade de


segurá-lo. —Eu sinto falta de Gabby sendo tão pequena. — Não há
nada melhor do que se aconchegar com um bebê.

—Eu não sei o que fazer., — ele confessa. Eu rio.

—Eu também não sabia, mas eventualmente se torna uma


segunda natureza. Não é uma coisa fácil de fazer, mas vale a pena.

—Eu acho que é tudo. — Travis geme enquanto ele carrega a


última bolsa.

Eu localizo a banheira do bebê. —Acho que ele precisa de um


banho, pijamas e comida., — digo a Aiden. Eu procuro a bolsa,
encontrando os suprimentos necessários. Travis leva a banheira
para a cozinha e, enquanto encho a banheira, certifico-me de
mostrar a Aiden a temperatura correta. Travis está ajudando-o a
tirar o bebê de suas roupas.

—Ele precisa de um nome. — Eu não posso continuar


chamando ele de ‘bebê’.

Aiden inclina a cabeça para o lado por alguns segundos. —Que


tal Reid? —

126
Eu sorrio. —Eu amo isso. — Explico a Aiden tudo o que ele
precisa saber e arrasto Travis para fora da cozinha, deixando-o
sozinho.

Sento-me no sofá e Travis se senta ao meu lado. —Que dia,


hein?, — eu esfrego meus olhos cansados.

Travis boceja. —Isso é certeza. —

Eu me abaixei e comecei a tirar tudo das malas. Eu pego o


medidor, mamadeira e comida de bebê. —Quanto tempo tem ele?,
— eu pergunto ao Travis.

—Ele tem cinco meses, do que Myra pôde descobrir. —

Eu sacudo minha cabeça. Ele é tão pequeno. —Ele está abaixo


do peso, não é? —

Travis acena com a cabeça. —Sim, ele está, mas não tão ruim
quanto ela esperava. Ela não vê nada de errado com ele, mas ela fez
testes. Ela nos deu uma fórmula especial para ajudar a aumentar
seu peso. —

Eu olho para as roupas minúsculas, meu coração se partindo.


—É tão triste, Travis, — eu sussurro, e eu me inclino contra ele.

—Eu sei, Baby. — Ele beija o lado da minha cabeça. Eu solto


uma respiração profunda e pego a fórmula e a garrafa. Quero por
um pouco de comida nele o mais rápido possível.

Aiden olha para cima quando eu entro. —Estou com medo de


machucá-lo. — Reid está olhando para Aiden como se ele estivesse
tentando entender quem ele é. Ele boceja e começa a chupar a mão.
Quão precioso.

127
—Você está indo perfeitamente bem. Ele está pronto para
sair? — Eu pergunto.

—Acho que sim. — Aiden pega uma toalha de uma pilha no


balcão, e ele tira Reid da água. Reid chora de frio. —Shh, eu tenho
você. —

Meu pobre coraçãozinho. Eu não posso esperar para ver


Travis com seu próprio bebê. Eu quero ter um monte de crianças
com ele.

Travis entra na cozinha e coloca o braço em volta dos meus


ombros. Ficamos juntos assistindo a Aiden, certificando-se de que
ele não precisa de nada. É realmente incrível que ele aceitasse Reid
sem hesitar, e eu amo o fato de você não precisar estar em um
relacionamento para ser pai ou mãe. Ele está assumindo um papel
enorme e ficará bem.

Aiden, finalmente pega ele cheiroso, de fralda limpa e vestido,


e ele o coloca contra o peito, sorrindo. —Estou apaixonado. —

Eu entendo 100% de onde isso vem. —Você precisa de mim


para ajudá-lo com a mamadeira? —

Ele concorda. —Obrigado. — O guio através do processo e


entrego-lhe a mamadeira. Ele pega e entra na sala de estar, e se
senta na poltrona reclinável. Travis e eu seguimos e sentamos no
sofá.

—Precisamos montar a cama. — Eu digo ao Travis.

—Que tal eu fazer isso, e você pode ajudar a arrumar o quarto


para Aiden? —

128
Pego as sacolas e coloco as garrafas, a fórmula e a água na
mesa para que ele possa pegá-la facilmente hoje à noite. Arrumo
um trocador improvisado, tendo tudo pronto. Coloquei as roupas e
cobertores de Reid no peito. Então eu arrumei a cama para Aiden,
ele vai precisar dormir o máximo que puder pelos próximos dois
dias até que entre no ritmo das coisas.

Desço as escadas. —Não se esqueça de fazê-lo arrotar de vez


em quando. — Eu aprendi isso da maneira mais difícil com a
Gabby. Travis tem a cama de Reid montada. É uma simples de
armar. Quando Aiden for para casa, ele pode pegar um berço.

Reid começa a chorar e Aiden dá um tapinha nas costas dele,


balançando suavemente. Ele é bom naturalmente! Travis se
levanta, carregando a pequena cama. —Eu retornarei. —

Bocejo e ligo a TV, relaxando no sofá. Travis volta e me puxa


para o seu colo, e nós assistimos TV juntos. Do canto do meu olho,
eu assisto Aiden e Reid, mas Aiden parece estar dominando a
situação perfeitamente.

—Acho que vou deitá-lo e dormir também. Obrigado a todos


por tudo, — Aiden sorri.

—Não é nada, é para isso que serve a família, certo? — Travis


fala muitas vezes sobre o fato de o MC ser uma família e sinto que
agora faço parte disso.

—Está certo, — Aiden assente e sobe as escadas.

Eu fecho meus olhos, me aconchegando em Travis. —Deixe-


me limpar a cozinha, e eu estarei pronta para dormir. — Eu olho

129
para as coisas de bebê, incluindo as meias pequenas. Travis vem
atrás de mim, envolvendo os braços em volta de mim.

—Você sente falta, não é?, — ele pergunta.

Eu concordo. —Sim, eu sinto muita. —

Ele se vira, parecendo sério. —Vamos ter um bebê. —

Minha boca se abre. Ele realmente acabou de dizer isso? —O


que você está tentando dizer? —

Ele sorri, aquele sorriso dolorosamente lindo. —Vamos ter um


bebê. Eu sei que o você é para mim, baby. Por que não começar
agora?

Eu quero isso? Quero um bebê agora com o Travis? Deixo a


precaução ao vento e pela primeira vez faço o que quero. —Tudo
bem, — eu sussurro. Ele me beija com força nos lábios. É
repentino, mas não posso evitar. Ele assumiu toda a minha vida.
Nunca me senti assim antes. Quero experimentar tudo com ele.
Quero que Gabby tenha um irmão ou uma irmã. Quero ver Travis
segurar nosso bebê e Gabby.

—Vamos nos apressar e limpar isso para que possamos


chegar em ‘fazer um bebê’, — diz ele fazendo um sotaque muito
caipira. Eu rio alto e limpo tudo enquanto ele esvazia a banheira.
Eu paro de pensar ‘eu realmente quero fazer isso? E se algo
acontecer e eu estiver sozinha de novo?’ Fecho meus olhos
pensando, se o pior acontecer, eu mesma posso cuidar de dois filhos
– mas eu não acho que isso vai acontecer. Nós limpamos tudo e
Travis me segue subindo as escadas segurando minha mão.

130
Travis fecha a porta silenciosamente e tranca a porta. Já estou
tirando minhas roupas, não tenho mais vergonha de fazê-lo. Ele se
inclina contra a parede, seus olhos escuros, observando cada
movimento meu. Me viro, curvando-me na cintura, deslizando
minha calcinha pelas minhas pernas. —Porra. — Eu o ouço gemer
e eu sorrio e me viro, tirando meu cabelo do meu coque e deixando
meus cachos ao redor do meu rosto.

Um segundo ele está encostado na porta, e no outro, a mão


dele está no meu cabelo enquanto ele me beija. Finalmente. É como
voltar para casa no segundo em que seus lábios tocam os meus. O
mundo para – tudo para - e somos só eu e ele. Beijá-lo, estar com
ele, é uma sensação incrível. É um sentimento bom para a sua alma,
e eu sei que isso é exatamente onde eu deveria estar. Ele é o que eu
precisei em toda a minha vida, a peça que faltava para o quebra-
cabeça.

Agarro a parte de baixo de sua camisa, e ele quebra o beijo por


tempo suficiente para que eu possa puxá-la sobre sua cabeça. Ele
põe as mãos em cada lado do meu pescoço. Meus olhos se
conectam com os dele. —Estamos realmente fazendo isso?, — eu
sussurro. Está realmente caindo a ficha que isso está acontecendo.

Sua mão direita desliza do meu pescoço para o meu rosto,


colocando minha mandíbula suavemente. —Sempre quis ser pai, e
Gabby me fez querer mais filhos. Eu sinto que a Gabby é minha, e
quero que ela tenha irmãos e irmãs para crescerem juntos. —

Qualquer parte do meu coração que não pertença a Travis se


foi em uma fração de segundo. Sua admissão de que ele se sente
como a Gabby sendo dele é tudo para mim. Ela precisa e merece
alguém assim em sua vida.

131
Pressiono meu rosto em seu peito, só quero segurá-lo por
alguns segundos. Ele beija o topo da minha cabeça. Eu recuo e
desabotoo minhas calças.

—Suba na cama, baby. — Eu subo na cama e ele puxa as calças


para baixo. Estou tremendo em antecipação de tudo o que vai
acontecer, meu mundo está mudando tão rápido. E eu não mudaria
nada sobre isso.

Ele é tão bonito - o jeito que ele se comporta e o jeito que ele
olha para mim. Me trata como uma joia preciosa que precisa ser
protegida a todo custo. Nunca me senti tão livre - e apenas feliz - na
minha vida.

Ele sobe na cama, me beijando profundamente. Tremo e me


inclino de volta para a cama até que eu esteja deitada de costas.
Seus lábios se arrastam para o meu pescoço e eu agarro a parte de
trás de sua cabeça. Ele belisca, beija e lambe o meu corpo. Ele
agarra meus quadris e, de repente, eu estou deitada de bruços. Ele
morde minha bochecha, e quando olho para ele, ele me olha nos
olhos. —Oh Deus, — eu gemo enquanto seus dedos se movem
entre as minhas pernas. Ele desliza o polegar dentro de mim e eu
abro mais as minhas pernas e inclino meus quadris em direção a
ele.

—Mamãe está com fome de mim? — Suas palavras são


profundas, roucas e, oh, tão sexy.

—Sempre. —

Um tapa! Eu pulo. Minha bunda ardendo. —De joelhos. —


Faço o que ele pede, e suas mãos envolvem minhas coxas,

132
espalhando minhas pernas mais distantes. —Mmm, isso é tudo
para mim. — Ele geme e arrepios estouram na minha pele com
suas palavras sujas.

—Apenas para você. —

Ele rosna. —Isso é, fodidamente, certo, — diz, sua língua


circunda meu clitóris, este ângulo diferente, mas oh tão bom. Eu
agarro os cobertores, enterrando meu rosto no travesseiro,
tentando me segurar. —Minha, — diz ele antes de chupar forte.
Grito, batendo minha mão na cabeceira da cama.

—Sua, — eu respiro e mordo meu lábio.

—O que é que você está querendo, mamãe?, — ele diz entre


lambidas.

—Você. —

Ele para. Eu o sinto se movendo atrás de mim, e olho para trás


para vê-lo segurando seu pau em sua mão. Como ele é tão sexy? —
Você me tem., — ele sussurra em meu ouvido, sua respiração
fazendo-me tremer. Ele lentamente se pressiona dentro de mim. —
Feita, fodidamente, para mim. — Geme, beijando seu caminho
pelas minhas costas. Se move lentamente, me deixando ajustar,
antes de se mover mais rápido. A maneira como o sinto sem o
preservativo é pura felicidade.

Ele se move mais e mais rápido. Minhas pernas estão


tremendo neste momento, prestes a ceder. Sua mão desliza pelas
minhas costas antes de agarrar meu cabelo, e enquanto ele puxa,
arqueio minhas costas. Ele atinge um ângulo diferente. Congelo, e
sua outra mão alcança debaixo de mim e acaricia meu clitóris.

133
Meus braços caem e despenco frente na cama. Grito no meu
travesseiro, e ele bate mais forte, prolongando meus orgasmos,
antes que se derrame dentro de mim.

Ele gentilmente deita em minhas costas e solto uma


respiração profunda, tentando recuperar o controle do meu corpo
tremendo. Ele beija meu ombro com sua respiração tão trabalhada
quanto a minha. Acho que ele tentou me matar naquele momento.

—Você está viva? — Ele pergunta, alisando meu cabelo por


cima do meu ombro.

—Não. — Eu digo, minha voz abafada pelo travesseiro. Ele ri,


seu corpo tremendo nas minhas costas.

—Mamãe, você é linda. —

—Desculpe, não posso lhe responder. Eu estou morta. — Eu


fecho meus olhos, só quero dormir.

Ele ri novamente. —Não sabia que os mortos podiam falar. —


Ele aperta minha bunda, mas eu não faço nenhum som. —Oh, é
assim que vai ser?, — ele insulta. Ele desliza suavemente para fora
de mim e me tira da cama. Fico completamente flexível. Ele liga o
chuveiro e imediatamente entra, a água fria batendo nas minhas
costas. Eu grito e ele ri, virando-se de modo que o jato está batendo
nas costas dele. Tranco minhas pernas ao redor de sua cintura.

—Aquilo foi apenas um exagero, — faço beicinho e ele beija


meu lábio enrugado.

—Pobre bebê. —

134
Eu zombo de olhar para ele e ele joga a cabeça para trás, rindo
de mim. —Você é linda. — Ele me beija e eu o beijo de volta,
porque isso é algo que não posso controlar. A água está agora
quente, vapor enchendo o banheiro.

—Eu aposto que você está exausto. — Posso ver isso no rosto
dele.

Sua expressão suaviza. —Estou bem, baby. Hoje foi um dia


longo e temos que lidar com o tráfico novamente. Esta não é a
primeira vez e não será a última. —

Balancei minha cabeça em descrença. —Eu sei que coisas


assim são reais e acontecem todos os dias, mas realmente ver isso
é uma droga— Fecho meus olhos, pensando em Reid.

—É doentio e nós temos que parar. Justiça nem sempre vem


da polícia. —

Eu abro meus olhos e olho para ele por um momento. —Isso


às vezes é a melhor coisa que pode acontecer. —

—Vem cá, baby. Vamos nos limpar e ir para a cama. Gabby vai
acordar cedo. —

Eu suspiro. Isso é tão verdade. No momento em que a luz está


brilhando através de sua janela, ela está em pé e nisso. —Ela tem
ginástica amanhã de manhã. — Eu esqueci completamente até este
momento.

—Vamos levá-la juntos. — Ele me coloca para baixo. Amo que


ele quer estar lá para as pequenas coisas. Isso significa muito, e eu
sei que é tudo para a Gabby.

135
A manhã seguinte

Eu me viro e olho para o relógio, ele lê sete horas. Deslizo para


fora da cama e coloco um moletom de Travis. Hora de começar o
café da manhã e preparar suas coisas para a ginástica. Ela
aprendeu o básico em sua academia no Havaí.

Ela adora, ganha vida no momento em que pisa no ginásio, e


quero que ela experimente tudo o que ama. Quero dá-la a
oportunidade de viver seus sonhos.

Coloquei um café da manhã com ovos, bacon e algumas


torradas. Olho para o relógio e precisamos sair em uma hora.
Quando subo as escadas para acordá-la, espio nosso quarto e
Travis não está lá.

No quarto de Gabby, Travis a levanta da cama, o rosto enfiado


na lateral do pescoço dele. —Alguém está com sono, mamãe, —
sussurra Travis, balançando de um lado para o outro. Eu sorrio
para os dois, saboreando esse lindo momento.

—O que há para o café da manhã? — Mal posso ouvir sua voz.


Travis me dá um olhar que diz o quão fofo ela é? Ela é realmente a
criança mais adorável de todas.

—Bacon. —

Sua cabeça gira e ela olha para mim. —Bacon? — Seu cansaço
desapareceu em uma fração de segundo. Eu aceno e ela se mexe,
querendo descer.

—Vá sentar à mesa, querida, — eu digo enquanto ela foge.

136
Travis ri: —Ela é preciosa, mamãe. —

Eu concordo. —Ela é mesmo! Devemos perguntar a Aiden se


ele quer algum café da manhã?

Travis bate levemente na porta antes de abri-la. —Você quer


café da manhã? —

—Eu vou descer em segundos, — diz Aiden, sua voz mais leve
do sono.

Chegamos ao ginásio. Gabby parece tão fofa em seu pequeno


collant. Eu arrumo o seu cabelo em duas tranças.

Estamos sentados no espaço dos pais, que tem uma grande


janela para que possamos vê-la correr pelos tatames. A treinadora
se inclina para dizer algo a ela, e ela decola, fazendo um movimento
frontal - aos cinco anos de idade! Os olhos da treinadora se
acendem. Quero sair correndo da sala gritando, estou tão
orgulhosa dela. Travis está de pé olhando pela janela. —Ela é
maravilhosa. —

As outras mães estão olhando para nós dois. Travis é o único


cara nessa sala cheia de mulheres.

Mesmo com o pouco treinamento que ela teve, Gabby já é


melhor do que as outras crianças de sua idade. Ela está sempre
praticando, mesmo fora do ginásio. Comprei um tapete para a

137
nossa sala de estar, tirei todos os móveis e deixei-a treinar o
quanto quisesse. Ela é uma aprendiz rápida, e ela não vai parar até
que seja aperfeiçoada.

—Eu voltarei, — diz Travis. Ele beija o topo da minha cabeça e


entra no banheiro. Uma por uma, todas as mulheres se aproximam
de mim. —Garota, onde posso encontrar um desses?, — uma
senhora sussurra, olhando para o banheiro para se certificar de
que Travis não ouve. Rio alto disso. Eu não a culpo por perguntar.

—Não o encontrei, ele me encontrou. — Dou de ombros. Ele


assumiu a minha vida no momento em que o conheci. Ele cavou
seu caminho e roubou meu coração, então é meu. A partir do
momento em que o conheci, ele esteve lá por mim e por ela. Travis
assumiu o papel de pai sem sequer pensar nisso. É como se isso
viesse naturalmente para ele.

—Espero que alguém me encontre! — Uma das senhoras


sorri.

—Eu sou Bailey. —

A mais próxima de mim levanta a mão. —Eu sou Monica. —

Sorrio para ela. —É bom conhecer você, Monica. —

A porta se abre e Travis entra parecendo o sexo em um


maldito pau, ele é um pecado andando. Monica chupa uma
respiração afiada. Oh querida, entendo completamente. Tenho essa
mesma reação a ele em uma base diária. Ele se senta ao meu lado,
ignorando totalmente as outras mulheres.

138
Trinta minutos depois, o treino acabou e todos nós entramos
no ginásio. Gabby se aproxima, exultante.

—Bailey, posso falar com você por um momento?, — a


treinadora pergunta e a sigo para o lado do ginásio. Travis não
segue, mas eu pego sua mão e o guio comigo. Quero que ele se sinta
envolvido em tudo. Gabby correu para o tapete para fazer mais
saltos. Ela tem apenas cinco anos, mas está além de sua idade.

—Nunca faço isso, mas queria ver se você quer colocar sua
filha no grupo de elite? É muito mais horas e mais dinheiro, mas ela
vai receber mais treinamento. — Eu olho para Gabby, que está
rindo enquanto brinca com outra criança, que é alguns anos mais
velha. —Sua filha é a melhor que eu já vi para a idade dela. Ela é
muito melhor do que algumas das crianças mais velhas,
honestamente. Com algum ajuste fino, acredito que temos um
futuro olímpico em nosso meio.

Deixei suas palavras penetrarem e olho para Travis e ele


acena para mim. —Gabby, baby, venha aqui. — Ela corre e eu me
inclino. —A treinadora quer lhe perguntar uma coisa, depende de
você. — Sorrio para a treinadora e, quando ela sorri de volta, posso
ver a emoção. Ela se abaixa e pergunta para minha filha, e Gabby
grita, pulando para cima e para baixo. —Sim! — Então ela para e
olha para mim. —Tudo bem, mamãe? —

—Isso está perfeitamente bem, anjo. —

Ela sorri aquele sorriso brilhante e lindo e salta para cima e


para baixo com pura felicidade.

139
—Siga-me, — diz a treinadora, —Precisamos assinar alguns
papéis. — Eu a sigo e desta vez Travis não hesita. Nós nos
sentamos e meus olhos se arregalam ao preço de tudo. É muito,
mas vai deixar Gabby fazer o que ela ama. Antes que eu possa
pegar meu talão de cheques, Travis já está escrevendo o cheque.
Com os olhos arregalados, abro a boca para discutir, mas ele se
inclina e sussurra no meu ouvido: - Anjo, deixe-me fazer isso. Vocês
são minhas, eu cuido dos meus. Isso me deixa sem palavras e
simplesmente me apaixono mais por ele. Ele não tem medo de me
dizer o que ele realmente pensa.

Nós saímos da academia, e Gabby corre até nós e pega a mão


de Travis. —Ravis, podemos pegar um hambúrguer? — Ela olha
para ele com aqueles olhos enormes e bonitos, e eu o vejo derreter.

—Sim, bebê. —

Eu escondo meu sorriso. Travis pega minha outra mão e, como


uma família, saímos juntos.

—Um dois três... — Travis conta da cozinha enquanto Gabby e


eu estamos correndo pela casa tentando encontrar um esconderijo.

Aiden está no sofá, rindo, enquanto Gabby e eu nos


escondemos atrás do sofá. Ela cobre a boca tentando não rir. —
Pronto ou não, aqui vou eu! — Travis avisa. Gabby esconde o rosto
no braço e posso ver o corpo dela tremendo de tanto rir. Eu ouço

140
Travis andando pela sala de estar, e eu olho em volta assim que ele
vira a esquina.

—Vem cá Neném. — Eu pego a mão dela e a puxo para a


cozinha. Eu abro a porta do armário e deslizo para dentro com
Gabby bem na minha frente, e fecho a porta atrás de nós. Nós nos
sentamos por um tempo, esperando por Travis nos encontrar.

—Onde, oh onde estão minhas garotas? — Ele chama do que


parece ser a sala de estar. Um segundo depois a porta do armário
está aberta e o rosto de Travis aparece. Ele agarra minhas mãos e
me puxa para fora, arrastando-me pelo chão. Eu rio histericamente,
e Travis começa a fazer cócegas nos meus lados.

—Eu vou salvar você, mamãe! — Gabby grita e aborda o lado


de Travis. Ele finge cair de lado, e ela cai em cima dele e faz cócegas
nele. —Agora quem é o chefe, hein? — Aiden e eu rimos, e seu
rostinho está amassado, fingindo ser durão.

—Você acha que é má? — Travis a pega e a joga no ar. Ela ri,
seus braços e pernas se agitando. Ele a coloca no chão e ela está
deitada em seu peito, ainda rindo.

—Você é o melhor, Ravis. —

Ela boceja e eu olho para o relógio. São cerca de 2:00 da tarde.


—Quer tirar uma soneca, baby? — Eu escovo o cabelo dela por
cima do ombro. Ela balança a cabeça e me levanto, ajudando-a
comigo. —Vá colocar algumas roupas confortáveis, eu vou em
alguns segundos. — Ela sobe as escadas.

—O que você acha de tirar uma soneca também?, — Travis


pisca, me avisando que faríamos qualquer coisa além de dormir.

141
Ouço meu telefone tocando da sala de estar, e pego da mesa de café
atendendo sem olhar.

—Senhorita Cowell? — A voz de um homem diz antes que eu


possa dizer olá.

—Sim, é ela. —

—Aqui é o Sr. Downey, o advogado do seu pai. Lamento


informá-la do falecimento do seu pai. Você é necessária aqui para
discutir o testamento.

—O que? — Eu sento no sofá, choque passando por mim. Meu


pai está morto e eu nem sabia disso? Minha mãe nunca pensou em
me dizer. Eu esperava que um dia pudéssemos avançar e ter um
relacionamento. Isso é pensamento ingênuo, honestamente, mas
toda garota quer que seu pai esteja em sua vida e a proteja.

—Em quanto tempo você pode chegar aqui?, — ele pergunta


sem emoção.

—Eu posso estar aí amanhã, — eu sussurro, minha voz


embargada. Mesmo que meu pai fosse uma merda, ele ainda era
meu pai e eu queria que ele fosse pai.

—Ligue para mim quando você chegar e pudermos marcar


uma hora. — Ele desliga e eu coloco meu telefone sem olhar para
ninguém. Eu sei que se eu olhar para Travis, não serei capaz de
segurá-lo.

Gabby está deitada em sua cama e olhando para a porta,


esperando por mim. Puxo o cobertor para cima e beijo sua testa.

142
Nunca vou entender como um pai não poderia estar na vida de seu
filho, amá-lo e apreciá-lo. —Durma bem, meu amor. —

Ela fecha os olhos e eu fecho a porta, deixando-a travada.


Seslizo para o meu quarto, onde Travis já está esperando por mim.
Fecho a porta e a primeira lágrima escapa. —Venha para mim,
mamãe. — Ele abre os braços e eu quase corro para ele, querendo
que ele leve tudo isso embora. Desejo com tudo em mim fazer tudo
de novo. Meu maior desejo na vida era ter um pai. Queria que
alguém estivesse lá comigo para apoiar, segurar minha mão e me
empurrar para ser a melhor pessoa que eu poderia ser. —O que
aconteceu? — Ele beija minha têmpora antes de voltar a olhar para
mim. Seus polegares pegam minhas lágrimas, enxugando-as.

—Meu pai faleceu, — eu solto através de uma confusão de


soluços e uma tonelada de emoções que eu não consigo nem
compreender. Ele fecha os olhos e me puxa para o seu colo, apenas
me segurando enquanto eu solto toda a dor que sofri ao longo dos
anos. —Meu pai morreu. Aparentemente, foi há muito tempo atrás,
porque esse era o meu advogado me dizendo que eu precisava
estar lá para a leitura do testamento, o que eu não entendo, porque
ele me odiava. — Travis pula. Eu olho para ele, imaginando o que
está errado.

—Seu pai odiava você? — Eu posso ver que ele está chateado.

Eu suspiro, fechando os olhos, antes de me preparar para


descarregar tudo. —Meu pai e minha mãe eram apenas pais ruins.
Eles nunca me criaram. Isso foi deixado para as babás. — Fungo,
limpando minhas bochechas com as costas da minha mão. —Eu
não queria nada mais do que ter meus pais na minha vida. Mas eles
nunca me mostraram qualquer amor e fui procurá-lo em todos os

143
lugares errados. É aí que Randall entrou em cena. Meus pais o
amavam até eu engravidar. Quando descobriram que eu estava
grávida de Gabby, eles jogaram algumas roupas em uma bolsa e me
deram cem dólares. Ainda posso ver o olhar dele quando ele jogou
minha bolsa na varanda: um olhar de puro desgosto. Ele me disse
que eu não era filha dele. Eu estava morta para ele. Eu tive
pesadelos por um ano depois disso. —

—Eu nunca faria algo assim com a Gabby. Eu a apoiaria e


estaria lá com ela a cada passo do caminho. Foi tão difícil, eu não
tinha ninguém. Eu tive Gabby sozinha. Fiz tudo sozinha, o que pude
para ser a melhor mãe que eu poderia ser. Não me importei se eu
não comesse por dias. O sorriso no rosto do meu bebê me deu
muito mais.

Travis está tremendo e seus punhos estão cerrados ao lado do


corpo. Eu abro a mão dele. —Eu amava minha família mesmo
assim. Só lamento que nunca tenha tido a chance de melhorar. —

—Essa é a pior coisa que eu já ouvi, baby. — Ele balança a


cabeça, a mandíbula cerrada. —O pensamento de você sofrendo
um segundo... — Ele se afasta.

Eu deito minha cabeça em seu peito. —Essa parte da minha


vida acabou, Travis. —

Ele me olha diretamente nos olhos. —Essa merda nunca vai


acontecer novamente. Eu tenho você, baby. Sempre terei você,
sempre. — Ele me beija, lágrimas rolando pelo meu rosto e se
misturando ao nosso beijo. Ele quebra o beijo. —Eu vou fretar o
avião para nós hoje à noite e estarei com você a cada segundo do
caminho. — Isso tira uma carga enorme dos meus ombros. Não

144
acho que poderia enfrentar minha família sozinha depois de todos
esses anos e depois de tudo que aconteceu. Essa dor é crua, mesmo
agora.

—Durma, anjo, — diz Travis.

Eu fecho meus olhos. Tantos pensamentos estão circulando


pelo meu cérebro, e meu coração está doendo. Também está cheio
de medo sobre o que está por vir.

145
Capítulo Dez
Bailey

Chegamos no Havaí de manhã cedo. Depois fomos direto para


o hotel e tivemos uma longa soneca.

Travis tinha planejado e reservado tudo para nós, eu não


precisava me preocupar com nada. Ele até nos conseguiu uma
suíte, então Gabby poderia ter seu próprio quarto. Agora estou do
lado de fora do escritório do advogado, com Travis ao meu lado e
Gabby segurando minha mão. Estou assustada. Estou prestes a ver
algumas pessoas que não vejo há mais de cinco anos, as mesmas
pessoas que me trataram como se eu fosse lixo e não reivindicam
meu anjo. Isto é difícil.

—Você tem isso, mamãe. Levante a cabeça e mostre a pessoa


que você é, — ele sussurra no meu ouvido. Beijo sua bochecha,
depois endireito os ombros, levanto o queixo e subo os degraus. Sei
que pareço absolutamente incrível. Quando eu disse que ele
planejou tudo, não mencionei que ele me comprou um vestido e
sapatos incríveis. Pareço uma milionária. Ele está de terno e minha
boca está salivando desde que ele saiu do banheiro. Gabby está
usando um vestido verde que mostra seu lindo cabelo castanho.

Quando Travis abre a porta e entro na sala de espera, os olhos


vão imediatamente para mim. Então minha mãe, minhas primas e
minhas tias olham para Travis e acabam se estabelecendo em
Gabby, que está se escondendo atrás de suas pernas.

146
Minha mãe se levanta como se estivesse prestes a dar um
passo na minha direção. Arqueio uma sobrancelha, desafiando-a a
fazer uma coisa dessas. O advogado sai do escritório e olha para
mim, seus olhos se movendo da minha cabeça para os dedos dos
pés. Travis envolve seu braço em volta de mim e eu sorrio. Eu amo
sua proteção.

Eles todos entram no escritório, e eu aperto a mão de Travis.


Ele se senta do lado de fora da porta do escritório. —Bem aqui,
mamãe. —

Sorrio e passo para dentro, fechando a porta atrás de mim.


Sento-me na cadeira mais próxima da porta e o advogado espera
que todos se ponham em posição antes de começar. —Eu só
chamei dois de vocês aqui hoje, acho que vocês estão aqui para
apoio moral? — Ele pergunta à gangue de pessoas com minha mãe.

—Nós assumimos que estávamos incluídos no testamento, —


disse uma das minhas tias. Eu a odeio. Ela sempre foi uma vadia.

—Sinto muito, senhora, mas apenas duas pessoas estão nesse


testamento. —

Um dos meus primos fica boquiaberto com o advogado,


incrédulo. —Você quer me dizer que ele deixou algo para ela? —
Ela olha na minha direção.

O advogado parece confuso. —Vamos começar? Um ano atrás,


ele revisou sua vontade. — Minha mãe parece chocada e,
sinceramente, por que ele mudaria? Eu nunca pensei que seria
deixado nada. Ele provavelmente só queria que uma zombaria

147
fosse feita de mim. O advogado tira uma carta. —Ele queria que eu
lesse isso em voz alta, mas é endereçado a você, Bailey. —

Cara Bailey

Você é o maior arrependimento que tenho em minha vida. Eu


me arrependo desse jeito que te tratei, e vou viver com isso pelo resto
da minha vida. Me permiti ser manipulado, ser controlado, e isso
levou você a não fazer parte da minha vida como deveria. O ciúme, o
ódio e a amargura da minha esposa encheram todos os meus poros e
isso me mudou.

Tentei me aproximar, pedir desculpas, e minha esposa me disse


que você morreu no parto. Estava devastado. Pensei que você tivesse
morrido pensando que eu não te amava. Esse não é o caso, mas eu fui
tolo, egoísta e, honestamente, apenas burro. Eu me odeio pelo jeito
que te tratei e lamento que eu nunca te tenha conhecido sua filha.
Minha neta.

Então eu aprendi que sua mãe mentiu. Você estava viva. Era
tarde demais, o estrago estava feito, mas queria fazer algo que
deveria ter feito no começo. Eu deveria ter cuidado de você. Isso não
é nada, mas é tudo que tenho para dar a você e a Gabby. Eu te amo,
me desculpe, e vou ficar tranquilo sabendo que você será sempre
cuidada. Espero que você possa me perdoar.

Com amor,

Seu pai.

148
O advogado coloca a carta para baixo e olho para a parede
acima da sua cabeça, incrédula. Isso é algo que eu nunca esperei.
Eu sei que as pessoas podem mudar. Nunca esperei isso aqui. Isso
me deu mais do que eu jamais precisarei, e tenho paz em meu
coração, sabendo que, no fundo, ele me amava. Ele simplesmente
não sabia como mostrar isso.

Ninguém é perfeito. Vou perdoá-lo e espero que ele descanse


com facilidade. Ele tem a paz que ele estava procurando há muito
tempo.

Eu olho para minha mãe que disse ao meu pai que eu estava
morta e ela nem ousa olhar para mim.

—Vamos para a leitura do testamento. — O advogado começa


a ler e eu afundo mais em minha mente. —Bailey vai receber 600
milhões de dólares. — Minha boca se abre. —Trezentos milhões de
dólares serão divididos entre seus filhos, para serem recebidos
quando tiverem vinte e um anos de idade. — Eu cubro minha boca.
Eu não posso acreditar que isso está acontecendo. —Janet receberá
um cheque de três mil dólares por mês pelo resto de sua vida. —
Que porra é essa? Minha mãe está completamente pálida e suas
irmãs e sobrinhas estão olhando para mim com pânico. —Seu
marido deixou uma carta para você, Janet. — O advogado começa a
ler.

Janet,

Eu sei que você está confusa e irritada com a quantidade de


dinheiro que eu te dei. Você nunca, uma vez em sua vida passou sem

149
nada, ao contrário de nossa filha. Nós lhe demos uma sacola e cem
dólares, desejando-lhe bem. Eu vou sempre me arrepender disso, mas
você nunca vai se arrepender.

Eu estou deixando a você mais do que demos ela. Você terá sua
casa e seus carros, e as contas serão pagas para sempre, mas três mil
por mês é tudo o que você terá. Ah, e antes de começar a contestar,
você assinou um acordo pré-nupcial. Eu poderia ter deixado você
sem nada, mas estou tentando virar uma nova página e não ser tão
cruel.

Tenha uma boa vida e boa sorte para o seu novo marido, que eu
sei que você estará procurando assim que sair do escritório do
advogado.

Puta merda, ele apenas tirou o inferno fora dela. Minha mãe
olha para mim pela primeira vez desde que ela entrou no
escritório. Ela estava presunçosa então, mas agora? Não muito.

—Sra. Cowell, vou começar seus pagamentos imediatamente.


Estarei de volta em contato. Eu preciso falar com Bailey aqui.
Temos coisas para passar. — O rosto da minha mãe está
completamente vermelho ao ser dispensada desse jeito. Suas irmãs
a arrancam do quarto e ela bate a porta com força.

—Gostaria que eu transferisse os fundos para sua conta?

Travis

150
Eu tenho olhado para a porra da porta desde que Bailey
entrou. Eu quero arrancar a porta das dobradiças só para ter
certeza de que ela está bem. Espero que eles não a tenham trazido
aqui para humilhá-la; ela passou por mais do que o suficiente.

Gabby está jogando no meu celular, inclinando-se para o meu


lado. —Ravis, quando mamãe vai sair? — Ela pergunta assim que a
porta é aberta.

A mãe de Bailey e as outras senhoras saem olhando com raiva.


Eu sei que ela é a mãe de Bailey, porque minha garota se parece
muito com ela. —Eu não posso acreditar nisso!, — ela grita e corre
para fora do prédio. Isso não é o que eu esperava um pouco. Quase
uma hora depois, Bailey sai em transe. Ela pega minha mão e me
leva para fora do prédio, para o nosso carro.

Ela olha pela janela antes de me olhar e rir, e ela me entrega


uma carta. Eu li e estou chocado também. Estou tão feliz por ela.
Isso tem que dar a ela um pouco de paz. —Ele me deixou tudo.
Seiscentos milhões de dólares e trezentos milhões para serem
divididos entre a Gabby e nossos futuros filhos. — Nunca esperei
isso. Ela se inclina na cintura e ri incontrolavelmente. —Ele deixou
minha mãe com três mil dólares por mês pelo resto de sua vida. —

Eu rio porque isso é fodidamente incrível. Aquela mulher


disse ao pai de Bailey que ela estava morta e não merece nem um
pouco de simpatia.

—Posso ter dinheiro, mas isso não muda nada nos meus olhos,
não vou permitir que isso me mude, — ela me diz.

151
—Eu também tenho dinheiro, baby. Talvez não seiscentos
milhões, mas você nunca precisaria de nada - férias toda semana,
se quisesse. —

Ela sorri. —Eu sei o que quero fazer. — Ela se vira na cadeira e
me enfrenta. —Eu quero abrir um lugar, como uma casa enorme…
Vai ser um lugar para mães, como eu, que lutam para ficar de pé.
Vamos configurá-los com empregos, transporte, tudo o que for
necessário para dar-lhes uma vantagem na vida. Vou deixar o resto
para os nossos filhos. —

Ela disse nossos filhos mais uma vez, me acertando na porra da


minha alma. Eu toco o lado do rosto dela. —Acho que é uma bela
ideia, baby. —

Ela sorri e quero dizer a ela agora o tanto que eu a amo. —Eu
amo você, mamãe, eu não posso mais segurar isso. Eu sei que é
recente, mas nada disso importa. —

—Eu também te amo, Travis, muito. — Ela me beija e eu


enterro minhas mãos no cabelo dela, beijando-a de volta com força.

—YAY! Estava na hora!, — Gabby aplaude do banco de trás e


nós dois nos afastamos rindo.

—Eu também te amo, baby. — Eu digo a Gabby e seu sorriso


se alarga.

—Eu sei disso, Ravis, você me conta todos os dias. Eu também


te amo. — Meu maldito coração. Esta é a vida, isso é tudo.

—Eu digo que vamos para a praia, o que vocês acham?, — eu


digo.

152
Gabby ofega dramaticamente. —Podemos ir por favor? — Ele
ri. —Vamos para o hotel e nos trocarmos. —

Bailey

Travis e eu estamos debaixo de um guarda-sol observando


Gabby brincar na areia a poucos metros à nossa frente. Eu me sinto
em paz. Uma parte de mim não quer levar esse dinheiro, mas
Gabby merece ter tudo na vida. Eu posso colocá-la na faculdade.
Inferno, eu posso colocar todos os meus filhos na faculdade. Além
disso, eu posso abrir um centro para mães adolescentes, para que
elas não tenham que lutar do jeito que eu fiz. Me dá um grande
alívio que Gabby nunca vai saber como é passar fome e ela tem um
futuro incrível.

—O que você está pensando tanto?, — Travis pergunta. Ele é


absolutamente lindo em seus calções de banho. Seu abdômen, as
tatuagens descendo pelos braços e pelos lados. Todas as mulheres
nesta praia voltaram toda sua atenção para Travis, e eu não as
culpo nem um pouco.

—Podemos nadar?, — Gabby olha para nós.

—Vamos lá. — Eu me levanto, limpando a areia das minhas


pernas. Travis pega sua mãozinha e a minha e nós caminhamos até
a água. Eu me curvo, jogando água em ambos.

Gabby ofega. —Mamãe!, — ela repreende e eu rio. Ela coloca o


punho no quadril. —Vamos pegá-la, Ravis! —

Eu saio correndo, rindo ao ver seu rostinho determinado. Uma


faixa de braço ao redor da minha cintura, e Travis me joga na água
e eu caio com um splash. Eu me levanto, meu cabelo na minha cara

153
e Gabby ri. —Você é um rato afogado. — Empurro meu cabelo para
fora do meu rosto, olhando para ela.

Travis a pega e a joga bem ao meu lado. Ela se levanta e dá a


ele um olhar de desaprovação. —Vamos pegá-lo, mamãe. — Ela
pega minha mão e juntas corremos atrás dele. Nós duas atacamos o
lado dele e todos caímos na água. Quando levantamos, Travis está
segurando Gabby e todos nós rimos juntos.

Eu noto os olhares ao nosso redor. O que eles estão pensando?


Então me parece que parecemos uma família.

—Minha pequena sereia está com sede?, — Travis pergunta a


Gabby.

—Uma limonada seria legal. — Eu bufo com a voz apropriada


que ela acabou de tentar.

Travis a entrega para mim. —O que você quer, mamãe? — Sua


mão está na minha bunda. Eu arqueio minhas sobrancelhas para
ele, sorrindo. Ele é um homem de bunda e, felizmente para ele,
todo o peso do meu bebê foi direto para lá.

—A limonada é boa para mim também. —

Ele caminha até a praia para um lugar onde eles vendem


lanches e bebidas. —Quer se sentar? — Ela acena e eu a coloco ao
meu lado, as ondas batendo em nossa metade inferior. —Você
sente falta de viver aqui? —

—Não, eu gosto mais do Texas. Ravis está no Texas. — Ela


encontra uma concha e a vira, admirando-a.

—Eu também amo o Texas, anjo. —

154
Alguns minutos depois, Travis volta e se senta ao meu lado
antes de nos entregar nossas bebidas. Eu me inclino contra seu
ombro e ele beija o lado da minha cabeça.

—Eu realmente te amo. — Eu levanto a cabeça e olho para ele,


e ele cobre meu rosto em suas mãos.

—E eu realmente amo você, mamãe. — Ele me beija e eu


sorrio contra seus lábios, minha mão em cima da sua na minha
bochecha. Ele se afasta e começa a espalhar beijos por todo o meu
rosto. Eu rio, tentando afastá-lo.

—Ravis, — Gabby abre caminho entre nós e ela parece


assustada. Aponta para a praia e vejo minha mãe parada com dois
caras. Ela está apontando para nós três. Minha boca seca.

—Baby, leve Gabby e chegue ao caminhão. — Sua voz é


diferente da maneira como ele costuma falar conosco. Este é o
fodão motociclista Travis falando.

Eu me levanto com ela em meus braços, me abaixo para pegar


as chaves e meu telefone, e corro até a praia. Travis nos segue, e eu
vejo um brilho de metal antes dele enfiar na parte de trás de seu
short. Ele caminha até o banheiro. Eu acho que ele quer ficar longe
da visão dos outros. Estou tremendo tanto que mal posso segurar
Gabby. A coloquei no carro. —Entre no seu lugar, baby, — digo a
ela. Ela corre para os fundos e eu tranco a porta.

Um homem bate na nossa janela. Minha respiração continua e


terror percorre meu corpo. Não quero que Gabby veja isso. Posso
chutar alguns traseiros quando necessário, mas eu não sou
invencível, e não é fácil derrubar um homem, especialmente um

155
daquele tamanho. Corro para o lado do motorista do caminhão e
coloco em movimento. Saio de lá, nem mesmo esperando para ver
se ele sai do caminho. Eu dirijo em direção ao banheiro para ver se
Travis precisa correr para isso.

Travis

Como ousam esses fodidos idiotas tentarem agitar a merda na


frente da minha filha?

Eu fico na entrada do banheiro esperando que esses filhos da


puta entrem, para que eu possa dar uma surra.

A maldita mãe de Bailey entra no banheiro primeiro, um


sorriso enorme no rosto como se ela ganhasse alguma coisa. —
Tenho certeza de que minha filha vai entregar todo o dinheiro uma
vez que matarmos você, depois tentaremos matar Gabby. — Então
os homens que estão com ela entraram, batendo em Janet com a
porta. Ela cai no chão. Eles olham para ela por um momento e
depois para mim. Me agacho e soco, chuto e dou cotoveladas. Eu
fodidamente bato até eles serem nocauteados no chão ao lado dela.
Tudo isso acontece em três minutos.

Janet geme, segurando a cabeça e me inclino para ficar cara a


cara com ela. Seus olhos se arregalam. —Ouça aqui, cadela, eu não
dou a mínima se você quer seu dinheiro - você não está pegando
merda nenhuma. Eu estou com o Grim Sinners MC, e você quer
guerra com todo o clube? — Seus olhos se arregalam novamente
com o nome do meu MC. Somos conhecidos mundialmente por
uma boa razão. Nós não brincamos. —Bom, você entende. Este é
seu único maldito aviso. — Me levanto. Ela balança a cabeça e eu
saio do banheiro.

156
Meu primeiro pensamento é por que Bailey está aqui? Então
vejo o filho da puta correndo pela estrada em direção a eles. Abro a
porta do lado do motorista do caminhão. Bailey corre até o banco
do passageiro e seu rosto está pálido de medo e adrenalina. Gabby
não entende totalmente o que está acontecendo, graças a Deus. –
—Pedir alguma pizza no hotel parece bom para você, meu bem? —
Eu pergunto a ela.

Ela sorri. —Podemos assistir a filmes também, Ravis? —

O filho da puta ainda está correndo em nossa direção, então


viro o caminhão e dirijo na direção dele. Eu desvio para o lado no
último segundo e abro a minha porta. Ele bate nela e cai no chão
rolando. Então o caminhão pula como se eu tivesse acertado um
buraco. Olho para trás e vejo ele segurando sua perna. —Maldito
buraco, — digo em voz alta.

—Isso é uma palavra ruim, Ravis. — Gabby ri.

Eu pego a mão de Bailey, e a puxo para o assento do meio ao


meu lado. —Você está bem, mamãe? —

Ela balança a cabeça, colocando a cabeça no meu ombro. —


Estou bem, estou feliz que você esteja bem. O que aconteceu? —
Ela sussurra para que Gabby não ouça.

—Sua mãe contratou esses caras para convencê-la a dar-lhe o


dinheiro. —

—Eu não entendo como as pessoas são assim. Eu só quero ir


para casa. —

157
Posso dizer que ela está profundamente triste por tudo, e
posso dizer que não a culpo. Sua mãe contratou alguém para
assustar e possivelmente machucá-la, além de ameaçar a Gabby,
mas eu não quero que ela saiba disso. Ela já passou por tanto,
muito. Ela precisa viver sua vida pacificamente sem se preocupar
com merda como essa acontecendo.

—Quer ir para casa amanhã? — Pergunto a Gabby, olhando


pelo espelho retrovisor.

—Sim! Tenho saudades do bebê Reid e Aiden. —

Eu rio, vou ter que dizer a Aiden. —O que minhas garotas


quiserem. — Eu pisco para Gabby no espelho e ela ri.

158
Capítulo Onze
Um mês e meio depois

Eu acordo e a primeira coisa que me impressiona é que eu não


comecei meu período. Desde o momento em que Travis e eu
chegamos do Havaí, fomos como coelhos.

Você não vai ouvir uma reclamação de mim. Mas cubro meu
rosto, com medo do que será o resultado. Eu quero ser mãe – não
me entenda mal - mas também é assustador que eu faça tudo de
novo.

Eu olho para o relógio na mesa de cabeceira. São dez horas da


manhã. Travis saiu há trinta minutos para levar Gabby para
treinar. É literalmente apenas dez minutos da nossa casa, então ele
estará de volta em breve. Sento-me na beira da cama e esfrego os
olhos.

Eu ouço a porta abrir no andar de baixo e meu coração começa


a bater. Conto a ele da minha suspeita? Thump, thump, thump. O
ouço subir as escadas e isso está irritando meus nervos mais e
mais a cada segundo. Ele entra no quarto parecendo delicioso
demais. Está vestindo uma camisa preta justa sob o colete e jeans
azul claro. Ele olha nos meus olhos e respiro fundo. Ele ainda me
tira o fôlego.

Nós realmente não nos separamos desde o momento em que


nos conhecemos, e eu não poderia imaginar que fosse diferente. A
vida é perfeita com ele – ele completou a nossa vida. Ele entra mais

159
no quarto. —Eu sinto que algo está errado. — Posso ouvir a
hesitação em sua voz.

Eu sacudo minha cabeça. —Nada está errado, acabei de


perceber algo. — Minhas mãos estão tremendo, e minhas
entranhas estão tremendo junto com isso. Tenho medo da reação
dele. É claro que foi planejado, mas isso não significa que hábitos
antigos não sejam difíceis. —Eu não menstruei. —

Seus olhos se arregalam e ele olha para o meu estômago. —


Você quer dizer que poderia haver... —

Eu rio, a preocupação desapareceu completamente. —Sim,


precisamos fazer um teste de gravidez para ter certeza.

Ele levanta um dedo. —Eu tenho alguns. — Assisto em estado


de choque quando ele abre uma gaveta em sua mesa de cabeceira e
tira alguns testes. —Quando você comprou isso? — Sussurro, me
sentindo ainda mais tola pela minha reação. Ele encolhe os ombros.
—Mais ou menos desde que decidimos tentar um bebê. —

Eu pego a caixa e andamos juntos até o banheiro. Coloco


minha mão em seu peito. —Espere aqui. — Ele torce os lábios e eu
sei que ele quer discutir. —Baby, você não vai me ver fazer xixi. —
Ele revira os olhos e se senta na cama, parece tão bonito fazendo
beicinho. Fecho a porta e caminho até o banheiro.

Faço xixi nas varas e agora esperamos. Abro a porta do


banheiro e ele praticamente corre para dentro, tão fofo. Estou
começando a ficar animada. Eu adoraria vê-lo segurando nosso
bebê. Ele é tão bom com a Gabby. Ela o ama, e ela o envolveu
totalmente em torno de seu dedo mindinho. Eu o pego diariamente

160
brincando com ela e a deixando colocar maquiagem nele. Ele não
se importa. Ele vai andar pela casa com sombra rosa e isso não o
perturba. Isso é um bom homem.

Ela queria um top que tivesse dinossauros, mas era rotulado


como uma camiseta de menino. Ela começou a colocá-lo de volta,
mas ele disse que ela pode se vestir como quiser e ser o que ela
quiser na vida. Queria pular em seus ossos à vista, e ela agarrou a
camisa e a abraçou contra o peito.

—Esta espera está fodidamente me matando. — Travis anda


de um lado para o banheiro e eu pego o cinto do jeans dele
enquanto ele passa.

—Dê-me alguns beijos, baby. — Junto meus lábios


dramaticamente. Ele revira os olhos e me beija, então ele planta
beijos em todo o meu rosto. Me inclino tentando escapar do ataque
e ele me pega, beliscando meu pescoço.

—É melhor verificar o teste. — Consigo sair do meu riso


pesado e ele me deixa ir tão rápido que quase perco o equilíbrio.
Ele pega o teste e olha para ele. É um digital que diz a você se você
está grávida ou não. —Travis? — Eu pergunto. Ele não tem
nenhuma expressão no rosto.

—Mamãe, — diz ele, e eu espio e vejo. Uma palavra grande em


negrito: grávida.

Eu cubro minha boca, lágrimas se acumulando em meus olhos.


—Estou grávida. —

Ele coloca o teste no balcão, se abaixa e me beija com tanta


paixão. Agarro sua camisa, beijando-o de volta com tudo em mim.

161
Ele se afasta e beija minha testa antes de descansar sua testa
contra a minha. Eu o sinto tremendo. —Estamos tendo um bebê, —
diz ele.

De repente, ele cai de joelhos, me assustando. Ele puxa minha


camisa, pressionando um beijo diretamente abaixo do meu
umbigo. Eu inclino minha cabeça para trás, tão emocional, tão
oprimida. —Hey baby, papai mal pode esperar para conhecê-lo, —
diz ele, esfregando meus lados.

Meu coração foi despedaçado em um milhão de pedaços – ele


é tão doce, carinhoso e gentil. Eu finalmente olho para ele, e ele
tem uma expressão de pura felicidade. Ele olha para mim, sorrindo.
—Gabby vai ser uma boa irmã mais velha. —

Seguro seu rosto em minhas mãos. —Ela vai, e você será um


pai incrível. — Eu me abaixei e beijei o topo de sua cabeça.

—Espere, você tem certeza que deveria se dobrar? — Ele fica


de pé e me pega. Deixe o pânico começar.

—Travis, curvar-me não vai me machucar. —

Ele sacode a cabeça. —Eu não vou dar nenhuma brecha para
você se machucar. — Ele é muito sério. Eu bufo e enterro minha
cabeça em seu peito, rindo. Eu acho que isso vai ser um longo par
de meses.

—Agora eu preciso dar a minha mãe um pouco de amor. —


Ele aperta minha bunda.

—Ouvi dizer que o sexo era ruim para o bebê. —

162
Seu rosto empalidece e fica ainda mais pálido. —Mas nós
temos feito sexo, precisamos levá-la ao hospital. — Ele parece
genuinamente assustado.

—Eu só estava brincando. — Eu rio.

Ele se inclina contra o balcão. —Não faça essa merda para


mim. Eu não posso lidar com coisas assim. —

—Me desculpe meu amor. — Meu telefone começa a tocar e eu


saio do banheiro para atender.

—Olá? — Eu não ouço nada sobre a linha. —Olá? — Eu desligo


e olho para o identificador de chamadas; diz ‘chamador
desconhecido’ mais uma vez. Na última semana tenho recebido
chamadas estranhas assim.

—Quem era?, — Travis pergunta. Eu finalmente falo sobre as


ligações estranhas que recebi na semana passada.

—Que porra, por que você não me contou? —

Eu dou de ombros. —Eu honestamente pensei que era um


operador de telemarketing, ou algo assim. —

Ele envolve seu braço em volta de mim e pega seu telefone. —


Estou mandando mensagens para o nosso cara de tecnologia e
fazendo com que ele rastreie as ligações. — Eu lhe entrego meu
telefone e o deixo lidar com isso.

—Também preciso encontrar um médico para bebês. Eu


preciso de uma consulta. —

163
—Vá aconchegar-se no sofá, e vou marcar sua consulta,
mamãe. — Ele bate na minha bunda.

—Não me apresse, — provoco-o, mas deixo-o lidar com isso


por mim. Tem sido apenas eu por um longo tempo e é bom poder
sentar no sofá, apenas relaxando. Eu volto para a porta. —
Obrigado, Travis. Por ser você e por tudo que você faz por Gabby e
eu. —

—Eu te amo, amor. Não há nada que eu não faria por você e
Gabby. —

—Eu também te amo, baby.

Travis

—Eu espero que seja um menino, — Bailey me diz, olhando


para a barriga ainda lisa, —Eu sei que Gabby mencionou querer
um irmãozinho. —

—Eu não me importo, só quero que ele ou ela, seja


completamente saudável. — Coloco minha mão na barriga dela.
Não posso esperar até que seja arredondado e poderei sentir o
bebê dentro. Então, o dia em que eu conseguir segurar meu filho.

—Eu gostaria de ter te conhecido anos atrás e você seria o pai


de Gabby. —

Porra me mata que ela passou por tudo que ela fez. Que ela
alimentou sua filha quando ela não comeu em dias. Sua família
estava além de ser abastada, e ela não tinha absolutamente nada.
Essa porra de merda me mata, até a minha alma.

164
Mas ela fez isso. Estou tão orgulhoso dela. Ela segurou suas
coisas e fez o que diabos ela precisava fazer.

Meu telefone toca e eu olho para baixo para ver que é o nosso
cara de tecnologia, Corey. Um momento depois eu pulo do sofá. —
Eu estou indo para lá agora. — Corro para a porta.

—O que diabos está acontecendo?, — Bailey diz. Ela está


pálida.

—Ele rastreou a chamada e foi de fora do ginásio de Gabby. —


Eu não quero preocupá-la, mas ela precisa saber. —Eu estou indo
para lá agora. Pressione este botão aqui quando eu sair, e a casa
estará completamente trancada até eu voltar. — Aponto para o
botão e ela balança a cabeça, os braços sobre o peito.

—Eu quero ir com você. —

—Ela está bem, baby. Vou ligar para você no segundo em que
estiver de olho nela. Eu só quero ter certeza de que tudo está bem.

Bailey

A espera para eles chegarem em casa é pura agonia.

Embora fosse contra tudo em mim, entendo porque ele queria


que eu ficasse aqui. Ele vai se certificar de que ela está segura, eu
sei disso até a minha alma.

Ele finalmente liga para me avisar que ele tem olhos nela e
está tudo bem. Então fico em frente à janela, esperando que eles
parem na entrada da garagem. Ainda não sei o que aconteceu.
Talvez seja a minha mãe tentando puxar alguma coisa?

165
Seu caminhão aponta na garagem. Vou para o painel de
segurança e desato tudo e corro para a varanda. Estou tremendo,
só quero segurar meu bebê.

Travis sai e me mostra um sorriso, tentando me fazer sentir


melhor. Ele caminha até o lado de Gabby do veículo e eu vejo seus
pezinhos baterem no chão. Ela corre para mim e me inclino a
pegando, abraçando-a com força. —Eu senti sua falta, amor de
anjo! — Eu a aperto, balançando-a suavemente de um lado para o
outro.

Ela ri. —Eu também senti sua falta, mamãe. — Ela dá um


tapinha nas minhas costas, como um adulto.

—O que você quer para o almoço? — Eu a coloco para baixo e


seguro sua mão.

—Um cochilo? —

Eu rio porque isso é algo que muitas crianças não querem


fazer. Minha filha sempre amou dormir. —Eu acho que isso pode
ser providenciado, mas preciso te alimentar primeiro. — Abro a
porta e ela entra na casa e corre para seus brinquedos no canto da
sala. Travis me abraça no peito dele. Fecho meus olhos e respiro
seu cheiro, deixando cada preocupação ir. Ela está aqui, ela está
segura e eu estou aqui com o Travis.

—Temos uma consulta com o médico amanhã. — Ele


gentilmente massageia minhas costas, tentando soltar meus
músculos tensos. Olho para cima sorrindo, lembrando que estou
grávida. —Parece bom, eu amo como você disse nós.

—Estamos nisso juntos, por tudo. —

166
Sou tão abençoada. Eu sou tão abençoada com tudo o que
aconteceu na minha vida, começando com a minha filha.

—Hoje à noite vamos fazer um churrasco em família no clube,


quer ir? —

Eu penso nisso por uma fração de segundo. Eu me encontraria


com todos no clube, que é praticamente sua família. —Eu adoraria.

—Bom, eles vão amar você e Gabby.

Bailey

Estou sentada no sofá, esperando até a hora de ir ao clube, e


Travis coloca uma caixa no meu colo.

—O que é isso? —

Ele acena com a mão. —Você tem que abri-lo. — Eu levanto a


tampa e empurro o papel de volta, e então vejo. Há um corte com
um remendo nas costas, dizendo Propriedade de Travis. Eu olho
para ele em puro choque. Isso é grande coisa no mundo dos MC's.
Quero dizer enorme, porque esta é a sua maneira de dizer ao
mundo que eu sou dele. Isto é como o casamento em seu mundo e
ele está dando para mim. —É isso que eu acho que é? — Minhas
mãos tremem quando toco a parte do adesivo que diz Travis.

—Sim, é seu. — Ele está de joelhos na minha frente,


observando minha reação.

—Quer colocar em mim? — Eu tiro o colete para fora da caixa.


Ele tira isso de mim e me viro, colocando meus braços através dos
buracos. Eu fecho meus olhos e é realmente real.

167
—Você está fodidamente incrível, — ele rosna no meu ouvido,
agarrando minha bunda. Me viro e o beijo, minhas duas mãos
segurando sua camisa. Este é um momento que nunca vou
esquecer, outro grande passo em nossas vidas juntos. Eu beijo sua
bochecha. Então descanso minha testa contra seu queixo enquanto
uma música vem pelo rádio. Ele me segura com mais força em seus
braços, até meus dedos estarem em cima dos dele. Tira o meu
fôlego enquanto ele dança lentamente comigo ali mesmo na sala de
estar.

Eu sinto uma mão na minha perna. Gabby está de pé ao nosso


lado. Travis se abaixa e a pega e todos nós dançamos juntos. Isso é
algo que espero que a Gabby se lembre quando for mais velha. Um
dia ela vai se apaixonar e eu quero que ela se apaixone por alguém
que vai tratá-la do jeito que ele me trata. Eu quero que ela tenha o
melhor da vida. Não quero que ela saiba das lutas que tive.

Uma vez que a música acabou, eu me afasto dos seus dedos


dos pés.

—Eu também tenho uma coisa, Gabby. — Ele a coloca no sofá


e entrega a ela uma caixa que é um pouco menor que a minha.

—Obrigada, Ravis, — diz ela antes de abrir. Minha filha ficaria


feliz em aceitar uma banana. Ela abre a tampa e empurra o papel
para trás. É um pequeno colete só para ela, e diz: menina do Travis.
Ó meu Deus. Eu balancei minha cabeça em descrença em quão
incrivelmente perfeito ele é. Sei que estou repetindo isso de novo e
de novo, mas é verdade.

—Oh Ravis, eu amo isso! Nós estaremos combinando. — Ela


pula do sofá segurando o colete e o coloca antes que qualquer um

168
de nós possa ajudá-la. Ela bate as mãos juntas, gira em círculos e
sorri para nós dois.

—Você está linda, baby. —

Ela vira o cabelo por cima do ombro. —Eu sei. —

Eu bufo e começo a rir. Amo a sua confiança. Travis sacode a


cabeça, sorrindo, antes de pegar as chaves da mesa de café. —
Vocês estão prontas para ir? —

—Estou pronto. —

Gabby salta para cima e para baixo. —Eu também! Haverá


crianças para brincar?

Travis puxa um dos cachos dela. —Sim, há um monte de


pequenos. —

Eu estou impressionado com a enorme diferença que vejo


nela. Quando chegamos, ela estava com tanto medo de todos que
ela se escondia atrás das minhas pernas, mas nunca teve medo de
Travis. Ela conquistou ele imediatamente, e ele fez o mesmo com
ela. Travis e Gabby estabeleceram um relacionamento incrível
antes que eu e ele fizemos. Ele foi pai para ela desde o começo.

Chegamos ao clube e nos voltamos para os fundos. Há poucas


pessoas e um monte de motos por toda a propriedade.

169
Eu vejo Adeline, Smiley, Wilder e Joslyn, e me sinto
imediatamente melhor. Lane também está aqui e conheço sua
esposa e sua filha, Tiffany. Alguns dos membros do MC Devil Souls
também estão aqui hoje. Aiden sai do grande prédio segurando o
bebê Reid. Minhas mãos estão imediatamente coçando para
segurá-lo.

Travis abaixa Gabby e ela começa a gritar: —Baby Reid! — A


atenção de todos se volta para Gabby e depois para nós. Adeline
sorri e acena, apontando para nós. A mão de Travis está nas
minhas costas, levando-me a todos. Todos eles têm sorrisos em
seus rostos, fazendo-me sentir bem-vinda.

Esta é a família dele. E se eles não gostarem de mim? O que


isso faria com Travis? Fecho meus olhos, tentando não deixar as
inseguranças entrarem. Você foi tão incrível com sua ansiedade, sem
necessidade de voltar atrás.

Nós nos aproximamos de Smiley e Adeline. Smiley está


segurando o bebê Noah e Remy em seus braços. Adeline avança e
me abraça. —Estou tão feliz em ver você! — Ela pega Noah de
Smiley.

Eu tenho que levar um segundo para admirar Smiley que


envelheceu bem. Não quero olhar para outro homem, porque
Travis é a coisa mais gostosa de todas, mas Smiley é totalmente
gostoso também, com aquela coisa de raposa prateada
acontecendo. Smiley sorri para mim como se ele soubesse o que
estou pensando. Sinto meu rosto ficando quente, e me viro para ver
Gabby, que está sentada em uma cadeira ao lado de Aiden,
segurando Reid.

170
Travis me leva até Lane e eu sorrio para a mulher ao lado dele.
Ela é muito bonita. —Prazer em conhecê-la, eu sou Amelia. —

—Também é um prazer te conhecer. — Eu sorrio para ela e


ela retorna. É um sorriso real, algo que ninguém na minha família
possui. Queria tanto ter uma família como ele. Eu sei que a maioria
deles não é sangue, mas os laços de amor e lealdade estão lá. O
sangue nem sempre é mais espesso que a água. O petróleo e a
borracha são um pouco mais fortes do que tudo isso.

—Amanhã à noite nós estamos tendo uma noite de garotas. As


Old ladys de ambos os MC’s estão se reunindo para uma noite de
diversão, — diz Amelia.

—Vá baby. Eu vou cuidar de Gabby. Podemos sair à noite,


jantar e talvez um filme. —

Amelia sorri de orelha a orelha, fazendo-me sentir que estarei


em todos os tipos de problemas. —Nós estaremos prontas para
buscá-la às oito. —

—Meus pobres ovários!, — uma dama diz, e me viro para ver


uma Old lady dos Devil abanando dramaticamente o rosto, olhando
para Aiden segurando seu filho. Um homem caminha até ela,
sussurra em seu ouvido e sorri maliciosamente. Eu rio baixinho.
Preciso ser amiga dela.

Decido tomar a iniciativa, então eu ando até ela. —Ei, eu sou


Bailey. —

Ela sorri para mim e percebo imediatamente que ela é um


grande problema. —Eu sou Jean e esse pedaço de gostosura é meu

171
papai baby. — Um tapa. Ela nem sequer pula, ela finge que ele
simplesmente não bateu na bunda dela. Rio de sua brincadeira.

—Você está aprontando de novo? — Uma mulher com olhos


como Lane e Smiley se aproxima. Eu sei que esta é a filha de
Smiley, Shaylin, a princesa Grim Sinners. Ele costumava ser o
presidente dos Grim Sinners, antes de entregar o papel para Lane.
A maioria dos membros mais antigos se aposentou. Eles ainda
estão por aí, é claro, mas deixaram a geração mais jovem assumir o
controle.

—Eu estou sempre a fazer nada de bom, — diz ela, e seu


homem suspira e se afasta. Ela ri. —É tão fácil irritá-lo. —

Shaylin revira os olhos. —Todos nós sabemos, Jean. — Ela


olha para mim. —Bailey? —

Eu aceno, sorrindo. —Esta sou eu. —

—É um prazer conhecer-te. —

—Também é um prazer te conhecer! —

—Você vai para a noite das meninas?, — ela me pergunta.

—Sim! Eu estarei lá. — Estou animada. Eu nunca tive uma


noite de garotas. Ter um bebê aos dezoito anos mudou muitas
coisas para mim. Ela é a minha vida, e isso é algo que nunca vou me
arrepender. Eu gostaria que pudesse ter sido diferente embora.

—Deixe os homens cuidarem das crianças e elevar o inferno,


— Jean se vangloria, olhando para o homem, que a ignora
completamente. Ela se vira suspirando. —Eu amo ele. —

172
—Mamãe! — Gabby está correndo na minha direção com uma
tonelada de crianças.

—Sim, bebê? — Eu me inclino para o nível dela.

—Posso ter uma festa de pijamas em algum momento e


convidar meus amigos? —

Eu olho para a multidão de crianças atrás dela e, sem


hesitação, aceno. Ela grita e começa a pular. —Eu só tenho que
dizer a Ravis!, — ela diz antes de sair em uma corrida completa.

Ele se inclina de forma semelhante e sorri antes de piscar para


mim. Eu coloquei minha mão sobre o meu coração. —Garota, você
é uma vadia sortuda. Ele é lindo, e o jeito que ele é com seu bebê é
perfeito, — Jean diz, e concordo com ela de todo coração.

Adeline aparece do nada segurando o bebê Reid. —Todos os


nossos homens são assim. Somos todas abençoadas. —

—Eu posso? — Pergunto a ela e ela entrega Reid para mim. O


aconchego e respiro aquele cheiro de bebê. Os olhos de Travis
escurecem enquanto ele me observa com Reid, e sei que ele está
pensando em mim e no nosso futuro bebê. Às vezes eu esqueço, e
então me parece que estou realmente grávida. Que eu vou ter um
bebê, o bebê de Travis. Isso é muito para absorver. Minha vida
mudou completamente, mas não quero pensar muito nisso até ver
o médico amanhã.

—Vocês estão prontos para comer?, — alguém grita e todo


mundo começa a se encaminhar para uma enorme mesa cheia de
comida. Minha boca se encanta com a visão de costelas, bifes e
pãezinhos. Eles têm todas as coisas boas, e todas as minhas

173
maneiras estão prestes a sair pela janela enquanto eu mergulho de
cara nas costelas. Eu não tenho costelas há anos, desde quando eu
estava em casa com meus pais, na verdade.

—Baby, venha aqui. —

Gabby corre e eu entrego-lhe um prato.

—Você sabe o que quer? —

Ela olha para a comida. —Apenas um cheeseburger. —

Eu chego e pego um hambúrguer e coloco no prato dela com


algumas batatas fritas. —Você precisa de mim para ajudar a
carregar? —

Ela sacode a cabeça. —Eu vou com meus amigos. — Ela corre,
duas batatas fritas deslizando sobre a borda do prato.

Travis está de pé ao meu lado, enchendo o prato com as


costelas. Nossas mentes estão na mesma trilha. Eu pego meia
fileira de costelas, então eu encontro uma mesa de piquenique para
estacionar minha bunda. Travis se senta ao meu lado e ele tem o
dobro da quantidade de comida que eu. Ele coloca pacotes de
lenços na mesa. —Você não brinca em serviço mesmo. —

Ele sorri para mim. —Baby, se você não ficar sujo comendo
costelas, então você não está fazendo certo. — Eu pego uma costela
e dou uma mordida enorme. Fecho meus olhos gemendo. Sei que
posso parecer uma idiota, mas não tenho isso em mim para me
importar um pouco. Travis e eu nos apoiamos nas costelas. Nós
não falamos, mas limpamos o molho de churrasco do rosto um do
outro, isso é amor verdadeiro.

174
Mais tarde naquela noite, quando a luz do dia está diminuindo,
estendemos um cobertor no gramado para os fogos de artifício.
Aiden saiu porque ele não queria que os barulhos altos
assustassem Reid. Gabby está sentada na nossa frente com Tiana, a
garotinha de Shaylin. Elas são muito próximas em idade. Gabby
acabou de fazer cinco anos e ela é um ano ou dois mais velha. Ela
está atualmente desmontando um carrinho de brinquedo e
mostrando a Gabby como montá-lo novamente.

—Fantástico! Eu sou boa na virada. — Gabby, sendo o seu eu


dramático, corre ao longo do campo e começa a realizar
cambalhotas para trás. Ela é realmente incrível; me pega de
surpresa a maior parte do tempo, honestamente. Ela me assustou
desde que tomou a noção de começar a pular das coisas e virar no
ar. Ela corre de volta e bate a bunda para baixo. —Veja! — Ela
sorri, tão feliz consigo mesma.

—Bom trabalho! — Tiana diz e eu cubro minha boca para não


rir. É tão engraçado ouvir as crianças agindo além da idade delas.

Eu olho para Shaylin, que está sentada ao meu lado com seu
homem, Butcher. Ele é enorme e parece malvado. É tão selvagem
vê-los juntos porque eles são totalmente opostos. Ouvi rumores de
que ela é tão cruel quanto ele é. Eu, com certeza, nunca quero
descobrir. Tenho um lado de mim que tem um temperamento
ruim, mas é mais um instinto protetor.

Os fogos de artifício disparam no ar e olho para o céu. Travis


segura minha mão e, como família, celebramos nosso primeiro
quarto de julho juntos.

175
Capítulo Doze
Bailey

Nós andamos dentro do bar e imediatamente começamos a


gritar quando vemos as meninas do Devil Souls. Há algumas delas
que ainda não conheci.

Joslyn está do meu lado e eu estou muito agradecida porque


ainda estou me acostumando com todo mundo. Essas meninas são
tão diferentes das mulheres a quem estou acostumada, que são
malcriadas e de duas caras. Elas parecem genuinamente legais.

Todas nos sentamos em uma enorme mesa redonda nos


fundos. É grande o suficiente para todas, mas pequeno o suficiente
para que todas possam conversar uma com a outra.

—Oi! Para aqueles que ainda não conheceram Bailey, ela é a


garota de Travis, — diz Joslyn.

Eu sorrio para as que não conheço. A senhora mais próxima de


mim fala primeiro. —Meu nome é Kayla, eu sou a vice-presidente
das Devil’s Ladies. — Ela sorri e se inclina para trás para que eu
possa ver a próxima dama. Eu sei quem ela é imediatamente. Seu
sorriso é como o da mãe dela.

—Sua mãe é Adeline? — Eu pergunto antes que ela possa


falar.

Ela ri. —Sim, essa é minha mãe. Muito bom, não é?

176
Nós todos concordamos. —Você tem muita sorte, — digo. Eu
mataria para minha mãe ser assim.

—Meu nome é Alisha, caso você não saiba. —

—Prazer em conhecê-la. —

Então a única garota que eu não conheci, que está mais


próxima da minha idade do que algumas das outras, fala. —Eu sou
Paisley. Eu sou a garota de Liam e Torch é meu pai.

—É bom conhecer todas vocês. —

—SHOTS! — Jean grita e alguns garçons correm. Eu cubro


minha boca para não rir. O garçom dá a volta na mesa recebendo
ordens. Sacudo minha cabeça e peço água e noto que todos os
olhos das garotas estão em mim. Uh oh.

Assim que os garçons saem, em sincronia, todas as garotas se


aproximam de mim. Eu lambo meus lábios, tentando fingir que não
percebo.

—Uhh, garota, — diz Jean, seus olhos se estreitaram em mim


com aquele olhar de mãe.

—Ok, eu acabei de descobrir ontem que estou grávida, mas


isso não é cem por cento certo, porque eu vou ao médico amanhã.
— Para minha surpresa, elas se levantam, gritando e correm direto
para mim. Parabéns são oferecidos por todas, juntamente com
abraços e toques de barriga. Mulheres incríveis.

—Travis será um pai incrível. — Joslyn sorri para mim. Eu sei


que ela e Travis são amigos muito próximos, porque ele e Wilder
são bem amigos.

177
—Ele já é, é tão perfeito com Gabby. —

Todas elas ‘aww’ e orrio com suas reações. Jean suspira mais
alto, colocando a mão sobre o coração. —Nada mais quente do que
um motociclista sendo um pai. — Isso é tão verdade, parece que
todos esses caras são ótimos pais. Eles estão muito presentes e
envolvidos. Eu amo isso.

Randall nunca foi realmente um pai. Ele é apenas um


indivíduo ruim. Até conhecer Travis, nunca percebi o quão mal
tinha sido tratado por ele. Deixei ir muita coisa porque era mais
fácil. Isso nunca deveria ter acontecido.

Todas as ladys falam sobre seus empregos, filhos e tudo o que


querem, enquanto as bebidas estão sendo passadas. —O que você
quer fazer? — Kayla me pergunta. —Além de ser uma mãe incrível.
Isso é um trabalho em si. —

—Eu vou abrir algumas casas para mães solteiras,


especialmente adolescentes. Então elas podem ter ajuda para
serem independentes. —

Joslyn me abraça. Ela sabe que isso significa muito para mim.
Nunca quero que outra alma passe fome para que seu filho possa
comer, do jeito que eu fiz. Estava tão desesperada para conseguir
leite para ela que fui de porta em porta perguntando se poderia
cortar o cabelo das pessoas por apenas alguns dólares. Isso
machucou tanto meu orgulho, mas não importava quando se
tratava da minha filha.

—Você era uma mãe solteira, não era?, — Alisha me pergunta.

178
—Sim, eu fui, meus pais me expulsaram quando descobriram
que eu estava grávida. Tudo o que eu tinha era uma pequena sacola
de roupas e cem dólares. Foi muito difícil. — Não tenho vergonha
do meu passado, sobrevivi e agora estou prosperando.

—Tão orgulhosa de você, garota. — Amelia me abraça e eu a


abraço de volta. Isso é tão incrível, só para conversar e ser eu
mesma com essas garotas.

—Obrigada a todos vocês.

—Vocês estão prontas para dançar?, — Jean bate o copo na


mesa e pula de pé, arrastando Shaylin com ela. Todas nós rimos e a
seguimos. Jean já está zumbindo, mas acho que ela começou a
beber antes mesmo de chegar aqui.

Há alguns caras do MC postados em frente ao bar,


discretamente cuidando de nós. Eu sei que o MC se preocupa em
manter todos seguros em primeiro lugar. Travis explicou-me que
eles e os Devil fizeram alguns inimigos porque derrubam muitos
bandidos. Além disso, embora todas as garotas daqui possam lidar
sozinhas - sei que posso - ir contra homens adultos não é a melhor
ideia.

Eu estou de costas para todas, ficando de olho. Elas estão


jogando para a esquerda e para a direita, soltando-se e dançando.
Jean está balançando como o homem alto de balão que você vê
muito nas concessionárias de carros. Rio quando ela se inclina para
trás e depois se inclina para frente.

Joslyn ainda está por perto. Me sinto muito protetora com ela.
Ela é tão doce e gentil, sei que ela não tem um pingo de maldade

179
em seu corpo. Sinto que ela passou por muita coisa, mas está
sempre sorrindo. É uma mulher muito forte que recebeu uma mão
de merda. Ela caminha até mim. —Eu vou ao banheiro. —

—Vou com você. — Enquanto percorremos todos os corpos,


noto um dos caras do MC e ele concorda. Ele tem um patch de
prospecto.

Enquanto nos revezamos na cabine do banheiro, sinto que


algo não está certo. Quando saio da tenda, Joslyn está de pé no
canto, afastando um homem que está bem na cara dela. Primeiro,
onde diabos está o prospecto? Não é este o seu trabalho? Espere
até eu pegar esse filho da puta!

Eu pego uma garrafa de cerveja. —Ei, filho da puta. — Ele se


vira para me encarar. Eca, ele é nojento. Está vestindo uma camisa
branca manchada e cheira como se tivesse tomado um banho de
cerveja.

—Deixe-a em paz. — Digo a ele, minha voz forte. Ela está


tremendo e isso só me deixa dez vezes mais irritada. Ele pode dizer
que ela não quer que ele esteja todo em seu rosto. Por que diabos
algumas pessoas acham que não há problema em assediar outras
pessoas?

Joslyn se afasta de trás dele e começa em minha direção, e ele


agarra o braço dela. Ela estremece e pulo em ação. O soco no rosto
o mais forte que posso. Ouço algo quebrar na minha mão e ignoro a
dor. Ele tropeça para trás, deixando-a ir. Chuto no estômago
fazendo-o cair de costas. Então quebro minha garrafa de cerveja
contra a cabeça dele, vidro quebrando em todos os lugares. Ele

180
bate no chão com um baque, seus olhos rolando para trás em sua
cabeça, nocauteados.

Joslyn está olhando para mim com os olhos arregalados. As


outras garotas estão de pé atrás dela, sorrindo. Duas delas estão
segurando telefones, provavelmente fazendo um vídeo. —Droga,
garota. Eu não sabia que você tinha um temperamento assim, —
diz Shaylin.

Eu dou de ombros. Não perco a paciência com frequência, mas


tenho mamãe urso marcado em mim.

—Os caras estão a caminho, — diz Amelia.

—Os nossos também, — diz Kayla.

Joslyn empalidece ligeiramente. —Eu sinto muito por arruinar


a noite das meninas. — É cômico a maneira como a cabeça de todas
se viram em sua direção de uma só vez.

—Você não arruinou. Eu sempre adoro ver uma boa luta, —


Shaylin diz a ela.

Joslyn parece melhor. Tento pegar a mão dela, mas quase bati
no chão com a dor. Olho para a minha mão que está
completamente inchada e machucada.

Jean aparece do nada. —Oh droga, eu acho que você quebrou


alguma coisa. —

Joslyn corre atrás do bar e volta, um segundo depois, com uma


toalha e gelo.

—Obrigada. —

181
Ela levanta a mão. —Não, você se machucou por minha causa.

A levo para o lado. —Não se atreva a se sentir culpada. Você é


minha amiga e eu não deixaria você ser assediada por alguém bem
na frente do meu rosto. — Com meu braço bom eu a envolvo em
um abraço, apertando-a levemente.

A porta se abre com um estrondo. Wilder corre e Travis está


bem atrás dele, parecendo irritado. Wilder toca o rosto de Joslyn.
—Baby, você está bem?

Travis olha para a minha mão e toca suavemente. Estremeço,


me sentindo mal do estômago. —Foda-se baby, precisamos levá-la
ao hospital. Como você fez isso? —

Jean surge do nada novamente, segurando um telefone. —Eu


sei como! — Ela entrega a Travis o telefone e ele e Wilder
observam quando, com um soco, quase bato o cara na bunda dele.
—Foda-se, baby. — Travis olha para a minha mão novamente.

Wilder o empurra para fora do caminho e me abraça. —


Obrigado por proteger minha esposa. —

—Isso é o que a família é, certo? —

Ele olha para mim por um momento e acena, sorrindo. Ouço


uma porta aberta e depois um —Que porra é essa? — É o
prospecto estúpido que deveria estar nos vigiando. Vou até ele e
ele olha para minha mão e depois para Travis, que está às minhas
costas. Começo a dar um soco com a mão esquerda. Travis pega
meu punho e faz o trabalho para mim, socando-o com tanta força
no rosto que ele bate no chão, nocauteado.

182
—Que porra, vocês dois, suas lesmas..., — Jean insulta e seu
homem a joga por cima do ombro e leva-a para fora de lá.

—Vamos, precisamos levá-la para o hospital. — Travis coloca


a mão nas minhas costas. Olho para o prospecto deitado no chão.
Se ele estivesse fazendo seu trabalho, nada disso teria acontecido e
a noite das garotas ainda estaria em pleno andamento. As garotas
acenam para mim, sorrindo, enquanto Travis me leva para fora do
bar, e eu aceno de volta com a minha mão boa.

—Outra noite em breve? — Pergunto a elas.

—Sim! — todas gritam de volta e rio. Eu acho que somos


todos problemas. Quero dizer, se podemos lidar com estar com os
motociclistas, como podemos não ser?

—Espere, onde está Gabby? — Pergunto ao Travis.

—Aiden está com ela. Ela está na cama, então duvido que ela
até o note. —

—Bom, ela ama Aiden de qualquer maneira. — O sigo até o


caminhão dele. —Estou desapontada por não estarmos na sua
moto. —

—Não faça beicinho. Primeiro, você está ferida e segundo,


você está carregando uma carga preciosa, mamãe. — Ele toca meu
estômago abrindo a minha porta, meu beicinho se foi naquele
segundo. Ele me ajuda no caminhão, não posso usar minha mão
direita, e isso estraga minhas habilidades de escalada. Ele fecha a
porta e eu inclino minha cabeça para trás contra o encosto de
cabeça, fechando os olhos. Minha mão está latejando como um
batimento cardíaco.

183
Ele fecha a porta. Olho para ele e ele está olhando para mim.
—Doendo? —

Concordo, realmente não quero falar no momento. A


adrenalina está se desgastando e a dor está começando a afundar.

—Eu sinto muito, baby. — Ele esfrega minha perna.

—Eu estarei bem. — Eu sorrio para ele. Bem, eu tento.

Quebrar seu pulso é sem importância, mas o raio-x foi


doloroso. O osso do lado do meu pulso está rachado. Quase precisei
de cirurgia para consertá-lo, mas, felizmente, posso sair com um
gesso.

Eu coloco minha cabeça no ombro de Travis enquanto eles


colocam o gesso em mim. Nós nos certificamos de informar ao
médico que posso estar grávida antes de fazermos o raio-x. Não é a
coisa mais divertida que já foi cutucada e mexida, mas não estou
tomando nenhum tipo de analgésico para o caso de afetar o bebê.
Isso é ruim, mas nunca colocaria em risco ele ou ela. Espero que
seja um menino, um menino que se parece com o Travis.

Uma hora depois, estamos saindo do hospital e estou pronta


para ir para casa e dormir. Quando entramos no caminhão, eu
esfreguei meus olhos, bocejando. O relógio no caminhão indica 1h
da manhã. —Consegue ver como Joslyn está?, — eu pergunto.

184
Travis me entrega seu telefone, e leio seus textos de Wilder
nos assegurando que ela está bem e dormindo. Entrego o telefone
de volta e vou até o assento do meio. Só quero me abraçar com ele,
quero me sentir segura. Sei que eu estava do lado vencedor com
aquele cara, mas também sou mulher e quero me sentir protegida
pelo meu homem.

Eu avisto um restaurante. —Vamos tomar café da manhã? —


Pergunto a ele que sorri. Ele entra no estacionamento e saio do seu
lado. Nós nos sentamos ao lado um do outro no assento. O
restaurante está cheio de bêbados e caminhoneiros. Travis e eu
não somos nenhum dos dois.

—Você está se sentindo bem?, — ele pergunta.

—Sim eu estou bem. Eu estava apenas preocupada por Joslyn.


Sinto que ela passou por algumas coisas, e meus instintos de mãe
saíram. —

—Você fez a coisa certa, mamãe. — Ele beija minha têmpora e


me ajuda a abrir o cardápio.

—Gabby vai enlouquecer quando ela vir o meu gesso. —

Ele ri. —Ela vai, mas não tanto quanto ela vai se ela descobrir
que ela pode ter um irmão no forno. —

Eu tenho que revirar os olhos para isso. —Ela ou ele não é um


peru assando no forno, Travis. — Ele faz aquele sorriso que me faz
querer pular em seus ossos, mas isso vai ter que esperar até
chegarmos em casa.

185
O garçom vem e pedimos nossa comida: um prato enorme de
batatas fritas, ovos, torradas, etc. —Eu já perguntei a Aiden se ele
ficaria com Gabby amanhã quando formos ao médico, — diz Travis.
—Eu percebi que você não queria que ela soubesse ainda. —

Ondas de choque me atravessam. Ele é sempre tão atencioso e


ainda me choca. Desde o começo, sou apenas eu, e agora não é. —
Todo dia eu me apaixono cada vez mais por você. —

Ele cobre meu queixo, me beijando suavemente. O beijo é


cheio de muita paixão e amor. É como se ele estivesse fazendo
amor comigo com um beijo, bem aqui no meio da lanchonete, mas
estamos em nosso próprio mundo – outros não notaram.

186
Capítulo Treze
Bailey

Travis e eu olhamos para o pequeno feijão no monitor e


ouvimos o som dos batimentos cardíacos do bebê.

—É real, — sussurro para mim mesmo. Tudo isso finalmente


está se registrando. Uma parte de mim estava com medo de pensar
que eu estava grávida. Às vezes eu falo de acreditar que isso é a
vida real. Como a vida pode ser tão boa? Eu amo alguém de uma
forma que eu achava que só existia em livros, mas é real e bem aqui
na minha frente.

Eu mudei muito. Quando cheguei aqui, estava tão ansiosa.


Travis me fez perceber que as pequenas coisas não importam. Só
preciso deixar ir e viver no momento.

Ele me fez tão feliz. Eu estava feliz antes – não me entenda mal
- mas isso é um tipo diferente de felicidade. Encheu meu coração
até a borda. Ainda me preocupo, o que aconteceria se eu o
perdesse?

Os olhos de Travis não deixaram o monitor.

—De quanto tempo estou?, — eu pergunto à obstetra.

—Cerca de quatro semanas, — diz ela.

—Tão minúsculo, — sussurra Travis, tocando minha barriga


lisa.

187
Aiden está na sala de espera com Gabby, distraindo-a,
enquanto Reid está sendo visto por outro médico. Por acaso notei
todas as mulheres na sala olhando para ele como se estivessem
feridas. Não posso esperar pelo dia em que ele se apaixonar por
alguém, ele merece isso. Ele pegou Reid, e a maioria dos homens
não conseguiria sequer imaginar a ideia.

—Aqui está uma receita para suas vitaminas pré-natais e pare


na recepção para marcar sua próxima consulta. — A médica se
levanta e me entrega um pedaço de papel e a receita. —Neste
pedaço de papel é o meu número de telefone celular no caso de
você precisar de mim o mais rápido possível. —

Ela sai do quarto e volto para o vestido de verão que estou


usando hoje. Meu cabelo está em cachos soltos, minha maquiagem
é leve e estou usando um par de sandálias fofas. Gabby está em um
vestido de verão parecido com o meu, e o cabelo dela também está
enrolado.

Quando voltamos para a sala de espera, Gabby está dormindo


no lado de Aiden. Ele a cobriu com um dos cobertores de Reid. Ele
é como o irmão que eu sempre quis, se realmente penso nisso.

Travis corre até ele e entrega a foto do nosso bebê. Aiden pega
e sorri. —Parabéns cara, feliz por vocês. — Travis está radiante.
Reid empurra sua pequena perna para fora e chuta Gabby,
acordando-a.

Ela olha para mim e depois para Travis. —Hora de partir?, —


ela diz sonolenta.

188
—Sim, querida, você está com fome? — Eu empurro o cabelo
dela para fora do rosto dela. Ela balança a cabeça e levanta os
braços para Travis que a pega. Ele a tem tão mimada já.

—Obrigada, papai. — Seus olhos se arregalam com o deslize e


depois balança a cabeça. —Eu quis dizer, Ravis. —

Travis parece um cervo nos faróis, então ele sai dela e sorri
para ela com tanta emoção. —Não se preocupe, anjo, você pode me
chamar como quiser. — Ela não diz nada, mas estou mais do que
feliz com essa resposta.

—Tchau Aiden, até breve. — Pego a mão de Travis e saio da


clínica. Minha mente está se recuperando depois do que acabou de
acontecer. Parece um erro honesto, mas não acho que seja. Como
ela poderia não ter começado a vê-lo como uma figura paterna? Ele
está com ela o dia todo, leva-a para praticar, cuida dela e está lá
para ela como um pai seria. Não apenas qualquer pai, um incrível.
Aperto a mão dele, quero que ele saiba que tudo está bem. Parte de
mim acha que eu deveria estar em pânico que ela está ficando tão
apegada, mas ele é Travis.

Ele a coloca em seu assento e fico do lado de fora do caminhão


com ele, sabendo que ele precisa falar comigo. Ele passa a mão por
cima da cabeça. Ele parece nervoso pela primeira vez desde que eu
o conheci. —Travis—

Ele finalmente olha para mim. —Ela me chamou de papai,


Bailey. Isso me atingiu bem aqui. — Ele coloca a mão sobre o peito
e eu coloco minha mão sobre a dele.

189
—Travis, você tem sido pai desde o momento em que a
conheceu. Você esteve lá por tudo. —

Ele olha para mim, deixando minhas palavras entrarem. —Eu


quero que ela seja minha. Penso nela como minha filha, quero estar
com ela através de cada passo de sua vida. Não importa se ela é
biologicamente minha, ela é fodidamente minha. —

Ele hesita antes de dizer: —Eu quero adotá-la. Quero que ela
seja oficialmente minha. Ela é minha em meu coração, mas quero
que essa merda seja documentada. —

—Eu adoraria isso, Travis. O pai dela assinou seus direitos,


então não será um problema. — Nem me importo se isso parece
cedo demais. Mesmo que, por alguma razão horrível, nós não
continuarmos, ainda quero que ele seja uma parte de sua vida. Ele
sorri e posso ver que o peso do mundo foi tirado de seus ombros.
Percebo que isso o incomoda um pouco, e estou feliz por ele ter
alguma paz de espírito.

Gabby o ama – ela acha que o mundo gira em torno dele – e se


eu negasse isso, que tipo de mãe eu seria?

—Eu quero falar com ela sobre isso primeiro,, — diz ele, —
Para ver se ela quer. — É por isso que ele é perfeito.

Travis

Pela terceira vez desde que conheci Gabby e Bailey, meu


mundo mudou em uma fração de segundo.

Primeiro foi chegar a perceber que eu amava as duas, porra,


muito. Elas roubaram uma parte de mim no momento em que as

190
conheci. Em segundo lugar, descobrir que Bailey está grávida. Em
terceiro lugar, Gabby acidentalmente me chamando de papai, essa
merda me atingiu como uma tonelada de tijolos, direto para minha
alma. Meu primeiro pensamento foi que queria ouvir isso todos os
dias da minha vida. Quero que ela seja oficialmente minha, e quero
ter certeza de que ela está bem com a ideia. Eu quero saber o que
ela pensa sobre isso. Ela tem cinco anos, mas é inteligente o
suficiente para entender o que está acontecendo.

Pelo menos Bailey está bem com isso. Estava com medo de
qual seria a reação dela. E se ela me disser não? Isso é demais pra
mim. Agora é hora de falar com a Gabby.

Estou fodidamente nervoso. Além do nervoso – sou um


desastre. No momento, me encontro sentado no chão no quarto de
Gabby brincando com ela.

—Anjo, posso falar com você?, — prendo a respiração


esperando que ela olhe para mim.

—Sim, Ravis. — Ela se aproxima de mim, me dando toda a sua


atenção. Tão esperta para sua idade.

—Você se lembra quando você me chamou de papai mais


cedo? — Seus olhos se arregalam. —Não bebê, não tenha medo. Só
quero te perguntar uma coisa. — Pego sua pequena mão e sorrio
para ela, tentando aliviar suas preocupações. —Você quer que eu

191
seja seu pai? — Ela não diz nada por alguns segundos, antes de
concordar. Fecho os olhos, emocionado, puxo-a para o meu colo e a
abraço. Abro meus olhos e olho para ela. —Bom, eu quero que você
seja minha filha. Você não precisa me chamar de pai se não quiser.
É totalmente com você. —

Ela acena com a cabeça. —Acho que gostaria de te chamar


assim. Você e mamãe estão juntos, então isso faz de você meu pai,
então gostaria de te chamar assim. Certo? — Tão espertinha, muito
além de seus anos.

Beijo o topo de sua cabeça. —Eu adoraria isso, anjo. — Pego


meu telefone e dou a Lane o sinal verde. Nós temos conexões
profundas. Estamos chamando um juiz para redigir os documentos,
enquanto falamos, e eles estarão aqui mais tarde hoje. Isso é
tecnicamente ilegal, mas quando todos estão no seu bolso é mais
fácil fazer as coisas. Por que eu esperaria? Eles são o que eu quero.

Gabby sai do meu colo e volta a brincar, sem perceber o


impacto que ela teve na minha vida. Bailey está em pé na porta, nos
observando. Minha vida mudou muito desde que a conheci. Tudo
mudou. Eu tenho uma família. Meu mundo nunca começou até que
eu as vi sair do avião. Eu tropecei e quase caí na minha bunda e eu
soube, naquele instante, quando seus olhos bateram nos meus.

192
Capítulo Quatorze
Bailey

Rio enquanto Gabby atravessa a viga no parque. Travis está


apertando as mãos dele. Ela pula e enquanto ele corre para pegá-la,
ela cai graciosamente.

—Estou prestes a entrar em pânico, — Travis me diz e caí na


gargalhada novamente. Eu entendo o sentimento.

—Você deveria ter me visto quando ela estava pulando de


mesas, dando cambalhotas. —

Ele sacode a cabeça. —Eu acho que é melhor nós


embrulharmos ela em bolha antes que ela acabe com um pulso
quebrado como sua mãe. —

—Ha, ha, ha, — eu digo. —Quer que eu quebre o meu outro?,


— eu provoco ele.

Ele levanta as mãos fingindo uma rendição, dando um passo


para trás.

—É melhor você recuar, se você sabe o que é bom para você.


Seus olhos piscam com riso, e ele cruza os braços e me dá uma


olhada, me desafiando a fazer algo sobre isso.

—Ravis, me ajude a alcançar as barras, — Gabby chama,


pulando para cima e para baixo para alcançar as barras de macaco.

193
Ele corre e levanta-a. Sento-me no banco, pressiono a mão no
estômago e fecho os olhos, divertindo-me ao som da risada de
Gabby. Travis está encorajando-a e torcendo por ela. Tudo é
simplesmente perfeito.

—Bailey, — alguém diz.

Eu abro meus olhos e não posso acreditar quem está ao meu


lado. Randall. Meu estômago bate no chão e imediatamente me
sinto mal. Me levanto e recuo, colocando distância entre nós. Ele
sorri para mim. Não é genuíno, isso é certeza. Calafrios estão
correndo na minha espinha, e eu só quero fugir. Olho para Gabby,
que ainda está jogando. —O que você está fazendo aqui, Randall?

Travis salta e eu engulo em seco. Eu não quero que Gabby veja


Randall.

—Eu só queria ver você e minha filha. Recebi uma ligação da


companhia de seguros informando que nossa a filha estava doente.

Eu apenas rio. —Nossa filha? Você quer dizer...!

Travis está ao meu lado, encarando Randall de frente e


termina minha frase. —Nossa filha. — Ele pega minha mão e sei
que ele quer que eu seja forte, para enfrentar Randall.

—Você desistiu de seus direitos, Randall, — digo a ele. —Você


não tem vínculos com nenhum de nós. —

Seu sorriso falso cai em uma fração de segundo. —Isso não


importa. Ela é minha filha e eu vou pegá-la agora mesmo. — O som
daquele rosnado irritado me faz recuar.

194
—Observe seu maldito tom, antes de eu fazer você comer suas
palavras, — Travis rosna de volta, aproximando-se de Randall. Se
olhares pudessem matar, Randall já estaria morto dez vezes.

Seus olhos se arregalam. Acho que ele não está acostumado a


ser respondido. Então percebo que Randall não é mais assustador.
Quando o vi pela primeira vez, todos esses velhos instintos
voltaram ao som de sua voz.

—Quer apostar? Aposto que ela vai correr direto para mim. —
Randall começa na direção de Gabby.

Travis alcança e agarra seu ombro. —Dê outro passo e eu vou


explodir seus miolos. — Eu tremo com o tom de sua voz.

Randall mostra o dedo do meio e grita: —Gabby! Baby, venha


ao papai! — Por que ele é uma pessoa tão cruel?

Ela finalmente caminha e vê Randall. Ela balança a cabeça e


faço sinal para ela vir até mim. Foi quando notei três caras se
aproximando dela do lado oposto do parque.

—Travis. — Meu estômago bate no chão quando eles se


aproximam e se aproximam de Gabby. Travis corre em direção a
eles. Quando eu começo a segui-lo, um braço prende minha cintura
e sou levantada do chão. Outro homem está me segurando, com
Randall ao lado dele. —Vamos lá!, — Randall ruge.

—Me deixar ir! — Eu grito, chutando e socando. Me inclino


para frente e em seguida, trago minha cabeça para trás, o mais
forte que posso, e ouço uma rachadura quando a parte de trás da
minha cabeça se conecta com o rosto dele. Ele afrouxa o aperto e
meus pés batem no chão.

195
Randall sorri antes de seu punho se conectar com o lado do
meu rosto. Bem antes de tudo ficar preto, vejo Travis lutando
contra seis homens. Ele olha para mim com pânico e continua
lutando, e Gabby está correndo pelo campo.

Travis

Eu nunca esquecerei a expressão dela antes que o filho da


puta a socasse na cara, uma porra de uma van estacionada ao lado
dela, e Randall a jogou para dentro.

Agora eles se foram. A raiva me atinge tão forte que eu posso


sentir o gosto dela. —Corra, baby, — eu digo a Gabby. Preciso dela
o mais longe possível enquanto eu termino isso. Estes são os
mesmos homens que a mãe de Bailey contratou. Eles estão usando
exatamente as mesmas roupas, e as tatuagens nos antebraços são
as mesmas. Eu tiro minha arma. Felizmente, tenho um silenciador.

Eu olho para trás para me certificar de que Gabby não está


olhando, então destravo a segurança e atiro no cara na frente do
joelho. Ele bate no chão. Chuto com força no rosto dele. Um punho
se move na minha direção, me abaixo e bato nele com o cotovelo.

Eu levanto minha arma e puxo o gatilho de novo e de novo, em


rápida sucessão. Todos, menos dois dos homens caíram no chão.
Um deles me cobra. Estou sem balas, então tiro minha faca, giro e
planto na porra do pescoço dele. O outro filho da puta tenta fugir,
então eu puxo a faca para fora da garganta do homem e atiro-a,
acertando-o na parte de trás da cabeça. Eles estão todos ao meu
redor.

196
—Gabby! — Eu grito e corro na direção que a vejo ir. Ela sai de
um túnel no playground e corre para mim, suas pernas se movendo
tão rápido que ela cai contra mim. A pego e corro para minha
caminhonete com ela encostada no meu peito.

Eu a coloquei no caminhão, afivelando-a o mais rápido que


pude, e entrei. Pressiono o botão de pânico no meu telefone e sou
imediatamente colocado em Lane.

—O que aconteceu?, — Lane pergunta, sua voz mortalmente


calma.

—Eles pegaram ela, — eu sufoco. Estou coberto de sangue e


outras coisas, e Gabby está no banco de trás chorando,
fodidamente me quebrando. —Havia seis deles. Gabby está comigo,
mas eles têm Bailey. Tripulação de limpeza necessária no parque, e
eu estou indo para o clube. Estou a três minutos daqui. — Eu
desligo. Olho no espelho retrovisor e vejo Gabby esfregando os
olhos. —Você está segura, está tudo bem. —

Seu lábio inferior treme. —Por que ele levou mamãe? —

Foda-me, essa merda vai assombrá-la. Vai me assombrar,


vendo seus olhos revirarem em sua cabeça enquanto o filho da
puta a derrubou. Ele vai morrer e não morrerá fácil. Ele pagará por
todo maldito pecado.

—Você vai ver o bebê Reid, e vou buscá-la, ok? — Eu digo, e os


olhos dela se conectam com os meus no espelho.

—Ok, Ravis. Depressa, ok? — Sua fé em mim me deixa tão


feliz. Não vou falhar com ela e não vou falhar com Bailey.

197
Como diabos seis homens surgiram do nada? Sei que eles
planejaram levar Bailey ou Gabby.

O clube aparece e o portão se abre para mim imediatamente.


Puxo o caminhão para uma parada e tiro Gabby. Adeline surge em
uma fração de segundo. —Ei, menina doce, quer ir brincar com
Reid e Noah? — Ela olha para mim e eu aceno. Abraço Gabby com
força, meus olhos ardendo. Odeio essa porra de merda, deveria ter
levado Bailey comigo quando fui para Gabby. Poderia ter feito um
milhão de outras coisas diferentes, mas tenho que viver com isso.
—Eu te amo, meu bebê anjo. —

—Eu também te amo, papai. — Fecho meus olhos e beijo o


topo de sua cabeça antes de entregá-la para Adeline.

Lane, Aiden, Wilder, Smiley, Konrad, Walker, Trenton e Xavier


andam até mim. —Rastreamos o GPS no telefone dela. Vamos
montar. Travis, nós já trouxemos uma reposição de munição para
você. — Depois que eu recarrego minha arma, subo na minha
motocicleta reserva e me acalmo instantaneamente porque alguns
filhos da puta estão prestes a morrer hoje.

Lane decola e sigo de perto. Estamos quebrando todas as leis


conhecidas pelo homem, mas preciso ir até ela. Preciso ter certeza
de que ela está bem. Se eles a machucarem de qualquer maneira,
eles experimentarão dez vezes antes de eu acabar com a porra da
vida deles.

Dez minutos depois, paramos do lado de fora de uma casa bem


no meio do nada. É conveniente para nós, no entanto. Não tantas
pessoas para ouvir seus gritos.

198
Xavier, Trenton e Konrad correm para os fundos para se
certificar de que não saiam por ali. Eu não me incomodo de esperar
por todo mundo. Chuto a porta da frente. Aiden está ao meu lado, e
Lane, Wilder e Smiley estão bem atrás de mim. Um filho da puta
está sentado no sofá. Tiro minha arma e coloco uma bala na
garganta dele. Eles não estão recebendo uma saída fácil se eu
puder ajudar.

Outro filho da puta corre por uma porta e eu envolvo minha


mão em volta da sua cabeça. Bato a cabeça dele repetidamente na
mesa da cozinha. Continuo fazendo isso até que seu rosto está
completamente esmagado e jogo seu corpo no chão. Então eu abro
a única porta que está fechada. Randall está parado lá com uma
arma pressionada na cabeça de Bailey.

Bailey

Eu acordo com alguém me dando um tapa na cara e abro os


olhos e fico cara a cara com meu pior pesadelo: Randall. —Bem,
olha quem está finalmente acordada. — Meu estômago se revira
quando tudo o que aconteceu afunda, então outro pensamento me
atinge. Meu feto. Acalme-se, você não quer perder seu bebê.

Meu pobre anjo, Gabby. Ela provavelmente me viu sendo


pega,e espero que ela esqueça. E Travis... O olhar em seu rosto era
de puro terror. Espero que ele não se culpe. Ele estava enfrentando
pelo menos seis homens ao mesmo tempo e tudo o que me importa
é que ele protegeu Gabby e tirou-a dessa situação. Eu oro a Deus
para que ela esteja com ele.

—Eu preciso fazer um acordo com você, — diz Randall, e eu


rio. Ele realmente acha que eu vou fazer isso?

199
—Que porra é tão engraçada, vadia?, — ele aperta meu queixo
com força e o olho diretamente nos olhos.

—Você. Não tenho mais medo de você. — É verdade, não


tenho mais medo dele. Não do jeito que eu costumava ser.

—Quer apostar? Você vai transferir todo o seu dinheiro, e se


você não fizer isso, eu vou matar você e levar Gabby. — Rio
novamente. Ele me bate com força no rosto e o olho direto nos
olhos novamente.

—Você sabia que Travis adotou a Gabby? Ela não é sua, e ela é
uma princesa do Grim Sinners MC, você nunca a tocará. — Não me
importo. Ele não vai mais governar minha vida.

Eu ouço o som de um monte de motos estacionando lá fora e


ele olha pela janela. —Como diabos eles te acharam? — Ouço a
porta da frente sendo quebrada e eu sorrio. Ele está aqui por mim.
Ele está bem – e eu sei que Gabby também está, ou ele não estaria
aqui.

Thump, thump, thump. Carne está batendo em algo difícil.


Randall me agarra e pressiona a arma na minha cabeça. A porta se
abre e Travis está bem aqui na minha frente. Ele está coberto de
sangue, mas não acho que seja dele.

—Por que você não me enfrenta como um homem de


verdade?, — diz Travis para Randall, que apenas pressiona a arma
com mais força contra a minha têmpora. —Você sabe o que? Estou
cansada dessa merda. — Agarro seu braço e empurro a arma,
assim como ele puxa o gatilho. A bala atinge o chão.

200
Travis o agarra e o ataca no chão, socando-o repetidas vezes
no rosto. Minutos, segundos ou horas passam - não sei, é como se
eu estivesse tendo uma experiência fora do corpo. Então Travis
para e Randall geme.

—Aiden, arraste-o para fora para mim, — diz Travis.

Aiden agarra os pés de Randall e o leva do quarto. Travis cai


de joelhos na minha frente e os outros saem da sala, dando-nos
privacidade. Eu coloco minha boca na parte de trás de sua cabeça,
que está pressionando contra minha barriga. —Você está bem? —
Pergunto-lhe. Ele solta um suspiro profundo antes de olhar para
mim. Eu toco o lado do seu rosto e descanso minha testa contra a
dele.

—Eu? Você está bem? Você está machucada? O bebê?, — ele


toca meu estômago.

—Ele só me bateu na cara, eu estou bem. — Então eu


pergunto, com uma voz estridente, —Gabby? —

—Ela está bem, ela está no clube com Adeline. Não acho que
ela viu muito. — Afundo de volta na minha cadeira.

Travis se levanta e me beija suavemente nos lábios. —Eu


preciso ir fazer alguma coisa, baby. Walker vai ficar aqui com você
e depois vamos para casa. — Aceno, fechando meus olhos. Sei o
que ele precisa fazer. —Amo você, mamãe. —

Sorrio pela primeira vez desde que esta merda caiu. —Eu
também te amo, faça-o pagar. — Não há remorso do meu lado, não
depois de ter sido sequestrada e Gabby e meu filho nascerem em
perigo. Não há como voltar atrás.

201
Travis

Randall está sentado, encostado na casa, quando eu ando para


fora. Lane, Wilder, Smiley e Aiden estão na frente dele,
provocando-o. Randall corre de volta quando ele me vê. É isso
mesmo, filho da puta, você precisa estar preparado.

—Espere, você sabia que aquela cadela ali é milionária? Por


que diabos você não está fazendo a mesma coisa que eu? —
Randall diz como se fosse a coisa mais realista da Terra.

—Também somos, filho da puta. Ela não é a única com


dinheiro. —

Lane ri e os olhos de Randall se arregalam. —É isso mesmo,


filho da puta. Não há como sair dessa. —

—Estou indo para a velha escola nessa. Quem quer me ajudar


a fazer a porra das honras? — Eu pergunto.

Wilder dá um passo à frente. —Eu vou. — Aiden corre para as


motos e pega um par de correntes. Puxo as pernas de Randall e sua
cabeça bate no chão.

—Ai, que porra é o seu problema? —

Me inclino e agarro sua garganta. —Meu maldito problema


começou quando Bailey tinha dezessete anos de idade. Você a
engravidou e não fez nada, mas fez sua vida um inferno. — Aperto
meu aperto em sua garganta. —Ela estava faminta, passava fome e
você vinha e comia na frente dela. Você fodidamente a tratou como
merda debaixo dos seus pés. — Seus olhos se arregalam. Bom, filho
da puta, você está prestes a morrer e vai ser longo, difícil e doloroso.

202
—Minha filha, você a abandonou. Você, porra, chamou sua mãe de
nomes horríveis. Você xingou e sequestrou sua mãe na frente dela.
Você não merece estar vivo por mais um segundo. — Eu só quero
sufocar a vida dele, mas isso seria fácil demais.

—Não vamos esquecer que paguei o trabalhador quando ela


estava subindo a parede de pedra. —

Travo meus olhos com Lane, movo minha mandíbula e me


levanto, apertando a mão de Randall sob o meu pé. Ele grita e eu
ouço o estalo de sua mão quebrando.

Aiden me entrega a corrente, e a envolvo em torno de suas


pernas. Eu dou um puxão forte para ter certeza de que vai ficar.
Deixo-o deitado lá e vou até a minha motocicleta. Wilder já está na
sua. Enganchamos uma corrente na minha moto e a outra na de
Wilder. Eu aceno e nós dois decolamos ao mesmo tempo,
arrastando Randall atrás de nós. Ele grita e eu sorrio. Ele tinha
escolhas na vida, poderia ter sido um bom ser humano e não
escolheu esse caminho, agora é hora de arrastar o lixo. Justiça está
sendo cumprida.

Nós o arrastamos até ele ficar quieto, depois voltamos para a


casa. Lane verifica Randall por um pulso. —Morto, — ele fala para
mim.

Eu desligo minha motocicleta e olho para o cadáver. Espero


que você goste do inferno, filho da puta. Espero que a porra do
tormento continue além do túmulo e nunca termine.

203
—Vou movê-lo. — Smiley tira as correntes e o arrasta para
trás do prédio para que Bailey não o veja, mas não tem como ela
não ver as manchas de sangue no chão.

A porta da frente se abre e ela sai. Ela vem direto para mim e
descansa a cabeça no meu peito. Eu aceno para Walker, que ficou
com ela.

—Vamos lidar com tudo, vá para casa e descanse, — diz Lane.


Subo na minha motocicleta e Bailey fica atrás de mim, abraçando
minhas costas com força. —Pronta? —

—Mais que pronta. —

204
Capítulo Quinze
Bailey

Mais tarde naquela noite

Estamos todos na cama, tomamos banho e estamos relaxando,


acariciando e assistindo a um filme. Gabby já está de volta ao seu
eu despreocupado.

Ela estava tão animada para me ver, e a primeira coisa que ela
disse foi: —Eu sabia que Ravis iria te pegar. — Se o sorriso de
Travis fosse qualquer coisa, isso o faria se sentir como se tivesse
um milhão de metros de altura.

—Gabby, você sabe o que fazer, — diz Travis e arqueio as


sobrancelhas, confusa. Eu toco minha barriga, esperando para ver
o que eles estão fazendo. Gabby volta e Travis vem para o meu lado
da cama. Ele pega minha mão e me puxa para fora da cama. —
Obrigada anjo. — Ele pega algo da mão de Gabby. Travis olha para
mim, um pequeno sorriso puxando seus lábios, —Porra, essa
provavelmente não é a melhor hora para isso, mas depois do que
aconteceu hoje, qual seria? —

Eu pisco, confusa, quando ele se ajoelha diante de mim, então,


lentamente, começa a se revelar o que está acontecendo. Coloquei
minha mão sobre a minha boca, já lutando contra as lágrimas.

—Mamãe, eu te amo tanto. Você me trouxe os presentes mais


preciosos da minha vida: seu coração e o de Gabby. Você roubou

205
meu coração no segundo que eu vi você sair daquele avião. Soube
naquele exato segundo que vocês eram minhas e minha vida nunca
mais foi a mesma. — Ele aperta minha mão esquerda,
pressionando o anel contra o meu dedo anelar. —Nunca soube o
que era a vida até você. Eu nunca soube que estava faltando partes
do meu coração até que vocês consertassem. Então, pela primeira
vez na minha vida, eu realmente respirei. —

Lágrimas rolam pelo meu rosto e meu coração parece que vai
explodir. —Você vai me fazer a honra e casar comigo? —

—SIM! — Eu grito e ele coloca o anel no meu dedo. Envolvo


meus braços em volta do seu pescoço, atacando-o e dando beijos
em todo o seu rosto. Ele ri e Gabby vibra. A vida é simplesmente
perfeita. Eles são perfeitos.

206
Epílogo
Um par de meses depois

—Você está pronta, anjo? — Eu pergunto a Gabby. Ela está de


pé ao meu lado antes de descermos pelo corredor, onde Travis está
esperando por nós.

Estou grávida de seis meses. Não era assim que eu esperava


meu casamento, mas não poderia ter imaginado um casamento
melhor.

—Sim. — Gabby sorri. Ela está perdendo um dos seus dentes


da frente, e ela é tão adorável. Os últimos dois meses estão entre os
melhores. Nós finalmente entramos em uma rotina e encontramos
a paz. Minha mãe já é casada com outra pessoa e é mãe de seus
filhos. Eu sinto muito por eles por causa de sua bruxa de madrasta.

Gabby pega minha mão e esperamos as portas se abrirem.


Quando o fazem, a primeira coisa que vejo é Travis, mas ele não
está onde eu esperava que ele estivesse. Ele está bem dentro das
portas, não no altar. Ele aperta a mão sobre a boca enquanto me
olha de cima a baixo, o fogo queimando em seus olhos; então ele
olha para Gabby e seus olhos suavizam. —Minhas meninas são
lindas. —

Nós nos aproximamos dele e ele pega minha mão e a dela. —


Vocês nunca terão que andar sozinhas novamente, isso inclui o
corredor. — Ele é simplesmente perfeito. Ele sabia que hoje seria

207
difícil para mim porque não tinha ninguém para me acompanhar
pelo corredor.

Eu gostaria de ter um pai com quem pudesse compartilhar


este momento, mas sei que Gabby terá um pai incrível e amoroso e
é isso que é importante. Ele me mostra e a Gabby a cada dia que ele
nos ama. Nós tivemos sorte em muitos níveis e hoje é o dia em que
me torno a Sra. Chambers. Eu serei sua em todos os sentidos e hoje
a Gabby também está mudando o nome dela.

—Meninas, estão prontas?, — ele pergunta.

—Pronta. —

—Pronta, papai. —

Juntos caminhamos pelo corredor com nossos amigos e


familiares nos cercando. É outro começo em uma jornada
interminável para ser uma Old lady do MC Grim Sinners.

Três anos depois

Bailey

—Está finalmente aqui. — Travis está ao meu lado no círculo


das casas que construí. Eles formam uma pequena comunidade
própria.

208
Demorou três longos anos, mas está aqui. Meu sonho está se
tornando uma realidade. Travis está segurando nosso filho, Gage.
Ele é um menino da mamãe embora, com certeza. Gabby é tudo de
Travis, mas ele é meu. Eu me sinto muito satisfeita com o fato de
que ele me quer o tempo todo. Travis resmunga, mas Gabby
praticamente me abandonou quando Travis apareceu. O que é
justo é justo, certo?

Gabby está sentada na nossa frente com um menino que subiu


ao palco ao lado dela. Gabby tem agora sete anos e isso dói. Quero
que ela fique um pouco bebê para sempre, mas sei que não é
possível. Nós podemos sonhar, certo?

Ao longo dos anos, ela ficou melhor e melhor na ginástica. Ela


está em um novo ginásio e está superando suas expectativas.

Travis se aproxima de mim, olhando atentamente para Gabby


e o garotinho. O garoto empurra um pedaço do cabelo dela por
cima do ombro e eu cubro minha boca para não rir. —Ele está
flertando com ela?, — ele sussurra alto para mim. Eu não
respondo, só assisto o coração de Travis sendo destruído. Gabby
olha para ele e lhe dá aquele sorriso, aquele que vai te bater direto
na sua bunda.

—Gabriella LeAnn Chambers, — Travis chama, e ela olha para


trás, seus olhos se arregalam ao serem pegos.

—O que, papai?, — ela diz naquela voz tão doce. Ela é tão
podre, e é tudo culpa dele.

—Sem ‘papai’, o que eu te disse?

209
—Papai, ele acabou de dizer que eu era bonita!, — ela finge
choramingar e eu rio disso. É tão engraçado ver Travis sendo
derrubado por uma menina de sete anos de idade.

—Eu sei... Esse é o problema, — ele resmunga baixinho.

—Travis, espere até ela ficar mais velha. —

Ele olha para mim. —Não diga essa merda para mim. Ela vai
para ‘nunca ter um namorado’ ou algo assim. — Aposto que isso
vai dar certo. Eu pego Gage de Travis e aconchego-o. Sim, ele tem
quase três anos, mas ainda é meu bebê. Eu decidi que dois foi o
suficiente para mim. Talvez no final tenhamos mais, mas com a
ginástica de Gabby e meu centro, simplesmente não tenho tempo.

Meu assistente acena para mim do fundo do palco. Travis leva


Gage e está na hora.

Eu fico atrás do microfone e sorrio para a multidão abaixo de


mim. —Obrigado a todos por estarem aqui hoje. Já faz três longos
anos e o dia está aqui para finalmente abrir este lugar, que tem
uma parte especial do meu coração. — Gabby abraça minha perna
e pressiono a mão no topo da cabeça dela. —Eu engravidei aos
dezessete anos. — Conto a eles a minha história explicando que em
um momento, eu estava envergonhada da luta pela qual passei,
mas não mais. Eu quero ser uma voz para outras jovens,
transmitindo a mensagem de que os outros também lutam, mas
podemos superar tudo.

Depois que meu discurso termina, pego a tesoura grande e


corto a corda. Travis vem e me abraça. —Tão orgulhoso de você,
mamãe. —

210
—Obrigado por me encorajar, empurrando-me para ser o
melhor que posso ser. — Sem ele, não tenho certeza de que isso
seria possível.

Nós temos uma noite livre de crianças, então no momento em


que passamos pela porta da nossa casa, eu começo a rasgar minha
roupa.

Travis me joga por cima do ombro e sobe as escadas, e eu rio e


bato na bunda dele.

—Mamãe, não faça o seu rabo avermelhar por essa merda. —


Eu apenas faço de novo, mas mais difícil. Eu sou jogada na cama, e
pulo rastejando para longe dele. Ele agarra minhas pernas e me
torce de barriga para baixo.

Ele começa com minhas panturrilhas, mordendo, em seguida,


acalmando cada picada com uma lambida. Tremo de antecipação.
Eu sei que a maioria dos casais dizem que a vida sexual deles
morre depois das crianças, mas é exatamente o oposto para nós. —
Com fome para mim, mamãe? — Ele abre minhas pernas abertas,
beijando entre minhas coxas.

Minhas pernas tremem enquanto tento me aproximar de sua


boca. —Sempre. —

211
Um tapa! Sua mão pousa na minha bunda e eu sacudo a dor
antes de gemer. Isso apenas me incendeia mais. Um segundo estou
deitada na cama, agarrando os lençóis, e no outro eu estou
escarranchada no rosto dele. —Oh Deus, — eu gemo segurando o
topo da cabeceira. Travis me move como ele quer e eu apenas
aguento o passeio. Meu corpo congela quando ele desliza o polegar
na minha bunda, e eu venho duro.

Ele me vira e estou deitada de costas. Ele sorri para mim. Ele é
doce – isso é algo que ele raramente pode se desviar. Gage é
exatamente como Travis. Ambos são amorosos totais, mas os dois
têm temperamento. Ele agarra minhas coxas, abrindo minhas
pernas para que ele possa caber entre elas e me inclino para beijá-
lo, minhas mãos pressionadas contra seu rosto.

Ele desliza e eu quebro o beijo, inclinando a cabeça para trás.


Pressiono minhas mãos contra a cabeceira da cama enquanto ele
desliza para fora e volta, duro. Deslizo para cima no colchão e
seguro um pouco mais. —Isso mesmo, mamãe, aguente firme. —
Ele morde o lado do meu pescoço antes que ele bate em mim,
mordo meu lábio para não gritar. Levo outro tapa! Eu olho para ele.
—O que eu te disse sobre manter isso? Eu quero ouvir tudo de
você. —

Ele circula meu clitóris com o polegar, então ele se inclina e


muda de ângulo. Eu gozo forte, mais uma vez, e envolvo minhas
pernas ao redor dele enquanto ele se move mais e mais. —Mais
uma vez, — ele exige.

Eu sacudo minha cabeça. —Eu não posso, — sussurro. Seu


polegar acaricia meu clitóris supersensível, e grito – é demais, da

212
melhor maneira possível - e depois desmorono novamente e ele se
junta a mim.

Enquanto ele desliza para fora de mim, ele pressiona a mão


contra a minha boceta. —Minha, — ele diz e rio. É um macho alfa.
Ele se apoia em um cotovelo, sorrindo para mim. —Você está
pronta para a segunda rodada? —

Eu pisco. —Quando eu não estou? —

Onze anos depois

—Vá Gabby! — Eu grito quando ela está no cavalete, e ela


pisca para todos nós com um sorriso. Ela está fazendo tudo
absolutamente perfeitamente.

Gage está sentado ao meu lado, ignorando as garotas tentando


flertar com ele. Ele tem treze anos, mas é um menino tão bonito e
parece mais velho que seus anos. Ele é inteiro Travis, até a sua
personalidade.

Gage está preocupado apenas com uma garota, e essa é


Aubree, a filha de Aiden, para seu desgosto. Grace e eu gostamos de
provocá-lo também.

—Essa é minha garota! — Travis grita quando Gabby adere ao


patamar. Eu mencionei que estamos nas Olimpíadas em um país
estrangeiro? Minha menininha, com dezoito anos, está em sua

213
primeira olimpíada. Estou tão orgulhosa dela. Ela se dedica a isso
há anos.

Prendo a respiração quando ela salta fora do cavalete e olho


para a tela enquanto ela obtém uma pontuação perfeita. Grito,
pulando para cima e para baixo. Gabby faz o mesmo e seus
companheiros de equipe atropelam, abraçando-a.

—Porra, olhe para as pernas dela, — diz um homem atrás de


nós. Em sincronia, as cabeças de Travis e Gage se voltam para
encará-lo.

—É melhor desviar os olhos se você quiser mantê-los, — diz


Travis e Gage acena. Como eu disse, eles são idênticos.

—Ela fez isso, Travis. — Eu assisto ela receber uma medalha


de primeiro lugar uma e outra vez.

—Ela conseguiu, baby. Ela vai longe na vida. —

—Ela já está indo. — Ela está realizando seus sonhos. Nunca


parou porque era difícil e foi difícil para ela. Nós a encorajamos a
ser o melhor que ela pode ser, a nunca desistir.

Seu objetivo é eventualmente abrir sua própria academia em


nossa cidade. Ela está indo para a faculdade e tem tantos objetivos
na vida. Para o alívio de Travis, os caras não estavam realmente em
seu radar, mas eu não posso esperar pelo dia em que isso
realmente acontece e ela conhece seu cara. Eu só quero saber
quem ele será.

214
Mais tarde: ela encontrou o cara dela. E garoto, ficamos
surpresos.

215
Agradecimentos
Para meus leitores, sem vocês, esta jornada não aconteceria.
Obrigada do fundo do meu coração.

Lydia, obrigada por tudo que você faz por mim. Sem você,
metade do que precisa ser feito não seria.

Para as minhas garotas Devil e Grim, obrigada pelo seu apoio


inabalável. Eu amo vocês, caras.

216
Sobre a Autora

LeAnn Asher's é uma blogueira que virou escritora e lançou


seu primeiro romance no início de 2016 e não pode esperar para
ver aonde esta nova aventura a levará. LeAnn escreve sobre
mulheres fortes e fortes homens protetores que amam suas
mulheres incondicionalmente.

217

Você também pode gostar