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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS

REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO


JABOATÃO DOS GUARARAPES (PE)

RECIFE
2022
1
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS

REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO


JABOATÃO DOS GUARARAPES (PE)

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação de
Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário Maurício de Nassau do Estado
de Pernambuco, como pré-requisito para
obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura
e Urbanismo, sob orientação da Professora
Dra. Ana Maria Moreira Maciel

RECIFE
2022
2
DEDICATÓRIA

Dedico este TCC a Deus, pois sem Ele eu não teria


chegado até aqui.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por todo o aprendizado e conhecimento adquirido nesta profissão ao


longo destes anos e a minha mãe, por ter batalhado e investido tantos anos em
favor do meu futuro.

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EPÍGRAFE

Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso!


Não se apavore nem desanime, pois o Senhor,
o seu Deus, estará com você por onde você andar

Josué 1:9

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RESUMO

Ao ser inaugurada em 1960, a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Patrimônio


Histórico) deu nome à Praça, que lhe compunha; A Praça Nossa Senhora do
Rosário, além de histórica, é considerada o coração do Centro Jaboatonense,
abrigando parte considerável do comercio local e locada próximo à maioria dos
bairros centrais. Sua escolha para a realização deste trabalho de conclusão de
curso se deve ao fato da mesma estar sendo deteriorada ao longo dos anos por
diversas razões, dentre elas a inacessibilidade, a baixa vitalidade após o horário
de fechamento dos comércios alocados em suas imediações, a má iluminação
noturna (que contribui com o aparecimento de usuários de drogas e moradores de
rua) e a negligência das gestões locais. Com o propósito de renová-la, este
anteprojeto foi realizado com embasamento em entrevistas informais feitas à
comunidade, levantamento e estudos de caso e teoria; proporcionando melhores
condições de serventia à comunidade, resgatando as verdadeiras funções de uma
praça: estar, lazer, interação social e passeio. Neste trabalho foram levados em
consideração também a estética, o conforto, o paisagismo, e a função.

Palavras Chave: Revitalização, Praça, Patrimônio Histórico.

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ABSTRACT

When it was inaugurated in 1960, the Nossa Senhora do Rosário Church


(Historical Heritage) gave its name to the square that comprised it; Praça Nossa
Senhora do Rosário, in addition to being historical, is considered the heart of
Centro Jaboatonense, housing a considerable part of the local commerce and
located close to most central neighborhoods. Its choice to carry out this course
conclusion work is due to the fact that it has been deteriorating over the years for
several reasons, among them the inaccessibility, the low vitality after the closing
hours of the shops located in its vicinity, the poor night lighting (which contributes
to the emergence of drug users and homeless people) and the negligence of local
management. With the aim of renewing it, this preliminary project was carried out
based on informal interviews with the community, a survey and case and theory
studies; providing better conditions of service to the community, rescuing the true
functions of a square: living, leisure, social interaction and walking. In this work,
aesthetics, comfort, landscaping, and function were also taken into account.

Keywords: Revitalization, Square, Historic Heritage.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01- Vista satélite 15

Figura 02- Banco River Plate e Associação Comercial de PE 21

Figura 03- Projeto da Av. Rio Branco 22

Figura 04- Boulevard - passeio 23

Figura 05- Nova proposta para a via 24

Figura 06- Paisagismo Av. Rio Branco 24

Figura 07- Praça Osório – Vista aerea 24

Figura 08- Santander Cultural 25

Figura 09- Assoc. comercial de Pernambuco 25

Figura 10- Cinelândia 29

Figura 11- Evento Cultura Cinelândia 29

Figura 12- Monumento Marechal Floriano Peixoto 30

Figura 13- Biblioteca Nacional 31

Figura 14- Museu Nacional de Belas Artes 31

Figura 15- Teatro Municipal do Rio de Janeiro 32

Figura 16- Rua XV de novembro, dec 1910 35

Figura 17- Cerejeiras da rua XV de novembro 36

Figura 18- Praça Santos de Andrade 36

Figura 19 – Praça Osório 36

Figura 20 – Boca Maldita 37

Figura 21 – Vista da extremidade da Rua XV de Novembro 38

Figura 22 – Praça Osório Vista aérea 38

Figura 23 – Praça Santos de Andrade 29

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Figura 24– Trecho Monsenhor Celso 39

Figura 25 – Vista da Rua XV de Novembro 40

Figura 26 – Cruzamento Rua XV de Novembro 40

Figura 27 – Agencia ITAU 40

Figura 28 – Vista aérea Praça do Rosário 44

Figura 29 – Cineteatro Samuel Campelo 44

Figura 30 – Centro Cultural de Jaboatão 44

Figura 31 – Igreja Nossa Senhora do Rosário 44

Figura 32 – Situação – Praça Nossa Senhora do Rosário 45

Figura 33 – Mapa de insolação, ventilação e massas vegetativas 47

Figura 34 – Arborização da Praça Nossa Sra. do Rosário 47

Figura 35 – Mapa de cheios e vazios 48

Figura 36 – Mapa de usos 49

Figura 37 – Mapa de gabarito 50

Figura 38 – Predominância de gabaritos 50

Figura 39 – Mapa de fluxos 51

Figura 40 – Zoneamento 53

Figura 41 – Organograma / fluxograma 54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Ficha Técnica – Boulevard Av. Rio Branco 21

Tabela 02 – Análise comparativa – Boulevard Av. Rio Branco 26

Tabela 03 – Ficha técnica – Praça Marechal Floriano Peixoto 28

Tabela 04 – Análise comparativa – Praça Marechal Floriano Peixoto 33

Tabela 05 – Ficha técnica – Rua XV de Novembro 35

Tabela 06 – Análise comparativa – Rua XV de Novembro 41

Tabela 07 – Análise comparativa – Estudos de caso 42

Tabela 08 – Parâmetros urbanísticos 46

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LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 13
1.1. Metodologia 14
1.2. Estrutura da dissertação 14
1.3. Objetivos 15
1.4. Objetivo Geral 16
1.5. Objetivo Específico 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO 17

2.1. Patrimônio Histórico 17

2.2. Espaços livres publicos 18

2.3. Praça 19

2.4. Espaço de Permanencia 20

3. ESTUDOS DE CASO 21

3.1. Boulevard Av. Rio Branco 21

3.2. Praça Marechal Floriano Peixoto 28

3.3. Ra XV de Novembro 35

4. ESTUDOS DA ÁREA 44

5. ANTEPROJETO 52

5.1. Conceito 52

5.2. Partido Arquitetonico 52

5.3. Programa de necessidades 53

5.4. Zoneamento 53

5.5. Organograma e fluxograma 54


5.6. Plantas em anexo
6. CONCLUSAO 55

7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 56

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1. INTRODUÇÃO
Histórica e de grande importância para a população, a Praça Nossa Senhora do
Rosário é o coração do centro comercial Jaboatonense e é rodeada por diversos
bairros, alimentando-os comercialmente. Nos bairros de sua redondeza, abrange
cerca de 75 mil habitantes, sendo estes Centro, Vista Alegre, Vila Rica e Santo
Aleixo. Inaugurada em 1960, fazia parte da Igreja Nossa Senhora do Rosário, que
lhe deu seu nome, hoje é separada da Igreja pela Avenida Barão de Lucena, maior
via coletora da região. Ao longo da Praça, esta avenida dá acesso a três vias
pedestrianizadas, que dão acesso à feira livre local. A Praça é cercada pela maioria
do centro comercial da localidade, dentre eles, todos os Bancos da região,
supermercados, casas lotéricas, igrejas, lojas de roupas e sapatos, farmácias e
abriga uma rua pedestrianizada em sua extensão, um amplo estacionamento e três
edifícios históricos: O Cine Teatro Samuel Campelo, a Casa da Cultura e a Igreja
Nossa Senhora do Rosário. Atualmente a praça está degradada em diversos
aspectos, os poucos elementos atrativos que tem, são raramente utilizados pela
população, devido à falta de manutenção, iluminação e segurança.

A Praça Nossa Senhora do Rosário, ao longo dos anos, tem sido alvo da
deterioração urbana, e descaso da gestão municipal; tendo em vista que é um ícone
de suma importância para a população e comércio jaboatonense, este trabalho visa
recuperá-la e revitalizá-la.

Este estudo é de suma importância para a população Jaboatonense que, mesmo


provida de uma praça de grande porte e muito circulada, sofre com o descaso da
gestão municipal para com esta. Uma praça que atende as necessidades de sua
população deve ser composta por espaços de permanência agradáveis (afinal não
existe permanência onde não há conforto) e bem beneficiada de sua vegetação
ampla, passeios, iluminação, acessibilidade e elementos que estimulam a
segurança.

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1.1. Metodologia

Entrevistas informais com a população usuária da Praça, levantamento inloco,


pesquisa cartográfica, e reconhecimento de área. Média de pontos comerciais que
se utilizam da praça e de sua via pedestrianizada para seus acessos, média de
circulação da população que permeia a praça em seu trajeto, estudo de espaços
mínimos para permanência e passeio, e, através da caracterização da área,
embasamento para implantação adequada e planejada dos elementos de uso da
população.

1.2. Estrutura da dissertação

Este trabalho é composto por introdução e quatro capítulos.


Sua introdução é composta pelos fundamentos de escolha do tema, cuja se deu pela
necessidade da revitalização da praça, escolhida também por consideração pessoal
minha, como morador e frequentador do espaço.

O segundo capítulo se refere à pesquisa de referencial teórico, que tem como


função apresentar embasamento para a elaboração do projeto, com conhecimento
aprofundado em tópicos relacionados ao tema, como espaços públicos, patrimônios
históricos, espaços de permanência e paisagismo. No capítulo três, serão realizados
três estudos de casos semelhantes ao tema abordado, gerando entendimento às
necessidades do objeto de estudo. O capítulo quatro evidenciará os estudos de
área, neste conterá informações como leis, mapas de estudo de entorno e
condicionantes legais. No capítulo cinco será apresentado o projeto conceituado e
elaborado em pranchas anexadas ao trabalho; e no capítulo sete, suas referencias
bibliográficas.

14
1.3. Objetivos

Este trabalho visa solucionar estas questões de modo a atender as necessidades da


população, do plano diretor e das leis, unindo-as à estética e ao conforto
paisagístico, urbanístico e arquitetônico.

Viabilizar a acessibilidade da praça, resgatar sua vitalidade e prover à população um


espaço público apto à recepção de eventos culturais e sazonais, bem como de
elementos de uso da população, como playground, área de permanência,
contemplação, etc.

Na construção deste trabalho serão feitas pesquisas para embasamento teórico e


bibliográfico, visitas e levantamento in loco para reconhecimento, vetorização da
região e estudos de caso; seguidos pela elaboração de um anteprojeto para a Praça
Nossa Senhora do Rosário, buscando solucionar a maior parte possível dos
problemas apresentados.

Praça Nossa Senhora do Rosário, situada no Centro de Jaboatão dos Guararapes,


popularmente conhecido por Jaboatão Velho, Av. Barão de Lucena, s/n.

Figura 01 – Vista satélite (maps)

Fonte: google maps (edição autoral)

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1.4. Objetivo geral

Revitalizar a Praça Nossa Senhora do Rosário; resgatar a atividade da praça,


recuperando seu uso pela população, atendendo as necessidades básicas que são
oferecidas por uma praça, como passeios, permanência, diversão, eventos culturais
e esportivos; e trazer usos noturnos, favorecendo sua movimentação e fluxo durante
a noite, recuperando sua segurança.

1.5. Objetivos específicos

 Priorizar a recuperação das funções básicas de uma praça.


 Potencializar sua permeabilidade;
 Capacitar permanências, rearrumando locais voltados à estadia e diversão,
aproveitando-se do conforto trazido pelo paisagismo existente;
 Dotar acessibilidade universal de acordo com as normas.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Pesquisa bibliográfica sobre a temática do objeto em estudo. Ao longo destes serão


explanados elementos como: Patrimônio Histórico, visto que a Praça Nossa Senhora
do Rosário compunha o edifício histórico Igreja Nossa Senhora do Rosário; Praça,
possibilitando desenvolvimento adequado de proposta para sua revitalização e para
entendimento histórico e contemporâneo de seu uso e função social; Espaços de
permanência e espaços de passagem, visto que a praça em estudo é muito utilizada
para este fim.

2.1. Patrimônio Histórico

A partir de patrimônios históricos, é possível, por exemplo, que conheçamos não só


a história de determinado local ou comunidade, como também suas tradições e
cultura.
Segundo o IPHAN 2018:

“De acordo com o Decreto, o Patrimônio Cultural é definido como um


conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação
é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da
história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou
etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também sujeitos a tombamento
os monumentos naturais, sítios e paisagens que importe conservar e
proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza
ou criados pela indústria humana.”
(http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/126, 2018)

São considerados Patrimônios Históricos bens naturais, materiais, imateriais ou que


possuem importância cultural, artística, religiosa ou histórica. Com o passar do
tempo, têm a personalidade de sua região, representando grande valor para a
história de sua população.

Decreto Lei n.º 25 de 1937:

“Art. 1.º - Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto


dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja
de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da
história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou
etnográfico, bibliográfico ou artístico."

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Bens materiais podem ser classificados de diversas formas, entre elas como bem
tangível ou bem intangível. Segundo o CREA-SP “tangível: é aquele constituído por
bens materiais. Que se divide em: bens imóveis (núcleos urbanos, sítios
arqueológicos e paisagísticos e bens individuais) e bens móveis (coleções
arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos,
videográficos, fotográficos e cinematográficos); Intangível: é formado por bens
imateriais. (ex: rituais, lendas, costumes, etc). Avaliada a importância destes bens,
com o intuito de conservá-los, foram criados órgãos que prevêem sua preservação e
manutenção.
“Toda cidade possui uma área compreendida pelo núcleo histórico e seu
entorno imediato, normalmente o casario em torno da igreja matriz,
denominado de centro histórico, sendo esse reconhecido pela população ou
não. Essa formação, o núcleo originário da formação da cidade, é conhecido
também como centro tradicional ou principal. Normalmente, o local em que
abriga o Centro histórico é onde foi dado o ponto de partida da Cidade e se
caracteriza por abrigar igrejas antigas, prédios e casarios com estilos diversos
de grande importância e que retratam a identidade local. Todavia, esses bens
culturais ainda não têm sido suficientemente utilizados pela população, a
ponto de lhe trazer benefícios nos âmbitos socioeconômico, cultural, turístico
e mesmo ambiental” (Cf. ROCHA, 2012).

O objeto de estudo, a Praça Nossa Senhora do Rosário é parte do núcleo histórico


do município, sendo parte de seu entorno imediato formada por edifícios tombados.
A própria população reconhece a praça e seu entorno como identidade do município.

2.2. Espaços livres públicos

O espaço público pode ser definido como espaço de livre acesso, de uso comum
dos cidadãos. Este espaço faz parte da cidade em sua dimensão física, espacial,
social e cultural. O espaço público permite o direito de ir-e-vir integral, isto é, a livre
circulação, o lazer, a recreação, a contemplação, a permanência, entre outros.
MACEDO (1995) define espaços livres como “todos aqueles não contidos entre as
paredes e tetos dos edifícios construídos pela sociedade para sua moradia e
trabalho”. Deste modo, no meio urbano podemos encontrar como espaços livres de
edificações as ruas, praças, pátios, parques, jardins, etc, locais onde a população
permeia em sua rotina.
A fim de solucionar a degradação e conturbação do local, e proporcionar lazer ao
povo, após a revolução industrial, surgiu na Europa a necessidade dos espaços
livres públicos. Barcellos (1999, p35) elucida que o sistema de espaços livres
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urbanos compreende todos os espaços não ocupados pelas edificações no meio
urbano”, de modo que este sistema esta subdividido em duas classes: espaços livres
de uso provado (jardins, quintais, etc.) e espaços livres de uso publico (praças,
parques).

Os espaços livres públicos são a união de áreas não edificadas, descobertas,


introduzidas na malha urbana e que tem configurações, volumes e localização que
podem variar. São elementos de comunicação, visto que liga o público ao privado,
promovendo o encontro de pessoas, o esporte, o incentivo à cultura. Podendo estar
em forma de ruas, praças, jardins, estacionamentos. São espaços comuns que
unem a vivência púbica formando a sociedade e dando qualidade de vida a qualquer
que seja o local onde estiverem inseridos.
Segundo Macedo (1995):

“Espaços livres muitas são as acepções que podem ser dadas a este conjunto
de palavras, que são utilizadas indistintamente pelos mais diversos grupos
sociais para se referir ora a ruas, ora a jardins ou ate mesmo e
exclusivamente as áreas de lazer. Podemos, de um modo preciso, definir
espaços livres como todos aqueles não contidos entre as paredes e tetos dos
edifícios construídos pela sociedade para sua moradia e trabalho.”
(MACEDO, Paisagem Ambiente Ensaios São Paulo n. 7 p. 15, jun 1995)

Espaços livres públicos são indispensáveis para a sociabilidade, pois desempenham


interação social, passagem, permanência, descanso, promove a coesão social, o
encontro das pessoas, o comercio local, etc. São estes componentes que promovem
a vivência na cidade, primordiais para a dinâmica urbana; também neles realizam-se
as relações sociais de lazer, possibilitando a expressão interna de sua região,
dispondo espaços de representação e identificação cultural e social.

2.3. Praça

Pode ser definida como espaço público urbano livre, que oferece convivência,
passagem, permanência, lazer e sociabilidade para seu povo. Basicamente, são
espaços urbanos abertos, destinados ao uso de sua população em diversos cunhos,
tais como uso comercial, cultural, esportivo e educacional. Pode-se considerar como
a principal função da praça a aproximação e reunião de pessoas, seja em função

19
cultural, econômica, política ou social, a praça é de uso livre de sua população, é um
espaço de reunião.

Representa a cultura e a história de sua localidade, abrigando muitas vezes o


comércio formal e o informal, como por exemplo, as feiras livres populares, as feiras
sazonais, de artesanato, entre outras. “A praça potencializa a noção de identidade
urbana que, dificilmente, o lazer na esfera da vida privada poderia proporcionar”
(QUEIROGA, 2001). As praças carregam diferentes atribuições, utilizadas na
sociabilidade e na redefinição de papéis importantes.

2.4. Espaço de permanência

Podem ser formados a partir do uso de elementos atrativos à população, providos de


mobiliários que auxiliem no descanso, no conforto térmico, sonoro, beneficiados por
paisagismo e elementos de contemplação. Espaços de permanência são aptos à
realização de atividades socioculturais da população. Podem se tornar um espaço
de convívio por diversos motivos; cultura, localização e/ou até mesmo por serem tão
agradáveis. Assim como também podem acontecer situações opostas, onde locais
de permanência são transformados em locais de passagem, devido a sua má
localização ou até mesmo por não serem adequados a permanência, ao convívio e
ao lazer.
“O pedestre rejeita a utilização de espaços onde não há a adequação
ambiental para a sua permanência como: falta de mobiliário urbano,
de sombras, de vegetação, temperaturas e ventos desagradáveis.
Mesmo nas áreas definidas como de circulação (estacionamentos e
calçadas), os pedestres se apropriam dos lugares se estiverem
adequados à permanência.” (PERSON, 2006)

Os espaços públicos de permanência são pensados para que haja apropriação por
parte da população.

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3. ESTUDOS DE CASO

3.1. Boulevard Av. Rio Branco – Recife PE

Tabela 01- Ficha técnica – Boulevard Av. Rio Branco

Fonte: autoral
Após a demolição de 480 imóveis do bairro do Recife, surgiu a Av. Rio Branco, num
ano de higienização e remodelação da zona portuária da cidade. Na grande reforma,
aconteceram modificações no bairro, como a demolição da Matriz do Corpo Santo e
a abertura de novas praças e avenidas; entre elas a Av. Rio Branco (Ver figura 02).

Figura 02 – Banco River Plate e Associação Comercial de Pernambuco

Fonte: Fundação Joaquim Nabuco

Era uma via que priorizava a circulação de automóveis e foi transformada a fim de
priorizar ciclistas e pedestres . O projeto foi de responsabilidade da prefeitura do
21
Recife e sua execução pelo Governo do Estado. Segundo a prefeitura, o
investimento foi de R$ 5,5 milhões, vindos do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). O Projeto igualou calçada e rua deixando ambas em um
único nível, com 8,8 metros de largura. Sua extensão vai do Marco Zero até a Ponte
Buarque de Macedo (Ver figura 03).

Figura 03 - Projeto da Av. Rio Branco

Fonte: Prefeitura do Recife / Geossistemas, 2015

Devido ao nivelamento da calçada com a rua, toda a via é apta à circulação de


pedestres que possuem dificuldade de locomoção, estimulando o fluxo das pessoas
no centro do Recife, influenciando diretamente no turismo da cidade. Em seu projeto
de mobiliário urbano, a Avenida ganhou bancos, alargou sua arborização,
iluminação, lixeiras, e segundo o JC Online, “Uma banca de revistas e quatro
quiosques padronizados para os comerciantes que já atuavam no local”.

A obra atenua a importância da conservação dos centros históricos da cidade, e


garante o fortalecimento do comercio local. A avenida vai permitirá que o percurso
dos pedestres vindos do Boulevard da Rio Branco com destino ao Marco Zero, seja
realizado de forma prazerosa e agradável, promovendo a integração desses
ambientes e fazendo com que a via seja não só um lugar de passagem, mas
também de permanência, devido às suas condicionantes favoráveis (Ver figura 04).

22
Figura 04 – Boulevard - passeio

Fonte: revista.algomais

Em incentivo à cultura, turismo e lazer, alguns eventos são trazidos para a


Boulevard, como por exemplo, a exposição de desenhos, grafites, eventos de
grupos de dança e artes de rua em geral. Não há uma programação fixa, mas os
eventos são divulgados no site da prefeitura do Recife e em páginas de grupos de
eventos nas redes sociais.

A proposta paisagística visa melhorar o conforto térmico com implantação de mais


árvores, além de melhorar as condições sociais criando áreas de encontro e lazer ao
ar livre. Novas árvores, somadas às existentes, proporcionam um clima fresco.
Melhorando a umidade relativa e minimizando a poluição do ar, resultando num
agradável passeio para quem fica e também à quem está de passagem (Ver figura
05).

Seu paisagismo busca harmonizar a avenida com a arquitetura de seu entorno e a


educação ambiental. Visando a qualidade da circulação pela via, o que é
fundamental em meio ao caos da vida urbana (Ver figura 06).

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Figura 05 – Nova proposta para a via Figura 06 – Paisagismo Av Rio Branco

Fonte: prefeitura do Recife Fonte: prefeitura do Recife

As fiações foram soterradas de forma a não interferir na paisagem ou no


crescimento das árvores ou até mesmo acidentes numa área de lazer. Novos
bancos e lixeiras foram implantados ao longo da via, todos em liga de aço e madeira
(Ver figura 07).

Figura 07 – antes e depois do projeto Boulevard da Avenida Rio Branco

Fonte: Prefeitura do Recife

Juntamente com o projeto da Boulevard Rio Branco, foi entregue a iluminação viária
e cênica da Ponte Buarque de Macedo, que conecta o bairro do Recife ao bairro de
Santo Antônio e é ligada diretamente a alameda da Rio Branco. Essa iluminação
cênica traz novos postes e uma iluminação que remete ao Recife nos anos 50.

24
A Avenida do Rio Branco fica próxima a alguns edifícios importantes da região, como
por exemplo:

 O Santander Cultural, edifício de arquitetura eclética que remonta ao período de


haussmannização do século XX (Ver figura 08);

 O prédio da Secretária de Desenvolvimento Econômico; A associação Comercial


de Pernambuco, prédio com mais de 100 anos, recentemente restaurado e é
referência entre os monumentos históricos do Recife (Ver figura 09);

Figura 08 - Santander Cultural Figura 09 – Assoc. comercial de Pernambuco

Fonte: Uma Senhora Viagem Fonte: blog academia de história

Além desses edifícios, há outros pontos turísticos que se encontram nos arredores
da avenida, dentre eles, o Marco Zero que faz conexão com a Avenida Rio Branco.
Esses prédios contribuem para o fluxo diário de pessoas; uma parte desse fluxo é de
trabalhadores dos arredores e ocorre em horário comercial, já durante a noite e nos
finais de semana, a grande quantidade de pessoas se dá pelo comércio e turismo.
As ruas do entorno são preenchidas com fins de lazer.

25
Tabela 02
02- Analise comparativa – Boulevard Av. Rio Branco

Fonte: Autoral, 2022

26
Entre a Av. Rio Branco e a Praça Nossa Sra. do Rosário, há varias semelhanças,
tais como: ambas defendem a importância da conservação dos centros históricos da
cidade; possuem traçado de calçadão, que prioriza o fluxo de pedestres; promovem
a integração entre localidades importantes de suas cidades; são palcos de eventos
culturais e artísticos de suas populações; são eixos de influentes edifícios históricos
e têm em suas terminações praças não arborizadas.

O caso estudado da Boulevard Rio Branco acrescentou no objeto de estudo em


seus seguintes pontos:
 Adaptar a via à circulação de pedestres que possuem dificuldade de locomoção e
estímulo ao fluxo;
 Melhoria do conforto térmico com a implantação de mais arvores, o que também
contribui com as condições sociais, criando áreas de encontro e lazer ao ar livre;
 Paisagismo que mostra harmonia da avenida com a arquitetura do entorno e visa
a qualidade da circulação pela via, que é fundamental em meio ao caos da vida
urbana;
 Toda a fiação de postes de iluminação soterrados de forma a não interferir na
paisagem;
 Implantação de novos bancos e lixeiras ao longo da via.

27
3.2. PRAÇA MARECHAL FLORIANO PEIXOTO – RIO DE JANEIRO-RJ

Tabela 03 – Ficha técnica – Praça Marechal Floriano Peixoto

Fonte: Autoral 2022

Popularmente conhecido como Cinelândia, e de forte influência francesa, a avenida


Central foi inaugurada em 1905. O local onde hoje se encontra a praça Floriano
Peixoto é formado por um conjunto de arranha-céus art-deco que integravam
cinemas e teatros durante os anos 20, tornando o local um importante centro de
lazer da época. A praça ainda é de grande poder de atração da paisagem da zona
sul do Rio de Janeiro mesmo que a cidade abrigue tantos edifícios com importâncias
culturais únicas como o Teatro Municipal, o Museu Nacional de Belas Artes e a
Biblioteca Nacional.

O local sofreu certa desvalorização com ao crescimento da cidade, onde tudo


deveria ser construído para refletir a imagem de um país moderno, o redesenho se
tornou o primeiro marco da república. Durante a reforma, foi criada a Avenida
Central, que hoje é conhecida como a Avenida Rio Branco. A avenida foi o elemento
principal da reforma de um país que era colonial e caminhava para a modernidade. A
praça surgiu com a demolição do Convento da Ajuda, e depois de pronta recebeu
construções importantes direcionadas a diversões, o que a levou a ser popularmente
conhecida como Cinelândia (Ver figura 10).

28
Figura 10 - Cinelândia – vista aérea

Fonte: cartografiasdaditadura.org.br

A Avenida Rio Branco permanece até hoje como o eixo da cidade. O centro histórico
do Rio de Janeiro e a Cinelândia formam um ponto de passagem obrigatório, além
de ser o tradicional palco de grandes festas populares e de manifestações políticas.
A praça é o maior palco da cidade, local sazonalmente utilizado para manifestações
culturais, políticas, educacionais e artísticas, nela também acontecem a Feira do
Livro e a Festa Folia de Reis (Ver figura 11). Companhias de turismo realizam
passeios turísticos pelo centro histórico diariamente, o que gera fluxo de pessoas
durante o dia; enquanto à noite, a movimentação fica por conta dos bares e
restaurantes locais. A maioria dos eventos que ocorrem na praça são divulgados
pelo site da prefeitura do Rio de Janeiro, com exceção dos artistas de rua que
passam por lá e contribuem para uma passagem mais animada dos pedestres

Figura 11 - Evento cultural Cinelândia

Fonte: Evento cultural Cinelândia

29
A Praça tem uma configuração que remete ao formato de um trapézio. É demarcada
pela Avenida Rio Branco e pelas ruas Araújo Porto Alegre, 13 de Maio e Evaristo da
Veiga. O projeto de paisagismo foi realizado pelo escritório Taulois & Taulois que
tinha como objetivo liberar espaço para circulação do fluxo intenso de pessoas.
Resolvendo assim os problemas que impediam a circulação, e ordenando o
mobiliário urbano intensificando a idéia de circulação livre e permitindo que quem
estivesse sentado pudesse assistir tranquilamente as passantes (Ver figura 12).

Figura 12 - Monumento Marechal Floriano Peixoto

Fonte: Blog Rio Curioso

Os desenhos do piso e a arborização foram valorizados. As árvores em sua maioria


são de grande porte e produzem sombra, trazendo conforto térmico e diminuindo os
ruídos as avenidas no entorno. No centro encontra-se um monumento em
homenagem ao Marechal Floriano que foi inaugurado em 1910 e é um projeto de
Eduardo Sá que homenageia o marechal na praça que leva seu nome A
acessibilidade não foi esquecida, rampas nas faixas de pedestres e passagens
niveladas trazem segurança para quem tem mobilidade reduzida e frequenta a
praça. Apesar de ter se tornado conhecida pelos seus espaços destinados ao lazer,
atualmente a quantidade de lugares para este fim é pequena. Apenas alguns
edifícios importantes residem nos arredores, como o Museu Nacional de Belas Artes,
a Biblioteca Nacional, o Centro Cultural da Justiça e o Teatro Municipal. Embora a
quantidade de edifícios históricos tenha sido reduzida a Cinelândia ainda é um lugar
onde se “respira arte”.

30
A Biblioteca Nacional, considerada a biblioteca depositária do patrimônio
bibliográfico e documental do Brasil é a maior biblioteca da América latina e a sétima
maior do mundo. Fundada em 1810 pelo príncipe regente Dom João VI com o nome
de Real Biblioteca Nacional, teve acesso liberado ao público somente em 1814. Seu
acervo é de relevante importância histórica e cultural e conta com aproximadamente
10 milhões de itens. (Ver figura 13).
Figura 13 - Biblioteca Nacional

Fonte: viagemeturismo.abril

O Museu Nacional de Belas Artes, o mais importante museu de arte brasileira do


século XIX, tem aposentos que contam com mais de 6700 m² de áreas de
exposição. O autor do projeto foi o arquiteto Adolfo Morales, que tomou como
modelo o museu do Louvre. A Biblioteca é especializada em artes plásticas dos
séculos XIX e XX e reúne obras e coleções de periódicos, monografias e catálogos
de exposições, além de documentos e fotografias que registram a história da
instituição. (Ver figura 14).
Figura 14 - Museu Nacional de Belas Artes

Fonte: historiadasartes.com

31
Inaugurado em 1909 durante a prefeitura de Pereira Passos, o Teatro Municipal do
Rio de Janeiro exerce desde então um importante papel para a cultura carioca e
nacional. Percebendo em seu palco importantes artistas, orquestras e companhias
de ballet, atualmente conta com a capacidade para receber 2361 expectadores (Ver
figura 15).
Figura 15 - Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Fonte: mapadecultura.rj.gov

A Praça Marechal Floriano Peixoto se assemelha à Praça Nossa Senhora do


Rosário em diversos aspectos A começar, ambas se localizam paralelas às
Avenidas mais importantes de sua localidade, representando grande importância
para sua população. No caso da Floriano Peixoto, a praça segue com um conceito
de priorização da qualidade de vida da população, quanto aos usuários dos
equipamentos que a rodeia, tal como aos visitantes, turistas e pessoas que ali vão
buscando diversas formas de lazer, como por exemplo, playground para suas
crianças, passeio, relembranças históricas e culturais (Ver tabela 06)

32
Tabela 04 - Analise comparativa – Praça Marechal Floriano

Fonte: Autoral, 2022

No caso do objeto em estudo, a situação é bem próxima, situando


situando-se, também,
paralelamente à uma avenida de grande importância de sua local
localidade, no caso da
Praça Nossa Senhora do Rosário, na avenida mais importante e maior, a Avenida
Barão de Lucena sendo assim, grande importância para sua região, representando
para o povo o eixo do centro comercial da cidade. Ambas são cercadas por edifícios
edifíci
de grande influencia para a história e cultura de suas cidades. No caso da Praça
Marechal Floriano Peixoto, a praça situa
situa-se
se ao centro de edifícios influentes
históricos e culturalmente para sua região, tais como a Biblioteca Nacional, o Museu
Nacional de Belas Artes e o Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Enquanto no objeto
33
de estudo, a Praça Nossa Senhora do Rosário loca-se cercada por importantes
edifícios de sua região, tais como a Igreja Nossa Senhora do Rosário, o Cineteatro
Samuel Campelo e a Antiga Biblioteca de Jaboatão que hoje é o Centro Cultural de
Jaboatão.

O caso estudado acrescentou no objeto de estudo em seus seguintes pontos:

 O projeto tinha como objetivo aumentar espaços de circulação, a fim de


solucionar o fluxo intenso que roda pela praça e ordenar o mobiliário urbano;

 A arborização foi implantada em sua grande maioria de grande porte, produzindo


sombra, conforto térmico, sonoro e visual;

 Acessibilidade projetada com rampas nas faixas de pedestres, passagens


niveladas.

34
3.3. RUA XV DE NOVEMBRO – CURITIBA PR

Tabela 05 – Ficha técnica - Rua XV de Novembro

Fonte: Autoral

A Rua XV de Novembro está localizada no centro do Paraná e é considerada


patrimônio histórico e cultural do Estado. No passado era denominada Rua da
Imperatriz, até a Proclamação da República, quando recebeu seu atual nome. (Ver
figura 16).
Figura 16 - Rua XV de Novembro, no início da década de 1910

Fonte: Prefeitura Curitiba, 2022

35
Também conhecida como “Rua das Flores” (Ver figura 17) e recebeu esse nome
pela quantidade de flores em seus terrenos vizinhos. É considerada uma das
principais ruas de Curitiba por sua história e seu potencial turístico.
Figura 17 – Cerejeiras da rua XV de Novembro

Fonte: Gazeta do Povo


O trecho da Rua XV se inicia na Avenida Luiz Xavier e acaba na Praça Santos de
Andrade. A Avenida Luiz Xavier é a extremidade da Rua XV de Novembro, onde a
via é mais larga. Em suas extremidades, há duas praças, são elas a Praça Osório,
na extremidade da Avenida Luiz Xavier e a Praça Santos Andrade, na outra
extremidade do trecho tombado (Ver figura 18 e 19).

Figura 18 – Praça Santos Andrade Figura 19 – Praça Osório

Fonte: Gazeta do Povo Fonte: curitiba.pr.gov.br

A via foi pedestranizada em 1972 quando o prefeito da época modificou o cenário da


rua e fez a interdição do tráfego de veículos, substituindo o asfalto por um mosaico.
A transformação dessa rua para uso exclusivo de pedestres foi uma experiência
36
pioneira no Brasil. O arquiteto isolou o tráfego da via, priorizando os pedestres e
transformando a via num local de lazer, permanência e sociabilidade (Ver figura 20).
O objetivo principal criar uma avenida/jardim e um boulevard/rua, causando a
sensação de extensão da casa dos moradores locais. Trazendo o espaço e proteção
contra o incomodo urbano e a poluição visual e sonora causadas pelos veículos.

Figura 20 – Boca Maldita

Fonte: curitiba.net

Após 50 anos, a Rua XV de novembro é considerada como praia em Curitiba, por


ser a rua mais animada da cidade e exemplo de espaço aberto, livre e estimulante
de vida coletiva. A rua da flores também é o ponto de encontro do “Boca Maldita”
local que congrega o encontro dos Cavaleiros da Boca Maldita de Curitiba; o
espaço tem este apelido pois concentra vários cafés e era costume ir lá para tomar
um café e ficar comentando, palpitando, discutindo sobre tudo (Ver figura 21).

37
Figura 21- Vista da extremidade da rua XV de Novembro

Fonte: curitiba.net

A rua também é palco de vários artistas de rua que fazem a vida de quem passa por
lá mais alegre, entre os artistas estão palhaços, homens fantasiados de estátuas,
músicos, poetas e dançarinos, alguns até imortalizados, pois conquistaram a
população estando todos os dias trazendo bom humor aos passantes, como por
exemplo, o Plá, o "maluco-beleza" curitibano. Na parte da praça Osório o
agenciamento é bastante expressivo, o desenho da praça é do século passado e
segue um esquema circular tendo como elemento um chafariz francês em ferro; as
árvores de grande porte complementam a paisagem (Ver figura 22).

Figura 22 – Praça Osório – vista aérea

Fonte: Gazeta do Povo

38
A praça também recebeu um playground a fim de atender à necessidade do publico
infantil. Já na Praça Santos Andrade, na outra extremidade, a vegetação é de
pequeno porte, composta por arbustos e floreiras. No centro da praça, destacam-se
os pórticos com colunas coríntias (Ver figura 23).

Figura 23 – Praça Santos de Andrade

Fonte: Gazeta do Povo


Na Rua das Flores, o agenciamento é voltado para permanência, todo espaço é
provido de bancos, floreiras, luminárias e bancas de revistas. A rua que seria
prolongada era composta por apenas três quadras, da Dr. Muricy à Barão do Rio
Branco, sendo o trecho da Muricy e Monsenhor Celso o mais rico e ativo (Ver figura
24). A disposição das árvores tem o objetivo de causar a sensação de Oasis para os
pedestres. O mobiliário urbano foi construído em ferro com coberta translúcida,
também encontra-se bancos e floreiras em madeira.

Figura 24- Trecho Monsenhor Celso

Fonte: Circulandoporcuritiba

39
Nas quadras por onde a via passa, há edifícios de arquitetura eclética do século
passado, rodeados por prédios modernos. Há também alguns sobrados ornados
com jardins e estatuetas, bandeiras envidraçadas, capitéis jônicos e coríntios, e
outros elementos do período neoclássico
Ao longo da via destacam-se duas casas: a de esquina da Monsenhor Celso e a
Casa Louvre. Na primeira funciona uma agência bancária, projeto reformado na
década de 70 por Luiz Augusto Amora, utilizando elementos como azulejos, arco
ogival, entre outros. A Casa Louvre possui detalhes que têm influência da Art
Nouveau que pode ser vista nos vitrais da casa. (Ver figura 25).
Figura 25 – Vista da Rua XV

Fonte: Gazeta do Povo

Ao seguir a via, encontra-se um edifício art-déco que mostra como o concreto


armado permitiu o aproveitamento das esquinas e o jogo de volumes (Ver figura 26).

Figura 26 - Cruzamento Rua XV com Barão de Rio Branco Figura 27 – Agencia Itau

Fonte: Gazeta do Povo Fonte: Gazeta do Povo

40
No Cruzamento com a Rua Barão do Rio Branco, encontram
encontram-se
se mais três edifícios
art-decó
decó e um eclético, um del
deles foi a sede do clube curitibano. Seguindo a diante na
via, há uma a agência do banco Itaú, um edifício de 1893 com estilo eclético e traços
neogóticos. (Ver figura 27
27).
Tabela 0
06- Analise comparativa – Rua XV de novembro

Fonte: autoral 2022

41
Dentre a rua XV de Novembro e a Praça Nossa Sra. do Rosário, há diversas
semelhanças, possíveis de visualizar na tabela acima (Ver tabela 04).

 A Rua XV de Novembro é uma das principais artérias de Curitiba e a Praça


Nossa Senhora do Rosário situa-se na principal Avenida do centro
Jaboatonense.

 A Avenida Barão de Lucena. A XV tem em suas extremidades duas praças,


enquanto a Praça Nossa Senhora do Rosário loca-se em uma avenida e tem
também em sua terminação uma praça de pequeno porte.

 Ambas abrigaram um chafariz, a XV ainda o mantém, enquanto a Praça


Nossa Senhora do Rosário não.

 Ambas têm suas paisagens complementadas por árvores e grande porte.

 Ambas possuem em seus agenciamentos playgrounds.

 Ambas são cercadas por edifícios influentes de suas cidades.

O caso da Rua XV de Novembro acrescentou em seus seguintes pontos:

 Objetivo de trazer a proteção contra a poluição visual e sonora causada pela


movimentação urbana;

 O isolamento do tráfego dando prioridade aos pedestres;

 Arvores implantadas com o objetivo de causar a sensação de Oasis para os


pedestres, trazendo conforto sonoro, visual e térmico;

 Agenciamento acompanhado por bancos e floreiras.

42
Tabela 0
07 – Analise Comparativa dos Estudos de caso

Fonte: Autoral, 2022

43
4. ESTUDOS DA ÁREA

A Praça Nossa Senhora


hora do Rosário, está localizada na Avenida Barão de Lucena,
na parte mais antiga da cidade de Jaboatão dos Guararapes, popularmente
conhecido como Jaboatão Centro ou Jaboatão Velho (ver figura 28).

Figura 28- Vista aérea da Praça do Rosário – Jaboatão Centro


ntro (distrito 02)

Fonte: https://www.google.com.br/maps 2022

Nela encontram-se
se três edifícios históricos, o Cineteatro Samuel Campelo (ver figura
29) , o Centro Cultural Municial Municipal (ver figura 30) e a Igreja Nossa Senhora do
Rosário (ver figura 31); cujo espaço frontal fazia parte da praça.

Figura 29 – Cineteatro Figura 30 – Centro Figura 31 – Igreja Nossa


Samuel Campelo Cultural de Jaboatão Senhora do Rosário

Fonte: Acervo Pessoal

44
Inserida em uma área de uso predominante comercial, a praça está em um corredor
classificado como via urbana de transito rápido - com grande movimentação e
rodeado por edificações - a área é de grande importância para sua localidade (Ver
figura 32). A praça está em uma área urbana, central e comercial, ao lado de
corredor de transporte com grande fluxo, a Avenida Barão de Lucena. Es
Essas
distintivas tanto do corredor como dos usos fazem com que o local sirva
frequentemente de passagem à população devido aos equipamentos e vias que o
rodeiam. De acordo com o IBGE 2017, Jaboatão dos Guararapes tem, em sua
totalidade, 695.956 habitantes e densidade de 2.717,8hab/km². Dividida em 5
distritos, a cidade de Jaboatão dos Guararapes abriga a Praça Nossa Senhora do
Rosário no distrito II. Chamado de Distrito Jaboatão Centro. Este é formado pelos
bairros de: Bulhões, Centro, Engenho Velho, Florian
Floriano,
o, Manassu, Muribequinha,
Santana, Santo Aleixo, Vargem Fria, Vila Rica e Vista Alegre.

Figura 32 - Situação – Praça Nossa Senhora do Rosário

Fonte: Google 2022 / Edição: autoral


O bairro do Centro de Jaboatão dos Guararapes, segundo o Plano Diret
Diretor de
Jaboatão dos Guararapes – Lei Nº 9.860/86, está dividido nas seguintes zonas:

I- Zona de Adensamento Construtivo Alto (ZAA);


II- Zona de Adensamento Construtivo Médio (ZAM);
III- Zona de Adensamento Construtivo Baixo (ZAB);
45
IV- Zona de Adensamento Restrito (ZAR);
V- Zona Expansão Urbana (ZEU);
VI- Zona de Interesse Produtivo 1 (ZIP 1);
VII- Zona de Interesse Produtivo 2 (ZIP 2).

A área de intervenção se enquadra na Zona III, segundo o Art. 31. do Plano Diretor
de Jaboatão dos Guararapes: “A ZAB corresponde aos assentamentos situados em
áreas alagáveis e em morros, com extensas ocupações irregulares, que terão o seu
planejamento e a sua ocupação, orientados consoante as suas diretrizes.” O Anexo
VI, delimita às suas áreas, os seguintes parâmetros e instrumentos urbanísticos por
zona: (ver tabela 08)

Tabela 08 – Parâmetros urbanísticos

Fonte:Plano Diretor de Jaboatão dos Guararapes, 2013


Edição: Autoral 2022

Analisar a influência do sol na área a ser trabalhada é importante antes da


elaboração de um projeto, assim como a arborização existente.

Segundo LARA (2014):

“Ao pensar em iniciar uma obra, o profissional melhor qualificado para


elaborar um projeto é o arquiteto. Afinal, os arquitetos estão
capacitados a elaborar uma planta junto a um importante
conhecimento: o posicionamento de uma contrução em relação ao sol.
Ou seja, a orientação solar. Quando uma pessoa leiga pensa em
projetar, ela subestima a influencia do sol no seu projeto; o que
futuramente pode trazer problemas ao projeto depois de pronto. Este
é um aspecto simples e indispensável de se verificar.” (LARA, 2014,
44 ARQUITETURA)

46
Através das análises climáticas da localidae, é possível planejar de maneira eficaz
um projeto paisagístico, a locação de seu mobiliário urbano e melhor setorização das
áreas de uso público. Promovendo maior conforto no seu uso, economia na
iluminação artificial e conforto acústico, térmico e estético ao usuário. (ver figura 33)
Figura 33 - Mapa de insolação, ventilação e massas vegetativas

Fonte: unibase Jaboatão dos Guararapes 2017

Em suas análises foi notado que as áreas prejudicadas pelos ventos quentes não
sofrem com a alta temperatura devido a arborização existente; amenizando o
desconforto térmico (Ver figura 34).
Figura 34 – Arborização da Praça Nossa Senhora do Rosário

Fonte: Autoral, 2022


Dadas as análises do entorno, o projeto poderá ser concebido da melhor forma
através deste estudo, pois serve de embasamento às ao conceito, partido e dos

47
elementos a serem utilizados, Influenciando em sua estrutura, seu adensamento e
no no mantimento – ou não - de gabarito das árvores propostas, Visando a melhor
concepção projetual, serão estudados todos estes dados através do uso de quatro
mapas urbanísticos, mapa de cheios e vazios, mapa de usos, mapa de gabarito e
mapa de fluxos.

O mapa de cheios e vazios tem por função analisar o adensamento construtivo do


entorno imediato da área trabalhada. Podendo assim causar ou neutralizar impactos
construtivos. A partir da leitura do mapa de cheios e vazios (ver figura 35) é
perceptível o forte adensamento, onde grande parte das construções ocupa
completamente seu lote, que é predominante de uso comercial. As vias paralelas à
são de larga proporção enquanto as perpendiculares são estreitas, por estarem
ladeadas por feira livre.
Figura 35 - Mapa de Cheios e Vazios

Fonte: unibase Jaboatão dos Guararapes 2022

No mapa é perceptível que a praça é (pode se tornar) uma área de “refúgio” à


população, por ser um espaço aberto, arborizado e planejado de forma a causar a
permanência dos usuários, visto que no seu entorno predominam os adensados,
sem recuos frontais das construções próximas.

48
A partir do mapa de usos é possível identificar as atividades predominantes de cada
edificação, podendo através deste, definir o zoneamento e agenciamento do projeto.
No Mapa de Usos (ver figura 36) nota-se que suas edificações são em sua maioria
voltadas ao uso comercial e de serviço; seguidas pelos usos institucionais, feira livre,
religiosos e, residenciais ao noroeste da área.
Figura 36 - Mapa de Usos

Fonte: unibase de Jaboatão dos Guararapes 2022

A praça também é contemplada por amplo uso de serviços, tais como bancos,
escritórios, consultórios, além também do acesso à feira livre do Centro
Jaboatonense.

A partir do mapa de gabarito, pode-se analisar as alturas das construções existentes


nas proximidades da área trabalhada; a fim de solucionar no projeto diferenciando
ou se aproximando dos volumes projetados existentes. A partir desta escolha, pode-
se diferenciar o volume proposto dos que o rodeia, ou projetá-lo sem causar grande
impacto.

49
Figura 37 - Mapa de Gabarito

Fonte: unibase de Jaboatão dos Guararapes 2017 – edição autoral 2022

No mapa de gabarito (ver figura 37), nota-se que os volumes do entorno não
apresentam grande variedade, tendo em sua grande maioria pavimentos duplos ou
únicos. É possível também, observar nas imagens seguintes (ver figura 44) que não
existe grandes diferenças entre as alturas dos imóveis.
Figura 38 - Predominância de gabaritos

Fonte: acervo pessoal, 2022

50
Foi notado no mapa de fluxos (ver figura 39), (e também in loco) o alto e agitado
fluxo de todos os tipos de veículos automotivos na via principal da Praça Nossa
Senhora do Rosário, a Avenida Barão de Lucena, que liga o centro Jaboatonense a
quase todos os bairros próximos.

Figura 39 - Mapa de Fluxos

Fonte: unibase Jaboatão dos Guararapes 2017 – edição autoral 2022


A circulação viária está, em sua grande maioria, composta por motocicletas a serviço
(motoboy/moto-taxi), carros de passeio, ônibus que vêm de municípios vizinhos com
destino a recife e caminhões de frete para abastecimento dos serviços; atenção
também para a grande variedade de ônibus de linha que circula por todo o centro
Jaboatonense, transportando a população entre os bairros, através da
movimentação causada pela estação de metrô de Jaboatão (linha sul) que dá
acesso direto a Recife.

51
FIGURA 01 - CALÇADA DA QUADRA AO LESTE DA PRAÇA FIGURA 02 -FACHADA LESTE DA PRAÇA (ESTACIONAMENTO) FIGURA 03 - ESTACIONAMENTO FIGURA 04 - ESTACIONAMENTO (AO FUNDO DA IMAGEM: PLAYGROUND E FIGURA 05 - ESTACIONAMENTO, QUADRA AO SUL DA PRAÇA
IGRJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO)

FIGURA 06 - CALÇADÃO PEDESTRIANIZADO (PLAYGROUND À ESQUERDA) FIGURA 10 - IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO (QUADRA AO SUL DA PRAÇA)

FIGURA 07 - ESTACIONAMENTO (VISTA PARA A QUADRA A OESTE DA PRAÇA FIGURA 11 - FACHADA SUL DA PRAÇA (ESCADA DE ACESSO)

10 20 50
FIGURA 08 - CALÇADÃO PEDESTRIANIZADO FIGURA 12 - IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO (QUADRA AO SUL DA PRAÇA)

FIGURA 09 - CALÇADA AO SUL DA PRAÇA FIGURA 14 - FACHADA DA QUADRA AO SUL DA PRAÇA FIGURA 15 - IMAGEM INTERNA DA PRAÇA (VOLTADA AO LESTE) FIGURA 16 - IMAGEM INTERNA COM VISTA PARA A QUADRA SITUADA AO LESTE FIGURA 13 - CINETEATRO SAMUEL CAMPELO
DA PRAÇA

Mapa de Visadas
Fonte: Autoral, 2022 CURSO:

DISCIPLINA:
ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADORA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANA MARIA MACIEL


ALUNO: MATRÍCULA:
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS 01134807
TITULO: DATA:
REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS
GUARARAPES (PE) 01/06/2022
CONTEÚDO: ESCALA: FOLHA:

MAPA DE VISADAS ESCALA GRÁFICA PAGINA 52


5. ANTEPROJETO
Peças teóricas e gráficas que compõem a proposta de projeto de arquitetura
para revitalização da Praça Nossa Senhora do Rosário.

5.1. Conceito
O anteprojeto tem como conceito a vitalidade da praça, o aumento do fluxo
confortável de pedestres, sua permanência e a aproximação da praça ao seu devido
uso e função social. Buscando solucionar os impasses de um elemento já está
formado e em uso há décadas e inapto às necessidades básicas de uso como
praça; tais como acessibilidade, convite, permanência, passagem, passeio, lazer,
entretenimento e contemplação. Tendo isto em vista, será proposta à praça sua real
função, a fim de atender sua população local e adjacente que a permeia. Suas
lacunas serão avaliadas e estudadas a fim de serem solucionadas para contribuir
com a qualidade de vida da população.

O anteprojeto prioriza o pedestre, visto que a Praça Nossa Sra. do Rosário situa-se
centralizada no comércio da cidade, e serve de circulação dentre estes pontos. A
partir de seu atual desenho, e de seus pontos principais, seu redesenho será
pensado para ser convidativo, atraindo maior circulação e permanência na praça.

5.2. Partido Arquitetônico

Através do mantimento de elementos importantes da praça, como seus canteiros


arborizados, seu calçadão pedestrianizado, seus diversos acessos; e através de
novas aberturas portadas de maior acessibilidade e convite. Para o aumento da
vitalidade, serão trabalhado na praça os elementos de permanência (canteiros
arborizados, conforto térmico, visual e acústico), entretenimento (playground e food-
park sazonal), contemplação (reabertura de fonte) e segurança (iluminação e uso
noturno).

52
5.3.
.3. Programa de Necessidades

 Agenciamento com área de passeio confortável


 Calçadão convidativo
 Paisagismo (conforto visual, térmico e acústico)
 Sistema de iluminação (segurança e estética)
 Playground (entretenimento)
 Área de permanência (canteiros ajardinados, bancos)
 Estacionamento multiuso

5.4. Zoneamento

Na setorização dos elementos propostos no programa de necessidades, os


diferentes usos foram mapeados, a fim de facilitar a visualização de sua disposição
na praça. (Ver figura 48)

Figura 40 – Zoneamento Anteprojeto Praça Nossa Senhora do Rosário

Fonte: Acervo Pessoal, 2022

53
5.5.. Organograma / Fluxograma
Na diagramação de fluxo e posicionamento organizacional, é possível visualizar a
disposição dos elementos citados no programa de necessidades e a intensidade do
fluxo entre eles. (Ver imag
imagem 49)

Figura 41 – Organograma / Fluxograma

Fonte: Autoral, 2022

54
6. CONCLUSÃO

O anteprojeto atingiu as metas propostas, sendo capaz de atender as principais


necessidades citadas, trazendo vitalidade à praça, proporcionando conforto, bom
uso, bem estar e qualidade. Contribuindo para que a praça atendesse às
necessidades básicas de seu elemento.
Como futuro arquiteto, morador próximo e usuário sazonal da praça, considero ter
colaborado com um dos mais importantes espaços públicos do local. Esta proposta
buscou recompor os traçados da praça, rearrumar seus canteiros e melhorar a
arborização, trazendo conforto e contribuindo para a permanência, estar e
contemplação da praça.
A realização deste projeto me fez olhar o espaço público e conhecê-lo por sua
importância, com olhar de renovação urbanística. Em sua finalização, o projeto
contribuiu com o atendimento as principais necessidades da população usuária do
espaço, proporcionando-os conforto, bem estar e qualidade.

55
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ESTUDO DE CASO. Boulevard Avenida Rio Branco:

<www2.recife.pe.gov.br/noticias/25/07/2018/cultura-de-rua-toma-conta-do-recife-
antigo-no-festival-rua-recife-urbana-arte>

<www.g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/apos-um-ano-em-obras-avenida-no-
bairro-do-recife-e-aberta-para-pedestres.ghtml>

<www.jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2015/06/21/a-arquitetura-
ecletica-nas-ruas-do-recife-186736.php>

<www.revista.algomais.com/noticias/avenida-rio-branco-sera-um-boulevard>

<http://www.marcillio.com/rio/encerbci.html>

<www2.recife.pe.gov.br/noticias/21/12/2017/avenida-rio-branco-aberta-para-pessoas

<www.acidadeeahistoria.blogspot.com/2014/08/era-uma-vez-o-espaco-cultural-
bandepe.html>

ESTUDO DE CASO. Praça Marechal Floriano Peixoto;

<www.curitiba-parana.net/rua-flores.htm>

<http://polyedros.blogspot.com>

<www.flickr.com/photos/leonardomartins>

56
<http://guiaculturalcentrodorio.com.br>

< ibbetania.org.br >

<http://taulois.com.br/contato.html>

ESTUDO DE CASO. Rua XV de Novembro;

<www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/aproveite-o-feriado-para-redescobrir-
rua-xv-com-12-curiosidades-arquitetonicas-2/ >

<www.curitiba.pr.gov.br/conhecendocuritiba/ruaxv>

<www.curitiba-parana.net/rua-flores.htm>

<www.memorial.mppr.mp.br/pagina-38.html>

REFERENCIAL TEÓRICO. Espaços Públicos;

<http://www.tiagomarino.com/continentes/index.php/continentes/article/view/104/99

<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/resgate/article/view/8645703/13003

<http://quapa.fau.usp.br/wordpress/wp-content/uploads/2015/11/Espa%C3%A7os-
livres-p%C3%BAblicos-formas-urbanas-para-uma-vida-p%C3%BAblica.pdf>

revista: < PAISAGEM AMBIENTE 23 – FAU.USP >

57
REFERENCIAL TEÓRICO. Patrimônio Cultural

<www.patrimoniocultural.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=62

REFERENCIAL TEÓRICO. Praças;

<http://www.ceap.br/material/MAT1511201011414.pdf>

<http://www.fiepbulletin.net/index.php/fiepbulletin/article/view/4595/8989>

<https://www.pracas.com.br/blog/5-beneficios-importantes-que-as-pracas-oferecem>

58
IGREJA NOSSA SENHORA 10 20 50 N
PLAYGROUND CALÇADÃO
DO ROSÁRIO
W E
CINETEATRO SAMUEL
ESTACIONAMENTO CANTEIRO VERDE
CAMPELO S

CASA DA CULTURA VIA PEDESTRIANIZADA

LEVANTAMENTO
1 ESCALA 1:500
CURSO:
ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ORIENTADORA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANA MARIA MACIEL


ALUNO: MATRÍCULA:
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS 01134807
TITULO: DATA:
REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS
GUARARAPES (PE) 01/06/2022
CONTEÚDO: ESCALA: FOLHA:

LEVANTAMENTO - SITUAÇÃO ATUAL ESCALA GRÁFICA 01/06


11.09
°
45.65

44.44°

15.40
4
35.3

42.69°
56.96°
32.37

18.73
19.23

2138.5.88

13.15
30.29

11.34

5
40.1

°
98.76
1
20.1 52.64

14.50 144.45
1.69

31.50
23.00

7
5.0
19.1

7
6

2.0
10.18

0
20.6
18.99
27.4
1

5
11.8
24.7

2.09
8

15.80
4.25

25.2
4
26.00
49.7

4.82
8

.50
18 0
18.0
3.35

.98
17
6.97

5
69.3
9.50

1.50

10 20 50
N
IGREJA NOSSA SENHORA
PLAYGROUND ESPELHO D'ÁGUA W E
DO ROSÁRIO
CINETEATRO SAMUEL S
ESTACIONAMENTO CANTEIRO VERDE
CAMPELO

CASA DA CULTURA VIA PEDESTRIANIZADA

PLANTA BAIXA
2 ESCALA 1:500
CURSO:
ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ORIENTADORA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANA MARIA MACIEL


ALUNO: MATRÍCULA:
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS 01134807
TITULO: DATA:
REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS
GUARARAPES (PE) 01/06/2022
CONTEÚDO: ESCALA: FOLHA:

PLANTA BAIXA TÉCNICA 1/500 02/06


10 20 50
N
IGREJA NOSSA SENHORA
PLAYGROUND ESPELHO D'ÁGUA W E
DO ROSÁRIO
CINETEATRO SAMUEL S
ESTACIONAMENTO CANTEIRO VERDE
CAMPELO

CASA DA CULTURA VIA PEDESTRIANIZADA

PLANTA BAIXA HUMANIZADA


3 ESCALA 1:500
CURSO:
ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ORIENTADORA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANA MARIA MACIEL


ALUNO: MATRÍCULA:
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS 01134807
TITULO: DATA:
REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS
GUARARAPES (PE) 01/06/2022
CONTEÚDO: ESCALA: FOLHA:

PLANTA BAIXA HUMANIZADA 1/500 03/06


PISO INTERTRAVADO CINZA PALMEIRA REAL
10 20 50
N
AREIA IXORA
W E

PEDRA PORTUGUESA BRANCA SOMBREIRO S

AROEIRA SALSA
SOLO NATURAL
FICUS

PLANTA DE PAGINAÇÃO DE PISO E PAISAGISMO


4 ESCALA 1:500
CURSO:
ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ORIENTADORA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANA MARIA MACIEL


ALUNO: MATRÍCULA:
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS 01134807
TITULO: DATA:
REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS
GUARARAPES (PE) 01/06/2022
CONTEÚDO: ESCALA: FOLHA:

PLANTA DE PAGINAÇÃO DE PISO E PAISAGISMO 1/500 04/06


144.45
144.45
19.1
6

6
11.8
4.00

6.12
4.25

2.15
3.06
49.7

4.82

8.50
8

7
2 10.9
17.9
3.44

2.68
6.05
3.35

2
6.02 10.8

1.63
2.61
6.97

13.62

3
13.3
5
69.3

2.92

4.42
9.50

4.43

4.44

4.27

4.69
.56 .9
2

3.50

10 20 50
N

W E

PLANTA DE PONTOS LUMINOTÉCNICOS


5 ESCALA 1:500
CURSO:
ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ORIENTADORA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANA MARIA MACIEL


ALUNO: MATRÍCULA:
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS 01134807
TITULO: DATA:
REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS
GUARARAPES (PE) 01/06/2022
CONTEÚDO: ESCALA: FOLHA:

PLANTA DE PONTOS LUMINOTÉCNICOS 1/500 05/06


CORTE A-A'
6 ESCALA 1:500

CORTE C-C' CORTE B-B' CORTE D-D'


7 ESCALA 1:500
8 ESCALA 1:500
9 ESCALA 1:500

FACHADA SUL
10 ESCALA 1:500

FACHADA LESTE
11 ESCALA 1:500

10 20 50

CURSO:
ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ORIENTADORA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANA MARIA MACIEL


ALUNO: MATRÍCULA:
BERNARDO LUIS SABINO VASCONCELOS DOS SANTOS 01134807
TITULO: DATA:
REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS
GUARARAPES (PE) 01/06/2022
CONTEÚDO: ESCALA: FOLHA:

CORTES E FACHADAS 1/500 06/06

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