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Licenciatura em Educação Básica

2023/2024 Alfredo Dias


História e Geografia de Portugal II Ana Isabel Rodrigues
FT06 Ricardo Coscurão
Turma: D Susana Martins

Data: 13 / 12 / 2023
Estudantes:
Nome: Catarina Viçoso N.º 2020585
Nome: Joana Ferreira N.º 2021377
Nome: Mathilde Maus N.º 2021373
Nome: Rafael Carreira N.º 2021378

1. Observe o excerto da planta da cidade de Lisboa.


Figura 1: Excerto da planta da cidade de Lisboa (Google Maps)

Legenda:

A – Malha ortogonal

B – Malha radioconcêntrica
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C – Malha irregular
1.1. Identifique os três tipos de malha urbana que caraterizam as plantas da maioria das
cidades portuguesas.
Os três tipos de malha urbana que caraterizam as plantas da maioria das cidades portuguesas são a
malha radioconcêntrica, a malha irregular e a malha ortogonal.

1.2. Apresente duas caraterísticas de cada tipo de malha urbana.


A Malha radioconcêntrica apresenta um núcleo central, a partir do qual se estendem artérias
circulares, concêntricas e intersetadas por vias radiais de acesso a este mesmo centro. As suas
vantagens são: maior adaptação ao relevo, assim como a rapidez e praticidade das deslocações no
interior da mesma e o fácil acesso ao centro da cidade. Contudo, as suas desvantagens são:
dificuldade de construção de prédios de maior dimensão, devido à configuração dos quarteirões. São
exemplos desta malha as zonas de Encarnação, Saldanha e o Marquês de Pombal.
A malha irregular caracteriza-se por possuir ruas estreitas e tortuosas, por vezes sem saída – becos.
Apresenta um traçado anárquico, bairros com elevada densidade de habitações e a existência de
calçadas e de escadarias. Vantagens deste tipo de malha urbana são: redução da utilização dos
automóveis devido à facilidade da deslocação pedonal e a adaptação à função comercial e a promoção
das relações da vizinhança; a redução da utilização dos automóveis devido à facilidade da deslocação
pedonal e a adaptação à função comercial. Como desvantagens apresenta a dificuldade na circulação
automóvel, associado à fraca visibilidade das ruas e cruzamentos e o grande número de obstáculos a
transpor nas ruas. Além destas desvantagens, apresenta também um crescimento desordenado e sem
planeamento. Esta malha está presente em Lisboa, entre outras, na zona de Alfama e Mouraria.
A malha ortogonal, apresenta um traçado geométrico regular, caracterizado por ruas direitas, longas
e por vezes largas, perpendiculares entre si, formando quarteirões geométricos constituídos por
edifícios com as mesmas características. A principal vantagem da presente malha urbana é a
facilidade da circulação longitudinal devido á existência de grandes avenidas. As desvantagens desta
malha são o facto de tornar mais longos os trajetos; de não se adaptar aos terrenos acidentados e de
dificultar a fluidez do tráfego devido ao excesso de cruzamentos. Como exemplos servem a zonas das
Avenidas Novas e da Baixa Pombalina.

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1.3. Localize, contornando cada área no excerto da planta (Figura 1), os três tipos de malha
urbana que caraterizam a cidade de Lisboa.
Ver Figura 1.

1.4. Identifique, com uma letra (A, B, C), cada uma das áreas assinaladas em 1.3 e complete
a legenda junto à planta, identificando o tipo de malha urbana que corresponde a cada letra.
Ver Figura 1.

1.5. Recorrendo a um exemplo concreto da cidade de Lisboa, justifique a seguinte afirmação:


“A existência de diferentes tipos de malha urbana pode testemunhar a evolução histórica de
uma cidade”.
A cidade de Lisboa, ao longo dos séculos, experimentou várias transformações significativas na sua
estrutura urbana, nas quais reflete as diversas fases de desenvolvimento e mudanças socioeconómicas.
A introdução da malha urbana remonta à fundação da cidade, estabelecendo-se nalgumas áreas
estratégicas ao redor do rio Tejo. No período medieval, a cidade desenvolveu uma malha urbana
irregular, com ruas estreitas e edifícios de arquitetura com influência muçulmana. Este padrão reflete
a herança islâmica que caracterizou a região durante séculos.
Durante a Era dos Descobrimentos, Lisboa passou por uma expansão significativa devido ao
comércio marítimo e ao influxo de riqueza. Nesse período, a malha urbana cresceu em direção às
áreas portuárias, testemunhando o impacto das atividades comerciais e marítimas na configuração da
cidade. Após o terramoto de 1755, que devastou maior parte da cidade de Lisboa na época, iniciou-
se um período de reconstrução, liderada pelo Marquês de Pombal, apresentando então a Baixa
Pombalina, que apresenta uma malha urbana organizada e simétrica, refletindo os ideais iluministas
da época.
No século XX, a industrialização e o aumento da população impulsionaram o desenvolvimento
urbano em direção às áreas periféricas. Bairros como Alvalade e Areeiro foram planejados com uma
malha mais moderna e espaçosa, atendendo às necessidades crescentes da população, realizando
malhas ortogonais e radioconcêntricas à medida que vão expandindo.
A Expo 98 marcou outro ponto de viragem na malha urbana de Lisboa. A zona oriental da cidade foi
revitalizada, resultando numa moderna malha urbana que incorpora inovações arquitetónicas e
espaços públicos contemporâneos. Este exemplo destaca como eventos específicos podem moldar a
malha urbana e refletir mudanças culturais e tecnológicas.
Em conclusão, a análise da malha urbana de Lisboa evidencia claramente a evolução histórica da
cidade. Desde as influências medievais até as transformações modernas, a malha urbana serve como

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um registo tangível das diferentes fases de desenvolvimento e mudanças que moldaram a capital
portuguesa ao longo dos séculos. Este estudo não apenas contribui para uma compreensão mais
profunda da história urbana de Lisboa, mas também destaca a importância de preservar e apreciar a
rica herança arquitetónica e cultural que a cidade abriga. Com isto, podemos corroborar a afirmação
apresentada no enunciado, que diz que “a existência de diferentes tipos de malha urbana pode
testemunhar a evolução histórica de uma cidade”, visto que esta se pode confirmar com o exemplo
da cidade de Lisboa.

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2. Observe o mapa da Figura 2.

Figura 2: População residente em cidades


e densidade populacional (2011)

2.1. A partir da análise da Figura 2, apresente três características da rede urbana


portuguesa, atualmente.
Podemos caracterizar a rede urbana portuguesa como heterogénea, pois há uma grande diferença entre
a distribuição populacional no litoral e no interior, visto que a grande maioria da população se
concentra no litoral (litoralização), devido ao maior número de oportunidades nessa região. No nosso
país existe também uma notável bipolarização, onde os dois principais focos são então as cidades de
Lisboa e do Porto. Por fim, é já possível observar uma expansão urbana à volta do distrito de Faro e
principalmente dos grandes focos, tendo então, devido a tal, criado as duas Áreas Metropolitanas, a
do Porto e a de Lisboa, em que a expansão se alonga até para fora da AML, chegando até próximo de
Benavente, como é possível observar na Figura 2.

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3. A partir do visionamento da primeira metade do documentário “Longevidade: desafios económicos
e sociais” (https://www.youtube.com/watch?v=HFHRTEYyuQI), comente as seguintes
passagens/testemunhos:

3.1. “Certo é que seremos cada vez menos, e mais idosos” (00:00:33).
O crescimento demográfico em Portugal nas últimas cinco décadas tem sido marcado por
transformações significativas que impactaram a estrutura etária da população. A afirmação
apresentada no enunciado, "Certo é que seremos cada vez menos, e mais idosos", reflete com precisão
as tendências demográficas observadas. O país enfrenta um declínio populacional, evidenciado pela
diminuição da taxa de natalidade, a diminuição da média do número de filhos e pela migração de
jovens em busca de novas e melhores oportunidades no exterior, a chamada “fuga de cérebros”. Esse
fenómeno contribui diretamente para o envelhecimento da população portuguesa.

3.2. “É fundamental que cada um, individualmente, possa gerar mais valor” (00:09:15).
Sabemos já por definição que a população ativa é a parte da população que gera riqueza no nosso
país. Visto que a nossa população ativa estagnou, com o envelhecimento da população ativa que
conseguimos presenciar, e por exemplo com o aumento da idade para um indivíduo se reformar, esta
acaba por contribuir cada vez menos na produção do capital para o estado. Já a população envelhecida,
que se encontra num crescimento gradual, para além de não gerar dinheiro, ainda acaba por gerar
despesas para o estado, com o pagamento de reformas e pensões. Por fim, como verificámos
anteriormente, a nossa taxa de natalidade está numa queda bruta, e visto que eles são a nossa futura
população ativa, conseguimos observar que, provavelmente, haverá no futuro uma diminuição
abrupta da população ativa, o que leva a concluir o que foi dito na afirmação apresentada no
enunciado.

3.3. “Imaginar um futuro sem migrações (…) será um futuro impossível” (00:24:54).
A afirmação apresentada no enunciado ressoa de maneira perspicaz ao se considerar o cenário
demográfico de Portugal ao longo das últimas cinco décadas. A dinâmica demográfica do país tem
sido profundamente influenciada por processos migratórios, tanto em termos de emigração quanto de
imigração. A compreensão desse fenómeno é crucial para antecipar o futuro da nação, uma vez que
as migrações desempenham um papel significativo na moldagem de sua composição populacional,
economia e cultura.
A afirmação destaca também a inevitabilidade das migrações como um componente essencial para o
desenvolvimento e adaptação das sociedades. Em Portugal, a emigração foi historicamente uma

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resposta a desafios económicos e oportunidades no exterior, enquanto a imigração contribuiu para a
diversidade cultural e a força de trabalho. Projetar um futuro desprovido de migrações seria
desconsiderar as complexas interações entre fatores socioeconómicos, políticos e culturais que
impulsionam os movimentos migratórios.
Além disso, a migração desempenha um papel crucial na atenuação de desequilíbrios demográficos,
visto que, como podemos ouvir no documentário, se não houvesse estes movimentos migratórios,
apenas teríamos cerca de 7 milhões de habitantes. Este fenómeno oferece soluções para o
envelhecimento da população e a escassez de mão de obra em determinados setores. Portanto, uma
abordagem realista e progressista para o futuro de Portugal deve reconhecer e incorporar a dinâmica
das migrações como um elemento intrínseco ao desenvolvimento sustentável. Essa compreensão é
vital para a formulação de políticas públicas que abordem eficazmente os desafios e aproveitem os
benefícios inerentes aos movimentos migratórios.

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