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As dificuldades que as cidades têm de integrar suas regiões periféricas ao

espaço urbano, sua infraestrutura, a segregação socioespacial, os problemas do


sistema de transportes urbanos e a dificuldade do acesso à moradia, além da
favelização e do saneamento básico, são todos problemas urbanos de difícil
resolução. Outrossim, os problemas do inchaço urbano, desemprego,
subemprego e violência, afetam a vida de milhões de pessoas no Brasil e no
mundo. Analisaremos estes problemas no mundo e veremos seus exemplos no
Brasil.

Cidades ricas e cidades pobres: o processo de urbanização, conforme


discutido em capítulos anteriores, ocorre de maneira diferente quando
consideramos os países centrais e os países periféricos. No caso, à medida que
expandia o processo de desenvolvimento industrial havia o surgimento das
cidades por causa do êxodo rural.

Os países de industrialização pioneira, notadamente a Inglaterra, os Estados


Unidos e a França, viveram urbanização mais vagarosa e de maneira mais
gradativa e em alguma medida sofreram fortes modificações urbanas ao longo
do século XIX e XX. Nesses países, o planejamento urbano remodelou
significativamente as cidades a fim de terem melhor infraestrutura urbana de
saneamento básico, de moradia, do sistema escolar etc. e em sua maioria
conseguiram integrar ao espaço das cidades as populações que chegavam à
cidade. Afinal, são séculos de processo de urbanização. Em linhas gerais, a
Inglaterra se urbanizou de maneira mais vagarosa desde a primeira metade do
século XIX, já outros países da Europa ocidental e Estados Unidos se
urbanizaram desde a segunda metade do século XIX.

Desta maneira os países desenvolvidos tendem a ter menores problemas


urbanos, porém, isso não significa que não haja problemas nessas regiões, nem
que não haja ‘’favelas’’ em seus espaços urbanos.

Entretanto, os países de industrialização tardia, como Brasil, México ou África do


Sul, viveram intenso processo de urbanização em velocidade bem superior aos
Estados Unidos ou à Inglaterra, logo, os problemas urbanos de acesso à
moradia, por exemplo, tendem a ser mais evidentes nesses países.

Em outras palavras, os países subdesenvolvidos ou os emergentes têm maiores


problemas urbanos no que tange ao acesso a empregos na cidade, à segurança,
à moradia etc.

Inchaços urbanos – macrocefalia urbana: as grandes concentrações


demográficas em espaços urbanos resultam numa série de problemas de
infraestrutura. O crescimento acelerado e caótico de cidades, no mundo
subdesenvolvido especialmente, ocorre sem planejamentos territoriais e
acompanhamento de obras viárias e de moradias e resulta em falta de hospitais
e carência no sistema de saneamento básico. Quer seja, as cidades carecem de
melhor infraestrutura para agregarem sua grande e crescente população às
condições mínimas de habitação.
O fenômeno de macrocefalia urbana diz respeito ao inchaço dos espaços
urbanos que sobrecarregam toda infraestrutura das grandes cidades. Aliás,
muitos problemas das cidades são resultados da macrocefalia.

Algumas origens da macrocefalia são:


I – Êxodo rural intenso;
II – Metropolização;
III – Urbanização acelerada;
IV – Má gestão do espaço das cidades;
V – Ausência de planejamento urbano.

À medida que houve intenso êxodo rural as cidades cresceram rapidamente e


as administrações municipais não conseguiram levar infraestrutura a todos os
rincões da cidade. Ou seja, a chegada rápida de imigrantes, às cidades, impõe
e requer um ritmo de desenvolvimento rápido no sistema de transportes e na
oferta de moradias, mas consequentemente os problemas urbanos vão se
somando à medida em que os espaços urbanos não conseguem dar conta de
absorver tanta gente em pouco espaço de tempo.

Figura 1. Excesso de pessoas na plataforma da estação de trens urbanos na Estação da Luz em São Paulo. Notório
exemplo da imobilidade do sistema de transportes coletivos em uma grande metrópole. Foto: Éder Diego.

Segregação Socioespacial: contraste! Talvez não haja outra palavra que


melhor possa definir as grandes cidades contemporâneas.

Os contrastes nos espaços urbanos ocorrem em todo tecido urbano da cidade,


sobretudo em metrópoles. Conforme vimos em capítulos anteriores a
metropolização é fruto da expansão horizontal (conurbação) das cidades. A
consequência da formação de metrópoles ou mesmo de grandes cidades é a
criação de espaços com boa infraestrutura e espaços urbanos, invariavelmente
periféricos, com carência estrutural. Isso não significa, porém, que as regiões
centrais de grandes cidades não possam apresentar carência em serviços
essenciais à população.
As diferenças sociais têm várias vertentes e refletem no modo como se ocupam
os equipamentos urbanos. No caso, as diferenças de renda e escolaridade
refletem demasiadamente nos modos de ocupação do solo das cidades. A
cidade é múltipla e se estende desde os bolsões de pobreza até os condomínios
de luxo, pios há gente morando embaixo de viadutos e há quem se transporte
de helicópteros em notável diferença de acesso às tecnologias de transporte dos
últimos séculos.

A diferença de renda reflete as cidades de diferentes maneiras. Há desde a


‘’autossegregação’’, em condomínios fechados, até a formação de favelas e em
moradias nos lugares de risco.

A diferença no território urbano de diferentes modos de ocupação é perceptível


em toda grande cidade. No Brasil, é famosa a fotografia (figura abaixo) que
ilustra essa diferença de ocupação do solo urbano que muitas vezes convivem
lado a lado. A foto ilustra a maior favela de São Paulo, em número de habitantes,
e um dos bairros mais nobres da maior cidade da América do Sul.

Figura 2. Paraisópolis & Morumbi. À esquerda há o bairro favelizado de Paraisópolis que é vizinho a um
dos bairros mais nobres da capital paulista. Exemplo notório de segregação socioespacial.

Transportes Urbanos: a carência no sistema de transportes certamente é um


dos maiores problemas no espaço das cidades. Quando comparamos a
diferença estrutural periferia-centro, constatamos que a maior parte das vagas
no mercado de trabalho, bem como universidades, hospitais etc. se localizam
em regiões centrais e, por causa disso, há grandes fluxos diários de regiões
periféricas para os espaços centrais das cidades.

Tal fluxo (urbano-urbano) é chamado de migração pendular e sua grande


demanda acarreta num conjunto de problemas como tráfego intenso no ‘’horário
de pico’’ (hora de rush do inglês hour rush) e em transportes coletivos
superlotados. Um dos indicadores para averiguarmos a qualidade do sistema de
transportes coletivos e urbanos nas cidades contemporâneas é a extensão de
sua malha ferroviária urbana.
Observe a tabela abaixo:

Figura 3. A extensão do metrô nas sete cidades brasileiras que possuem este serviço* (São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador) é menor que as linhas de metrô das cidades de
Xangai, Londres e Nova Iorque. Fonte: Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Em São Paulo, por exemplo, o sistema de metrô tem apenas 90 quilômetros, já


Londres apresenta 402 quilômetros de via férrea e Nova Iorque 370 quilômetros.
Ambas as cidades foram ultrapassadas por Xangai, na China, em 2010. A cidade
do Rio de Janeiro, a segunda maior do país, tem somente 60 quilômetros de
extensão de metrô. Muito aquém da demanda, tanto quanto São Paulo.

O caso de São Paulo, porém, é ainda um tanto melhor quando consideramos o


sistema de trens urbanos da Cia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) cuja
extensão é de 273 quilômetros e atende 23 municípios da Região Metropolitana
de São Paulo em sete linhas. Se somarmos metrô e CPTM teremos 363
quilômetros de extensão. Em 2018 a quantidade de usuários diários era
estimada em 4,5 milhões no metrô paulistano.

Ocorre que a extensão só de metrô em São Paulo é muito pequena diante da


atual demanda, pois São Paulo é uma megacidade (12,5 milhões de habitantes)
com uma região metropolitana cuja população excede os 22 milhões de
habitantes.

Quando comparamos algumas extensões de metrô de países emergentes, a


exemplo do Brasil e o México, constatamos que nosso sistema de transporte
sobre trilhos urbanos não avançou quanto poderia, pois a Cidade do México tem
uma rede de 200 quilômetros de extensão. O metrô de São Paulo teve início em
1974, o do México em 1969. O metrô da Cidade do México tem mais que o dobro
da extensão do metropolitano de São Paulo. A comparação entre México e
Brasil, neste quesito, evidencia que nosso País não avançou tanto quanto
deveria, sobretudo se considerarmos que o Brasil é mais rico que o México.
Entretanto, nos últimos anos avançaram algumas linhas do metrô e da CPTM, a
última inauguração é da linha 13-Jade, em 2018, que interliga o Aeroporto de
Guarulhos às estações em bairros centrais da cidade: Brás e Luz.
Figura 4. Partida de trem da CPTM em direção à estação Engenheiro Goulart. Apesar da moderna linha
13-Jade, os usuários têm de fazer baldeações em Engenheiro Goulart a fim de se dirigirem aos bairros
centrais do Brás ou da Luz. Foto: Éder Diego.

Favelização: as favelas são aglomerações urbanas que recebem uma infinidade


de nomes a fim de minimizarem sua condição de pobreza e ausência de
infraestrutura. As favelas recebem os nomes de comunidade, habitações
subnormais, morro, maloca, gueto, quebrada etc. a depender da região em que
estivermos no Brasil. O termo aglomeração subnormal é técnico e usado por
instituições públicas do Brasil, como o IBGE.

As favelas perfazem o típico exemplo da macrocefalia urbana porque evidenciam


o déficit habitacional e o quanto as cidades cresceram e não conseguiram
absorver todo migrante que para as cidades afluiu no contexto do êxodo rural.

Segundo o censo de 2010, do IBGE, o Brasil apresentava números próximos a


11,4 milhões de pessoas, o que equivalia a 6% da população, que vivia em
favelas. O IBGE adota o termo técnico de aglomerados subnormais para se
referir ao que popularmente se chama favela no país, conforme supracitado.

São consideradas, portanto, favelas os espaços urbanos de ocupação irregular


com 51 unidades habitacionais, no mínimo, com fortes carências de serviços
básicos de infraestrutura urbana. Ademais, há um padrão arquitetônico e estético
no processo de expansão do espaço urbano das metrópoles no Brasil, além do
modelo semelhante para quase toda grande cidade.

O padrão arquitetônico é fruto da autoconstrução, a estética é a do ‘’puxadinho’’


feito em tijolinho baiano e o modelo, muitas vezes, é a de ocupação de áreas de
risco, sejam em encostas ou áreas de mananciais. No caso, as linhas de ônibus
possibilitam a integração entre o trabalho e a casa e nisso nós observamos o
derramamento da cidade que vai ganhando as distâncias do centro e penetrando
na periferia e rompendo os morros, e adentrando as matas, e se embrenhando
em espaços inóspitos a fim de tudo urbanizar.

Ou seja, as linhas de ônibus – destaque-se as chamadas "fim de linha" – são


fundamentais para o processo de integração entre a cidade oficial e a cidade
nova, muitas vezes a não-cidade. O espaço da periferia é integrado à metrópole
e, consequentemente, ao mundo, através das linhas de ônibus "fim de linha".

A cidade não se estende somente, portanto, até o ponto final do ônibus, ali é
onde tudo começa e se integra.

Regiões de favelas no Brasil: segundo o IBGE, as favelas se distribuem


regionalmente no Brasil de forma muito desigual, pois na região Sudeste há
quase a metade das favelas do Brasil. Dados do IBGE em 2010.

Vejamos:
1. Sudeste: 49,8%;
2. Nordeste: 28,7%;
3. Norte: 14,4%;
4. Sul: 5,3%;
5. Centro-Oeste: 1,8%.

Figura 5. Morro no Rio de Janeiro. Apesar do Rio de Janeiro ser uma das mais importantes cidades turísticas
do Brasil e do mundo, a Cidade Maravilhosa convive com fortes contrastes sociais, problemas urbanos,
violência e regiões disputadas pelo crime organizado. Fonte: PIXABAY. Disponível em:
https://pixabay.com/pt/photos/rio-de-janeiro-brasil-favela-3549794/

Ocupação em áreas de risco: dentre os problemas urbanos apresentados, a


ocupação em áreas de risco é um dos mais graves porque envolve a vida das
pessoas. No caso brasileiro, a expansão urbana – para regiões periféricas –
empurrou suas populações para espaços sujeitas aos mais diversos
contratempos associados à falta de planejamento territorial e à perda de vidas
humanas em tragédias anunciadas.

Os casos mais notórios são os deslizamentos de terra que ocorrem em mares


de morro no Sudeste, bem como alagamentos em favelas que se estendem ao
longo das várzeas dos corpos hídricos, bem como enchentes nesses mesmos
locais.

A topografia da cidade do Rio de Janeiro é propícia aos deslizamentos e


consequente desmoronamento, bem como toda estrutura cristalina em relevos
mamelonares no clima tropical de altitude que se estende nos estados da região
Sudeste.

A concentração de chuvas convectivas no decurso do verão austral sempre vem


acompanhada de noticiários em que se lê que houve deslizamento de terra e
desmoronamento de espaços urbanos no Sudeste do País, pois a ocupação
irregular em terrenos íngremes, associadas ao desmatamento e moradias sem
a menor infraestrutura tendem a intensificar o processo de erosão dos solos. A
consequência disso são as perdas materiais e humanas.

Figura 6. Deslizamento de terra em Petrópolis, RJ. Ano: 2018. O noticiário aponta que houve duas
vítimas. Fonte: Jornal o Dia, acesso em 20/05/2021.
Além dos deslizamentos, outro problema que envolve muitas vítimas é o alagamento, sobretudo em São
Paulo.

A expansão da cidade paulistana se deu sobre fundos de vale e por isso há


muitos espaços na capital paulista, bem como na RMSP, sujeitos a alagamentos.

Desemprego: em 2019, o Brasil apresentava 13 milhões de desempregados


segundo estimativas do IBGE. As maiores parcelas de desempregados estão
nos espaços urbanos e em boa medida em regiões mais pobres.
Figura 7. Desemprego no Brasil em milhões de desocupados. Fonte: IBGE.

É certo que parte do elevado número de desemprego no Brasil atual é resultado


de políticas erradas de governos e não apenas do crescimento desordenado das
cidades brasileiras. Entretanto, o ritmo em que as cidades cresceram em nosso
processo de urbanização foi de tal maneira que ao longo das últimas décadas o
desemprego em espaços urbanos sempre foi uma constante.

O número de desempregados em 2014 era de 6,8 milhões e tal cifra chegou aos
13 milhões em 2018. No gráfico acima, em 2017, o total de desempregados
excedia 12 milhões. Uma das saídas para o desemprego é o trabalho informal
que consegue absorver um número diversificado de trabalhadores sem grandes
exigências técnicas.

No ano de 2017, segundo dados do IBGE, a informalidade no Brasil chegou a


37,3 milhões de trabalhadores sem carteira assinada. Este número correspondia
a 40,8% de nossa população que exercia atividades remuneradas no país. O
problema do trabalho informal, além da ausência de vínculo empregatício que
compromete a previdência social, é que nessas atividades a remuneração tende
a ser bem menor.

Uma das grandes características do emprego nas cidades contemporâneas,


sobretudo de países cuja urbanização é acelerada, é a forte expansão do setor
terciário. A terciarização da economia acaba por se transformar em uma
característica das megacidades que crescem velozmente. Infelizmente a
terciarização está associada a trabalhos menos remunerativos onde há muita
informalidade.

Violência: o Brasil viu crescer, nos últimos anos a violência em suas cidades. A
violência urbana envolve uma série de práticas danosas e prejudiciais à
sociedade como assaltos, homicídios, invasões a domicílios que resultam em
insegurança e medo.

As cidades apresentam diferenças regionais e este tecido rugoso, sobretudo


quando consideramos áreas nobres em contraste com algumas regiões
periféricas, gera medo na sociedade que evita cruzar certos espaços urbanos.

Entretanto, a associação de criminalidade às regiões periféricas ou mesmo às


favelas é um grave erro porque nem sempre zonas de alta periculosidade se
encontram em bairros periféricos das cidades, mas em regiões centrais urbanas
que sofreram forte processo de degradação por causa de práticas como
consumo de drogas e a consequente mendicância, além de prostituição. Tais
fatores levam as pessoas a sentirem medo ao sair de casa.

É comum atribuírem a criminalidade, invariavelmente, à desigualdade


econômica e social. Concluem que a desigualdade seria responsável pelo
aumento da criminalidade.

Saneamento Básico

O saneamento básico inclui importantes serviços aos espaços urbanos, trata-se


dos serviços essenciais, não apenas de distribuição de água potável, mas
também envolve a coleta e o tratamento de esgotos, os serviços de drenagem
urbana e, por fim, a coleta de resíduos sólidos.

As cidades no Brasil carecem, porém, de infraestrutura elementar em


demasiado. Segundo dados do IBGE, em 2018 na região Nordeste apenas
69,1% da população tinha acesso ao abastecimento diário de água (ver figura
abaixo). Segundo tais dados, 31,9% da população local, o que equivaleria a 12
milhões de habitantes, não têm acesso à água diariamente em suas torneiras.

A região Nordeste, portanto, é a que mais sofre com o problema de


abastecimento diário d’água em torneiras domiciliares. A segunda região com
menor abastecimento d’água diariamente é a região Norte, pois apenas 87,7%
da população tem abastecimento d’água diário. Tais dados são intrigantes
porque a região Norte é a que melhor dispõe de água doce em suas bacias
hidrográficas quando comparada às demais regiões do País e, além disso, a
região Norte tem as menores taxas demográficas nacionais, logo o que falta é
infraestrutura básica.

As regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste tem melhores condições de acesso à


água domiciliar diariamente (ver figura abaixo).

No Brasil apenas 88,3% dos domicílios tem acesso ao abastecimento de água


diário, tais dados são lamentáveis se considerarmos que o Brasil é um dos
países que mais tem água doce no mundo.

Figura 8. Acesso domiciliar ao abastecimento de água diário. Fonte: IBGE, 2018.


A coleta e tratamento de esgoto
Os dados referentes ao saneamento básico, no que se refere ao tratamento e
coleta de esgoto, no Brasil são vergonhosos, pois segundo dados do IBGE em
2018, 72,4 milhões de brasileiros não tinham coleta de escoto sanitário em suas
casas, logo parte considerável dessa população joga seus esgotos em corpos
hídricos e poluem rios e lenções freáticos.

Há enorme disparidade regional no país. Na região Norte, a com menor


infraestrutura neste quesito, apenas 21,8% dos domicílios estão ligados à rede
de saneamento básico e esgoto. Já a região com melhores dados é o Sudeste e
mesmo assim não chega a 90% p número de domicílios com esgotamento
sanitário (ver quadro abaixo).

Figura 9. Porcentagem domiciliar com acesso à rede de esgoto no Brasil. Fonte: IBGE, 2018.

A coleta de lixo!
No Brasil, 20,1 milhões de brasileiros não têm coleta de lixo em seus locais de
moradias. Parte dessa população, que corresponde a quase 10% de nossa
demografia, queima seus lixos produzidos. Se não há queima, jogam lixos em
terrenos baldios ou em encostas onde vivem ou então em córregos próximos às
suas casas. Tais dados são do IBGE no ano de 2018.

As consequências dessa tragédia são inumeráveis, desde doenças que as


pessoas estão sujeitas à baixa qualidade de vida.

As populações que não têm acesso à coleta de lixo vivem, invariavelmente, em


áreas de riscos sujeitas ao alagamento ou aos deslizamentos de terra. Parte
dessa população vive em favelas e em regiões periféricas nas grandes cidades.

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