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GEOGRAFIA HUMANA

O ESPAÇO URBANO
CARACTERIZAÇÃO DO MEIO URBANO CONTEMPORÂNEO E SUAS
DINÂMICAS

PROFESSOR: LEONARDO FIALHO NUNES


ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
• Até o final do século XVIII, a maioria da população mundial vivia no
campo, cerca de 90%. Desde 2008, o mundo se urbanizou, com mais de
50% da população mundial vivendo em cidades.
• O surgimento das cidades é um fenômeno antigo. Quando elas sugiram,
tinham grande dependência do meio rural. Já as áreas rurais existiram
durante milênios sem as cidades, além disso, essas regiões concentravam
a maior parte da população e possuíam a maior parte das riquezas.
• A partir da Revolução Industrial, quando se inicia o processo de
urbanização, isso se inverte. Na atual relação campo-cidade, as cidades
passam a ser as regiões mais importantes e é o campo que depende das
cidades.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
• O crescimento urbano corresponde à simples expansão da população
residente nas cidades, ocorrendo, principalmente, devido à
natalidade, sem que haja, necessariamente, urbanização.
• Já a urbanização só ocorre quando o crescimento urbano em um
determinado local é superior ao rural, ou seja, pressupõe a ocorrência
de migração rural-urbana.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
O sítio urbano corresponde à base física da cidade e, com isso, está
diretamente associado à topografia do terreno sobre o qual está
assentado. Ele caracteriza o lugar onde a cidade está fixada e varia de
acordo com as conveniências históricas do agrupamento humano que o
elegeu. Exemplos:
• Em planície: Manaus, Santos, Paris (França).
• Em montanha: Ouro Preto*, Petrópolis*, La Paz (Bolívia), Quito
(Equador).
• Em planalto: Brasília, Goiânia, Madri (Espanha).
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
A situação urbana é a posição geográfica da cidade no espaço, em relação
a outros fatos e às regiões próximas a ela. A posição de uma cidade, se
mais ou menos favorável, é de fundamental importância e pode influir no
seu maior ou menor desenvolvimento. São exemplos de situação urbana:
• Cidades surgidas em entroncamento de rodovias: Belo Horizonte, São
Paulo, Berlim (Alemanha).
• Cidades surgidas em entroncamento de ferrovias: Bauru, Moscou
(Rússia), Chicago (EUA).
• Cidades fluviais: Manaus, Montreal (Canadá), Paris (França).
• Cidades litorâneas: Rio de Janeiro, Nova Iorque (EUA).
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
A função urbana corresponde à atividade econômica predominante na
cidade e da qual a maior parte de sua população depende. Por outro
lado, sabe-se que as metrópoles possuem diversas atividades. São
exemplos de cidades com uma função urbana bem definida:
• Comercial: Campina Grande, Hong Kong (China).
• Industrial: Volta Redonda, Detroit (EUA).
• Administrativa: Brasília, Washington (EUA).
• Turística: Ouro Preto, Miami (EUA).
• Religiosa: Aparecida do Norte, Jerusalém (Israel), Meca (Arábia Saudita).
REDES URBANAS
• Não existe cidade autossuficiente ou totalmente isolada. Todas
precisam relacionar-se umas com as outras para obter tudo aquilo
que sua população necessita.
• Ao se relacionarem, são criadas as redes urbanas, ou seja, um sistema
de fluxos (idas) e refluxos (vindas) de pessoas, de mercadorias, de
serviços, de capitais e de informações, através dos meios de
comunicação e das vias de transportes, com grande articulação entre
os espaços urbanos.
• Diferenças entre as redes urbanas de países desenvolvidos e
subdesenvolvidos.
AGLOMERAÇÕES HUMANAS
I. Conurbação – Designa uma extensa área urbana surgida do encontro ou junção
de duas ou mais manchas urbanas de diferentes cidades. Ao longo do tempo, os
seus limites geográficos perdem-se em virtude do seu crescimento horizontal. Em
geral, esse processo dá origem à formação de Regiões Metropolitanas. Exemplos:
Em Belo Horizonte, Betim e Contagem; em São Paulo, ABC Paulista.
II. Metrópole – Cidade de grandes dimensões territoriais e elevado contingente
populacional, a qual centraliza a maior parte das atividades terciárias (comércio e
serviços) de sua região e / ou de seu país. É a cidade mais equipada e polarizadora
e, consequentemente, encontra-se nos mais altos níveis hierárquicos de uma rede
urbana. Pode ser metrópole regional, nacional ou global. Exemplos: Goiânia, Belo
Horizonte e Londres, respectivamente.
AGLOMERAÇÕES HUMANAS
III. Regiões Metropolitanas – A palavra metrópole vem do grego metropolis,
que quer dizer “cidade-mãe”. Refere-se a um conjunto de municípios contíguos,
mas não necessariamente conurbados, integrados sócio, econômica, política e
funcionalmente a uma metrópole, com muitos serviços públicos de
infraestrutura comuns. Exemplos: Região Metropolitana de Paris, de Londres,
de Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de Salvador, etc.
IV. Megalópoles – Conurbação de duas ou mais metrópoles. Exemplos: três nos
Estados Unidos: BosWash, ChiPitts, San-San e uma japonesa: Tokkaido (região
situada entre Tóquio e Nagasaki). No Brasil, a área que liga o Rio de Janeiro a
São Paulo, ao longo do Vale do Paraíba, apresenta os sinais do surgimento de
uma megalópole, prevista para se concretizar em torno do ano de 2050.
AGLOMERAÇÕES HUMANAS
V. Megacidade: É aquela que concentra na sua área urbana mais de 10
milhões de habitantes. São pela ordem: Tóquio, Cidade do México, São
Paulo, Nova Iorque, Bombaim, Xangai, Los Angeles, Calcutá, Buenos
Aires, Seul, Pequim, Lagos, Osaka, Nova Déli, Rio de Janeiro, Karachi.
VI. Cidade global: São aquelas que se encontram no alto da hierarquia
urbana, em nível mundial. Nelas, estão concentradas as sedes das
grandes corporações multinacionais, são tomadas algumas das mais
importantes decisões políticas e econômicas, que irão influenciar a vida
de pessoas do mundo todo, e concentram-se serviços (habilidade e
conhecimento) ligados à globalização, independentemente do tamanho
de sua população.
AGLOMERAÇÕES HUMANAS
VII. Cidades-gêmeas: De acordo com Machado (2006) as cidades-
gêmeas correspondem a núcleos urbanos situados em um lado e em
outro das fronteiras internacionais, cuja interdependência é, muitas
vezes, maior do que de cada cidade com sua região ou com o próprio
território nacional, sem que estejam necessariamente em condição de
fronteira seca (não delineada por rios, lagos ou canal). Exemplos:
Santana do Livramento (RS) e Rivera do Uruguai (URU), Foz do Iguaçu
(PR) e Ciudad del Este (PAR).
AGLOMERAÇÕES HUMANAS
VIII. Macrocefalia urbana: Fenômeno urbano típico de países
subdesenvolvidos, no qual uma cidade de um país concentra grande
porcentagem da população nacional. Esse fenômeno, por ocorrer em
países periféricos ou semiperiféricos, de maneira rápida, produz cidades
desprovidas de infraestrutura e de planejamento, o que provoca
marginalização, submoradia, aumento da violência, criminalidade,
desemprego e doenças que são favoráveis à reprodução de outros
problemas.
Podemos perceber a macrocefalia urbana em países africanos, em
cidades como San Juan (Porto Rico), Trípoli (Líbia), Atenas (Grécia),
Montevidéu (Uruguai), Santiago (Chile), Buenos Aires (Argentina).
URBANIZAÇÃO
BRASILEIRA
CARACTERÍSTICAS DO CENÁRIO NACIONAL
URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

A urbanização brasileira propriamente dita começou somente em


meados do século XX, por volta de 1940, tendo um crescimento
acelerado nas décadas seguintes. Como reflexo da industrialização do
país, a economia e a urbanização passaram a estar cada vez mais
interligadas. Nessa época, a vida urbana brasileira resumia-se, na maior
parte do país, às atividades administrativas, as quais tinham a
finalidade de garantir a ordem e coordenar a produção agrícola.
METROPOLIZAÇÃO E
DESMETROPOLIZAÇÃO

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