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As cidades podem ser classificadas a partir de seu grau de influência econômica e também política. Nesse
sentido, leva-se em conta os mais diversos índices, como renda per capita, Produto Interno Bruto, índice
populacional etc. Tal classificação é chamada de Hierarquia das Cidades ou Hierarquia Urbana.
Em razão de os critérios sobre a classificação hierárquica das cidades serem bem variados, existem vários
tipos de hierarquias urbanas, com padronizações diferentes. Utilizaremos aqui as divisões mais comumente
adotadas.
As cidades podem ser divididas em cidades locais, centros regionais, cidades médias, cidades
metropolitanas, metrópole e cidades globais.
Cidades locais: são cidades que exercem um grau de influência sobre uma área não muito elevada.
Costumam apresentar baixo grau de urbanização, pequenos índices populacionais e relevante dependência
econômica para com outras cidades.
Centros regionais: são cidades que exercem influência econômica sobre algumas pequenas cidades que se
situam na mesma Unidade Federativa ao qual pertencem. Exemplo: Rio Verde (GO), Guarapuava (PR), São
José do Rio Preto (SP).
Cidades médias: são cidades que, geralmente, apresentam mais de 200 mil habitantes e apresentam uma
relevância econômica que, muitas vezes, transcende as divisas estaduais. Para fazer parte do quadro de
cidades médias, uma cidade deve fazer parte do RECIME (Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias) e
não podem compor Regiões Metropolitanas. Exemplos: Dourados (MS), Anápolis (GO), Londrina (PR).
Cidades metropolitanas: são cidades que compõem Regiões Metropolitanas, áreas de influência de uma
determinada metrópole. As Regiões Metropolitanas são criadas e delimitadas por lei. Exemplos de cidades
metropolitanas: Guarulhos (SP), Niterói (RJ), Camaçari (BA), Aparecida de Goiânia (GO), São José dos
Pinhais (PR).
Metrópoles: são grandes cidades com grande população e importância econômica. São definidas, por lei,
como sedes de Regiões Metropolitanas. O grau de influência econômica delas é variado e, por isso, são
subdivididas em Metrópoles Regionais (a exemplo de Manaus e Cuiabá) e Metrópoles Nacionais (como
Brasília e Salvador). Uma metrópole também pode ser uma cidade global, como é o caso de São Paulo.
Cidades Globais: são grandes centros e aglomerados urbanos que são responsáveis pela ligação econômica
de seus países com o restante do mundo. Configuram-se como centro de decisões econômicas e por terem
grande influência a nível nacional e internacional. Geralmente, costumam abrigar grandes filiais de
empresas multinacionais e de organismos internacionais. Exemplos: Nova York, Tóquio, Paris, Rio de
Janeiro, Hong Kong, Londres, entre outras.
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CIDADES GLOBAIS
Atualmente são reconhecidas 55 cidades globais, porém esse total não ocupa um mesmo grupo. Essas
cidades são classificadas em três grupos, que recebem o nome alfa, beta e gama. A variação é de acordo
com os níveis de influência desempenhado na esfera global. A pontuação máxima de uma cidade global é
12, apenas quatro cidades atingiram tal nível, são elas: Nova York, Tóquio, Londres e Paris. A Europa possui
a maior quantidade de cidades globais (22 cidades).
Alfa: representa o grupo de cidades de maior destaque e influência no cenário global, com essas
características temos um número seleto de 10 cidades: Londres, Paris, Frankfurt, Milão (européias), além
de Nova York, Tóquio, Los Angeles, Chicago, Hong Kong e Cingapura.
Beta: grupo constituído por dez cidades (sendo quatro europeus), são elas: São Francisco, Sidney, Toronto,
Zurique, São Paulo, Cidade do México, Madri, Bruxelas, Moscou e Seul.
Gama: esse grupo integra trinta e cinco cidades (sendo quatorze delas europeus). As cidades são: Osaka,
Pequim, Boston, Washington, Amsterdã, Hamburgo, Dallas, Dusseldorf, Genebra, Xangai, Montreal, Roma,
Estocolmo, Munique, Houston, Barcelona, Berlim, Jacarta, Johannesburgo, Melbourne, Praga, Santiago,
Taipe, Varsóvia, Atlanta, Budapeste, Buenos Aires, Copenhague, Istambul, Kuala Lumpur, Manila, Miami,
Mineapolis, Bangoc e Caracas.
Fica clara a hegemonia de cidades européias em todos os níveis, isso mostra o crescimento em diversos
aspectos desse continente e que tem feito frente à potência mundial, os Estados Unidos.
Conurbação é a junção entre o espaço urbano de duas cidades distintas. É produto do crescimento
horizontal, sobretudo pela ampliação das periferias das grandes cidades. Geralmente, a conurbação ocorre
entre uma metrópole e outras cidades menores, formando um único espaço urbano com duas ou mais
cidades.
A partir da formação de um aglomerado de cidades conurbadas, que passam a integrar um único espaço
urbano que não pode ser dividido a partir da observação direta, surgem as áreas metropolitanas ou regiões
metropolitanas. Existem casos da formação de regiões metropolitanas de cidades que não se conurbaram,
mas que devem se encontrar em um período de tempo relativamente curto.
As regiões metropolitanas são áreas geralmente com mais de 1 milhão de habitantes e, graças à conexão e
interdependência entre as várias cidades que as compõem, necessitam de uma administração central ou de
uma integração entre as respectivas prefeituras.
A necessidade de tal integração se faz em virtude de as diferentes cidades de uma área metropolitana
apresentarem problemas que só podem ser solucionados se for promovido um combate por todas elas.
Exemplos: problemas de déficit habitacional, segregação urbana, violência, carência no transporte público
etc.
Existem centenas de regiões metropolitanas no mundo. A maior delas é Tóquio, seguida por Seul (Coreia do
Sul) e Jacarta (Indonésia). São Paulo apresenta a maior região metropolitana do Brasil e a sétima maior do
mundo, sua formação se deu a partir da conurbação da capital paulista com Santo André, São Caetano do
Sul, Diadema, São Bernardo do Campo, Guarulhos e muitas outras.
Assim, determinados espaços da cidade possuem melhores condições de infraestrutura e outros não.
Algumas partes da cidade recebem bom tratamento de esgoto, rede de água, iluminação pública e
transporte coletivo de qualidade. Em outras partes, a população residente não tem asfalto, coleta de lixo,
tratamento de esgoto, água encanada, etc.
Logicamente, os bairros e os lugares com melhores condições de infraestrutura serão mais valorizados
economicamente e se localizarão próximos ao centro da cidade. A população mais pobre não consegue
residir nesses locais por não conseguir comprar ou mesmo alugar uma casa nesse bairro valorizado.
Espacialmente, os bairros menos valorizados estão localizados na periferia da cidade, lugares distantes do
centro (onde se encontra a maior parte dos serviços e comércio).
Ocorre ainda outro processo complementar: além de ser obrigada a morar em lugares distantes, a
população ainda sofre com a dificuldade de acesso a equipamentos públicos de lazer ou administrativos,
tais como parques ou áreas verdes, hospitais, escolas, creches, praças, etc.
A segregação vai estar ligada, portanto, ao uso e ao preço do solo urbano, fazendo com que a população de
camadas sociais mais baixas more em lugares longínquos do centro. Assim, existe a dificuldade de acesso
aos bens e serviços do espaço urbano.
Esse fenômeno é facilmente perceptível na paisagem urbana. Olhe para sua cidade e veja como está
ocorrendo a segregação socioespacial.
Uma forma de combater essa segregação é a sociedade civil se organizar e reivindicar seus direitos,
previstos na Constituição Federal. Do contrário, esse processo só tende a se agravar.