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Novas dinâmicas espaciais

O trabalho reflecte sobre as novas formas de expansão e crescimento


metropolitano, associando-as a transformações igualmente importantes na esfera da vida
pública. A expressão cotidiana desse processo de expansão e crescimento se deixa
transparecer a partir de dois movimentos complementares. De um lado, o aumento em
número e extensão dos deslocamentos cotidianos de uma comunidade a outra em um
mesmo ambiente metropolitano. De outro, reflecte as transformações resultantes do
modo de vida metropolitano: horários variáveis e flexíveis, individualização das práticas
de produção e consumo. Temos como objecto desta reflexão a Metrópole de Campinas
como parte do território metropolitanizado que ocorre no entorno da capital paulista.
Nossa hipótese e que essas transformações não se restringem anovas denominações de
um processo ampliado de urbanização, mas que essas transformações têm engendrado
novos padrões e espaços de sociabilidade e, mais do que isso, um modo de vida e
produção específicos. Nesta reflexão, interessa-nos mostrar como essa nova dinâmica
afecta a esfera da vida pública e a definição e constituição dos sistemas de espaços
livres.

Cidade global

Cidade global: são as cidades que polarizam todo o país e fazem a ligação entre
este e o resto do mundo. Possuem o melhor equipamento urbano do país, além de
concentrarem as sedes das instituições que controlam as redes mundiais, como bolsas de
valores, corporações bancárias e industriais, companhias de comércio exterior, empresas
de serviços financeiros, agências públicas internacionais. As cidades mundiais estão
mais associadas ao mercado mundial do que à economia nacional.

Algumas características básicas de cidades globais são:

-Familiaridade internacional: uma pessoa diria Paris, e não Paris, França

-Influência e activa participação em eventos internacionais. Por exemplo, a


cidade de Nova Iorque sedia a ONU, e em Bruxelas se encontra a sede da OTAN e da
União Europeia.
-Uma grande população, onde a cidade global é centro de uma área
metropolitana de pelo menos um milhão de habitantes, muitas vezes, tendo vários
milhões de habitantes.

-Um aeroporto internacional de grande porte, que serve como base para várias
linhas aéreas internacionais.

-Um sistema avançado e eficiente de transportes. Isto inclui vias expressas,


rodovias e transporte público.

-Sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais.

-Uma bolsa de valores que possua influência na economia mundial.

-Presença de redes multinacionais e instituições financeiras de grande porte.

-Infra-estrutura avançada de comunicações.

Cidades Globais – Conceito

É um conceito criado pela socióloga norte-americana Saskia Sassen, autora do


livro, A Cidade Global, de 1991, onde define as cidades globais como aquelas que
possuem plataformas de operações para empresas transnacionais, são ponto de encontro
do conhecimento e dos talentos que fazem a ponte entre os actores globais e as
especificidades nacionais.

As cidades globais, também conhecidas como metrópoles mundiais, são grandes


aglomerações urbanas que funcionam como centros de influência internacional. Estão
no topo da hierarquia urbana. São dotadas de técnica e conhecimento em serviços de
elevada influência nas decisões vinculadas à economia globalizada e ao progresso
tecnológico.

Nessas cidades, há grande concentração e movimentação financeira, sedes de


grandes empresas ou escritórios filiais de transnacionais, importantes centros de
pesquisas, presença de escritórios das principais empresas mundiais em consultoria,
contabilidade, publicidade, bancos e advocacia, além das principais universidades.

São dotadas de infra-estrutura necessária para a realização de negócios nacionais


e internacionais, aeroportos, bolsa de valores e sistemas de telecomunicações, além de
uma ampla rede de hotéis, centros de convenções e eventos, museus e bancos. Possuem
serviços bastante diversificados, como jornais, teatros, cinemas, editoras, agências de
publicidade, entre outros.

A instituição responsável por classificar as cidades como global ou não, é a


Universidade de Loughborough (Londres) numa fase inicial e posteriormente
aperfeiçoada pela Globalization and World Cities Study Group & Network.

Actualmente são reconhecidas mais de 50 cidades globais no planeta, divididas


em três grupos, conforme o grau de influência e importância mundial. A Europa é o
continente que mais possui cidades globais.

As cidades mais influentes do mundo foram classificadas em três diferentes


classes - Alfa, Beta e Gama.

Alfa - as cidades de maior influência no planeta,

Beta, - cidades intermédias, Gama - corresponde às cidades globais de menor


expressão mundial.

Grupo Alfa – Esse grupo é representado por cidades como: Londres, Nova
Iorque, Paris, Tóquio, Los Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão.

Grupo Beta – Entre as cidades desse grupo podemos destacar: São Francisco,
Sidney, São Paulo, Cidade do México, Madrid.

Grupo Gama – É o grupo que possui a maior quantidade de cidades,=


actualmente são 35, entre elas estão: Pequim, Boston, Washington, Munique, Caracas,
Roma, Berlim, Amesterdão, Miami, Buenos Aires.

Nova Hierarquia da Rede de Cidades Globais

Na nova hierarquia da rede de cidades globais, tornou o actual sistema de


cidades globais muito mais concentrador de recursos, fundamentado numa rígida
hierarquia, sem a respectiva redistribuição para as cidades mais pobres e carentes de
todo tipos de recursos. Na nova hierarquia da rede de cidades globais, a cidade global
mostra a sua força através de quatro sectores; Bancos e bolsa de valores; empresas de
publicidade, e firmas de consultoria; seguros e pesquisa.
Hierarquias do espaço mundial

Os sistemas de circulação e transportes, os sistemas de produção e consumo, e


os sistemas de espaços livres.

Nas metrópoles que dispõem de sistemas de transportes rápidos, sua organização


tende a favorecer a centralização dos fluxos a partir de grandes plataformas de
circulação e transporte, gerando, com isso, novas organizações e hierarquias urbanas.
Na medida em que praticam o ponto a ponto, segundo o princípio do “efeito túnel”
(Ascher, 1995), convergem para diminuir ou mesmo anular a importância das
localizações intermediárias, favorecendo a concentração da dinâmica metropolitana
sobre os nós desse sistema. Em metrópoles como Campinas, onde ainda não existe esse
tipo de infra-estrutura, a centralização dos fluxos tem menor influência relativa
(terminais de ônibus urbanos e interurbanos), e as transformações das hierarquias
tradicionais são influenciadas por elementos difusos, em razão do transporte individual,
dos ônibus fretados e da individualização das práticas de produção e consumo. Portanto,
as novas hierarquias apresentariam, no contexto da metrópole de Campinas, uma
complexidade distinta, difusa, tornando mais difícil tanto sua definição geográfica
quanto sua representação.

Estas novas condições socio espaciais relativas à megalópole têm influência


significativa não somente no uso dos espaços urbanos, mas também na definição de
quantidades, de localização e de concepção de novos espaços destinados às actividades
que ocorrem cada vez mais em razão de uma nova mobilidade urbana. Com isso, os
primeiros indícios nos indicam o enfraquecimento do significado dos espaços urbanos
tradicionais de encontro, dos espaços públicos. Em contrapartida, estaria ocorrendo
certa privatização da cidade, em que os espaços de vivência estariam sendo associados a
espaços particulares, de carácter colectivo e gestão privada.
https://vdocuments.pub/o-processo-de-recomposicao-da-paisagem-internacional-
as-novas-dinamicas-espaciais.html?page=18

https://www.semanticscholar.org/paper/Transforma%C3%A7%C3%B5es-da-
metr%C3%B3pole-contempor%C3%A2nea%3A-novas-da-Benfatti-Queiroga/
365065e6f9bfac95ae2b21909c0605c69156515c

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