A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO E A LUTA PELA TERRA
Vimos, anteriormente, que o processo de modernização promoveu uma
profunda transformação no campo e que a tendência é ir transformando o espaço rural numa extensão do mundo urbano. Entretanto, essa modernização foi e continua sendo marcada pela desigualdade, pois manteve privilégios dos grandes proprietários de terras e esqueceu aqueles que não foram atingidos por essas modificações. Além disso, colaborou para o aumento da concentração de terras, dando espaço para o surgimento de novos latifundiários – empresas e bancos que hoje dominam verdadeiros superlatifúndios, cuja extensão até o Brasil rural tradicional desconhecia.
O que os gráficos revelam? Eles mostram, por exemplo, que os menores
estabelecimentos rurais (com menos de 10 ha) somam mais da metade do total deles, mas representam menos de 3% da área agrícola. Desde o período colonial, o campo brasileiro assiste à expropriação de terras dos camponeses e à violência contra eles. Com a modernização, a situação não se alterou; ao contrário, permaneceram os conflitos sociais que sempre marcaram nossa vida rural, conflitos decorrentes do processo de espoliação do campesinato brasileiro e que expressam a resistência histórica desse segmento social. As diversas relações econômicas que cercam a produção agrícola colocam em segundo plano o principal elemento do campo: O homem que ali vive e produz. O desemprego e a exclusão no campo tem como consequência a migração para o espaço urbano, dando origem ao crescimento desordenado das cidades, tema a ser abordado a seguir.
A URBANIZAÇÃO ATUAL
Atualmente, as grandes cidades diferem das cidades industriais do
século XIX e início do século XX, pois se identificam principalmente pelas suas funções ligadas às atividades do setor terciário (comércio e prestação de serviços). Hoje, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas. Colégio SESI CIC Av. Senador Accioly Filho 250 | 81.310-0| Curitiba PR (41) 3271-8976. Entretanto, a intensidade da urbanização deve ser considerada não somente pelos números, mas principalmente pelo aspecto qualitativo. Isso porque, muitos aspectos da vida urbana estenderam-se à vida no campo: valores socioculturais, equipamentos (água encanada, telefone, pavimentação, esgoto, energia elétrica), hospital e escola são alguns desses aspectos. As telecomunicações integram hoje todos os habitantes do campo e da cidade numa mesma rede de informação. Assim, os limites territoriais das cidades não são mais os limites do modo de vida urbano e os conceitos de urbano e de cidade ganharam características diferentes. A grande concentração de pessoas nas cidades acarretou em uma série de problemas. A deficiência de infraestrutura, de serviços e de equipamentos urbanos necessários à manutenção da qualidade de vida nas cidades gera problemas sociais e ambientais– os efeitos colaterais da urbanização, é o que veremos na sequência.
O ESPAÇO URBANO E SEUS PROBLEMAS
Os problemas urbanos normalmente estão relacionados com o tipo de
desenvolvimento que vem ocorrendo no país há várias décadas: por um lado, aumenta a riqueza de uma minoria; por outro, agrava a pobreza da maioria dos habitantes. Um desses problemas é a moradia. Enquanto em algumas áreas das grandes cidades brasileiras surgem ou crescem bairros ricos, com residências moderníssimas, em outras, às vezes até nas vizinhanças, multiplicam-se as favelas e os cortiços. Além da grande carência de moradias, a população das grandes cidades brasileiras enfrenta outros problemas como a falta de transportes coletivos, falta de coleta de lixo, falta de escolas creches e hospitais, água encanada, iluminação, favelização, rede de esgotos, poluição do ar, da água e sonora e, em especial, a violência urbana.
QUESTÕES
1) Faça uma tabela e descreva as características do ESPAÇO URBANO
ESPAÇO RURAL.
2) Como se constituiu o processo de urbanização atual? Quais são os
principais problemas de infraestrutura no espaço urbano?
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Av. Senador Accioly Filho 250 | 81.310-0| Curitiba PR (41) 3271-8976.