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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Tema:

PROBLEMAS URBANOS

Getrude Checuda Tirivangana, Código nº 708194508

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Geografia de Urbanismo

Ano de Frequência: 4º Ano

Docente: Justina Mualacua

Turma: D

Beira, Julho de 2022


Índice

Introdução...................................................................................................................................1
Objectivos...................................................................................................................................2
Objectivo geral............................................................................................................................2
Objectivos específicos................................................................................................................2
Metodologias...............................................................................................................................2
PROBLEMAS URBANOS........................................................................................................3
Conceitos Básicos.......................................................................................................................3
Urbanização em Moçambique....................................................................................................3
Principais problemas urbanos e suas consequências..................................................................4
Trânsito.......................................................................................................................................4
Marginalidade, criminalidade e delinquência.............................................................................5
Saturação e “stress”:...................................................................................................................5
Abastecimento.............................................................................................................................5
Poluição.......................................................................................................................................5
Lixo e saneamento......................................................................................................................5
Periferias urbanas........................................................................................................................6
Problemas urbanos no caso de Moçambique..............................................................................7
Soluções dos problemas urbanos................................................................................................7
Conclusão....................................................................................................................................9
Referencias Bibliográficas........................................................................................................10
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Introdução

os problemas urbanos resultam principalmente da falta de critérios adequados para a


utilização do meio físico. Na maioria das vezes, não se considera, no planeamento
urbano, a capacidade de suporte do ambiente físico. Ao modificar a natureza,
desconsiderando a capacidade de suporte do ambiente, para a construção de estruturas
urbanas como estradas, casas e indústrias, por exemplo, a população das cidades sofre
com a diminuição de sua qualidade de vida.  

Os principais problemas urbanos são poluição do ar, das águas e dos solos,
impermeabilização dos solos, que pode causar alagamentos, inversão térmica, chuva
ácida, e poluição visual e sonora.

Dada a sua natureza e o número de população que ai habita, as cidades apresentam


vários tipos de problemas. Os problemas são tão complexos e diversos quando maior e
mais antiga for a cidade.

Nesta senda de ideias, o presente estudo ira descrever sobre os principais problemas
urbanos.

O presente trabalho contempla três partes fundamentais, porem, não tecnicamente


detalhadas. Referimo-nos desta parte introdutória onde existe a ideia geral do trabalho,
do desenvolvimento onde a ideia geral foi nos detalhada e por fim o nosso ponto de
vista perante as questões, todavia, sem esquecermos da bibliografia que alberga as
fontes por nos consultadas e fim de produzirmos o presente trabalho.
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Objectivos

Objectivo geral

Analisar os problemas urbanos.

Objectivos específicos

 Conceituar problemas urbanos na perpectiva de diversos autores;


 Descrever os principais problemas urbanos;
 Descrever as causas e consequências dos problemas urbanos.

Metodologias

Para Gil (2002), método é o conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem


vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar
determinado fim.

Este trabalho foi desenvolvido por meio de referências bibliográficas, consulta


bibliográfica em vigor e do levantamento de dados específicos das protecções em obras
actualmente em fase de construção. A consulta bibliográfica foi aplicada na definição
dos conceitos básicos do trabalho. Assim, para sustentar os conceitos e definições que
constituíram os pressupostos teóricos deste trabalho de pesquisa serão feitas várias
consultas as diversas obras que abordam o tema em estudo.
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PROBLEMAS URBANOS

Conceitos Básicos

À medida que as cidades se vão expandindo para fora dos seus limites físicos iniciais,
assiste-se à proliferação dos mercados de trabalho, comercial, habitacional, industrial,
agrícola, financeiro e serviços pelo território jurisdicional (Pereira, 2004).

Segundo Ribeiro (2014), os problemas urbanos são aqueles que ocorrem nas


zonas urbanas devido ao crescimento desordenado das cidades e má administração
pública, gerando graves desconfortos à qualidade de vida no ambiente urbano.

O ambiente urbano é em grande parte artificial, quer dizer, uma paisagem cultural (ou
humanizada), edificada pelo homem e que não está em equilíbrio com o meio natural. À
medida que as cidades crescem, ocorrem modificações na paisagem natural, fazendo
surgir, assim, os problemas ambientais (Heitor, 2007).

Um problema ambiental é um desequilíbrio do meio ambiente provocado por algum


factor fora do comum, que desestabiliza o funcionamento do espaço natural, ou seja,
algum fenómeno provocado pelo ser humano que implica um impacto ambiental,
permanente ou temporário (Heitor, 2007).

São problemas comuns em países subdesenvolvidos muito urbanizados: a favelização, o


aumento da criminalidade e a precária infra-estrutura de moradia, educação, saúde,
transporte colectivo e saneamento básico; além de problemas de ordem ambiental, como
poluição do ar e da água, lixo urbano e enchentes.

Concomitantemente, os centros urbanos são caracterizados pela massificação da


respectiva capacidade produtiva, pelas indústrias e serviços que acomodam, pela
diversidade dos grupos sociais, étnicos e culturais que a ocupam e modelam, bem como
pelo mosaico de potencial humano que albergam.

Urbanização em Moçambique

Em Moçambique, as cidades tendem a melhorar em todas as referências estatísticas


comparativamente às zonas rurais. As maiores diferenças aparecem quando Maputo é
comparado a outras cidades ou distritos. Maputo tem um PIB per capita real três vezes
superior à média nacional de $320. Note-se que apenas Maputo e Beira, primeira e
terceira maiores cidades, de Moçambique, é que têm médias superiores à nacional.
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Embora as cidades tenham os seus próprios assuntos, grandes e complexos, elas tendem
a estar em vantagem na avaliação dos indicadores de saúde básica, educação, renda e
género.

O lado negativo é que a desigualdade de renda é também bastante mais alta nas zonas
urbanas. Assim, enquanto as cidades no geral tendem a ultrapassar as zonas rurais, há
uma proporção significativa de populações urbanas cujas condições de vida são
realmente piores que as suas contrapartes rurais. Isto não impede o influxo contínuo de
migrantes às zonas urbanas, resultando em pressões urbanas enormes.

Moçambique pode ter menor capacidade de lidar com este assunto do que os países
vizinhos, mas os desafios apresentados por este movimento de massa de pessoas é
semelhante. Além disso os assuntos de habitação urbana, infra-estruturas e a prestação
de serviços não dependem somente da migração.

Numa avaliação da transição urbana na África subsaariana, os seus autores notam que
“a maioria da privação em cidades, e os consequentes problemas de saúde pública
urbana emergentes, relacionam-se com a fraqueza institucional que perpetua a exclusão
social e desigualdades entre o pobre urbano e os ricos.” A governação é agora
reconhecida como o único factor mais importante para a erradicação da pobreza urbana
e reforço do desenvolvimento municipal.

Principais problemas urbanos e suas consequências

Os problemas mais comuns e mais importantes para a maioria das grandes cidades são:
a saturação e “sares”, o trânsito, a marginalidade, criminalidade, delinquência, poluição,
abastecimento, lixo e esgoto (saneamento do meio) e as periferias urbanas.

Trânsito

É um problema de difícil solução para a maioria das cidades, principalmente nas áreas
mais antigas onde as ruas são estreitas e tortuosas que não escoam o trânsito, com
particular realce nas horas da ponta. Engarrafamentos, lentidão, nervosismo e cansaço,
são as consequências diárias do trânsito caótico que a maioria das cidades atingiu.

Em alguns casos, tem se tomado algumas medidas que, entretanto, não tem atingido
objectivos que se pretende, como a criação de corredores ou faixas, criação de parques
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de estacionamentos nas entradas das cidades a fim de evitar a entrada das viaturas
particulares até ao local de trabalho.

Marginalidade, criminalidade e delinquência

Características típicas de bairros pobres, sem condições, onde o desemprego, a carência


de habitação, a promiscuidade, os assaltos, a droga, a prostituição, a delinquência
juvenil, o alcoolismo, a desagregação familiar, são problemas diários da população. Eles
serão tanto maiores e mais frequentes quanto maior for a cidade.

Saturação e “stress”:

São doenças comuns do homem urbano, provocadas pela vida moderna e agitada,
sempre regulada pelo relógio.

Abastecimento

A cidade é um centro de consumo por excelência e no seu interior pouco se produz, pelo
que a maioria dos bens e produtos tem de vir de fora e chegar aos centros distribuidores
a “tempo e hora”. Ex: produtos alimentares, energia, água potável, são os principais
produtos de que a cidade necessita no seu dia-a-dia e, para chegar ao consumidor,
exigem multiplicidade de canseiras e problemas variados que é necessário ultrapassar.

Poluição

Tanto a poluição atmosférica como a sonora são dois terríveis problemas que a cidade
do nosso tempo enfrenta. As chaminés das fábricas, os escapes dos milhares de
automóveis e tantas outras fontes poluentes estão a tornar a atmosfera urbana
irrespirável.

A poluição sonora provocada por centenas de agentes, estão a originar varias doenças, a
ponto de levar os pacientes a saturação.

Lixo e saneamento

Os lixos urbanos apresentam um duplo problema: retirá-los da via pública de modo a


manter as vias as ruas e praças limpas e dar destino as centenas de toneladas produzidas
diariamente.

O consumo desenfreado de produtos industriais gera grande quantidade de resíduos


sólidos.
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Na maioria das cidades dos países em desenvolvimento, o lixo é depositado a céu


aberto, nos chamados lixões. Essa acção causa grandes danos à saúde pública,
contamina o lençol freático com o chorume, gera mau cheiro, transmite doenças e
promove a atracção de pessoas em busca de produtos para reciclagem ou de alimentos.

Soluções melhores poderiam ser feitas por meio de aterros sanitários, usinas de
compostagem (lixo orgânico), reciclagem e incineração. O descarte inadequado do lixo
electrónico ou e-lixo, que causa a contaminação das pessoas que o manuseiam, do solo e
da água pelas substâncias químicas (ex.: chumbo, cádmio, mercúrio, berílio etc.), torna-
se a cada ano um sério problema socioambiental.

A poluição dos solos e das águas, os riscos para a saúde pública, são uma consequência,
cada vez mais sentidas, do lixo urbano.

Periferias urbanas

Muitas periferias caracterizam-se por se espaços urbanos ou periurbanos pobremente


infra-estruturados e mal equipados. Nestas áreas vivem populações mais modestas e
muito dependente do centro urbano quanto ao emprego, comércio, escolas de níveis
superior, etc. As periferias urbanas também apresentam problemas de água,
electricidade, saneamento, transporte, etc.

As periferias urbanas, além dos seus problemas próprios, podem constituir aspecto de
preocupação por duas razões:

 Por afectarem o equilíbrio ecológico da região e atingirem ecossistemas de


especial valor;
 Por cercarem e congestionarem o centro urbano principal, limitando a sua área
central, as suas possibilidades futuras de expansão ou ainda por criarem
conjuntos urbanos desequilibrados com funcionamento deficiente. Ex: a cidade
da Beira.

É importante considerar a dinâmica das periferias urbanas por serem áreas do território
urbano mais sujeitas a mudanças. Dai a importância de acompanhar estas alterações e
intervir sempre que necessário através dos P.D.M (Plano Director Municipal) ou mesmo
P.G.U (Plano Geral de Urbanização).

Uma má ocupação do território da periferia, nas primeiras fases de crescimento, pode


tornar inviável uma solução optimizada do espaço no futuro. Dai que o planeamento das
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periferias urbanas, deve ser o mais cuidado, sob pena da população ai residente sentir-se
marginaliza e constituir focos de tensão social.

Problemas urbanos no caso de Moçambique

Congestionamento – transportes; Saturação infra-estruturas sociais e físicas. Sociais


(Saúde, educação, justiça). Infra-estruturas físicas (Água, energia, saneamento)

Habitação; Degradação centro histórico; Sociais Envelhecimento Solidão idosos Apoio


às crianças e jovens Pobreza (sem abrigo) Minorias Étnicas – exclusão social

Doenças sociais (stress, fadiga) Ambientais Poluição ar, água doenças e poluição de


ecossistemas.

Soluções dos problemas urbanos

 Construção de infra-estruturas de comunicação em nº que possibilitem um


melhor escoamento do trânsito quer para a saída/entrada dos subúrbios como
para a cidade principal;
 Melhoria dos transportes públicos (ferroviário, rodoviário) em quantidade e
qualidade;
 Impondo restrições á circulação no interior da cidade (uso catalisador, preço dos
estacionamentos;
 Construção de parques de estacionamento acessíveis junto às estações ou à
entrada das cidades;
 Construção de interfaces tornem mais rápida e menos cansativas as deslocações,
melhor planeamento das urbanizações para que também haja um melhor decisão
na construção e localização destas infra-estruturas bem como a adequação da sua
dimensão (económica e glomeração) ao nº de residentes;
 Alterar o regime de arrendamento no centro antigo das cidades;
 Revitalização através de programas de Reabilitação;
 Atracão população jovem para o centro oferecendo habitação a preços acessíveis
ou reabilitando prédios com essa função;
 Trabalho social de apoio domiciliário/ aproveitamento das TIC de forma a que
estas pessoas estejam em comunicação / Centros de Dia / Lares;
 Centros de Tempos Livres,
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 Acções sociais de acompanhamento e encaminhamento para centros de apoio/


ocupação;
 Apoio social a estas minorias;
 Melhoria da acessibilidade e apoio social às famílias;
 Controlo sobre as indústrias poluentes (chaminés com filtros), transportes
públicos eléctricos, gaz;
 Construção de espaços verdes, espaços de lazer (caminhos pedonais e ciclovias);
 Melhorar a qualidade da construção das casa poupança de energia;
 Proibição da circulação rodoviária em certas áreas da cidade – áreas pedonais /
redução do nº de táxis.

Conclusão

Os problemas urbanos são tão complexos e diversificados que é impossível fazer uma
abordagem, por mais simples que seja, de todos eles.
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Na actualidade, mais de metade da população mundial reside em áreas urbanas, o que


indica que o mundo actual se está a metamorfosear num local predominantemente
urbano. Com efeito, a gestão das áreas urbanas tem sido apontada como uma das
questões mais desafiantes e pertinentes do século XXI. O acentuado crescimento urbano
continuará, tendencialmente, a verificar-se, dado que as projecções estatísticas recentes
são perentórias na defesa da ocorrência do fenómeno, de forma genérica, nos países
menos desenvolvidos do mundo. De resto, ainda que o grau de urbanização tenha
sofrido variações de acordo com as particularidades de cada país, nenhuma região
vivenciou um decréscimo desta.

Referencias Bibliográficas

Leite, I. Geografia. Geral, Lisboa, Edições ASA, 1989.

Mangue, João et all. (2011). Aspectos Sociais, Económicos, Demográficos e de Saúde


em Moçambique1997 á 2007, Maputo.
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Mateus, M. (2011). O rural em mudança: breve nota sobre os processos de urbanização.


Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, pp. 649-656.

MINISTÉRIO DE PLANO E FINANÇAS Moçambique politica nacional de


população Maputo, 1998.

PERFIL DO SECTOR URBANO EM MOÇAMBIQUE Programa das Nações Unidas


para Assentamentos Humanos Escritório Regional para África e Estados Árabes 2007.

Ribeiro, V. (2014). Exclusão Social: um fenómeno invisível, uma abordagem no âmbito


da Geografia dos Transportes. Faro: Sílabos & Desafios.

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