Você está na página 1de 35

Escola Técnica Madre Tereza

Prof°:Enf Ailton Aguiar Souza


Disciplina: Enfermagem Pediátrica
Carga Horária:40h

UNIDADES DIDÁTICAS
O bebê recém-nascido é uma criaturinha pequena e frágil que inspira amor e
ternura. Por essa mesma razão, é também motivo de preocupação e cuidados por
parte dos pais e até mesmo de você, como técnico em enfermagem.

O bebê, durante a vida intrauterina, tem suas necessidades fisiológicas atendidas


sem o menor esforço, pois recebe da mãe o que precisa, como: calor, nutrientes,
oxigênio, entre outras necessidades. Ao nascer, se faz necessária uma adaptação
à vida extrauterina, pois muitas de suas necessidades terão de ser atendidas por
ele próprio, como por exemplo os atos de respirar, metabolizar e excretar.

Ao assistir o neonato, você deve considerar que ele possui particularidades, ou


seja, características anatômicas e funcionais próprias. Vamos conhecê-las?

No primeiro ano de vida da criança, as mudanças são muitas e acontecem


rapidamente. Por isso, vamos mostrar a você as principais características e
detalhes de um recém-nascido. Dessa maneira, você poderá atender as reais
necessidades do neonato e capacitar os pais para que cuidem do bebê de forma
adequada. Preparado?

PESO

O peso está diretamente relacionado com a gestação e as condições maternas.


Nos primeiros cinco dias de vida, o neonato perde de 5 a 10 por cento do seu peso
de nascimento, e isso é considerado perda ponderal fisiológica.
Essa perda é normal e decorre:

• da eliminação de fezes e urina;

• do ato de respirar e transpirar;

• do esforço para sugar. A recuperação do peso de nascimento ocorre entre o 8º e


o 15º dias de vida. A média de peso do recém-nascido é de 3.500 gramas para os
do sexo masculino e de 3.300 gramas para os do sexo feminino.

ESTATURA

A média de estatura do RN (recém-nascido) a termo, isto é, que nasce no tempo


normal de gestação (entre 37 e 41 semanas e seis dias), é de 50 cm para os bebês
do sexo masculino e de 49,5 cm para os do sexo feminino.

SINAIS VITAIS

Os sinais vitais demonstram as condições de funcionamento dos sistemas


respiratório (troca entre oxigênio e gás carbônico), cardiocirculatório (irrigação do
organismo pelo sangue arterial que retorna ao pulmão como sangue venoso) e
metabólico (responsável por gerar energia ao organismo por meio de
transformações químicas e biológicas). Os valores aferidos dentro dos parâmetros
de normalidade indicam as boas condições no que se refere a esses sistemas. São
eles:

• frequência respiratória: 40 a 60 incursões respiratórias por minuto;

• frequência cardíaca: 120 a 160 movimentos por minuto;

• temperatura: 35.9 º C a 37,5º C (graus Celsius);

• pressão arterial: 75/50 mmHG (milímetros de mercúrio).


ATITUDE E POSTURA

Nos primeiros dias de vida, o recém-nascido mantém a posição em que estava no


útero. Os recém-nascidos com apresentação cefálica (posicionados com a cabeça
para baixo) costumam manter-se com a cabeça fletida sobre o tronco, as mãos
fechadas, os braços flexionados, as pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre o
abdômen, conforme a posição fetal tradicional.

PELE

A avaliação da pele do neonato nos proporciona informações a respeito da


nutrição, da hidratação e de suas condições. A pele do neonato a termo adequado
para a idade gestacional (AIG) é sedosa e de coloração rosada nos recém-nascidos
da raça branca e avermelhada nos da raça negra. Observe agora as características
mais comuns da pele dos recém-nascidos: Verniz caseoso: quando o recém-
nascido apresenta bom estado de hidratação e nutrição ao nascer, sua pele é
recoberta pelo verniz caseoso. Esta é uma substância leitosa, composta de células
e secreções glandulares, sendo considerada uma proteção da pele contra infecção.

ERITEMA TÓXICO:

é caracterizado por pequenas lesões avermelhadas (semelhantes a picadas de


insetos) que aparecem após o segundo dia de vida. Essas lesões podem ser
provenientes de reações alérgicas a medicamentos usados durante o trabalho de
parto, aos produtos usados na higienização do bebê ou ao tecido de suas roupas.
PETÉQUIAS:

são pequenas manchas arroxeadas, provenientes do rompimento de pequenos


vasos. Podem surgir após o nascimento, devido ao atrito da pele contra o canal de
parto. Quando as petéquias aparecem no pescoço, são provenientes das circulares
de cordão, ou seja, quando o cordão umbilical enrola no pescoço do feto.

Algumas vezes estão associadas a septicemia (é a presença de bactérias no


sangue) ou a doenças hemolíticas (incompatibilidade sanguínea materno-fetal –
mãe Rh positivo e feto Rh negativo ou vice-versa) graves.

MANCHAS MONGÓLICAS:

caracterizam-se por manchas azuladas extensas, localizadas principalmente nas


nádegas, que desaparecem de modo espontâneo no decorrer dos anos.

CIANOSE:

Caracteriza-se pela presença de acrocianose, que é a coloração azulada das


extremidades (pés e mãos), ou pela cianose perioral, que é a coloração azulada ao
redor da boca. Quando aparece nas primeiras horas de vida até pode ser
considerada normal, já que a circulação periférica (distribuição do sangue nos
vasos periféricos) é mais lenta nesse período. A cianose também pode ocorrer
devido à hipotermia, ou seja, quando o recém-nascido estiver com frio.
CABEÇA:

a cabeça do recém-nascido é proporcionalmente grande em comparação com o


restante do corpo. Os limites normais de tamanho do perímetro cefálico (medida da
circunferência da cabeça) variam entre 34 e 37 cm.

FONTANELAS:

você já ouviu falar em “moleira”? Aqueles pontos moles na cabeça do bebê,


conhecidos popularmente como moleira, se chamam fontanelas, que são aberturas
do crânio caracterizadas como pontos moles na cabeça do neonato. Essas áreas
estão revestidas por uma membrana resistente. Esta membrana auxilia na proteção
da cabeça do bebê, havendo poucas possibilidades de machucá-la durante os
cuidados diários. A principal fontanela é a anterior, também chamada de
bregmática, localizada em cima da cabeça do neonato. Essa fontanela se fecha por
volta dos 18 meses de idade (2 anos e 6 meses).
BOCA:

é importante observar a coloração e a umidade dos lábios, além do freio labial


superior (faixa de tecido espesso localizado entre a superfície interna do lábio
superior que se estende até a gengiva), as fissuras labiais unilateral (em um lado)
e bilateral (nos dois lados) e a paralisia. Os lábios devem ser bem desenvolvidos,
pois são necessários para a obtenção do alimento.

No palato (teto da boca), observar o formato, a integridade e/ou presença de fenda


palatina (fissura na linha média do palato). O neonato apresenta paladar e olfato
bem desenvolvidos.

ORELHAS:

devem ser observadas quanto a forma e sua implantação. O normal é que a orelha
seja implantada na linha horizontal dos olhos. Quando as orelhas são implantadas
abaixo dessa linha, pode ser um indicativo de malformações cromossômicas, como
a síndrome de Down.

NARIZ:

localizado no meio da face, logo abaixo dos olhos e acima dos lábios. Para avaliar
sua posição e seu alinhamento, desenhe uma linha vertical imaginária a partir do
ponto central entre os olhos, seguindo para baixo até o meio do lábio superior.
Observar localização, desvio, assimetria e abertura das narinas. Pescoço: no
neonato geralmente este é curto e grosso, devendo ter boa mobilidade. Observar a
diminuição da mobilidade.

TÓRAX:
tem forma cilíndrica (circular), com costelas muito flexíveis. Normalmente, são
observadas discretas retrações intercostais na inspiração.

ABDÔMEN:

tem forma cilíndrica, e seu diâmetro é menor que o diâmetro da cabeça em 2 a 3


cm.

COTO UMBILICAL:

apresenta coloração branco-azulada com aspecto gelatinoso desde o nascimento


até o quarto dia de vida. A seguir, começa o processo de ressecamento. Durante
esse processo, o coto seca e apresenta uma cor escurecida. Normalmente sua
queda ocorre entre o sexto e o décimo quinto dia de vida.

GENITÁLIA MASCULINA EXTERNA:

composta pelo pênis e pela bolsa escrotal. No pênis localiza-se a glande, que está
sempre coberta pelo prepúcio (pele que cobre a glande e o meato urinário). Um
prepúcio apertado é comum no recém-nascido e não deve ser retraído com força,
exceto para localizar o meato urinário (orifício por onde é eliminada a urina). Na
bolsa escrotal temos os testículos, direito e esquerdo.

GENITÁLIA FEMININA EXTERNA:

normalmente os pequenos lábios, os grandes lábios e o clitóris apresentam-se


edemaciados, devendo ser cuidadosamente inspecionados para identificação de
qualquer anormalidade. O meato urinário localiza-se atrás do clitóris. Alterações na
genitália feminina ocorrem devido à transferência de hormônios maternos durante
a gestação, podendo ocorrer em alguns casos sangramento vaginal, denominado
menarca neonatal ou pseudomenstruação.

ÂNUS:

observar a permeabilidade do orifício, ou seja, a abertura. Essa observação é feita


pela visualização do orifício anal e pela eliminação do mecônio (fezes do recém-
nascido) nas primeiras horas após o nascimento.
FEZES:

mecônio são as fezes eliminadas pelos recém-nascidos nas primeiras 48 horas de


vida. O mecônio possui coloração verde-escura e consistência espessa. O neonato,
ao ser amamentado, apresenta fezes de consistência pastosa e coloração que varia
do verde ao amarelo-esverdeado, até chegar à coloração amarelada.

URINA:

A primeira diurese (urina) deve ocorrer nas primeiras 24 horas de vida,


apresentando grande volume e coloração amarelo-clara.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOWLBY, J. Cuidados maternos e saúde mental. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1996. BRASIL. Ministério da Saúde.

Agenda de compromisso para a saúde integral da criança e redução da mortalidade


infantil. Brasília, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto de profissionalização
dos trabalhadores da área de Enfermagem.

Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno: saúde da


mulher, da criança e do adolescente. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001. DIAS, I. M. V.

Enfermagem em saúde da criança. Rio de Janeiro: Fábrica do Livro, SENAI, 2003.

PERNETTA, C. Terapêutica pediátrica. 6. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1977.


RUSSO, Iêda C. Pacheco; SANTOS, Teresa M. Momensohn Santos. Audiologia
infantil. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
WHALEY, L. F.; WONG, D. L. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à
intervenção efetiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

BERÇÁRIO PATOLÓGICO

O BERÇÁRIO

É a sala ou conjunto de salas onde se alojam os recém-nascidos. Generalizando


pode-se chamar Berçário também o "Serviço ou Setor ou Seção de recém-
nascidos" ou "Centro, Serviço, Setor ou Seção ou Unidade para recém-nascidos de
peso baixo ou prematuros" que inclui, além dos berçários propriamente ditos, outras
dependências necessárias. Com exceção do lactário e do posto de enfermagem,
quando se quiser designar as dependências que o compõem, é aconselhável usar
a palavra "sala".

INSTALAÇÕES DE UM BERÇÁRIO
Compreende-se por "instalações" o conjunto de recursos físicos e materiais que
devem compor um serviço, salas, móveis, aparelhos e utensílios. Estão
condicionados aos seguintes fatores:

a. quantidade de crianças previstas;

b. incidência do R.N. que necessitam de cuidados especiais;

c. Recursos disponíveis, principalmente enfermagem.

Deve ser previsto um local devidamente equipado, destinado à reanimação e aos


cuidados do recém-nascido logo após o nascimento e antes de ser transportado ao
berçário. O recém-nascido deve ser colocado em local isolado e aquecido a T. de
28 a 32 C.º Nesse local deve haver um aspirador, se possível um ressuscitador e,
eventualmente, uma incubadora previamente preparada.

FINALIDADE DO SERVIÇO DO BERÇÁRIO


É proporcionar ao recém-nascido melhores condições para a sua adaptação extra-
uterina, do ponto de vista físico e emocional.

O PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DO SERVIÇO DO BERÇÁRIO


Tem que considerar os seguintes elementos:

1. - Filosofia e objetivos do Serviço de Neonatalogia;

2. - Condições sócio-econômicas e culturais da comunidade, a qual se destina;

3. - Recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis;

4. - Demanda.

A capacidade total do berçário é igual ao número de leitos de obstetrícia acrescido


de 95%, sendo 90% do total destinados aos Recém-Nascidos Normais e 10% para
os de Alto Risco.
A concentração máxima para a sala será 12 berços e 5 incubadoras.

Tratando-se de assistência ao recém-nascido, achamos de extrema valia, os


princípios básicos de Leavell, comuns aos que trabalham na equipe de saúde:

1. - Uma filosofia comum de integração;

2. - Coparticipação em uma mesma área de conhecimento;

3. - Reconhecimento de que o todo tem mais importância do que as partes; e

4. - Capacidade de abdicar do ponto de vista pessoal, em benefício do ponto


de vista do grupo

INFRAESTRUTURA DO BERÇÁRIO
O berçário, no prédio do hospital, deve sempre situar-se em local separado e
independente de outros serviços médicos, principalmente dos setores que atendem
pacientes com processos sépticos ou com doenças transmissíveis. O berçário deve
ficar próximo à sala de parto e dos quartos ou enfermarias onde estão localizadas
as puérperas. Esta disposição facilita o transporte das crianças para amamentação.

O número de berços para os recém-nascidos normais equivale, de um modo geral,


ao de leitos da Maternidade destinados às puérperas.

As salas para recém-nascidos normais devem ser previstas para não mais de doze
berços em cada uma. A subdivisão do berçário em várias salas tem a vantagem de
limitar o número de crianças atendidas por uma enfermeira e de diminuir o contato
em caso de infecção. O posto de enfermagem deverá ser localizado de tal maneira
que o pessoal seja obrigado a passar por ele antes de atingir à sala de berços e
poderá ser subdividido em um setor de escrituração e outros cuidados e
tratamentos dos recém-nascidos.

O ideal é que cada conjunto de duas ou três salas tenha um posto de enfermagem,
o que facilita o trabalho das enfermeiras e a localização do material de uso comum
àquelas salas.

O espaço destinado a cada recém-nascido deve ser suficiente para que os berços
fiquem separados e permitam a circulação do pessoal entre eles. A separação dos
berços conservando uma distância de 50 a 60 cm., é importante para evitar a
disseminação de infecção. A área para cada criança deverá ser, no mínimo, de 1-
80 m2)* desde que o armário de medicamentos, o esteriliza-dor, a mesa para
enfermeira, o cesto de roupas usadas etc, sejam colocadas no posto de
enfermagem. Caso contrário, deve ser prevista área proporcionalmente maior.

As salas devem ser bem ventiladas.

As janelas devem ser providas de telas para não permitir a entrada de insetos. As
paredes devem ser revestidas de material lavável, de cor clara, neutra e fosca.

As paredes entre os berçários e as que os separam dos corredores e do posto de


enfermagem devem ter vidros amplos, a fim de facilitar a observação das crianças
e a supervisão do pessoal.
O piso deve ter revestimento cerâmico ou de material plástico.

A iluminação deve ser suficiente para permitir facilmente observação do recém-


nascido. Deve ser sóbria, com luz natural ou fluorescente do tipo solar, indireta,
com 15 a 60 watt/m2.

A temperatura do berçário deve ser em torno de 24ºC e a umidade em torno de


60%.

Equipamento mínimo do berçário:

1. - Balanças calibradas, uma para cada 12 R.N.;

2. - Nebulizadores;

3. - Aparelhos de aspiração, com sucção central, tendo um ponto para cada 12


R.N.

Um berçário completo compreende diferentes unidades assim discriminadas:


(ANEXO 1)

a. Salas para recém-nascidos normais;

b. Salas para recém-nascidos de peso baixo ou prematuros;

c. Salão de observação;

d. Salas de isolamento;

e. Salas especiais (tratamento intensivo e de convalescentes, por exemplo);

f. Dependências acessórias;

o Sala da Enfermeira-Chefe;

o Sala de demonstração as mães;

o Vestiário para médicos e enfermeiras;

o Depósito de material de limpeza.

a) Lactário.

No projeto de um berçário devem ser levados em consideração:

a. Localização do berçário no prédio do hospital;

b. O número de recém-nascidos a atender;

c. O espaço útil;

d. Os recursos técnicos e as facilidades materiais que as salas devem possuir.

Quando se trata, entretanto, de planejamento na construção nova, as previsões


mais corretas devem basear-se em dados estatísticos locais, quais sejam:
a. População a ser atendida;

b. índice de natalidade;

c. Porcentagem de incidência de recém-nascidos de peso baixo ou


prematuros;

d. Porcentagem de ocupação média em dias que permanecerem no berçário.


Os dois primeiros dados permitem obter o número de nascimentos anuais.

1. - Ressuscitador.

2. - Oxigênio canalizado, com um ponto duplo para cada 4 a 6 R.N.N/

3. - Tomadas elétricas.

4. - Estetoscópios, martelo para reflexos, fitas métricas, tesouras, seringas,


pelvímetros, réguas antropométricas, otoscópios, oftalmoscópios, laringoscópios e
tensiômetros.

5. - Sondas radiopacas para cateterismo de vasos.

6. - Dispositivos para fototerapia.

7. - Dispositivos para transiluminação.

8. - Material descartável: agulhas, seringas, fios de sutura, luvas, fraldas etc.

Em cada compartimento do berçário existirá um lavatório com água corrente fria e


quente, com torneira acionada com cotovelo ou por pedal; uma saboneteira
controlada por pedal, com sabão líquido ou hexaclorofeno, um depósito para
toalhas de papel ou pano esterilizado e outro para as usadas.

Recipientes de roupas sujas, fechados, acionados com cotovelo ou pé e instalados


de tal modo que a roupa escoe diretamente para fora da unidade, sem ser
necessário manuseá-la; se não for possível este procedimento, empregar um
receptáculo (Hamper) para fraldas, forrado e tampado e um saco coletor para roupa
suja, que deve ser recolhido, sem que as roupas sejam retiradas dos respectivos
sacos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TYRRELL, M.A.R. - Bases operacionais necessárias à assistência de enfennagem


ao recém-nascido normal. Rev. Bras. Enf.; DF, 32: 148-159, 1979.
*
Trabalho monográfico final de Curso de Especialização em Administração
Hospitalar - PUC - RJ, 1978.
*
Quando adotadas definições da Organização Mundial da Saúde ou da Academia
Americana de Pediatria (Standards and Recomendations - for Hospital care new
bow infantas - 1964), estão sempre indicadas as fontes.
*
O "Standards and Recomendations for hospital care of new born infants", da A, A.
P., 1964, recomenda 2,80 para cada recém-nascido, o que nos parece difícil de
aplicar em nosso meio.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO BERÇÁRIO E NA SALA DE REANIMAÇÃO

CONCEITO

Cuidados assistenciais prestados ao recém-nascido no nascimento para assegurar


sua integridade física, inclusive reanimação com suporte ventilatório, massagem
cardíaca e medicação em situação de insuficiência funcional.

ETIOLOGIA

No Brasil, nascem cerca de três milhões de crianças ao ano, das quais 98% em
hospitais. Ao nascimento, um em cada 10 recém-nascidos (RN) necessita de
ventilação com pressão positiva para iniciar e/ou manter movimentos respiratórios
efetivos; um em cada 100 neonatos precisa de intubação e/ou massagem cardíaca;
e um em cada 1.000 requer intubação, massagem e medicações, desde que a
ventilação seja aplicada adequadamente.

A necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade


gestacional e/ou peso ao nascer. O parto cesáreo, entre 37 e 39 semanas de
gestação, mesmo sem fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva o
risco de que a ventilação ao nascer seja indicada.

Fatores de risco associados à necessidade de reanimação:

Idade materna < 16 ou > 35 anos;


Diabetes materna Hipertensão específica da gravidez;
Hipertensão arterial crônica;
Isoimunização Rh ou anemia Nati ou neomorto pregresso;
Sangramento no 2º ou 3º trimestre Infecção materna;
Polihidrâmnio Oligohidrâmnio;
Rotura prematura das membranas;
Gestação múltipla;
Discordância peso / idade gestacional;
Uso de drogas ilícitas;
Malformação fetal;
Diminuição da atividade fetal;
Ausência de pré-natal;
Uso de medicações como: carbonato de lítio, magnésio,bloqueadores adrenérgicos
doença materna cardíaca, renal, tireoidiana, neurológica.
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Imediatamente após o nascimento, a necessidade de reanimação depende da
avaliação rápida da vitalidade do recém-nascido. O teste mais comumente
empregado é a Escala ou Índice de Apgar, que consiste na avaliação de 5 sinais
no primeiro, no quinto e no décimo minuto após o nascimento, atribuindo-se a cada
um dos sinais uma pontuação de 0 a 2.
Os sinais avaliados são a frequência cardíaca, a respiração, o tônus muscular, a
cor da pele e a presença de reflexos. O somatório da pontuação resultará no Índice
de Apgar: Apgar 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém-nascidos, significa
que o bebê nasceu em ótimas condições.
Apgar 5 a 7 significa que o bebê apresentou uma dificuldade leve. Apgar 3 a 4
traduz uma dificuldade de grau moderado e Apgar 0 a 2 aponta uma dificuldade de
ordem grave. Se estas dificuldades persistirem durante alguns minutos sem
tratamento, podem levar a alterações metabólicas no organismo e anóxia. A
presença de mecônio é agravante.
Tabela para cálculo do Índice de Apgar.
Pontos 0 1 2;
Frequência cardíaca ausente <100/min 100/min>;
Respiração Ausente Fraca, irregular Forte/Choro;
Tônus muscular Flácido Flexão de pernas e braços Movimento ativo/Boa flexão;
Cor da pele Cianótico/ Pálido Cianose de extremidades;
Rosado Irritabilidade Reflexa Ausente Algum movimento Espirros/ choro.
PLANO DE CUIDADOS
1. Preparar e testar o material necessário para a assistência ao recém-nascido.
a. Manter a sala de parto e/ou de reanimação com temperatura ambiente de 26°C,
com os seguintes equipamentos:
• mesa de reanimação com acesso por 3 lados; • fonte de calor radiante;
• fonte de oxigênio umidificado com fluxômetro;
• aspirador a vácuo com manômetro;
• relógio de parede com ponteiro de segundos.
b. Disponibilizar material para aspiração:
• sondas traqueais nº 6, 8 e 10, e sondas gástricas curtas nº 6 e 8;
• seringa de 20 mL para aspiração de mecônio.
Disponibilizar material para ventilação:
• reanimador manual neonatal (balão auto inflável com volume máximo de 500mL,
reservatório de O2 e dispositivo de segurança - válvula de escape com limite
máximo de 30- 40 cm H2O e/ou manômetro) ou;
• ventilador mecânico manual neonatal em T;
• máscaras redondas com coxim para prematuros tamanho 00 e 0, e recém-
nascido a termo 1;
• blender para mistura oxigênio/ar;
• oxímetro de pulso com sensor neonatal.
d. Disponibilizar material para intubação traqueal:
• laringoscópio infantil com lâmina reta nº 00, 0 e 1;
• cânulas traqueais sem balonete, de diâmetro uniforme, nº 2,5/3,0/3,5 e 4,0mm;
• material para fixação da cânula: tesoura, fita adesiva e algodão com SF 0,9%; •
pilhas e lâmpadas sobressalentes;
• detector de CO² expirado. e. Disponibilizar medicações:
• adrenalina diluída em SF 0,9% a 1/10.000 em 1 seringa de 5,0 mL para
administração única endotraqueal;
• adrenalina diluída em SF 0,9% a 1/10.000 em seringa de 1,0 mL para
administração endovenosa;
• expansor de volume (SF 0,9% ou Ringer lactato) em 2 seringas de 20 mL. f.
Disponibilizar material para cateterismo umbilical:
• campo fenestrado esterilizado, cadarço de algodão e gaze;
• pinça tipo kelly reta de 14 cm e cabo de bisturi com lâmina nº 21;
porta agulha de 11 cm e fio agulhado mononylon 4.0;
• sonda traqueal sem válvula nº 4 ou 6 ou cateter umbilical 5 ou 8F.
. Disponibilizar materiais acessórios:
• luvas e óculos de proteção individual;
• compressas e gazes esterilizadas;
• estetoscópio neonatal;
• saco de polietileno de 30x50cm e touca para proteção térmica do prematuro;
• tesoura de ponta romba e clampeador de cordão umbilical.
PRESTAR ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO COM NECESSIDADE DE
REANIMAÇÃO
se o recém-nascido é pré-termo ou se, logo após nascer, não tiver respirando e/ ou
apresentar-se hipotônico, indicam-se os passos iniciais, que devem ser executados
em no máximo 30 segundos e consistem em:
prover calor: manter a temperatura corporal 36,5 e 37ºC. Relatos recentes
consideram que a hipotermia na admissão à terapia que intensiva neonatal, (
temperatura corporal abaixo de 36,5 ºC ) é um fator independente de risco para
mortalidade e morbidade após o clampeamento do cordão, o recém-nascido é
recepcionado em campos aquecidos com idade gestacional inferior a 1.500 kg,
recomenda-se o uso de saco plástico transparente de polietileno de 30 x 50 cm.
Assim, logo depois de posicioná-lo sob fonte de calor radiante e antes de secá-lo,
introduz-se o corpo do recém-nascido pré-termo, exceto a face, de dentro do saco
plástico e a seguir, realizam-se as manobras necessárias.
Todos os procedimentos de reanimação são executados com o recém-nascido
dentro do saco plástico. Tal prática pode ser suplementada pelo emprego de touca
para reduzir a perca de calor na região da fontanela, cuidado especial deve ser
tomado no sentido de evitar a hipertermia, pois pode agravar a lesão celebrar em
recém-nascido asfixiados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁGICAS

Carvalho, Ana Berenice Ribeiro de. Rotinas de


Neonatologia. 2ª edição. Londrina: EDUEL, 2008.

GUINSBURG, R.; VIEIRA, A. L. P. Transporte do recémnascido com problemas


respiratórios. In: KOPELMAN,
B. I. Clínica de perinatologia aparelho respiratório em
neonatologia: parte 1. São Paulo: Medsi, 2001. p.169-185.

MARBA, S. T.; VIEIRA, A. L. P. Transporte do rec. In:


SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Programa
de atualização em neonatologia. Porto Alegre: Artmed;
Panamericana, 2006. p. 91%115.! !.

CARACTERÍSTICA DOS RECÉM-NASCIDOS PRAMATUROS E PÓS-TERMO

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina duas classificações de grande


importância que devem ser empregadas aos recém-nascidos para se identificar às
condições físicas e, até mesmo as relacionadas com a maturação. A primeira está
relacionada à idade gestacional do recém-nascido, que são classificados como:
pré-termo, aquele com menos de trinta e sete semanas de idade gestacional; a
termo, aquele entre trinta e sete e quarenta e uma semanas e seis dias de idade
gestacional, ou pós-termo, aqueles com quarenta e duas semanas ou mais de
idade gestacional. A outra classificação é quanto ao peso, onde acima de quatro
quilos considera-se uma macrossomia, entre dois quilos e meio e menos de quatro
quilos considera-se normal, com menos de dois quilos e meio considera-se baixo
peso, e com menos de um quilo e meio considera-se muito baixo peso. Neste
trabalho o assunto abordado se resume a prematuridade, ou seja aos recém-
nascidos considerados pré-termo, associados ou não ao baixo peso.

CONCEITO

É considerado um recém-nascido prematuro todo aquele com idade gestacional de


até trinta e seis semanas e seis dias, ou seja, duzentos e cinquenta e oito dias
contados a partir do primeiro dia do último período menstrual. O recém-nascido
prematuro, também conhecido como pré-termo, é todo aquele que nasce entre a
vigésima e a trigésima sétima semana de gestação.
CLASSIFICAÇÃO

Os recém-nascidos podem ser classificados em prematuros moderados, os quais


apresentam idade gestacional entre trinta e uma e trinta e seis semanas, ou em
prematuros extremos, os quais apresentam idade gestacional entre vinte e quatro
e trinta anos. Considera-se, ainda, prematuro limítrofe o recém-nascido com idade
gestacional entre trinta e sete e trinta e oito semanas e peso superior a dois quilos
e quinhentas gramas, porém com algum grau de imaturidade funcional, cujas
alterações fisiológicas incluem dificuldades na regulação térmica e na sucção.

CARACTERÍSTICAS ANÁTOMO-FISIOLÓGICAS DO PREMATURO

O recém-nascido prematuro apresenta características anátomo-fisiológicas que o


diferencia de um recém-nascido a termo.

No peso do recém-nascido prematuro, ocorre uma perda ponderal, nos primeiros


dias de vida, proporcionalmente maior, o que implica em um tempo maior para a
aquisição do peso inicial. Uma vez alcançado este peso, o seu crescimento
ponderal (peso e comprimento) é relativamente maior do que o de um recém-
nascido a termo, visto que as suas necessidades nutritivas são bem maiores. O
prematuro tem uma cabeça relativamente grande, quando comparado a um a
termo. O pescoço e os membros são curtos em relação ao tronco. Os olhos são
proeminentes e a língua protrusa.

O tórax é relativamente pequeno em relação ao abdômen. E os ossos e músculos


da caixa torácica são debilitados, o que aumenta a dificuldade respiratória. A pele
é enrugada, fina, translúcida e de dor vermelho-escura. Há pouco tecido adiposo
subcutâneo. E quanto mais prematura a criança, maior a quantidade de lanugem
que recobre o seu corpo.
As unhas dos pés e das mãos são frágeis e não ultrapassam a extremidade digital.
Ocorre a ausência do relevo e a flacidez do pavilhão auricular, assim como ocorre
a ausência de estriação plantar.
Quanto mais prematuro for o recém-nascido, mais reduzida estará a sua tonicidade
muscular, adotando uma postura proporcionalmente largada. Onde os reflexos de
sucção e de deglutição encontram-se enfraquecidos, e a regurgitação e o refluxo
são frequentes, aumentando assim os riscos de aspiração do leite materno. Nos
prematuros do sexo masculino, os testículos ainda não estão na bolsa escrotal,
enquanto nas meninas os grandes lábios não recobrem as ninfas.
RECÉM-NASCIDO PÓS-TERMO
O recém-nascido pós-termo é um bebê que nasceu após 42 semanas de gestação.
● Quando uma gestação a termo está terminando, ocorre uma redução do
funcionamento da placenta e ela oferece menos nutrientes e menos oxigênio ao
feto.

● Níveis baixos de açúcar (glicose) no sangue são um problema em recém-


nascidos pós-termo.

● Recém-nascidos pós-termo apresentam pele seca, com descamação e solta


e podem parecer excepcionalmente magros, por não terem recebido nutrição
suficiente no final da gravidez.

● O diagnóstico toma por base a aparência do recém-nascido e a data de parto


estimada.

● Geralmente, o enfoque do tratamento é fornecer boa nutrição e cuidados


gerais.

● Alguns recém-nascidos pós-termo não estão respirando quando nascem e


precisam ser reanimados (ressuscitados).

A idade gestacional diz respeito à idade do feto. A idade gestacional é o número de


semanas entre o primeiro dia da última menstruação da mãe e o dia do parto. Esse
período costuma ser ajustado de acordo com outras informações que o médico
recebe, incluindo o resultado de exames de ultrassom iniciais, que oferecem outras
informações sobre a idade gestacional. Calcula-se que o nascimento do bebê (data
prevista do parto) ocorre depois de 40 semanas de gestação.

CAUSAS DA PÓS-MATURIDADE
As causas da pós-maturidade ainda não estão bem definidas. Sabe-se, entretanto,
que a placenta não funciona adequadamente à medida que envelhece, ou seja,
quando a gestação atinge quarenta e duas semanas ou mais, o que pode resultar
em sofrimento fetal, situação em a frequência cardíaca e respiratória do recém-
nascido diminui.
A criança nascida pós-termo apresenta-se comprida e fina, parecendo que perdeu
peso. A pele apresenta sobras, principalmente nas coxas e nádegas, há pouca
lanugem (fina penugem que recobre o corpo) e pouco vêrnix caseoso (substância
gordurosa que serve para hidratar e proteger a pele do recémnascido). A perda
dessa substância torna a pele seca e descamada. As unhas são compridas e
podem estar manchadas de mecônio (eliminação intestinal). O neonato tem
bastante cabelo e parece estar em estado de alerta. A maior parte dos recém-
nascidos pós-termo apresenta poucas complicações decorrentes da pós-
maturidade, necessitando, mesmo assim, de uma observação cuidadosa. Isso
porque o índice de mortalidade dos neonatos pós-termos é duas a três vezes maior
do que o dos nascidos a termo, sendo o índice de morte fetal (a que ocorre
enquanto o concepto é feto) maior do que o neonatal (a que ocorre enquanto o
concepto é neonato).
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁCAS

CLOHERTY, J.; STARK, A. Manual de Neonatologia. 5. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2005. CURSINO, M. R. Assistência de enfermagem em
Pediatria. São Paulo: Sarvier, 2002. HALEY, L. F.; WONG, D. L. Enfermagem
pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. 5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004. LEONE, C. R.;TRONCHIN, D. Assistência integrada ao
recém-nascido. Rio de Janeiro: Atheneu, 2000. LIMA, Azor J. Pediatria essencial.
Atheneu: Rio de Janeiro, 2005. PERNETTA, C. Terapêutica pediátrica. 6. ed. Rio
de Janeiro: Atheneu, 1988.

ATENDIMENTO AS NECESSIDADES DIÁRIAS DA CRIANÇA

ALIMENTAÇÃO

Alimentação saudável de uma criança inicia-se com o aleitamento materno, sendo


este considerado o melhor começo da vida. Isto porque além de todas as vantagens
evidenciadas, o leite materno é capaz de suprir integralmente as necessidades
nutricionais da criança nos primeiros seis meses de vida. Entretanto, vimos também
que após este período, é recomendada sua complementação com outros alimentos,
nutricionalmente adequados e seguros, para satisfazer a evolução de suas
necessidades nutricionais.

Entretanto, ao completar seis meses, ou até mesmo antes, quando os bebês


começam a receber alimentação complementar, isto nem sempre é feito de maneira
adequada, trazendo consequências a sua sobrevivência, ao seu crescimento e
desenvolvimento saudáveis. Por isso, faz-se necessário instrumentalizar os
profissionais da área da saúde, e em especial os da enfermagem, pois estes
mantém contato com os responsáveis por prover a alimentação e os cuidados
necessários e adequados às crianças.

HIGIENE
Higiene da criança é a atenção dispensada às suas necessidades físicas. Contribui
para proteção contra doenças e infecções e auxilia no seu desenvolvimento
psicológico. A pele das crianças é mais fina, tem menos pelos, é mais permeável e
menos protegida contra infecções e, por isso, precisa de alguns cuidados básicos.

Nos bebês, a troca frequente de fraldas e a higienização bem-feita da genitália


previnem problemas decorrentes do contato com fezes, urina e outros irritantes que
podem provocar infecção. No sexo feminino a proximidade do ânus com a vagina
e a uretra facilita essas infecções. Devem-se afastar os grandes lábios com os
dedos polegar e indicador, limpando-se sempre no sentido da vagina para o ânus
(e nunca do ânus para a vagina, pois isso pode levar microrganismos para a vagina,
o que causa doenças).
O banho diário promove o conforto da criança, e a higiene do couro cabeludo
previne o acúmulo de escamas seborreicas e crostas que podem se tornar
espessas e infectadas. O uso de sabonetes perfumados, talcos e óleos pode causar
alergia em algumas crianças.
As roupas devem ser confortáveis, simples de vestir e adequadas ao clima, dando-
se preferência aos tecidos de algodão por serem macios e permitir uma melhor
movimentação. Resíduos de produtos químicos usados na lavagem das roupas
podem ser causa de irritações na pele, por isso, devem ser removidos
completamente durante o enxágue. O uso de tecidos sintéticos e inflamáveis e de
colchetes, correntes e alfinetes deve ser abolido, evitando com isso possíveis
acidentes e traumatismos.

SONO E REPOUSO
Têm importância reparadora garantindo o equilíbrio físico e mental. O número de
horas de sono é variável de acordo com cada criança e cada grupo etário. Os
períodos diurnos de sono vão diminuindo gradativamente à medida que a criança
se desenvolve e passa a se interessar mais pelo ambiente.
Os recém-nascidos dormem praticamente o dia todo. Aos seis meses dormem
cerca de 12 horas à noite, uma a duas horas pela manhã e à tarde. Entre um e
quatro anos dormem durante toda a noite e uma vez durante o dia. Por volta dos
quatro anos deixam de dormir durante o dia e dormem em torno de 12 horas à noite.
É importante lembrar que situação de desconforto, problemas emocionais,
estimulação excessiva e doenças alteram o período normal de sono e repouso,
deixando as crianças irritadiças e tensas. Um ambiente favorável propicia um sono
calmo e a sua duração deverá ser de acordo com as necessidades de cada criança
e resultar num despertar tranquilo e bem-humorado. Crianças maiores que só
dormem tarde geralmente acordam muito tarde também. Para resolver isso é só
acordá-las cedo, para mudar o hábito e aproveitar o sol e a manhã.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.medicina.ufmg.br/observaped/sono-e-
repouso/#:~:text=T%C3%AAm%20import%C3%A2ncia%20reparadora%20garanti
ndo%20o,se%20interessar%20mais%20pelo%20ambiente.

https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/16778/1/manual-de-avaliacao-nutricional-e-
necessidade-energetica.pdf

https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/14863/mod_resource/content/4/Mod
ulo9_SaudeMaterna.pdf

DOENÇAS MAIS COMUNS NA INFÂNCIA

DESIDRATAÇÃO

A desidratação ocorre quando há uma perda significativa de água do corpo, bem


como a perda de quantidades variadas de eletrólitos.
Os sintomas incluem sede, hipoatividade, lábios/boca seca e redução do volume
urinário.

A desidratação grave é potencialmente fatal.


O tratamento consiste em hidratação e eletrólitos administrados por via oral, ou em
casos graves, pela veia (por via intravenosa).

A desidratação ocorre quando o corpo perde mais água do que ingere. Ocorre
também a perda de substâncias denominadas eletrólitos. Os eletrólitos são
minerais presentes na corrente sanguínea e dentro das células que são essenciais
à vida. Sódio, potássio, cloreto e bicarbonato são exemplos de eletrólitos.

A desidratação em bebês é tratada ao incentivar o bebê a consumir líquidos que


contenham eletrólitos. O leite materno contém todos os líquidos e eletrólitos de que
um bebê precisa e é o melhor tratamento quando possível. Caso um bebê não
esteja sendo amamentado, soluções de reidratação orais (SRO) devem ser
administradas. A SRO contém quantidade especificas de açúcares e eletrólitos. As
SRO podem ser compradas em pó que é misturado com água ou em forma líquida
pré-preparada em farmácias ou supermercados sem receita médica. A quantidade
de SRO que deve ser administrada à criança em um período de 24 horas depende
do peso da criança, mas deve ser, em geral, aproximadamente 100 a 165 mililitros
de SRO para cada quilo de peso corporal. Assim, um 20-pound bebê devem beber
de 30 a 50 ml total no decorrer de 24 horas (um 10-kilogram bebê devem beber
1000 para 1650 mililitros total ao longo de 24 horas).

DESNUTRIÇÃO
A desnutrição infantil não é caracterizada somente pela extrema magreza como muito
se pensa, mas sim pela deficiência de nutrientes no organismo.

Crianças com péssimos hábitos alimentares, que vivem à base de fast-food,


refrigerantes e doces, não consumindo alimentos ricos em vitaminas e minerais
podem estar desnutridas.

Geralmente essas crianças estão acima do peso ou apresentam algum grau


de obesidade, sendo então a alimentação de má qualidade o principal motivo da
desnutrição infantil nos países desenvolvidos.

A desnutrição infantil ocorre quando o corpo de uma criança não recebe uma
quantidade adequada de nutrientes, calorias e minerais. Todos esses componentes
essenciais ajudam no processo de crescimento. Além disso, a ingestão de nutrientes
vitais aumenta o nível de imunidade e a mantém protegida de infecções nocivas.
Uma outra forma de desnutrição também pode ocorrer caso a criança consuma uma
quantidade excessiva de calorias (sobrenutrição). É importante manter o equilíbrio certo
das calorias, o excesso ou falta de calorias, pode levar à desnutrição.

A desnutrição infantil leva a vários transtornos de saúde. Essa deficiência afeta a saúde
física, comportamento, humor, processo de crescimento e outras funções corporais.

DOENÇAS DIARREICAS

A diarreia é definida como a eliminação súbita de fezes amolecidas ou líquidas nas


últimas 24hrs, com ocorrência de 3 ou mais evacuações. Sendo, portanto, a
diminuição da consistência habitual das fezes um dos parâmetros mais considerados.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença diarreica pode ser
dívida em diarreia aguda, persistente ou crônica:

Diarreia aguda é caracterizada por sua ocorrência de até 14 dias com quadro
autolimitado, normalmente ocorre devido a infecções por vírus e bactérias, pode levar
a desnutrição e desidratação. Além disso, ainda pode se classificar como aguda
aquosa ou aguda com sangue (disenteria).

Diarreia aguda aquosa: pode durar até 14 dias e determina perda de grande volume
de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus, na
maioria dos casos. A desnutrição eventualmente pode ocorrer se a alimentação não
é fornecida de forma adequada e se episódios sucessivos acontecem.

Diarreia aguda com sangue (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas
fezes. Representa lesão na mucosa intestinal. Pode associar-se com infecção
sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella
são as principais causadoras de disenteria.

Diarreia Persistente é quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais,


podendo desenvolver complicações como desnutrição, desidratação e óbito.

Diarreia Crônica não é autolimitada, possui causas intestinais (anorexia, vômitos,


perda de peso, dor e distensão abdominal etc.) e extra intestinais (febre,
artralgia, rash cutâneo, vasculites etc.) e se estende por 30 dias ou pela frequência
de 3 ou mais episódios de curta duração com intervalo inferior a dois meses e que é
caracterizada pela consistência diminuída das fezes, consequente ao maior conteúdo
de água fecal, associado ou não a síndrome de má absorção.
MENINGITE BACTERIANA

A meningite bacteriana é uma infecção séria das camadas de tecido que recobrem o
cérebro e a medula espinhal (meninges).
A meningite bacteriana em bebês mais velhos e crianças geralmente se origina de
bactérias presentes no sistema respiratório e, nos recém-nascidos, a meningite
costuma ser causada por uma infecção bacteriana na corrente sanguínea (sepse).
Crianças mais velhas e adolescentes apresentam rigidez do pescoço com febre, dor
de cabeça e confusão, e bebês recém-nascidos geralmente apresentam irritação,
param de comer, vomitam ou têm outros sintomas.

O diagnóstico se baseia nos resultados de uma punção lombar e em exames de


sangue e urina.

Algumas crianças morrem de meningite mesmo após receber tratamento apropriado.

A vacinação pode ajudar a prevenir algumas infecções bacterianas que causam a


meningite.

Antibióticos são usados para tratar a infecção.

HIDROCEFALIA

A hidrocefalia consiste no acúmulo de quantidades excessivas de LCS que provocam


o alargamento do ventrículo cerebral e/ou aumento da pressão intracraniana. As
manifestações podem incluir cabeça alargada, abaulamento da fontanela,
irritabilidade, letargia, vômitos e convulsões. O diagnóstico é pela ultrassonografia nos
neonatos e por TC ou RM nas crianças maiores. O tratamento varia de observação à
intervenção cirúrgica, dependendo da gravidade e progressão dos sintomas.
A hidrocefalia é a causa mais comum de anormalidade com macrocefalia nos
neonatos. A hidrocefalia que se desenvolve apenas após o fechamento das fontanelas
não ocasiona aumento da circunferência cefálica ou abaulamento da fontanela, mas
eleva acentuada e rapidamente a pressão intracraniana.
A hidrocefalia pode resultar de obstrução do fluxo do líquido cerebrospinal
(hidrocefalia obstrutiva)

Reabsorção diminuída do líquido cerebrospinal (hidrocefalia comunicante)

Ela pode ser congênita ou adquirida a partir de eventos durante ou após o nascimento.
ESPINHA BÍFIDA

É um defeito no fechamento da coluna vertebral. Embora a causa não seja conhecida,


o risco aumenta diante de níveis baixos de folato durante a gestação. Alguns casos
são assintomáticos, outros causam grave disfunção neurológica abaixo da lesão. A
espinha bífida aberta pode ser diagnosticada na ultrassonografia pré-natal ou sugerida
diante dos níveis elevados da alfa-fetoproteína em soro materno e líquido amniótico.
Após o nascimento, a lesão é normalmente visível no dorso. O tratamento costuma
ser cirúrgico.
A espinha bífida é um dos defeitos mais sérios defeitos do tubo neural, compatível com
vida longa. É uma das anomalias congênitas mais comuns, com incidência, nos EUA,
de cerca 1/1.500. É mais frequente na região torácica inferior, lombar ou sacral, e
geralmente se estende por 3 a 6 segmentos vertebrais. A amplitude da gravidade vai
desde a forma oculta em que não se visualiza anormalidade aparente, ou de uma bolsa
que se projeta (espinha bífida cística), ou até de uma espinha completamente aberta
(raquisquise) com graves limitações neurológicas e morte.

No disrafismo espinal oculto (DEO) ocorrem anomalias da pele que recobre o dorso
inferior (normalmente na região lombossacra); estes incluem tratos sinusais sem uma
base visível, acima da região sacral inferior, ou fora da linha média; áreas
hiperpigmentadas; assimetria e fenda glútea com a margem superior desviada para um
dos lados; e tufos de cabelo. Essas crianças têm frequentemente anomalias na porção
abaixo da medula espinal, como lipomas e medula presa (em que a medula espinal
apresenta uma inserção anormal.
MIELOMENINGOCELE
A mielomeningocele é um defeito da coluna vertebral e da medula espinhal, que
acontece nas primeiras semanas de gestação. A coluna vertebral, a medula espinhal
e o canal da medula não se formam normalmente. Existe um defeito na formação
dessas estruturas, cuja causa ainda não é bem definida.

Isto pode ocorrer em qualquer lugar da coluna. É mais comum ocorrer nas regiões
lombar baixa e sacral (localizada ao fim da coluna). Quanto mais alto for o nível da
lesão, maior será a quantidade de sintomas e maior será a dificuldade funcional.

Os sintomas estão relacionados à lesão das estruturas da medula, e se manifestam


como alteração da sensibilidade, dos movimentos e do funcionamento da bexiga e do
intestino.

As alterações morfológicas e mesmo a movimentação dos membros inferiores


também podem ser avaliadas pela ultrassonografia. Uma avaliação bem executada
ajudará na decisão com relação à cirurgia corretiva intra-útero.

A cirurgia pré-natal permite que esses danos sejam minimizados, e dessa forma, os
sintomas possam ser menos intensos e o impacto na funcionalidade da criança seja
menor.

IMPERFURAÇÃO ANAL

Ânus imperfurado é uma anomalia comum, com incidência de 1:1.500 a 1:5.000 em


recém-nascidos. Associa-se, em geral, a outras malformações vertebrais, anais
(atresia), traque esofágicas (fístula com atresia esofágica) e renais (displasia) e com
trissomia do cromossomo. O diagnóstico de ânus imperfurado é feito, em geral, após
o nascimento e algumas vezes com 12 semanas de gestação.
A síndrome de ânus imperfurado constitui extenso conjunto de alterações congênitas
chamadas de malformações anorretais. Esses defeitos são frequentemente as
sociados a sequelas a longo prazo, como incontinência fecal e urinária, constipação e
disfunção sexual. O cuidado a crianças com ânus imperfurado envolve muitos
aspectos, como diagnóstico precoce, cirurgia em tempo adequado e tratamento pós-
cirúrgico com prolongado acompanhamento clínico, incluindo apoio psicológico. A
cirurgia de reconstrução de urgência não é imprescindível, entretanto, a avaliação
imediata é importante para decidir sobre a necessidade de cirurgia descompressiva e
para averiguar a existência de qualquer outra ameaça à vida. Deve-se avaliar ainda
se o paciente deve passar por cirurgia de correção logo após o nascimento, sem a
necessidade de colostomia, ou definir a realização de colostomia e retardar a decisão
sobre a cirurgia definitiva.

TUMOR DE WILMS
Tumor de Wilms é o termo médico utilizado para designar um tipo específico de câncer
nos rins. Ele também pode ser chamado de nefroblastoma e é um tumor considerado
maligno.
A doença acontece em crianças e afeta pacientes na faixa etária dos dois aos cinco
anos de idade e afetam mais pacientes do sexo feminino que do sexo masculino.
O tumor de Wilms pode afetar somente um dos rins do paciente ou afetar ambos os
seus órgãos.
De modo geral, quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de cura
e de recuperação do paciente.
Quais são as causas do tumor de Wilms?
Não se sabe, exatamente, o que causa o tumor de Wilms. No entanto, como essa
doença acomete crianças, acredita-se que a sua formação é desencadeada ainda na
barriga da mãe, quando o feto está desenvolvendo as células que farão parte de seu
rim.
Ao produzir essas células, conforme o bebê se desenvolve, cada uma amadurece e vai
ganhando sua função específica no órgão. No caso do tumor de Wilms, acredita-se que
parte dessas células não passa por esse estágio de amadurecimento e continua se
reproduzindo repetitivamente.
Quais são os sintomas do tumor de Wilms?
De modo geral, o primeiro sintoma do tumor de Wilms é uma massa presente no
abdômen do paciente. Assim, ao vestir ou dar banho na criança, os pais ou
responsáveis conseguem sentir e apalpar essa massa, ou notam um grande inchaço
em seu abdômen.
Outros sintomas surgem conforme a doença avança. Entre eles podemos destacar:
● febre recorrente e sem causa aparente;
● enjoo e náuseas;
● perda de apetite;
● presença de sangue na urina;
● aumento da pressão arterial;
● prisão de ventre;
● dor de estômago;
● dificuldade para respirar.

Ainda, acredita-se que as causas do tumor de Wilms possam estar ligadas à presença
de outras síndromes e doenças genéticas, como a síndrome Fraser e a síndrome Li-
Fraumeni.
Como é o tratamento do tumor de Wilms?
O tratamento do tumor de Wilms depende do estágio da doença e do tipo de células
que são encontradas pelos médicos em exames como as biópsias.
O tratamento do tumor de Wilms pode envolver procedimentos cirúrgicos,
quimioterapia e radioterapia. Se o tumor tiver afetado somente um dos rins do
paciente, o órgão pode ser removido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-
infantil/dist%C3%BArbios-de-natureza-variada-em-beb%C3%AAs-e-
crian%C3%A7as-pequenas/desidrata%C3%A7%C3%A3o-em-
crian%C3%A7as#:~:text=Os%20sintomas%20incluem%20sede%2C%20hipoativi
dade,veia%20(por%20via%20intravenosa).
https://www.famivita.com.br/conteudo/desnutricao-
infantil/#:~:text=A%20desnutri%C3%A7%C3%A3o%20infantil%20ocorre%20quan
do,mant%C3%A9m%20protegida%20de%20infec%C3%A7%C3%B5es%20nociv
as.
https://www.sanarmed.com/resumo-diarreia-na-infancia-
ligas#:~:text=As%20diarreias%20agudas%20est%C3%A3o%20mais,ou%20paras
itarias%2C%20helmintos%20e%20protozo%C3%A1rios.
Shaheen R, Sebai MA, Patel N, et al: The genetic landscape of familial hydrocephalus. Ann
Neurol 81(6):890–897, 2017. doi: 10.1002/ana.24964
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/anomalias-
neurol%C3%B3gicas-cong%C3%AAnitas/espinha-b%C3%ADfida
https://www.einstein.br/especialidades/medicina-fetal/material-de-apoio-ao-
paciente/mielomeningocele-cartilha-orientacao-apos-alta
OBJETIVOS OPERACIONAIS
REALIZAR O CONTROLE ANTROPOMÉTRICO DA CRIANÇA E DO PRÉ-
ADOLESCENTE.
O método antropométrico permite a avaliação do peso, da estatura e de outras
medidas do corpo humano. Ele representa um importante recurso para a avaliação do
estado nutricional do indivíduo e ainda oferece dados para o acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Neste item, descrevem-
se os procedimentos comumente utilizados para a correta tomada das medidas
antropométricas.
A avaliação antropométrica foi realizada através das medidas de peso e altura. As
quais foram obtidas utilizando-se uma balança antropométrica da marca Filizola, com
capacidade máxima de 150 kg e precisão de 0,1 kg. As crianças foram pesadas sem
sapatos, trajando o uniforme da escola (composto por bermuda de brim e blusa de
malha), permanecendo de pé, com o corpo reto, olhando para frente e com os
membros superiores estendidos ao longo do corpo. A altura das crianças com medida
acima de um metro foi obtida utilizando-se a fita métrica fixada à balança, que foi
colocada sobre o topo da cabeça da criança. Para obter a medida das crianças com
altura inferior a um metro e/ou com menos de dois anos de idade, elas foram deitadas
em uma superfície plana, sem sapatos, com o corpo esticado e braços estendidos ao
longo do corpo, utilizando-se uma fita métrica com uma lâmina de madeira fixa (para
apoiar os pés) de um lado e uma móvel (para apoiar o topo da cabeça e fazer a leitura)
de outro.
Seguiu-se o padrão de referência do National Center for Health Statistics (NCHS), que
é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1983) e os índices
antropométricos utilizados na avaliação do estado nutricional das crianças foram
altura por idade (A/I), peso por idade (P/I), e peso por altura (P/A). essas relações
são utilizadas para calcular o escore Z, que significa à medida que avalia quanto o
indivíduo se afasta ou se aproxima da mediana em desvios padrão (DP).
O escore-Z é obtido através da seguinte fórmula:
Escore Z = Valor da criança – Valor da mediana de referência
Desvio padrão da população de referência
Para a identificação do excesso de peso considerou-se os critérios adotados pela
Organização Mundial de Saúde, os valores acima de + 2 escores Z para o indicador
peso/altura, e para a identificação do déficit nutricional, foram considerados os valores
abaixo de – 2 escores Z para o indicador peso/altura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMAYA-FARFAN, J.; DOMENE, S. M. A; PADOVANI, R. M. DRI. Síntese comentada
das novas propostas sobre recomendações nutricionais para antioxidantes.
Revista de nutrição, Campinas, v. 14.2001. ASSIS, F. de; VASCONCELOS, G.
Avaliação nutricional de coletividades.
Florianópolis: Ed. UFSC, 2007. BALABAN, G.; SILVA, G. A. P. da. Prevalência de
sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola da rede privada
de Recife. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 77, n. 2, p. 96-100, 2001.
BRASIL. Portaria Interministerial No- 1.010, de 8 de maio de 2006. Ministério da
Saúde. DIAMOND F. B. Jr. Newer aspects of the pathophysiology, evaluation, and
management of obesity in childhood. Curr Opin Pediatr., v. 10, p. 422-427, 1998.
GOUVEIA, E. L. C. Diagnóstico do estado nutricional da população. In: CHAVES, N.
Nutrição Básica e aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978 cap. 18, p. 245-
274.
REGISTRAR O ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
DA CRIANÇA E DO PRÉ-ADOLESCENTE
O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho
celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Todo indivíduo nasce com um
potencial genético de crescimento, que poderá ou não ser atingido, dependendo das
condições de vida a que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta.
Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos
(genéticos, metabólicos e malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja,
podem ser geneticamente determinadas) e de fatores extrínsecos, dentre os quais
destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com
a criança.
Como consequência, as condições em que ocorre o crescimento, em cada momento
da vida da criança, incluindo o período intra-uterino, determinam as suas
possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento, dotado por sua
carga genética.
Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos fatores ambientais é muito mais
importante do que a dos fatores genéticos para expressão de seu potencial de
crescimento. Os fatores genéticos apresentam a sua influência marcada na criança
maior, no adolescente e no jovem.
O coeficiente de correlação entre as medidas de altura dos pais e a
altura/comprimento dos filhos em diferentes idades: ao nascer esse coeficiente é de
0,2, porque o crescimento do recém-nascido reflete mais as condições intra-uterinas
do que o genótipo fetal. Esse coeficiente se eleva rapidamente, de modo que aos 18
meses chega a 0,5, que é aproximadamente o valor que terá na idade adulta. Dos 2
aos 3 anos até a adolescência a correlação da altura pais/criança pode ser usada para
predizer padrões para a altura de crianças, em relação a altura de seus pais.
DESENVOLVIMENTO
Nas últimas décadas, o interesse pelo desenvolvimento integral da criança tem
crescido em todo o mundo como resultado do aumento constante da sobrevivência
infantil e do reconhecimento de que a prevenção de problemas ou de patologias nesse
período exerce efeitos duradouros na constituição do ser humano.

Desenvolvimento é um conceito amplo que se refere a uma transformação complexa,


contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, a maturação, a
aprendizagem e os aspectos psíquicos e sociais.

Esse desenvolvimento sofre a influência contínua de fatores intrínsecos e extrínsecos


que provocam variações de um indivíduo para outro e que tornam único o curso do
desenvolvimento de cada criança. Os fatores intrínsecos determinam as
características físicas da criança, a cor dos seus olhos e outros atributos
geneticamente determinados.

Os fatores extrínsecos começam a atuar desde a concepção, estando diretamente


relacionados com o ambiente da vida intra-uterina, proporcionado pela mãe por meio
das suas condições de saúde e nutrição. Além disso, mãe e feto sofrem os efeitos do
ambiente que os circunda.

O bem-estar emocional da mãe também influencia de forma significativa o bem-estar


do feto, embora esse tipo de influência não funcione, necessariamente, como causa
direta de problemas de desenvolvimento ulteriores. Após o nascimento, o ambiente
em que a criança vive, os cuidados que lhe são dispensados pelos pais, o carinho,
estímulos e alimentação passam a fazer parte significativa no processo de maturação
que a leva da dependência à independência.
O ser humano apresenta algumas características que o diferenciam dos outros
animais. Algumas delas fazem paralelos com alguns aspectos que podemos observar
na maioria das escalas ou roteiros para avaliação do desenvolvimento, por exemplo:
• posição ereta esta é a posição que facilita a locomoção e permite manter uma série
de atividades efetivas, deixando as mãos livres para a construção dos objetos da
cultura, que não são outra coisa senão um prolongamento do equipamento biológico
com o qual a criança nasce.
Da posição supina em que se encontra o recém-nascido até quando ele é capaz de
se colocar na posição ereta, inúmeros eventos ocorrem, passando por várias etapas
preditivas e pré-determinadas que se traduzem como desenvolvimento motor;
• aparelho visual e flexibilidade manual permitem a coordenação e habilidade para
construir e usar equipamentos o que pode ser observado através do que chamamos
de visão e movimentos finos motores;
capacidade de se comunicar através da fala envolve a competência auditiva e a
escuta, e o uso da fala e da linguagem. Por isso, a criança pequena é chamada
infante, porque não fala, embora possa se comunicar de outras maneiras. O
surgimento da fala é um dos aspectos importantes no acompanhamento do bebê e o
seu atraso é uma das queixas mais comuns nos ambulatórios de pediatria. A avaliação
da fala e linguagem sempre consta de qualquer escala ou roteiro de avaliação do
desenvolvimento da criança;
evolução social o homem vive em uma estrutura social complexa e desde cedo o bebê
tem de se adaptar à mãe e aos outros. Nos roteiros de avaliação, essa área está
sempre presente, denominada como social ou pessoal social.

Observa-se que o desenvolvimento vai transcorrendo por etapas ou fases, que


correspondem a determinados períodos do crescimento e da vida, em geral. Cada um
desses períodos tem suas próprias características e ritmos ainda que não se deva
perder de vista que cada criança tem seu próprio padrão de desenvolvimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, PACS. Ações Básicas
de Saúde e Desenvolvimento da Criança. [S.I.: s.n;], 1994. 8.
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência Pré-natal: Manual Técnico, 3ª edição,
Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, 2000. 9.
BRASIL. Ministério da Saúde. Módulo 1: Cartão da Criança: Instrutivo. Brasília:
Ministério da Saúde, 1994.
BONNER, B.; MILLING, L.; WALKER, C.E. Denver Developmental Screening Test. In:
JRAYSER, D.; SWEETLAND, R.C. (Editors).
Test Critiques. v. 1. Test Corporation of America, 1984. 2.
COMISSION INTERSECTORIAL PARA LA PROMOCIÓN DEL DESARROLLO
PSICOSOCIAL DE LA INFANCIA.
Documento marco. Argentina, out. 1996. 3. GESELL, A. A criança de 0 a 5 anos. 4ª
edição, São Paulo: Martins Fontes, 1996. 4. INFANTE, D.P. A formação da
subjetividade da criança. In: Pediatria básica. (no prelo).
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO E PÓS-
TERMO
A taxa de prematuridade no Brasil é alta, predominando entre os prematuros tardios,
ocorrendo na maioria das vezes de forma espontânea, mas apresenta alta frequência de
início por intervenção médica, predominantemente por cesariana anteparto, com menos
de 10% de indução do trabalho de parto. A prematuridade terapêutica está associada à
assistência privada para o parto e à gravidez em idade mais avançada, condições
características de populações que apresentam melhor nível de emprego formal,
escolaridade e renda.
Os enfermeiros têm um desejo intrínseco de minimizar o sofrimento, a dor e as sequelas
do recém-nascido e promover o vínculo afetivo entre eles, os pais e a família. É uma
expectativa motivacional na prática.
Procedimentos básicos de assistência de enfermagem ao prematuro: observação nas
primeiras 24 horas de vida, hidratação, alimentação com mamadeira ou alimentação
por sonda nasogástrica, cuidados após a alimentação, banho, cuidado com a pele,
cuidado com o coto umbilical, cuidado do prematuro com monilíase, diarreia, vômito e
problemas respiratórios.
Pré-termo destaca-se a necessidade de despertar novas abordagens gerenciais do
cuidado de enfermagem que estejam associadas à ideia de avançar para novos
espaços profissionais e superar práticas assistencialistas. Podendo também,
ultrapassar normas, rotinas inflexíveis e implementar modelos mais horizontalizados
de tomada de decisões; ir além do cuidado pontual e unidimensional, adotando novas
abordagens de intervenção na saúde, por meio da educação e promoção da saúde.
A equipe de enfermagem é o núcleo profissional mais próximo dessa clientela
hospitalizada, estabelecendo os fluxos de cuidado, desde a admissão, relacionando e
fortalecendo o vínculo terapêutico com os pais e/ou familiares até a alta. São horas e
horas de dedicação intensiva da enfermagem para a boa evolução diária e prognóstico
favorável do neonato, exigindo dos profissionais comprometimentos,
responsabilidade, habilidades técnico-científicas e bom estado físico e
psicoemocionais.
Vale considerar que o enfermeiro, nas ações educativas, deve "respeitar o saber dos
usuários" e reconhecer que o conhecimento profissional – técnico-científico – não é o
único que merece valorização no processo do cuidado. O senso comum permeia esse
processo e mostra-se cheio de contradições, incertezas e limites, que devem ser
reconhecidos pelo profissional na elaboração do planejamento de cuidado pós-alta do
recém-nascido prematuro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Dados Estatísticos sobre Prematuridade no Brasil,
2016.
COUTO, Fabiane Ferreira; PRACA, Neide de Souza. Recém-nascido prematuro:
suporte materno domiciliar para o cuidado. Rev. bras. Enf., Brasília, v. 65, n. 1, p. 19-
26, 2012
FRELLO, Ariane Thaise; CARRARO, Telma Elisa. Enfermagem e a relação com as
mães de neonatos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Rev. Bras. Enf.
Brasília, v. 65, n. 3, p. 514-521, junho de 2012.Disponível em: . acesso em 06 de junho
de 2018.
GONTIJO, Tarcisio Laerte; XAVIER, César Coelho; FREITAS, Maria Imaculada de
Fátima. Avaliação da implantação do Método Canguru por gestores, profissionais e
mães de recém-nascidos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 5, p. 935-944,
2012. Disponível em: . Acesso em 06 Junho 2018.
MERIGHI, M. A. B. Assistência de enfermagem ao prematuro: alguns procedimentos
básicos. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 231-237, 2015. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v19n3/0080-6234-reeusp-19-3-231.pdf. Acesso em
02 de junho de 2018.
NASCIMENTO, Vagner Ferreira do; SILVA, Rômulo Cezar Ribeiro da. Assistência de
enfermagem ao recém-nascido pré-termo frente às possíveis intercorrências. Revista
de Enfermagem da UFSM, v. 4, n. 2, p. 429 - 438, ago. 2014. Disponível em: . Acesso
em: 06 jun. 2018.
OLIVEIRA, Laura Leismann de. Fatores maternos e neonatais relacionados à
prematuridade. Rev. Esc. Enf. USP, v. 50, n. 3, p. 382-389, 2016. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420160000400002. Acesso em 02 de junho de
2018.

Você também pode gostar