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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


CURSO DE FISIOTERAPIA

TRABALHO DE NUTRIÇÃO

SEGURANÇA ALIMENTAR

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL,CONSUMO E


ALIMENTOS

Luanda, Dezembro de 2023 - 24


SEGURANÇA ALIMENTAR

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL,CONSUMO E


ALIMENTOS

Integrantes do Grupo nº 03
Código Nome Completo Nota
Belardeth Jorge
Evânia Machado
Fernanda Carvalho
Jurema Domingos
Laurinda Ferreira
Liliana Pedro
Mariclene Cruz
Sónia Martins
Wilma João

Trabalho apresentado a Faculdade de fisioterapia,


como requisito parcial de prova do 2 semestre na
disciplina de Nutrição no Instituto Superior
Politécnico Internacional de Angola.

Orientadora: Dra. Marquinha Eduardo

Ano: 2º
Sala: 40
Turno: Manhã
EPÍGRAFE
`´Somos aquilo que comemos.`´

João de Matos

III
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a nossa querida família, por fazer da nossa vida académica uma
realidade, com turbulências continuamos com nossos estudos.

IV
AGRADECI MENTO

Começamos por agradecer ao senhor Jeová Deus pelo folego de vida e também agradecemos
o nosso querido e amada professor pelo conselho, apoio e a paciência que tem em nos ensinar e
encorajar. Por outro lado, pelo trabalho dado, pelo qual podemos adquirir e aperfeiçoar os nossos
conhecimentos.

Muito obrigado!

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ÍNDICE
EPÍGRAFE …………………………………………………………………………… ..III
DEDICATÓRIA ………………………………………………………………………..IV
AGRADECIMENTO …………………………………………………………………...V
INTRODUÇÃO……..…..………………………………………………………………..1
Objecto de Estudo ................................................................................................................ 2

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................... 3

2.2. Fundamentação Teórica ............................................................................................. 4

2.3. Breve Revisão sobre a Segurança Alimentar ............................................................ 4

2.4. Obrigação do Estado com Relação ao Direito a Alimentação................................... 5

2.5. Alimentos, Necessidade e Recomendação Nutricional ............................................. 6

2.6. As Necessidade Energéticas do Ser Humano ............................................................ 7

2.7. A Água Nos Alimentos ........................................................................................... 10

3. Estado da Nutrição, Consumo e Alimentos ............................................................. 12

4. Hábitos Alimentares ..................................................................................................... 14

CONCLUSÃO.................................................................................................................. 16

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 17


INTRODUÇÃO

A Nutrição tem alcançado nos últimos anos o reconhecimento mundial por enfatizar a
importância da alimentação saudável na promoção da saúde das populações. Ela vem fornecer
subsídios para o planejamento estratégico da alimentação e a utilização adequada do alimento como
promotor da saúde, reduzindo o risco de agravos e buscando a melhoria do estado nutricional.
Alimentar-se bem e de forma constante é um direito humano.

Segundo Wardlaw e Smith (2013), ao longo da vida, o ser humano faz cerca de 70 mil
refeições e consome 60 toneladas de alimentos, daí podemos perceber de imediato a importância
que a pesquisa desempenha ao estudar e escolher os componentes alimentares essenciais para a
manutenção da saúde e o evidente efeito dos hábitos alimentares sobre a nossa saúde.

Sendo assim o nosso trabalho tem como tema A segurança alimentar, que é um processo
sustentável para os seres vivos. Conhecendo as condições de cada país a segurança alimentar vária,
em Angola sérios problemas de saúde pública, a má-nutrição contribui muito significativamente
para a redução de capacidades cognitivas e de aprendizagem.

Este panorama é agravado pelas taxas de insegurança alimentar, por fenómenos climáticos
que prejudicam a produção agrícola, pela falta de investimento no sector primário (sobretudo ao
nível da agricultura familiar), pela falta de água e saneamento e, finalmente, pelo reduzido acesso
a serviços de saúde, sobretudo no campo da nutrição e da educação para a saúde alimentar, e pelo
facto de os serviços disponíveis enfrentarem várias dificuldades em termos de assistência
medicamentosa, nomeadamente no que se refere a suplementos alimentares.

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OBJECTO DE ESTUDO

1.1.1. Objectivo Geral

 Estudar sobre a Segurança Alimentar


1.1.2. Objectivos Específicos

2. Analisar o estado nutricional dos alimentos;


3. Definir alimentos e nutrientes;
4. Explicar os componentes necessários para alimentação segura.

4.1.1. Importância de Estudo

É de realçar que, este estudo é relevante porque analisaremos e procuraremo entender na


óptica de vários autores a segurança alimentar e a forma de consumo dos alimentos.

A importância prática deste estudo, é procurar instrumentos ou métodos que possibilitará


encontrar decifrações para melhor entender como o corpo humano depende totalmente da
alimentação.

4.1.2. Delimitação de estudo

O Presente estudo é delimitado em análises de bibliografias de autores que abordaram esta


temática.

4.1.3. Justificativa

A escolha do tema em evidência foi pelo facto de ser uma das causas de morte, e problemas
apresentados em sociedades pobres ou má derigida, onde não existe alimentação suficiente e eficaz.

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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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2.2. Fundamentação Teórica
2.3. Breve Revisão sobre a Segurança Alimentar

Atualmente temos muitas informações disponíveis sobre a importância da alimentação e suas


conseqüências na saúde. Entretanto, há muitas dúvidas a respeito da segurança dos alimentos que
consumimos.

Os produtos alimentícios de hoje são nutritivos? São seguros e livres de contaminação? Os


aditivos usados pela indústria de alimentos não fazem mal à saúde? O que fazer para ter uma
alimentação saudável e segura?

São muitas as dúvidas que surgem cada vez que vemos e ouvimos uma nova reportagem
sobre alimentação.

As empresas que fabricam, transportam, armazenam, manipulam e comercializam alimentos


também se preocupam com a qualidade dos produtos que chegam à mesa do consumidor. Essa
preocupação também é justificada pela necessidade da redução de desperdícios, pelas exigências
da legislação, pela satisfação dos consumidores.

As questões relacionadas com a pobreza e insegurança alimentar estão vinculadas à conceção


dos Direitos Humanos. O Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequada (DHANA) é
composto por duas partes indissociáveis, na medida em que cada uma dessas partes não pode ser
garantida sem a realização da outra: por um lado, cabe assegurar que todos os seres humanos têm
o direito de estar livres de fome e desnutrição e, por outro lado, cabe assegurar que todas as pessoas
têm direito a uma alimentação adequada.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948, consagra pela primeira
vez internacionalmente o direito à alimentação, no seu artigo 25: “Toda a pessoa tem direito a um
nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente
quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços
sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez,
na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da
sua vontade”.

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Em 1966, foi adotado pela ONU o Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e
Culturais (PIDESC) que, juntamente com o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
(PIDCP), contém os principais compromissos decorrentes da declaração universal.

O objetivo geral destes pactos é vincular juridicamente os direitos humanos


responsabilizando internacionalmente os Estados nacionais pela sua violação. No PIDESC, a
alimentação vem reconhecida como direito humano no Artigo 11º e, em 1999, o Comité de Direitos
Económicos, Sociais e Culturais aprovou o Comentário Geral Nº 12, no qual esclarece o conteúdo
desse artigo, clarificando o conceito de Direito Humano à Alimentação Adequada.

2.4. Obrigação do Estado com Relação ao Direito a Alimentação

Respeitar:

Os Estados não podem adotar nenhuma medida que resulte na privação do acesso aos
alimentos por parte da população. Isso não significa estar atento apenas à questão alimentar
pois existem políticas ou ações de outros sectores que podem incapacitar o acesso aos
alimentos. Exemplo: políticas económicas que gerem desemprego, a construção de
infraestruturas – estradas, barragens, etc. – que levem à deslocação de populações,
impedimento de acesso à terra, entre outras.

Proteger:

Os Estados têm de adotar medidas de proteção para que empresas ou indivíduos não
violem esse direito privando a população de acesso a alimentos. Exemplo: promover
legislação e regulamentação adequada de produção, distribuição e comercialização de
alimentos, criar instituições reguladoras dos vários sectores, etc.

Realizar:

Esta obrigação tem duas dimensões: por um lado significa que os Estados devem
promover (facilitar) políticas públicas para garantir esse direito assegurando que a
população tem acesso a recursos e a meios de subsistência adequados; por outro significa
que os Estados devem garantir condições para que as pessoas possam produzir ou adquirir
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alimentos suficientes e de qualidade. Exemplo: políticas de abastecimento alimentar,
promoção de emprego, políticas de saúde, educação, políticas para grupos populacionais
específicos, medidas em caso de catástrofes e emergência, etc.

2.5. Alimentos, Necessidade e Recomendação Nutricional

Quando falamos em alimentação nosso pensamento rapidamente se reporta à “fome”.


Realmente há uma relação muito íntima entre alimento e fome, geralmente nos alimentamos para
em primeiro lugar “matar” a fome e depois para termos uma alimentação saudável.

A fome é um grave problema mundial que requer atenção de todos os governos e leva os
países mais ricos a se preocuparem de maneira bem consciente com os países pobres porque, dentre
outros motivos, a fome traz doenças e doenças básicas que podem dizimar populações inteiras,
atravessar fronteiras, enfim, sem alongar demais e em palavras bem simples, a desnutrição é triste
e feia. Sobre ela teremos momento específico para tratar.

Segundo Sousa (2008), as primeiras estimativas das necessidades nutricionais basearam-se


em observações epidemiológicas: ingestão por indivíduos saudáveis versus doentes e,
gradualmente, foram substituídas por abordagens experimentais, mais confiáveis, por exemplo:
estudos de balanço, privação e repleção e modelos teóricos baseados nas funções dos nutrientes.

Necessidade nutricional é definida pela quantidade de energia e de nutrientes biodisponíveis


nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para suprir todas as suas necessidades
fisiológicas.

Já as recomendações nutricionais compreendem a quantidade de energia e de nutrientes que


devem conter os alimentos ingeridos para satisfazer as necessidades nutricionais de todos os
indivíduos sadios.

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2.6. As Necessidade Energéticas do Ser Humano

Os alimentos são substâncias que visam promover o crescimento e a produção de energia


necessária para as diversas funções do organismo.

Os nutrientes, por sua vez, são substâncias que estão presentes nos alimentos e são utilizadas
pelo organismo. Os nutrientes são: proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais.

Poderíamos dizer que para uma boa alimentação é preciso saber:

✓ O que comer (e o que não comer);


✓ Quando comer;
✓ Quanto comer;
✓ Como comer.
Assim, a alimentação suprirá o organismo de maneira eficiente, sendo a base para a saúde
física, mental e porque não dizer: moral!

O estudo da nutrição passa necessariamente por conhecermos as seis classes de nutrientes,


faladas acima que agregam, é claro, a água!

Os nutrientes podem ser divididos em três categorias funcionais:

1. Nutrientes que fornecem, basicamente, calorias para suprir nossas necessidades


energéticas (expressas em quilocalorias kcal).

2. Nutrientes importantes para o crescimento, desenvolvimento e manutenção.

3. Nutrientes que mantêm o organismo em pleno funcionamento.

Carboidratos, gorduras e proteínas, por exemplo, estão presentes na maioria dos alimentos.

Podemos chamar essas categorias de construtores (proteínas), energéticos (carboidratos e


gorduras) e reguladores (vitaminas e sais minerais).

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Carboidratos

Do ponto de vista químico, os carboidratos são compostos principalmente pelos elementos


carbono, hidrogênio e oxigênio. São a principal fonte de calorias do corpo, fornecendo, em média,
4 kcal por grama. Os carboidratos podem ser encontrados na forma de açúcares simples e
carboidratos complexos.

Os açúcares simples, que costumam ser chamados apenas de açúcares, são moléculas
relativamente pequenas. Os menores açúcares simples consistem em uma única unidade de açúcar
chamada monossacarídeo.

O açúcar do sangue (a glicose, também chamada dextrose) é um exemplo de monossacarídeo.


Outros açúcares simples se formam pela junção de dois monossacarídeos, que formam um
dissacarídeo.

O açúcar de mesa (sacarose) é um exemplo de dissacarídeo, pois é formado por frutose e


glicose (ambos monossacarídeos). A combinação de muitos monossacarídeos – geralmente uma
mesma molécula que se repete – dá origem aos polissacarídeos, também chamados carboidratos
complexos. Por exemplo, as plantas armazenam carboidratos na forma de amido, um polissacarídeo
formado por centenas de unidades de glicose encadeadas.

Lipídeos

Os lipídeos (principalmente gorduras e óleos) são compostos basicamente pelos elementos


carbono e hidrogênio; possuem menos átomos de oxigênio do que os carboidratos. Os lipídeos
fornecem mais calorias por grama do que os carboidratos – 9 kcal por grama, em média – devido
a essa diferença em sua composição. Os lipídeos se dissolvem em alguns solventes (por exemplo:
éter e benzeno), mas não em água.

A estrutura básica da maioria dos lipídeos é o triglicerídeo. Os triglicerídeos são uma fonte
vital de calorias (por exemplo: ácidos graxos) para o organismo e são o principal tipo de gordura
encontrado nos alimentos. Eles também são a principal forma de energia armazenada no
organismo.

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Proteínas

A proteína é um nutriente fundamental para o nosso organismo. Ela deve estar presente em
nossas refeições diárias, porém, a quantidade consumida pode variar de acordo as necessidades de
cada indivíduo, idade, peso, sexo, e demais fatores.

Alguns alimentos são ricos em proteínas, como é o caso das verduras, leguminosas, legumes,
cereais, carne de porco, clara do ovo, leite e derivados, etc. Eles devem ser a base da nossa
alimentação para que haja um atendimento satisfatório da quantidade de proteínas, minerais e
vitaminas exigida pelo nosso organismo.

As proteínas também fornecem calorias, em média 4 kcal por grama. Entretanto, nosso corpo
costuma usar pouca proteína para suprir suas necessidades calóricas diárias. As proteínas se
formam pela união de aminoácidos. Os alimentos fornecem 20 ou mais aminoácidos comuns, sendo
9 deles essenciais para adultos e 1 essencial para lactentes (WARDLAW; SMITH, 2013).

Vitaminas

As vitaminas têm várias estruturas químicas e podem conter os elementos carbono,


hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre, etc. A principal função das vitaminas é
viabilizar reações químicas no organismo. Algumas dessas reações ajudam a liberar a energia
contida nos carboidratos, nos lipídeos e nas proteínas. Entretanto, é preciso lembrar que as
vitaminas em si não contêm calorias que possam ser utilizadas pelo corpo.

As 13 vitaminas dividem-se em dois grupos:

 Vitaminas solúveis em gordura (A, D, E e K);

 Vitaminas solúveis em água (vitaminas do complexo B e vitamina C).

Os dois grupos de vitaminas tem diferentes funções e características. Por exemplo, o


cozimento destrói as vitaminas solúveis em água de forma mais rápida do que as solúveis em
gordura. As vitaminas hidrossolúveis também são excretadas do organismo de modo mais rápido
do que as solúveis em gordura. Portanto, é mais provável que as vitaminas lipossolúveis se
acumulem excessivamente no corpo causando toxicidade, o que pode ocorrer, por exemplo, com a
vitamina A.

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Minerais

Os minerais são substâncias inorgânicas, simples, do ponto de vista estrutural, que existem
em grupos compostos por um ou mais átomos iguais. Todos os nutrientes sobre os quais se falou
até o momento são compostos orgânicos. O termos “orgânico” e “inorgânico” baseia se em
conceitos simples de química e não tem relação com o termo “alimentos orgânicos”, usado para
descrever alimentos produzidos segundo certos padrões. As substâncias inorgânicas, na maior
parte, não contêm átomos de carbono.

Minerais como sódio e potássio atuam, em geral, de maneira independente no organismo, ao


passo que minerais como cálcio e fósforo fazem parte de substâncias compostas, como a matriz
mineral dos ossos. Por terem estrutura simples, os minerais não são destruídos durante o cozimento,
mas podem ser perdidos se a água do cozimento na qual estão dissolvidos for descartada. Os
minerais são essenciais para o funcionamento do sistema nervoso, para o equilíbrio hídrico, para
os sistemas estruturais do corpo, como o sistema esquelético, por exemplo, e para muitos processos
celulares, mas não são fontes de caloria.

2.7. A Água Nos Alimentos

Segundo Araújo; Borgo e Araújo (2009), praticamente todos os alimentos contêm ou são
formados pela disseminação de seus componentes em um fluido – a água – no qual os alimentos
não são solúveis, formando sistemas monofásicos (soluções) ou polifásicos (suspensões). As
soluções têm partículas com diâmetro inferior a 1nm (10-9m); são agregados de moléculas ou de
íons comuns e não precipitam ou sedimentam sob a ação da gravidade. As suspensões são também
agregados de moléculas ou de íons; as partículas dispersas têm diâmetro maior que 100nm e se
sedimentam por ação da gravidade.

A disseminação de componentes num fluido insolúvel forma micelas que são as partículas
das dispersões coloidais, os mais importantes sistemas reguladores do conteúdo e do tipo de água
presente nos alimentos. As dispersões coloidais mais comuns são as soluções de pectina, a
maionese (emulsão), a clara de ovo batida (espuma), o sorvete (espuma sólida). Os principais tipos
de emulsões em alimentos mais comuns são o leite, o creme, a manteiga, a margarina, a massa de
bolo e a musse.

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O conteúdo de água de um alimento é determinado pelo valor total de água que ele contém.
Entretanto, esse valor não permite saber como está distribuída a água e, nem tampouco, suas
propriedades.

A tabela abaixo apresenta o conteúdo de água de alguns alimentos in natura.

Alimentos % de água
Frutas
Laranja 90
Banana 75
Morango 90
Abacate 70
Vegetais
Brócolis 85
Cenoura 85
Alface 95
Repolho 90
Carne 50-75
Peixe 70-80
Leite 85-90
Ovo 70-75

Como mostra acima, para frutas, vegetais, carnes, peixes, leites e ovos, o conteúdo de água
varia entre 70% e 95%. Teoricamente, a velocidade de deterioração destes alimentos deveria ser a
mesma. Entretanto, é necessário considerar em que grau essa água favorece o crescimento
microbiano e como favorece as reações químicas e enzimáticas em cada um deles. Isso permite
admitir a existência de moléculas de água com propriedades e distribuição diferentes num mesmo
alimento.

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3. Estado da Nutrição, Consumo e Alimentos

A Alimentação ou nutrição é o processo pelo qual os organismos obtêm e assimilam


alimentos ou nutrientes para as suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento,
reprodução, etc.

Na linguagem vernácula, alimentação é o conjunto de hábitos e substâncias que o Homem


usa, não só em relação às suas funções vitais, mas também como um elemento da sua cultura e para
manter ou melhorar a sua saúde.

Quando a Organização Mundial da Saúde foi criada, pouco após o fim da Segunda Guerra
Mundial, havia uma preocupação em traçar uma definição positiva de saúde, que incluiria fatores
como alimentação, atividade física, acesso ao sistema de saúde etc. O "bem-estar social" da
definição veio de uma preocupação com a devastação causada pela guerra, assim como de um
otimismo em relação à paz mundial — a Guerra Fria ainda não tinha começado. A OMS foi ainda
a primeira organização internacional de saúde a considerar-se responsável pela saúde mental, e não
apenas pela saúde do corpo.

A responsabilidade de fornecer alimentos seguros cabe àqueles que participam de alguma


forma na cadeia alimentar, desde os produtores rurais até as pessoas que preparam os alimentos,
inclusive em nossa casa.

A lista abaixo identifica alguns riscos potenciais à saúde relacionados aos alimentos:

• Doença microbiana transmitida por alimento,


• Toxinas naturalmente presentes nos alimentos,
• Resíduos (contaminantes ambientais, pesticidas, drogas animais),
• Aditivos e conservantes,
• Outros.
A principal forma de fornecer alimentos seguros é evitar os perigos que podem estar
presentes. São eles:

Perigos biológicos: os principais são aqueles causados por microrganismos (fungos,


bactérias, vírus). Não podemos vê-los a olho nu, mas são a principal causa de contaminação em
alimentos.

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Perigos químicos: são provocados por substâncias químicas presentes em desinfetantes,
detergentes, produtos para matar ratos, inseticidas, antibióticos, agrotóxicos, e outros venenos.

Perigos físicos: geralmente são visíveis a olho nu, e são materiais que podem machucar
quando ingeridos, como pregos, pedaços de plástico, de vidro ou de ossos, espinhas de peixe, etc.

Os problemas mais comuns são aqueles causados por microrganismos que provo provocam
intoxicações ou infecções alimentares.

Os microrganismos são seres invisíveis a olho nu, e por não conseguirmos vê-los não
sabemos em que quantidade eles estão presentes nos alimentos. Eles são visíveis ao microscópio,
que aumenta seu tamanho até 1000 vezes, ou ainda, quando estão agrupados na forma de colônias
(grande número de microrganismos juntos), sem auxílio desse equipamento.

Os alimentos estão divididos em três grupos. Combinados em todas as refeições, constituem


uma alimentação equilibrada.

Alimentos Energéticos

São os que dão gás ao organismo, desde energia para você levantar o braço e acenar para
alguém, até correr milhas e milhas. Fazem parte deste grupo os carboidratos, presentes nos pães,
massas, arroz, batatas, entre outros.

Alimentos Construtores

Tem a função de produzir os tecidos que estão em constante renovação como o cabelo, a
pele, as unhas, os músculos, etc. Os construtores também produzem anticorpos, transportam
oxigênio e nutrientes para o sangue, regulam o equilíbrio da água, ou seja, servem para muitas
coisas. Os principais são as proteínas encontradas nas carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados,
nozes, feijão, soja, ervilhas, etc.

Alimentos Reguladores

São os que ajudam a processar as proteínas, os carboidrato e as gorduras. Entram aqui os


minerais (cálcio e ferro, por exemplo) e as vitaminas que são divididas em dois grupos:

* As solúveis em água - a vit.C e as oito vitaminas do grupo B, que precisam ser consumidas
diariamente, uma vez que o corpo não consegue estocá-las;
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* As solúveis em gorduras - vit. A,D,E, e K, de que o organismo tem um verdadeiro arsenal.

Cada uma destas vitaminas é encontrada num grupo específico de alimentos, que em uma
dieta equilibrada, pode-se obter todas elas nas quantidades necessárias.

A principal característica da Pirâmide Alimentar é a flexibilidade. O uso da Pirâmide está


baseado em três palavras: equilíbrio, variedade e moderação. Ela é apenas um esboço do que você
consome todos os dias, não é uma prescrição rígida, mas um guia geral que o faz escolher uma
dieta saudável. Ter bom senso alimentar faz parte da educação e respeito próprios.

Segundo a FAO/OMS (Departamento de Agricultura dos EUA / Organização Mundial da


Saúde), um cardápio balanceado deve conter, diariamente, cerca de 50 a 60% de carboidratos, 20
a 30% de lipídeos e 10 a 15% de proteína, além das vitaminas, sais minerais e fibras. Para
garantirmos que todos esses nutrientes estejam presentes na dieta diária, a FDA (Food and Drug
Administration - órgão do governo dos EUA que controla a produção e comercialização de
remédios e alimentos), preconiza o consumo das seguintes porções diárias de alimentos que
compõe a Pirâmide Alimentar

A pirâmide alimentar separa os alimentos em energéticos, reguladores, construtores e


energéticos extras. Esses alimentos devem ser consumidos em ordem decrescente, ou seja,
devemos consumir em maior quantidade os energéticos, seguidos dos reguladores, dos construtores
e por último os energéticos extras, de consumo limitado.

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4. Hábitos Alimentares

Alimentar-se é uma condição da matéria viva; um fenômeno de ingestão energética inerente


à esfera biológica, entendida segundo as leis da biofísica; nesse sentido, os seres vivos, ao se
alimentarem, se comportam segundo a determinação da sua programação genética. Os animais não
comem mediados por hábitos, mas por comportamentos instintivos que orientam a percepção e a
escolha dos alimentos. O ser humano, por sua vez, se caracteriza como um animal que possui a
singularidade da cultura e seus componentes particulares (técnica, linguagem, valores, crenças).
Compreender o ato de comer dos humanos significa desvelar esse fenômeno para além do campo
biológico. Ao nascer, o único ato humano determinado geneticamente para se alimentar é o instinto
de sucção. Com o crescimento e o desenvolvimento, o ser humano aprende a selecionar
experiências sensoriais, e a preparar o alimento disponibilizado pelas condições históricas e sociais.
Nesse acúmulo de vivências, o ser humano se habitua a alimentar-se no cotidiano da cultura que
pertence (FREITAS et al., 2012).

Habitus, no latim, significa inclinação, tendência. Para Aristóteles, disposição duradoura,


constante, predisposição (ABBAGNANO, 1999).

Conforme Dewey, hábito é uma atividade humana adquirida e encontra-se no mesmo campo
semântico que o termo disposição (DEWEY, 1988 apud FREITAS et al., 2012).

Hábitos são disposições da cultura, inscrições emblemáticas de um modo de ver e sentir o


mundo (BOURDIEU, 1989).

O hábito alimentar é a percepção que se tem sobre a comida e a escolha de alimentos no


contexto social em que se vive. Como prática alimentar, o hábito é uma ordenação cognoscente
adquirida através da experiência do sujeito em seu mundo social desde a infância e em um dado
lugar. Também, o hábito se inscreve como um código simbólico, no cotidiano. E, enquanto
inscrição da cultura, o hábito alimentar revela identidade e valores referenciais do cotidiano
próprios da estrutura social.

A leitura cultural sobre hábito alimentar deve levar em consideração as sensações físicas do
comer, vividas pelo indivíduo e por outros, em uma intersubjetividade no nível da pré-reflexão.
Isso quer dizer que o hábito alimentar

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CONCLUSÃO

A alimentação é a necessidade mais básica do ser humano, essencial para que ele possa se
desenvolver em todos os sentidos. A nossa pesquisa permite chegar a seguinte conclusão:

Para compor uma alimentação equilibrada, que tenha condições de fornecer os nutrients
necessários para o crescimento e manutenção do organismo da criança, é necessário:

• Alimentos de todos os grupos,

• Proporção adequada de alimentos,

• Variar ao máximo os alimentos.

Isso é muito fácil de fazer com o auxílio da Pirâmide Alimentar. Como visto anteriormente,
para facilitar as escolhas, podemos dividir os alimentos em três grandes grupos: ricos em proteínas,
ricos em carboidratos e gorduras, e ricos em vitaminas e minerais.

As proteínas são a matéria-prima para formação de novas células. Por isso são fundamentais
no processo de crescimento, mas a ingestão em excesso pode ser prejudicial à saúde,
sobrecarregando rins e fígado. Os carboidratos e as gorduras são os nutrientes que fornecem
energia, o que é essencial para que as proteínas sejam bem utilizadas.

Nutrientes são substâncias que formam e compõem os alimentos. Desempenham no


organismo funções como produção de energia (glicídios, lipídeos e proteínas), construção de
tecidos (proteínas), além disso, os minerais e a água, junto às vitaminas, têm ação reguladora de
funções orgânicas. A seguir, vamos descrever as principais características desses nutrientes.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUSA, Eliene. Referências nutricionais. Brasília: Ministério da Educação/PNAE, 2008.

STRASBURGER, V.C. Os adolescentes e a mídia: impacto psicológico. Porto Alegre:


Artmed, 2009. SWIFT, R. Abaixo as dietas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

ALUDE. Nutrição – Alimentação equilibrada e organismo saudável. Ed. Alaúde, 1 ed,


2006, 95p.

ESCOTT-SUMP, MAHAN, L.K.; ARLIN, M.T. Krause. Alimentos Nutrição e


dietoterapia. São Paulo: Roca, 2005.

EVANGELISTA, J. Tecnologia de Alimentos, Livraria Atheneu, Rio de Janeiro, São Paulo,


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FRANCO , G. Tabela de composição química dos alimentos, Ed. Atheneu, 2007.

ORDÓÑEZ, J.A.P. et al. Tecnologia de Alimentos: componentes dos alimentos e


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Patrícia Magalhães Ferreira. Segurança Alimentar e Nutricional e Desenvolvimento,Lisboa,


2018.

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