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E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
SI586a
Silva, Angélica Ribeiro e
Alimentação escolar e vigilância sanitária. / Angélica Ribeiro e
Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
120 p.; il.
ISBN 978-85-7141-372-6
ISBN Digital 978-85-7141-373-3
1.Alimentação escolar. - Brasil. 2. Vigilância sanitária. – Brasil.
II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 613
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Alimento Seguro............................................................................7
CAPÍTULO 2
Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar.............41
CAPÍTULO 3
Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar.............................85
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, a disciplina de Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
trará a você o entendimento sobre a importância de uma alimentação segura ofe-
recida pela escola no que diz respeito às recomendações feitas pela Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em prol da manutenção e promoção da
segurança alimentar e nutricional.
Assim, para guiá-lo em seus estudos, este livro estará dividido em três capí-
tulos, e cada um deles terá três seções. Cada capítulo contará com seus objeti-
vos, atividades de estudo e recomendação de aprofundamento sobre o tema.
Esperamos que este livro, além de embasar a sua formação, desperte sua
curiosidade para o aprofundamento deste tema tão importante para a garantia da
saúde da população.
Boa leitura!
Profa. Angélica Ribeiro e Silva
C APÍTULO 1
Alimento Seguro
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 1 Alimento Seguro
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O conceito de saúde diz respeito ao atendimento integral das necessidades
físicas, biológicas e psicológicas do organismo. Com isso, a oferta de alimentos
de qualidade, inclusive higiênico-sanitárias, e em quantidade suficiente é indis-
pensável para a manutenção da saúde de um indivíduo, além de garantir o cum-
primento da Segurança Alimentar e Nutricional.
2 SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL
Não é possível abordar o tema alimentação segura sem discutir a Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN), uma vez que ela garante a implementação do direi-
to humano à alimentação adequada. Dentre suas áreas de atuação, encontra-se
a ampliação das condições de acesso aos alimentos e a garantia da qualidade
biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos mesmos (BRASIL, 2006).
Insegurança
Quando este direito é violado, ocorre o que é conhecido por insegu- alimentar e
nutricional, que
rança alimentar e nutricional, que consiste desde a falta de acesso ao consiste desde a
alimento seguro até sua privação completa, levando àsituação de fome. falta de acesso ao
alimento seguro
até sua privação
Os determinantes para a ocorrência desta insegurança podem ser completa, levando à
discriminados em níveis global, nacional, familiar e individual (Figura 1). situação de fome.
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Além do que está apresentado na figura, outros fatores podem estar associados à
insegurança alimentar e nutricional, como (SANTOS et al., 2018):
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Capítulo 1 Alimento Seguro
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
(10) os moradores deste domicílio perderam peso porque não havia dinheiro para
comprar comida?
(11) algum morador de 18 anos ou mais de idade, alguma vez, fez apenas uma
refeição ao dia ou ficou um dia inteiro sem comer porque não havia dinheiro para
comprar comida?
(12) alguma vez, foi diminuída a quantidade de alimentos das refeições de algum
morador com menos de 18 anos de idade, porque não havia dinheiro para comprar
comida?
(13) alguma vez, algum morador com menos de 18 anos de idade deixou de fazer
alguma refeição, porque não havia dinheiro para comprar comida?
(14) alguma vez, algum morador com menos de 18 anos de idade, sentiu fome,
mas não comeu porque não havia dinheiro para comprar comida?
(15) alguma vez, algum morador com menos de 18 anos de idade, fez apenas uma
refeição ao dia ou ficou um dia inteiro sem comer porque não havia dinheiro para
comprar comida?
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Capítulo 1 Alimento Seguro
Link: http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_ali-
mentar/caisan/Publicacao/Caisan_Nacional/PLANSAN%202016-
2019_revisado_completo.pdf
Site: http://www.mds.gov.br/ead/
Modalidade: Segurança Alimentar e Nutricional
Curso: Orienta Plansan
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
FONTE: A autora
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 Alimento Seguro
3 CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS
Atividade de Estudos:
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
De acordo com o corpo estranho que se encontra no alimento, este pode so-
frer deterioração, ou seja, apresentar alterações indesejáveis das características
sensoriais, físicas e/ou químicas (BRASIL, 2014). Quando isso acontece, normal-
mente o ser humano rejeita o alimento devido à modificação de cheiro e aspecto
físico, com isso, o risco de desenvolver doenças por contaminação de alimentos,
neste caso, é muito diminuído.
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Capítulo 1 Alimento Seguro
Estes limites de tolerância seguem os seguintes critérios (BRASIL, 2014, Art. 12):
Vale ressaltar que nenhuma matéria estranha pode ser visualizada a olho
nu e causar repugnância ao consumidor. Porém, são permitidos fragmentos de
insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de
risco), fragmentos de pelos de roedor, areia, ácaros mortos, fungos em produtos
de tomate e páprica, inseto inteiro morto (exceto os indicativos de risco) e bárbu-
las, exceto de pombo, em chás (BRASIL, 2014).
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Capítulo 4
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
As bactérias são solo, na água e no intestino dos homens e dos animais, e os microrga-
os microrganismos nismos podem estar presentes em qualquer lugar (Figura 3) e se multi-
que mais causam
doenças por se plicam rapidamente: são os vírus, bactérias e fungos (BRASIL, 2004a).
multiplicarem no
O que são os micróbios?
alimento de maneira
silenciosa, sem levar As bactérias são os microrganismos que mais causam doenças por
a modificações Os se multiplicarem
de micróbios no alimento
são organismos vivosde maneira
tão silenciosa,
pequenos que sósem levarser
podem a modi-
consistência, odor e
vistos ficações
por meiodedeconsistência,
um odor e sabor,
equipamento com marcadores
potentes da deterioração
lentes de au- do
sabor, marcadores
mento
da deterioração do chamado microscópio. Eles também são conhecidos como
alimento (BRASIL, 2004a) e da rejeição do mesmo pelos indivíduos.
alimento. microrganismos.
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Capítulo 1 Alimento Seguro
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Atividade de Estudo:
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Capítulo 1 Alimento Seguro
A ingestão de
A matéria estranha só será ingerida caso seja microscópica, ou alimento e/ou água
seja, a presença de microrganismos patogênicos é que trazem conse- contaminados
com bactérias
quências adversas à saúde humana. Assim, a ingestão de alimento e/ou e suas toxinas,
água contaminados com bactérias e suas toxinas, vírus, parasitas e prí- vírus, parasitas e
ons levam ao desenvolvimento das Doenças Transmitidas por Alimentos príons levam ao
desenvolvimento
(DTA). Além deles, os agrotóxicos, substâncias químicas e metais pesa- das Doenças
dos também podem causar contaminação (BRASIL, 2010b). Transmitidas por
Alimentos.
Um dos fatores para a presença das DTAs nos dias de hoje se refere ao
progressivo aumento desordenado das populações com a necessidade de fabri-
cação de alimentos em grande escala e maior acesso a alimentos prontos para
consumo; associado à ascensão da alimentação em vias públicas; ao crescente
uso de aditivos; às mudanças ambientais; à globalização; e ainda à deficiência do
controle por parte dos órgãos públicos e privados sobre a qualidade dos alimentos
oferecidos às populações (BRASIL, 2010b).
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
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Capítulo 1 Alimento Seguro
Mesmo assim, o principal local de ocorrência de surtos ainda são as Dentre os alimentos
residências, seguidas de restaurantes, e com as instituições de ensino mais causadores
ocupando a quintaposição (Figura 5). A maioria dos eventos ocorre em de surto estão a
água e os alimentos
domicílios devido a falhas higiênicas na manipulação e contaminação naturais, frescos,
cruzada através de utensílios ou ambientes contaminados, sem contar ricos em água e
nutrientes
que no ambiente domiciliar não há inspeção de segurança, é o hábito de
higiene familiar que determinará o asseio na manipulação de alimentos.
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Capítulo 1 Alimento Seguro
Na grande maioria dos casos a duração dos sintomas varia entre poucas ho-
ras até mais de cinco dias, isso vai depender do estado físico do paciente, do tipo
de microrganismo ou toxina ingerida ou suas quantidades no alimento (OLIVEIRA
et al., 2010).
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Capítulo 1 Alimento Seguro
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
DTA Descrição
Doença neuroparalítica gravecausada pela ação da toxina produzida pela
O que é
bactéria Clostridium botulinum.
A bactéria produz esporos que sobrevivem até em ambientes com pouco
oxigênio.
A toxina produzida, mesmo se ingerida em pouquíssima quantidade, pode
causar envenenamento grave em questão de horas.
Transmissão Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais (pal-
mito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de
forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura);
pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos
e, raramente, em alimentos enlatados industrializados.
Pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto
Incubação maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de
incubação.
Botulismo
Progressão por 1 a 2 semanas e estabilizar-se por mais 2 a 3 semanas,
Duração
antes de iniciar a fase de recuperação.
Os sintomas podem ser gastrointestinais e/ou neurológicos, com início
rápido e progressivo.
Gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, que po-
dem anteceder ou coincidir com os sintomas neurológicos.
Sintomas
Neurológicos: visão turva, queda da pálpebra, visão dupla, dificuldade de
engolir e boca seca.
Com a evolução da doença, a fraqueza muscular pode se espalhar, des-
cendo para os músculos do tronco e membros.
Dificuldade para falar e para engolir; fraqueza de longa duração; fadiga;
pneumonia por aspiração e infecção; problemas no sistema nervoso em
Complicações
geral; a doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respira-
tória.
O que é Causada por bactérias do gênero Brucella spp. da família Brucellaceae.
Ingestão de alimentos sólidos ou líquidos contaminados, como:leite não
Transmissão pasteurizado;produtos lácteos contaminados, como queijo e manteiga e
sorvetes;carne mal passada ou crua.
Incubação O período de incubação da brucelose humana varia entre 5 e 60 dias.
Brucelose Duração Até 2 anos.
Febre; mal-estar; sudorese (noturna e profusa); calafrios; fraqueza; cansa-
Sintomas ço; perda de peso; dores (de cabeça, articulares, musculares, no abdômen
e nas costas).
A infeção por brucelose humana durante a gravidez é rara, mas pode cau-
Complicações
sar aborto, particularmente, durante o primeiro e o segundo trimestres.
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Capítulo 1 Alimento Seguro
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Capítulo 1 Alimento Seguro
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Capítulo 1 Alimento Seguro
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Capítulo 1 Alimento Seguro
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Atividades de Estudo:
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Capítulo 1 Alimento Seguro
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, você teve acesso ao conceito e princípios da Segurança Ali-
mentar e Nutricional como primordial para a garantia do Direito Humano à Alimen-
tação Adequada com ênfase no alimento seguro, livre de contaminantes prejudi-
ciais ao organismo.
Existe uma gama imensa de matérias estranhas que podem estar presen-
tes num alimento. Algumas não trazem risco à saúde, mas outras devem ser to-
talmente evitadas para impedir o desenvolvimento das doenças transmitidas por
alimentos. Tal eliminação ocorre com práticas de manipulação simples e de fácil
execução.
REFERÊNCIAS
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica 01/2017.
Avaliação do risco dietético e adoção de medidas administrativas. Brasília,
2017. Disponível em: http://bit.ly/2XJRWcz. Acesso em: 4 abr. 2019.
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Capítulo 1 Alimento Seguro
SILVA, Gilvan; DUTRA, Paulo Ricardo Santos; CADIMA, Ivan Marques. Higiene
na indústria de alimentos. Recife: EDUFRPE, 2010, p. 134.
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C APÍTULO 2
Boas Práticas de Manipulação no
Ambiente Escolar
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O alimento é fundamental para que o indivíduo se mantenha vivo e saudável,
mas para isso, além de ser nutritivo, ele deve ser seguro. Assim, as instituições
que trabalham com alimentação coletiva devem preocupar-se com todos os fato-
res que podem interferir em sua qualidade, desde a escolha e o fornecimento de
matéria-prima até sua produção e consumo.
2 AGENTES DE CONTAMINAÇÃO DE
ALIMENTOS
Trabalhar com alimento é trabalhar com saúde, pois o acesso à comida segu-
ra e de boa qualidade garante a sobrevivência do homem, assim como o desen-
volvimento social, econômico e pessoal, sendo considerada importante dimensão
para a qualidade de vida.
O não atendimento a alguma das normas estabelecidas pode fazer com que
o alimento oferecido esteja contaminado e seja responsável pelo desenvolvimento
de doenças, com algumas delas podendo levar ao óbito. Mas para que a conta-
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
• Manipuladores de alimentos.
• Manejo dos alimentos.
• Instalação física.
• Superfícies, equipamentos e utensílios.
• Animais e pragas.
• Meio ambiente.
São duas as maneiras pelas quais o alimento pode ser contaminado pelo homem:
1. Contato direto: quando ele lava, descasca, corta, rala, cozinha, ou seja, pre-
para os alimentos sem que tenha realizado adequada higiene das mãos, por
exemplo.
2. Contato indireto: quando não prepara o alimento, mas entra em contato com o
ambiente em que se manipulam os alimentos sem a devida paramentação ou
higienização de mãos.
Atividade de Estudo:
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
FONTE: A autora
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
- Aquisição e armazenamento
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Além disso, a porta dos equipamentos deve ser aberta o mínimo de vezes pos-
sível; o excesso de gelo, papelão ou cartões das prateleiras precisam ser elimi-
nados para facilitar a circulação de ar; a utilização de materiais específicos para
guardar os alimentos é indicada, como vasilhames plásticos com tampa, monoblo-
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
Alimentos Armazenamento
Ovos Sob refrigeração por até 15 dias.
Peixe / Carne (bovina, suína e aves), miú- Câmara frigorífica ou freezer sem embalagens de
dos (órgãos e vísceras) / Sorvete papelão.
Leite em saco e derivados (iogurtes, queijos Sob refrigeração.
e requeijão)
Leite em pó ou em embalagem longa vida Local seco e ventilado.
Cereais (farinhas, arroz e massas) / Legu- Local seco, ao abrigo de luz, ventilado, sobre
minosas (feijão, lentinha, grão-de-bico etc.) / prateleiras afastadas do piso e paredes.
Enlatados e condimentos / Bebidas
Hortaliças e frutas Local fresco ou sob refrigeração.
O ideal é que os folhosos sejam consumidos no
mesmo dia da compra.
Doces e produtos de confeitaria / Óleos e Local seco ao abrigo da luz ou sob refrigeração de
gorduras acordo com especificação do fabricante.
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
- Conservação de alimentos
Métodos Características
Pasteurização: esterilização parcial dos alimentos.
Esterilização: consiste na destruição total dos microrganismos presentes nos ali-
mentos. Mas, são necessárias temperaturas elevadas, acima de 100 ºC – auto-
clave.
Apertização: aplicação do processo térmico a um alimento convenientemente acondi-
cionado em uma embalagem hermética, resistente ao calor, a uma temperatura e um
período de tempo cientificamente determinados, para atingir a esterilização comer-
cial. Este processo corresponde ao aquecimento do produto já elaborado, envasado
Conservação
em latas, vidros, plásticos ou outros materiais e relativamente isentos de ar.
pelo calor
Branqueamento: tratamento térmico aplicado após a colheita, seleção e lavagem
dos frutos, com o objetivo de inativar enzimas, fixar cor, remover gases dos tecidos
e diminuir a carga microbiana.
Tindalização: o aquecimento é feito de maneira descontínua. Após o acondiciona-
mento das matérias-primas alimentícias, a serem submetidas ao tratamento, em
recipiente fechado, o produto é submetido ao tratamento térmico. Dependendo de
cada produto e do rigor térmico desejado, as temperaturas variam de 60 a 90 ºC,
durante alguns minutos.
Os microorganismos não são destruídos, mas se controlam a sua proliferação e a ocor-
rência das reações químicas, como as reações enzimáticas. Quanto mais baixa for a
temperatura, mais lentas serão as reações bioquímicas, enzimáticas e o crescimento
microbiano, podendo permanecer inativados até a temperatura subir. Também neste
Conservação tipo de conservação as características nutricionais e organolépticas são mantidas.
pelo frio
Refrigeração: é um método de conservação que utiliza temperaturas acima do pon-
to de congelamento. No entanto, este processo não elimina os microrganismos,
nem para o seu crescimento por completo, sendo este um processo com tempos
de conservação curtos.
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
- Higienização de alimentos
- Preparo do alimento
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Atividade de Estudo:
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
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tivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e/ou proliferação dos mesmos. Este
controle pode ser realizado de maneira física (higienização constante e telas em
todas as aberturas) ou química (dedetização), no último caso deve ser executado
por empresa especializada com produtos regularizados pelo Ministério da Saúde.
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
Atividade de Estudo:
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
3 HIGIENIZAÇÃO ADEQUADA
Atividade De Estudo:
Agora que já foram apresentados neste material os principais veícu-
los de contaminação de alimentos, você saberia apontar qual seria a
importância de conhecer sobre higienização para os manipuladores
de alimentos?
(1) pré-lavagem;
(2) limpeza;
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
(3) enxague;
(4) desinfecção/sanitização;
(5) enxague.
O enxague não pode ser negligenciado para que não aconteça contamina-
ção por resíduos de produtos químicos presentes no local onde foram realizadas
a limpeza e desinfecção/sanitização.
Quanto mais íons hidrogênios estiverem presentes no meio, mais ácida é a so-
lução, que na escala de pH vai estar com valores menores que sete. Já as soluções
básicas ou alcalinas, com menos H+, apresentam valores maiores que sete (Figura 2).
FONTE: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/
conceito-ph-poh.htm>. Acesso em: 10 abr. 2019.
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
O que deve ser analisado em um detergente é o seu princípio ativo, sua con-
centração, sua biodegradabilidade, seu pH, se é compatível com a sujidade e a su-
perfície a ser limpa, além dos aspectos relacionados com sua eficiência e eficácia.
Você sabe qual a diferença entre eficiência e eficácia? Quando uma atividade
é eficiente significa que sua realização foi adequada, mas o sucesso não foi alcan-
çado, por exemplo, se um manipulador executou corretamente a etapa de limpeza,
mas utilizou a diluição errada para o grau de sujidade, ele não obteve sucesso, as
técnicas foram adequadas, mas a sujeira não foi eliminada.
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
Complete as frases:
- Eficiência acontece quando ___________________________
- Eficácia acontece quando _____________________________
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Método Característica
Com utilização de escovas e pré-lavagem para retirada dos
Limpeza manual. resíduos sólidos. Aplicado em utensílios, peças desmontáveis de
eletrodomésticos, formas em geral etc.
Limpeza mecânica com Com utilização de jatos de água de alta pressão. Aplicado em
pressurização. lavagem de latões, peças, ambiente externo etc.
Limpeza manual com uso de Aplicado em lavagem de caixas plásticas, instalações e superfí-
aspersores/pulverizadores. cies.
Máquinas de lavar louça. Aplicado em lavagem de utensílios, louças, bandejas etc.
- Solubilidade em água: açúcares, sais, suco de frutas e alguns corantes são eli-
minados com o contato abundante com a água. O processo pode ser otimiza-
do com a utilização de produtos tensoativos, que quebram a tensão superficial
da água e ajudam na umectação do meio.
- Solubilidade em solventes: batom, chicletes e óleos em geral não são solúveis
em água, assim é necessária a utilização de produtos à base de solventes or-
gânicos ou inorgânicos, que tornam essas sujidades solúveis no meio aquoso.
- Eliminação física: areia, fuligem e poeira são facilmente removidas por ação
física. O uso de tensoativos facilita a remoção destas sujidades.
- Emulsificação e saponificação: gorduras de origem animal, mineral e vegetal
podem ser removidas através de tensoativos associados à alcalinidade, tor-
nando-os solúveis em água.
- Descoloração: vinho, chá, café, medicamentos devem ser eliminados por pro-
dutos que promovam a oxidação, como o cloro e o peróxido de hidrogênio.
- Reação química: sais de dureza (Ca e Mg), ferrugem, limo, depósitos orgânicos,
terra, argila, cimento, gesso devem ser eliminados com produtos de base ácida.
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
Deve ser bem claro para o profissional que a diluição, o tipo de produto e o
tempo de contato com as superfícies são decisivos para sua ação correta e para
evitar a contaminação química.
Dosagem adequada = 1ppm = 1 parte por milhão = 1 parte de cloro ativo para 1 milhão de partes
do solvente (água).
Então 1mL de cloro deve ser solubilizado em 1.000.000mL de água
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Atividade De Estudo:
1 Pensando na importância da solubilidade correta do sanitizante
vamos praticar. Quanto de cloro ativo é necessário para ser diluí-
do em 1,8 litro de água?
R.__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2 E se for utilizado o produto comercial que tem apenas 10% de
cloro ativo, qual seria a quantidade de produto necessária para se
ter a dose de cloro ativo encontrado na questão anterior?
R.__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Além do cloro, há outro agente sanitizante que tem sido utilizado nas unida-
des de alimentação coletiva em instalações físicas, equipamentos, embalagens,
carros e caminhões de transporte, a clorexidina. Ela apresenta um excelente de-
sempenho como agente bactericida, fungicida e viricida além de apresentar baixa
toxidez, não ser absorvido pelo organismo, não agredir a pele, ser biodegradável
e de fácil manuseio.
Umas das vantagens deste composto em relação ao cloro é que ele não é
volátil, ou seja, não se evapora ao longo do tempo, assim, é possível preparar
soluções que se mantém ativas por até sete dias, desde que protegidas pela luz.
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
modificar sua concentração quando for utilizá-lo. Se a solução clorada for utilizada
a 400ppm em uma superfície provavelmente ela será desinfectada, enquanto a
100ppm será apenas sanitizada.
O que você entende quando lê “diluição 1:100”? Isso significa que 1 litro do
produto deve ser diluído em 100 litros de água. O mesmo que dizer que a solução
está concentrada em 1%.
Vamos utilizar como exemplo uma diluição de 1:50, ou seja, serão necessários 50 litros de água
para diluir 1 litro do produto. Para encontrar a concentração basta dividir 1 por 50 e multiplicar
por 100, nesse caso a concentração da solução é de 2%.
Atividade De Estudo:
Vamos praticar!
1 Suponha que será realizada a higienização da cozinha de uma
instituição de ensino infantil e o rótulo do produto utilizado descre-
ve que a diluição é 1:500, qual será a sua concentração depois
de diluído?
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
podem reagir entre si e causar acidentes de trabalho como queimaduras Todas as operações
ou formação de névoa tóxica. de higienização
em ambiente
de alimentação
Todas as operações de higienização em ambiente de alimentação coletiva devem
ser realizadas
coletiva devem ser realizadas por funcionários comprovadamente capa- por funcionários
citados e com frequência que garanta a manutenção dessas condições comprovadamente
e minimize o risco de contaminação do alimento. capacitados.
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Atividade De Estudo:
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Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
4 A COZINHA DA ESCOLA
Depois de tudo o que foi visto até aqui sobre a contaminação de alimentos,
suas consequências nocivas, os principais agentes contaminantes e a adequada
higienização a fim de diminuir os riscos da presença dos microrganismos prejudi-
ciais; o que você poderia apontar como aplicabilidade de todo esse assunto para
o ambiente escolar? E qual a importância em garantir que a refeição oferecida
pela escola seja nutricionalmente adequada e segura em relação ao aspecto higi-
ênico-sanitário?
Não há dúvida que o indivíduo na faixa etária escolar ainda está É inadmissível que
em processo de crescimento, necessitando de nutrientes indispensáveis a cozinha de uma
para seu desenvolvimento adequado. Além disso, eles são mais vulne- escola não atenda
ráveis para o desenvolvimento de doenças, ou seja, as consequências às exigências da
podem ser fatais devido ao fato de não possuírem o sistema imunológi- legislação vigente
para a produção de
co totalmente desenvolvido. Por isso, é inadmissível que a cozinha de
refeições seguras.
uma escola não atenda às exigências da legislação vigente para a pro-
dução de refeições seguras.
A cozinha de uma escola deve ser limpa, organizada (seguir um fluxo opera-
cional) e arejada, com abastecimento de água potável para lavagem das mãos e
utensílios, precisa apresentar condições apropriadas de armazenamento e con-
servação dos alimentos, o lixo deve ser corretamente armazenamento e elimi-
nado, e o estado de saúde dos profissionais responsáveis pela manipulação dos
alimentos monitorada regularmente.
73
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
No caso dos celíacos o cuidado deve ser redobrado uma vez que a farinha
de trigo se propaga pelo ar, podendo ficar em suspensão por até 24 horas. Nesse
caso, além dos equipamentos exclusivos, os alimentos com e sem glúten não po-
dem ser preparados juntos, principalmente em unidades escolares que utilizem fa-
rinhas em liquidificadores e batedeiras para fazer bolos e pães (BRASIL, 2016c).
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HIGIENIZE AS MÃOS:
Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
SALVE VIDAS
Técnica correta de higienização das mãos:
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Outro fator que contribui para a contaminação dos alimentos é a limpeza in-
satisfatória dos equipamentos e utensílios, pois qualquer falha nos procedimentos
de higienização permite que os resíduos aderidos aos equipamentos, utensílios
e superfícies transformem-se em potencial fonte de contaminação. O mesmo es-
tudo apresentado anteriormente demonstrou crescimento de Staphylococcus au-
reus e Escherichia coli em 14,2% das tábuas, enquanto 28,5% dos liquidificadores
estavam contaminados com os mesmos microrganismos. Já nas bancadas, ocor-
reu o crescimento de 14,2% de Staphylococcus aureus e 42,5% de Escherichia
coli (ARAÚJO et al., 2018). Os equipamentos e utensílios devem estar sempre
limpos, higienizados e armazenados em local limpo e protegido.
Falhas no uso dos equipamentos de proteção como o uso inadequado das
máscaras por longos períodos, uso da luva térmica para outras tarefas e contato
da luva térmica com outros equipamentos pode acarretar a contaminação cru-
zada. Vários trabalhos que trataram desta questão trazem fortes evidências da
transmissão de agentes patogênicos de doenças alimentares pelo alimento, por
manipuladores, por utensílios, por equipamentos e pelo próprio ambiente quando
os mesmos estão contaminados (TODD et al., 2009).
76
Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
77
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
-los informados é uma das maneiras de aliar-se a uma alimentação saudável. Po-
rém, a fiscalização é indispensável para que se cumpram os dispositivos legais.
78
Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
Para finalizar, apesar de a cozinha da escola ser mais parecida com a do-
méstica, ela não pode ser considerada como tal. As crianças atendidas devem
ser tratadas com o carinho e atenção que receberiam em casa, mas o preparo
de sua refeição deve ser realizado em ambiente mais parecido com as cozinhas
industriais, dotadas de normas e procedimentos a fim de garantir a segurança dos
alimentos oferecidos.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, você aprendeu sobre as normas estabelecidas pela Anvisa
para que as unidades de alimentação coletiva restrinjam ao máximo o risco de con-
taminação de alimentos adequando ou eliminando os seus agentes contaminantes.
79
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
REFERÊNCIAS
ABADIO, Patricia Foriwaa; ADI, Doreen Dedo. Evaluating food hygiene awareness
and practices of food handlers in the Kumasi Metropolis. Internet Journal of Food
Safety, v.14, p. 35-43, 2012.
80
Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
81
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
CUNHA, Diogo Thimoteo et al. Boas práticas e qualidade microbiológica nos serviços
de alimentação escolar: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Pesquisa
em Saúde, Vitória, v. 14, n. 4, p. 108-121, 2012.
82
Capítulo 2 Boas Práticas de Manipulação no Ambiente Escolar
JACQUES, Andressa Carolina et al. Sanitização com produto à Base de Cloro e com
Ozônio: Efeito Sobre Compostos Bioativos de Amora-preta (rubus fruticosus) cv.
Tupy. Revista Ceres, Viçosa, v. 62, n. 6, p. 507-509, 2015.
MEDEIROS, Maria das Graças Gomes de Azevedo et al. Percepção sobre a higiene
dos manipuladores de alimentos e perfil microbiológico em restaurante universitário.
Ciência e Saúde Coletiva, Rio de janeiro, v. 22, n. 2, p. 383-392, 2017.
REOLOM, Mônica. Intoxicação em escola foi causada por torta de frango, diz
laudo. O Estado de S. Paulo. 17 de setembro de 2013. Disponível em: https://
sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,intoxicacao-em-escola-foi-causada-por-
torta-de-frango-diz-laudo,1075706. Acesso em: 24 abr. 2019.
83
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
TODD, E. C. et al. Outbreaks where workiers have been implicated in the spread
of foodborne disease. Part 6. Transmission and survival of pathogens in the food
processing and preparation environment. Journal of Food Protection, v. 72, n.
1, p. 202-219, 2009.
84
C APÍTULO 3
Vigilância Sanitária e
Alimentação Escolar
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
86
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Até agora foi estudado sobre as maneiras e vias de contaminação de alimen-
tos, assim como suas consequências e os processos que devem ser observados
e garantidos em unidades de alimentação coletiva a fim de reduzir ao máximo o
risco da produção e do fornecimento de refeições impróprias para o consumo.
Neste capítulo vamos dar ênfase à faixa etária infantil e abordar as impli-
cações da alimentação escolar como garantia do Direito Humano à Alimentação
Adequada e Segurança Alimentar e Nutricional. Principalmente para aqueles que
estudam em escolas públicas e têm a escola como principal provedora da alimen-
tação diária.
2 ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
O organismo humano adquire os nutrientes essenciais para o seu crescimento,
desenvolvimento e força através da alimentação, que nada mais é que a ingestão de
alimentos e bebidas. Apenas aovisualizar um alimento saboroso, na estufa de uma
padaria, por exemplo, o organismo já inicia o processo de produção de ácido clorídrico
no estômago e os movimentos peristálticos do intestino são estabelecidos.
87
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Um fato que traz certa preocupação é que para algumas crianças, a única
refeição garantida durante o dia é a que é oferecida pela escola, tornando a ali-
mentação escolar um importante instrumento para a garantia do Direito Humano à
Alimentação Adequada e da Segurança Alimentar e Nutricional.
88
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
A anemia ferropriva é comum entre crianças, mas entre o grupo de risco tam-
bém se encontram adolescentes de ambos os sexos. Em fase mais avançada da
doença, pode ocorrer alterações cardiocirculatórias (sopros e taquicardia). Já a
deficiência de vitamina A pode levar à cegueira e nos casos de deficiência leve,
pode haver comprometimento do sistema imunológico, o que reduz a resistência à
diarreia e ao sarampo aumentando a ocorrência dessas doenças (BRASIL, 2007;
GOULART, VIANA, 2008).
89
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
90
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
O PNAE é regido pela Lei nº 11.947, de abril de 2009 (BRASIL, 2009b) e por
resoluções do FNDEque possibilitaram a expansão do atendimento de alimenta-
ção escolar; o desenvolvimento de ações de educação alimentar e nutricional nas
escolas; e a participação de agricultores familiares como fornecedores de alimen-
tos para as escolas uma vez que toda prefeitura/secretaria estadual de educação
é obrigada a investir 30% dos recursos federais da alimentação escolar à compra
de produtos oriundos da agricultura familiar. Esta medida promove a inclusão de
alimentos produzidos perto das escolas, estimulando o desenvolvimento local e
sustentável das comunidades.
91
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Governo Federal, por meio do FNDE – Responsável pela definição das regras
do programa. Onde se inicia o processo de financiamento e execução da alimen-
tação escolar.
Entidades Executoras (EEx) – Secretarias de Educação dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e as escolas federais, que se responsabilizam pelo de-
senvolvimento de todas as condições para que o PNAE seja executado de acordo
com o que a legislação determina.
Unidade Executora (UEx) – Sociedade civil com personalidade jurídica de direito
privado, vinculada à escola, sem fins lucrativos, que pode ser instituída por iniciativa
da escola, da comunidade ou de ambas. Representam a comunidade educativa.
Conselho de Alimentação Escolar – Responsável pelo controle social do PNAE,
isto é, por acompanhar a aquisição dos produtos, a qualidade da alimentação
ofertada aos alunos, as condições higiênico-sanitárias em que os alimentos são
armazenados, preparados e servidos, a distribuição e o consumo, a execução
financeira e a tarefa de avaliação da prestação de contas das EEx e emissão do
Parecer Conclusivo.
Tribunal de Contas da União e Ministério da Transparência, Fiscalização e
Controladoria-Geral da União – Órgãos de fiscalização do governo federal.
Ministério Público Federal – Em parceria com o FNDE, recebe e investiga as
denúncias de má gestão do programa.
Secretarias de Saúde e de Agricultra dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios – Responsáveis pela inspeção sanitária, por atestar a qualidade dos
produtos utilizados na alimentação ofertada e por articular a produção da agricul-
tura familiar com o PNAE.
Conselho Federal e Conselhos Regionais de Nutricionistas – Fiscalizam a
atuação desses profissionais.
92
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
93
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
94
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
vam esta adesão foram renda domiciliar per capita igual ou inferior a um salário
mínimo; acreditar que a alimentação escolar é saudável; e considerar adequadas
as condições físicas das escolas (espaço e limpeza do refeitório, assim como me-
sas e cadeiras suficientes) (VALETIM et al., 2017).
Atividade de Estudo:
Justificativa: _________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
Justificativa: _________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
95
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Justificativa: _________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
Justificativa: _________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
Justificativa: _________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
3 ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA
SANITÁRIA NO ÂMBITO ESCOLAR
Depois de aprender sobre as implicações da alimentação escolar para a
saúde, desenvolvimento e rendimento dos alunos vamos refletir sobre como a
vigilância sanitária pode ajudar na oferta de alimentos seguros para este público
específico.
96
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
Desde a idade antiga, quando ainda não era conhecido como acontecia a
contaminação e expansão da peste, cólera, varíola e outras doenças, já era sa-
bido que a água e os alimentos poderiam ser uma via de transmissão. Com o
crescimento das populações, e do agrupamento das mesmas nas cidades, os pro-
blemas de saúde foram crescendo e se tornando mais complexos, fazendo com
que a população já se preocupasse com a vigilância sanitária, talvez não com
este nome ainda.
Assim, por volta dos séculos 18 e 19, a vigilância sanitária teve início com
ações voltadas ao estudo da água, dos alimentos que eram consumidos e a remo-
ção do lixo produzido pelas cidades cada vez maiores e mais populosas. A água
que abastecia as cidades deveria ser transportada por aquedutos, o lixo deveria
ter um local próprio para depósito e outras providências foram tomadas para ga-
rantir a higiene e evitar a propagação de doenças.
97
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Nas cidades grandes estes problemas são mais complexos, mas nas peque-
nas cidades também há consumo de alimentos, remédios e produção de lixo e
esgoto. E nas cidades agrícolas o consumo de agrotóxicos, inseticidas e outros
produtos perigosos para a saúde costuma ser bem maior.
98
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
Entre 1991 a 1995 o Brasil foi indicado para ser o Coordenador do Comitê
Regional da FAO/OMS para a América Latina e o Caribe (CCLAC) e em segui-
da foi eleito membro do Comitê Executivo da Comissão do Codex Alimentarius
(CCEXEC), como Representante Geográfico para a América Latina e o Caribe
(1995 a 2003). Ele também presidiu a Força Tarefa de Sucos de Frutas, no pe-
ríodo de julho de 1999 a julho de 2005, que teve como missão revisar todas as
normas para este produto e sediou, em 2017, a 11ª reunião do Comitê Codex de
Contaminantes de Alimentos (CCCF).
99
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
FONTE: A autora
Nota: MRE (Ministério das Relações exteriores), INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial), MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento), MJ (Ministério da Justiça), MDIC (Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio), ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), CNI
(Confederação Nacional da Indústria), CNA (Confederação Nacional da Agricultura), CNC
(Confederação Nacional do Comércio), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
IDEC (Instituto de Defesa dos Consumidores).
em alimentos e higiene dos alimentos, por isso, todos os documentos que vem
sendo discutidos neste livro são baseados em normas internacionais, pois os re-
sultados de todas as discussões do exterior impactam diretamente no trabalho de
avaliação de risco e de regulamentação da área de alimentos da Anvisa,subsi-
diando, portanto, todas as ações de controle sanitário de alimentos.
Comitê Objetivos
(a) estabelecer ou endossar níveis máximos de contaminantes em alimentos;
(b) preparar listas prioritárias de contaminantes para avaliação de risco pelo Comitê
Misto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares;
CCCF (c) considerar métodos de análise para a determinação de contaminantes em
alimentos;
(d) elaborar padrões e códigos de prática para redução de contaminantes em
alimentos.
(a) regulamentar os limites e as práticas para a redução de microrganismos patogê-
CCFH
nicos em alimentos.
FONTE: A autora
101
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
inspeções periódicas Este controle acontece de duas maneiras: (1) pelo responsável
em unidades técnico do serviço de alimentação e (2) pelo fiscal da vigilância sanitá-
de alimentação
coletiva devem ser ria. O primeiro faz rondas periódicas para garantir que quando o fiscal
realizadas com a aparecer não verá nenhum problema na produção e distribuição de ali-
utilização da Lista mentos na instituição onde ele trabalha.
de Verificação
das Boas Práticas
de Fabricação Estas inspeções periódicas em unidades de alimentação coletiva
estabelecida pela
Resolução RDC devem ser realizadas com a utilização da Lista de Verificação das Boas
nº 275, de 21 de Práticas de Fabricação estabelecida pela Resolução RDC nº 275, de 21
outubro de 2002. de outubro de 2002.
Antes de aprender sobre esta lista vamos relembrar um pouco sobre os Pro-
cedimentos Operacionais Padronizados (POP) que são indispensáveis para o
controle higiênico sanitário de unidades de alimentação coletiva.
Após a construção e atualização de cada POP ele deve ser aprovado, datado
e assinado pelo responsável técnico, para que ele se comprometa a implementar,
monitorar, avaliar e registrar os mesmos. Nele deve conter a frequência das ope-
102
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
103
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Toda unidade de
alimentação coletiva Toda unidade de alimentação coletiva deve apresentar o POP ane-
deve apresentar xado ao Manual de Boas Práticas de Fabricação, inclusive as institui-
o POP anexado
ao Manual de ções de ensino que fornecem refeições diárias para as crianças aten-
Boas Práticas de didas.
Fabricação.
Atividade de Estudo:
104
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
Código
________________ PROCEDIMENTO OPERACIONAL Edição
(nome da empresa) PADRONIZADO Data
Página
Objetivo:
Alcance:
Material necessário:
Descrição da atividade:
Resultado esperado:
Periodicidade:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Profissional responsável:
______________________________________________________________________
Ações corretivas:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Possibilidade de erros:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Referência:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Elaborado por: Revisado por: Aprovado por:
(Nome) ________________ (Nome) ________________ (Nome)
________________
(Data) _____/_____/_____ (Data) _____/_____/_____ (Data)
_____/_____/_____
105
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Nome do estabelecimento:
Proprietário/Responsável Técnico:
CNPJ/CPF:
Nº. Total de Trabalhadores no estabelecimento:
Legenda:
S – Sim;
N – Não;
NA – Não se aplica à atividade desenvolvida;
ITENS NECESSÁRIOS S N NA
1.1) Permitida a comercialização (educação básica): cachorro quente,
bolachas e biscoitos, sanduíches, sucos naturais e/ou concentrados, acho-
colatados, salgados assados, bebidas lácteas e iogurte, pipoca (milho), bolo
simples e frutas
1.2) Proibida a comercialização (educação básica): bebidas com quaisquer
teores alcoólicos; balas, pirulitos e gomas de mascar; refrigerantes e sucos
artificiais; salgadinhos industrializados; salgados fritos; pipocas industrializa-
das e demais alimentos altamente cariogênicos.
1.3) Disponibiliza dois tipos de frutas sazonais, objetivando a escolha e o
enriquecimento nutritivo dos alunos.
1.4) Possui assessoria de profissional nutricionista, com o objetivo de garan-
tir a qualidade higiênico-sanitário e nutricional dos produtos comercializados.
1.5) Mural informativo medindo no mínimo 1 m X 1 m, para divulgação e in-
formações e Caráter Educacional, sobre assuntos ligados à área de nutrição
e alimentação.
1.6) Área externa livre de sujeiras, objetos em desuso ou estranhos a ativi-
dade, animais, insetos ou roedores.
1.7) Ambiente em boas condições de organização e limpeza, livre de objetos
em desuso.
1.8) Área de manipulação sem comunicação com outras áreas de risco
(vestiários, sanitários).
106
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
107
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
FONTE: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_275_2002_
COMP.pdf/fce9dac0-ae57-4de2-8cf9-e286a383f254>. Acesso em: 16 jun. 2019.
108
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
109
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Atividade De Estudo:
Educanvisa também
afeta a qualidade A Anvisa desenvolve um programa educativo nas escolas desde
da alimentação 2006 denominado Educanvisa (Figura 2). Este programa também afeta
escolar uma vez que a qualidade da alimentação escolar uma vez que tem como objetivo
tem como objetivo
promover melhorias promover melhorias nas relações de consumo de produtos e serviços
nas relações de sujeitos à vigilância sanitária.
consumo de produtos
e serviços sujeitos à
vigilância sanitária. Desde 2009 o projeto tem sido aperfeiçoado e passou a ser desenvol-
vido com recursos próprios e contar com parceria das vigilâncias sanitárias
locais e as secretarias de Educação com o intuito de inserir nos conteúdos programá-
ticos das escolas de ensino básico das localidades participantes o tema de saúde e
vigilância sanitária.
110
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
4 RELATOS DE EXPERIÊNCIA
Estamos chegando ao final do livro! Até aqui você já aprendeu muita coisa
sobre a contaminação de alimentos, as diretrizes para o controle sanitário dos
111
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Não adianta os Em 2015 a mesma pesquisa mostrou certa evolução nos padrões
manipuladores de
de higiene dos estudantes com 12,7% dos escolares admitindo que
alimentos tomarem
todos os cuidados nunca ou raramente lavavam as mãos antes de comer, 93,8% admitin-
possíveis para do lavarem as mãos após usar o sanitário com 8,1% nunca ou raramen-
a produção de te usando sabão/sabonete. Um dado interessante é que as meninas
alimentação segura matriculadas no 9º ano do ensino fundamental apresentam mais o hábi-
se os consumidores
to de nunca ou raramente lavar as mãos antes de comer em compara-
não fizerem sua parte.
ção com os meninos (14,2% vs 11,0%) (BRASIL, 2016). A lavagem das
mãos após utilização do banheiro ou vaso parece ser o hábito mais consolidado,
mas ainda é necessário ações de estímulo à incorporação da higienização correta
antes de comer. Não adianta os manipuladores de alimentos tomarem todos os
cuidados possíveis para a produção de alimentação segura se os consumidores
não fizerem sua parte.
Ainda sobre a lavagem das mãos, para que ela ocorra é necessária a exis-
tência nas escolas de pia ou lavatório em condições de uso com acesso a água
e sabão para os alunos. Mas foi observado que nas escolas públicas brasileiras
apenas 55,0% dos alunos têm acesso ao lavatório, contra 96,8% dos alunos da
rede privada (BRASIL, 2016). O que denota a necessidade de adequação do am-
biente físico das escolas para que o hábito de higiene seja consolidado.
112
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
Por outro lado, 54% dos estudantes frequentam escolas públicas com canti-
nas ou ponto alternativo de venda, onde uma variedade de alimentos considerados
pouco nutritivos e inadequados à promoção da saúde na escola é vendida. Na rede
privada, o percentual de alunos do 9º ano do ensino fundamental que frequenta es-
colas com cantina ou ponto alternativo de venda atinge 92% (BRASIL, 2016).
Observou-se que o tipo de alimento que os alunos estão expostos por meio
destes pontos de venda não estão incluídos em uma dieta saudável, são eles:
guloseimas (balas, confeitos, doces, chocolates, sorvetes, chupe-chupe e outros),
refrigerantes e salgadinhos industrializados (Figura 3). Essa situação é preocu-
pante, uma vez que 41,6% dos estudantes informaram consumir guloseimas cinco
dias ou mais em uma semana normal. A ausência de uma normativa nacional que
regule a venda desse tipo de alimento no ambiente escolar pode estar compro-
metendo a promoção de hábitos saudáveis entre os estudantes (BRASIL, 2016).
113
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
80,0
60,0
40,0
70,6
62,3 63,7 60,0
58,5
49,7
20,0
0,0
Refirgerante Guloseimas Salgadinhos industrializados
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar 2015. FONTE: Brasil (2016)
Nota: Dados referentes à Amostra 1.
115
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
Atividade de Estudo:
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, você aprendeu sobre a importância da alimentação escolar e
as particularidades do grupo etário infantojuvenil, além de aprender sobre a ma-
neira como as normas publicadas pela vigilância sanitária podem auxiliar as uni-
dades de alimentação escolar a oferecerem alimentos seguros aos alunos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Jamille Souza et al. Perfil das Merendeiras e Inadequação das
Condições Sanitárias e Estruturais de Escolas de uma Cidade do Recôncavo da
Bahia – Brasil. Revista Cereus, v. 10, n. 3, p.103-119, 2018.
116
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
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Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
118
Capítulo 3 Vigilância Sanitária e Alimentação Escolar
LOPES, Ana Carolina de Carvalho; et al. Avaliação das Boas Práticas em unidades
de alimentação e nutrição de escolas públicas do município de Bayeux, PB, Brasil.
Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 7, p. 2267-2275, 2015.
LUNDBLAD, Kristin et al. Severe iron deficiency anemia in infants and young
children, requiring hospital admission. Global Pediatric Health, v. 3, 2016.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4784557/
pdf/10.1177_2333794X15623244.pdf. Acesso em: 15 maio 2019.
119
Alimentação Escolar e Vigilância Sanitária
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