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Índice

1. Introdução....................................................................................................................2
1.1. Objectivos.............................................................................................................3
1.1.1. Geral...................................................................................................................3
1.2. Específicos............................................................................................................3
2. Contextualização......................................................................................................3
2.1. A alimentação infantil............................................................................................3
2.1.1. As fases da alimentação infantil.....................................................................3
2.2. Alimentação e nutrição infantil dos 0-5anos..........................................................4
2.3. Gestão alimentar na fase infantil............................................................................5
3. Necessidades nutricionais..........................................................................................5
3.1. Recomendações alimentares nas crianças de acordo com a faixa etária................7
3.2. Aleitamento Materno e normas..............................................................................7
3.3. Alimentação láctea exclusiva.................................................................................8
3.4. Amamentação ao peito e suplementos alimentares................................................8
3.4.1. A alimentação da criança sofre mudanças ao longo do seu crescimento...........9
3.5. Dificuldades da nutriz em oferecer o aleitamento materno..................................10
3.6. Consequências do desmame precoce....................................................................11
3.7. Causas da interrupção precoce da amamentação..................................................11
4. Conclusão.................................................................................................................12
5. Referências...............................................................................................................13
1. Introdução
O presente trabalho irá abordar da alimentação e nutrição infantil faseada dos 0 a
5 anos, onde se presume que as crianças com essa idade, precisam de uma
alimentação saudável e adequada é capaz de prevenir o aparecimento de doenças, como
a obesidade infantil. Mais profundo, o trabalho apresentara com mais detalhes o
processo de aleitamento materno e normas vigentes no pais, onde se destaca demais o
recado de amamentação como uma forma mais segura, económica e muito conveniente.
É uma relação “directa do produtor ao consumidor”, disponível em qualquer lugar, sem
risco de contaminação na preparação e a temperatura é sempre adequada.. E por fim,
apresentara-se as possíveis consequências do processo de desmame precoce, esta que
por sua vez trás a falta de amamentação ou sua interrupção precoce em associação a
introdução de outros alimentos à criança antes do sexto mês devida traz consequências
importantes para a saúde do bebé, a exemplo de exposição a agentes infecciosos,
contacto com proteínas estranhas, prejuízo da digestão e assimilação de elementos
nutritivos.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Compreender o processo de gestão da alimentação infantil
1.2. Específicos
 Explicar o processo nutricional infantil na fase dos 0 a 5 anos de idades ;
 Apresentar a gestão de alimentação infantil segundo a faixa etária dos 0 a 5
anos;
 Identificar as causas do desmame precoce em Moçambique.
2. Contextualização
2.1. A alimentação infantil
A alimentação infantil tem papel fundamental no crescimento e desenvolvimento da
criança. Ela deve ser equilibrada e com todos os nutrientes necessários para a fase da
vida em que a criança se encontra. Além disso, uma alimentação saudável e adequada é
capaz de prevenir o aparecimento de doenças, como a obesidade infantil.
Algumas crianças possuem o paladar mais selectivo e têm grande dificuldade em ingerir
os nutrientes necessários através das refeições. Nesses casos, a ingestão de
polivitamínico infantil pode ajudar. Continue lendo o texto para entender melhor sobre a
alimentação infantil e o uso de suplemento alimentar infantil.
2.1.1. As fases da alimentação infantil
A relação dos pequenos com a alimentação é muito afectada por factores emocionais e
externos, como a relação com a pessoa que está presente no momento da refeição e o
exemplo dos familiares à mesa. Os pequenos podem também demonstrar na relação
com os alimentos a reacção a momentos delicados como separação dos pais, a chegada
de um irmãozinho ou a uma mudança de casa. 
Os três primeiros anos de vida da criança são cruciais para a alimentação, porque é
nessa etapa da vida que são desenvolvidas algumas habilidades motoras, cognitivas e
sociais essenciais para o processo. 
 A primeira fase
A primeira fase desse desenvolvimento acontece entre o nascimento e o terceiro mês do
pequeno. É quando a criança organiza suas necessidades de fome e saciedade e
desenvolve um padrão alimentar regular mamando a cada 2h30, 3 ou 4 horas, por
exemplo. 
 A segunda fase
Dos três aos sete meses vem a segunda fase, na qual vai sendo criado um vínculo e o
apego entre o pequeno e a pessoa que o alimenta. Nesse estágio eles começam a se
comunicar e o bebé vai criando uma relação de confiança e tranquilidade.
 A terceira fase
Entre os seis meses e os três anos de idade a criança traça um caminho de “separação”
emocional da mãe e descobre ser um indivíduo particular que possui suas próprias
vontades, autonomia e vai se tornando independente. É nessa etapa do desenvolvimento
que o pequeno vai descobrindo um mundo de experiências e sensações, vai usando suas
habilidades motoras e sensoriais para fazer essa descoberta e começa a estabelecer uma
alimentação independente. 
Inclusive a fase dos dois aos três anos é bastante conhecida por ser a fase do “não” ou
da adolescência dos bebés. Isso acontece justamente porque eles se descobrem como
indivíduo independentes dos pais e resolvem exteriorizar suas vontades. 

2.2. Alimentação e nutrição infantil dos 0-5anos


A alimentação é determinante para a sobrevivência de uma espécie. Na espécie humana,
está provada uma forte associação entre a sua adequação e o crescimento, o
desenvolvimento e a expressão do binómio saúde/doença ao longo da vida (Aggett,
2000). A ciência vem demonstrando, com robustez crescente, a existência de um forte
impacto da alimentação e do estado de nutrição nos primeiros anos de vida e a
programação da saúde futura do indivíduo (Gluckman P, 2007; Lanigan, 2009;
Koletzko, 2012, Koletzko, 2017). Efetivamente, os primeiros meses/anos de vida são
determinantes não apenas para a aquisição e sedimentação de hábitos alimentares
saudáveis, mas também na expressão máxima do potencial individual de crescimento e
de desenvolvimento neurocognitivo e ainda na modulação individual do risco de
doenças crónicas do adulto, nomeadamente da doença cardiovascular, diabetes e cancro,
entre outras (Gruszfeld, 2013; Zalewski, 2017). A esta influência precoce da
alimentação e da nutrição na expressão futura da saúde chama-se “programação” que,
como se depreende, não é apenas metabólica, mas também comportamental (Koletzko,
2017). Ao período entre o momento da conceição e o final dos 2 anos de idade, período
de extrema vulnerabilidade às influências ambientais e particularmente nutricionais,
denomina-se como “janela dos primeiros 1000 dias” (Blomfield, 2013; Koletzko, 2017).

2.3. Gestão alimentar na fase infantil


Segundo o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, é indicado
que a alimentação do bebé seja feita apenas com o leite materno até os seis meses de
idade — nem mesmo água ou outros líquidos. Introduzir alimentos antes dos seis meses
é desnecessário e pode ser prejudicial para a saúde do bebé.
A partir dos seis meses de vida, outros alimentos podem começar a ser introduzidos na
alimentação infantil. É indicado que a amamentação seja feita no mínimo até os 2 anos
de idade e que a comida seja preparada em casa, com grande variedade de alimentos
saudáveis, como legumes e frutas.
Aos dois anos de idade, a criança já começa a ter suas preferências e seus movimentos
estão mais evoluídos, permitindo que ela se alimente sozinha. Elaborar um prato
colorido faz com que a criança tenha mais interesse em sua comida. A refeição deve ser
rica em proteínas, carbohidratos, vitaminas, ferro, cálcio e zinco, ajudando
no desenvolvimento saudável da criança.
É importante que a alimentação infantil não contenha alimentos gordurosos,
industrializados, embutidos e ricos em açúcar, como refrigerantes, doces e chocolates. A
má alimentação é uma das principais causas para a obesidade infantil. Para que a
alimentação infantil seja completa, o ideal é seguir a orientação de um médico ou
nutricionista.

3. Necessidades nutricionais
A nutrição e a alimentação, esta última como comportamento, têm tido um papel crucial
na evolução biológica e no desenvolvimento humano. De facto, o organismo é, em certo
sentido, o produto da sua própria nutrição que se entende como sendo o processo pelo
qual o ser vivo digere os alimentos, utiliza a energia e incorpora os nutrientes, processo
esse que tem o seu auge em idade pediátrica pelos fenómenos biológicos básicos a ela
associados: a programação, o crescimento e a maturação (Williams, 2017).
As “necessidades nutricionais” compreendem, por definição, o aporte suficiente de
nutrientes para suprir as necessidades fisiológicas, ou seja, a quantidade de nutrientes
sistematicamente necessários para assegurar o melhor crescimento e composição
corporal esperados para o grupo etário, tendo em conta a actividade física e social
(Aggett, 1997; FAO/ WHO/ ONU, 2004; Koletzko, 2008). Têm como objectivo último
garantir o alcance do máximo potencial genético e minimizar o risco de doença, quer de
imediato quer a longo prazo (Koletzko, 2017). Assim, o incumprimento das
necessidades nutricionais, traduzido pelo excesso ou défice do aporte calórico,
acompanhado ou não de desequilíbrio dos nutrientes fornecidos, tem repercussões a
curto prazo (ao comprometer o crescimento e o desenvolvimento harmoniosos), mas
também a longo prazo, ao hipotecar a saúde futura (Koletzko, 2017).
O termo “recomendações nutricionais” refere-se a um conjunto de valores de referência
para energia e nutrientes destinados a populações de indivíduos saudáveis (FAO/ WHO/
ONU, 2004).
O processo de desenvolvimento de recomendações nutricionais baseia-se normalmente
no conceito estatístico de que as necessidades nutricionais variam de pessoa para pessoa
e que essa variação assume uma distribuição normal (gaussiana) na população,
importando conhecer as seguintes definições (King, 2007; Koletzko, 2008; Manson,
2016):
 Necessidade média (Average Requirement – AR) que corresponde à ingestão
nutricional estimada como adequada para satisfazer as necessidades nutricionais
conhecidas de 50% dos indivíduos de uma dada população. A AR é usada para
estimar a prevalência de inadequação da ingestão num grupo;
 Ingestão de Referência Populacional (Population Reference Intake - PRI) que
corresponde à ingestão nutricional considerada adequada para satisfazer as
necessidades nutricionais conhecidas de 97,5% dos indivíduos de uma dada
população. Num indivíduo, a ingestão usual igual ou acima deste nível pressupõe
uma baixa probabilidade de inadequação. O PRI não deve ser usado para avaliar a
prevalência de inadequação da ingestão de grupos;
 Ingestão Adequada (Adequate Intake – AI) valor que também traduz as
necessidades de ingestão adequada de determinado nutriente em indivíduos
saudáveis, sendo utilizado sempre que não existe evidência científica suficiente para
estabelecer uma PRI ou uma AR. Uma média da ingestão habitual igual ou superior
ao valor de AI implica uma baixa prevalência de ingestão inadequada. Se a ingestão
média for inferior ao valor de AI a prevalência de inadequação não poderá ser
determinada. Importa ainda definir o conceito de limite superior – Tolerable Upper
Intake Level (UL), ou Upper Nutrient Level (UNL) – que corresponde ao valor
máximo de ingestão de um dado nutriente até ao qual é provável não existir risco de
efeitos adversos. Acima desta quantidade, o nutriente não deve ser ingerido, pois
pode representar um risco para a saúde.

3.1. Recomendações alimentares nas crianças de acordo com a faixa etária


A criança durante o 1º ano de vida (1-12 meses) recebe a designação de “lactente”
atendendo à importância que o leite, preferencialmente materno, adquire na sua
alimentação. Efetivamente, este deverá ser o alimento exclusivo até cerca dos 6 meses,
continuando a ocupar um lugar de destaque na oferta alimentar até aos 12 meses de
idade, enquanto se vão introduzindo os outros alimentos que fazem parte da dieta
familiar (WHO, 2002; ESPGHAN, 2017). A introdução de outros alimentos, para além
do leite, constitui o período de diversificação alimentar, importante para o treino de
paladares, texturas e modulação comportamental (Issanchou, 2017). Muito embora
devam ser respeitadas as recomendações das comissões de nutrição, nomeadamente da
ESPGHAN (ESPGHAN, 2017), relativamente à introdução de novos alimentos, as
características do lactente e as tradições culturais do agregado familiar devem ser tidas
em conta. Após o 1º ano de vida a criança é inserida na dieta da família, o que só por si
denota a grande importância que os hábitos alimentares do agregado familiar têm na
estruturação/modelação e na sedimentação do comportamento.

3.2. Aleitamento Materno e normas


Amamentação: mais do que alimentar Falar de “amamentação” ou “aleitamento
materno” é mais do que falar de “leite materno”. A amamentação é um processo
abrangente, muito mais do que o simples ato de nutrir (Ballard 2013).
Amamentar promove um vínculo emocional forte e duradouro, entre mãe e filho, a
partir do momento em que a criança descobre o seio materno (WHO, 2009; ESPGHAN,
2009; Levy, 2012; Comissão de Nutrição da SPP,2012; Eriksen, 2018).
Comparada com a alimentação com fórmula infantil, a amamentação é mais segura,
económica e muito conveniente. É uma relação “directa do produtor ao consumidor”,
disponível em qualquer lugar, sem risco de contaminação na preparação e a temperatura
é sempre adequada (WHO, 2009; Levy, 2012). Outra vantagem do leite materno é a sua
composição ideal para o lactente humano, aspecto abordado mais adiante. Do que a mãe
deve estar ciente nas vésperas do parto É frequente a gestante, antes do parto, ter no seu
imaginário um recém-nascido que, no que respeita à alimentação, se comporta como se
já tivesse uma ou duas semanas de idade e não horas ou poucos dias. É importante
conhecer que, após o nascimento, a capacidade gástrica é reduzida (20-30 ml), pelo que
o recém-nascido não tem necessidade de mamar tanto quanto irá fazer quando tiver uma
semana de idade, já com o dobro da capacidade gástrica (WHO, 2009; Bergman, 2013).

3.3. Alimentação láctea exclusiva


É consensual, quer por parte das comissões de nutrição (ESPGHAN, 2017; Comissão
de Nutrição da SPP, 2012) quer pela OMS (WHO, 2009), que o lactente pode ser
exclusivamente amamentado durante os primeiros 6 meses de idade, devendo a
amamentação manter-se a par da diversificação alimentar e durante a introdução na
dieta familiar, ou seja, até aos 12-24 meses (WHO, 2009). Durante o primeiro semestre
de vida, caso o leite materno se torne insuficiente, a alimentação deve continuar a ser
exclusivamente láctea, devendo utilizar-se, em complementaridade ou em alternativa,
fórmulas infantis, cuja composição é concebida para se aproximar à do leite humano
(Hojsak, 2018). Importa referir que o aleitamento materno, mesmo que parcial ou em
período menor que o desejável, mantém um efeito benéfico quando comparado com a
alimentação exclusiva com fórmula infantil (ESPGHAN, 2009; ESPGHAN, 2017;
Comissão de Nutrição da SPP, 2012).
3.4. Amamentação ao peito e suplementos alimentares
Existe uma associação entre o estado nutricional da criança e a morbilidade e
mortalidade. A amamentação ao peito tem uma influência positiva no estado nutricional
da criança e por conseguinte na morbilidade e mortalidade infantil. Em geral uma
nutrição inadequada (em quantidade e ou qualidade) está causalmente associada à
etiologia de doenças particularmente as de origem infecciosa e por sua vez estas
condicionam o estado nutricional por interferirem negativamente nos processos
fisiológicos do crescimento corporal e alimentação adequada da criança. O início e
duração da amamentação são factores que podem ter influência no desenvolvimento
somático. Sabe-se que o leite materno goza de propriedades fisiológicas importantes
para a criança dentre as quais se salienta a presença de anticorpos maternos importantes
para a prevenção de infecções. Por outro lado, o leite materno está sempre à temperatura
ideal, é estéril e está sempre disponível. A amamentação proporciona uma ligação
afectiva entre a mãe e a criança que é importante para o desenvolvimento psicomotor da
criança. Por outro lado, a amamentação ao peito tem por via hormonal efeitos sobre a
fertilidade pós-parto o que pode contribuir para o espaçamento dos nascimentos. Em
contraste, o uso de biberão comporta um risco acrescido de transmissão de doenças
sobretudo nas áreas rurais e suburbanas onde os padrões de higiene não são apropriados.
A prática de amamentação ao peito tem sido encorajada nas unidades sanitárias do país
e é prática comum em todas as regiões de Moçambique.

De acordo com Santos et al. (2014), a protecção, a promoção e o apoio ao aleitamento


materno têm sido uma estratégia de extrema importância entre os esforços mundiais
para melhorar as condições de saúde das crianças. Dentre os benefícios do aleitamento
materno estão menores taxas de diarreia, de infecções do trato respiratório e outras
infecções, além de menor mortalidade por essas doenças em crianças questão sendo
amamentadas. Segundo Cervato-Mancuso et al. (2010), o leite materno possui outros
componentes que atuam na defesa do organismo do bebé, além da composição
adequada de nutrientes, como imunoglobulinas, factores anti-inflamatórios e imuno
estimuladores. Seus mecanismos incluem actividade específica contra agentes
infecciosos, crescimento celular da mucosa intestinal, que aumentam a resistência às
infecções, entre outros. O ideal é que a criança seja amamentada sem restrições de
horários e de tempo de permanência na mama. É o que se chama de amamentação em
livre demanda. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência e
sem horários regulares. Em geral, um bebé em aleitamento materno exclusivo mama de
oito a 12 vezes ao dia. Muitas vezes, as mães costumam interpretar esse comportamento
normal como sinal de fome do bebé, leite fraco ou pouco leite, o que pode resultar na
introdução precoce e desnecessária de suplementos (BRASIL, 2015)

3.4.1. A alimentação da criança sofre mudanças ao longo do seu crescimento.


Aconselha-se que a criança seja exclusivamente alimentada ao peito até a idade de 4
meses altura em que se recomenda a introdução de alimentos suplementares tais como,
papinhas, fruta, sopas e outros alimentos semi-sólidos disponíveis que a mãe pode
preparar. Indagou-se às mães sobre a prática corrente (nas 24 horas precedentes ao
inquérito) de alimentação das crianças vivas com menos de três anos. É evidente no
abaixo que cerca de um pouco mais de metade das crianças com menos de 2 meses de
idade (53%) é alimentada exclusivamente com leite materno. Esta proporção baixa para
4% nas crianças com 6-7 meses. De igual modo os suplementos alimentares são
utilizados em cerca de 82% das crianças com 6-7 meses e em 87% de crianças dos 10-
11 meses. Apesar de que a introdução de suplementos alimentares ser recomendada a
partir dos 4 meses, é interessante notar que cerca de 28% das crianças dos 2-3 meses
estão a receber suplementos alimentares. A amamentação ao peito e o uso de água é
feita em 31% das crianças com menos de 2 meses de idade. Esta prática que tem sido
documentada em países da África Sub-Sahariana não parece ter benefícios para a
criança e pode estar relacionada com a transmissão de doenças tais como a diarreia e
interfere com a amamentação ao peito. A amamentação ao peito tem continuado para
além do primeiro ano de vida em muitos países Africanos. Em Moçambique cerca de
96% das crianças entre 12-13 meses e 40% das crianças com idade entre 24-25 meses
continuam a ser amamentadas ao peito.
Figura 01-Distribuicao percentual das crianças em condições de amamentação

3.5. Dificuldades da nutriz em oferecer o aleitamento materno


De acordo com Rodrigues et al. (2014), apesar de a amamentação ser um processo
natural do ser humano, é comum encontrar, mães com dificuldades nesse processo, o
que pode provoca o desmame precoce. Moura et al. (2015) enfatizam que alguns
factores favorecem o desmame precoce como, o nível de escolaridade da mãe, trabalho
materno, renda familiar, presença do pai, as suas condições de nascimento e o período
pós-parto, idade da mãe, influências culturais dos familiares e as condições habituais de
vida. Esses factores estão directamente relacionados à mãe, outros se referem à criança
e ainda ao ambiente. Segundo Epifanio e Margotti (2014), a mãe no momento que entra
no mercado de trabalho tem risco aumentado para oferecimento precoce de alimentos
diferentes do leite materno, em especial, o leite de vaca. A iminência do retorno ao
ambiente de trabalho conduz a nutriz a incluir precocemente o leite artificial na
alimentação da criança. Pesquisas mostraram que para a maioria das mulheres a
experiência da amamentação é um processo desgastante, repletos de dificuldades,
incertezas, ansiedade se culpa (SANCHES et al., 2011).
3.6. Consequências do desmame precoce
Segundo Moura et al. (2015), a falta de amamentação ou sua interrupção precoce em
associação a introdução de outros alimentos à criança antes do sexto mês devida traz
consequências importantes para a saúde do bebé, a exemplo de exposição a agentes
infecciosos, contacto com proteínas estranhas, prejuízo da digestão e assimilação de
elementos nutritivos, entre outras. Schincaglia et al. (2015) confirmam que a introdução
precoce de alguns alimentos, como por exemplo o leite de vaca, pode ocasionar
processos alérgicos, além do que a exposição prematura a proteínas diferentes do leite
materno estar associada ao aumento do risco de diabetes tipo 1 e de doenças atópicas,
como asma.

3.7. Causas da interrupção precoce da amamentação


Epifanio e Margotti (2014) acharam em seu estudo que os factores de risco para auto
eficácia prejudicada no aleitamento materno foram: escolaridade (mulheres com estudo
de até 8 anos) e as mães que tiveram seu primeiro filho. Segundo Rodrigues et al.
(2014), as razões que podem levar ao desmame prematuro são: deficiência orgânica da
mãe, nível sócio económico, mudanças na estrutura familiar, algum problema com o
bebé, grau de escolaridade, urbanização, condições do parto, idade materna, falta de
incentivo do cônjuge e de parentes, trabalho materno e desinteresse da mãe em
amamentar. O afastamento de mãe e filho em decorrência do retorno da mulher ao
trabalho é um dos factores de risco para o desmame precoce, sendo a falta de
informações quanto à retirada e armazenamento adequado do leite materno, tema que
geralmente não faz parte do senso comum e pouco falado no período pré-natal, como
um desses factores agravantes (OLIVEIRA et al., 2015). Fialho et al., (2014)
verificaram em seu estudo que os principais motivos relacionados ao desmame estão, o
uso de chupetas e mamadeiras, o relato de mães afirmando que “o leite secou” ou o
“bebé chorava”, ou ainda, o “leite materno fraco”, nível socioeconómico, grau de
escolaridade da mãe, trabalho materno, incentivo do companheiro e de parentes e ainda
a intenção da mãe de amamentar. Moreno e Schmidt (2014) afirmaram em seu estudo
que os principais factores relatados pelas mães para a interrupção da amamentação de
maneira precoce foram à falta de motivação e hipogalactia. Em concordância com
Oliveira et al., (2015), os problemas mamários estão dentre os principais factores que
levam a ocorrência do desmame precoce. As intercorrências associadas à mama
puerperal podem ser revertidas com técnicas adequadas de pega.
4. Conclusão
Após abordar os pontos inerentes a alimentação e nutrição infantil, conclui-se que a
alimentação é determinante para a sobrevivência de uma espécie e na espécie humana,
está provada uma forte associação entre a sua adequação e o crescimento, o
desenvolvimento e a expressão do binómio saúde/doença ao longo da vida. Ainda na
mesma senda, pode-se chegar a conclusão que amamentação ao peito tem uma
influência positiva no estado nutricional da criança e por conseguinte na morbilidade e
mortalidade infantil. Em geral uma nutrição inadequada (em quantidade e ou qualidade)
está causalmente associada à etiologia de doenças particularmente as de origem
infecciosa e por sua vez estas condicionam o estado nutricional por interferirem
negativamente nos processos fisiológicos do crescimento corporal e alimentação
adequada da criança. E no final de todas abordagens, nota-se que a falta de
amamentação ou sua interrupção precoce em associação a introdução de outros
alimentos à criança antes do sexto mês devida traz consequências importantes para a
saúde do bebé, a exemplo de exposição a agentes infecciosos, contacto com proteínas
estranhas, prejuízo da digestão e assimilação de elementos nutritivos
5. Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Saúde da criança:
Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Brasília. 2015. Disponível em: .
Acesso em: 16 fev 2017.
Aggett P, Bresson J, Haschke F, Hernell O, Koletzko B, Lafeber H, et al.
Recommended Dietary Allowances (RDAs), Recommended Dietary Intakes (RDIs),
Alvisi P, Brusa S, Alboresi S, Amarri A, Bottau P, Cavagni G et al. Recommendations
on complementary feeding for healthy, fullterm infants.
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Alimentação infantil"; Brasil Escola. Disponível em:

https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/alimentacao-infantil.htm. Acesso em 19
de fevereiro de 2023.

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