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Engnasse José Manguara

Tema:

Desnutrição infantil na Localidade de Chipudji, Distrito de Machaze

Licenciatura em ensino de Biologia com Habilitação em Química

Universidade Púngué
Chimoio

2022
Engnasse José Manguara

Tema:

Desnutrição infantil na Localidade de Chipudji, Distrito de Machaze

Trabalho cientifica da cadeira de Metodologia de


Estudo e Investigação Cientifica (MEIC), a ser
apresentado ao Departamento de Ciências Neurais,
de Grau de licenciatura em ensino de Biologia com
Habilitação em Química de carácter avaliativo sob
orientação do Docente Prof. Dr: Adriano Naftal

Universidade Púngué
Chimoio

2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................1

1.1. Tema: Desnutrição infantil na Localidade de Chipudji, Distrito de Machaze....2

1.2. Justificativa da escolha do tema..............................................................................2

1.3. Delimitação do estudo do tema...............................................................................2

1.4. Descrição do problema............................................................................................3

1.5. Objectivos da pesquisa.............................................................................................4

1.5.1. Objectivo geral....................................................................................................4

1.5.2. Objectivos específicos........................................................................................4

1.6. Hipóteses da pesquisa..............................................................................................4

1.7. Metodologia da investigação......................................................................................4

1.7.1. Método de Abordagem.......................................................................................4

1.7.2. Método de Procedimento....................................................................................5

1.7.3. Método Bibliográfico..........................................................................................5

1.7.4. Método de Observação Directa...........................................................................6

1.7.5. Método Estatístico..............................................................................................6

1.7.6. Recolha e Analise dos dados..............................................................................6

1.7.7. Tipo de pesquisa.................................................................................................7

1.7.8. População e amostra da pesquisa........................................................................7

1.7.9. Instrumentos para a Colecta de Dados................................................................7

a) Entrevista....................................................................................................................7

1 CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................9

2. Conceitos....................................................................................................................9

2.1. Desnutrição................................................................................................................9

2.1.1. Destruição Crónica...........................................................................................9

2.2.1. Segurança Alimentar e Nutricional...................................................................10

2.2.2. Nutrição e Saúde...............................................................................................10


2.3. Contexto histórico sobre a desnutrição....................................................................11

2.4. Prevalência da desnutrição em Moçambique...........................................................12

2.5. Causas de desnutrição na comunidade e no hospital (factores da desnutrição).......13

2.6. Factores socioeconómicos......................................................................................13

2.6.1. Consequências.................................................................................................15

2.6.2. Diagnóstico de desnutrição............................................................................16

2.6.3. Alimentação saudável.....................................................................................16

2.7. Os nutrientes...........................................................................................................17

2 Referências bibliográficas........................................................................................19
1

1. Introdução

No presente estudo, trata-se de uma pesquisa sobre a desnutrição infantil, caso do


Distrito de Machaze, localidade de Chipudji na província de Manica. Neste contexto a
doença, quase sempre, implica em alterações metabólicas, inflamatórias e imunológicas
que impactam no estado nutricional.

Desnutrição é uma doença carencial evolutiva, crónica, exclusivamente vinculada a


idade dalactância, que sob o denominador comum da fome, afecta especialmente a
nutrição e cujo substrato metabólico reside na alteração da função fundamental da
célula, “o crescimento” (MARCONDES, 1976:12)

O estado nutricional adequado é o reflexo do equilíbrio entre a ingestão balanceada de


alimentos e o consumo de energia necessário para manter as funções diárias do
organismo. Sempre que existir algum factor que interfira em qualquer uma das etapas
desse equilíbrio, os riscos do indivíduo desenvolver desnutrição são eminentes
(CARVALHO 1992, c.3., p. 21-39).
A desnutrição é um estado mórbido secundário a uma deficiência ou excesso, relativo
ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais (JELLIFE 1996).A terminologia e a
definição dos diferentes estados da desnutrição têm sido ponto de controvérsia ao longo
de décadas, sendo que o termo desnutrição proteico-calórica refere-se a conceito antigo
e questionável, que surgiu após inúmeras dúvidas sobre o diagnóstico de ‘kwashiokor’
ou desnutrição proteica em crianças.

Nessa perspectiva torna-se necessário estabelecer relações directas a respeitos das


agravantes da desnutrição infantil que podem comprometer o desenvolvimento físico,
social, afectivo e psicomotor de uma criança que vivencia a falta de alimento ou possui
alimentação inadequada (ISMAEL, 2013, P.5).
2

1.1. Tema: Desnutrição infantil na Localidade de Chipudji, Distrito de Machaze.


1.2. Justificativa da escolha do tema

A ideia da escolha do presente tema “desnutrição infantil” partiu da experiencia


adquirida durante minha vivencia na localidade de Chipudji desde 2017, onde as
crianças na sua maioria são desprovidas de alimentos e de uma educação alimentar e a
escola é vista como única fonte de informação sobre nutrição. Isto motivando pobreza,
fome e poligamia, sendo deixado a sorte da refeição para o jantar, como um método de
possível resistência.

A escolha do tema prende se pelo facto da desnutrição constituir uma grande


preocupação para as autoridades governamentais visto que ela atenta a saúde pública
sobretudo infantil, por se considerar uma faixa etária muito vulnerável, sobretudo por
estarem em processo de desenvolvimento e crescimento. Foi a partir do desenrolar
destes acontecimentos que me chamou atenção em abordar o presente tema tão
impotente para a vida pois trata se de saúde humana.

1.3. Delimitação do estudo do tema

No âmbito curricular as cadeiras que se enquadram no tema em estudo são educação


ambiental Saúde Publica, Ecologia Humana, Química Alimentar, Biologia Celular e
Molecular (BCM) e fisiologia Animal.

Percebi também que os pais das crianças da localidade de Chipudji a sua maior renda
familiar para além da agricultura que não surtiu efeitos satisfatórios nos últimos dois
anos são a emigração para a África do Sul. Eles se emigram depois de deixar as suas
esposas grávidas, desprovidas de qualquer cuidado nutricional desde ao primeiro mês de
gravidez ate ao parto, porque vãos a procura de emprego, tal emprego será o garante
para a sustentação dos filhos nascidos e prevalecem por lá durante muitos anos
deixando as esposas e filhos a sorte de Deus.

Chipudje é uma localidade do distrito de Machaze, Província de Manica em


Moçambique (pais que esta entre os 31 países com maior prevalência dedesnutrição
infantil no mundo) segundo a UNICEF, desnutrição esta que a Organização Mundial da
Saúde (OMS) sinonimiza como má nutrição coloriproteica.
3

Já no período em análise 2016 e 2017, fui perceber que muito destas crianças, os pais,
por vezes não tinham dinheiro, nem alimentos para as três refeições bascas diárias
(mata-bicho, almoço e jantar) e nem numas das refeições podia-se encontrar alimentos
compostos por carbonatos, proteínas e lipidos como também as refeições não seguiam
aos princípios de uma alimentação saudável acima referidos.

1.4. Descrição do problema

A desnutrição é também, ela própria, um factor importante, uma vez que a desnutrição
(em especial a desnutrição crónica ou baixa altura de idade) afecta o desenvolvimento
cognitivo e esta intimamente ligada ao desempenho educacional futuro. As principais
manifestações da desnutrição são baixo peso para idade, baixo peso para altura, baixa
altura para idade e deficiência de micro nutrientes (PNAC, 2012). Em crianças e
adolescentes, o retardo do crescimento é outro sinal (WATERLOW JC 1997;16:3S-9S).

Pacientes hospitalizados desnutridos apresentaram probabilidade de complicações na


evolução clínica entre 2 e 20 vezes mais, quando comparados com enfermos nutridos
(BUZBY JP 1980;139:160-7). Pacientes com desnutrição grave tiveram índices de
complicações de 42%, enquanto aqueles com desnutrição moderada apresentaram
9%10. (WEINSIER, S/A). Mostraram que pacientes desnutridos tiveram índice de
mortalidade três vezes superior ao daqueles que se encontraram nutridos. (SELTZER,
S/A) registaram que doentes com perda de peso acima de 4,5 quilos tiveram aumento na
mortalidade de 19 vezes. (MEGUID, S/A) identificaram, em pacientes submetidos a
tratamento cirúrgico de câncer colo-retal, taxa de mortalidade de 12% em pacientes
desnutridos contra 6% em pacientes nutridos.

Contudo a desnutrição infantil na localidade de Chipudji é para alem de mãos hábitos e


princípios de uma alimentação saudável, fome e pobreza, é também motivado por
elevado números de poligamia que se regista naquela localidade, concorrendo deste
modo, a famílias que não conseguem ter um sustento alimentar adequado pois o numero
de filhos tornam-se elevados e com crianças com quase idades seguidas,
impossibilitando uma sustentação saudável alimentar.

Face aos problemas identificados, surge a seguintes pergunta:

 Quais os factores que contribuem na prevalência da desnutrição infantil


na Localidade de Chipudji?
4

1.5. Objectivos da pesquisa

1.5.1. Objectivo geral

Analisar os factores contribuintes na prevalência da desnutrição infantil na Localidade


de Chipudji?

1.5.2. Objectivos específicos


Do objectivo geral supracitado, desdobram-se os seguintes objectivos específicos:

 Identificar os principais factores que contribuem para a desnutrição infantil na


localidade de Chipudji;
 Analisar o nível de conhecimento sobre as regras básicas de dieta alimentar na
idade infantil na localidade de Chipudji;
 Apresentar propostas das medidas que visam mitigar a desnutrição infantil no
Distrito de Machaze, localidade de Chipudji.

1.6. Hipóteses da pesquisa


 A falta de conhecimentos sobre as regras básicas da dieta alimentar pode ser um
factor que contribui para a desnutrição infantil;
 A falta de divulgação dos conhecimentos para a população sobre a alimentação
adequada por meio de sensibilização comunitária e redução alimentar constitui
um factor que contribui para a desnutrição infantil;
 Os residentes de Chipudji têm preconceitos e mitos sobre uso de determinados
alimentos, por isso apresentam uma desnutrição infantil.
 O abandono por pais em busca de emprego nos países circunvizinhos, deixando
mulheres grávidas e sem condições adequadas para uma boa alimentação.

1.7. Metodologia da investigação


Os métodos usados para responder os objectivos especificamente estabelecidos, é uma
combinação dos métodos de abordagem e de procedimentos.

1.7.1. Método de Abordagem


Histórico dedutivo – foi no método que preconizou uma abordagem do geral para o
particular. O autor apoiou-se deste método de abordagem sobre desnutrição no geral e
5

especificamente sobre factores da desnutrição crónica infantil, não só, como também na
importância do envolvimento das comunidades junto as autoridades governamentais de
modo a encontrar melhores mecanismos em prol do desenvolvimento socioeconómico.

1.7.2. Método de Procedimento


Os métodos de procedimentos usados para o estudo, foram os métodos bibliográficos,
observação directa e indirecta e por fim o método estatístico.

1.7.3. Método Bibliográfico


Este método consistiu na consulta de algumas obras bibliográficas publicadas em
relação ao tema em estudo. A sua finalidade foi de familiarizar, levar o autor a se
informar sobre trabalhos similares ou levados a cabo por outros autores. Consistiu ainda
na recolha e leitura das diferentes obras relevantes com o tema em pesquisa.

Foi através deste método que o autor pude estabelecer uma pesquisa dos diferentes
conceitos achados convenientes sobre os aspectos sócio culturais e ambientais da
comunidade em causa, bem como os aspectos físicos – geográficos da área em estudo, e
outros aspectos que se desenvolverão ao longo do trabalho.

No desenvolvimento do trabalho, foi adoptada a pesquisa bibliográfica que segundo


Lakatos E Marconi (1992,p.43):” trata-se delevantamento de toda bibliografia pública,
em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Sua finalidade é
colocar o pesquisador em contacto directo com tudo aquilo que foi escrito sobre
determinado assunto (… )”

A pesquisa bibliográfica faz-se importante em qualquer estudo, sendo o primeiro passo


para elaboração de qualquer pesquisa. Ela “ oferece meios para definir, resolver não
somente o problema já conhecido, como também explorar novas áreas, onde os
problemas ainda não se cristalizaramsuficientemente”.(MANZO, apud LAKATOS,
1992,p. 43) ”.

Sobre a desnutriçãoinfantil, procurou-se levantar dados sobre o assunto, nas diversas


fontes bibliográficas, como livros, revistas, leis, entre outras publicações, já que o
referido problema já é um facto na sociedade e discutido internacionalmente.
6

A partir da fundamentação teórica acumulada, partiu-se para a análise de todos os


resultados obtidos, organizando material, relacionando partes e buscando interacções
entre elas. Fase fundamental e de muitos cuidados, pois “a interpretação exige
comprovação ou refutação das hipóteses. Ambas só podem ocorrer com de dados
colectados. Deve-se levar em consideração que os dados por si só nada dizem, é preciso
que o cientista, o intérprete, seja capaz de expor seu verdadeiro significado e
compreender as relações mais amplas que podem conter (LAKATOS & MARCONI,
1992,p.51).

1.7.4. Método de Observação Directa


Constitui na observação directa da forma como o problema se cristalizava, este método
permitiu fazer uma descrição da real situação sobre a forma como a actividade estavam
sendo desenvolvidas, no que concerne as actividades desenvolvidas pelas comunidades,
no concernente aos factores que condicionavam para a ingestão inadequada de
nutrientes. Para este método recorreu-se a ficha de observação como instrumento de
recolha de dados que permitiu observar e registar toda uma série de situações dos
problemas sócios económicos e cultural na área de estudo.

1.7.5. Método Estatístico


Consistiu na qualificação dos dados socioeconómicos da comunidade e outros dados
que foram obtidos através de questionário direccionados as comunidades locais e
informantes chaves dos quais ajudaram na elaboração de gráficos e tabelas com
objectivo de demonstrar a interligação de certas actividades praticadas na comunidade
em relação as componentes da desnutrição crónica.

Como instrumento de recolha de dados deste método, foi elaborado um guião de


entrevista para a comunidade local e distribuídos aleatoriamente, este consistiu em fazer
perguntas estruturadas e semi-estruturadas e questionário, que contribuíram para a
aquisição de informações chaves.

1.7.6. Recolha e Analise dos dados


Para colecta de dados deste trabalho, foi realizado uma entrevista dirigida a comunidade
residente, especificamente um número total de 20 pais e encarregados com filhos que
padeciam da desnutrição na localidade de Chipudjie cerca de 3 enfermeiros ou
7

profissionais da saúde, somando um total de 23 pessoas a serem inqueridas nesta


presente pesquisa. Para o efeito, foram entrevistadas as pessoas residentes naquela
comunidade.

1.7.7. Tipo de pesquisa


A presente pesquisa é do tipo qualitativo ou misto. Trata se de uma pesquisa qualitativa
porque usa a entrevista para a recolha de informações pertinentes a pesquisa e
quantitativa porque usa o questionário.

1.7.8. População e amostra da pesquisa


a) População da pesquisa

Será alvo da pesquisa, população residente no distrito de Machaze especificamente na


localidade de Chipudji, distrito que pertence a província de Manica, onde seriam
inqueridas e abrangidas na pesquisa crianças residentes no distrito de Machazee seus
encarregados.

b) Amostra da pesquisa

O tipo de amostra da pesquisa desenvolvida foi do tipo aleatória simples, neste contexto
o autor pesquisador, compôs a amostra de forma aleatória e esta expresso em um
número total de 23 indivíduos, sendo 20 encarregados responsáveis pelas crianças
portadoras da desnutrição e 3 três profissionais da saúde.

Amostra é uma parcela conveniente seleccionada do universo (população), é um


subconjunto do universo (MARCONI & LAKATOS 2002). Para o estudo em curso a
amostra será de 25 funcionários e agentes do Estado, a se apoiar pela seguinte fórmula.

1.7.9. Instrumentos para a Colecta de Dados


Para a colecta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: Entrevista,
Questionários e Observações de campo, que serão descritas a seguir.

a) Entrevista
O termo entrevista é constituída a partir de duas palavras, entre e vista. Vista refere-se
ao ato de ver, ter preocupação com algo. Entre indica a relação do lugar estado no
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espaço que separa duas pessoas ou coisas. Portanto, o termo entrevista refere-se ao ato
de perceber realizado entre duas pessoas. (RICHARDSON 1999, p.20).

A entrevista é uma das técnicas de colecta de dados como sendo uma forma racional de
conduta do pesquisador, previamente estabelecida, para dirigir com eficácia um
conteúdo sistemático de conhecimentos, de maneira mais completa possível, com o
mínimo de esforço de tempo. (ROSA, 2006, p.17).

A entrevista é uma das técnicas mais utilizadas, actualmente, em trabalhos científicos.


Ela permite ao pesquisador extrair uma quantidade muito grande de dados e
informações que possibilitam um trabalho bastante rico.

O presente trabalho também foi possível pelo método entrevista, realizada em número
de doze pessoas, sendo seis adultos e seis crianças, dos quais favoreceram a evidências
de existências de desnutriçãoinfantil na localidade de Chipudji.

Esta pesquisa, foi produzida com finalidade de transmitir uma mensagem de alerta á
toda sociedade, sobre esta que é um dos principais responsáveis pela mortalidade,
retardando intelectual e debilitação motora em crianças.

Questionários: Questionário, constitui uma série de pergunta para definir a veracidade


do tema e das hipóteses patente no projecto (LAKATOS & MARCONI:1999; p. 100).

Segundo o Dicionário Jurídico Brasileiro 2001, o Inquérito é o conjunto de actos e


diligências, visando à apuração de alguma coisa; sindicância através de informações de
testemunhas.

Neste trabalho serão inqueridos 25 funcionários e agentes do Estado em estudo que será
uma técnica de grande importância no enriquecimento teórico na pesquisa.

Os dados a ser recolhidos são verdadeiros, visto que o entrevistado é livre e responde
somente o que sabe e o que quer. Esta técnica será usada pela autora na conversa directa
com os inqueridos.

Na pesquisa foram elaborados dois questionários, onde primeiro (1º) foi encaminhado
aos pais e encarregados das crianças com problemas de desnutrição e o segundo (2º), no
qual estavam patentes questões com objectivos de conduzir o pesquisador no trabalho
que por sua vez fora desenvolvido no campo, neste contexto os questionários continham
9

perguntas simples, com linguagens claras e objectivas de modo a facilitar a


compreensão dos inqueridos na Localidade de Chipudji.

1 CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. Conceitos

2.1. Desnutrição

Desnutrição é um estado de diferentes graus de intensidade e variadas manifestações


clínicas produzido pela deficiência assimilação, pelo organismo, de quantidades
adequadas dos diversos componentes do complexo nutritivo (proteínas, hidratos de
carbono, gorduras, sais minerais e vitaminas) ‘‘. (SANTOS, 2010 citado por
MARCONDES, 1976).

Desnutrição é uma doença carêncial evolutiva, crónica, exclusivamente vinculada à


idade da latência, que sob o denominador comum da fome, afecta especificamente a
nutrição e cujo substrato metabólica reside na alteração da função fundamental da
célula: o crescimento’’. (SANTOS, 2010 citado por MARCONDES, 1976).

Segundo (NOBREGA & ALBA. 1996: p5) define ‘’Desnutrição como sendo o
resultado final da somatória de factores negativo de uma sociedade, da qual destacamos:
falta de interesse governamental para área social e educação; falta de interesse e muitas
vezes total alienação da elite da sociedade para os problemas resultantes da condição
sublimada de importante parcela da nossa população’’

2.1.1. Destruição Crónica

A desnutrição crónica é definida como baixa estrutura para a idade (crianças baixinhas);
a baixa estrutura para a idade desenvolve-se no período entre a concepção e os dois
anos, edificilmente é recuperada depois desse período. Assim, a desnutrição crónica, é
causada pela desnutrição tanto da mãe antes e durante a gravidez, bem como da criança
durante os primeiros dois anos de vida. Esta falha precoce de crescimento aumenta a
mortalidade na primeira infância e diminui a função cognitiva, mental e motora da
pessoa, reduzindo o rendimento escolar e produtividade da pessoa. Alguns autores
estimaram que, em Moçambique, as perdas de produtividade por desnutrição crónica
são da ordem de 2-3% do produto interno bruto. A desnutrição crónica pode ser
10

eliminada em crianças menores de dois anos de idade, ela não tem origem genética, e
criança de todas raças tem o mesmo potencial para crescer (ISMAEL, 2013, P.5)

2.2. Nutrição

Nutrição é o processo através do qual os organismos vivos obtêm alimentos e usam para
o crescimento, metabolismo físico, e reparação dos tecidos/células. Este processo passa
pela ingestão (consumo), digestão, absorção, transporte dos nutrientes, e excreção. O
consumo de alimentos deve responder as necessidades diéticas (ISMAEL, 2013, P.3).

Segundo o mesmo autor, uma boa nutrição é uma dieta adequada em quantidade (3
refeições/dia) e qualidade (variedade; 4 grupos de alimentos), adicionada a actividade
física – é importante para uma boa saúde. Por outro lado, a desnutrição reduz a
imunidade, aumentando a susceptibilidade a doenças, compromete o desenvolvimento
mental e físico, e reduz a produtividade.

2.2.1. Segurança Alimentar e Nutricional


Segurança Alimentar e Nutricional – significam o direito de todas as pessoas, de ter a
todo o momento, acesso físico, económico e sustentável a uma alimentação
nutricionalmente adequada, em qualidade e aceitável no contexto cultural, para
satisfazer as necessidades e preferências alimentares, para uma vida saudável e activa
(ISMAEL, 2013, P.4).

2.2.2. Nutrição e Saúde


A mortalidade infantil e infanto-juvenil é dois dos melhores indicadores de
desenvolvimento de um país. Em Moçambique, uma criança em cada sete morre no
primeiro ano de vida e uma criança em cada cinco morre antes de atingir os cinco anos.
Estas taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil estão entre as mais elevadas do
mundo e atingem níveis inaceitáveis entre as crianças das camadas mais pobres do país
(MISAU, 2002).

As práticas não adequadas de amamentação são uma das principais causas de


mortalidade infantil. O Ministério da Saúde em Moçambique recomenda que as crianças
sejam amamentadas exclusivamente desde o nascimento até os quatro a seis meses de
vida. Contudo, no nosso país, apesar de 95% das crianças serem amamentadas, somente
39% das crianças menores de 4 meses são amamentada exclusivamente com o leite
11

materno 10, isto quer dizer que 6 em cada 10 crianças ingerem água ou alimento antes
desta idade, esta prática expõe as crianças, a agente patógeno, que são a principal causa
de infecções e consequente mortalidade nos primeiros meses de vida.

Entre os quatro e os seis meses de vida, as crianças necessitam receber alimentos


adequados de complemento ao leite materno. Alimento disponíveis localmente e que
sejam ricos em energia, proteínas, ferro e vitaminas A devem ser base da alimentação
complementar.

No nosso país, 80% das crianças de seis a nove meses não recebem alimentos
complementares ricos em vitamina e minerais essenciais para a sobrevivência,
crescimento e desenvolvimento nos primeiros anos de vida. As práticas inadequadas de
amamentação e alimentação complementarem conjunto com unha atenção de saúde
primária insuficiente explicam o aumento progressivo das taxas de desnutrição nas
crianças Moçambicanas consoante estas vão crescendo. E por isso importante sublinhar
que em Moçambique a desnutrição começa desde uma idade muito precoce (MISAU,
2002).

2.3. Contexto histórico sobre a desnutrição

A palavra “kwashiorkor”, inicialmente usada no princípio do século passado para


definir o estado nutricional de crianças africanas desnutridas, significa na língua de
Gana “a doença da criança substituída” (WATERLOW JC 1997;16:3S-9S).

Na verdade, esta palavra foi usada pela Dra. Cicely Williams para definir a síndrome
(mais tarde identificada como desnutrição proteica) que ocorria em crianças privadas do
aleitamento materno, em consequência do nascimento de um novo bebé. Estas crianças
eram, por conseguinte, alimentadas com mingaus ricos em carboidratos e pobres em
proteínas, o que gerou baixo peso, crescimento inadequado, edema de membros
inferiores e ascite. O uso da palavra “kwashiorkor” tem prevalecido ao longo de
décadas, muito mais pelo valor histórico do que pela correcta aplicabilidade na
definição do estado nutricional (WATERLOW JC 1997;16:3S-9S).

Logo após a II Guerra Mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou


pesquisadores para os países subdesenvolvidos para investigarem as causas e a
frequência do "kwashiorkor". O Brasil enviou um relatório onde enfatizou as diferenças
12

entre o "kwashiokor e o marasmo, este último também chamado de jejum parcial ou


desnutrição hipocalórica. Os casos intermediários entre o kwarshiorkor"e o marasmo
foram também descritos. Como conclusão dos relatórios, passou-se de um nome nativo
(tipo código) para um nome causal: desnutrição proteica. No mesmo período, em função
de se crer que as taxas de kwarshiorkor"eram exorbitantes no mundo, as Nações Unidas
desenvolveram um grupo de estudo e de aconselhamento em proteínas para estimular a
produção de dietas infantis ricas em nesse nutriente (WATERLOW JC 1997;16:3S-9S).

Posteriormente, na década de 70, dúvidas começaram a surgir sobre a realidade do


quadro de desnutrição proteica. Os estudos dietéticos epidemiológicos mostraram que
quase todas as dietas, em países diferentes, atingiram as necessidades proteicas
determinadas pela OMS, ao contrário das necessidades energéticas que se encontravam
abaixo das recomendadas. Mc CLAREN, em trabalho provocativo denominado "O
grande fiasco da proteína", mostrou que o marasmo foi muito mais prevalente que o
"kwashiokor" e atacou vigorosamente a política adoptada pelas Nações Unidas
(MCLAREN DS 1988;4:1-6).

GOPALAN, na Índia, mostrou que as crianças desenvolveram tanto marasmo como


"kwashiokor" independentemente da ingestão dietética quantitativa e qualitativamente
semelhante (WATERLOW JC 1997;16:3S-9S).

Para contemporizar a falta de consenso, o termo desnutrição proteico-calórica ou


energética surgiu como a terminologia que abrangeu o grande espectro da síndrome: de
um lado o marasmo, reflectindo deficiência de energia, e do outro lado o "kwashiokor",
resultado de relativa deficiência de proteínas. Assim, a herança da terminologia,
proveniente dos estudos em crianças, foi adoptada para populações adultas e, continua
sendo usada até ao momento. Na verdade, a desnutrição é síndrome carencial de macro
e micro nutrientes, podendo haver a predominância de determinado tipo de deficiência
sobre outros e, por conseguinte, o termo mais adequado deveria ser desnutrição
pluricarencial.

2.4. Prevalência da desnutrição em Moçambique

A frequência de desnutrição em pacientes hospitalizados foi descrita como sendo entre


10% e 50%6. A grande variação deveu-se, talvez, à dificuldade de definir claramente o
que é desnutrição e o tipo desta, conforme exposto anteriormente. Além disto, diversas
13

técnicas disponíveis de avaliação nutricional foram usadas e diferentes populações


estudadas. Em Moçambique, o Inquérito de Avaliação Nutricional Hospitalar avaliou
4.000 doentes adultos, internados pelo Sistema Único de Saúde, em hospitais gerais e
identificou prevalência de desnutrição de 48,1% sendo 12,6% de desnutridos graves.

2.5. Causas de desnutrição na comunidade e no hospital (factores da


desnutrição)

Segundo (WATERLOW JC. 1997), a desnutrição por causas primárias: refere-se a


pessoas que tem uma alimentação quantitativamente ou qualitativamente insuficiente
em calorias e nutrientes.

Já a por causas secundárias: diz respeito a uma ingestão de alimentos não suficientes,
porque as necessidades energéticas aumentam ou por qualquer outro factor não
relacionado directamente ao alimento, como:

 A presença de verminoses;
 Câncer;
 Anorexia;
 Alergia ou intolerância alimentares;
 Digestão e absorção deficientes de nutrientes.

Além dessas causas, a desnutrição pode ser desencadeada por desmame precoce.

A alimentação introduzida normalmente é insuficiente para satisfazer as necessidades


dos lactentes entre as famílias de baixo poder aquisitivo, além disso, as condições
sanitárias insatisfatórias e práticas inadequadas de higiene acompanham a desnutrição, o
que favorece a ocorrência de parasitoses, infecções e diarréia. O apetite diminui por
causa das dores abdominais e às vezes da febre, fazendo com que a criança passe a
comer menos do que o normal e provavelmente menos do que precisa para ter um
crescimento e desenvolvimento normais.

2.6. Factores socioeconómicos

Pois crianças provenientes de famílias de baixa renda apresentam um risco maior


relacionado a deficiências alimentares, assim como, as condições sanitárias precárias
contribuem para o aparecimento de infecções, parasitoses e da desnutrição.
14

Ressalta-se, que quanto mais alta a renda, maior é o gasto com hortaliças, frutas e outros
elementos variados, tendo portanto, uma dieta de melhor qualidade, já com uma renda
inferior, a dieta será mais comprometimento tanto em qualidade quanto em quantidade
de alimentos consumidos. As crianças apresentam necessidades alimentares
relativamente maiores, tanto de energia como de proteínas, em relação aos demais
membros da família; o baixo conteúdo energético dos alimentos complementares
utilizados e administrados com frequência insuficiente;

A disponibilidade inadequada de alimentos devido à pobreza;

Desigualdade social, falta de terra para cultivar e problemas de distribuição intra-


familiar;

As infecções virais, bacterianas e parasitárias repetidas, que podem produzir anorexia e


reduzir a ingestão de nutrientes, sua absorção e utilização, ou produzir a sua perda;

As fomes causadas por secas ou outros desastres naturais ou guerras e as práticas


inadequadas de cuidado infantil são factores desencadeantes da desnutrição infantil
(MONTE; SÁ, 1998).

Dentre os principais factores de risco associados ao desenvolvimento de desnutrição


comunitária pode-se citar:

Falta de recursos financeiros para adquirir os alimentos, tanto em quantidade como em


qualidade.

O desconhecimento sobre a importância da alimentação balanceada e adequada


(principalmente com a cultura das comidas pré-preparadas e rápidas). Além disso,
somam-se a ausência de utensílios para a preservação e preparação adequada dos
alimentos.

Depressão e isolamento social (principalmente de idosos), não devem também ser


ignorados (WATERLOW JC 1997;16:3S-9S).

Os pacientes hospitalizados, além dos factores comunitários acima mencionados, podem


sofrer influência de outras variáveis de risco para o desenvolvimento de desnutrição,
inerentes à própria doença e à hospitalização por si só.
15

Por muitos anos, acreditou-se que a principal causa da perda de peso em doentes
internados fosse aumento do gasto energético e do catabolismo associados ao estresse\
metabólico. Isto decorreu, essencialmente, do uso inadequado de métodos não precisos
para quantificar o gasto energético.

2.6.1. Consequências

A piora do estado nutricional em indivíduos previamente sadios resulta em numerosas


deficiências funcionais como apatia, letargia, alterações da capacidade intelectual,
depressão, ansiedade, irritabilidade, além de perda de peso e diminuição das
capacidades respiratórias, cardíacas e termo-regulatórias. Em crianças e adolescentes, o
retardo do crescimento é outro sinal (WATERLOW JC 1997;16:3S-9S).

Pacientes hospitalizados desnutridos apresentaram probabilidade de complicações na


evolução clínica entre 2 e 20 vezes mais, quando comparados com enfermos nutridos
(BUZBY JP 1980;139:160-7).

Pacientes com desnutrição grave tiveram índices de complicações de 42%, enquanto


aqueles com desnutrição moderada apresentaram 9%10. (WEINSIER, S/A). Mostraram
que pacientes desnutridos tiveram índice de mortalidade três vezes superior ao daqueles
que se encontraram nutridos. (SELTZER, S/A) registaram que doentes com perda de
peso acima de 4,5 quilos tiveram aumento na mortalidade de 19 vezes. (MEGUID, S/A)
identificaram, em pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de câncer colo-retal, taxa
de mortalidade de 12% em pacientes desnutridos contra 6% em pacientes nutridos.

Diversos fenómenos orgânicos ocorrem como consequência da desnutrição e afectam


praticamente todos os sistemas. Um dos mais afectados é o trato gastrointestinal, que
além de realizar a digestão e a absorção de nutrientes é considerado importante órgão
imunológico ao actuar como barreira à entrada de microrganismos.

Os componentes do epitélio intestinal são a própria mucosa intestinal, a mucina, a


microbiota simbiótica, os anticorpos secretórios específicos (ex. a IGA secretória), os
macrófagos e outras células imunológicas da lâmina própria do intestino e dos
linfonodos mesentéricos. Todos estes componentes dependem de nutrição adequada
para o adequado funcionamento. As células epiteliais do intestino são renovadas a cada
dois a três dias, graças a substratos nutritivos recebidos pelo lúmen intestinal e sangue.
Assim sendo, a ausência de nutrientes, a diminuição do fluxo circulatório e fenómenos
16

hormonais podem interferir directamente na capacidade de regeneração da mucosa


intestinal.

O melhor estímulo trófico para a proliferação de células é a presença de nutrientes no


lúmen. O jejum, por curto período de tempo, em indivíduos voluntários sadios resultou
em alterações das enzimas, do fluxo sanguíneo, do tempo de trânsito intestinal, do
tamanho das vilosidades intestinais, da absorção e da permeabilidade intestinal e do
"turnover" de células. O intestino grosso sofre, também, com o jejum, à medida que
parece perder a capacidade de absorver água e electrólitos, apesar de ter a capacidade
secretória estimulada. (ROEDIGER, S/A) mostrou que até mesmo o íleo tem a
actividade secretória aumentada durante períodos de jejum, o que pode explicar os
episódios de diarreia de pacientes com desnutrição grave, associados a mortalidade
aumentada. (WINTER, S/A) mostrou diminuição da função digestiva em pacientes
desnutridos (síntese proteica, secreções gastropancreáticas, e absorção de gorduras e
xilose) quando comparada com a de indivíduos sadios.

2.6.2. Diagnóstico de desnutrição


Existem diversas maneiras de se realizar a avaliação do estado nutricional, sem que no
entanto, exista a técnica considerada padrão, ou seja, aquela que apresenta alta
sensibilidade e especificidade. Na realidade, a avaliação nutricional ideal ainda não foi
definida, talvez devido à complexidade das variações individuais em relação à
composição corporal e à resposta de cada um às doenças e situações de estresse. Dever-
se-ia, porém, preferir como a técnica mais adequada, aquela que fosse prática, fácil de
ser realizada pela maioria dos analisadores, não fosse invasiva, não demandasse
aparelhos, pudesse ser realizada à beira do leito e tivesse sensibilidade e especificidade
apropriadas.

O objectivo da avaliação nutricional é o de diagnosticar o estado nutricional e


identificar pacientes com risco aumentado de complicações devido ao estado carencial
e, consequentemente, criar opções para tratamento com o intuito de diminuir a
morbidade e mortalidade.

2.6.3. Alimentação saudável


Uma alimentação saudável é aquela que atende a todas as exigências do corpo, ou seja,
não está abaixo nem acima das necessidades do nosso organismo. Além de ser fonte de
17

nutrientes, a alimentação envolve diferentes aspectos, tais como valores culturais,


sociais, afectivos e sensoriais. As pessoas, diferentemente dos demais seres vivos, ao
alimentar-se não buscam apenas suprir suas necessidades orgânicas de nutrientes. Não
se “alimentam” de nutrientes, mas de alimentos palpáveis, com cheiro, cor, textura e
sabor. Portanto, o alimento como fonte de prazer e identidade cultural e familiar
também é uma abordagem importante para promover a saúde.

Uma alimentação saudável deve ser:


Variada: inclui vários grupos alimentares, a fim de fornecer diferentes nutrientes (por
exemplo: cereais, frutas, hortaliças, carnes, lacticínios e feijões).

Equilibrada: respeitando o consumo adequado de cada tipo de alimento (exemplo:


deve-se comer mais frutas do que gorduras).

Suficiente: em quantidades que atendam e respeitem as necessidades de cada pessoa.


Acessível: baseada em alimentos in natural, produzidos e comercializados
regionalmente (acessibilidade física), que são mais baratos que alimentos
industrializados (acessibilidade financeira).

Colorida: quanto mais colorida é a alimentação, mais adequada é em termos de


nutrientes. Além de assegurar uma refeição variada, isso a torna atractiva, o que agrada
aos sentidos, estimulando o consumo de alimentos saudáveis, como frutas, legumes e
verduras, grãos e tubérculos em geral (tais como mandioca e batatas).

Segura: os alimentos não devem apresentar contaminantes de natureza biológica, física


ou química ou outros perigos que comprometam a saúde do indivíduo ou da população.
Assim, deve-se respeitar regras de higiene, procurando manusear e armazenar
adequadamente todos os alimentos, descartando aqueles que possuem o prazo de
validade vencido ou que estejam visivelmente estragados.

2.7. Os nutrientes
São compostos químicos que estão presentes nos alimentos e que podem ser
aproveitados pelo nosso organismo para sua manutenção ou crescimento. Existem
18

vários tipos de nutrientes, que serão abordados posteriormente neste módulo, mas em
geral eles podem ser divididos da seguinte maneira:

Nutrientes não essenciais: são aqueles que podem ser produzidos pelo corpo humano a
partir de outros compostos.
Nutrientes essenciais: o organismo humano não é capaz de produzi-los, sendo
necessário obtê-los por meio da alimentação (ELIANE, 2001. P-p).

Conclusão

O organismo humano se encarrega de transformar os alimentos ingeridos em nutrientes


pelo processo conhecido como digestão. Esse processo se inicia a partir do momento em
que o alimento é colocado na boca e vai até a eliminação de partes não aproveitáveis
pelo organismo.
19

Para que possamos realizar nossas actividades diárias, nosso corpo precisa de energia.
Caminhar, correr, carregar objectos, conversar e até mesmo actividades que não
percebemos, como respirar, gastam energia. E de onde obtemos essa energia? Dos
alimentos! O processo digestório permite a utilização da energia contida em alguns
nutrientes. Todos os alimentos que comemos são transformados em nutrientes, mas nem
todos os nutrientes se transformam em energia (ELIANE, 2001. P-p).
Diante da influência da nutrição na saúde materna e do feto, o presente estudo buscou
investigar seu perfil nutricional na gravidez. Concluindo que é preciso repensar a
importância do profissional enfermeiro como educador em saúde, que tem papel
relevante na orientação às gestantes quanto aos riscos decorrentes de hábitos de vida
inadequados, desenvolvendo acções que promovam a reeducação alimentar, melhorando
com isto a qualidade de vida, evitando complicações durante a gravidez.

2 Referências bibliográficas

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