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João Pessoa
2022
BÁRBARA DE LIMA PONCIANO COSTA
João Pessoa
2022
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Profa. Dra. Noádia Priscila Araújo Rodrigues
Orientador (DG/CTDR/UFPB)
Presidente da Banca Examinadora
_______________________________________________
Profa. Ma. Karoliny Brito Sampaio
Coorientador (DG/CTDR/UFPB)
_______________________________________________
Prof. Dra. Kataryne Árabe Rimá de Oliveira
Examinador (DN/CCS/UFPB)
_______________________________________________
Esp. Jaielison Yandro Pereira da Silva
Examinador Interno (PPGCN/UFPB)
João Pessoa
2022
AGRADECIMENTOS
A Deus por me permitir finalizar esta grande etapa da minha vida, por ter me
proporcionado momentos de sabedoria, persistência, evolução, coragem e paciência diante de
tantas situações durante a graduação.
Aos meus pais Flávio e Maristela por todo empenho na minha educação, na minha vida,
por serem meus pilares de sustentação, meu alicerce emocional, por todo apoio, conselhos,
ajudas, abraços e força que me deram para morar em outro estado, longe deles. Vocês são minha
motivação de todos os dias, tenho orgulho de ser filha de vocês.
Aos meus irmãos Lucas e Hugo, aos meus avós Ail, Luci e Lucinea, a minha tia
Margareth por estarem sempre presentes, por serem minha diversão em momentos de tensão,
sou mais feliz com vocês ao meu lado. Minha vida se torna mais agradável com vocês.
Ao meu cachorrinho, Eros, que foi o meu animal de assistência emocional. Durante meus
momentos de tristeza, somente a presença dele era o bastante para me fazer bem.
Ao meu “namorido”, Hivson Matheus que é o meu maior motivador, apoiador e o amor
da minha vida. Mesmo com a distância, também foi parte essencial do meu alicerce emocional,
nos momentos mais difíceis. Ter você ao meu lado torna minha vida mais leve e feliz.
Às minhas queridíssimas amigas Maria Eduarda, Thaiane, Maria Luisa e Thais que sempre se
fizeram presente quando mais precisei. Vocês são excepcionais na minha vida.
Aos meus amigos Rogério e Mardeson por todo apoio, distrações e leveza que há em partilhar
minha vida com vocês.
A minha orientadora, Profª. Dra. Noádia Priscila, e minha co-orientadora, Profª. Me.
Karoliny Sampaio, por toda paciência, disposição e comprometimento dedicados à elaboração
deste trabalho.
A Profª. Dra. Sônia Diniz, minha coordenadora de curso, por ter me ajudado a encontrar
a minha vocação. Graças a senhora, pude me encontrar em uma das áreas da Nutrição.
Ao Departamento de Nutrição da UFPB responsável pela minha formação acadêmica.
Muito obrigada!
“Novos ciclos sempre trazem grandes
oportunidades de crescimento.”
Autor desconhecido
RESUMO
The growing awareness of consumers in search of better food and nutritional quality has led to
a greater demand for foods containing substances that promote health benefits and,
consequently, nutritional status, such as functional foods. Added to this, the high work demands
have led to an increase in the consumption of healthy, quick and practical snacks, probiotic
snacks. Probiotics are live microorganisms that can provide many health benefits when
consumed in adequate amounts. Thus, the aim of this study was to review the literature on
probiotics inoculated in plant matrices, which could be consumed as practical and quick snacks.
The present work was carried out from an extensive research in the published literature on
studies that evaluated the development of plant matrix products added with probiotic bacteria,
in the PubMed, LILACS, SciELO, CAPES platform and Google Academic databases. A
synthesis of data and statistical analysis was made for a better elaboration and understanding of
this research. Initially, a total of 98 studies were selected, of which 30 were included in the
systematic review based on the inclusion and exclusion criteria. In this review, it was possible
to conclude that the apple is the best vehicle for the inoculation of live microorganisms, in
which Lactobacillus acidophilus, Lactiplantibacillus plantarum and Lacticaseibacillus casei
stand out because they demonstrate good adherence in plant matrices and, in relation to the
inoculation method, encapsulation it is the best alternative for maintaining a higher number of
viable cells during storage time. In this way, it is valid to develop more studies regarding foods
of plant origin added with probiotics, since they can be considered as healthy food alternatives
for the population, since it encourages a greater consumption of fruits and vegetables.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
12 meses dos bebês. No estudo de Lim et al. (2018) foi observado que a aplicação de
Lactobacillus acidophilus reduziu os quadros de depressão, gordura corporal e diminuição das
dores em mulheres que passavam pela fase atenuante da menopausa.
2.2 PROBIÓTICOS
Os probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades
convenientes proporcionam diversos benefícios à saúde do consumidor (FAO, 2002; BRASIL,
2018). Para promover essas vantagens ao hospedeiro, é necessário preservar a viabilidade dos
probióticos, a qual podem ser influenciados pelas condições do processamento tecnológico de
alimentos (HUSSAIN et al., 2016; MONTEIRO, 2021).
Como características, os microrganismos probióticos não devem ser patogênicos, devem
apresentar viabilidade adequado durante o armazenamento, e quando consumidos devem
resistir ao pH baixo do suco gástrico e das secreções pancreáticas e biliares. Ademais, precisam
preservar a capacidade de colonizar o colón para, assim, proporcionar o crescimento e
atividades benéficas no corpo humano (BALIZA, 2017; MORAIS;JACOB, 2006;
VANDENPLAS et al., 2015).
Entre os benefícios que os probióticos proporcionam, têm-se a competição com os
microrganismos patogênicos nos diferentes sítios de ligações das células da parede intestinal
(SASSONE-CORSI, RAFFATELLU, 2015). Ao se aderirem, estimulam a produção de
metabólitos capazes de melhorar a resposta imunológica, causando ativação de macrófagos
locais e a modulação da produção da imunoglobulina A (BALIZA, 2017; RAVAGLIA, 2019;
VANDEPLAUS, 2015; WGO, 2008; ;).
Os principais microrganismos probióticos pertencentes aos gêneros Lactobacillus e
Bifidobacterium que se caracterizam como bactérias ácido láticas que produzem diferentes
ácidos orgânicos, como o ácido láctico e o ácido acético em resultado da metabolização dos
carboidratos (SANDERS et al., 2019). Esses ácidos orgânicos contribuem na inibição do
crescimento de microrganismos patogênicos no trato gastrointestinal, devido a diminuição do
pH luminal (SILVA, 2021). Outrossim, algumas espécies de bactérias láticas trazem outras
melhorias fisiológicas e metabólicas, como: assistência nas sínteses de vitaminas, neutralização
de agentes cancerígenos e atividade enzimática (HILL et al., 2014).
A introdução dos probióticos em alimentos contribuem para tamponamento mediante o
trato gastrointestinal regulando, assim, a sua colonização (MONTEIRO, 2021; QUÍROS-
SAUCEDA et al., 2014;). A utilização dos probióticos em alimentos, além de promover uma
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alimentícios no mercado atual (GOUVEIA, 2018; LAKSHMI et al., 2017;). Durante a sua
esporulação, os Bacillus podem produzir substâncias antibióticas, sendo muito eficazes na
prevenção de diversos distúrbios gastrointestinais, visto que seus esporos podem sobreviver de
maneira íntegra ao pH estomacal, além de possuírem uma vida útil longa (GOUVEIA, 2018;
MADIGAN et al., 2004; MARTINS et al., 2013). Por isso, a utilização de Bacillus em
alimentos probióticos é uma boa alternativa devido à alta resistência a fatores intrínsecos
(CONCEIÇÃO et al., 2020; HONG et al., 2005).
As espécies do gênero Bacillus também se distinguem pela elevada produção enzimática
que prejudicam o desenvolvimento de microrganismos patogênicos e produzirem enzimas
extracelulares que auxiliam na função imune do intestino, além de contribuírem para o aumento
da digestibilidade e absorção de nutrientes, e restituição da microbiota intestinal natural, tendo
como resultado o aumento do bem-estar do usuário (GOUVEIA, 2018; LEE et al., 2008;).
cuidado com a utilização dessa bactéria em alimentos, pois são microrganismos vulneráveis às
condições de processamento, armazenamento e o ambiente ácido do trato gastrointestinal,
podendo ter uma redução significativa em suas células viáveis (SHORI, 2015; SILVA, 2021).
consumidor. No estudo desenvolvido por Messa et al. (2019) fez o uso dessa bactéria probiótica
inoculada, de maneira liofilizada, em um alimento à base do leite de coco, e apesar dos possíveis
benefícios antimicrobianos, por apresentarem elevados valores de pH e atividade de água, esse
produto mantinha o risco de contaminação microbiológica.
3 METODOLOGIA
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura. De acordo com Gil (2002), a pesquisa
bibliográfica é composta por base de dados já publicados, sendo formado, principalmente por
artigos científicos, revistas e capítulos de livros.
Inicialmente, feito uma pesquisa na literatura na base de dados pertinentes ao tema deste
trabalho. Foi feito a remoção das duplicatas, e em seguida os estudos foram triados a fim de
incluir e excluir os artigos a partir dos critérios de inclusão e exclusão. Os artigos foram
avaliados para elegibilidade e foram incluídos na síntese qualitativa.
A presente revisão de literatura sistemática foi realizada a partir de uma extensa pesquisa
na literatura publicada sobre estudos que avaliaram desenvolvimento de produtos de matriz
vegetal adicionado de bactéria probióticas, nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO,
plataforma da CAPES e Google Acadêmico.
Foram nomeados artigos que fizeram uso de probióticos ou bactérias lácticas em matriz
vegetal, excluindo aqueles que utilizaram uso de alimentos derivados de animal, como: carne,
leite, queijo, iogurte, entre outros. Preferencialmente, foram elegidos estudos que utilizam
preparações caracterizadas como opções de lanches práticos e rápidos no dia a dia.
Foram aplicados diferentes critérios de inclusão, tais como: artigos escritos em inglês,
português ou espanhol; disponibilidade de texto completo em suporte eletrônico e referência ao
uso de bactérias ácido láticas em alimentos de matriz vegetal. Como critérios de exclusão teve-
se: artigos que faziam uso de matriz não vegetal ou bactérias ácido lácticas; probióticos
utilizados em sucos; anais de congresso ou conferências; artigos repetidos e revisões de
literatura. Após a análise, percebeu-se que dos 98 artigos selecionados apenas 30 se encaixam
dentro dos critérios de inclusão e exclusão e foram selecionados para compor o presente estudo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa desenvolvida por Bernardino (2020) fez o uso da jaca desidratada para a
inoculação dos probióticos, Lacticaseibacillus casei e Lactobacillus acidophilus. Para a
elaboração desse lanche adicionado de bactérias probióticas, inicialmente os frutos foram
coletados da árvore jaqueira sendo transportados ao laboratório para o processo de
descascamento e separação das sementes dos bagos. Em seguida, houve a seleção manual dos
bagos pelos seus aspectos físicos, sendo higienizados em solução de hipoclorito e enxaguados
em água potável. As frações da jaca foram pesadas e armazenadas em congelamento para uso
posterior. A adição dos probióticos foi por meio da impregnação, as jacas foram descongeladas,
cortadas e, então, ocorreu a inoculação das bactérias lácticas. Foram armazenadas por 28 dias
em uma temperatura média de 4±2 °C.
Já Galvão (2020) desenvolveu um snack probiótico de maçã. Após a higienização, as
maçãs foram secas em um pano, cortadas em cubos e passaram pelo pré-tratamento em banho
ultrassônico sem agitação mecânica, em seguida foram drenadas e postas em um papel
absorvente para remover o excesso de água e evitar a aderência do produto nas paredes do leito
fluidizado. Posteriormente, os snacks de maçãs foram inseridos no equipamento para o processo
de fluidização, no qual as maçãs foram suspensas por uma corrente ascendente de ar, no qual o
leito de partículas passa a comportar-se como um fluido para a incorporação do revestimento
do probiótico Bacillus coagulans e foram secos logo em seguida. Foram armazenadas em
embalagens de polietileno combinado com alumínio laminado durante 90 dias a 27°C.
Maisto et al. (2021) desenvolveu uma barra de tâmara adicionada de quatro cepas
probióticas potencialmente diferentes: L. plantarum, L. bulgaricus, L. acidophilus e L.
rhamnosus. A polpa da fruta seca foi moída e colocada em um processador juntamente a cereais
e água. Com o intuito das bactérias láticas fazerem o processo de fermentação, a mistura obtida
foi acondicionada em sacos plásticos e incubadas 37°C por 48 horas. Após isso, passaram pelo
processo de extrusão, no qual foi realizado pelo extrusor de parafuso único. Foram armazenados
durante 30 dias a 4°C para a realização das análises de qualidade.
Burga-Busaga et al. (2020) fez uso de maçãs secas para o desenvolvimento de um lanche
adicionado de bactérias probióticas. As maçãs foram higienizadas e cortadas, após isso foi
utilizado um suco de clementina comercial para a impregnação do L. salivarius. Foi adicionado
um extrato de levedura e bicarbonato de sódio e amido de tapioca no suco para garantir o
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crescimento adequado da cepa probiótica. O snack de maçã foi armazenado em sacos opacos e
herméticos em temperatura ambiente (25°C) durante 30 dias.
Medeiros (2018) elaborou uma barra de cereais a base de fécula da mandioca adicionada
de Lactobacillus acidophilus microencapsulados. A princípio, os ingredientes foram separados
em secos e xaropes de aglutinação. O melado da cana e o açúcar mascavo foram aquecidos a
uma temperatura de 100°C até a formação do xarope. Nos ingredientes secos foram adicionadas
as microcápsulas contendo os probióticos e por último o xarope de aglutinação. Posteriormente
foram distribuídas em uma bandeja de aço inoxidável, laminada em formatos retangulares e
embalados em filme de policloreto de vanila e papel laminado durante 21 dias a temperatura
ambiente.
Guerra et al. (2018) elaborou um picolé probiótico com a polpa da acerola adicionado
de L. paracasei. Foi misturado em um liquidificador água mineral a 5°C com gelo, polpa de
acerola congelada, açúcar, corante vermelho, ácido cítrico e o inóculo probiótico. Após isso,
foi colocado em um molde específico para uma máquina de congelamento rápido. Foram
armazenadas durante 21 dias a -18°C.
Afzaal et al. (2020) também elaborou um lanche de maçã seca. No primeiro momento,
as maçãs selecionadas pelas suas características organolépticas, em seguida foram lavadas,
tiveram suas cascas removidas e cortadas em forma de disco. Depois, ocorreu o aquecimento
das maçãs já cortadas em banho de água a 80°C por 2-3 minutos. As fatias da maçã foram secas
utilizando o método convencional de secagem, por meio do forno a 40-50°. Para a inoculação
das bactérias, ocorreu de duas formas: inoculação por meio do mergulho das fatias de maçã em
uma solução contendo o inóculo e adição do Bifidobacterium bifidum encapsulados no lanche
de maçã. Foram armazenados em copos de polietileno a 4°C durante 21 dias.
Rajagukguk et al. (2022) criou uma barra vegetal à base de grão de bico e lentilha verde
com a adição de Lactiplantibacillus plantarum microencapsulados. Inicialmente o grão de bico
e a lentilha verde foram secos em um forno de convecção durante 12h a 50°C. Os ingredientes
secos e molhados, juntamente as cepas probióticas, foram misturados e depois cortados em
formato retangular para a elaboração das barras alimentícias. Foram armazenados em sacos de
polietileno de baixa densidade durante 60 dias a 20°C.
Na pesquisa desenvolvida por Kiani et al. (2021) foi feito chips de batata frita
adicionada da bactéria probiótica liofilizada L. lactis. As batatas foram selecionadas,
higienizadas, descascadas e então cortadas para serem submetidas à fritura em um óleo de soja
refinado. Posteriormente, as batatas foram dispostas para retirar o excesso de gordura e então o
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probiótico liofilizado foi pulverizado na superfície das rodelas de batata em pequenas gotas por
um pulverizado artesanal. Foram embaladas a vácuo em sacos de polietileno e armazenadas
durante 120 dias a 25°C.
Em outra pesquisa, Khaleel e Jebur (2021) também utilizaram batatas fritas adicionadas
de probióticos. As batatas depois higienizadas devidamente, foram descascadas e cortadas em
rodelas para serem fritas a 180° por 3 minutos. A posteriori, a fermentação foi realizada pela
adição do isolado local de Limosilactobacillus fermentum em um recipiente com capacidade de
cinco litros contendo um litro de água. Foram embaladas em um saco de náilon e armazenadas
a 4°C.
Também utilizando batatas fritas com a adição de bactérias probióticas, Mostafa (2020)
após o processo de higienização e descascamento das batatas, submeteu o tubérculo a fritura
em óleo de girassol refinado a 180± 5 °C por 5 min. Após isso, o pó de Bifidobacterium longum
e Lactobacillus helveticus liofilizado foram colocados na superfície dos chips de batata e
armazenados em sacos de polietileno durante 120 dias a 30°C.
Lasta et al. (2021) fez uso de uma farinha de P. aculeata para o desenvolvimento de
uma barra de cereal adicionada da cepa liofilizada de Lactobacillus acidophilus. Os
ingredientes secos foram misturados com xarope de aglutinação. O chocolate vegano usado no
revestimento da barra, foi derretido em banho maria e houve a adição da cepa probiótica, na
qual foi presa em esferas de alginato de cálcio, em seguida o chocolate foi usado para revestir
a barra de cereal. Após o resfriamento, a massa foi cortada e embalada em papel alumínio selado
e filme plástico e armazenadas durante 120 dias.
Zura-Bravo et al. (2019) fez uso da fruta murta para a elaboração de um lanche
adicionado de bactérias probióticas. A princípio, a murta foi selecionada, higienizada e depois
foi submetida ao processo de secagem convectiva e secagem à vácuo. Após isso, as cepas do
Lacticaseibacillus casei foram inoculadas pelo método de impregnação, armazenadas em sacos
de polietileno e submetidas a análise logo após.
Já Vakeveinen (2021) desenvolveu um sorvete vegano à base de groselha adicionado de
bactérias probióticas. As groselhas congeladas foram amassadas em um moinho industrial e o
purê obtido foi armazenado a -20°C. Em seguida, ocorreu a trituração da quinoa para formar
uma farinha que foi acrescida de água e pasteurizada por 5 minutos a 90°C. A mistura resfriada
foi adicionada L. plantarum microencapsuladas, e em sequência misturados aos demais
ingredientes, sendo divididos em pratos plásticos e armazenados durante 90 dias a -20°C.
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descascadas e cortadas em cubos para serem imersas em uma solução contendo as bactérias
probióticas L. rhamnosus, L. acidophilus e L. plantarum. Após isso, foram drenados e
acondicionados em uma embalagem de polietileno e armazenadas a 5°C durante 5 dias para
realização das análises.
Santos (2018) fez uso da bactéria probiótica Lacticaseibacillus casei para a elaboração
de um lanche probiótico à base do caldo de cana. O caldo de cana foi extraído por moagem da
cana-de-açúcar previamente higienizada e descascada. Posteriormente foi pasteurizado e
adicionado o probiótico e acondicionados em frascos de vidro a 7°C.
Silva e Kunigk (2019) produziram uma geleia de ameixa adicionado de Bifidobacterium
lactis. A ameixa juntamente à água e a sacarose foram submetidas ao processador por 5 minutos,
e foi acrescentado à mistura do xarope de glicose e a pectina e processado novamente com mais
água. Essa mistura foi aquecida, adicionada cloreto de cálcio e a bactéria probiótica liofilizada.
Após isso foram acondicionadas e refrigeradas a 4°C por 42 dias.
Luciano (2018) fez uso de açaí e manga para a elaboração de smoothies adicionados de
Lactobacillus acidophilus. Foram elaboradas dois smoothies diferentes: um de açaí e um de
manga. No de açaí, a banana foi higienizada, descascada e misturada com água de coco usando
um liquidificador e em seguida foi adicionada à polpa de açaí. No de manga, o processo se
repete com exceção do uso de banana, na qual foi usada maracujá e depois foi adicionada a
polpa de manga. O probiótico em sua forma liofilizada foi adicionado nas misturas, e depois
foram colocadas em frascos de vidro a 4° durante 28 dias.
Pontonio et al. (2020) criou um iogurte vegano à base de grão de bico com a adição de
L. plantarum e L. brevis. Foram misturados a farinha de arroz, de lentilha e de grão de bico
juntamente à água. A mistura foi aquecida para estimular a gelatinização do amido e foi
resfriada logo em seguida. Os probióticos foram adicionados, e depois o iogurte vegano foi
acondicionado em frascos de vidro a 4°C durante 30 dias.
Com o intuito de facilitar a visualização das bactérias probióticas mais utilizadas, foi
feito no Canva, uma nuvem de palavras, sendo a bactéria mais utilizada com tamanho da fonte
com a proporção de 1:15 a quantidade de vezes que o microrganismo foi utilizado. Na figura 2
é possível observar que, dentre os microrganismos utilizados, o Lactobacillus acidophilus e
Lactiplantibacillus plantarum ocupam o primeiro e segundo lugar, respectivamente, sendo os
mais utilizados para a elaboração de lanches probióticos.
Haja visto esses diferentes processos, torna-se importante destacar que a inoculação de
bactérias probióticas em alimentos contribuem para tamponá-los durante o seu trajeto no trato
gastrointestinal, ajudando a regular colonização da flora intestinal além de conferir diversos
benefícios à saúde do consumidor (QUÍROS-SAUCEDA et al., 2014). Contudo, para que isso
aconteça, torna-se necessário manter a viabilidade do microrganismo inserido na matriz
alimentar atentando-se aos diferentes fatores que influenciam na sobrevivência dos probióticos,
tais como: a acidez, teor de oxigênio, concentração de ácidos láticos e acético visto que
influencia na sobrevivência dos probióticos, não apenas na matriz alimentar como, também, no
corpo humano (MONTEIRO, 2021).
Posto isto, diversos procedimentos têm sido utilizados com a finalidade de aumentar a
viabilidade dessas bactérias, tais como: seleção de cepas resistentes e de adequadas matrizes
alimentares, incorporação de micronutrientes, seleção de processos de inoculação dos
microrganismos probióticos, adaptações ao estresse, dentre outros (ROKKA; RANTAMÄKI,
2010).
Na pesquisa desenvolvida por Bernardino (2020) foi utilizado a jaca como matriz
alimentar, juntamente a impregnação a vácuo, impregnação a pressão atmosférica, impregnação
atmosférica pré-trata e impregnação atmosférica pré-tratada com ultrassom para inocular os
Lacticaseibacillus casei e Lactobacillus acidophilus. Na impregnação a vácuo percebeu-se uma
melhor viabilidade de L. casei do que L. acidophilus, com resultado final de 7,39 ± 0,22 e 4,1
± 0,13 UFC/g respectivamente. Já na impregnação a pressão atmosférica verificou-se uma
melhora da viabilidade de L. acidophilus com 4,21 ± 0,04 UFC/g e uma leve redução da L.
casei com 6,79 ± 0,2 UFC/g. Ambos os probióticos tiveram uma boa quantidade de células
viáveis na impregnação atmosférica pré-tratada com 7,99 ± 0,07 UFC/g para L. casei e 5,11 ±
0,12 para L. acidophilus. Na impregnação a vácuo pré-tratada com ultrassom obteve-se 7,51 ±
0,11 UFC/g para L. casei e 4,53 ± 0,52 para L. acidophilus. Com isso, pode-se concluir que a
L. casei teve mais células viáveis que L.acidophilus, no qual todos os resultados foram abaixo
de 6 Log 10. Ademais, o tratamento de impregnação a pressão atmosférica foi o que obteve
maior concentração do L. casei, sendo o mais indicado para a elaboração da jaca desidratada
adicionada de probióticos.
Galvão (2020) fez uso da fluidização para a inoculação de B. coagulans em maçã
desidratada. O uso de leito fluidizado manteve a viabilidade dessa bactéria probiótica, com
concentrações de aproximadamente 8,2±0,1 UFC/g. Além da capacidade de realizar secagem,
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este método conseguiu de forma eficaz inserir probióticos em matriz alimentar, podendo ser
considerada como uma técnica adequada para a formulação de maçã desidratada adicionada de
probiótico.
Em Maisto et al. (2021) houve o desenvolvimento de uma barra de tâmara adicionada
de uma mistura de L. acidophilus, L. bulgaricus, L. plantarum e L. rhamnosus. As quatros cepas
foram capazes de crescer em meio a barra da tâmara, tendo como resultado a viabilidade de
4±0,09 UFC/g. A partir disso, os ingredientes funcionais presentem na tâmara juntamente a
inoculação dos probióticos podem ser propostos como um protótipo de alimento funcional.
Burca-Busaga et al. (2020) fez uso de maçã desidratada adicionada de microrganismos
com potencial probióticos. A impregnação foi o método utilizado para inocular o L. salivarius,
no entanto observou-se uma redução do conteúdo de bactérias probióticas, demonstrando que
estes microrganismos não se adaptaram bem na matriz alimentar por meio desse método de
inoculação. Contudo, destaca-se que a liofilização, a adição de 10% de trealose contribuiu para
um menor decréscimo da população bacteriana em comparação a não adição desse composto.
Medeiros (2018) desenvolveu uma barra cereais a base de mandioca adicionada de L.
acidophilus microencapsulados, com a viabilidade final de 5,3±0,4 UFC/g. A barra de cereais
adicionada de microrganismos encapsulados pode ser um bom veículo de produtos probióticos.
Ainda, o processo d encapsulamento manteve as bactérias em maiores contagens de células
viáveis comparadas as que foram adicionadas na forma livre, com maior resistência quando
expostas as condições de simulação do trato gastrointestinal.
Já no estudo de Guerra et al. (2018) não se obteve resultados positivos. No picolé
desenvolvido a base de acerola, o Lacticaseibacillus paracasei adicionado manteve uma
viabilidade de 4 UFC/g e no final dos 21 dias de armazenamento não conseguiram sobreviver,
demonstrando que essa matriz pode não ser apropriada para o crescimento da bactéria
probiótica.
Azfaal et al. (2020) conseguiu desenvolver um lanche de maçã desidratada adicionada
de probiótico. As cepas de Bifidobacterium bifidum foram encapsuladas em revestimento de
alginato e carragena, mantiveram a sua viabilidade final de 8,83 UFC/g. Este revestimento
contribuiu para manter as células viáveis mesmo após serem submetidas às condições
gastrointestinais.
Rajagukguk et al. (2022) desenvolveu barra alimentícia a base de grão de bico
adicionada de Lactiplantibacillus plantarum microencapsulados. A quantidade de células
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viáveis foi de 5,74 UFC/g, sendo aconselhado pelo próprio pesquisador consumir 5 porções da
barra de grão e bico para alcançar a concentração probiótica recomendada.
Kiani et al. (2021) fez uso da cepa de Lactococcus lactis para desenvolver chips de
batata frita probiótico. Foi possível ver que as cepas conseguiram manter a viabilidade mesmo
depois de expostas a baixo pH e altas concentrações de sais biliares, além de exibirem atividade
anti-patogênicas contribuindo para inibir o crescimento de patógenos. O uso do tahine protegeu
os microrganismos probióticos e conseguiu manter as células viáveis em 7,9 UFC/g.
Khaleel e Jebur (2021) também desenvolveram chips probiótico de batata frita. Além
de conseguirem utilizar o Limosilactobacillus fermentum para diminuir a formação de
acrilamida nas batatas, foi possível manter uma quantidade suficiente de células viáveis para
ser considerado como um alimento com propriedade funcional.
Mostafa (2020), que igualmente produziu chips de batata frita adicionada de cepas
liofilizadas de Bifidobacterium longum e Lactobacillus helveticus. Ao final de 120 dias de
armazenamento, foi possível encontrar concentrações de 6 UFC/g de células viáveis de B.
longum, demonstrando ser a melhor cepa para a formulação deste produto. Ademais, o L.
helveticus conseguiu perder quase 70% da sua viabilidade após o processo de liofilização,
demonstrando não ser uma boa escolha para desenvolver este produto.
Lasta et al. 2021 fez uso da folha de Pereskia aculeata para desenvolver uma barra de
cereal com chocolate vegano adicionado de L. acidophilus. A partir do microencapsulamento
da bactéria probiótica, foi possível imobilizar e proteger as células desses microrganismos
durante o percurso do trato gastrointestinal, além de manter sua viabilidade de 11,37 UFC/g
durante 120 dias de armazenamento. Dessa forma, pode-se dizer que a encapsulação do
probiótico juntamente a escolha da matriz alimentar contribuiu para a sua viabilidade.
Em Zura-Bravo et al. (2019) foi possível analisar o desenvolvimento de fruta murta
desidratada adicionada de Lacticaseibacillus casei pelo método de impregnação à vácuo. Este
método de inoculação mostrou-se eficiente para manter a viabilidade da bactéria em 6 UFC/g,
sendo, também, essa fruta considerada como um bom veículo desses microrganismos
probióticos.
Vakeveinen (2021) desenvolveu um sorvete vegano de groselha adicionado de
Lactiplantibacillus plantarum com a viabilidade final de 7±0,38 UFC/g. Com isso, pode-se
confirmar que a incorporação de bactérias lácticas confere a este produto propriedades
funcionais. Entretanto, é necessário aprimorar a quantidade de células viáveis para atender aos
requisitos dos produtos adicionados de probióticos durante todo o período de armazenamento.
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acidophilus na sua forma liofilizada. A partir do processamento, notou-se que houve um melhor
desenvolvimento das cepas probióticas no lanche de manga do que no de açaí, visto que a
viabilidade final foi de 8,5 UFC/g e 7,5 UFC/g respectivamente. Com isso, pode-se afirmar que
a manga se comporta melhor como veículo de probióticos do que o açaí.
Já Pontonio et al. (2020) elaborou um iogurte vegano à base de grão de bico com a
adição de uma mistura das cepas de Lactiplantibacillus plantarum e Levilactobacillus brevis.
Com isso, foi possível desenvolver um produto semelhante ao iogurte convencional com
concentrações variáveis de 9,8±0,1 UFC/g bactérias ácido lácticas. Assim, o grão de bico
demonstra ser um bom condutor para o desenvolvimento de bactérias probióticas.
Diante de todos esses achados, foi possível perceber que a inoculação destas bactérias
em matrizes vegetais é uma alternativa viável para a elaboração de lanches probióticos. Em
grande maioria, a aplicação desses microrganismos apresentou efeito positivo para a produção
de um lanche vegano saudável rico em compostos funcionais com a capacidade de oferecer
diversos benefícios à saúde, não apenas pelos microrganismos inoculados, como pelas
propriedades dos alimentos utilizados.
No quadro 1 a seguir, pode-se observar a matéria prima, o produto desenvolvido, forma
de preparo de cada lanche probiótico e os seus respectivos autores.
Quadro 1: Quadro da forma de preparo de cada lanche probiótico.
parafuso único.
4.4.1 ABACATE
O abacate (Persa americana Mill) é uma fruta oriunda do abacateiro, sendo muito
comum em climas tropicais e subtropicais (FERNÁNDEZ et al., 2018). É um fruto que tem seu
crescimento e desenvolvimento influenciado por diversos fatores externos, como temperatura,
estresse hídrico, vento e salinidade, os quais podem afetar o seu crescimento e desenvolvimento.
Além disso, também é influenciado pelo cultivo e o manejo durante a prática cultura (COWAN;
WOLSTENHOLME, 2016).
47
4.4.2 AÇAÍ
O açaí é um fruto oriundo do açaizeiro (Euterpe oleracea Mart), da família Arecaceae.
Essa fruta, depois de madura, apresenta coloração roxa escura a preto, tendo formato
arredondado e tem ganhada muita notoriedade devido a vasta variedade de utilização nas
indústrias alimentícias (PEREIRA, 2020; VIEIRA et al., 2018).
O açaí é uma fruta com elevado valor nutricional, rica em carboidratos, gorduras boas,
as monoinsaturadas, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e tem um elevado teor de fibra
alimentar (TACO, 2013). Em razão do seu alto teor de antocianinas, é considerado como um
alimento funcional visto que este pigmento, um composto considerado antioxidante, contribui
para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, dislipidemias, e
doenças cardiovasculares, tendo efeito anti-inflamatório e cardioprotetor (LOBO;
VELASQUES, 2016; PEREIRA, 2020; SILVA et al., 2018)
4.4.3 ACEROLA
A acerola (Malpighiaceae emarginata DC) é uma fruta pertencente à família
Malpighiaceae, comumente encontrada em regiões tropicais. Este fruto é composto por
epicarpo, a casca externa; o mesocarpo, a polpa da acerola e o endocarpo, na qual é formado
por caroços. Além disso, possui o formato ovoide, tamanho pequeno e quando maduros a sua
cor é vermelho a vermelho púrpura (ALMEIDA et al., 2002; GONÇALVES, 2017).
A acerola, uma fruta com alto teor de vitamina C, também sendo rica em carotenoides,
tiamina, riboflavina e niacina (ASSIS; LIMA; OLIVEIRA, 2001). Além disso, é uma fruta com
alto teor nutricional, não apenas pela vitamina C, como também é rica em ferro, cálcio, vitamina
A e complexo B (GONÇALVES, 2017).
4.4.4 AMEIXA
48
A ameixeira (Prunus domestica L.) é uma árvore que tem como fruto a ameixa (Prunus
spp), pertencendo à família Rosaceae. É mundialmente consumida, sendo cultivada em mais de
80 países com regiões geográficas diferentes e sua produção chega a extrapolar mais de 10
milhões de toneladas por ano (FAO, 2011). A comercialização da ameixa no mercado brasileiro
ultrapassa de 650 mil toneladas por ano, sendo importada para outros países da América do Sul,
como Argentina e Chile (ANDRADE, 2016; MULLER, 2013).
A ameixa é amplamente conhecida pelo seu efeito laxativo que está relacionado ao seu
alto teor de fibras, especialmente a pectina, sendo muito recomendada na ação contra a
constipação. Além disso, a ameixa é rica em carboidratos, magnésio, sódio, potássio e vitaminas
sendo bastante utilizada contra enfermidades como, artrite, arteriosclerose, nefrite,
dislipidemias e contribui para a diminuição das gorduras saturadas e colesterol (ÁVILA, 2013;
SIMÕES; SCHENKEL, 2001;).
4.4.7 COCO
O coco (Cocos nucifera L.) é um fruto proveniente do coqueiro sendo formado por uma
epiderme lisa que se encontra na parte interna do coco, o mesocarpo, que possui características
mais espesso, fibroso e muito utilizado nas indústrias e a parte mais externa que é o endocarpo,
responsável pela característica mais sólida e a coloração do coco (BRITO, 2004).
Em conformidade com os estudos de Patil e Benjakul (2018), o coco é um alimento que
contribui com a prevenção de doenças devido a sua atividade anti-inflamatória, antioxidante e
antimicrobiana. Além disso, o coco é rico em diferentes micronutrientes como: potássio, fósforo
e magnésio (MESSA et al., 2019).
4.4.10 GROSELHA
A groselha (Ribes nigrum) é considerada como uma planta viável e econômica para
cultivo, possuindo um sabor azedo e uma sensação adstringente ao serem ingeridas in natura.
Contudo, vem sendo muito utilizada nas indústrias de alimentos em diferentes formas, como
geleias e suco com adição de açúcar (LAAKSONEN et al, 2013; NG et al., 2012).
As groselhas caracterizam-se por serem frutas ricas em antocianidinas, que são
responsáveis por diminuir o colesterol ruim, LDL; também tem a função de reduzir os fatores
pró-inflamatórios, como citocinas e quimiocinas (KOPONEN et al, 2007). Em uma pesquisa
desenvolvida por Cardoso (2011) foi analisado os efeitos benéficos e potencial das antocianinas
para reduzir o risco de desenvolvimento da aterosclerose. Vakeveinen (2021) conseguiu
elaborar de forma promissora um lanche probiótico à base de groselha.
4.4.11 GUABIJÚ
O guabijú (Myrcianthes pungens) é uma fruta oriunda do guabijuzeiro, que tem como
seu ecossistema natural matas ciliares e encostas de rios e morros, sendo muito encontrada nos
estados do sul brasileiro e em países como Argentina, Paraguai e Uruguai (BURCKHARDT et
al., 2012; SARMENTO et al., 2012). É uma fruta arredondada, possuindo polpa amarelada de
sabor doce agradável, sendo geralmente consumida in natura, mas também muito utilizada na
fabricação de doces, geleias e sorvetes (DALLA NORA et al., 2014; KALSCHNE et al., 2019;
SERAGLIO et al., 2018).
Além de chamar a atenção pelos seus sabores adocicados, o guabijú é uma fruta rica em
carotenóides antocianinas em sua composição, sendo esses compostos vinculados às atividades
antioxidantes, oferecendo assim benefícios metabólicos quando consumidos. Apesar de ser uma
fruta com pouca exploração comercial, ela apresenta quantidades importantes de compostos
51
bioativos nos quais podem-se usar para o desenvolvimento de mais produtos (DALLA NORA
et al., 2014; DETONI, 2020).
4.4.12 JACA
A jaca (Artocarpus heterophyllus) é uma fruta pertencente à família Moraceae, sendo
composta por casca, bagos, sementes, mesocarpo e pedúnculo (BASSO; MOURA, 2017).
Bahia e Pernambuco são os estados que têm maiores concentrações de produção, contudo não
têm grande importância econômica quando comparadas às frutas tropicais brasileiras. Isso
acontece por causa do seu baixo rendimento de polpa por peso de fruto, gerando,
consequentemente, um menor valor comercial (BERNARDINO, 2020; IBGE, 2017;).
Este fruto possui estágios diferentes de maturação, o que acarreta uma composição
nutricional diferente à medida que amadurece. Quando está em seu estágio mais maduro é ideal
para se submeter ao processo de desidratação (RANA et al., 2018). Durante ao seu estágio
maduro, a jaca apresenta elevadas concentrações de carboidratos, cálcio, fósforo, potássio,
vitaminas (A, complexo B, C), fibras, importantes propriedades antioxidantes (SIDHU, 2012;
YI et al., 2016).
4.4.13 MAÇÃ
A maçã (Malus domesticaC) é uma fruta proveniente da macieira, na qual começou a
ser explorada comercialmente no Brasil por volta da década de 60 tornando-se ao longo dos
anos um produto de grande consumo no país (LOPES; OLIVEIRA, 2011). Segundo a
Associação Brasileira de Produtores de Maçã (2010), houve a produção de quase 850 mil
toneladas de maçã e, o que levou ao aumento da sua exportação.
A maçã tem em sua composição composto fenólicos, nos quais inclui: flavonoides, que
contribuem na neutralização dos radicais livres; ácido hidroxicinâmicos, que contribuem para
a modulação da defesa antioxidante e antocianinas, que ajudam no processo anti inflamatório e
fortalecem a imunidade (ZARDO et al., 2008). No estudo desenvolvido por Galvão (2020) foi
possível desenvolver um lanche probiótico a base de maçã, onde conseguiu manter a sua
viabilidade usando matriz vegetal.
4.4.14 MAMÃO
O mamão (Carica papaya L.) é uma fruta oriunda do mamoeiro, pertencente à família
das Caricáceas (ZERPA-CATANHO et al., 2017). É uma fruta com grande importância
52
4.4.15 MANDIOCA
A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma planta pertencente à família
Euphorbiaceae, sendo uma vegetal inteiramente aproveitável, o que gera grande interesse para
as indústrias. Suas folhas podem ser usadas na alimentação tanto animal quanto humana, além
da utilização para a extração de proteínas; seu caule é de importância para o plantio, gerando
energia por meio de sua combustão e a raiz, a parte essencial da planta, largamente utilizada na
alimentação humana e animal, sendo também muito usada em indústrias alcooleira, têxtil e de
produção de amido (BEZERRA, 2006; FERREIRA FILHO et al., 2013; MEDEIROS, 2018).
A macaxeira é um vegetal rico em linamarina e lotaustralina, ambos glicosídeos
cianogênicos, que ao sofrerem a reação de hidrólise enzimática ou ácida podem liberar um
produto tóxico intitulado de ácido cianídrico (ABREU; MATTIETTO, 2014; SILVA et al.,
2004). Para evitar intoxicações e preocupação durante o seu consumo, é necessário que a
mandioca passe por um processamento adequado visando a eliminação desse ácido, para assim
ser consumido com segurança (BORGES et al., 2002).
4.4.16 MANGABA
A mangabeira é uma árvore que tem como fruto a mangaba (Hancornia speciosa), é
uma frutífera pertencente à família Apocynaceae. É um fruto do tipo baga que tem forma
arredondada, com cor da casca variando de amarelo a esverdeado, podendo ter manchas
avermelhadas (NETO, 2017). Normalmente é comercializada in natura, possuindo um
excelente aroma e sabor quando madura, podendo ser produzidas na forma de doces, polpas,
sorvetes e geleias (SOUZA, 2004; SOARES et al., 2012).
Caracteriza-se por possuir altos teores de vitamina C, principalmente em seu estado
semi-maduro e maduros. Ademais, também há concentrações de composto fenólicos, tais como:
53
4.4.18 PÊSSEGO
O pêssego (Prunus persica) é uma fruta oriunda do pessegueiro nativa da China, sendo
considerada como uma fruta do clima temperado. Essa fruta é muito apreciada pelo seu sabor
doce e sua aparência diferente (BOTTON et al., 2003). De acordo com a FAO (2010) é uma
fruta que tem um interesse econômico, tendo sua produção mundial ultrapassado 16 milhões de
toneladas em 2008.
De acordo com a OPAS (2019), o pêssego caracteriza-se por ser uma fruta baixa em
caloria, não contém colesterol e são uma excelente fonte de energia devido aos seus
macronutrientes. Além disso, é uma fruta com uma boa quantidade de fibra alimentar,
betacaroteno, vitaminas (A, C, E, K e complexo B).
4.4.19 QUINOA
A quinoa (Chenopodium quinoa) é um fruto nomeado da mesma forma que a planta e
possui formato cilíndrico achatado, com a estrutura da semente dividida em pericarpo,
episerma, perisperma e embrião, onde a maior concentração de amido é no perisperma, visto
que é seu local de armazenamento. Ademais, a sua coloração é resultado da mistura da cor do
pericarpo e do episperma (BORGES et al., 2010; SPEHAR; SANTOS, 2002).
Este fruto é considerado como um pseudo grão visto que há uma possibilidade de uso
do amido de suas sementes semelhante à cultura dos cereais (BHARGAVA, 2005). Além disso,
54
é uma semente rica em proteínas, aminoácidos essenciais e apresenta uma larga variedade de
vitaminas e minerais. Apresenta, ainda, tem propriedades importantes nas indústrias de
alimentos, como: solubilidade, alta capacidade de retenção de água, geleificação e
emulsificação, o que favorece seu uso em produtos variados (ABUGOCH et al., 2008).
4.4.20 TÂMARA
A tâmara (Phoenix dactylifera) é proveniente da tamareira, sendo considerada uma das
frutas mais antigas consumidas pelo ser humano. É muito estudada, desde os tempos antigos,
devido aos seus efeitos benéficos para tratar distúrbios gastrointestinais e doenças respiratórias,
como asma e bronquite. Além disso, é uma fruta com alto teor polifenólico, devido ao ácido
fenólico encontrado na fruta, flavonoide, carotenóides e esteroides. Além disso, também
apresenta excelentes quantidades de minerais como potássio, cálcio, sódio, ferro, zinco e
magnésio, sendo este mineral contribui para diversos processo fisiológicos humanos:
respiração, resposta imune e potência física. Ademais são frutas ricas em fibras alimentares,
principalmente as fibras insolúveis, e aminoácidos essenciais, arginina e histidina que são
importantes para a saúde humana (AMIR et al., 2013; AMMAR et al., 2009; BALIGA et al.,
2010; MAISTO et al., 2021).
4.4.21 TAMARINDO
O tamarindeiro é uma árvore frutífera pertencente à família Leguminosae, podendo
alcançar 25 m de altura. Essa árvore gera o tamarindo (Tamarindus indica L.), uma fruta rica
em fibras solúveis e insolúveis com teores altos de potássio, cálcio, magnésio, fósforo,
manganês e zinco. Sendo caracterizados como frutos alongados, de cascas pardo-escuras,
acidulada, lenhosa e quebradiça, podendo variar de 5 a 15 cm de comprimento e podem conter
de 3 a 8 sementes em sua polpa (DONADIO; NACHTIGAL; SACRAMENTO, 1988;
CAMARGO, 2019).
O tamarindo também possui em sua composição compostos bioativos interessantes,
sendo alvo de estudos devido ao seu potencial para tratamento de doenças (RAZALI et al.,
2012; SIDDHUAJU, 2007). Segundo o estudo de Souza et al. (2015), esse fruto possui uma
atividade antioxidante, sendo mais encontrada em suas sementes e houve o aumento dessa
atividade relacionada proporcionalmente de forma direta à quantidade do tamarindo utilizado.
4.4.22 UMBU
55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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