Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis
2021
José Victor Safadi Ferrarezi
Florianópolis
2021
José Victor Safadi Ferrarezi
O presente trabalho em nível de Mestrado foi avaliado e aprovado por banca examinadora
composta pelos seguintes membros:
Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado
adequado para obtenção do título de Mestre em Aquicultura
_________________________________________
Coordenação do Programa de Pós-Graduação
___________________________________
Prof. José Luiz Pedreira Mouriño, Dr.
Orientador
Florianópolis, 2021
AGRADECIMENTOS
Como prioridade nos agradecimentos desse trabalho, dedico o mesmo aos meus pais
Luiz Antônio Ferrarezi e Patricia Safadi Ferrarezi, que fazem o possível e o impossível para
que eu obtenha as melhores oportunidades na vida e alcance os objetivos almejados por mim,
sempre através da educação e do conhecimento. Sou grato aos meus padrinhos e familiares José
Eduardo Ary, Iracema Lúcia Oliva Ary, Thiago Ary, José Roberto Ary e Adriana Gervasio Ary,
pois a priori, sem eles a execução desse trabalho não seria possível.
Agradeço ao meu orientador José Luiz Pedreira Mouriño e ao Prof. Maurício Laterça
Martins, pelo incentivo e confiança dada ao longo de 7 anos de trabalho conjunto, à Scheila
Anelise Pereira, Lúvia de Souza Sá e Mateus Aranha Martins pelo auxílio na execução das
metodologias e escrita, bem como a toda a equipe do Laboratório de Sanidade de Organismos
Aquáticos – AQUOS/UFSC.
Gostaria de agradecer especialmente os amigos Gustavo Ruschel Lopes, Hugo Mendes
de Oliveira, Marco Shizuo Owatari, Gabriel Fernandes Alves de Jesus, Jorge Pedro Rodrigues
Soares, Matheus Berlofa Ferreira, Marcela Maia Yamashita, Maria Luiza Ruiz, Lucas Cardoso
e Paula Brando de Medeiros que estiveram comigo não só ao longo do desenvolvimento desse
trabalho, mas também durante o tempo no qual desenvolvi atividades dentro da Universidade
Federal de Santa Catarina, tornando o trabalho científico mais prazeroso.
Por fim, meus agradecimentos ao Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, à
Universidade Federal de Santa Catarina, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico – CNPq e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
CAPES.
O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior Brasil - (CAPES) - Código de Financiamento 001.
“Se eu vi mais longe, foi por estar
sobre ombros de gigantes.”
(Isaac Newton)
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre adesão in vitro e a capacidade de colonização
in vivo de um produto probiótico comercial, contendo as bactérias Bacillus subtilis e Bacillus
licheniformis, ao muco intestinal de tilápia-do-Nilo, bem como avaliar os efeitos da
suplementação na saúde intestinal dos animais. O ensaio in vitro foi realizado utilizando o muco
intestinal retirado de juvenis de tilápia-do-Nilo saudáveis, cultivado em uma microplaca de 96
poços de fundo chato e posteriormente incubado com o produto probiótico em diferentes
concentrações de inóculo. Foram realizados dois ensaios in vivo distintos, um com 15 dias a
fim de aferir o grau de colonização das bactérias através de métodos de microbiologia baseados
em cultura e outro ensaio de 50 dias com a intenção de realizar uma análise molecular refinada
da saúde intestinal dos animais, em ambos os ensaios foram coletados dados de desemprenho
zootécnico. Durante os ensaios in vivo os animais foram suplementados com o produto
probiótico aspergido na ração na proporção de 100 ml Kg-1 de ração. No ensaio in vitro,
encontramos evidências da adesão da bactéria probiótica ao muco intestinal da tilápia-do-Nilo,
sendo posteriormente embasado no ensaio de alimentação in vivo de 15 dias no qual a contagem
de B. liqueniformis no intestino dos juvenis de tilápia-do-Nilo foi significativamente maior no
tratamento com o PureGro®, quando comparado com peixes alimentados com uma dieta
controle não suplementada. Além disso, no ensaio in vivo de 50 dias, foi possível analisar uma
modulação da microbiota do intestino da tilápia-do-Nilo com a suplementação dietária do
probiótico. Por meio de métodos moleculares observou-se claramente aumento na riqueza de
espécies, maior abundância de espécies autóctones potencialmente probióticas e menor
abundância de Aeromonas veronii, um potencial patógeno para peixes, nos animais alimentados
com dieta suplementada com o probiótico.
The aim of this study was to evaluate the relationship between in vitro adhesion and the in vivo
colonization capacity of a commercial probiotic product, containing Bacillus subtilis and
Bacillus licheniformis in the intestinal mucus of Nile tilapia, as well as to evaluate the effects
of supplementation on the intestinal health of animals. The in vitro assay was performed using
intestinal mucus taken from healthy Nile tilapia juveniles, cultured in a 96-well flat-bottomed
microplate and subsequently incubated with the probiotic product at different inoculum
concentrations. Two in vivo assays were carried out, one with 15 days in order to measure the
degree of colonization of bacteria using culture-based microbiology methods and another 50-
day assay with the intention of performing a refined molecular analysis of the intestinal health
of animals, in both trials and zootechnical performance data were collected. During the in vivo
tests, the animals were supplemented with the probiotic product sprinkled on the feed in the
proportion of 100 mL Kg-1 of feed. In the in vitro assay, we found evidence of the adhesion of
probiotic bacteria to Nile tilapia intestinal mucus, which was later based on the 15-day in vivo
feeding assay in which the count of B. liqueniformis in the intestine of fish was significantly
higher in treatment with PureGro® when compared to fish fed unsupplemented diet. In addition,
in the 50-day in vivo trial, it was possible to analyze a modulation of the Nile tilapia gut
microbiota with dietary supplementation of the probiotic. Through molecular methods, an
increase in species richness, greater abundance of potentially probiotic autochthonous species
and lower abundance of Aeromonas veronii, a potential fish pathogen, was clearly observed in
animals fed diet supplemented with the probiotic.
1 INTRODUÇÃO GERAL
1.3 PROBIÓTICOS
Diante do obstáculo na produção que são as doenças, medidas de prevenção estão
sendo bastante estudadas para que seja mais fácil controlar a saúde dos animais, ou pelo menos
que estas apareçam de forma mais branda e o seu tratamento possa ser feito sem o uso
demasiado de antibióticos, que quando administrados da forma errada podem causar diversos
problemas, como a proliferação de cepas resistentes (LIU et al., 2015; RINGO et al., 2020;
PEREIRA et al., 2020).
Dentre as formas de prevenção podemos citar os probióticos, que ao longo dos anos
tem se mostrado ser uma ótima ferramenta não só para o controle de doenças, mas também na
14
melhora de índices produtivos, uma vez que fortalecem o sistema de resposta imune, melhoram
a absorção de nutrientes e também o balanço de bactérias benéficas dentro do trato gastro-
intestinal, criando uma espécie de barreira contra a entrada de patógenos (NEWAJ-FYZUL,
AL-HARBI e AUSTIN, 2014; YAMASHITA et al., 2017; RUIZ, 2019).
Os probióticos foram introduzidos na piscicultura conforme o sucesso de suas
aplicações em outros setores de criação animal e hoje, com isso Tachibana et al. (2019) sugerem
que os probióticos para piscicultura sejam definidos como “micro-organismos vivos ou viáveis
que, fornecidos via alimentação ou água, proporcionam benefícios no desempenho zootécnico,
imunológico e digestivo, combatendo os agentes patogênicos, e promovam a diminuição do
estresse do hospedeiro e/ou atuem como biorremediadores do ambiente aquático onde vivem.”.
As bactérias do gênero Bacillus usadas como probióticos são em sua maioria gram-
positivas, aeróbicas ou anaeróbicas facultativas, quimioheterotróficas, catalase-positiva e
possuem motilidade, porém o destaque para esse gênero está na capacidade de esporulação, que
é em suma a produção de cápsulas diferentes das células vegetativas, produzidas para resistirem
a condições adversas do ambiente, como excesso de calor, falta de nutrientes e alguns métodos
de desinfecção, retornando ao estado vegetativo após se estabelecerem em um ambiente
favorável ao desenvolvimento (SOLTANI, 2019). Faz-se então a utilização dos esporos para
inserir os Bacillus no processo produtivo de rações, onde outras bactérias não-esporulantes
perderiam a viabilidade, além de chegarem ao trato intestinal mais facilmente
(KUEBUTORNYE et al., 2019).
precisas são necessárias para a obtenção de resultados mais conclusivos sobre como a adição
de bactérias probióticas influência na diversidade microbiana do trato intestinal dos animais
(MOURIÑO et al., 2016).
As análises metagenômicas são capazes de nos fornecer dados mais precisos sobre a
microbiota intestinal, como riqueza, diversidade e abundância bacteriana do meio, utiliza-se
este método quando a intenção é não analisar um gene em particular, mas sim uma composição
de espécies de um microbioma (BREITWIESER; LU e SALZBERG, 2017).
1.8 OBJETIVOS
1.8.1 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de adesão in vitro e de colonização in vivo ao muco intestinal das
cepas probióticas Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis na microbiota intestinal da tilápia-
do-Nilo.
2 ARTIGO CIENTÍFICO
José Victor Safadi Ferrarezi1*, Lúvia de Souza Sá1, Mateus Aranha Martins1,2, Scheila Anelise
Pereira1, Marco Shizuo Owatari1, Thiago Soligo3, Eduardo Yamashita4, José Luiz Pedreira
Mouriño1, Maurício Laterça Martins1
1
AQUOS - Laboratório de Sanidade de Organismos Aquáticos, Departamento de Aquicultura,
Centro de Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rodovia
Admar Gonzaga, 1346, CEP 88034-000, Florianópolis, SC, Brazil.
2
LCM - Laboratório de Camarões Marinhos, Departamento de Aquicultura, Centro de Ciências
Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Serv. Beco dos Coroas, 503,
CEP 88061-600, Florianópolis, SC, Brazil.
3
DSM - Royal DSM Animal Nutrition and Health, Costa Rica
4
DSM - Royal DSM Animal Nutrition and Health, São Paulo, Brazil
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre adesão in vitro e a capacidade de colonização
in vivo de um produto probiótico comercial, contendo as bactérias Bacillus subtilis e Bacillus
licheniformis, ao muco intestinal de tilápia-do-Nilo, bem como avaliar os efeitos da
suplementação na saúde intestinal dos animais. O ensaio in vitro foi realizado utilizando o muco
intestinal retirado de juvenis de tilápia-do-Nilo saudáveis, cultivado em uma microplaca de 96
poços de fundo chato e posteriormente incubado com o produto probiótico em diferentes
concentrações de inóculo. Foram realizados dois ensaios in vivo distintos, um com 15 dias a
fim de aferir o grau de colonização das bactérias através de métodos de microbiologia baseados
em cultura e outro ensaio de 50 dias com a intenção de realizar uma análise molecular refinada
da saúde intestinal dos animais, em ambos os ensaios foram coletados dados de desemprenho
zootécnico. Durante os ensaios in vivo os animais foram suplementados com o produto
probiótico aspergido na ração na proporção de 100 mL Kg-1 de ração. No ensaio in vitro,
encontramos evidências da adesão da bactéria probiótica ao muco intestinal da tilápia-do-Nilo,
sendo posteriormente embasado no ensaio de alimentação in vivo de 15 dias no qual a contagem
de B. liqueniformis no intestino dos juvenis de tilápia-do-Nilo foi significativamente maior no
tratamento com o PureGro®, quando comparado com peixes alimentados com uma dieta
controle não suplementada. Além disso, no ensaio in vivo de 50 dias, foi possível analisar uma
modulação da microbiota do intestino da tilápia-do-Nilo com a suplementação dietária do
probiótico. Por meio de métodos moleculares observou-se claramente aumento na riqueza de
espécies, maior abundância de espécies autóctones potencialmente probióticas e menor
abundância de Aeromonas veronii, um potencial patógeno para peixes, nos animais alimentados
com dieta suplementada com o probiótico.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the relationship between in vitro adhesion and the in vivo
colonization capacity of a commercial probiotic product, containing Bacillus subtilis and
Bacillus licheniformis in the intestinal mucus of Nile tilapia, as well as to evaluate the effects
of supplementation on the intestinal health of animals. The in vitro assay was performed using
intestinal mucus taken from healthy Nile tilapia juveniles, cultured in a 96-well flat-bottomed
microplate and subsequently incubated with the probiotic product at different inoculum
concentrations. Two in vivo assays were carried out, one with 15 days in order to measure the
degree of colonization of bacteria using culture-based microbiology methods and another 50-
day assay with the intention of performing a refined molecular analysis of the intestinal health
of animals, in both trials and zootechnical performance data were collected. During the in vivo
tests, the animals were supplemented with the probiotic product sprinkled on the feed in the
proportion of 100 mL Kg-1 of feed. In the in vitro assay, we found evidence of the adhesion of
probiotic bacteria to Nile tilapia intestinal mucus, which was later based on the 15-day in vivo
feeding assay in which the count of B. liqueniformis in the intestine of fish was significantly
higher in treatment with PureGro® when compared to fish fed unsupplemented diet. In addition,
in the 50-day in vivo trial, it was possible to analyze a modulation of the Nile tilapia gut
microbiota with dietary supplementation of the probiotic. Through molecular methods, an
19
Key words: Fish farm; Microbiology; Probiotic, Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis.
DESTAQUES
• O ensaio de adesão in vitro com Bacillus spp. com muco intestinal foi validado pelo ensaio
in vivo de 15 dias.
• A dieta contendo Bacillus spp. aumentou a riqueza da microbiota intestinal após um ensaio
de 50 dias.
• Animais alimentados com Bacillus spp. apresentaram maior abundância de bactérias
autóctones potencialmente probióticas na microbiota intestinal.
• Animais alimentados com Bacillus spp. apresentaram baixa abundância de Aeromonas spp.
potencialmente patogênicas.
2.1 INTRODUÇÃO
O uso de aditivos alimentares na aquicultura tem se mostrado muito eficiente, pois
melhora o desempenho zootécnico e os parâmetros imunológicos dos animais, uma vez que
promovem crescimento acelerado, boas taxas de conversão alimentar e maior resistência a
patógenos [1, 2]. Dentre os aditivos mais comuns estão os probióticos, microrganismos vivos
adicionados à alimentação, que agem modificando a composição da microbiota e melhorando
a saúde intestinal [3, 4].
Para a seleção de bactérias probióticas faz-se necessário a utilização de uma série de
metodologias que identifiquem os atributos que farão com que aquele determinado
microrganismo tenha capacidade probiótica [5]. Um desses atributos é o grau de colonização
ao muco intestinal, fator determinante na influência que as células bacterianas irão exercer sobre
os outros microrganismos presentes naturalmente no trato intestinal [6].
Atualmente este critério de seleção é feito através de ensaios in vivo, utilizando animais
alimentados com ração suplementada com o probiótico em repetições, durante pelo menos 15
dias de ensaio, após isso os animais são eutanasiados para coleta do trato intestinal e é realizada
a análise [7].
20
alimentar na dieta de tilápia-do-Nilo em ensaios in vitro e in vivo por 15 e 50 dias e seus efeitos
sobre os parâmetros hemato-imunológicos, zootécnicos e microbiota intestinal.
bactericida mínima (CBM). Para o CMB foi realizada estria em TSA da concentração mínima
que inibiu o crescimento visível bacteriano no MCI e de duas diluições acima e duas diluições
abaixo para determinar a concentração bactericida. As placas de TSA foram incubadas por 24h
a 35 ºC, a CBM foi definida como a menor concentração do plasma capaz de causar a morte do
inóculo de S. agalactiae.
2.3 RESULTADOS
9
Concentração de colonização in vitro (Log 10
y = 7,9558ln(x) - 8,309
8
R² = 0,9858
7
6
5
X+1)
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
8,00
7,00
Contagem microbiana (Log 10)
6,00 *
5,00
Controle
4,00
PureGro®
3,00
2,00
1,00
0,00
Hetetróficas Totais B. subtilis B. liqueniformis
Tabela 2. Número de leituras e Índice de Cobertura de Good da comunidade bacteriana do intestino de tilápia-
do-Nilo após uma suplementação de 50 dias com PureGro ®.
Tratamento
Média ± Desvio
Variáveis Controle PureGro®
Leituras 32904 35374 34139±1747
Índice de Cobertura
99,98% 99,93% 99,95±0,03
de Good
Figura 4. Diversidade-α medindo Riqueza, Shannon e Simpson estimada por meio de curvas de
rarefação / extrapolação da comunidade bacteriana do intestino de tilápia-do-Nilo após
suplementação de 50 dias com PureGro®.
O filo mais abundante para ambas as amostras foi o Fusobacteria, enquanto entre os
filos de baixa abundância, pode-se destacar que a abundância relativa de Firmicutes aumentou
na amostra PureGro® quando comparada com a amostra Controle (Figura 5).
Da mesma forma, houve um único gênero responsável pela maior parte da abundância
relativa para ambas as amostras, ou seja, Cetobacterium, enquanto entre os gêneros de baixa
abundância, pode-se destacar que a abundância relativa de Aeromonas diminuiu para o grupo
PureGro® (Figura 6).
Tabela 3. Dados de desempenho zootécnico de tilápias-do-Nilo suplementadas ou não com PureGro®, durante
15 dias.
Tratamento
Variáveis
Controle PureGro® Valor de p
Peso inicial (g) 10,10 ± 2,24 9,52 ± 2,20 0,92
Peso final (g) 20,50 ± 6,40 20,08 ± 6,62 0,85
Ganho de peso (g) 11,14 ± 4,75 11,19 ± 4,45 0,75
Conversão alimentar 0,84 ± 0,59 0,82 ± 0,50 0,47
Sobrevivência (%) 93,3 ± 0,58 83,3 ± 2,08 0,46
Dados apresentados como média ± desvio padrão.
Tabela 4. Dados de desempenho zootécnico de tilápias-do-Nilo suplementadas ou não com PureGro®, durante
50 dias.
Tratamentos
Variáveis
Controle PureGro® Valor de p
Peso inicial (g) 1,96 ± 0,05 1,69 ± 0,50 0,32
Peso final (g) 28,60 ± 2,29 26,35 ± 5,46 0,47
Ganho de peso (g) 26,64 ± 2,26 24,66 ± 5,01 0,49
Conversão alimentar 1,01 ± 0,10 1,07 ± 0,29 0,68
Sobrevivência (%) 85,00 ± 18,00 60,00 ± 22,00 0,13
Dados apresentados como média ± desvio padrão.
2.4 DISCUSSÃO
Os resultados do ensaio in vitro mostram que a concentração do inóculo é diretamente
proporcional ao grau de adesão alcançada pelas bactérias probióticas no muco intestinal. A
partir do inóculo de concentração 1x105 UFC mL-1 foi possível obter um maior percentual de
adesão, uma explicação plausível está na relação de quorum sensing entre as bactérias
probióticas para a formação do biofilme, que ocorre como resultado do aumento progressivo
dos sinais químicos extracelulares ocasionado pelo aumento do número de bactérias em um
determinado ambiente, o que ativa a expressão de genes específicos que permitem que as
bactérias vivam em aglomerados de alta densidade ligados a superfícies, como a mucosa
intestinal [25, 26].
32
O ensaio in vitro alcançou níveis próximos a 100% de adesão das bactérias ao muco
intestinal referente ao inóculo aplicado. Entretanto é coerente analisar este resultado como
superestimado, visto que estudos [8] observaram que bactérias ácido-láticas foram capazes de
aderir até 20% em ensaios in vitro utilizando muco intestinal de carpa, porém mostra que a
espécie de peixe da qual o muco foi retirado para o ensaio pode influenciar diretamente na taxa
de adesão do ensaio in vitro, bem como o tipo de bactéria a ser testada, colocando em foco a
necessidade de realizar mais ensaios com diferentes espécies de peixes e cepas probióticas, a
fim de elucidar melhor essas questões.
Nos parâmetros microbiológicos dependentes de cultura do ensaio in vivo de 15 dias
houve diferença significativa apenas na concentração da bactéria B. licheniformis, entre o grupo
tratado e o grupo controle. Alevinos de tilápia suplementados com B. subtillis durante pelo
menos 30 dias apresentaram colonização expressiva do trato gastrointestinal, indicando que esta
bactéria necessita de um período maior que 15 dias para colonizar de forma efetiva o trato
intestinal, porém nestes estudos usou-se a contagem diferencial de colônias em meio TSA para
quantificar a colonização por Bacillus sp. no trato gastrointestinal, método não utilizado para
realizar este tipo de afirmação, pois não possui o grau de certeza suficiente para a identificação
da espécie da bactéria a ser quantificada [7, 27].
Há uma grande dificuldade em quantificar e diferenciar corretamente bactérias do
gênero Bacillus, pois não existem meios de cultura seletivos para este grupo de bactérias o que
implica diretamente na necessidade da realização de métodos moleculares mais avançados,
através destes métodos é possível consolidar os argumentos que indicam a eficácia de
colonização dos Bacillus.
Na comparação entre os resultados de colonização in vivo do ensaio de 15 dias e adesão
in vitro é possível observar que a concentração de bactérias totais no grupo suplementado ficou
a um nível muito próximo do indicado no ensaio de adesão in vitro, mesmo sendo pressuposto
de que nem todas as bactérias presentes na contagem sejam do grupo Bacillus sp. e possam
estar presentes em menor quantidade, deve ser levado em conta também o fato de que as
condições in vitro são mais favoráveis ao crescimento das bactérias do que no ambiente natural,
menos controlado e com maiores variáveis. No entanto, o prenúncio do ensaio in vitro de que
as bactérias oferecem alto grau de colonização foi confirmado a partir da identificação
molecular das cepas probióticas na análise metagenômica do ensaio in vivo II – 50 dias, que
mesmo encontradas em baixa concentração mostra a assertividade do ensaio in vitro em apontar
33
que uma bactéria probiótica mesmo sendo alóctone pode colonizar o trato intestinal da tilápia-
do-Nilo.
Diferentes cepas probióticas autóctones foram testadas na mesma relação de adesão in
vitro e colonização in vivo utilizando muco intestinal de carpa, e obtiveram resultados positivos
da relação entre os dois ensaios [8]. Ainda não foram realizados outros ensaios de adesão in
vitro utilizando cepas alóctones em peixes, o que mostra a necessidade da realização de mais
ensaios. Estudos [28] destacam que considerando todos os fatores que influenciam a adesão in
vivo e que não podem ser simulados in vitro, a validade dos resultados dos ensaios de adesão
in vitro permanece incerta, portanto, não descartando a necessidade da realização do ensaio in
vivo para uma validação sólida da eficiência de cepas probióticas.
Para as análises hemato-imunológicas, diferenças estatisticamente significativas foram
encontradas apenas para a contagem de eritrócitos, em que os peixes alimentados com a dieta
controle exibiram um valor significativamente maior desta variável. Exceto por essa diferença,
esses resultados estão de acordo com os relatados previamente [29, 30] que avaliaram os
probióticos Bacillus spp. e Enterococcus faecium, respectivamente, em dietas para tilápia-do-
Nilo e não encontraram diferenças significativas para as variáveis hemato-imunológicas quando
comparadas com peixes alimentados com dietas não suplementadas. Apesar do valor mais baixo
de eritrócitos encontrado em nosso estudo para os peixes alimentados com probióticos, a falta
de diferenças significativas para as variáveis hemato-imunológicas restantes, juntamente com
a falta de diferenças significativas no desempenho de crescimento, sugere que a suplementação
com probióticos não prejudicou a saúde dos peixes.
O sequenciamento dos tratos-intestinais de tilápia-do-Nilo resultou em 68.278 leituras,
agrupadas em 65 unidades taxonômicas operacionais (OTUs). O alto Índice de Cobertura de
Good e número semelhante de leituras para ambas as amostras indica que houve uma cobertura
adequada da comunidade bacteriana do intestino do peixe para as duas amostras. Com relação
às medidas de diversidade α, a amostra PureGro® exibiu maior riqueza, enquanto a amostra
Controle pontuou mais alto para as medidas de Shannon e Simpson. O filo mais abundante para
ambas as amostras foi o Fusobacteria, enquanto entre os filos de baixa abundância, pode-se
destacar que a abundância relativa de Firmicutes aumentou na amostra PureGro® quando
comparada à dos animais não suplementados. Da mesma forma, houve um único gênero
responsável pela maior parte da abundância relativa de ambas as amostras, ou seja,
Cetobacterium, enquanto entre os gêneros de baixa abundância pode-se destacar que a
34
encontrados em que Cetobacterium somerae (Tabela S1) compreendeu a maioria das contagens
de OTU, Cetobacterium também foi o gênero mais abundante, conforme relatado por Adeoye
et al. [29] (84,3 a 92,1%), Ray et al. [37] (81,6 a 93,9%), Tan et al. [36] (62,8 a 65,4%) e Yu et
al. [38] (40,7 a 69,0%).
Um modo de ação proposto pelo qual os probióticos podem ser benéficos para os
peixes é a competição por nutrientes e espaço com espécies potencialmente patogênicas ou
produtoras de substâncias que inibem seu crescimento [39]. Uma mudança notável na
abundância em nível de gênero foi a redução de Aeromonas de 32% para 0% ao comparar os
peixes alimentados com a dieta controle com os alimentados com PureGro®, o que pode ter sido
causado pelos fatores mencionados acima. A espécie que compreende a maioria das contagens
de Aeromonas foi A. veronii, uma bactéria que tem sido associada a doenças e mortalidade em
massa nos cultivos de tilápia-do-Nilo [40, 41], sugerindo um benefício pelo uso dos probióticos
avaliados neste estudo.
Apesar do fato de que a análise metagenômica forneceu evidências de um pequeno
aumento na abundância dos probióticos avaliados neste estudo, de zero leituras para um
singleton, há indicações de que o produto promulgou mudanças positivas na microbiota
intestinal da tilápia-do-Nilo, a julgar pelo aumento na riqueza de espécies, a maior abundância
de Paenibacillus, um gênero que contém cepas probióticas [34, 35], e a redução da cepa A.
veronii potencialmente patogênica [40, 41].
De acordo com os resultados de desempenho zootécnico dos ensaios in vivo, tanto 15
quanto 50 dias de suplementação não foram suficientes para gerar melhoras significativas no
ganho de peso e conversão alimentar, o que corrobora os dados anteriores [27, 42], os quais
suplementaram B. subtilis na dieta de tilápia-do-Nilo, durante 30 e 70 dias respectivamente, não
encontrando diferenças nas taxas de crescimento. No entanto, os efeitos sobre a melhoria do
desempenho zootécnico em animais suplementados com probióticos, deve-se às características
da bactéria probiótica em produzir uma boa quantidade de enzimas digestivas e se aderir tempo
suficiente para trazer melhorias no intestino, melhorando a digestibilidade e a absorção de
nutrientes, bem como ao tempo de suplementação ao qual os animais são submetidos. Isto
indica que as bactérias probióticas podem resistir às adversidades do meio gastrointestinal
geradas pela competição com a microbiota autóctone já estabelecida, sais biliares, pH e sistema
imune, a fim de se aderir ao trato intestinal, colonizando-o, antes de gerar efeitos significativos
na saúde do animal [6].
36
2.5 CONCLUSÃO
Os resultados deste ensaio de adesão in vitro indicam que os probióticos B. subtilis e
B. licheniformis (PureGro®) podem aderir ao muco intestinal da tilápia-do-Nilo, uma conclusão
que é ainda apoiada pela microbiologia tradicional dependente de cultura usada para validação
do ensaio in vivo, no qual a contagem de B. liqueniformis foi significativamente maior no
intestino dos peixes alimentados com PureGro®. Além disso, a análise metagenômica no ensaio
in vivo de 50 dias evidenciou a modulação da microbiota intestinal nos peixes provocada pela
adição do probiótico na dieta, ou seja, aumento na riqueza de espécies, maior abundância de
espécies autóctones potencialmente probióticas e menor abundância de A. veronii, um potencial
patógeno para peixes.
2.6 AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) pela bolsa de Mestrado a J.V.S. Ferrarezi e apoio financeiro parcial (Código
Financeiro 001); ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
pelo apoio financeiro e bolsa de pesquisa a J.L.P. Mouriño (CNPq 301524/2017-3), a M.L.
Martins (CNPq 306635/2018-6), e pela bolsa de pós-doutorado de S.A. Pereira (CNPq 155524
/ 2018-6); e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU), por meio de
bolsa a M.A. Martins.
2.7 REFERÊNCIAS
A. Newaj-Fyzul, A.H. Al-Harbi, B. Austin, Review: Developments in the use of probiotics for
disease control in aquaculture, Aquaculture 431 (2014) 1-11.
M.M. Yamashita, S.A. Pereira, L. Cardoso, A.P. de Araujo, C.E. Oda, E.C. Schmidt, Z.L.
Bouzon, M.L. Martins, J.L.P. Mouriño, Probiotic dietary supplementation in Nile tilapia as
prophylaxis against streptococcosis. Aquac. Nutr. 23 (6) (2017) 1235-1243.
https://doi.org/10.1111/anu.12498.
J.L.P. Mouriño, A.B. Jatobá, B.C. Silva, F.N. Vieira, M.L. Martins, Probióticos na aquicultura.
In: A.T. SOUZA, M.L.A. LIZAMA, R. TAKEMOTO, (Org.), Patologia e sanidade de
organismos aquáticos, Maringá, 2012, pp. 381-404.
37
L. Tachibana, M.M. Natori, D.C. Dias, S.B. Hamed, C.M. Ishikawa, M.J.T. Ranzani-Paiva,
G.S. Gonçalves. Recentes avanços dos estudos e utilizações de probióticos na piscicultura. In:
M.J.T. Ranzani-Paiva, R.M. Takemoto, M.A.P. Lizama, L.M. Perazzolo, R.D. Rosa (Eds.).
Biotecnologia e sanidade de organismos aquáticos., São Paulo: Associação de Patologistas de
Organismos Aquáticos (ABRAPOA), Cap. 2. p. 41-80, 2019.
M.M. Yamashita, J.V. Ferrarezi, G.V. Pereira, G.B. Júnior, B.C. Silva, S.A. Pereira, M.L.
Martins, J.L.P. Mouriño, Autochthonous vs allochthonous probiotic strains to Rhamdia quelen.
Microb. Pathog. 139 (2020) 103897-103907. https://doi.org/10.1016/j.micpath.2019.103897.
D. Merrifield, E. Ringo, Gut Health, Probiotics and Prebiotics, Aquaculture Nutrition (2014)
498.
Y, Sugimura, T. Hagi, T. Hoshino, Correlation between in vitro Mucus Adhesion and the in
vivo Colonization Ability of Lactic Acid Bacteria: Screening of New Candidate Carp
Probiotics. Biosci. Biotechnol. Biochem (2010) 511-515.
J.L.P. Mouriño, G.V. Pereira, F.N. Vieira, A.B. Jatobá, T.T. Ushizima, B.C. Silva, W.Q.
Seiffert, G.F.A. Jesus, M.L. Martins, Isolation of probiotic bacteria from the hybrid South
American catfish Pseudoplatystoma reticulatum × Pseudoplatystoma corruscans
(Siluriformes: Pimelodidae), Aquac. Rep. 3 (2016) 166-171
https://doi.org/10.1016/j.aqrep.2016.03.001.
F.C. Odds, Pathogenesis of Candida infections, J. Am. Acad. Dermatol. 31 (3) (1994) 2-5.
S.M. Aly, Y.A. Ahmed, A.A. Ghareeb, M.F. Mohamed, Studies on Bacillus subtilis and
Lactobacillus acidophilus, as potential probiotics, on the immune response and resistance of
Tilapia nilótica (Oreochromis niloticus) to challenge infections. Fish & Shellfish Immunol.
25(1-2) (2008) 128-136.
NRC (National Research Council), 2011. Nutrient Requirements of Fish and Shrimp. National
Academies Press, Washington, DC.
B.C. Silva, M.L. Martins, A. Jatobá, B. Neto, C. Celso, F.N. Vieira, G.V. Pereira, G.T.
Jerônimo, W.Q. Seiffert, J.L.P. Mouriño, Hematological and immunological responses of Nile
tilapia after polyvalent vaccine administration by different routes. Pesq. Vet. Bras. 29 (11)
(2009) 874-880. http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2009001100002.
P.J. McMurdie, S. Holmes. Phyloseq: An R package for reproducible interactive analysis and
graphics of microbiome census data. PLoS ONE 8(4) (2013) e61217.
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0061217.
A. Chao, N.J. Gotelli, T.C. Hsieh, E.L. Sander, K.H. Ma, R.K. Colwell, A.M. Ellison,
Rarefaction and extrapolation with Hill numbers: a framework for sampling and estimation in
species diversity studies. Ecol. Monogr. 84 (2014) 45–67. https://doi.org/10.1890/13-0133.1.
[24] T.C. Hsieh, K.H. Ma, A. Chao, 2020. iNEXT: iNterpolation and EXTrapolation for species
diversity. R package version 2.0.20 URL: http://chao.stat.nthu.edu.tw/wordpress/software-
download/.
M. Whiteley, S.P. Diggle, E.P. Greenberg, Progress in and promise of bacterial quorum sensing
research. Nature 551 (2017) 313–320. https://doi.org/10.1038/nature24624.
L. Tachibana, D.C. Dias, C.M. Ishikawa, C.F. Correa, A.F.G. Leonardo, M.J.T. Ranzani-Paiva,
Probiotic in the feed of Nile tilapia (Oreochromis niloticus Linnaeus, 1758) during sex reversal:
zootechnical performance and the recovery of probiotic bacteria in the intestine. Bioikos 25(1)
(2011) 25–31.
39
A.C. Ouwehand, S. Salminen, In vitro adhesion assays for probiotics and their in vivo
relevance: a review. Microb. Ecol. Health Dis. 15 (4) (2003) 175-184
http://dx.doi.org/10.1080/08910600310019886.
L. Tachibana, G.S. Telli, D.C. Dias, G.S. Gonçalves, C.M. Ishikawa, R.B. Cavalcante, M.M.
Natori, S.B. Hamed, M.J.T. Ranzani-Paiva, Effect of feeding strategy of probiotic Enterococcus
faecium on growth performance, hematologic, biochemical parameters and non-specific
immune response of Nile tilapia. Aquac. Rep. 16 (2020) 100277.
https://doi.org/10.1016/j.aqrep.2020.100277.
B. Fan, J. Blom, H.P. Klenk, R. Borriss, Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus velezensis, and
Bacillus siamensis form an “Operational Group B. amyloliquefaciens” within the B. subtilis
species complex. Front. Microbiol. 8 (2017) https://doi.org/10.3389/fmicb.2017.00022.
S.W Chen, C.H. Liu, S.Y. Hu, Dietary administration of probiotic Paenibacillus ehimensis
NPUST1 with bacteriocin-like activity improves growth performance and immunity against
Aeromonas hydrophila and Streptococcus iniae in Nile tilapia (Oreochromis niloticus). Fish
Shellfish Immunol. 84 (2019) 695–703. https://doi.org/10.1016/j.fsi.2018.10.059.
[36] H.Y. Tan, S.W. Chen, S.Y. Hu, Improvements in the growth performance, immunity,
disease resistance, and gut microbiota by the probiotic Rummeliibacillus stabekisii in Nile
tilapia (Oreochromis niloticus). Fish & Shellfish Immunol. 92 (2019) 265–275.
https://doi.org/10.1016/j.fsi.2019.06.027.
C. Ray, N. Bujan, A. Tarnecki, A.D. Davis, C. Browdy, C.R. Arias, Analysis of the gut
microbiome of Nile tilapia Oreochromis niloticus L. fed diets supplemented with Previda® and
Saponin, J. Fishscience 11(2) (2017) 36–45. https://doi.org/10.21767/1307-234X.1000116.
L. Yu, N. Qiao, T. Li, R. Yu, Q. Zhai, F. Tian, J. Zhao, H. Zhang, W. Chen, Dietary
supplementation with probiotics regulates gut microbiota structure and function in Nile tilapia
exposed to aluminum. PeerJ 7 (2019) e6963. http://doi.org/10.7717/peerj.6963.
A. Farzanfar, The use of probiotics in shrimp aquaculture. FEMS Immunol. Med. Microbiol.
48(2) (2016) 149–158. https://doi.org/10.1111/j.1574-695X.2006.00116.x.
40
N.S. Raj, T.R. Swaminathan, A. Dharmaratnam, S.A. Raja, D. Ramraj, K.K. Lal, 2019.
Aeromonas veronii caused bilateral exophthalmia and mass mortality in cultured Nile tilapia,
Oreochromis niloticus (L.) in India. Aquaculture 512, 734278.
https://doi.org/10.1016/j.aquaculture.2019.734278.
R.V. Azevedo, J.C.F. Filho, S.L. Pereira, L.D. Cardoso, M.V.V. Junior, D.R. Andrade,
Suplementação com prebiótico, probiótico e simbiótico para juvenis de tambaqui a duas
densidades de estocagem. Pesq. Agropec. Bras. 51 (1) (2016) 9-16.
F.H.G. Cornélio, E. Cargnin-Ferreira, M.R. Borba, J.L.P. Mouriño, V.A.G. Fernandes, D.M.
Fracalossi, Crescimento, digestibilidade e resistência à infecção por patógeno em tilápia-do-
nilo alimentada com probióticos. Pesq. Agropec. Bras. 48 (8) (2013) 863-870.
41
AUSTIN, B.; AUSTIN, D.A. Bacterial Fish Pathogens Disease of Farmed and Wild Fish. 5º
edição, pp. 119-228 Springer, 2012.
BREITWIESER, F.P.; LU, J.; SALZBERG, S.L. A review of methods and databases for
metagenomic classification and assembly. Briefings in Bioinformatics, v. 20, n. 4, p. 1125-
1136, 2017.
DONG, H.T.; NGUYEN, V.V.; LE, H.D.; SANGSURIYA, P.; JITRAKORN, S.;
SAKSMERPROME, V.; SENAPIN, S.; RODKHUM, C. Naturally concurrent infections of
bacterial and viral pathogens in disease outbreaks in cultured Nile tilapia (Oreochromis
niloticus) farms. Aquaculture. v. 448 (1), p. 427–435, 2015.
FOUZ, B.; ALCAIDE, E.; BARRERA, R.; AMARO, C. Susceptibility of Nile tilapia
(Oreochromis niloticus) to vibriosis due to Vibrio vulnificus biotype 2 (serrovar E).
Aquaculture, v. 212 (1-4), p. 21-30, 2002.
HOSEINIFAR, S. H.; SUN, Y.; WANG, A.; ZHOU, Z. Probiotics as Means of Diseases
Control in Aquaculture, a Review of Current Knowledge and Future Perspectives. Frontiers in
Microbiology, v. 9, p. 1-18, 2018.
IREGUI, C.A; GUARÍN, M.; TIBATÁ, V.M.; FERGUSON, H.W. Novel brain lesions caused
by Edwardsiella tarda in a red tilapia (Oreochromis spp.). Journal of Veterinary Diagnostic
Investigation, v. 24(2), p. 446–449, 2012.
KUEBUTORNYE, F. K. A.; ABARIKE, E. D.; LU, Y.; HLORDZI, V.; SAKYI, M. E.;
AFRIYIE, G.; WANG, Z.; LI, Y.; XIE, C. X. Mechanisms and the role of probiotic Bacillus in
mitigating fish pathogens in aquaculture. Fish Physiology and Biochemistry, v. 46, n. 3, p.
819-841. 2020.
LEAL, C.A; TAVARES, G.C.; FIGUEREDO, H.C. Outbreaks and genetic viversity of
Francisella noatunensis subsp orientalis isolated from farm-raised Nile tilapia (Oreochromis
niloticus) in Brazil. Genetics and Molecular Research, v.13, p. 574-5712, 2014.
LIU, X. F.; LI, Y.; LI, J. R.; CAI, L.Y.; LI, X. X.; CHEN, J. R.; LYU, S. X. Isolation and
characterisation of Bacillus spp. antagonistic to Vibrio parahaemolyticus for use as probiotics
42
MARTINS, ML.; MOURIÑO, JLP.; AMARAL, GV.; VIEIRA, FN.; DOTTA, G.; JATOBÁ,
AMB.; PEDROTTI, FS.; JERÔNIMO, GT.; BUGLIONE-NETO, CC.; PEREIRA-JR., G.
Alterações hematológicas em tilápia-do-nilo infectada experimentalmente com Enterococcus
sp. Brazilian Journal of Biology, v. 68 (3), p. 657-661, 2008.
MERRIFIELD, D.; RINGO, E. (Edit) Gut health, probiotics and prebiotics. Aquaculture
Nutrition, Wiley-Blackwell, 488 p., 2014.
MOURIÑO, J. L. P.; JATOBÁ, A.; Silva, B. C.; Vieira, F. N.; MARTINS, M. L. Probióticos
na aquicultura. In: SOUZA, Ângela Teresa; LIZAMA, Maria De Los Angeles; TAKEMOTO,
Ricardo. (Org.). Patologia e sanidade de organismos aquáticos. 1ed. MARINGÁ, PR:
ABRAPOA, v. 1, p. 381-404, 2012.
Peixe BR - Anuário Brasileiro da Piscicultura Peixe Br. São Paulo: Texto Comunicação
Corporativa, 2020. Anual.
PEREIRA, S. A.; JESUS, G. F. A.; PEREIRA, G. V.; SILVA, B. C.; SÁ, L. S.; MARTINS, M.
L.; MOURIÑO, J. L. P. the chelating mineral on organic acid salts modulates the dynamics and
richness of the intestinal microbiota of a silver catfish Rhamdia quelen. Current Microbiology,
v. 77, n. 8, p. 1483-1495, 2020.
PRIDGEON, J. W.; KLESIUS, P. H. Major bacterial diseases in aquaculture and their vaccine
development. CAB Reviews, v. 7, p. 1-16, 2012.
RINGO, E.; VAN DOAN, H.; LEE, S. H.; SOLTANI, M.; HOSEINIFAR, S. H.;
HARIKRISHNAN, R.; SONG, S. K. Probiotics, lactic acid bacteria and bacilli: interesting
supplementation for aquaculture. Journal of Applied Microbiology, v. 129, n. 1, p. 116-136,
2020.
RUIZ, M. L.; OWATARI, M. S.; YAMASHITA, M. M.; FERRAREZI, J. V. S.; GARCIA, P.;
CARDOSO, L.; MARTINS, M. L.; MOURIÑO, J. L. P. Histological effects on the kidney,
spleen, and liver of Nile tilapia Oreochromis niloticus fed different concentrations of probiotic
Lactobacillus plantarum. Tropical Animal Health and Production, v. 52, n. 1, p. 167-176,
2019.
SILVA, B.C.; MARTINS, M.L.; JATOBÁ, A.; NETO, C.C.B.; VIEIRA, F.N.; PEREIRA,
G.V.; JERÔNIMO, G.T.; SEIFFERT, W.Q.; José Luiz P. MOURIÑO, J.L.P. Hematological
and immunological responses of Nile tilapia after polyvalent vaccine administration by
different routes. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 29 (11), p. 874-880, 2009.
SOLTANI, M.; GHOSH, K.; HOSEINIFAR, S. H.; KUMAR, V.; LYMBERY, A. J.; ROY, S.;
RINGO, E. Genus Bacillus, promising probiotics in aquaculture: aquatic animal origin, bio-
43
active components, bioremediation and efficacy in fish and shellfish. Reviews In Fisheries
Science & Aquaculture, v. 27, n. 3, p. 331-379, 2019.
SUGIMURA, Y.; HAGI, T.; HOSHINO, T. Correlation between in Vitro Mucus Adhesion and
the in vivo Colonization Ability of Lactic Acid Bacteria: Screening of New Candidate Carp
Probiotics. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry, v. 75, n. 3, p. 511-515, 2010.
TACHIBANA L.; NATORI, M. M.; DIAS, D. C.; HAMED, S. B.; ISHIKAWA, C. M.;
RANZANI-PAIVA, M. J. T.; GONÇALVES, G. S. Recentes avanços dos estudos e utilizações
de probióticos na piscicultura. In: RANZANI-PAIVA, Maria José Tavares et al (Org.).
Biotecnologia e sanidade de organismos aquáticos. São Paulo: Associação de Patologistas
de Organismos Aquáticos (ABRAPOA), Cap. 2. p. 41-80, 2019.
TAVARES, G.C.; F.A.A; SANTOS, R.R.D.; BARONY, G.M.; LEAL, C.A.G.; FIGUEIREDO,
H.C.P. Nonlethal sampling methods for diagnosis of Streptococcus agalactiae infection in Nile
tilapia, Oreochromis niloticus (L.). Aquaculture, v. 454 (1), p. 237-242, 2016.
UDAYANGANI, R. M.; DANANJAYA, S. H. S.; NIKAPITIYA, C.; HEO, G. J.; LEE, J.;
ZOYSA. Metagenomics analysis of gut microbiota and immune modulation in zebrafish (Danio
rerio) fed chitosan silver nanocomposites. Fish & Shellfish Immunology, v. 66, p. 173-184,
2017.