Você está na página 1de 18

10

Aplicação de micro-organismos e algas


como probióticos, prebióticos e simbióticos
na aquicultura

Fabiana Ribeiro de Souza


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

Mariza Alves Ferreira


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

Norma Suely Evangelista-Barreto


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

'10.37885/220609124
RESUMO

A procura significativa por organismos aquáticos nos últimos anos, seja para fins alimentícios
ou ornamentais, combinado com a diminuição do extrativismo, impulsionou uma crescente
demanda oriunda da aquicultura para atender o mercado global. No entanto, a intensificação
de produção neste setor tornou os animais cultivados mais susceptíveis a doenças por mi-
cro-organismos patogênicos oportunistas devido à alta estocagem, resultando em estresse
do animal e baixa do sistema imunológico. Adicionalmente, a administração incorreta de
antibióticos tem contribuído para o aumento de bactérias resistentes. Em virtude disso,
diversos estudos têm sido realizados em busca de alternativas que auxiliem no cultivo de
forma simples e eficiente. Probióticos e Prebióticos têm sido usados na aquicultura como
uma alternativa de fundamental importância no controle de patógenos no meio aquático,
bem como na microbiota intestinal dos organismos aquáticos e na qualidade da água. A pre-
sente revisão aborda os conceitos de probióticos, prebióticos e simbióticos, bem como a
utilização de micro-organismos como prebióticos e algas como prebióticos, que quando bem
administrados trazem benefícios aos organismos cultivados, como a melhoria do sistema
imunológico, contribuindo para o bem-estar geral dos animais.

Palavras-chave: Aditivos, Leveduras, Sistema Imunológico, Produção Animal.


INTRODUÇÃO

O cultivo de organismo aquáticos teve um aumento significativo nos últimos anos, com
um crescimento estimado em US$ 31,94 bilhões em 2019, para atender à crescente demanda
do mercado global (DAWOOD et al., 2017; DIAS et al., 2019; NAGAPPAN et al., 2021), seja
para fins de alimentação por ser fonte de proteínas e micronutrientes essenciais; seja para
fins ornamentais na comercialização de animais aquáticos de estimação (PEREIRA et al.,
2021; HINDU et al., 2019).
Para manter a alta densidade da produção e suprir as demandas do mercado consu-
midor, a intensificação nos cultivos tem levado estresse aos animais afetando, diretamente,
seu sistema imunológico, causando surtos de doenças causadas por patógenos oportunis-
tas. Somado a isso, tem-se ainda a falta de saneamento e a falta de um manejo alimentar
adequado (DOAN et al., 2018; DIAS et al., 2019; WANG et al., 2019), resultando na morta-
lidade em massa dos animais, baixa produtividade e no declínio da qualidade dos alimentos
(GONZÁLEZ-FÉLIX et al., 2018; HINDU et al., 2019; DIAS et al., 2019). Tudo isto resulta
na redução da eficiência na cadeia da aquicultura e enorme perda econômica (DAWOOD
et al., 2017; DAS et al., 2017; WANG et al., 2019).
Com o objetivo de modernizar a aquicultura se tem buscado aprimorar a produção e
minimizar as perdas econômicas do setor oriundos de infecções patogênicas, com a inclusão
de aditivos alimentares que melhore a saúde e o bem-estar dos animais aquáticos, refletindo
em um aumento do seu desempenho zootécnico (AKHTER et al., 2015; PEREIRA et al.,
2021). Além disso, o uso de aditivos como probióticos e prebióticos, se tornou uma alterna-
tiva eficaz e ecológica ao uso de medicamentos e antibióticos, devido aos riscos causados
pela administração profilática no meio aquático (JAHANGIRI; ESTEBAN, 2018), resultar na
poluição de efluentes, desequilíbrio da microbiota ambiental e desenvolvimento de cepas
microbianas mutagênicas e resistentes. Outro fator a ser considerado é o fato dos antibióti-
cos poderem se acumular nos tecidos de organismos cultivados destinados a alimentação,
podendo causar danos aos consumidores (DAWOOD et al., 2017; GONZÁLEZ-FÉLIX et al.,
2018; DIAS et al., 2019) e por isso, sua aplicação na aquicultura passa por regulamentações
rígidas no intuito de banir ou minimizar seu uso (HOSEINIFAR et al., 2018).
O uso de dietéticos aditivos alimentares tem sido atrativo para o setor aquícola, por sua
capacidade de ser incorporado nas rações de uma forma segura para estimular a imunidade
dos animais aquáticos, controlando e prevenindo-os de doenças por patógenos, além de
melhorar o crescimento e a saúde do hospedeiro (DAWOOD et al., 2017; DIAS et al., 2019;
CAVALCANTE et al., 2020).
Estudo tem mostrado que bactérias, leveduras e algas vêm ganhando espaço nos cul-
tivos aquícolas como opções aos suplementos dietéticos de forma isolada como probióticos

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
143
e prebióticos, ou de forma associada (simbióticos) a fim de propiciar práticas preventivas
alternativas que possam ajudar a manter o bem-estar animal e um ambiente saudável, resul-
tando em uma melhor produção e maior lucro para a indústria da aquicultura (JAHANGIRI;
ESTEBAN, 2018). O uso de antibióticos e/ou vacinas administrados por meio da ração (como
ingrediente ou aditivo) ou na água de cultivo tem se mostrado benéfico aos organismos cul-
tivados como, por exemplo, o aumento do crescimento, sobrevivência, resposta imunológica
e aumento da área de absorção intestinal, contribuindo para o bem-estar geral do hospe-
deiro (DAWOOD et al., 2017; GONZÁLEZ-FÉLIX et al., 2018) no controle ou tratamento de
doenças bacterianas, virais e parasitárias de peixes e mariscos (HOSEINIFAR et al., 2018).
Em virtude disso, essa revisão tem como objetivo apresentar os benefícios e avanços
tecnológicos do uso de probióticos, prebióticos e simbióticos como as algas visando os fa-
tores que afetam seu uso e suas perspectivas futuras na aquicultura.

METODOLOGIA

O presente estudo baseou-se na coleta de bibliografias na literatura científica disponível


nos últimos dez anos, entre os períodos de 2012 a 2022, dentro das combinações entre as
palavras-chaves do tema proposto (algae; microorganisms; aquaculture; prebiotics e pro-
biotic) nas bases de dados Scielo, Scopus, Google Acadêmico e Periódico Capes. Após a
leitura dos artigos foram coletadas as informações relevantes para as citações escolhidas,
somando um total de 51 artigos analisados.

RESULTADOS E DISCURSÃO

Nutrição de organismos aquáticos

Para a aquicultura, a nutrição representa mais do que apenas alimentação, ela represen-
ta a interação dos organismos vivos com seu habitat, o que implica na composição da ração
fornecer energia e conter os nutrientes essenciais para o crescimento, eliminação de resíduos,
síntese para manutenção, reprodução e saúde dos animais aquáticos (PRABU et al., 2017).
As dietas dos animais devem estabelecer níveis necessários de energia, proteína,
aminoácidos, lipídios, minerais e vitaminas. A deficiência ou excesso de alguns nutrientes
pode reduzir o crescimento ou causar doenças nos animais (PRABU et al., 2017). Os orga-
nismos aquáticos cultivados em sistemas intensivos não encontram os alimentos naturais de
forma disponível, portanto, a necessidade nutricional desses organismos cultivados só pode
ser atendida pela adição de alimentos suplementares (PRABU et al., 2017; WANG et al.,
2019). A adição de probióticos e prebióticos na alimentação animal proporciona o aumento

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
144
na qualidade alimentar dos animais, pois os micro-organismos auxiliam na decomposição dos
nutrientes difíceis de digerir em partículas menores (PRATAMA et al., 2021), melhorando a
absorção dos nutrientes disponíveis, resultando no desempenho geral do estado de saúde
dos animais (morfológico e microbiano) (ROHANI et al., 2022).
A inclusão destes aditivos na dieta modifica a microbiota intestinal e morfologia intes-
tinal, por meio da competição com os micro-organismos patogênicos por sítios de adesão e
nutrientes, propiciando a produção de substâncias antibacterianas e enzimas que irão auxiliar
no crescimento, no sistema imunológico e na conversão de nutrientes (AKHTER et al., 2015;
FARIAS, 2016; DOAN et al., 2019). De acordo com Pratama et al. (2021), as limitações dos
peixes na digestão dos alimentos dependem da presença de enzimas que reagem com o
substrato no canal digestório dos peixes, visto que a alimentação e os hábitos alimentares
influenciam o estado microbiano intestinal (ROHANI et al., 2022).
O desempenho do crescimento e a sobrevivência de organismos aquáticos podem ser
influenciados pelo desenvolvimento de dietas comerciais nutricionalmente balanceadas com
suplementos dietéticos resultando em uma aquacultura sustentável, econômica e nutritiva
(PRABU et al., 2017).

Probióticos, prebióticos e simbióticos: definições, conceitos e mecanismo de ação

Probióticos

Os probióticos são definidos como suplementos alimentares microbianos vivos que


afetam de forma benéfica o equilíbrio microbiano intestinal do hospedeiro servindo para
aumentar o crescimento econômico da produção, além de promover a digestão, absorção e
supressão de doenças infecciosas do hospedeiro (AKHTER et al., 2015; GONZÁLEZ-FÉLIX
et al., 2018; PEREIRA et al., 2021). Além disso, por ser focado na competitividade espacial
e nutricional com metabólitos inibitórios, detém a capacidade de modificação ambiental,
proporcionando um alívio ao estresse (ADEL; DAWOOD, 2021).
Na aquicultura, os probióticos apresentam diversas vantagens em sua aplicação com
potencial de ação de múltiplos mecanismos em conferir benefícios ao hospedeiro e ao meio
ambiente de criação (PEREIRA et al., 2021; PRATAMA et al., 2021; ADEL; DAWOOD,
2021). De acordo Dawood et al. (2018), Khare et al. (2018) e Rohani et al. (2022) os pro-
bióticos não possuem um modo de ação específico, estando ligados, diretamente, ao au-
mento da barreira epitelial, o aumento da adesão à mucosa intestinal inibindo a adesão de
patógenos, quando ocorre a exclusão competitiva desses micro-organismos, a produção de
substâncias antimicrobianas e modulação do sistema imunológico. A imunomodulação por

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
145
probióticos é considerada um esforço comunitário do microrganismo introduzido, hospedeiro
e comensal (AKHTER et al., 2015).
O uso de probióticos possibilita um melhor crescimento e ganho de peso, contribuin-
do com o aumento da digestibilidade dos alimentos na forma de enzimas para a nutrição
(alginato, liases, amilases e proteases), inibindo a colonização de bactérias patogênicas
no trato gastrointestinal, modulando a microbiota intestinal a partir da regulação do pH
intestinal, além de aumentar a produção de nutrientes, como por exemplo, ácidos graxos,
biotina e vitamina B12, que têm efeito positivo na saúde do animal ao melhorar a resposta
hematológica e imunológica (AKHTER et al., 2015; DAWOOD et al., 2018; PEREIRA et al.,
2021; PRATAMA et al., 2021).
Os probióticos incluem bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, micro-organismos
como leveduras, bacteriófagos e algas unicelulares (AKHTER et al., 2015; DAS et al., 2017).
Ainda segundo os autores, a maioria das bactérias utilizadas como cepas probióticas já se
encontram presentes no intestino dos peixes saudáveis como, por exemplo, Lactobacillus,
Bifidobacteria, Bacillus, Enterococcus e Streptococcus.
De acordo com Doan et al. (2019), os efeitos benéficos do sinergismo, desde que eles
não inibam um ao outro, apresentam maior funcionalidade e eficácia de sua administração,
sendo comumente utilizados probióticos multicepas em preparações dietéticas, ao qual se
obtém um melhor nível de proteção para um amplo espectro de patógenos de peixes.
Para Dawood et al. (2018) e Doan et al. (2019), os probióticos são necessários e de-
sempenham um papel vital na aquicultura de forma sustentável propiciando o aumento no
desempenho da produção, sem causar impactos negativos aos animais cultivados, ao meio
ambiente e ao consumidor final.

Prebióticos

Os prebióticos são descritos como ingredientes alimentares fermentados seletivamente


não digeríveis que alteram a composição e a atividade da microbiota do trato gastrointesti-
nal (GIT), estimulando, seletivamente, a proliferação e a atividade de bactérias benéficas,
resultando na melhoria da saúde e bem-estar do hospedeiro (DAS et al., 2017; DAWOOD
et al., 2017; GONZÁLEZ-FÉLIX et al., 2018).
Caracterizados como carboidratos, os prebióticos são compostos que podem ser clas-
sificados de acordo com seu tamanho molecular ou etapa de polimerização (DAS et al.,
2017). Os compostos frutooligossacarídeos (FOS), mananoligossacarídeos (MOS), oligo-
dextrato misto ou beta-glucana, galactooligossacarídeo (GOS), extrato rico em galactogluco-
manano (GGM), xilooligossacarídeos (XOS), oligossacarídeos de soja (SOS), parede celular
de levedura (YCW), isomaltooligossacarídeos (IMO), entre outros; e as fontes vegetais ricas

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
146
em frutanos (cebola, alho, alcachofra, kiwi e soja) e a inulina (fibra alimentar), são tidos como
valiosas fontes de prebióticos. Alguns desses compostos obtiveram bons resultados na aqui-
cultura, sendo fermentados principalmente por Bifidobactérias, Lactobacillus e Bacteriodes
(DAS et al., 2017; PRATAMA et al., 2021; ROHANI et al., 2022).
Referidos como alimentos para os probióticos, os prebióticos são resistentes ao ataque
de enzimas endógenas e podem atingir o local de ação promovendo a proliferação da mi-
croflora intestinal, resultando em melhorias no desempenho de crescimento do animal e no
sistema imunológico (ativação dos macrófagos) por meio das interações diretas do sistema
inato, responsável pela inibição de várias bactérias patogênicas; ou aumentando o cresci-
mento da microbiota comensal, que fornece nutrientes e nutrição a microbiota intestinal e
na redução ao estresse, beneficiando a saúde do hospedeiro (DAS et al., 2017; PEREIRA
et al., 2021). Além disso, os prebióticos podem ser utilizados como fonte de energia para o
intestino e podem ser mencionados como sacarídeos funcionais (DAWOOD et al., 2017).
De acordo com a literatura, estudos in vivo e in vitro relataram que a microbiota in-
testinal desempenha um papel significativo na saúde do hospedeiro e que essa microbiota
pode ser modificada seletivamente pelos prebióticos (HINDU et al., 2019), uma vez que os
mesmos atuam como imunossacarídeos e têm um impacto direto no sistema imunológico
dos organismos aquáticos (AKHTER et al., 2015).

Simbióticos

Os simbióticos são uma combinação de probióticos e prebióticos que têm se mostrado


uma terapia promissora para manter e reparar o ambiente intestinal, propiciando o estímulo
ou aumento da sobrevivência de cepas específicas de probióticos e autóctones no trato
intestinal, principalmente em razão dos efeitos sinergéticos (GUPTA et al., 2017).
Segundo Rohani et al. (2022), a aplicação combinada de probióticos e prebióticos
baseia-se no princípio de que o prebionte proporciona ao probionte vantagem competitiva
(fonte de energia para fermentação) sobre as populações endógenas, o que favorece sua
sobrevivência e o seu estabelecimento no trato gastrintestinal do hospedeiro.
Para Butt et al. (2021) o mecanismo de ação dos simbióticos promovidas no cultivo
de camarão foram identificados como: fortalecimento de respostas imunes, crescimento de
agentes antibacterianos, alteração na microflora intestinal, competição por nutrientes e sítios
de ligação e atividades relacionadas a enzimas. Cavalcante et al. (2020), também relata-
ram que o uso de simbióticos MOS (Mananoligossacarídeos) e DBA® (Bifidobacterium sp.,
Lactobacillus acidophilus e Enterococcus faecium), promoveram melhor nível de proteção
relativa com percentual de 40% na modulação do sistema imune inato da tilápia do Nilo e
proteção conta Aeromonas hydrophila.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
147
Para Rohani et al. (2022) a aplicação de simbióticos afetou positivamente os parâmetros
hemato-bioquímicos em peixes e crustáceos, quando comparado com os não suplementados
com simbióticos, além de promover um aumento significativo do nível de hematócrito em
peixes. Portanto, os simbióticos influenciam na atividade imunomoduladora, a exemplo das
bifidobactérias, que estimulam a fermentação de oligossacarídeos e inibem o crescimento de
várias bactérias patogênicas e putrefativas (ROHANI et al., 2022), aumenta a atividade das
enzimas digestivas, a exemplo da lisozima, causando a estimulação da eficiência do sistema
digestivo, explosão respiratória, superóxido dismutase e atividade de produção de muco em
várias espécies de peixes (AKHTER et al., 2015; ROHANI et al., 2022). Tudo isso contribui
consideravelmente, nos parâmetros de crescimento, a exemplo da taxa de crescimento es-
pecífico, ganho de comprimento e ganho de peso, embora até hoje, não se tenha muitas in-
formações disponíveis sobre o uso de simbióticos na piscicultura (AMENYOGBE et al., 2020).

Micro-organismos aplicados como probióticos

O consumo de micro-organismos vivos teve seu início em meados de 1900 quando Elie
Metchnikoff descobriu que o uso de Lactobacillus bulgaricus em leite fermentado ou iogurte
melhorava algumas propriedades do trato gastrointestinal (REQUE; BRANDELLI, 2021),
tornando-se agentes “bioamigáveis” que não apresentavam efeitos colaterais indesejáveis
nos organismos tratados (JAHANGIRI; ESTEBAN, 2018).
De acordo com a Associação Científica Internacional de Prebióticos e Probióticos
(ISAPP), para ser caracterizado como probiótico e obter um melhor desempenho na aplica-
bilidade dos cultivos, os micro-organismos devem atender alguns requisitos como possuir
informações plausíveis sobre a identidade do gênero, não ser tóxico e patogênico, ser
habitante natural da microbiota intestinal da espécie alvo, sobreviver e colonizar no trato
gastrointestinal (resistência ao ácido gástrico e a bile), produzir substâncias antimicrobia-
nas, ser antagonista às bactérias patogênicas, modular a resposta imunológica e possuir
adequadas características sensorial (FARIAS, 2016; REQUE; BRANDELLI, 2021). Além
disso, se faz necessário obter informações como dosagem e duração da suplementação,
método de aplicação, cepa bacteriana, tamanho e idade do peixe, parâmetros de qualidade
da água, densidade de estocagem, nutrição e tipo de sistema de criação utilizado (DOAN
et al., 2017; DOAN et al., 2018; DIAS et al., 2019).
As bactérias lácticas são os principais grupos de micro-organismos aplicados como
probióticos, sendo os mais utilizados e reconhecidos Lactobacillus e Bifidobacteria. Outros
gêneros Gram-positivas ou Gram-negativas, como Enterococcus, Clostidium, Leuconostoc,
Lactococcus, Shewanella, Pseudomonas, Enterobacter , Streptococcus , Bacillus,
Carnobacterium e, além de leveduras como Saccharomyces também tem sido aplicado na

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
148
aquicultura (GUPTA et al., 2017; DOAN et al., 2019; REQUE; BRANDELLI, 2021). Todos
estes micro-organismos desempenham um papel crucial na manutenção da saúde dos
animais, já que são frequentemente encontrados no trato digestório dos animais hospe-
deiros, estimulando o sistema imunológico e aumentando a resistência contra patógenos
oportunistas (HINDU et al., 2019). Como exemplo podemos citar os gêneros Plesiomonas,
Aeromonas, Arcobacter e Vibrio, reconhecidos por produzirem substâncias antimicrobianas,
como os oligossacarídeos que incluem a insulina, frutooligissacarídeos, glucooligossacarí-
deos e xilooligossacarídeos (WANG et al., 2019; INFANTE-VILLAMIL et al., 2020; CHUGH;
KAMAL-ELDIN, 2020).
De acordo com alguns autores, um dos principais problemas enfrentados pela aquicul-
tura é a elevação da concentração dos compostos nitrogenados (amônia, nitrito e nitrato) que
quando não controlados podem vir a acarretar a mortalidade dos animais (KEWCHAROEN;
SRISAPOOME, 2019; YILMAZ et al., 2022). Os micro-organismos probióticos quando aplica-
dos na água dos tanques de larvicultura e alevinagem ou ao serem adicionados nas dietas
reduzem os poluentes orgânicos e vários contaminante da água, convertendo a matéria
orgânica em unidades menores e a sua decomposição se transforma em alimento para
bactérias que irão auxiliar na melhoria do ambiente aquático (AKHTER et al., 2015; FARIAS,
2016; DAS et al., 2017) e na inibição da multiplicação de patógenos no trato intestinal das
espécies cultivadas, fortalecendo seu sistema imunológico (DAS et al., 2017).
As bactérias Lactobacillus spp. são Gram-positivas e eficientes em transformar ma-
téria orgânica em CO2, assim como Bacillus spp. que são bactérias nitrificantes que re-
duzem as concentrações de nitrato, nitrito e amônia do meio aquático, sendo associadas
ao melhoramento de qualidade da água, promovendo a melhoria da sobrevivência e a
taxa de crescimento dos animais cultivados (DAS et al., 2017). Como exemplo, temos o
trabalho de Kewcharoen e Srisapoome (2019), que relataram uma melhora significativa no
crescimento, assim como na resposta imune e controle da carga de Vibrio com o uso de
Bacillus sutbtilis e Shewanella algas suplementadas à dieta do camarão branco do Pacífico
(Litopenaeus vannamei).
Em espécies de peixes, Dias et al. (2019) relataram melhoria no crescimento, sobre-
vivência e resposta imune de pós-larvas da espécie ornamental Pterophyllum scalare, ao
utilizarem uma dieta suplementada com Enterococcus faecium. Couto et al. (2022), também
observaram uma redução de 75% na mortalidade de juvenis de Arapaima gigas contra
infecção do patógeno Aeromonas hydrophila, quando alimentados com dietas suplementa-
das com cepas probióticas de E. faecium na concentração de 108 UFC g-1 (COUTO et al.,
2022). Já Diaz (2019), observou o aumento na sobrevivência de Danio rerio recém-eclodido
em cultivo contendo S. cerevisiae.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
149
Algas com potencial prebiótico

As algas são bastante utilizadas nas indústrias de alimentos e farmacológica devido ao


seu alto teor proteico e nutricional (JIMENEZ-LOPEZ et al., 2021). Alguns autores apontam
que à baixa massa molecular de polissacarídeos vegetais (ou oligossacarídeos hidrolisados)
permitem que prebióticos algais possuam uma melhor colonização dos micro-organismo, o
que irá influenciar em uma melhor fermentabilidade das comunidades microbianas intestinais
(CAMACHO et al., 2019; HINDU et al., 2019; NAGAPPAN et al., 2021).
Algumas cepas de algas também produzem substâncias bioativas que podem inibir
ou promover o crescimento microbiano (GUPTA et al., 2017). Esses compostos bioativos
têm efeitos benéficos em humanos e animais, pois protege o organismo do estresse abió-
tico e biótico com propriedades como atividade antioxidante e antibacteriana. Eles têm
sido comumente usados como aditivos em rações, fertilizantes e produtos farmacêuticos
(HINDU et al., 2019).
Nos últimos anos os polissacarídeos, um composto rico da parede celular das algas,
vêm sendo utilizados como agente terapêutico no meio aquático devido às suas ativida-
des biológicas eficazes e menor toxicidade (GUPTA et al., 2017; CAMACHO et al., 2019;
NAGAPPAN et al., 2021), ao apresentar atividade antiviral, anticoagulante, antioxidante e
anticancerígena (HINDU et al., 2019). Estes compostos possuem ainda a capacidade de
modificar o sistema imunológico de animais aquáticos, pois aumenta a proteção contra várias
doenças causadas por patógenos (GUPTA et al., 2017; HINDU et al., 2019), ao atuarem
como agentes antibacterianos e antiparasitários (ASSEFA; ABUNNA, 2018).
Dentre a diversidade de espécies de algas, as espécies de microalgas que se desta-
cam com potencial prebióticos são a Spirulina platensis que é conhecida por estimular o
crescimento bacteriano, consome nitrogênio do meio de crescimento e libera carboidratos
extracelulares e outras substâncias de crescimento que podem ser responsáveis por estimular
o crescimento de Lactobacillus e outras cepas produtoras de ácido lático (SALEHI-FARSANI
et al., 2014; ABO-STATE et al., 2017; NAGAPPAN et al., 2021); e a Chlorella spp. que con-
tém complexos de polissacarídeos que em combinação com a galactose, ramnose, manose,
arabinose, N-acetilglucosamida e N-acetilgalactosamina possuem propriedades imunoestimu-
lantes, inibem a proliferação de Listeria monocytogenes e Candida albicans. Em pós-larvas
de Macobachium rosenbergii aumentaram sua capacidade de sobrevivência contra infecção
por A. hydrophila (NAGAPPAN et al., 2021). Já a microalga Dunaliella salina produz polis-
sacarídeos extracelulares que são conhecidos por sua atividade imunoestimulante, antiviral
e antitumoral (GUPTA et al., 2017).
Dentre as macroalgas marinhas podemos citar Grateloupia filicina, Padina gymnospora,
Eucheuma spinosum, Ulva sp., Ascophyllum nodosum, Undaria pinnatifida, Ecklonia cava

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
150
e Phaeophyceae. Estas algas apresentam capacidade de promover o desenvolvimento de
bactérias ácido lácticas úteis ao trato gastrointestinal, bem como são antagonistas frente
a bactérias patogênicas, limitando sua proliferação e melhorando à saúde do hospedeiro
(HINDU et al., 2018).
Um estudo realizado por Chen et al. (2018), mostrou que Grateloupia filicina e Eucheuma
spinosum a ação prebiótica desses compostos favoreceu o crescimento de Bifidobacterium,
a partir do polissacarídeo extraído. Adicionalmente, estes compostos são capazes de melho-
rar a qualidade de água em sistemas de produção da aquicultura por meio do sequestro de
nitrogênio e fósforo (MANGOTT et al., 2020). Por outro lado, muitas espécies de macroalgas
são ricas em polissacarídeos sulfatados ricos em fucose, conhecidos como fucoidan (FCD)
em sua parede celular, que por sua vez possuem funções biológicas como propriedades
anticancerígenas, antivirais, antialérgicas, anticoagulantes, antioxidantes, anti-inflamató-
rias, imunoestimulantes, cardioprotetoras e hepatoprotetoras (ABDEL-LATIF et al., 2022).
Estudos apostam seu benéfico em espécies de peixes como modulador da microbiota in-
testinal do peixe-zebra (Danio rerio) (IKEDA-OHTSUBO et al., 2020), capacidade de aumentar
o crescimento da barramundi (Lates calcarifer) (TULLER et al., 2014), aumento da imunidade
de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) (ISNANSETYO et al., 2016) e melhoria à infecção
por A. hydrophila (AKRAMI et al., 2015; AMENYOGBE et al., 2020). Em camarões a presença
desse polissacarídeo, melhora o crescimento (CANCIYAL et al., 2015), aumenta a imunidade
(SETYAWAN et al., 2018), e aumenta a resistência contra doenças bacterianas como vibrio-
se e infecções virais (IMMANUEL et al., 2012; SIVAGNANAVELMURUGAN et al., 2014).

Fatores que afetam a eficiência dos probióticos e prebióticos na aquicultura

A aplicação de aditivos alimentares ecologicamente corretos como os probióticos e


prebióticos para a melhoria da fisiologia, desempenho de crescimento e respostas imunes
de espécies relacionadas à aquicultura tem ganhado muito mais atenção (JAHANGIRI;
ESTEBAN, 2018), devido a substituição de produtos químicos e antibióticos (DOAN et al.,
2019; AMENYOGBE et al., 2020).
A forma como os probióticos e prebióticos são aplicados na aquicultura é um fator chave
para o seu desempenho favorável ou insucesso que pode vir a afetar a eficiência nos cultivos
aquícolas (JAHANGIRI; ESTEBAN, 2018). Segundo Doan et al. (2019) as diferenças nas
peculiaridades fisiológicas e a diferença entre cada hospedeiro, bem como as influências
consideráveis de vários fatores ambientais, como a forma de cultivo, torna difícil estabelecer
um candidato probiótico e prebiótico para aplicação global, sendo necessário estabelecer e
respeitar alguns requisitos para garantir a eficiência da sua aplicação.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
151
O pH e a temperatura são alguns fatores que regulam o crescimento e a produção
de bactérias de uso probiótico e prebiótico, a exemplo de Leuconostoc mesenteroides e
Lactobacillus curvatus (JAHANGIRI; ESTEBAN, 2018; DOAN et al., 2019; AMENYOGBE
et al., 2020), assim como a origem dos micro-organismos (marinhos ou terrestres), pois
impõem respostas diferenciadas ao ambiente de aplicação podendo inibir o crescimento de
patógenos e afetar a capacidade de adesão das bactérias ácido lático (DOAN et al., 2019).
Outro fator que deve ser levado em consideração é a dose de tratamento que ao ser
utilizada por adição direta ao meio hídrico ou como aditivo alimentar, deve ser calculada de
acordo com o peso dos peixes tratados, bem como o volume de água do cultivo (JAHANGIRI;
ESTEBAN, 2018). Este fato é importante uma vez que é possível que a absorção de pro-
bióticos pelos peixes durante a administração via água de cultivo não resulte em nenhum
aumento significativo no crescimento e na atividade das enzimas digestivas quando com-
parado com a administração de probiótico em alimentos vivos (GUPTA et al., 2017; HINDU
et al., 2019; JAHANGIRI; ESTEBAN, 2018).
O tempo de inoculação é outro fator que interfere no resultado final do uso desses
aditivos, visto que a inoculação deve ser renovada durante o tempo de tratamento, principal-
mente por administração via água, devido ao tempo que o probiótico leva para desaparecer
na coluna d’água (JAHANGIRI; ESTEBAN, 2018; REQUE; BRANDELLI, 2021).
De acordo com Jahangiri e Esteban (2018), os tratamentos com a administração de pro-
bióticos nos estágios larvais iniciais dos animais de forma precoce através da água de criação
e via alimentação podem modular a microbiota intestinal de forma mais eficaz, uma vez que
o trato digestivo não se encontra completamente desenvolvido e a microbiota estabelecida.
Durante o cultivo a salinidade pode diminuir a sobrevivência de bactérias probióticas,
limitando sua aplicação na água do mar. A curta viabilidade dos probióticos na coluna d’água
pode culminar em menor colonização dos micro-organismos em espécies de peixes que
habitam ambientes com maior salinidade (DAWOOD et al., 2017; JAHANGIRI; ESTEBAN,
2018). No entanto, segundo Jahangiri e Esteban, (2018) e Doan et al. (2019), a adição direta
de probióticos na coluna d’água tem sido considerada mais eficaz do que outros métodos
na aquicultura marinha.

Aspectos tecnológicos da produção e uso de probióticos e prebióticos na aquicultura

O desenvolvimento de probiótico e prebióticos para uso comercial na aquicultura é


considerado um processo multidisciplinar, pois requer pesquisa empírica e fundamental, com
testes em larga escala e avaliação econômica da viabilidade do seu uso (FECKANINOVÁ
et al., 2017).

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
152
Muitos se preocupam se de fato os probióticos e prebióticos chegam ao mercado con-
sumidor com os benefícios uteis após o seu processo de fabricação, e para superar uma
possível inativação desses aditivos alimentares durante o processamento, a indústria aquícola
estuda melhorias tecnológicas que assegurem seu resultado final, a exemplo, cepas mais
resistentes a variações (pH, temperatura, salinidade e probióticos inativados termicamente
devido ao uso de probióticos vivos às vezes resultar em impactos negativos na aquicultura),
probióticos triturados por ultra-som, componentes celulares e metabólitos como probióticos
ou estruturas que protejam o probionte e o prebionte por meio de microencapsulameto
(FECKANINOVÁ et al., 2017; ROHANI et al., 2022).
De acordo com Feckaninová et al. (2017), a implantação de técnicas baseadas em
ácidos nucleicos, métodos moleculares discriminativos, como os sequenciamentos de genes
16S rRNA, sondas oligonucleotídeos, identificação por meio de métodos com alta resolução
taxonômica vinculadas a bibliotecas de identificação atualizadas, e diferentes métodos de
coloração (por exemplo: imuno-ouro, FISH e bactérias marcadas com proteína fluorescen-
te verde) investigam a aderência e colonização de bactérias probióticas e patogênicas e
suas interações no trato digestório dos peixes, uma vez que o controle de qualidade das
espécies utilizadas como probióticas e prebióticos, aumenta a confiança do consumidor
garantindo a qualidade quanto as propriedades funcionais quando bem esclarecidas na
rotulagem do produto.
Vários países já desenvolveram regulamentos para aplicação de aditivos alimentares mi-
crobianos, a exemplo dos EUA, Canadá e Europa em que o regulamento (CE) nº 1831/2003,
estabelece a regra para sua autorização, uso, minoridade, rotulagem e embalagem em mi-
cro-organismos estão incluídos na categoria “aditivos zootécnicos” e como grupo funcional
dentro dos “estabilizadores da microbiota intestinal” definidos como micro-organismos ou
outras substâncias quimicamente definidas, que, quando administrados aos animais, têm
um efeito positivo sobre a microbiota intestinal (FECKANINOVÁ et al., 2017). Além disso, as
empresas devem implementar métodos adequados de produção e aplicação desses aditivos
para evitar danos potenciais ou efeitos colaterais prejudiciais ao cultivo, aos animais e ao
consumidor final (ROHANI et al., 2022).

CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS

Nos últimos anos os probióticos, prebióticos e simbióticos vem ganhando mais espaço
na aquicultura devido aos seus benefícios, contribuindo de forma significativa para o controle
e redução nas taxas de infestações por patógenos, além de melhorar a conversão de alimento
em peso animal, maximizando a absorção dos nutrientes e tornando-os mais disponíveis

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
153
por meio de enzimas digestivas essenciais, melhorando a taxa de sobrevivência, alterando
a composição microbiana no trato gastrointestinal, estimulando o sistema imunológico dos
animais e não poluindo o meio ambiente.
Os pontos positivos na aplicação de aditivos imunoestimulantes de fontes naturais tem
chamado a atenção de fabricantes de rações e produtores aquícolas, por demonstrarem
ser mais seguras, sustentáveis e economicamente viáveis, possibilitando alto rendimento
econômico ao setor, modernizando os cultivos com altas estocagem de indivíduos de forma
intensiva com benefícios promissores a longo prazo. A aplicação de probióticos, prebióticos
e simbióticos, trouxeram novas perspectivas para a aquicultura, devido a aplicação de qui-
mioterápicos não ser mais apreciada por conta do aumento da resistência microbiana nos
cultivos. No entanto, apesar dos inúmeros benefícios relatados, não existe um padrão para a
aplicação efetiva desses aditivos na aquicultura, visto que aparentemente, existem algumas
lacunas entre os entendimentos “baseados na ciência” e a aplicação prática, que requerem
um fechamento necessário bem detalhado, principalmente porque resultados de efeitos be-
néficos em espécies específicas, muitas vezes não podem ser replicadas em outros cultivos
sem estudos prévios, e a aplicação de novas cepas microbianas tem que ser aplicada com
segurança e com a máxima eficiência, não sendo um processo simples ou direto para se
obter respostas seguras e confiáveis, havendo a necessidade de analisar o desempenho
das espécies em estudo associados ao ambiente onde estes se encontram. Embora resul-
tados de diversos estudos já relatados encorajem novas pesquisas sobre o biocontrole de
parasitas na aquicultura utilizando probióticos, prebióticos e simbióticos. No entanto, não
podemos esquecer que todas as alternativas para o melhoramento do cultivo, bem como
a qualidade da água e o bem-estar dos animais é uma soma das boas práticas sanitárias,
manejo, e alimentação adequada e balanceada para a espécie alvo do cultivo.

REFERÊNCIAS
1. ABO-STATE, H. A; RAHOUN, A. M.; BROWN, M. L. Spray-dried spirulina (Spirulina
platensis) as growth promoter for Nile tilapia (Oreochromis niloticus) under lab and
field scale condition. Egyptian Journal Nutrition and Feeds, v. 20, p.137-147, 2017.

2. ADEL, M.; DAWOOD, M. A. O. Probiotics application: implications for sustainable aqua-


culture. Probiotic Bacteria and postbiotic metabolites: role in animal and human
health, v. 2, p. 191-219, 2021.

3. ABDEL-LATIF, H. M. R.; DAWOOD, M.A.O.; ALAGAWANY, M.; FAGGIO, C.; NOWO-


SAD, J.; KUCHARCZYK, D. Health benefits and potential applications of fucoidan (FCD)
extracted from brown seaweeds in aquaculture: An updated review. Fish & Shellfish
Immunology, v. 122, p. 115-130, 2022.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
154
4. AKHTER, N.; WU, B.; MEMON, A. M.; MOHSIN, M. Probiotics and prebiotics associated
with aquaculture: A review. Fish & Shellfish Immunology, v. 45, p. 733-741. 2015.

5. AKRAMI, R.; NASRI-TAJAN, M.; JAHEDI, A.; JAHEDI, M.; MANSOUR, M. R.; JAFAR-
POUR, S. Effects of dietary synbiotic on growth, survival, lactobacillus bacterial count,
blood indices and immunity of beluga (Huso huso Linnaeus, 1754) juvenile. Aquaculture
Nutrition, v. 21, p. 952-959, 2015.

6. AMENYOGBE, E.; CHEN, G.; WANG, Z.; HUANG, J.; HUANG, B.; LI, H. The exploi-
tation of probiotics, prebiotics and synbiotics in aquaculture: present study, limitations
and future directions.: a review. Aquaculture International, v. 28, p. 1017-1041, 2020.

7. ASSEFA, A.; ABUNNA, F. Maintenance of Fish Health in Aquaculture: Review of Epi-


demiological Approaches for Prevention and Control of Infectious Disease of Fish.
Veterinary Medicine International, p.1-10, 2018.

8. BUTT, U. D.; LIN, N.; AKHTER, N.; SIDDIQUI, T.; LI, S.; WU, B. Overview of the latest
developments in the role of probiotics, prebiotics and synbiotics in shrimp aquaculture.
Fish & Shellfish Immunology, v. 114, p. 263-281, 2021.

9. CAMACHO, F.; MACEDO; A.; MALCATA, F. Potential industrial applications and com-
mercialization of microalgae in the functional food and feed Industries: A short review.
Marine Drugs, v. 17, 2019.

10. CANCIYAL, J.; JAWAHAR, P.; MOGALEKAR, H. Growth performance of giant freshwa-
ter prawn, Macrobrachium rosenbergii (de man) in relation to addition of fucoidan in
their diet. Journal of Environment and Bio-Sciences, v. 29, p. 469-473, 2015.

11. CAVALCANTE, R. B.; TELLI, G. S.; TACHIBANA, L.; DIAS, D. C.; OSHIRO, E.; NA-
TORI, M. M.; SILVA, W. F.; RANZANI-PAIVA, M. J. Probiotics, prebiotics and synbio-
tics for Nile tilapia: growth performance and protection against Aeromonas hydrophila
infection. Aquaculture Reports, v. 17. 2020.

12. CHUGH, B.; KAMAL-ELDIN, A. Bioactive compounds produced by probiotics in food


products. Current Opinion in Food Science, v. 32, p. 76-82, 2020.

13. CHEN, X.; SUN, Y.; HU, L.; Liu, S.; YU, H.; HING, R.; LI, R.; WANG, X.; LI, P. In vitro
prebiotic effects of seaweed polysaccharides. Journal of Oceanology and Limnology,
v. 36, p. 926-932, 2018.

14. COUTO, M. V. S.; SOUSA, N.C.; ABE, H. A .; CUNHA, F. S.; MENESES, J. O.; PAI-
XÃO, P. E. G.; MOURINO, J. L. P.; MARTINS, M. L.; CORDEIRO, C. A. M.; FUJIMOTO,
R. Y. Dietary supplementation of Probiotic Enterococcus faecium improve resistance
in Arapaima gigas against Aeromonas hydrophila. Aquaculture Research, v. 53, p.
3453-3463, 2022.

15. DAS, S.; MONDAL, K.; HAQUE, S. A review on application of probiotic, prebiotic and
synbiotic for sustainable development of aquaculture. Journal of Entomology and
Zoology Studies, v. 5, p. 422-429, 2017.

16. DAWOOD, M. A. O.; KOSHIO, S.; ESTEBAN, M. A. Beneficial roles of feed additives
as immunostimulants in aquaculture: a review. Reviews in Aquaculture, v. 10, p.
950-974, 2017.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
155
17. DAWOOD, M. A. O.; KOSHIO, S.; ABDEL-DAIM, M. M.; DOAN H. V. Probiotic appli-
cation for sustainable Aquaculture. Reviews in Aquaculture, v. 11, p. 907-924, 2018.

18. DIAS, J. A. R.; ABE, H. A.; SOUSA, N. C.; SILVA, R. D. F.; CORDEIRO, C. A. M.;
GOMES, G. F. E.; READY, J. S.; MOURIÑO, J. L. P.; MARTINS, M. L.; CARNEIRO, P.
C. F.; MARIA, A. N.; FUJIMOTO, R. Y. Enterococcus faecium as potential probiotic for
ornamental neotropical cichlid fish, Pterophyllum scalare (Schultze, 1823). Aquaculture
International, v. 27, p. 463-474, 2019.

19. DIAZ, C.D. S. Biofloc as alternative cost-effective technology on the growth and survival
rate in zebrafish (Danio rerio) larvae. World Fisheries University, Pukyong National
University, Busan, S. Korea. 2019.

20. DOAN, H. V.; HOSEINIFAR, S. H.; DAWOOD, M. A. O.; CHITMANAT, C.; TAYYAMATH,
K Effects of Cordyceps militaris spent mushroom substrate and Lactobacillus plantarum
on mucosal, serum immunology and growth performance of Nile tilapia (Oreochromis
niloticus). Fish & Shellfish Immunolog, v. 70, p.87-94, 2017.
21. DOAN, H. V.; HOSEINIFAR, S. H.; KHANONGNUCH, C.; KANPIENGJAI, A.; UNBAN,
K.; KIM, V. V.; SRICHAIYO, S. Host-associated probiotics increased mucosal and serum
immunity, disease resistance and growth performance of Nile Tilapia ( Oreochromis
niloticus). Aquiculture, v. 491, p. 94-100, 2018.
22. DOAN, H. V.; HOSEINIFAR, S. H.; RINGØ, E.; ESTEBAN, M. Á.; DADAR, M.; DAWOOD,
M. A. O.; FAGGIO, C. Host-associated probiotics: a key factor in sustainable aquacul-
ture. Reviews in Fisheries Science & Aquaculture, v. 28, p. 16-42, 2019.

23. FARIAS, T. H. V.; LEVY-PERREIRA, N.; ALVES, L. O.; DIAS, D. C.; TACHIBANA, L.;
PILARSKI, F.; BELO, M. A. A.; RANZANI-PAIVA, M. J. Probiotic feeding improves the
immunity of pacus, Piaractus mesopotamicus, during Aeromonas hydrophila infection.
Animal Feed Science and Technology, v. 211, p. 137-144, 2016.

24. FECKANINOVÁ, A.; KOSCOVÁ, J.; https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/


S0044848616306342?casa_token=dYZIPr9kHeAAAAAA:30AnIh2xaivHKraoGI9MhHB-
QP2LAU-4wdLHh5gxViFrpC1IRWjYGa8si8TJGgicT0chCws4qaQX1 - ! POPELKA,
P.;TOROPILOVÁ, J. The use of probiotic bacteria against Aeromonas infections in
salmonid. Aquaculture, v. 469. p. 1-8, 2017.

25. GONZÁLEZ-FÉLIX, M. L.; GATLIN, D. M.; URQUIDEZ-BEJARANO, P.; DE LA REÉ-


-RODRÍGUEZ, C.; DUARTE-RODRÍGUEZ, L.; SÁNCHEZ, F.; PEREZ-VELAZQUEZ,
M. Effects of commercial dietary prebiotic and probiotic supplements on growth, innate
immune responses, and intestinal microbiota and histology of Totoaba macdonaldi.
Aquaculture, v. 491, p. 239-251, 2018.

26. GUPTA, S.; GUPTA, C.; GARG, A. P.; PRAKASH, D. Prebiotic efficiency of blue green
algae on probiotics microorganisms. Journal of Microbiology & Experimentation,
v. 4. 2017.

27. HINDU, S. V.; CHANDRASEKARAN, N.; MUKHERJEE, A.; THOMAS, J. A review on


the impact of seaweed polysaccharide on the growth of probiotic bacteria and its appli-
cation in aquaculture. Aquaculture International, v. 27, p. 227-238, 2019.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
156
28. HOSEINIFAR, S. H.; SUN, Y-Z.; WANG, A.; ZHOU, Z. Probiotics as means of diseases
control in aquaculture, a review of current knowledge and future perspectives. Frontiers
in Microbiology, v. 9, p. 1-18, 2018.

29. IMMANUEL, G.; SIVAGNANAVELMURUGAN, M.; MARUDHUPANDI, T.; RADHAKRISH-


NAN, S.; PALAVESAM, A. The effect of fucoidan from brown seaweed Sargassum
wightii on WSSV resistance and immune activity in shrimp Penaeus monodon (Fab).
Fish Shellfish Immunology, v. 32, p. 551-564, 2012.

30. INFANTEÂ-VILLAMIL, S.; HUERLIMANN, R.; JERRY, D. R. Microbiome diversity and


dysbiosis in aquaculture. Reviews in Aquaculture, v. 13, 1077-1096. p. 1-20. 2020.

31. IKEDA-OHTSUBO, W.; NADAL, A. L.; ZACCARIA, E.; IHA, M.; KITAZAWA, H.; KLEE-
REBEZEM, M.; BRUGMAN, S. Intestinal microbiota and immune modulation in zebrafish
by fucoidan from okinawa mozuku (Cladosiphon okamuranus). Frontiers in Nutrition,
v. 7, p. 1-18, 2020.

32. ISNANSETYO, A.; FIKRIYAH, A.; KASANAH N. Non-specific immune potentiating ac-
tivity of fucoidan from a tropical brown alga (Phaeophyceae), Sargassum cristaefolium
in tilapia (Oreochromis niloticus). Aquaculture International. v. 24, p. 465-477, 2016.

33. JAHANGIRI, L.; ESTEBAN, M. A. Administration of probiotics in the water in finfish


aquaculture systems: a review. Fishes, v. 3, p. 1-13, 2018.

34. JIMENEZ-LOPEZ, C.; PEREIRA, A. G.; LOURENÇO-LOPES, C.; GARCIA-OLIVEIRA,


P.; CASSANI, L.; FRAGA-CORRAL, M.; SIMAL-GANDARA, J. Main bioactive phenolic
compounds in marine algae and their mechanisms of action supporting potential health
benefits. Food Chemistry, v. 341, p. 1-14, 2021.

35. KEWCHAROEN, W.; SRISAPOOME, P. Probiotic effects of Bacillus spp. from Pacific
white shrimp (Litopenaeus vannamei) on water quality and shrimp growth, immune res-
ponses, and resistance to Vibrio parahaemolyticus (AHPND strains). Fish & Shellfish
Immunology, v. 94. p. 175-189, 2019.

36. KHARE, A.; THORAT, G.; BHIMTE, A.; YADAV, V. Mechanism of action of prebiotic
and probiotic. Journal of Entomology and Zoology Studies, v. 6, p. 51-53, 2018.

37. MANGOTT, A.; NAPPIC, J; CARINIA, A. D. P.; GONCALVES, P.; HUA, K.; DOMINGOS,
J.A.; NYS, R.; THOMAS, T. Ulva lactuca as a functional ingredient and water bioreme-
diator positively influences the hepatopancreas and water microbiota in the rearing of
Litopenaeus vannamei. Algal Research, v. 51, p. 1-10, 2020.
38. NAGAPPAN, S.; DAS, P.; ABDULQUADRI, M.; THAHER, M. KHAN, S.; MAHATA, C.;
AL-JABRI, H.; VATLAND, A. K.; KUMAR, G. Potential of microalgae as a sustainable
feed ingredient for aquaculture. Journal of Biotechnology, v. 341, p. 1-20, 2021.

39. PEREIRA, V. C.; BAZILIO, C. C. C; HERCULES, M.; SANTOS, M. V. B. Panorama


da comercialização de peixes ornamentais no município de Cáceres, Mato Grosso. In:
Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFMT, 2017, Cáceres. Anais eletrônico
[...] p. 55 – 58. Disponível em: https://docplayer.com.br/82648439-Anais-da-jornada-de-
-ensino-pesquisa-e-extensao-do-ifmt-campus-caceres.html. Acesso em: 05 de agosto
de 2021.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
157
40. PEREIRA, A. C. A.; NARCISO, B. B. D.; MANSANO, C. F. M. Probiótico e a saúde
animal. Archives of Health, v. 2, p. 1028-1031, 2021.

41. PRABU, E.; FELIX, S.; FELIX, N.; AHILAN, B.; RUBY, P. An overview on significance of
fish nutrition in aquaculture industry. International Journal of Fisheries and Aquatic
Studies, v. 5, p. 349-355, 2017.

42. PRATAMA, M. I. W.; MARTINANH, A.; YUNIARTI, A. Effect of prebiotic and probiotic
fish feed on physical, chemical and biological quality of feed. The Journal of Experi-
mental Life Science, v. 11, p. 49-53, 2021.

43. REQUE, P. M..; BRANDELLI, A. Encapsulation of probiotics and nutraceuticals: Appli-


cations in functional food industry. Trends in Food Science & Technology, v. 114,
p. 1-10, 2021.

44. ROHANI, M. F..; ISLAM, S. M. M.; HOSSAINA, M K.; FERDOUS, Z.; SIDDIKC, M. AB.;
NURUZZAMAND, M.; BROWN, C.https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S1050464821004538?casa_token=YDp76Ef-s0oAAAAA:RsEUr_Jn_uG8S92P1hHk-
VqjdnVmeA7q6IG9-m09zzwrfTsW4caMXd1FDgQXtt3Dt0UoqPzZbYVNi - ! Probiotics,
prebiotics and synbiotics improved the functionality of aquafeed: Upgrading growth,
reproduction, immunity and disease resistance in Fish. Fish & Shellfish Immunology,
v. 120, p. 569-589, 2022.

45. SALEHI-FARSANI, A.; SOLTANI, M.; KAMALI, A.; SHAMSAIE, M. Effect of immune
motivator Macrogard and Spirulina platensis on some growth, carcass and biochemical
indices of stellate sturgeon Acipenser stellatus. Aquaculture, Aquarium, Conservation
& Legislation - International Journal of the Bioflux Societ, v. 7, p. 137-147, 2014.

46. SETYAWAN, A.; ISNANSETYO, A.; MURWANTOKO, M.; INDARJULIANTO, S.; HAN-
DAYANI, C. Comparative immune response of dietary fucoidan from three Indonesian
brown algae in white shrimp Litopenaeus vannamei. Aquaculture, Aquarium, Con-
servation & Legislation - International Journal of the Bioflux Society, v.11, p.
1707-1723, 2018.

47. SIVAGNANAVELMURUGAN, M.; THADDAEUS, B. J.; PALAVESAM, A.; IMMANUEL,


G. Dietary effect of Sargassum wightii fucoidan to enhance growth, prophenoloxidase
gene expression of Penaeus monodon and immune resistance to Vibrio parahaemoly-
ticus. Fish Shellfish Immunolog, v. 39, p. 439-449, 2014.
48. TULLER, J.; SANTIS, C.; JERRY, D. R. Dietary influence of Fucoidan supplementation
on growth of Lates calcarifer (Bloch). Aquaculture Research, v. 45, p. 749-754, 2014.

49. WANG, C.; CHUPROM, J.; WANG, Y.; FU, L. Beneficial bacteria for aquaculture: nutri-
tion, bacteriostasisand immunoregulation. Journal of Applied Microbiology. v. 128,
p. 28-40, 2019.

50. WANG, E.; YUAN, Z.; WANG, K.; GAO, D.; LIU, Z.; LILES, M. R. Consumption of florfe-
nicol-medicated feed alters the composition of the channel catfish intestinal microbiota
including enriching the relative abundance of opportunistic pathogens. Aquaculture,
v. 501, p. 111-118, 2019.

51. YILMAZ, S.; YILMAZ, E.; DOWOOD, M. A. O.; RINGO, E.; AHMADIFAR, E.; ABDEL-
-LATIF, H. M. R. Probiotics, prebiotics, and synbiotics used to control vibriosis in fish:
A review. Aquaculture, v. 547, p. 1-15, 2022.

Open Science Research IV - ISBN 978-65-5360-141-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022
158

Você também pode gostar