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Secção I - Introdução

Desde os primórdios da existência humana, o ato de comunicar seja na linguagem


escrita ou oral tem um papel de suma importância no quotidiano e na vida das pessoas.
As artes rupestres (gravuras e pinturas) encontradas no interior das cavernas
comprovam que o homem sempre buscou formas para expressar ideias, visões do
mundo e da realidade que o cerca. A comunicação é um dos mecanismos centrais de
inclusão na sociedade, sendo capaz de gerar um bem ou mal-estar na população, de
acordo com o modo como as notícias, os fatos e assuntos são abordados e divulgados
pela mídia.

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Secção II - A realidade da Comunicação

2.1 Noções

Diariamente, a população é bombardeada por uma grande quantidade de informação


graças aos distintos meios de comunicação e mecanismos de interacção social. Mas ao
entrar em contacto com notícias jornalísticas, é comum que o receptor se depare com
um número bem maior de matérias com conteúdo negativo, do que positivo.

“A comunicação foi e continua a ser o elo mais importante da


evolução humana, fez o grande diferencial entre o ontem e o
hoje. Será a mola propulsora entre o hoje e o amanhã, e será
uma grande força contributiva de um futuro bem próximo”.
(BRAGANÇA, 2009, p. 1)

2.2 Afinidade, realidade e comunicação

Há três factores em Scientology que são da maior importância ao lidar com a vida. Estes
três factores respondem às perguntas: Como devo falar com as pessoas? Como posso
dar novas ideias às pessoas? Como posso descobrir o que as pessoas estão a pensar?
Como posso lidar melhor com o meu trabalho?

Em Scientology, chamamos triângulo ARC a estes três factores. A abreviatura ARC


(pronunciada A-R-C e não arc) é um dos termos mais úteis até agora inventados.

Chama-se um triângulo ao ARC, porque tem três pontos que se relacionam. O primeiro
destes pontos é a afinidade. O segundo destes pontos é a realidade. O terceiro destes
pontos, e o mais importante, é a comunicação.

Estes três factores estão relacionados. Por afinidade pretendemos dizer resposta
emocional. Pretendemos dizer o sentimento de afeição ou a falta dela, de emoção ou
má-emoção (emoção irracional ou inadequada) conectada com a vida. Por realidade
queremos dizer os objectos sólidos, as coisas reais da vida. Por comunicação
pretendemos dizer um intercâmbio de ideias entre dois terminais (pessoas que podem
receber, transmitir ou enviar uma comunicação). Sem afinidade não há realidade ou
comunicação. Sem realidade não há afinidade ou comunicação. Sem comunicação não
há afinidade nem realidade.

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A aplicação do triângulo ARC nas circunstâncias que se encontram na vida diária,
requer uma compreensão de cada um dos componentes do triângulo e da sua inter-
relação.

2.3 Afinidade

O primeiro vértice do triângulo é a afinidade.

A definição básica de afinidade é a consideração de distância, quer seja boa ou má. A


função mais básica da afinidade completa seria a capacidade para ocupar o mesmo
espaço que outra coisa ocupa.

A palavra afinidade é usada aqui para significar amor ou apreço ou qualquer outra


atitude emocional. Em Scientology concebe-se que a afinidade tem muitas facetas. A
afinidade é uma qualidade variável. A afinidade é usada aqui como uma palavra com
ocontexto de «grau de afeição».

O homem não seria homem sem afinidade. Todos os animais têm afinidade em algum
grau, mas o homem é capaz de sentir uma quantidade especialmente grande. Muito
tempo antes de ele se ter organizado em cidades, organizou-se em tribos e clãs. Antes
das tribos e clãs havia indubitavelmente ajuntamentos.

A necessidade instintiva do Homem, de afinidade com os seus semelhantes, há muito


foi reconhecida, e a sua domesticação de outros animais mostra que a sua afinidade se
estende também a outras espécies. Poderia ter-se suposto que a raça que primeiro
desenvolvesse a afinidade no seu mais alto grau se transformaria na raça dominante de
qualquer planeta, e isto já foi provado.

Uma criança está cheia de afinidade. Não somente tem afinidade pelo seu pai, mãe,
irmãos e irmãs e seus companheiros de jogos, como tem pelos seus cães, gatos e os cães
perdidos que acontece andarem por ali. Mas a afinidade vai mesmo além disto. Pode-se
ter um sentimento de afinidade por objectos:

«Eu adoro a maneira como os veios sobressaem nessa madeira.» Há um sentimento de


unidade com a terra, os céus azuis, a chuva, os reservatórios de água, as cambalhotas e
as rãs-touro que é afinidade.

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A afinidade nunca é identificação (tornar-se um com outro em sentimento ou interesse)
nem vai tão longe como a empatia (o poder ou estado de a própria pessoa imaginar ser
outra pessoa e inclusive compartilhar as ideias dela ou sentimentos). Você continua a
ser você mesmo em grande medida quando tem afinidade por qualquer coisa, mas
também sente a essência da coisa pela qual tem afinidade.

Você permanece você mesmo e, contudo, aproxima-se ainda mais do objecto pelo qual
tem afinidade. Não é uma qualidade que prenda. Não há cordas a atar quando se dá
afinidade. Para o receptor não traz deveres nem responsabilidades. É puro, fácil e
natural e flui do indivíduo tão simplesmente, como os raios de luz fluem do sol.

A afinidade cria afinidade. Uma pessoa dotada desta qualidade, automaticamente


encontrará pessoas em qualquer sítio perto dela, que também começam a abundar em
afinidade. É uma influência calmante, reconfortante, animadora em todos aqueles
capazes de a dar e receber.

O nível de afinidade entre indivíduos e grupos pode ser facilmente observado. Por
exemplo, dois homens conversando entre si, estão em afinidades um com o outro ou não
estão. Se não estiverem, discutirão. Se tiverem afinidade um pelo outro, há outras duas
coisas que devem estar presentes: eles têm de ter acordado sobre uma realidade e eles
têm de ser capazes de comunicar essa realidade um ao outro.

2.4 Comunicação e construção da realidade

Compreender o tempo histórico no qual estamos inseridos constitui uma tarefa árdua.
Pressupõe que estejamos profundamente inseridos na complexa teia de relações que nos
permeiam e que não é consolidada à nossa revelia. Estamos entremeados por esta
dinâmica que, dialogicamente, construímos e somos por ela construídos.

O jornalismo ocupa uma posição privilegiada no que tange a oferecer elementos que
desvelem e tragam à baila o modo como estas relações se estabelecem. Todavia, a
reconstrução desta dinâmica pode ser feita por intermédio de diferentes meios,
perpassando desde os registos escritos da historiografia tradicional até os actuais
registos fotográficos.

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É no interior desta variada gama de possibilidades que se situa a prática do jornalismo e
sua responsabilidade de retratar a realidade tal como ela se configura. Por muito tempo,
a objectividade foi e ainda é objecto de preocupação das ciências sociais. Seria possível
debruçar-se sobre os agrupamentos humanos e compreendê-los de modo objectivo, sem
a interferência da carga subjectiva do cientista? Esta indagação também se apresenta
como um problema ao ofício jornalístico. Durante a produção da notícia, o profissional
depara com questões desta natureza tentar reportar-se ao fato e reproduzi-lo de modo
fiel, sem imprimir sua marca ao relato.

Os antropólogos também despenderam significativo empenho intelectual em numerosas


linhas com o escopo de justificar essa vicissitude durante as pesquisas etnográficas. A
mera presença do pesquisador altera a dinâmica habitual de determinada organização
social. A partir dessa constatação, começou a se cogitar a hipótese do observador
participante, aquele que se integrava ao contexto alvo da pesquisa.

2.5 Interesses económicos e de classe

Cultura é comummente concebida como aquilo que engloba os modos comuns e


apreendidos da vida, transmitidos pelos indivíduos e grupos em sociedade. É, portanto,
o conjunto de elementos que caracterizam um grupo social e fazem com que cada
membro deste grupo interprete o mundo de modo mais ou menos parecido.

Desse modo, a leitura da realidade será mediada pelas crenças, valores e normas
vigentes nessa sociedade. Não obstante, é difícil desconsiderar a influência que a
herança cultural exerce sobre a formação da visão de mundo e, por conseguinte, de
percepção da realidade. Até dado momento, privilegiou-se destacar a função do aspecto
cultural na leitura que o indivíduo desenvolve acerca da realidade.

Há outros factores não menos importantes. Interesses económicos e de classe também


definem o recorte da realidade que será feito pelos veículos de comunicação. À medida
que adoptam uma linguagem específica, falam de um determinado lugar, dirigem-se a
um nicho previamente seleccionado e determinam como os fatos são organizados no
interior da escala hierárquica de importância.

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2.6 Totalitarismo da mídia começa a ser contestado

É indubitável e amplamente sabido o papel que os meios de comunicação desempenham


na organização social e no processo de mediação da realidade. O advento da internet e
das chamadas novas mídias e a consequente introdução de linguagens e possibilidade
até então inexistentes promoveram um redimensionamento no modelo editorial
convencional e sua respectiva ressonância na opinião pública. Faz-se necessário
repensar a produção e difusão de informações. A histórica via de comunicação linear
entre emissor e receptor, este último passivo, está sob profunda mudança.

Os meios de comunicação de massa, até então protagonistas, eram responsáveis pela


apresentação da realidade ou aspectos dela ao público receptor. No momento da escolha
do que e de que maneira produzir, tais meios de comunicação orientavam nosso olhar
acerca da realidade. A produção de conteúdo e a fabricação de notícias ficavam restritas
a centros especializados, tais como redacções.

Com a expansão, sobretudo, das ferramentas de amplitude, foi concedida ao espectador


a possibilidade de criação e difusão de conteúdos. O leitor ou espectador, ao arquitectar
seu próprio repertório, elenca suas preferências. Sob o domínio dos veículos tradicionais
de comunicação de massa, os indivíduos se organizavam em torno de um determinado
conteúdo, criado por centros e profissionais institucionalmente legitimados.

Nos dias actuais, somos diuturnamente cercados por conteúdos de diversas origens e
naturezas. Isto nos permite procurá-los e seleccioná-los a partir de nossos interesses. A
opinião pública não mais se articula apenas ao redor dos temas da grande agenda. O
totalitarismo da mídia tradicional começa a ser contestado.

 A comunicação constrói a realidade: Ou seja, uma coisa só passa a existir no


momento em que é comunicada. Por exemplo, o genocídio na faixa de gaza
ainda nos é informado apenas por que felizmente existe a internet, do contrario
nada saberíamos, e, portanto independentemente de quantas crianças morrem
vitimas de bombardeio o seu Zé lá da esquina não fica sabendo e pra ele, logo
não existe guerra.

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O lado ruim de tudo isso é que perdemos nesse processo a capacidade de nos indignar
por que não obtemos a informação necessária para fazê-lo. Outro exemplo se dá quando
determinada emissora resolve graças a somas vultosas em dinheiro ou por ser de
propriedade de algum político não esclarecer a população os reais motivos de um
determinado problema, por que se caso for noticiada ferirá os interesses individuais e
eleitorados do político financiandor-proprietario da emissora. Aqui no Maranhão o nível
desce ainda mais quando vemos apresentadores de vários programas abertamente
defenderem apenas a visão do proprietário particular ou do político dono, escamoteando
assim a opinião popular.

A saída para esse problema se dará apenas quando a hegemonia for quebrada, ou seja ,
quando a população puder ter seus canais de TV , rádio, jornais impressos de forma
livre e organizada. O poder publico deve facilitar a inclusão de novas rádios
comunitários e emissoras de TV que não estejam atreladas apenas ao interesse da
lucratividade e do consumismo, por exemplo.

Portanto a comunicação ao construir a realidade não o faz de maneira neutra, asséptica.


Ela se faz através de um determinado ponto de vista e sempre com uma dimensão
valorativa, sempre embalada com o cheiro de “bem-faz”, de forma maniqueísta, e
finalmente montando uma agenda de discussão. As pesquisas mostram que
aproximadamente 80% de tudo que as pessoas falam na rua, em casa, no trabalho, etc.,
são assuntos que foram apresentados pelos meios de comunicação, com isso
percebemos que a força da mídia não está apenas no que ela apresenta mais no que ela
não apresenta também. Isso significa que pode-se deixar de fora da discussão temas que
poderiam a vir incomodar determinados grupos comercias ou governos. Exemplo:
Reforma Agrária, descriminalização da maconha etc.

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Secção III - Conclusões

Muitas e muitas vezes, posso afirmar. Com o advento da tecnologia, os meios de


comunicação tornaram-se extremamente presentes em nossas vidas. Jornais, revistas,
televisão, e, sobretudo a internet vem contribuindo com a informação da sociedade de
forma avassaladora. Hoje podemos acompanhar os acontecimentos no planeta em tempo
real. Um fato que ocorre no Japão em poucos minutos, está na tela de um computador
de um agricultor no norte do Paraná. E assim por diante.

Os meios de comunicação servem de caverna (ilusão) ou nos ajuda a perceber a


realidade fora da caverna?   Com base nesta indagação, verifico que os meios de
comunicação, de fato, podem exercer funções duplas neste contexto, e afirmo, pode
colocar tanto na caverna, quanto nos ajudar a perceber a realidade fora da caverna.

Por outro lado, a mera intenção, em tese, de qualquer meio de


comunicação, manipular a formação da realidade, e lograr êxito com
isto, não depende em última analise, deste, e sim do próprio recebedor
da informação, em acatar aquilo como uma realidade e continuar em sua
caverna, ou contestar e buscar a luz, ou seja, desprezar o ato
manipulador. Ocorre, que para podermos efectuar este exercício, se faz
mister, senso crítico, formação intelectual, educação.

 É importante ressaltar o papel alienador que a mídia tem desempenhado ultimamente,


este sim, parece-me bem mais preocupante. Trata-se de disponibilizar ao consumidor
dos meios de comunicação um conteúdo "emburrecedor" da sociedade. Novelas, reality
shows, programas desportivos, são apenas alguns exemplos de manobra social que os
meios de comunicação apresentam para os seus. O efeito desta avalanche alienadora é
justamente retirar a sociedade da luz e colocá-la na caverna.

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Bibliografia e Referência

Bibliografia

 Azuma, R. (1997). A Survey of Augmented Reality. UNC Chapel Hill, in


Presence: Teleoperators and Virtual Environments.
 Azuma, R. et al. (2001). Recent Advances in Augmented Reality. IEEE
Computer Graphics And Applications.
 Bergson, H. (2006) Matéria e Memória. Brasil, Tópicos.
 Biagi, S. (2011) Media impact: An introduction to mass media. Boston,
Wadsworth.
 Bimber, O; Raskar, R. (2005). Spatial Augmented Realiy: Merging Real and
Virtual Worlds. Massassuchets, A. K. Peters.
 Botega, C. L. (2008). Análise de Imagens Tomográficas da Ciência do Solo em
Ambiente de Realidade Virtual. São Carlos, Universidade Federal de São
Carlos.
 Boud, A.C., et al. (1999). Virtual Reality and Augmented Reality as a Training
Tool for Assembly Tasks, in 1999 International Conference on Information
Visualisation.
 Castanheira, J; Erthal, A. (2011). O Cinema Sensível: Sensorialidade em Pré e
PósCinemas. Brasil, in Fronteiras - Estudos Midiáticos.

Referência

 http://www.dicyt.com/noticia/comunicacao-informacao-e-realidade-social
 http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/comunicacao-social-e-
construcao-da-realidade/
 http://carlosleen.blogspot.com/2009/05/comunicacao-constroi-realidade.html
 http://www.scientologycourses.org/pt/courses-view/understanding/step/read-
affinity-reality-communication.html
 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/os-meios-de-
comunicacao-e-a-formacao-da-realidade/47486
 http://www.scientologycourses.org/pt/courses-view/understanding/step/read-arc-
communication.html

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