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TEORIA DA COMUNICAÇÃO: conceito, evolução, escolas e teorias

A teoria da comunicação é um campo da teoria da informação e da matemática


que estuda o processo técnico da informação e o processo da comunicação humana.
A Teoria da Comunicação, que foi apresentada ao mundo na década de 1920,
nos Estados Unidos; evoluiu e passou a explicar o impacto da cultura de massa.
A Teoria da comunicação é o resultado das pesquisas feitas a partir de estudos
sobre a comunicação social. Foram pesquisadas áreas da psicologia, antropologia,
sociologia, linguística, além de filosofia, para melhor conhecer a comunicação
humana.
A comunicação é imprescindível no desenvolvimento da sociedade moderna.
Já a linguagem é o primeiro objetivo no estudo sobre a comunicação.

Diversas escolas surgiram, a partir do início do século XX, para explicar as


diferentes formas de comunicação. Inclusive se desenvolveu o conceito da
comunicação em massa, assim como as formas de manipulá-la.

Contexto Histórico
A necessidade de os seres humanos primitivos se comunicarem levou à
evolução da própria humanidade. Não havia ainda a fala, já que os homens das
cavernas se comunicavam com sons, gesticulações, além de expressões faciais.
Depois vieram os desenhos rupestres, que utilizavam tintas naturais e
retratavam o cotidiano daqueles tempos. Eles reproduziam as caçadas, os núcleos
familiares, os locais onde habitavam etc. Ainda que não pronunciassem palavras, eles
se comunicavam de forma eficiente. Depois surgiu a fala, as diferentes línguas e por
fim a escrita.
Os estudos sobre a comunicação humana se tornaram mais efetivos a partir do
século XX. É que houve uma melhoria dos meios de comunicação, ou seja, dos
instrumentos de transmissão de informações.
Surgiram escolas com correntes doutrinárias diversas para falar sobre o
fenômeno, como a Estadunidense, a Canadense e a Francesa.

A Escola Americana
Na década de 1920, começou nos Estados Unidos uma pesquisa de
comunicação de massa. Também se concentrou na maneira como se comportavam
as pessoas no meio social.
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Essas eram basicamente as preocupações da Escola Americana, ou


Estadunidense, na Teoria da Comunicação. Destacaram-se duas frentes de pesquisa,
sempre buscando estudar a interação. A Escola de Chicago pesquisou a respeito do
comportamento coletivo, assim como a interação social. Destacaram-se o sociólogo
Charles Horton Cooley, bem como o filósofo Georg Herbert Mead.
Já a Escola de Palo Alto veio com a ideia de um modelo circular de informação.
Destaque para Gregory Bateson, que era biólogo, além de antropólogo. Das teorias
da comunicação desenvolvidas nas Escolas Americanas se destacaram: a Corrente
Funcionalista e a Teoria dos Efeitos.
A corrente funcionalista estudou a função social da comunicação, com destaque
para Paul Lazarsfeld, Harold Lasswell e Robert King Merton. Lasswell, inclusive,
procurou interpretar os atos de comunicação com as indagações: “Quem? Diz o quê?
Através de que canal? A quem? Com que efeito?”. Já a Teoria dos Efeitos é dividida
em Teoria Hipodérmica ou Bala Mágica, bem como da Teoria da Influência Seletiva.
A Teoria Hipodérmica quer saber sobre as mensagens que passam os meios de
comunicação de massa. Interessa a ela também quais os efeitos que tais mensagens
causam nos indivíduos. Destaque para John Broadus Watson e Gustave Le Bom. Por
sua vez, a Teoria da Influência Seletiva se divide em: Teoria da Persuasão e Teoria
de Efeitos Limitados.
A Teoria da Persuasão considera os fatores psicológicos. A Teoria de Efeitos
Limitados, ou Empírica de Campo, se baseia nos contextos sociais, que são os
aspectos sociológicos. Destaque para Carl Hovland e Kurt Lewin.

A Escola Alemã
Foi na década de 1920 que se criou a Escola de Frankfurt, na Alemanha,
porquanto se desenvolveu a Teoria Crítica, de essência marxista. Criou-se aí o
conceito de Indústria Cultural, similarmente ao sentido de cultura de massa, que é a
cultura vista como mercadoria. Destacaram-se Theodor Adorno e Max Horkheimer.
Após a Segunda Guerra Mundial, a escola foi fechada, só que reabriu em Nova
York nos anos de 1950. Aqui prevaleceu a ideia de que a esfera pública foi destroçada
pelo consumismo, posto que perdeu o poder de crítica. Destaque para o filósofo e
sociólogo Jürgen Habermas.
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A Escola Inglesa
Nos anos de 1960, desenvolveram-se na Grã-Bretanha os estudos culturais
focados na análise da teoria política. A ideia era buscar o papel social de cada pessoa
na composição da estrutura da sociedade. Com isso se levou para mais adiante o
conceito de cultura.
Também houve oposição da imposição da cultura de massa feita através dos
grandes meios de comunicação. Destacaram-se Richard Hoggart, Raymond Williams,
Edward Palmer Thompson e Stuart Hall (1932-2014).

A Escola Brasileira
Foi o teórico Luiz Beltrão de Andrade Lima quem, nos anos 1960, criou uma
corrente de estudos a que chamou de “Folkcomunicação”. Ele estudou o folclores e a
comunicação popular por via dos meios de comunicação de massa.

Elementos da comunicação
A estrutura com a presença de seis elementos da comunicação foi divulgada
por Roman Jakobson, linguista russo e um dos grandes teóricos que apresentaram
ao mundo estudos referentes à linguagem e à comunicação.
De acordo com os seus estudos, em todos os atos comunicativos podemos
perceber a presença de seis elementos: emissor (locutor), receptor (interlocutor),
mensagem, canal, código e referente. Na ausência ou no mau uso de um dos
elementos, diz-se que houve ruído na comunicação, o que significa dizer que ela não
foi bem-sucedida. Nesse sentido, é importante conhecermos os elementos, para que
possamos fazer um bom uso deles e estabelecermos atos comunicativos eficazes.

Os elementos da comunicação são:


Emissor ou destinador: alguém que emite a mensagem. Pode ser uma
pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituição.
Receptor ou destinatário: a quem se destina a mensagem. Pode ser uma
pessoa, um grupo ou mesmo um animal, como um cão, por exemplo.
Código: a maneira pela qual a mensagem se organiza. O código é formado por
um conjunto de sinais, organizados de acordo com determinadas regras, em que cada
um dos elementos tem significado em relação com os demais. Pode ser a língua, oral
ou escrita, gestos, código Morse, sons etc. O código deve ser de conhecimento de
ambos os envolvidos: emissor e destinatário.
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Mensagem: A mensagem é o objeto da comunicação. É o assunto que é


tratado na comunicação estabelecida entre o emissor e o receptor. A mensagem
pode ser abordada por meio de uma conversa do dia a dia, em uma vídeo aula,
entre outros.
Canal de comunicação: o meio pelo qual a mensagem é difundida, divulgada,
o seu veículo condutor.
Referente: O referente também é chamado de contexto. Isto é, é o assunto
que é tratado no conteúdo que compõe a mensagem.
O referente, assim como o código, deve ser compartilhado entre o emissor e o
receptor. Isto porque o contexto também pode ser constituído pelo espaço e tempo
do falante. Logo, o referente é tudo aquilo que engloba os elementos da
comunicação.

ATENÇÃO: vale ressaltar que não há uma ordem estabelecida dos elementos da
comunicação. A ordem colocada aqui é apenas para fins didáticos, para melhor
compreensão do assunto.

Funções da linguagem
As funções da linguagem são seis, Elas estão sempre inseridas em nossos atos
comunicativos: emotiva, referencial, conativa, fática, metalinguística e poética.
Comunicar-se. Eis uma aptidão nata do ser humano. O tempo todo estamos
tentando estabelecer contato com as pessoas, seja por meio da fala, seja por meio da
escrita. A interação com o outro acontece antes mesmo de aprendermos nossa língua
materna, e desde a tenra idade, através de expressões faciais e até mesmo de sons
incompreensíveis, lançamo-nos à incrível arte da comunicação.
Cada texto produzido, oral ou escrito, apresenta uma intencionalidade. Não
pense que os atos de fala são desprovidos de um objetivo. Há um objetivo até mesmo
nas famosas conversas de elevador, quando as pessoas, entediadas, travam um
diálogo que muitas vezes parece ser pouco produtivo ou até mesmo dispensável. Pois
bem, as funções da linguagem estão aí para nos explicar as minúcias de cada tipo de
discurso e conhecê-las aprimora a comunicação, bem como o entendimento da
finalidade de um texto. Mas você sabe quais são as funções da linguagem e para que
servem? Cada uma delas cumpre um objetivo bem específico em diferentes contextos
comunicacionais. Vejamos:
Função emotiva: Nos textos em que a função emotiva predomina, percebemos
que o discurso é construído na primeira pessoa, ressaltando assim a subjetividade da
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linguagem. O objetivo é conquistar a adesão do interlocutor por meio de uma


mensagem que contempla o ponto de vista daquele que a emite:
“ […] Mas quem sou eu para censurar os culpados? O pior é que preciso
perdoá-los. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou
não se ame o criminoso que nos mata. Mas não estou seguro de mim mesmo:
preciso amar aquele que me trucida e perguntar quem de vós me trucida. E
minha vida, mais forte do que eu, responde que quer porque quer vingança e
responde que devo lutar como quem se afoga, mesmo que eu morra depois.
Se assim é, que assim seja [...]”. (Fragmento de A hora da estrela, de Clarice
Lispector)

Função referencial: Com um discurso construído na 3ª pessoa e ausência de


expressões que evidenciem a opinião do emissor, a função referencial tem como
objetivo informar o interlocutor através de uma linguagem clara e objetiva:
“ […] Reunindo toda esta gama de trabalhos, o 1º Festival Percurso -
Periferia e Cultura em Rede Solidária será realizado no 21 de junho no
Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Com o tema "Juventude
periférica gerando renda, trabalho e desenvolvimento local", o festival
terá exposição e venda de serviços e produtos dos empreendimentos
econômicos solidários que fazem parte da “Rede de Empreendimentos
Culturais Solidários da Periferia Urbana da Zona Sul de São
Paulo [...]”. (Fragmento de uma notícia, disponível em Carta
Capital)

Função conativa: Nos tipos de textos em que a função conativa predomina,


é possível perceber o uso da 2ª ou 3ª pessoa como maneira de interpelar alguém,
além do emprego dos verbos no imperativo para convencer o interlocutor:

Características da Função Conativa:


 Convencer, apelar e persuadir o receptor da mensagem, que é o foco da sua
comunicação.
 Utilizar a segunda ou terceira pessoas do singular ou do plural, uma vez que o
seu discurso se centra no interlocutor ou ouvinte.
 Utilizar verbos no imperativo (Vai!, Faz!, Esteja!).
 Utilizar vocativos (invocação de alguém).
Exemplos:
A função conativa pode estar presente num texto em que outras funções
também estejam. Todavia, há sempre uma função que irá predominar.
Uma vez que a função conativa apela, ela nos remete de imediato aos textos
publicitários. Um dos principais objetivos desse tipo de texto é convencer o público
para comprar um produto ou ir a um evento, por exemplo.
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Publicidade
 Dê férias para seus pés. (Chinelos Rider)
 Abra a boca é Royal. (Royal)
 Você faz maravilhas com Leite Moça. (Leite Moça)
Função fática: Tipo de mensagem cujo objetivo é prolongar ou interromper
uma conversa. Nela, o emissor utiliza procedimentos para manter contato físico ou
psicológico com o interlocutor:
“(...) Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe …
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí (…)”.
(Trecho da música Sinal Fechado, de Paulinho da Viola).

Função metalinguística: Linguagem utilizada para falar, explicar ou descrever


o próprio código: esse é o principal objetivo da função metalinguística. Nas situações
em que ela é empregada, geralmente na poesia e na publicidade, a atenção está
voltada para o próprio código:
Função poética: Muito encontrada na Literatura, especialmente na poesia, a
função poética apresenta um texto no qual a função está centrada na própria
mensagem, rompendo com o modo tradicional com o qual vemos a palavra.
É importante lembrar que as funções da linguagem estão centradas nos
elementos da comunicação (emissor, receptor, código, canal de comunicação e
contexto) e cada uma delas assume um objetivo específico na comunicação. Entender
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o funcionamento da linguagem pode melhorar em muito nossas habilidades


linguísticas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Armand Mattelart, História das Teorias da Comunicação, São Paulo, Loyola, 2005
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/teoria-da-comunicacao-emissor-
mensagem-e-receptor.htm?cmpid=copiaecola

https://conhecimentocientifico.r7.com/ (Consulta em 02/03/2020).

Fonte: Info Escola, Toda Matéria, Pautar, Educação, Passei Direto, Estudo
Prático, Ebah, In Novia.

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