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COLÉGIO JOSÉ ÁLVARO VIDAL

2022/2023

DISCIPLINA: BIOLOGIA E GEOLOGIA

DATA: 30 DE SETEMBRO DE 2022

PRESENÇA DE DNA
EM CÉLULAS EUCARIÓTICAS

DISCIPLINA LECIONADA PELA PROFESSORA CIDÁLIA PIRES.

TRABALHO REALIZADO POR:


Fabiana Li Lu, nº4; Filipa Gonçalves, nº5; Henrique Romão, nº8; Sofia Ribeiro, nº16.

“The greatest history book ever written is the one hidden in our DNA”
-Spencer Wells

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ÍNDICE
Resumo……………………………………………………………………………..……………..4
Introdução teórica
Modelo do Mosaico Fluido..........…….………………………………...
…………….........5
História do DNA…………………………………..............................................................6
Ácidos nucleicos....................………………………………………………......................6
Genoma e genes.....
………………………………………………………………………...7
Composição e estrutura dos ácidos nucleicos………………………………………….7 e
8
Regra de Chargaff…………………………………………………………………………9
Estrutura e funções do
DNA……………………………………………………………….9
Onde a parte teórica e experimental se encontram………………………..………………
10
Parte experimental
Materiais.......................………………………………………………...…...............10 e 11
Procedimento experimental………………………………………………………..
…......12
Resultados…………………………………………………………………………..……………13
Discussão................................................................................................................................14 e 15
Conclusão...............………………………………………………………………………………16
Bibliografia……………………………………………………………………………………....16

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RESUMO

Nesta atividade experimental pretendeu-se aprofundar os conhecimentos previamente


obtidos sobre o DNA, a sua estrutura, composição e funções. Desta forma, esta atividade teve
como objetivo a extração de DNA de células eucarióticas vegetais de forma a visualizá-lo
macroscopicamente, através da formação de um agregado molecular no topo da solução.
Para o efeito, utilizou-se cerca de um terço de uma banana e de um kiwi, sal de cozinha
(NaCl), água, detergente e álcool etílico para criar uma solução que produzisse o efeito
pretendido. Na preparação da solução macerou-se a banana e o kiwi de forma que se
dissolvessem melhor na solução final, misturou-se o sal de cozinha (NaCl) à água aquecida para
neutralizar os iões negativos da molécula de DNA e adicionou-se o detergente, finalizando a
solução. Após a sua preparação, introduziu-se um corante de forma a destacar o DNA dos
restantes componentes e esperou-se alguns minutos para se observar os resultados.
Foi possível, desta maneira, observar e fotografar a “nuvem” de DNA que se formou,
tendo sido, portanto, alcançado sucesso na realização desta atividade, pois todos os objetivos
foram cumpridos.

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INTRODUÇÃO TEÓRICA

MODELO DO MOSAICO FLUIDO


Todas as células têm a membrana plasmática (ou membrana celular) que separa o
interior da célula (meio intracelular) do seu exterior (meio extracelular), que de acordo com o
modelo do mosaico fluido desempenha uma grande importância.
        De acordo com este modelo, a membrana plasmática é:
 Uma estrutura dinâmica e fluída;
 Essencialmente constituído por fosfolípidos, os quais têm a cauda hidrofóbica e
cabeça hidrofílica, ou seja, são anfipáticas.

Fig. 1| Bicamada fosfolipídica e os seus constituintes

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     As membranas das células são formadas por cadeias duplas de fosfolípidos, e estes (e todos os
lípidos), com a adição de compostos orgânicos, dissolvem-se, causando uma desestruturação na
camada.

HISTÓRIA DO DNA

Para melhor entender algo, é necessário olhar para trás e entender a sua história. A
mesma coisa acontece com o DNA. Para o seu melhor entendimento e descoberta, vários
cientistas tiveram de basear as suas pesquisas em outras já feitas.

     Fig. 2| Cronologia simplificada dos ácidos nucleicos.

ÁCIDOS NUCLEICOS

Todos os seres vivos têm algo em comum, uma unidade estrutural e funcional - a célula -
unidade básica de vida.
        E, se se olhar a nível molecular, consegue-se ver o DNA (ácido desoxirribonucleico) e
RNA (ácido ribonucleico), que têm um papel fundamental de: armazenar, transmitir e expressar
a informação genética.

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GENOMA E GENES

A sequência nucleotídica completa do DNA de uma célula, ser vivo ou espécie constitui
o seu genoma, que contém a informação genética necessária tanto para o desenvolvimento como
para a sobrevivência, regulação e reprodução de um ser vivo.

Os genes são sequências nucleotídicas responsáveis pela codificação de proteínas e de


vários tipos de RNA, ou simplesmente, uma porção de DNA que tem informação para uma
determinada característica (e.g.: olhos e cabelos de uma determinada cor).

A ciência que estuda o genoma denomina-se genómica.

COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS

Os ácidos nucleicos (DNA e RNA) são polímeros, cujos monómeros são os nucleótidos.

Apesar destes dois ácidos nucleicos possuírem os mesmos monómeros, existem


diferenças entre eles, assim como semelhanças.
Ambos são compostos por uma pentose, base nitrogenada e um grupo fosfato.
Todavia, os nucleótidos que compõem o DNA são constituídos por uma desoxirribose, ou seja,
a sua pentose tem menos um oxigénio que a ribose (a pentose dos nucleótidos do RNA).

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Fig. 4| Estrutura da desoxirribose e ribose. Fig. 5| Compostos de um nucleótido.

Para além das pentoses, os dois nucleótidos também têm bases nitrogenadas diferentes. O
DNA apresenta timina (T), adenina (A), citosina (C) e guanina (G), enquanto o RNA apresenta
todas essas com exceção da timina, trocando-a pelo uracilo (U).

       Dentro das bases nitrogenadas existem duas categorias:


 Pirimidinas - T, C e U (com estrutura em anel simples);
 Purinas - A e G (estrutura em anel duplo).   

Fig. 6| As diferentes bases nitrogenadas e as suas composições.

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Para se formar uma cadeia
polinucleotídica, os nucleótidos ligam-se
entre si através de ligações covalentes
fosfodiéster formadas entre o carbono 5’
ligado ao grupo fosfato e o carbono 3’ do
nucleótido seguinte, pelo que a
polimerização de uma cadeia ocorre sempre
no sentido 5’ - 3’.

Fig. 7| Cadeia polinucleótidica.

REGRA DE CHARGAFF

Em 1950, Chargaff e a sua equipa descobriram regularidades na proporção de DNA. Em


todas as moléculas de DNA, independentemente do ser vivo:
1. A quantidade de adeninas é igual à de timinas e a de guaninas igual á de citosinas
(A=T e C=G);
2. A quantidade de pirimidinas é igual às de purinas (T + C = A + G);
3. (A+C)/(T+G) = 1.

ESTRUTURA E FUNÇÕES DO DNA

De acordo com os dados de Chargaff e de


Wilkins e Rosalind Franklin, em 1953 Watson e Crick
propuseram o modelo atualmente aceite para a estrutura
do DNA:

 É formada por duas cadeias


polinucleotídicas enroladas uma à volta
da outra formando uma dupla hélice;

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 As duas cadeias são antiparalelas (ambas são formadas no sentido 5’- 3’, formando-
se então em sentidos opostos);
 As bases nitrogenadas de cada cadeia ligam-se à cadeia oposta por ligações de
hidrogénio;
 Os emparelhamentos de A e T têm duas ligações de hidrogénio, enquanto as de G e C
têm três, havendo assim uma complementaridade entre bases (emparelhamento
entre uma pirimidina e purina complementar).

Fig. 8| Estrutura molecular do DNA:


complementaridade entre bases e dupla
ONDE A PARTE TEÓRICA E EXPERIMENTAL SE hélice.
ENCONTRAM …

          Para a realização desta experiência foi necessário o conhecimento básico dos tópicos
apresentados em cima, respondendo assim à questão problema “Como extrair e visualizar
macroscopicamente o DNA de células eucarióticas vegetais?”

Esta pergunta é então respondida:


 Tendo conhecimentos básicos sobre a hipótese do mosaico fluido, sabendo que com a
adição de compostos orgânicos, dissolvem-se, causando uma desestruturação na
camada;
 Conhecendo as funções e estrutura do DNA, assim como os seus constituintes para
entender que este não é solúvel no álcool elítico e para o mais fácil reconhecimento
deste.
Desta forma, pode-se extrair e visualizar macroscopicamente o DNA de células
eucarióticas vegetais.

Material
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 1/3 banana;  Álcool etílico a 70%, a 4ºC;
 1/3 kiwi;  Gobelés;
 Sal de cozinha (NaCl);  Gaze/ compressas (papel filtro);
 Detergente líquido de cozinha;  Tubo de ensaio;
 Vareta de vidro;  Suporte para tubos de ensaio;
 Faca;  Funil;
 Água destilada;  Corante de orceína acética;
 Provetas graduadas;  Placa de aquecimento.
 Almofariz;

Fig. 9| Materiais utilizados na atividade.

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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Cortou-se um pedaço da banana.

2. Colocou-se a banana no almofariz e


macerou-se bem.

3. Misturou-se 3g de sal de cozinha com 90mL


de água destilada, aquecida na placa de
aquecimento, para preparar uma solução de
NaCl num gobelé.

4. Adicionou-se um pouco de detergente


líquido à solução de NaCl e mexeu-se com a
vareta lentamente.

5. Adicionou-se a banana macerada à solução


obtida na etapa 4 e misturou-se com a vareta
durante alguns minutos.

6. Colocou-se a compressa num funil e filtrou-


se para a proveta graduada o preparado na
etapa 5.

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7. Colocou-se uma proporção de 60 para 40 da s da etapa 6 e álcool etílico. Deverá ser
observável a formação de uma fase alcoólica sobre uma fase aquosa.

8. Observou-se e registou-se as alterações de posição do agregado molecular.

9. Adicionou-se o corante de orceína acética ao DNA com cautela.

10. Repetiu-se o procedimento todo com o kiwi em vez da banana.

Fig. 10, 11, 12, 13| Procedimento 2, 4, 6 e 7,


respetivamente.
e.
SEM CORANTE COM CORANTE
Banana

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Kiwi

RESULTADOS
Apresentam-se em seguida as observações realizadas:

DISCUSSÃO

Ao pôr em prática esta atividade deve-se ter em consideração conceitos básicos da


biologia de uma célula e a sua composição química. Nesta atividade laboratorial é necessário ter
em mente que o DNA está no núcleo da célula e as membranas celulares são formadas por uma
camada dupla de fosfolípidos.

ESCOLHA DAS FRUTAS:


Inicialmente, foram macerados dois tipos de fruta: um kiwi e uma banana, aos quais se
foram aplicados os mesmos processos. Esta seleção de frutas deve-se ao facto de que são macias
e fáceis de homogeneizar, assim a parede celular pode ser rompida, portanto são mais eficientes
para se extrair o DNA. Outra razão para as frutas serem maceradas é o aumento da área de
contacto da solução usada para dissociar os tecidos da membrana celular chamada solução lise,
libertando um grande número de moléculas de DNA e assim um bom rendimento.

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O QUE É A SOLUÇÃO LISE:
A solução lise é composta por sal, detergente e água aquecida, e como já dito
previamente, é uma solução que quebra a membrana celular da célula e do núcleo fazendo com
que o DNA se liberte e separando-o dos outros componentes celulares.

A explicação da composição da solução lise é simples. A aplicação do detergente permite


a desestruturação das membranas fosfolipídicas das membranas biológicas celulares e nucleares,
desta forma os tecidos sofrem rutura e todo o conteúdo celular, inclusive o DNA, é disperso na
solução.

A adição de sal de cozinha (NaCl) proporciona um ambiente favorável para a extração de


DNA, uma vez que, o sal, uma vez dissolvido na solução desagrega-se contribuindo com iões
positivos que neutralizam a carga negativa do grupo fosfato do DNA, e assim as moléculas de
DNA conseguem-se aglomerar sendo que as suas moléculas passam a não sofrer mais repulsão
entre si.
FUNÇÃO DA ÁGUA AQUECIDA:
Estes dois “ingredientes” foram dissolvidos em água aquecida numa placa de
aquecimento, também conhecido como banho-maria. A temperatura da água da solução foi
aumentada para ajudar o detergente a dissolver as membranas fosfolipídicas, fazendo com que as
moléculas de água se agitassem mais rapidamente.

 Além disso, outra razão para aquecer a água poderá ter haver com o facto de que altas
temperaturas inativam enzimas quebrando a sua estrutura quaternária (sendo estas proteínas),
fazendo com que percam a sua estrutura, tanto quaternária, terciária e secundária, pois a
temperatura ótima de funcionamento de enzimas é 36ºC, a temperatura corporal normal de um
ser humano. Assim aquecidas, impede-se que enzimas que degradam DNA (DNAases) o
degradem, mantendo-o intacto para observação.

FUNÇÃO DO ÁLCOOL NA SOLUÇÃO:

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Finalmente, ao preparado inicial (solução lise com cada fruta macerada separadamente),
foi adicionado álcool etílico a 70% a 4ºC. Este álcool gelado torna possível a visualização do
DNA separado do resto do conteúdo celular de cada fruta. Isto é possível porque o DNA é
insolúvel em álcool e tem uma densidade menor do que os outros componentes celulares. Desta
forma, o DNA surge à superfície do extrato na sua parte translúcida onde se encontra o álcool,
quanto mais frio estiver o álcool menos o DNA seria solúvel na solução.

CORANTE DE ORCEÍNA ACÉTICA:


Estes são os processos essenciais para se conseguir extrair o DNA de células eucarióticas
vegetais e a sua visualização macroscopicamente (sem ser necessário o uso de um ampliador
como um microscópio, conseguindo-se observar sem esforço a olho nu). Contudo, este não foi o
fim do procedimento experimental. Adicionou-se orceína acética (passo 9 do procedimento),
uma mistura que funciona como fixador e corante, que cora exclusivamente o núcleo e os seus
componentes de um tom forte de cor-de-rosa. Este processo pode ser, portanto, excluído já que o
DNA é visível sem ele, mas não deixa de ser um ótimo meio para o enfatizar da solução. 

CONCLUSÃO

A extração do DNA de células eucarióticas vegetais foi bem sucedida e conseguiu-se


uma boa visualização do próprio. Observou-se o que parecia um aglomerado de bolhas
minúsculas na parte alcoólica da solução, todavia, inicialmente, o aglomerado ainda estava
pouco visível ou ainda em formação, mas o tubo de ensaio onde estava o DNA a ser observado
sofreu uma agitação repentina, não planeada, fazendo com que o DNA, ainda preso à parte
aquosa da solução, se desprendesse e tomasse lugar na parte translúcida onde se conseguiu
observar com mais cuidado.

No geral o grupo trabalhou em equipa, ajudando-se uns aos outros e no que podiam para
o eficaz e célere desenvolvimento desta atividade experimental.

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BIBLIOGRAFIA
Figura 3: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Eukaryote_DNA-es.svg
Figura 4: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2311662/mod_resource/content/0/
pdf_Apresent_14_Gr14.pdf
Figura 5: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbasees/Organic/base.html
Figura 6: https://study.com/academy/lesson/nucleotides-structure-components-quiz.html
Figura 7: https://knoow.net/ciencterravida/biologia/cadeia-polinucleotidica/

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