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- ATIVIDADE LABORATORIAL –

Extração de DNA de células vegetais

Trabalho Experimental 
Índice
Introdução.......................................................................................................................................................3
Objetivos.........................................................................................................................................................7
Protocolo.........................................................................................................................................................8
Material.........................................................................................................................................................8
Procedimento.............................................................................................................................................9
Resultados....................................................................................................................................................12
Análise de resultados.................................................................................................................................13
Conclusão.....................................................................................................................................................14
Bibliografia....................................................................................................................................................15

2
Introdução

O DNA (fig.1) está presente em todos os seres vivos. É uma biomolécula também conhecida por
ser um ácido nucleico ou complicando, ácido desoxirribonucleico. Este tem função de armazenar a
informação genética em código (genético) de cada indivíduo. Ou seja, é o DNA que determina as
características de cada ser.

Figura 1 - Representação do ADN (stock.adobe.com)

Este ácido nucleico é uma molécula de cadeia dupla em forma de hélice, que tem como unidades
básicas os nucleótidos (fig.2). 1

Figura 2 - Nucleótido (Monómero dos ácidos nucleicos)

1
Matias, Osório; Martins, Pedro – BioFOCO 11. Porto: Areal Editores, 2022
(Figura 2) Slide 1 (qcon-assets-production.s3.amazonaws.com)

3
Cada nucleótido contém uma base nitrogenada, uma pentose e um grupo fosfato. A pentose
presente é a desoxirribose (daí o nome ácido desoxirribonucleico). Como bases nitrogenadas,
possui dois tipos: as purinas, sendo estas a adenina (A) e a guanina (G), que apresentam um anel
duplo e as pirimidinas, a timina (T) e a citosina (C), que apresentam um anel simples (fig.3). 1

No entanto, o DNA é constituído por vários nucleótidos, que estabelecem ligações entre si,
chamadas de cadeias polinucleotídicas. Estas estabelecem-se entre o carbono 5’ de um
nucleótido e o carbono 3’ do nucleótido a seguir, através do grupo fosfato (fig.3). Estas ligações
têm o nome de ligações fosfodiéster. 1

Cada cadeia nucleotídica inicia na extremidade 5’ e termina na extremidade 3’ (5’ → 3’). Porém,
desenvolvem-se em sentidos opostos, assim, a 5’ de uma cadeia corresponde 3’ da outra cadeia.
Deste modo, são designadas de cadeias antiparalelas. 1

No exterior da molécula surgem os grupos fosfato e as pentoses, enquanto as bases


nitrogenadas localizam-se no interior da molécula, fazendo a ligação entre as duas cadeias
polinucleotídicas por pontes de hidrogénio. Aqui verifica-se uma complementaridade, a adenina só
se liga à timina, por duas pontes de hidrogénio, e a guanina emparelha com a citosina, por três
pontes de hidrogénio (fig.3). Na dupla hélice do DNA, as ligações são sempre entre bases purinas
e basses pirimidinas. Nunca uma purina se pode ligar a outra purina ou uma pirimidina se ligar a
outra pirimidina. (Pela Regra de Chargaff, A + G = T + C) 1

Figura 3 - Como as bases nitrogenadas ligam as cadeias polinucleotídicas

4
Um pouco de História? O DNA foi descoberto em 1869, quando o bioquímico Friedrich
Miescher o isolou pela primeira vez, designando essa substância de nucleína. Em 1889, passou a
ser chamada de ácidos nucleicos, devido ao carácter ácido. Várias experiências e investigações
foram feitas, trazendo novos saberes. Tal como Avery, MacLeod e McCarty que concluíram que
haveria um princípio transformante, mais tarde DNA, capaz de transformar um tipo de bactérias em
outro. Mais tarde, com o trabalho de Hershey e Chase confirmou-se que era o DNA, e não
proteínas, responsável pela informação genética. Mas até esta altura ninguém sabia a sua
estrutura. Em 1947, foi uma mulher, Rosalind Franklin, responsável por utilizar os raios X para
analisar amostras de DNA cristalizado. Como resultado obtiveram um padrão no radiograma, que
permitiu deduzir a estrutura helicoidal do DNA. Sucessivamente, com este estudo, outros
cientistas conseguiram “construir” um modelo de acordo com os dados existentes: modelo da
estrutura em dupla hélice. 1

Figura 4 - Rosalind Franklin e imagem obtida do ADN por difração de raios X

O estudo do DNA envolve alguma complexidade, tendo em conta o seu tamanho microscópico
e a sua localização no núcleo das células. 2

Apesar de se associar sempre o DNA ao núcleo das células, o mesmo também pode ser
encontrado nas mitocôndrias (DNA mitocondrial). Nas células vegetais, os cloroplastos apresentam
o seu DNA próprio.

2
Escola Virtual. Extração de DNA 11 (Vídeo)
(Figura 4 ) Rosalind Franklin ganha homenagem em Doodle do Google | Notícias | TechTudo

5
Todavia, a sua manipulação é muito importante em diferentes áreas. Permite, por exemplo,
produzir medicamentos e vacinas, diagnosticar patologias, identificar seres, resolver crimes,
realizar testes genéticos, identificação de indivíduos…3 De entre estas e outras aplicabilidades do
DNA, existe uma extremamente fenomenal: a clonagem, onde são produzidas cópias idênticas de
indivíduos. Este processo não ocorre de maneira natural, sendo necessário a sua realização em
laboratório. O caso mais emblemático já realizado deu origem à Ovelha Dolly, nos anos de 1996
(fig.4). 4

Figura 5 - Ovelha Dolly

Para o estudo do DNA e realização de experimentos, o mesmo é necessário ser isolado, o que
exige a separação e destruição de outros componentes celulares. Para a sua extração é
necessário a rutura das células, ou seja, romper as paredes celulares para que o citoplasma se
espalhe, seguindo com a desagregação das membranas e remoção de proteínas e detritos
celulares, para que se possa, então, isolar o DNA e assim o poder extrair. Neste processo, apesar
de ser um “ingrediente” simples, o cloreto de sódio (NaCℓ), tem um papel fundamental. É ele que
vai permitir a formação de filamentos mais espessos e compridos, ao impedir a repulsão entre as
moléculas. 2

Para melhor aprendizagem sobre o DNA, nas páginas seguintes estará exposto o protocolo
que se realizará, os resultados e a sua discussão. Este trabalho vai incidir sobre a extração de
DNA de células vegetais, utilizando para o efeito o Kiwi.

Com esta atividade é possível observar em 1 hora, o que os cientistas levaram anos para
descobrir.

3
(DNA) https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_desoxirribonucleico – 05/10/2022
4
(Ovelha Dolly) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ovelha_Dolly - 06/10/2022
(figura 4) Ovelha Dolly: primeiro mamífero clonado estaria fazendo 25 anos hoje (canalrural.com.br)

6
Objetivos
 Aplicar uma técnica para extração de DNA das células;
 Interpretar o processo necessário à extração do DNA;
 Relacionar a extração do DNA com a estrutura de células vegetais;
 Elaborar um protocolo experimental;
 Concluir com base em resultados obtidos através de atividades experimentais;

7
Protocolo

Material

Biológico: 1
- 1 Kiwi

Reagentes: 1
- 100 mL de água destilada;
- 10 mL de detergente de loiça;
- 3 g de cloreto de sódio (NaCℓ);
- 5 mL de etanol frio “a 5 ºC” (de preferência etanol 96%);
- (1 gota de) Fucsina básica.5

Instrumentos laboratoriais:1
- 1 Almofariz (taça + pilão);
- 1 Bisturi;
- 1 Agulha lanceolada;
- 1 Gaze;
- 1 Proveta de 25 ml;
- 1 Tubo de ensaio;
- 1 Gobelé;
- 1 Vidro de Relógio;
- 1 Funil;
- 1 Vareta;
- 1 Espátula de metal;
- 1 Pipeta graduada;
- 1 Pompete;
- 1 Palito de espetadas;

- 1 Lâmina;

5
Corante de cor magenta

8
- 1 Lamela;
- 1 Tabuleiro;
- Luvas;
- Papel absorvente;
- Estufa (a 37 ºC);
- Balança;
- Cronómetro;
- MOC (Microscópio Ótico Composto).

Procedimento

1. Com o auxílio de luvas e um bisturi, descascar um kiwi e cortá-lo em pequenos cubos.

2. Esmagar os cubos de kiwi num almofariz;

3. Preparar uma solução composta por:


- 100 mL de H2O
- 10 mL de detergente de loiça; OBS: Pesar o sal (retirando do
- 3 g de NaCℓ. frasco com uma espátula metálica)
numa balança, com o auxílio de
um vidro-de-relógio; homogeneizar
a solução usando uma vareta.

4. Continuar o processo de esmagamento, envolvendo o kiwi na solução, num gobelé.

5. Colocar o preparado na estufa durante 15 minutos.

6. Filtrar o preparado, com a ajuda de um funil e gaze, de forma a obter 5 mL de líquido


para uma proveta.

7. Verter o filtrado para um tubo de ensaio (de modo a observar melhor)

8. Com uma pipeta graduada e uma pompete, adicionar 5 mL de etano frio;

9. Deixar repousar até ser observado uma camada gelatinosa no cimo da preparação
(parecido a uma nuvem);

10. Com a ajuda do palito, retirar uma amostra desses filamentos para uma lâmina;

9
11. Colocar uma gota de fucsina básica por cima da amostra na lâmina e cobrir com uma
lamela;
OBS: De modo a não deixar bolhas na amostra,
colocar a lamela com a ajuda de uma agulha
lanceolada.

12. Observar ao MOC;

13. Discutir resultados. 1

10
Resultados

No tubo de ensaio, observou-se


a ascensão dos filamentos de
DNA esbranquiçados. O líquido
amarelo são outros
componentes celulares e o
líquido transparente é o etanol.

Filamentos de DNA

Figura 6 - Observação da ascensão


dos filamentos de DNA

A imagem ao MOC da
amostra dos filamentos do
DNA é rosada. Isto devido a
dição de Fucsina básica, para
corar a mesma e ser possível
a visualização. Os pontos rosa
e roxos são as aglomerações
de moléculas de DNA (como
apontados pela pinça na
imagem 12)

Figura 7 - Observação de DNA corado ao


MOC com uma ampliação de 680x

680x = 40 (objetiva) X 10 (ocular) X 1,7 (telemóvel)

Análise de
resultados

11
A utilização do kiwi tem um propósito. É um fruto, onde as suas células possuem
uma quantidade considerável de DNA

Todos os processos foram utilizados para um fim específico:

 A maceração permitiu a desagregação dos tecidos celulares, principalmente a rutura


das paredes celulares e membranas citoplasmáticas, com libertação do conteúdo
celular. Resultou numa polpa espessa de kiwi.
 A adição do detergente dissolve as gorduras, como as membranas nucleares
constituídas pela camada fosfolipídica.
 O cloreto de sódio impede a repulsão entre as moléculas de DNA, estabilizando-as
e permitindo a formação de filamentos mais espessos e compridos, de modo a
facilitar a sua visualização.
 A filtração da mistura de Kiwi + solução, permitiu a separação de detritos celulares
ainda não destruídos do restante conteúdo celular, importante á realização da
experiência.
 Para possibilitar, então, a observação do DNA, foi adicionado etanol frio, que
ocasionou a ascensão dos filamentos de DNA. Isto acontece devido à diferença de
densidades, onde o DNA e o são menos densos que a água. Mas o DNA ainda
ascendeu pelo álcool, pois o mesmo sendo frio, originou um choque térmico que
formou bolhas de ar, que fez o DNA ascender a superfície.
1
 A Fucsina Básica foi adicionada a amostra para colorir a mesma.

Com estes processos foi possível observar os filamentos de DNA ao MOC, ou seja,
milhões de cadeias de moléculas de DNA aglomeradas.

OBS: O DNA não é possível ser observado através dos nossos microscópios, não têm
essa capacidade de ampliação, apenas as aglomerações.

Conclusão

12
Em síntese, o DNA é uma molécula, mais conhecido como ácido nucleico, que
estruturalmente apresenta-se na forma de cadeia dupla de nucleótidos em hélice. É
1
responsável por suportar a informação genética de cada ser vivo.

Utilizando os procedimentos referidos, foi possível concluir que as células do Kiwi


possuem DNA. Também foi possível concluir que o DNA é insolúvel no álcool e pouco
denso, já que o mesmo não se misturou e ascendeu no etanol.

Alguns erros cometidos, como pesagem (3,07g de sal), quantidades dos líquidos, erros
de paralaxe, filtração, tempo, poderiam ter comprometido o sucesso. Um erro grave
cometido que pode não ter levado a resultados melhores, foi na interpretação do protocolo,
onde se colocou a solução de detergente e sal na estufa sem o adicionar à polpa de kiwi.

Contudo, a experiência foi realizada com sucesso, sendo que os resultados obtidos
foram os resultados esperados. O objetivo da atividade foi cumprido, isto é, conseguiu-se
extrair o DNA e visualizá-lo e ainda se ficou a conhecer um processo para o realizar.

A “descoberta” da extração do DNA é algo de extrema importância para o mundo das


ciências. Apesar de ser uma molécula tão pequena e parecer demasiado simples, é
ela que define como cada ser é. E como referido na introdução é importante em diversas
áreas. Os estudos sobre a genética humana têm tido muitos avanços, onde se consegue
saber, por exemplo, os ricos de desenvolver doenças ou, então, a evolução humana. Tudo
devido ao estudo do DNA.

Apesar de não se conseguir ver a olho nu, é uma molécula muito intrigante e que ainda
irá trazer muitas novidades á Ciência.

Bibliografia

13
Matias, Osório; Martins, Pedro – BioFOCO 11. Porto: Areal Editores, 2022

(DNA) https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_desoxirribonucleico – 05/10/2022

(Ovelha Dolly) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ovelha_Dolly – 06/10/2022

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