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Uni versi dade Estadual do Norte Flumi nense Darcy Ri beiro Laboratório de Biotecnologia
Fundamentos da Extração de
Ácidos Nucléicos
(PRÁTICA 1 – Biologia Molecular)
O que faz com que tenhamos diferentes características (ou seja, por que somos
diferentes um do outro?) está no fato de termos diferentes formas de um mesmo gene, o
que é o mesmo que dizer que possuímos diferentes alelos. Pense, por exemplo, na cor
amarela. Há diferentes tons de amarelo: amarelo claro, amarelo ouro, amarelo escuro.
Todos são similares o suficiente para serem amarelos, mas são, no entanto, diferentes. O
mesmo raciocínio pode ser feito para os alelos. Todos nós temos os mesmos genes
característicos da espécie humana. Por exemplo, todos nós temos o gene amarelo, mas
isso não significa que meu amarelo é o mesmo q ue o seu. Deste modo, temos alelos
diferentes e o que faz sermos quem somos é a combinação entre todos os nossos alelos
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(genótipo) somado as influências do ambiente a nossa volta (que em conjunto determina
o fenótipo). O que difere um alelo do outro é a seqüência de DNA.
É importante observar que o DNA de um indivíduo é o mesmo em todas as
células do corpo. O que faz com que as células presentes no olho sejam diferentes de
neurônios, por exemplo, são os genes que estão ativos em cada um desses dois tipos
celulares. Dependendo do tipo celular, diferentes grupos de genes estão ativos e
produzindo determinadas proteínas, enquanto outros genes estão desligados.
Cada indivíduo possui uma combinação alélica diferente, exceção para os
gêmeos monozigóticos (gêmeos iguais) e para os organismos gerados através do
processo de clonagem. Imagine agora a quantidade de informação necessária para
formar um ser humano, por exemplo. Pois toda essa informação está armazenada no
núcleo das células. Tanta informação assim, para caber dentro do núcleo de cada célula,
deve estar arrumada de uma forma super compactada.
Nesta aula teremos a chance de ver que cara tem o DNA e de entender melhor
sua composição, estrutura e funcionamento. Iremos também entender que o DNA é uma
molécula universal, presente em todos os organismos vivos.
Durante a extração do DNA seguiremos fundamentalmente as seguintes etapas:
a) ruptura das células para liberação dos núcleos (lise); b) desmembramento dos
cromossomos em seus componentes básicos (desnaturação); c) separação do DNA dos
demais componentes celulares (purificação ou extração propriamente dita).
O tampão utilizado na extração contém detergente, cuja função é desintegrar os
núcleos e os cromossomos das células vegetais, liberando o DNA. Um dos componentes
do detergente, o SDS (dodecil sulfato de sódio) desnatura as proteínas, separando-as do
DNA cromossômico. A centrifugação é utilizada para separar as macromoléculas que
são desnaturadas pela ação do detergente, além dos tecidos vegetais, do DNA que se
mantém solúvel na fase aquosa. O álcool gelado, em ambiente salino, faz com que as
moléculas de DNA se aglutinem, formando uma massa filamentosa e esbranquiçada.
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ROTEIRO DE AULA PRÁTICA 1
Extração de DNA
MATERIAL E MÉTODOS:
MATERIAL
- Almofariz, pistilo, espátula, microtubos, ponteiras, pipetas, centrífuga
- Tecido vegetal
- Nitrogênio líquido
- Reagente Plant DNAzol
- Clorofórmio
- Etanol absoluto 100%
- Etanol 70 %
- Tampão TE RNAse (Tris-HCl p H8,0 100 mM , EDTA pH 8,0 10 mM , RNAse 20 µg/ mL)
MÉTODOLOGIA
- Macerar 0,1 g tecido vegetal em nitrogênio líquido até obter pó fino.
- Esperar que o nitrogênio evapore e transferir o macerado para um microtubo de 1,5
mL, previamente mantido no nitrogênio.
- Acrescentar 300 µL de Plant DNAzol. Agitar por 5 minutos em temperatura ambiente.
- Acrescentar 300 µL de clorofórmio. Agitar por 5 minutos em temperatura ambiente.
- Centrifugar durante 10 minutos a 10000 rpm.
- Transferir a fase aquosa para outro tubo.
- Precipitar o DNA pela adição de 2,5 volumes (aproximadamente 300 µL) de etanol
100%. Misturar por inversão.
- Incubar durante 5 minutos em temperatura ambiente.
- Centrifugar durante 4 minutos a 12000 rpm.
- Descartar o sobrenadante.
- Lavar o precipitado com 300 µL de etanol 70 % gelado.
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- Centrifugar durante 4 minutos a 10000 rpm.
- Descartar o sobrenadante.
- Secar o precipitado (pellet) e ressuspender em 50 µL de TE RNAse.
- Incubar a amostra a 37 ºC por 1 hora.
- Armazenar em freezer -20 °C.
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Etanol: É utilizado para precipitar ácidos nucléicos com mais do que 15
nucleotídeos. Sais e outros solutos tais como fenol e clorofórmio ficam em solução
enquanto que ácidos nucléicos formam um precipitado branco que pode ser coletado por
centrifugação.
Tampões contendo > 1mM fosfato ou > 10mM EDTA não devem ser utilizados
para precipitação com etanol, pois estas substâncias co-precipitam com os ácidos
nucléicos.
Acetato de sódio: utilizado para a precipitação de DNA e RNA. É mais solúvel
em etanol do que NaCl.