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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS

SANTOS

LARISSA STÉFANE PINHEIRO RAMOS - 0019020


MILENA MACHADO SIEBEL - 0018907

RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA


Extração de DNA

Brasília, DF
1. INTRODUÇÃO

O ácido desoxirribonucleico (DNA) é uma molécula complexa que carrega informações


genéticas nas células dos seres vivos. Ele desempenha um papel fundamental na
hereditariedade, transmitindo características ao longo do tempo, de geração para geração. A
química do DNA, envolve sua estrutura molecular e como as diferentes partes de sua
molécula interagem (MOREIRA, 2003).
A molécula de DNA é composta por unidades chamadas de nucleotídeos. Esses nucleotídeos
são bastante simples e constituem três componentes principais: um grupo fosfato, uma
desoxirribose (açúcar para cinco carbonos) e uma base nitrogenada. Existem quatro bases
nitrogenadas: adenina (A), tímida (T), citosina (C) e guanina (G). Essas bases são o ponto
central da química do DNA, pois a ordem em que elas estão ao longo da cadeia determinam
as informações genéticas e elas são pareadas de forma específica: A sempre se liga a T e C
sempre se liga a G. Essas ligações formam as “pontes de hidrogênio” entre as duas fitas da
dupla hélice de DNA, que formam a estrutura em espiral da molécula (MOREIRA, 2003).
A química do DNA também tem relevância na biologia molecular e na genética, pois através
da análise da sequência de bases no DNA, os estudiosos e cientistas podem determinar
informações sobre a função dos genes, doenças genéticas e evolução. Os conhecimentos
sobre a estrutura e a química do DNA são cruciais para entender muitos aspectos da biologia
e da medicina moderna (Solomons, 2013).
A bioquímica do DNA envolve e explora a estrutura molecular e os processos fundamentais
relacionados à macromolécula extremamente essencial para a vida. Alguns dos conceitos
relacionados a bioquímica do DNA estão diretamente ligados a estrutura da própria
macromolécula, ao emparelhamento das bases nitrogenadas, a replicação do próprio DNA
durante a divisão celular, a transcrição e tradução do DNA com os diferentes tipos de RNAs,
as mutações e as variações genéticas, ou seja, as alterações na sequência do próprio DNA que
podem ocorrer devido a diversos fatores, e por fim, a regulação gênica (Arruda, 2017).
A compreensão da bioquímica do DNA é crucial para permitir o entendimento das
informações genéticas que são armazenadas e transmitidas de gerações para gerações, na
genética. A bioquímica dessa macromolécula importantíssima também é vista como base
científica impactando várias áreas, desde a medicina até a agricultura, fornecendo
conhecimentos essenciais sobre a organização e o funcionamento dos níveis moleculares
relacionados diretamente à vida (Arruda, 2013).
A expressão gênica é o processo pelo qual as informações do DNA são utilizadas para
sintetizar proteínas e realizar outras atividades celulares. É um processo complexo que
envolve várias etapas, como a transcrição, o processamento do RNA, a tradução e a pós-
tradução. É regulada a nível celular para garantir que os genes sejam ativados ou desativados
de acordo com as necessidades da célula. Diferentes tipos de células expressam genes de
maneiras distintas, permitindo a especialização e diversidade celular (Lehninger; Nelson;
Cox, 2014).
Em síntese, a expressão gênica é o processo pelo qual as informações genéticas no DNA são
transcritas para formar o RNA mensageiro, que é traduzido em proteínas. É um processo
crucial para o funcionamento das células e para a manifestação das características individuais
e das funções biológicas (Lehninger; Nelson; Cox, 2014).

O principal objetivo desse experimento é extrair o DNA da cebola crua. Esse tipo de
procedimento é muito comum em laboratórios de genética, dessa forma ele pode ser utilizado
de diversas formas como estudos de sequenciamento genético, análises de modificação
genética, pesquisa científica e até mesmo fins educacionais, para que estudantes possam
entender conceitos básicos de extração de DNA e como componentes celulares podem ser
separados com base em suas propriedades químicas e físicas.
Os passos descritos no procedimento têm o propósito de romper as membranas celulares da
cebola e liberar o DNA contido no interior das membranas celulares.
O resultado final é a obtenção das fitas de DNA, que possam ser observadas como uma
estrutura visível na parte superior do líquido. O objetivo principal é purificar o DNA,
separando-o das outras moléculas celulares, para que possa ser estudado, analisado e utilizado
em experimentos ou análises posteriores.

2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

2.1. MATERIAIS:
● Aparelhos, utensílios e vidrarias: banho Maria digital, bastão de vidro, becker
(duas unidades), caixa de gelo, coador, espátula, liquidificador e proveta
medidora.
● Reagentes: água destilada (água pura, que passou pelo destilador), água
corrente, álcool etílico 96%, material biológico (cebola), detergente neutro
líquido transparente, gelo e sal.
Foto 1 e foto 2 - materiais a serem utilizados no experimento.

2.2. METODOLOGIA (passo a passo):

De início, separam-se os materiais, relacionados no tópico acima, que serão utilizados


durante o experimento.
(Imagem dos materiais utilizados no experimento)

Para iniciar o procedimento em si, é necessário triturar o material biológico que será
utilizado como “ingrediente principal” do experimento, nesse caso, a cebola crua.

(Imagem do material biológico já triturado)

A partir disso, monta-se uma solução que será usada como base para a extração do
DNA do vegetal em uso. Em um becker, adicionar 50 ml de água destilada com o
auxílio da proveta medidora, que precisa ser utilizada sempre sobre uma superfície
reta para evitar possíveis erros analíticos.
(50ml de água destilada)

Também adicionar ao becker, novamente com a ajuda da proveta medidora, 30 ml de


detergente líquido neutro de cor transparente, sem que a solução seja muito
movimentada. Com uma espátula de plástico azul, no medidor da colher, adicionar na
solução base no becker, 5 gramas de sal de cozinha (cloreto de sódio). Acrescentar
também, 40 gramas do material biológico triturado, a cebola, junto à solução base
presente no becker.

(Solução com 30ml de detergente, 5 gramas de sal e 40 gramas do material biológico)

Levar esse composto base do becker ao aparelho chamado Banho Maria Digital, para
aquecer através do banho maria, a 70° C de 10 a 15 minutos.
(Solução no Banho Maria Digital)

Após esse pequeno intervalo de tempo, levar a solução para a caixa de gelo durante
dois minutos, apenas por segurança e precaução, para possível renaturação das
moléculas de DNA, evitando assim, que o material genético desnature.

(Solução na caixa de gelo)

Para o próximo passo, usar um coador para coar a solução do primeiro becker no
segundo becker, utilizando como auxílio, um bastão de vidro. A solução coada será
líquida e estará em temperatura ambiente após o choque térmico no gelo.
(Solução sendo coada)

Lavar a proveta medidora com água corrente e com água destilada, após isso, medir
40 ml de álcool etílico a 96%, adicionar no becker com o composto coado, aos poucos
e delicadamente.

(Adição dos 40 ml de álcool etílico a 96%)

O álcool vai separar o composto em “duas fases”, na região de cima do becker, terá as
duplas fitas do DNA, e na região de baixo do becker, terá os resíduos do composto e
ao final do experimento, as fitas de DNA serão nitidamente vistas no líquido da
solução.
(“Duas fases” separadas, em cima as fitas de DNA, e embaixo os resíduos do
composto).

3. RESULTADO E DISCUSSÃO:

3.1. DESCRIÇÃO DE RESULTADOS E DAS FUNÇÕES DOS REAGENTES


UTILIZADOS:

Neste experimento de extração de DNA usando cebola como material biológico, uma série de
reagentes e materiais são empregados para isolar o DNA das células vegetais. O processo
abrange várias etapas, desde a preparação inicial até a extração efetiva do DNA. Para conter
as soluções durante o procedimento, becker e proveta são utilizados, sendo o becker para
armazenamento da solução e a proveta com 50 ml de água destilada. A água destilada é
adicionada ao becker para criar um ambiente aquoso favorável a reações químicas. A etapa
seguinte envolve a adição de 30 ml de detergente, que quebra as bicamadas lipídicas das
membranas celulares e nucleares, liberando o DNA contido nas células. Em seguida, 5
gramas de sal (cloreto de sódio - NaCl) são introduzidos ao becker junto com água destilada e
detergente. O sal desempenha um papel crucial na estabilização das moléculas de DNA por
meio de atração eletroquímica, devido à carga negativa do DNA e positiva do sal. A cebola
triturada, equivalente a 40 gramas, serve como fonte de células contendo o DNA desejado e é
processada para liberar o material genético. A etapa de banho Maria a 70°C, com duração de
10 a 15 minutos, visa inativar enzimas nucleases que poderiam degradar o DNA. Um choque
térmico subsequente em uma caixa de gelo evita a desnaturação do DNA. A solução é então
coada para separar resíduos celulares, e o líquido contendo DNA é combinado com 40 ml de
álcool etílico a 96%. Este último reagente é adicionado cuidadosamente e promove a
precipitação do DNA, que forma filamentos visíveis. Assim, esse é o resultado final da
extração de DNA a partir de cebola.

RESULTADO FINAL DA EXTRAÇÃO DE DNA A SEGUIR:

3.2. COMPARAÇÃO ENTRE DOIS EXPERIMENTOS DE EXTRAÇÃO DE


DNA:
No contexto da pesquisa, uma comparação detalhada entre dois experimentos de extração de

DNA é realizada. Os experimentos em questão envolvem a extração do DNA de diferentes

fontes biológicas: cebola e tecido vegetal de Araucaria angustifolia. Apesar de ambos

focarem na extração de material genético, apresentam notáveis divergências em termos de

procedimentos e protocolos. O Experimento 1 se concentra na extração do DNA da cebola e

inicia-se com uma preparação inicial que envolve o uso de duas unidades de Becker, uma

proveta e água destilada. A água é transferida para um Becker após ser adicionada à proveta,

seguida pela adição de detergente ao Becker usando a mesma proveta. Sal também é

incorporado à solução. O material biológico (cebola) é então acrescentado, resultando em

uma solução.
O tratamento térmico ocorre através de um banho Maria a 70°C por 10 a 15 minutos. Um

choque térmico subsequente é aplicado com gelo. Posteriormente, a solução é coada e

transferida para outro Becker com o auxílio de um coador. A solução coada, agora líquida e à

temperatura ambiente após o choque térmico, é preparada para a precipitação do DNA.

A precipitação é realizada com a adição de álcool a 96% na solução coada, promovendo a

separação do DNA dos resíduos.

Este experimento é então confrontado com o Experimento 2, que envolve a extração do DNA

de tecido vegetal de Araucaria angustifolia. As variações nos procedimentos entre esses dois

experimentos são minuciosamente analisadas ponto a ponto, delineando as diferenças

notáveis em seus protocolos.

- Experimento 2 - Maceração das Amostras Vegetais (Araucária):


O Experimento 2 foca na maceração de amostras vegetais de Araucária para a extração do

DNA. O procedimento começa com uma preparação inicial que envolve o uso de microtubos

de 1,5 ml e a utilização de tampão de extração aquecido a 65°C. O material biológico é

adicionado através da maceração de amostras previamente liofilizadas. Essa maceração é

realizada no almofariz e pistilo até se obter um pó fino. Posteriormente, o material é dividido

em três microtubos de 1,5 ml.

O tratamento térmico é realizado por meio de incubação em banho-maria a 65°C por 45

minutos, com agitação a cada 15 minutos. Agentes químicos são adicionados ao processo,

incluindo tampão de extração, CIA (agente quelante) e RNAse. A centrifugação é aplicada

para separar os componentes da amostra, realizada a 13000 rpm.

A precipitação do DNA ocorre com a adição de etanol P.A. gelado, que totaliza 800 µl,

visando a precipitação do material genético. O DNA precipitado é purificado por meio de

lavagens com etanol 70% e etanol 95% gelados.


Para avaliar a qualidade e quantidade do DNA extraído, uma série de etapas são executadas.

A estimativa da quantidade de DNA é feita através de espectrofotometria. A qualidade do

DNA é avaliada pela razão A260/A280, eletroforese em gel de agarose e amplificação por

PCR.

Nesse experimento, o processo de extração do DNA de amostras vegetais de Araucária é

minuciosamente delineado, destacando cada etapa e os procedimentos específicos realizados

para garantir a obtenção de material genético de qualidade para análises subsequentes.

COMPARAÇÃO GERAL:

Uma comparação geral entre os dois experimentos revela diferenças notáveis em relação a
vários aspectos. No Experimento 2, a amostra utilizada consiste de material vegetal, mais
especificamente, acículas terminais de ramos secundários. Por outro lado, o Experimento 1
baseia-se exclusivamente na cebola como matéria-prima.

No que diz respeito aos procedimentos empregados, o Experimento 2 segue um protocolo


mais minucioso e específico. Ele inclui etapas como incubação em banho maria, adição de
CIA e RNA. O Experimento 1, por sua vez, adota uma abordagem mais simples, focando na
trituração da cebola, adição de detergentes e execução de um tratamento térmico.

Embora ambos os experimentos tenham o objetivo de extrair DNA, o Experimento 2 destaca-


se por detalhar mais profundamente o processo de purificação e avaliação do DNA obtido.
No Experimento 2, o método de avaliação envolve espectrofotometria, cálculo da razão
A260/A280 e a realização de amplificação por PCR. Por outro lado, o Experimento 1 não
explora os detalhes referentes à avaliação do DNA obtido.

Adicionalmente, as substâncias utilizadas variam entre os dois experimentos. Enquanto o


Experimento 2 não menciona a adição de detergentes ou sal, o Experimento 1 salienta o uso
de detergente, sal e álcool em suas etapas. Em resumo, as diferenças entre os dois
experimentos abrangem desde a amostra utilizada até os detalhes procedimentais e as
substâncias empregadas, influenciando diretamente nas etapas e nos resultados obtidos em
cada um deles.
Por fim, ambos os experimentos têm suas vantagens e desvantagens, sendo o primeiro
experimento, mais voltado para técnicas físicas como (trituração, emulsificação, estabilização
e precipitação), é feito de maneira mais simplificada e pode ser mais adequado para extrações
rápidas. Já o segundo, é empregado uma série de etapas químicas e de purificação para extrair
e avaliar o DNA, dessa de forma sendo mais detalhado e necessitando de mais recursos e
mais tempo quando comparado com o experimento 1.
Nesse caso, é possível visualizar que ambos os experimentos possuem a mesma finalidade,
extrair e purificar o DNA utilizando diversas etapas, como remoção de proteínas e outros
contaminantes, precipitação e rompimento celular, e, também são dependentes de técnicas de
aquecimento e resfriamento, assim como o processo de precipitação com etanol para separar
o DNA. Entretanto, o experimento da cebola incorpora uso de detergentes e sal, enquanto o
outro procedimento, necessita de agente quelante para estabilização do DNA. Dessa forma as
duas técnicas são válidas e importantes para extração do material genético e possuem a
mesma eficácia, mas, de forma diferente, dependem da maneira em que se quer obter o
resultado.

(Nesta pesquisa, uma análise detalhada é conduzida comparando dois experimentos distintos
de extração de DNA. Ambos os experimentos têm como objetivo a extração de material
genético, mas se diferenciam notavelmente em termos de procedimentos e protocolos. O
primeiro experimento concentra-se na extração do DNA de cebolas e começa com uma
preparação inicial utilizando Becker e provetas, incluindo a adição de água destilada e
detergente. O material biológico, que é a cebola, é então incorporado à solução resultante.

No primeiro experimento, o tratamento térmico é efetuado através de um banho Maria a 70°C

por um período de 10 a 15 minutos, seguido por um choque térmico com gelo. A solução

resultante passa por coadura e, após o choque térmico, encontra-se na forma líquida à

temperatura ambiente. Em seguida, a precipitação do DNA é realizada pela adição de álcool a

96%.

Comparativamente, o Experimento 2 aborda a extração do DNA de tecido vegetal de

Araucaria angustifolia. Este experimento começa com a maceração de amostras vegetais

liofilizadas utilizando microtubos de 1,5 ml e tampão de extração aquecido a 65°C. O


material biológico é transformado em um pó fino por meio de almofariz e pistilo, sendo

dividido em três microtubos de 1,5 ml.

O tratamento térmico no Experimento 2 ocorre em um banho-maria a 65°C, por 45 minutos,

com agitação regular. Agentes químicos como tampão de extração, CIA e RNAse são

adicionados ao processo. A centrifugação é realizada para separar os componentes da

amostra, seguida pela precipitação do DNA através da adição de etanol P.A. gelado.

Para garantir a qualidade e quantidade do DNA extraído, ambos os experimentos passam por

avaliações específicas. No Experimento 1, é realizada uma estimativa da quantidade de DNA

por meio de espectrofotometria, enquanto no Experimento 2, a qualidade é avaliada através

da razão A260/A280, eletroforese em gel de agarose e amplificação por PCR.

Essa análise comparativa dos dois experimentos revela as distintas abordagens utilizadas para

a extração de DNA de fontes biológicas variadas, demonstrando os procedimentos

específicos empregados e os critérios de avaliação adotados em cada caso.)

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