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Biologia

Extração de DNA de células vegetais

Data de início: 14/10/2022


Data de finalização: 04/11/2022
Professora orientadora: Helena Moita de Deus
Autores: Alexandra Cunha nº1;Catarina Pan nº6; Catarina Carneiro nº7; Daniela Sousa nº8;
Débora Pevidor nº10- 11º1 Turno 1
Índice
Resumo……………………………………………………………………
…………………...…Pág. 2
Fundamentação
Teórica…………………………………………………………………….P
ág.3
Material
utilizado……………………………………………………………………
………..Pág.6
Metodologia(procedimento
experimental)…………………………..…..………Pág.7
Resultados
Recolha e tratamento dos
resultados………………………………………………Pág.9
Interpretação e discussão dos
resultados………………………………………..Pág.12
Conclusão…………………………………………………………………
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Webgrafia…………………………………………………………………
…………..………Pág.14

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Extração de DNA de células vegetais

Alexandra Cunha; Catarina Pan; Catarina Carneiro; Daniela Sousa; Débora Pevidor

A experiência que será desenvolvida no seguinte relatório tem como objetivo observar a precipitação
do ácido desoxirribonucleico (DNA) de um fruto, o quivi, e responder à questão-problema: Como
extrair o DNA a partir de células de tecidos vegetais?
O DNA e a sua relevância é um tema atual, usado em várias das ciências como a biologia molecular e
através do qual podemos abordar vários conceitos físico-químicos, sendo esse um dos principais
motivos pelos quais é importante entender melhor esta molécula e as suas características.
Para esta atividade, recorremos a um processo bastante simples e facilmente acessível, dado que os
materiais requeridos estão disponíveis para todos, mais especificamente: detergente, sal, fruta,
álcool, 1 caixa de petri, 1 saco de plástico, 1 colher de sopa e 1 coador. Verificámos então que as
moléculas de DNA são pouco densas e não são solúveis em álcool, através da análise da precipitação
da cromatina a olho nu, após a maceração e filtração do produto.
A fruta é o material mais recomendado para esta experiência por ser uma excelente fonte de DNA,
dado que existe em abundância e possui um elevado número de ploidia, assunto que será melhor
desenvolvido na fundamentação teórica.

Palavras-chave: DNA; extração; material biológico; quivi , ploidia; precipitado.

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Fundamentação Teórica
O DNA é uma molécula composta por nucleótidos (bases azotadas, que são a adenina, A, timina, T,
guanina, G, e citosina, C), uma pentose ,uma molécula de desoxirribose, e um grupo fosfato (Fig.1). É
constituída por uma cadeia de dupla hélice. Encontra-se no interior do núcleo celular em seres
eucariontes, e contém todas as informações genéticas dos seres vivos.

O DNA é na maior parte das vezes apresentado a nível molecular, mas pode ser facilmente
observado à vista desarmada se for retirado em grandes quantidades dos tecidos, que foi o
pretendido durante a atividade. O estudo deste trabalho laboratorial é essencial, pois é um processo
de extração de DNA semelhante ao utilizado pelos cientistas quando começaram as primeiras
investigações sobre a molécula. Embora nesta atividade se utilizem procedimentos e instrumentos
muito simples que não permitam a separação do DNA de proteínas e de RNA (molécula essencial na
síntese de proteínas, capaz de expressar as informações genéticas presentes no DNA) (Fig.2).

O estudo da extração do DNA é importante pois é um processo muito utilizado em áreas como a
medicina regenerativa, estudos forenses e na reação em cadeia polimerase (PCR). A medicina
regenerativa, mais especificamente a terapia genética, tem como objetivo tratar doenças
substituindo, inativando ou induzindo genes nas células, podendo reverter algumas doenças ou
ainda estimular o sistema imunitário. O estudo forense utiliza o DNA para fins criminais, ou seja, para
analisar o local do crime ou no julgamento do acusado em casos de violações, homicídios, raptos ou
abandono de crianças. O PCR é um processo que transforma pequenas quantidades de DNA em uma
grande quantidade com o uso de produtos químicos especializados. É feito para identificar a

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presença ou ausência de áreas específicas do material genético que possam ser indícios de doenças,
sendo principalmente indicado para a investigação de vírus.

O objetivo principal desta atividade é a extração de DNA em células vegetais e os seus objetivos
específicos são isolar o DNA, fazer uma ponte concetual entre o estudo da constituição da célula e o
estudo da genética, conhecer as técnicas de extração de DNA das células e compreender o processo
necessário à extração do mesmo, e visualizar o DNA sob a forma de filamentos brancos.
O estudo deste procedimento relaciona-se com a unidade de estudo do crescimento, renovação e
diferenciação celular dos currículos de Biologia e Geologia do ensino secundário.

Os filamentos brancos observados na experiência são a cromatina, que é constituída por um longo
e fino filamento de moléculas de DNA agregadas a proteínas estruturais chamadas histonas. Esta
cromatina enrolada sobre si mesma e condensada, forma uma estrutura chamada cromossoma
(Fig.3), que se encontra no núcleo das células nos seres eucariontes. Para a extração de DNA usou-se
fruta pois as plantas são excelentes fontes e existem em numerosos lugares e em grandes
quantidades. As células vegetais são poliplóides, ou seja, apresentam mais do que uma cópia de cada
cromossoma no seu cariótipo, havendo assim mais DNA em cada núcleo. Para este processo foi
utilizado um quivi (Actinidia deliciosa) que é hexaplóide, isto é, tem seis exemplares de cada
cromossoma no seu cariótipo.
Sendo as células vegetais compostas por duas estruturas de revestimento (parede e membrana
celular) é necessário proceder à ação mecânica que visa destruir a parede composta por celulose que
fornece à célula suporte estrutural e proteção (Fig.4). A maceração com o uso de um pilão permite
de uma forma eficaz a destruição dessa parede. O produto da maceração é despejado na mistura de
água morna, sal grosso e detergente. Cada um destes materiais foi usado por uma razão específica, o
detergente foi usado pois as membranas das células são formadas por lipídios, que são gorduras,
sendo necessário detergente para atuar nas membranas celular e nuclear, emulsionando as gorduras
e destruindo as membranas, este causa a ruptura das células e faz com que os organelos circulem
suspensos na solução e permite que o DNA se liberte do núcleo, tornando-o assim mais acessível
para outras reações químicas. O sal foi usado pois o DNA é muito solúvel em água e assim impediu
que o DNA liberto do núcleo da célula, se dissolvesse totalmente na solução e tornasse invisível. É
importante referir que a água usada estava morna pois permite uma melhor eficácia do detergente e
ajuda o sal a dissolver-se melhor. O sal, cuja fórmula química é NaCl, quando em solução dissocia-se
+ −
em iões de 𝑁𝑎 e 𝐶𝑙 . Os iões Na +, com carga positiva, vão interagir com os grupos fosfato das
moléculas de DNA, tornando-as neutras e estabilizadas, permitindo a sua agregação. Deste modo, as
muitas moléculas de DNA agregam-se umas às outras, podendo mais tarde ser visualizadas a olho nu.
. No passo seguinte, a mistura foi filtrada para eliminar os constituintes celulares indesejados, tais

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como membranas e organelos celulares. Assim, a solução filtrada fica tão pura quanto possível,
contendo o DNA e outras moléculas, como proteínas, que não interferem com o sucesso da extração.
. No caso do quivi este processo foi realizado em dois gobelés simultaneamente, pois a mistura que
contém quivi é muito demorada. Finalmente é adicionado álcool à mistura para desidratar as
moléculas de DNA e afastar a água presente ao seu redor. Como o DNA não é solúvel em álcool, vai
ocorrer a sua precipitação, facilitada pela baixa temperatura do solvente, sendo assim possível a
visualização dos filamentos brancos.

Figura 1 Figura 2

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Figura 3 Figura 4

Material utilizado
Tabela 1- Materiais
Equipamento do laboratório Reagentes Material biológico

● 1 Caixa de Petri ● 1 Colher de sopa ● 1 Colher de ● 2 Actinidia


detergente de deliciosa
loiça (planta-do-quivi)

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● 1 saco de plástico ● 1 Coador ● 1 Colher de sopa
com zip de sal grosso de
cozinha

● 2 Gobelés de 150 ● 1 Vareta de vidro ● 20 ml álcool


ml refrigerado

● 1 Gobelé de 400ml ● 2 Papéis de filtro ● 100ml de água


morna

● 1 Proveta de ● 1 Pilão
100ml ±1,0 ml

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● 1 Proveta de 25ml ● 1 Tabuleiro

Metodologia(Procedimento Experimental)

1. Descascar e cortar o material biológico em pequenos fragmentos, para


dentro da caixa de Petri, e evitar as suas sementes colocando-os depois
num saco plástico com zip (fig. 5);
2. Fechar o saco plástico com zip e esmagar o material biológico, com a
ajuda do pilão, até se obter uma massa homogênea(fig 6);
3. Num gobelé de 400ml colocar 100ml de água morna (medir o volume
com a proveta de 100ml) + 1 colher de sopa de sal grosso + 1 colher de
sopa de detergente da loiça (fig. 7);
4. Agitar lentamente a mistura obtida no ponto 3, evitando a
fig.5 formação de espuma;
5. Despejar o material biológico macerado no gobelé que contém a mistura( fig 8);
6. Agitar lentamente durante 2 minutos a nova mistura obtida e deixar em repouso por cerca de 15
minutos;
7. Coar a mistura obtida no ponto 6 para um gobelé de 150ml (fig. 9);
8. Filtrar a mistura obtida no ponto 7 com o papel de filtro para outro gobelé de 150ml * (fig. 10);
9. Transferir 20ml de filtrado para proveta de 100ml.
10. Usar proveta de 25ml para medir 20 ml de álcool refrigerado Adicionar o álcool à mistura,
deixando-o escorrer lentamente ao longo da parede da proveta. (fig. 11).
11. Faça o registo dos resultados referentes a todos os grupos.

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*A filtração da mistura que contém quivi é muito demorada, por isso, a mistura foi filtrada em dois
gobelés em simultâneo, e filtrada mais uma vez com a mistura junta.

Fig. 5 Fig. 6 Fig. 7

Fig. 8 Fig. 9 Fig. 10

Fig. 11

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Resultados
Recolha (aquisição) e tratamento e dos resultados

Tabela 2- Observações
Fotografias Observações

T0 •Estado da experiência após colocar o álcool


refrigerado.
•±10h10 do dia 10/10/2022

T1 •Consegue-se observar pouca quantidade do


precipitado (cromatina= DNA + histona)
•±10h20

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T2 • Consegue-se observar uma maior quantidade
do precipitado
•±10h30

T3 •Consegue-se observar uma grande quantidade


do precipitado.
•±10h40

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Fig.12- O filtrado da mistura que contém Actinidia deliciosa (fruto da planta do quivi).

Fig.13 - O filtrado da mistura que contém Fragaria vesca (fruto do morangueiro).

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Fig.14 - O filtrado da mistura que contém Musa velutina (fruto da bananeira).

Fig.15 - Amostra de cromatina

Interpretação e discussão de resultados


Tal como se previa teoricamente, após adição do álcool foi possível observar a precipitação dos
filamentos esbranquiçados que correspondem à cromatina. Os outros conteúdos celulares ficaram
embaixo, no entanto como as moléculas de DNA se agregaram, não são solúveis em álcool e são
pouco densas, precipitaram e foi possível visualizá-las a olho nu juntamente com as histonas, ficando
no topo da solução. Em comparação aos outros ensaios, a mistura em que foi utilizada a banana foi a

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que se observou mais rapidamente a precipitação dos filamentos esbranquiçados, sendo seguida da
mistura com os morangos e da mistura com os quivis (Fig.16). Além disso, o ensaio com a banana é o
que apresenta a maior concentração de cromatina no topo da solução.
A experiência realizada apresenta algumas limitações, tais como o tempo de espera para a
visualização do precipitado não ter sido muito preciso e o facto de este método de extração de DNA
ser pouco rigoroso, obtendo um produto final com um alto grau de impurezas.

Figura 16

Conclusão e crítica
Através desta experiência, observou-se o processo de extração de DNA de células vegetais.
Escolhemos um tecido vegetal, pois contêm um número maior de ploidias.
Foi possível concluir que apesar da molécula de DNA ser demasiado pequena para se observar
devido à sua agregação, foi possível visualizá-la a olho nu em conjunto com proteínas estruturais com
a ajuda dos reagentes e processos realizados ao longo da experiência, permitindo uma melhor
percepção da mesma e verificar que é pouco densa e pouco solúvel. Embora a polpa do quivi tenha
sido desprezada e as sementes da fruta tenham sido retiradas com certa dificuldade, ambicionando
uma maior precisão para o produto final, tal objetivo não foi possível concretizar pelo facto de ainda
estarem presentes moléculas do conteúdo nuclear na solução filtrada. Em acréscimo, a experiência
poderia ter sido mais precisa caso as horas em que foram registadas as alterações tivessem sido
apontadas para uma melhor discussão de resultados.
Seria possível dar continuidade à atividade através da visualização da cromatina ao microscópio. E
para uma atividade futura poderia fazer-se a extração de DNA de células animais, onde a única
diferença para a da extração de DNA de células vegetais é em vez de macerar, teria que se bochechar
com água e cuspir para a solução já preparada composta por sal e detergente.

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Webgrafia

● http://materiais.dbio.uevora.pt/LBM/Foco/Extraccao/Extraccao_DNA.html#_Toc485235129
● A Extração de DNA de um vegetal - Trabalho acadêmico - Camila.Coelh0
(trabalhosgratuitos.com)
● Cromossomo – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
● Atividade laboratorial- Extração de DNA de células vegetais. | Aulas de Biologia e Geologia
(anafepereira.blogspot.com)
● DNA: resumo, função, estrutura, composição, DNA x RNA - Brasil Escola (uol.com.br)
● O que é terapia celular e gênica | Novartis Brasil
● Terapia gênica - Brasil Escola (uol.com.br)
● DNA Forense - 372 Palavras | Trabalhosfeitos
● O que é PCR? - PCR, a técnica para proteger a saúde pública e aumentar a segurança |
Mobile Real-Time PCR device - NSG (pcr-nsg.jp)
● RT-PCR: o que é, para que serve e como entender o resultado - Tua Saúde (tuasaude.com)
● Cromossomos: o que são e tipos - Toda Matéria (todamateria.com.br)
● O que é RNA? - Brasil Escola (uol.com.br)
● https://youtu.be/vO50-ZRQtuY

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