Você está na página 1de 32

QUÍMICA ORGÂNICA

Prof. Isaías Soares

Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Ligação covalente
Esse tipo de ligação ocorre entre átomos com pouca diferença de eletronegatividade, ou seja,
onde ambos tendam a receber elétrons. Nesse caso, como não pode haver a transferência de
elétrons, há o compartilhamento desses elétrons, formando pares eletrônicos. Cada par
eletrônico é constituído por um elétron de cada átomo, pertencendo simultaneamente entre os
dois átomos. E como não há perda nem ganho de elétrons, forma-se estruturas eletricamente
neutras, de grandeza limitada, denominadas moléculas. Por esse motivo, essa ligação é
chamada também de ligação molecular. Esquematicamente:

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Fórmula eletrônica Fórmula molecular

Exemplo: 17Cl: 1s2,2s2,2p6,3s2,3p5


Cl2
17Cl: 1s2,2s2,2p6,3s2,3p5 Fórmula estrutural Gás Cloro
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Esse tipo de
ligação justifica a
existências de
muitas moléculas
na natureza.
Vejamos os
exemplos:

Fonte: Usberco
e Salvador-Volume único-
Editora Saraiva-5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Ligação covalente coordenada (dativa)


Esse tipo de ligação é equivalente à ligação covalente comum, ocorrendo entre um átomo já
estável e outro (ou outros) que necessitem de 2 elétrons para adquirirem estabilidade na sua
camada de valência. Vejamos o exemplo da molécula de SO2.

O enxofre se estabiliza compartilhando elétrons com o primeiro oxigênio, mas o


segundo oxigênio ainda está instável. Então, o enxofre “empresta” seu par
eletrônico ao oxigênio, estabilizando sua valência. Note que a ligação covalente
dativa é representada na fórmula estrutural por uma seta cuja ponta vai em
direção ao átomo beneficiado com o par eletrônico. Outro exemplo, ocorre no
H2SO4.

Fonte: Usberco e Salvador-


Volume único-Editora Saraiva-
5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Aplicação 1

Solução: alternativa d)

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Aplicação 2

Solução:

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

Aplicação 3
Escreva a fórmula estrutural para os seguintes compostos

a) C2H4 b) HCN c) COCl2 d) CH2O


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Propriedades dos compostos covalentes


-As substâncias formadas por ligações covalentes (moleculares) existem nos três estados
físicos.

- Apresentam temperaturas de fusão (T.F) e ebulição (T.E) muito inferiores às das substâncias
iônicas e não conduzem a corrente elétrica quando fundidos.

Substância T.F (°C ) T.E (°C)


H2 -259 -253
N2 -210 -196
CH3OH -98 65
HF -83 20
Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Geometria Molecular
As moléculas são formadas por átomos unidos por ligações covalentes e a disposição desses átomos irá
determinar variadas formas geométricas para essas moléculas. Toda molécula formada por apenas dois
átomos será sempre linear, pois seus núcleos obrigatoriamente estarão alinhados. No caso de moléculas
com mais átomos a geometria irá depender da repulsão entre os pares eletrônicos constituintes.

Fonte: Brady-Químca Geral


– LTC Editora
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Geometria Molecular
Exemplos:

CO2, HCN
BCl3, SO3

CH4, CF4

NH3, PH3

H2O, SO2

Fonte: Brady-Químca Geral


– LTC Editora
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Geometria Molecular
Exemplos:

PCl5

TeCl4
Fonte: Brady-Químca Geral
– LTC Editora
ClF3

IF3-

SF6
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Aplicação 4

Solução: a) Trigonal; b) Piramidal;


c) Tetraédrica

Aplicação 5
Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

Solução: Tetraédrica, angular,


angular
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Polaridade das ligações


Imaginemos uma ligação entre dois átomos quaisquer. Se a ligação é iônica, como no caso
do NaCl, sabe-se que o sódio doa definitivamente seu elétron para o cloro, gerando cargas
positivas e negativas. Isso acontece porque é muito grande a diferença de eletronegatividade
entre o Na e o Cl, formando pólos positivos e negativos na molécula. Então, a formação de um
pólo (acúmulo de cargas elétricas, representado por δ) se dá devido à diferença de
eletronegatividade entre os átomos ligantes, sendo máxima na ligação iônica. Nas ligações
covalentes, devido ao fato de átomos diferentes (ou iguais) se ligarem, pode haver ou não a
formação de pólos na ligação, que são classificadas como:

Ligação polar: quando existe diferença de eletronegatividade entre os átomos na ligação.

Ligação apolar: quando a diferença de eletronegatividade é nula entre os átomos na ligação.

Fonte: Usberco e Salvador


-Volume único-
Editora Saraiva-5ª Ediçao

Ligação polar Ligação apolar


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Do que foi discutido, podemos ter a seguinte relação:

Ordem crescente de eletronegatividade entre os elementos mais comuns nas ligações


covalentes
Fonte: Usberco e Salvador-
Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

A polaridade de uma ligação é caracterizada por uma grandeza chamada momento dipolar
ou dipolo elétrico (μ) que é representado por um vetor orientado no sentido do átomo
menos eletronegativo para o mais eletronegativo. Assim:
Fonte: Usberco e Salvador-
Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Polaridade das moléculas


As moléculas também são classificadas em polares e apolares. Ela é polar se conseguir ser
orientada na presença de um campo elétrico e apolar se não se orienta na presença do mesmo
campo, como na figura abaixo.

Moléculas polares sendo Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-


Orientadas através de um Editora Saraiva-5ª Ediçao
Campo elétrico

Teoricamente o que determinada a polaridade das moléculas é a soma dos seus vetores
momento dipolo nas ligações (μ), ou seja, seu dipolo resultante (μr). Assim, temos:
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Aplicação 6

Solução: a) Apolar; b) Polar;


c) Polar; d) Polar; e) Polar; f) Polar;
g) Apolar; h) Apolar; i) Apolar

Aplicação 7
Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

Solução: b) é a única falsa.


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Forças intermoleculares
São as forças que mantém as moléculas de um composto unidas umas ás outras e estão
relacionadas ás mudanças de estado físico do composto (também chamadas forças de Van der
Waals). Compostos que possuem pouca polaridade na molécula, por exemplo, tendem a ter
ligações intermoleculares mais fracas e a terem pontos de fusão e ebulição mais baixos do que
moléculas mais polares. Como exemplo, a água existe à temperatura ambiente no estado
líquido, enquanto que o dióxido de carbono é gasoso. As principais forças intermoleculares
são:
Dipolo-dipolo induzido: Ocorrem em todos os tipos de moléculas, mas são as únicas que
ocorrem em moléculas apolares. Ocorrem devido a uma deformação momentânea da nuvem
eletrônica nas ligações dessas moléculas, originando pólos positivos e negativos.

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-


Editora Saraiva-5ª Ediçao

Exemplos:
Forças de dipolo induzido. As moléculas induzem-se
Umas às outras. O pólo positivo de uma atrai o negativo de
outra, e assim sucessivamente.
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Dipolo-Dipolo permanente: Esse tipo de força é característica de moléculas polares e é muito


parecido com a que ocorre entre as moléculas apolares. A diferença é que ela é permanente e
não momentânea, visto que os pólos nessas moléculas existem devido à diferença de
eletronegatividade entre os átomos de suas moléculas. Portanto, são mais fortes que as dipolo
induzido.

Exemplos: Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

Pontes de Hidrogênio: A ponte de hidrogênio é a mais forte de todas as


ligações intermoleculares e ocorre em moléculas que apresentam átomos de
hidrogênio ligados a átomos de flúor, oxigênio e nitrogênio, que são bastante
eletronegativos, gerando dipolos altamente acentuados. Exemplo: H2O,
C2H5OH, NH3
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Exemplo de pontes
de hidrogênio na
água

Exemplo de pontes de
hidrogênio no NH3

Exemplo de pontes
de hidrogênio no HF Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Forças intermoleculares e pontos de fusão


e ebulição
Pelo fato de existirem forças intermoleculares mais fortes que outras, não é surpresa que
algumas substâncias tenham a facilidade de mudar de estado físico preferencialmente a
outras.
Quanto maior as forças intermoleculares, maiores seus pontos de fusão e ebulição. O mesmo
ocorre com o tamanho da molécula. Então temos:

Fonte: Usberco e Salvador


-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

Então moléculas apolares tendem a ter pontos de fusão e ebulição mais baixos que as
polares.
Substância Molécula T.F (°C) T.E (°C )
H2 Apolar -259 -253
N2 Apolar -210 -196
CH3OH Polar -98 65
HF Polar -83 20
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Comparando-se moléculas com o mesmo tipo de interação a que tem maior ponto de
fusão e ebulição é a que tem maior tamanho.

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Aplicação 8

a) I e IV – dipolo-dipolo induzido; II e III – Pontes de hidrogênio (grupo OH)


b) I < IV< II < III

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Exercício 1
Dadas as substâncias:

a) A Vitamina C pois é mais facilmente solúvel em água (pontes de hidrogênio)


b) Devido às forças intermoleculares na Vitamina C serem mais fortes.

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Ligações sigma (δ) e pí (π)


Por volta de 1960, Linus Pauling propôs um novo modelo que explica a ligação covalente pelo
entrosamento de orbitais incompletos (que contém apenas um elétron). Para entender esse
modelo, vamos estudar a molécula de hidrogênio (H2).

Orbital molecular
Orbitais atômicos

Após a interpenetração dos orbitais atômicos, estes se deformam, gerando um orbital


molecular. Como a interpenetração ocorreu ao longo do mesmo eixo, essa ligação é
denominada sigma (δ) e como é uma ligação entre dois orbitais s ela é do tipo δs-s.

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Alguns tipos de ligação sigma


Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Ligação pí (π)
Ocorre quando dois átomos fazem mais de uma ligação simultânea. A primeira será sempre
sigma, e as demais, ligações pí (π) que são ligações de orbitais em eixos paralelos.

A ligação pí é sempre formada pela interpenetração de orbitais incompletos do tipo p, contidos


em eixos paralelos e é representado por πp-p .

Para o O2, temos:

Para o N2 temos:
Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Hibridização
Considere a molécula do metano (CH4). Essas quatro ligações que o carbono faz com o
hidrogênio são equivalentes. Porém, se fizermos a distribuição eletrônica do átomo de carbono
vamos ter:

Segundo essa distribuição o carbono só poderia fazer 2 ligações. Para explicar o fato de o
carbono fazer 4 ligações, existe um modelo chamado hibridização de orbitais. Segundo
esse modelo, os orbitais incompletos se misturam formando orbitais híbridos, de igual
número dos orbitais originais. Ao ser excitado, um elétron do orbital 2s é promovido para o
orbital 2p. Assim:

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Depois, os orbitais se unem e formam 4 novos orbitais híbridos.

No metano o carbono ocupa o centro de um tetraedro e faz quatro ligações idênticas do tipo
Isso explica as ligações do metano e a simetria desta molécula.

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

A teoria da hibridização de orbitais também explica as ligações duplas do carbono.

Vejamos o exemplo do aldeído fórmico (CH2O) .

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

Uma das ligações é pí, então um dos orbitais do carbono deve ser puro para fazer essa ligação.

Essa ligação
sigma é
chamada δs-sp2

Fonte: Usberco e Salvador


-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao
Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Finalmente, a teoria da hibridização de orbitais também explica as ligações triplas do carbono.

Vejamos o exemplo do gás cianídrico (HCN) .

Como serão agora 2 ligações pí, dois dos orbitais do carbono devem ser reservados para essas
ligações.
Essa ligação sigma é
chamada δs-sp Essa teoria
também explica quando o
carbono faz 2 ligações
duplas

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Aplicação 9

Solução: alternativa c)

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao


Aula 2 – Ligação Covalente e Hibridização

Exercício 2

Solução: 4π e 21δ

Fonte: Usberco e Salvador-Volume único-Editora Saraiva-5ª Ediçao

Você também pode gostar