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2010
Biofísica Celular
3º Ano 1º Semestre
Bioquímica FCTUC
Índice Página
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Biofísica Celular 2009 – 2010
Citosol
Membrana Plasmática
Compartimentalização – A membrana plasmática permite a divisão entre os meios extracelular e
intracelular;
A membrana permite ainda à célula ter capacidade de realizar endocitose e exocitose, sendo
que existem proteínas na membrana que possuem actividade enzimática.
Citosol
O citosol permite a solubilização e acumulação de iões e moléculas polares pois possui uma
grande quantidade de água. O citosol permite a existência de gradientes entre locais dlimitados por
uma bicamada lipídica (por exemplo o gradiente de Ca2+ entre o citosol e o Reticulo
Endoplasmático).
No Músculo
Iões Meio Intracelular Meio Extracelular
(mM) (mM)
Na+ 10 120
K+ 140 2,5
Cl- 3-4 120
Ca2+ <10-3 2
A presença de proteínas carregadas negativamente no meio intracelular ([A-] = 140mM)faz
com que exista uma elevada pressão osmótica no interior da célula. Por esta razão a concentração
de sódio extracelular é muito elevada em relação ao meio intracelular, sendo que a membrana
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celular é pouco permeável ao sódio. A concentração de sódio extracelular funciona assim como um
compensador osmótico.
Pode-se quantificar a polaridade de uma ligação através de uma grandeza vectorial, o momento
dipolar permanente (μ):
Na água:
É imperativo que exista na célula um bom solvente polar pois só assim é possível diminuir
as interacções electroestáticas provocadas pelos iões e outras moléculas carregadas. A água por ter
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um momento polar permanente, vai funcionar como o solvente ideal, sendo também um bom
dieléctrico.
Se colocarmos Na+ e Cl- num hipotético “vácuo aquoso”, ocorreria a sua associação em
NaCl, pois não existiriam forças que contrariassem este processo. Na célula isto não pode ocorrer
por razoes óbvias.
Ocorre então a polarização do dieléctrico (H2O) por acção de um campo eléctrico (par Na+/Cl-).
Falamos então em P, polarização do dieléctrico, que é o momento dipolar médio por unidade de
Volume. A ocorrência da polarização do dieléctrico reduz a força do campo eléctrico (E) em
qualquer ponto do dieléctrico.
Lei de Coulomb
A força electrostática entre duas partículas é dada pela lei de Coulomb.
No vácuo,
ε0 – permissividade do vazio (=1)
d – distância entre as duas partículas
q – carga de cada uma das partículas
Em solução,
ε – permissividade do meio
d – distância entre as duas partículas
q – carga de cada uma das partículas
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Molécula μperm εr
Benzeno 0 2,28
Água 1,85 78,5
Verifica-se que mesmo para compostos com momento dipolar nulo, ou seja, momento
dipolar permanente igual a zero, existe uma constante dieléctrica εr (caso do Benzeno). Isto deve-se
ao facto de existir um momento dipolar induzido (μind), que aparece devido á ocorrência de
deformações na distribuição das moléculas devido à presença de um campo eléctrico.
Assim é mais correcto afirmar que εr é directamente proporcional ao momento dipolar total, que
é dado por:
𝝁 = 𝝁𝒑𝒆𝒓𝒎 + 𝝁𝒊𝒏𝒅
EM SUMA
A constante dieléctrica reflecte a diminuição do campo eléctrico entre dois pontos criados
por uma molécula que apresente polarização (momento dipolar), quer permanente criado pela
orientação, quer por indução.
Se εr F E diminui.
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Ao fim de algum tempo as partículas distribuem-se ao longo do tubo para ambos os lados da
injecção.
Para determinar o número de partículas em cada secção utiliza-se uma derivada e define-se
a grandeza de Fluxo (J). Esta grandeza é a quantidade de matéria que flui por unidade de área e por
unidade de tempo, ou seja,
𝒅𝑵
𝑱∝
𝒅𝒛
Onde N é o número de partículas por unidade de volume, e z é a secção do plano. Assim sendo, o
fluxo de partículas num meio homogéneo é dado por:
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As equações que traduzem a primeira Lei de Fick não têm em conta o aspecto temporal.
Para incluir este aspecto obteve-se a Segunda Lei da difusão de Fick.
𝒙𝟐
𝒙𝟐 −𝟒𝑫𝒕
𝒏𝟎 𝑪𝑨 𝒆
𝑪= 𝒆−𝟒𝑫𝒕 ⇔ =
𝑨√𝝅𝑫𝒕 𝒏𝟎 √𝝅𝑫𝒕
Quanto maior Dt, menor será a difusão de concentração entre dois pontos (maior será a
uniformização da matéria). Quanto maior a área superficial, maior será a diferença de concentração
entre dois pontos (x).
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Como a dependência do tempo pela distância é quadrática, pode-se afirmar que a difusão é
um processo rápido á escala microscópica, mas bastante lento á escala macroscópica.
C1 diferente de C2
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δ – Nos vários tipos de células o tamanho da membrana é semelhante, pelo que não será o
que mais influencia a permeabilidade membranar.
𝒌𝑻
𝑫𝒎 =
𝟔𝝅𝜼𝒂
↑η ↓Dm ; ↑a ↓Pm
Polaridade da molécula e K
Se uma molécula é muito polar será pouco lipofilica, tendo portanto um baixo coeficiente
de partição. Assim quanto maior a polaridade, menor K e por conseguinte menor Pm.
Estas duas moléculas têm tamanhos muito semelhantes, contudo o Uretano é aproximadamente 4x
menos viscoso que o glicerol, assim:
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Determinar experimentalmente:
Ex: Utiliza-se um lípido (ex: azeite) para simular a bicamada. De seguida coloca-se num balão de
decantação água, azeite, e o soluto do qual se pretende K. Agita-se o balão e deixa-se repousar, para
que o soluto difunda. Retira-se a água e por um processo analítica determina-se a concentração de
soluto na fase aquosa.
Transporte Mediado
Existem compostos que têm uma permeabilidade muito baixa. Isto leva a que existam na
membrana celular um grande número de transportadores (proteínas e ionóforos) que permitem a
passagem de moléculas para o interior da célula.
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Através do recurso a gráficos deste tipo, podemos numa experiencia simples, distinguir se o
transporte de uma dada molécula é feito por difusão simples ou transporte mediado.
Difusão Facilitada
Ex:
Glut-1 Glut-2
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Glut-4
O aumento dos níveis de glicose no sangue leva a que esta seja captada e utilizada pelas
células para a glicólise e para a produção de glicogénio. Nesta altura os níveis de insulina são
elevados, pelo que esta vai-se ligar nos seus receptores específicos nas membranas das células.
Quando esta ligação ocorre, os Glut-4, que estão armazenados em vesículas no interior das células,
migram para a membrana, ficando integrados nesta devido à fusão das vesículas com a membrana.
Uma vez na superfície da membrana, os Glut-4 começam a incorporar Glicose.
A insulina liga-
se nos seus Glut-4
incorporados Uptake de
↑[Glicose] ↑[Insulina] Glicose
receptores
específicos na Membrana
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Foi adicionada proteína verde fluorescnte (GFP) no terminal carboxílico do Glut-4, sendo
que este fica na face citoplasmática da membrana. Foi também introduzido um TAG entre os
segmentos I e II, sendo que este TAG vai ficar voltado para o meio extracelular. O TAG era um
segmento polipeptídico (Myc), que é reconhecido por um anticorpo específico.
Na Situação de Repouso
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Porque é que a Valinomicina tem uma constante de formação maior para o K+ do que para
o Na+?
O ião na cavidade da valinomicina interage com os grupos carbonilo dos aminoácidos. Pela
Lai de Coulomb:
Se a distância entre as duas cargas for menor, o que acontece com o K+ uma vez que tem
maior raio iónico, a força que estabelece entre o ião e os grupos carbonilo da valinomicina será
maior. Como o Na+, possui um raio iónico menor, a distância entre o ião e os grupos carbonilo da
valinomicina vai ser maior, logo a força de ligação vai ser menor. A força é inversamente
proporcional ao quadrado da distância.
Como ionóforos canais temos ainda a Nistatina que é especíca para catiões monovalentes e
aniões, e Alamectina, que é específica para Na+, K+ e Cl-.
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𝑬𝒎 = 𝑬𝒊 − 𝑬𝒐
𝑬𝒐 = 𝟎 ⇒ 𝑬𝒎 = 𝑬𝒊
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∆𝑬 = 𝑹𝑰
Quanto maior for a diferença de potencial (ΔE) nas extremidades do condutor, maior será
a intensidade da corrente que vai tender a passar pelo condutor.
Condutância – é uma medida da maior ou menor facilidade que um condutor tem para
deixar passar corrente. A condutância é expressa em Siemens (S) e é dada por:
𝑰
𝒈=
𝑹
Resistência – é a medida da dificuldade que a corrente tem para passar por um
determinado condutor. A resistência é expressa em Ohm (Ω), e é dada pela razão entre o produto
da resistividade (ρ) pelo comprimento (l) a dividir pela área de secção transversal (A).
𝒍
𝑹=𝝆
𝑨
Condutividade – é o inverso da resistividade, e é expressa em S.cm-1.
𝟏
𝑲=
𝝆
2ª Versão – Membrana celular vista como um circuito RC. A membrana não pode ser
encarada como um condutor, isto é, um sistema apenas com resistência, mas sim como um
Condensador.
Se a membrana fosse encarada apenas como uma resistência, obter-se-ia uma relação
directa entre a corrente e o potencial e membrana Em, verificando-se o perfil da imagem.
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O perfil observado é este pois os lípidos da bicamada acumulam carga, sendo que a
membrana deve ser encarada como um condensador, onde as cabeças polares formam as
placas condutoras, e as caudas apolares dos fosfolípidos formam a substância isoladora (ou
dieléctrico). Assim, o circuito eléctrico equivalente é o seguinte:
𝝆𝜹
𝑹𝒎 =
𝑨
onde Rm é a resistência total da Membrana expressa em Ohm (Ω), ρ é a resistividade, δ é a
espessura da membrana e A é a área da membrana.
𝑹𝒆𝒔𝒑 = 𝝆𝜹 = 𝑹𝒎 𝑨
Onde Resp é a resistência específica da membrana expressa em Ohm por centímetro quadrado
(Ω.cm2), que é independente da área (A).
𝜺𝜺𝟎 𝑨
𝑪𝒎 =
𝜹
𝜺𝜺𝟎 𝑪𝒎
𝑪𝒆𝒔𝒑 = =
𝜹 𝑨
𝝉
−
𝑬 = 𝑬𝒐 𝒆 𝑹𝒎 𝑪𝒎
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𝝉 = 𝑪𝒆𝒔𝒑 𝑹𝒆𝒔𝒑 𝒐𝒖 𝝉 = 𝑪𝒎 𝑹𝒎
Potenciais de Equilíbrio
Já foi referido que o potencial membranar tem origem na distribuição desigual de cargas
entre os meios intracelular e extracelular. Contudo não foi ainda explicado como é que essa
diferença de cargas é atingida e mantida, traduzindo-se num potencial de repouso tão negativo.
Considerando um sistema onde duas soluções electrolíticas de um mesmo sal (por exemplo
KA) são separadas por uma membrana semi-permeável, e em que uma das soluções tem maior
concentração que a outra, vamos obter um gradiente de concentrações.
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Equação de Nernst
O ião X+ vai difundir-se de 1 para 2 pois a sua concentração em 2 é menor. Isto leva à
acumulação de cargas positivas no compartimento 2, o que gera uma diferença de potencial e por
conseguinte e gradiente eléctrico.
O gradiente eléctrico vai então exercer trabalho sobre os iões X+ de modo a levá-los de
volta para o compartimento 1. O trabalho para mover δn moles de X+ de 2 para 1, ou seja, contra o
gradiente de concentração, é dado por:
𝑿+ 𝟏
𝜹𝒘𝒄 = 𝜹𝒏𝑹𝑻𝒍𝒏( + )
[𝑿 ]𝟐
Por outro lado, também o gradiente químico vai exercer trabalho sobre os iões X+ de
modo a levá-los do compartimento 1 para o 2, ou seja, contra o gradiente eléctrico. O trabalho
realizado sobre δn moles de X+ para levá-las de 1 para 2 é dado por:
𝜹𝒘𝒆 = 𝜹𝒏𝑭𝑬
sendo E = E2 – E1.
No equílibrio, os trabalhos anulam-se pelo que são grandezas iguais. Obtemos então e a
equação de Nernst
𝑹𝑻 [𝑿+ ]𝒐
𝑬= 𝐥𝐧
( + )
𝒛𝑭 [𝑿 ]𝒊
A equação de Nernst pode fornecer diversos dados sobre as concentrações dos iões e o
potencial de membrana por eles gerado.
[𝑿+]𝒐
𝑬 = 𝟔𝟏 × 𝐥𝐨𝐠
[𝑿+ ]𝒊
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Verifica-se que EK é muito semelhante a Em, o que vem em concordância com o facto de a
célula em repouso ser muito permeável a K+. Pode, através da comparação do potencial destes iões
com o potencial de membrana, verificar o comportamento deles em solução.
O sinal negativo indica que o Na+ tem uma forte tendência para entrar na célula.
O sinal positivo reflecte a tendência natural que o K+ tem para sair da célula. EK é muito
negativo uma vez que por acção do gradiente de concentração o K+ tem tendência a sair da célula,
assim tanto Em como EK são muito negativos, para que a acção do gradiente de concentração possa
ser contrariada e evitar a saída de K+.
Os fluxos de entrada e de saída dos iões da célula são iguais. Esta entrada e saída de iões
cria uma corrente eléctrica na membrana cuja intensidade é dada por:
𝑰𝒙 = 𝒈𝒙 (𝑬𝒎 − 𝑬𝒙 )
Quando a célula está em repouso, Em é estável e a corrente iónica total é nula, logo
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Nota:
ICl- é desprezável pois o ECl é passivamente distribuído, sendo Em ~ ECl.
ICa é também desprezável pois gCa é um valor muito pequeno para células em repouso,
podendo, contudo aumentar com a despolarização da célula.
Em repouso:
gNa(Em-ENa) = -gK(Em-EK) Em-ENa=-157mV Em-EK=-8mV
𝑔𝑁𝑎 −8
𝜌= 𝑔𝐾
= −157 = 0,05
Uma vez que existe sempre a tendência natural de dissipar os gradientes de concentrações
de Na+e K+, torna-se necessário recorrer à Na+/K+ ATPase, para evitar que os gradientes sejam
perdidos.
Existe uma outra equação que nos permite relacionar o potencial de membrana com as
concentrações de sódio e potássio.
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Equilíbrio de Donnan
Como a membrana é permeável aos dois iões, pode-se aplicar a equação de Nernst aos dois
iões, e uma vez que não podem existir dois valores de Em, igualam-se os potenciais de repouso do
Cloreto e do Potássio.
Isto implicaria que a osmolaridade dentro da célula fosse maior que a osmolaridade fora de
célula, o que levaria a um influxo de água para o interior da célula que causaria a sua ruptura. Uma
vez que tal não pode acontecer, tem de haver um mecanismo de compensação osmótica. Este
mecanismo de compensação é provocado pelo Na+, que funciona como
o compensador osmótico pela bomba de Na+/K+ ATPase. O Na+, por
ser pouco permeante à membrana é um bom compensador osmótico. A
bomba de Na+ possui uma estequeometria de 3:2, ou seja, ejecta 3 Na+
e incorpora 2 K+. Esta perda de uma carga positiva líquida permite a
compensação osmótica. O equilíbrio de Donnan nunca se pode
estabelecer pois haveria o rebentamento da célula.
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Na+/K+ ATPase
A bomba funciona como auto-cinase e auto-fosfatase, uma vez que promove a sua própria
fosforilação e desfosforilação de um resíduo de aspartato.
Ca2+ ATPase
Em E1, a bomba está desfosofrilada, estando voltada para o citosol com alta afinidade
para Ca2+.
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ATPases
ATPases do tipo P:
Fazem parte da família de bombas catiónicas. Durante os seus ciclos catalíticos, ocorre
fosforilação reversível de resíduo de aspartato.
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ATPases do tipo F:
ATPases do tipo V:
1 – Primário
Usa directamente o ATP como fonte de energia (ATPases). As proteínas mudam a sua
conformação pela ligação covalente de um grupo fosfato.
2 - Secundário
Trocador Na+/Ca2+
O trocador possui uma baixa afinidade para Ca2+ em repouso, sendo que esta afinidade
aumenta quando a concentração de Ca2+ intracelular aumenta. Tem uma regulação alostérica. A
Ca2+ ATPase, possui uma sensibiliadade para a concentração intracelular de Ca2+ que este trocador.
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Este trocador serve então para eliminar o excesso de Ca2+que se encontre no citosol após um
estímulo.
Este trocador de Na+/Ca2+ pode funcionar tanto no sentido directo, como sentido inverso,
devendo-se este facto à sensibilidade que o trocador tem ao potencial de membrana.
Potencial de Reversão – é o potencial ao qual ocorre a reversão no fluxo dos iões. No caso
de um canal, é o potencial ao qual o potencial de membrana é igual ao potencial do ião
(Em = Ex).
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Trocador Na+/H+
𝑅𝑇 [𝐻 + ]0 [𝐻 +]0
𝐸𝐻 = ln → 𝑇 = 37°𝐶 → 𝐸𝐻 = 60 log → 𝐸𝐻 = 60 𝑝𝐻𝑖 − 𝑝𝐻𝑜
𝐹 [𝐻 + ]𝑖 [𝐻 + ]𝑖
Para uma célula em repouso, sábe-se que o potencial varia entre -60 e -90mV, assim se não
houvessem trocadores, e o pHo fosse 7,4 teriamos um pHi que variaria entre 5,9 e 6,4. No entanto
sabe-se que o pHi varia entre 6,9 e 7,2, o que indica que há um mecanismo que impede a
acidificação do citoplasma devido ao influxopassivo de H+.
1. H+/K+ ATPase, que é o acidificador do lúmen do estômago, sendo uma ATPase do tipo P;
2. Co-transporte de K+ e Cl-, levando à formação de cerca de 2L de HCL por dia no lúmen do
estômago;
3. Trocador Cl-/HCO3-, necessário pois a saída de H+ para o lúmen do estômago leva a uma
alcalinização do citoplasma. Este contra-transporte leva a uma reposição do pH intracelular,
uma vez que o ião bicarbonato sai da célula.
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Hidrofílicas
Hidrofóbicas
Nota: As hormonas actuam na célula a concentrações muito baixas (<10mM), pois são diluídas na
corrente sanguínea. Os receptores das hormonas possuem assim uma grande afinidade para estas.
Receptores Membranares
1 – Metabotrópicos
2-Ionotrópicos
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Glutamatérgicos ionotrópicos
Exemplos:
NMDA
AMPA/Kainato
Ex: EGF-R (Classe I); PDGF-R (Classe III); IGF – A (Classe II).
Receptor de Insulina
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Receptores 7-TMS
Proteínas G Heterotriméricas
No estado inactivo são constituídas por três subunidades, α, β e γ. A subunidade α tem activiade de
GTPase.
Mecanismo de activação
Amplificação do Sinal
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Activação de um complexo
agonista receptor
Activação de várias
moleculas proteína G por
cada recptor activado
Fosforilação de várias
proteínas alvo por parte da
PKA
Amplificação da resposta
Celular
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Gi: é sensível à toxina pertussis (da tosse convulsa), sendo activada pelo receptor adrenergico α2.
Estas toxinas permitem distinguir os dois tipos de proteína G. Ambas as toxinas aumentam
os níveis da concentração de cAMP, por reacção de ADP ribosilação.
Uma outra via coordenada por proteínas G é a via fosfoinositídeos, sendo que as proteínas
G activam esta via.
Quando ocorre a ligação de um dado ligando ao receptor 7-TMS acoplado a uma proteína
G, esta última vai ficar activa, ocorrendo a troca de GDP por GTP, e a subsequente dissociação da
subunidade α que vai activar uma Fosfolipase Cβ (PLC). A fosfolipase, vai então promover a
hidrólise do Fosfoinositos 4,5 bisfosfato (PIP2) (fosfolípido membranar) a Diacilglicerol (DAG) e
Inositol 1,4,5 trifosfato (IP3). Os dois produtos desta reacção vão servir de segundos mensageiros
intracelulares.
Ao agirem como segundos mensageiros, o DAG vai activar uma Proteína Cinase C (PKC),
enquanto o IP3, por ser hidrosoluvel, vai viajar pelo citoplasma até ao Retículo Endoplasmático,
onde vai activar os canais de Ca2+, promovendo a libertação deste, consequente aumento da
concentração no citosol.
Isoformas da PKC
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Acção da Cinase C
Existem alguns receptores 7-TMS acoplados à PLC, são eles o receptor muscarínico da
acetilcolina, o adrenergico α1, e o glutamato metabotropico.
São constituídos por 4 subunidades iguais, cada uma com 6 segmentos transmembranares
(6-TMS), que delimitam um poro. Estes canais são activados por IP3
Receptores de Rianodina
É sensível à voltagem;
A ligação de Ca2+ induz a libertação de Ca2+.
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𝑺 ∆[𝑪𝒂𝟐+]
=
𝑭 𝑪𝒂𝟐+ 𝒓𝒆𝒑𝒐𝒖𝒔𝒐
Existem várias proteínas que são dependentes de Ca2+, como por exemplo:
Proteína Cínase C;
Anexinas, proteínas envolvidas em mecaninos de excreção de vasículas;
Troponina C, proteína envolvida no mecanismo de contracção muscular;
Calnexina e Calreticolina, Proteínas Chaperones do Retículo Endoplasmático que
ajudam as outras proteínas aqui sintetizadas a assumir o folding correcto.
Calmodulina (CaM);
Calmodulina (CaM)
É uma proteína com aproximadamente 15kDa, que tem a capacidade de ligar 4 iões de
Ca2+ nos loops entre as suas hélices α. O cálcio pode exercer a sua função na forma livre, ou
complexado com a CaM. O complexo CaM/Ca2+promove a desrepressão do local catalítico de
várias proteínas. Na ausência de CaM/Ca2+, o domínio catalítico está ocupado pela sequência de
pseudo-substrato do domínio regulador dessas proteínas, quando se liga CaM/Ca2+¨, o domínio
catalítico fica livre para exercer a sua função (por exemplo a fosforilação de Serinas e Treoninas).
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O Mg2+ possui um raio iónico muito menor que o Ca2+ [ r(Mg2+) = 0,6Ǻ, r(Ca2+) = 0,95Ǻ].
Para além disto, o Mg2+ tem uma grande densidade de carga, tendo preferência para se associar
electroestaticamente a aniões, como por exemplo os fosfatos. O Mg2+ forma complexos
estritamente octaédricos e de ligação curta, enquanto o Ca2+ forma ligações mais flexíveis (6 a 10
ligações), podendo fazer cross-linking, ou seja, vai buscar ligandos mais afastados e induzir alterações
conformacionais nas proteínas.
O óxido nítrico é produzido pela Sintase do Óxido Nítrico (NOS), ocorrendo a seguinte
reacção:
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Efeitos do NO
Efeitos Do NO
Nitrosilação de Proteínas,
Activação de Guanil Ciclase Hemoglobina,
Solúvel (sGC) Oxígénio/Superóxido
A Guanil Ciclase é a enzima que produz cGMP a partir de GTP. Ela catalisa a seguinte
reacção:
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Alvos do cGMP
O cGMP tem como alvo Proteínas Cinases dependentes de cGMP (PKG), canais activados
por nucleótidos cíclicos (caso da fototransdução na retina), e fosfodiasterases reguladas por cGMP.
Pertencem à família das PDE’s, nas quais se destacam as específicas para cAMP, e as
específicas para cGMP. Dentro das específicas para cGMP há a destacar:
Existem ainda algumas PDE’s que possuem especificidade mista para cAMP e cGMP.
Corpus Cavernosum
Tecido situado no órgão sexual masculino, que é responsável pela erecção do pénis. O uso
de inibidores da PDE5 leva a que os níveis de cGMP aumentem, o que faz com que ocorra o
relaxamento do músculo liso do corpus cavernosum, este relaxamento leva ao aumento do fluxo
sanguíneo que se traduz na erecção do pénis.
O sildenafil, é uma molécula que mimetiza o cGMP, ligando-se no centro activo da PDE5
e inibindo-a. É portanto um inibidor competitivo em relação ao cGMP.
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Existem diversas patologias associadas aos canais iónicos, ou seja, sempre que algum destes
tipos de canais tenha um problema associado, dá-se o aparecimento de uma doença. Exemplos de
doenças associadas aos canais iónicos são:
Fibrose Quística (associada a canais de Cl-, alteração genética);
Surdez;
Certas formas de epilepsia;
Miotonias;
Certas formas de Diabetes;
Arritmias;
Cegueira Nocturna.
Como tal, os canais iónicos são um dos principais alvos para a produção de fármacos,
como por exemplo:
canal de K+ATP (AMARYL, glimepirida- diabetes);
canal de Ca2+ (di-hidropiridinas- hiper-tensão);
canal de Na+ (lidocaína- arritmias cardíacas);
canal de Na+ (TEGRETOL, carbamazepina- epilepsia);
canal de Cl- (VALIUM, diazepan- ansiedade).
Os primeiros estudos com canais iónicos começaram nos anos 70, e foram realizados no
axónio gigante da lula. Nestes estudos chegou-se à conclusão que existiam moléculas que
transportavam iões ao longo do axónio. Essas moléculas foram mais tarde baptizadas de canais
iónicos.
Sabia-se que no axónio gigante da lula existiam 553 moléculas/μm2 e que a condutância
por μm2 era de 1200 pS. Assim chegou-se ao valor de ~2,2pS/canal iónico, que é o valor da
condutância de um único canal iónico. Para este valor está associada a corrente de um único canal,
que corresponde a 1-2pA (o que corresponde a 10 milhões de iões por segundo).
Através da Fórmula de Johnson, foi então calculado qual o raio da porção de membrana
para o qual os registos teriam um ruído inferior a 10%, ou seja, menores que 0,1pA.
𝟒𝑲𝑻𝒇𝒄
𝝇𝟐 =
𝝆
onde σ é o ruído, ρ é a resistividade da membrana que tem o valor de 1,5 x 109, K é uma constante
de grandeza igual 1.381x10-23J.K-1, T é a temperatura absoluta (em K) e fc é a frequência. Feitos os
cálculos e considerando então o valor da resistência como sendo R = 1000Ω.cm2, e tendo em conta
que a área do axónio era de 50μm2, chegou-se ao valor 4μm para o raio da porção de membrana.
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Surgiu então a dificuldade em obter uma porção de membrana tão pequena, pelo que foi
desenvolvida a técnica de Patch-Clamp.
Técnica de Patch-Clamp
Através do uso desta técnica, não é cortado um pedaço da membrana, procedendo-se sim
ao isolamento eléctrico desta.
Utiliza-se uma pipeta de vidro, que ao ser encostada à membrana das células e realizando
uma pressão negativa, consegue sugar uma porção da membrana que se encontra agora isolada
electricamente (selada).
Conformações Patch-Clamp
Uma vez efectuado o contacto entre a pipeta e a célula, podem-se fazer diversos tipos de
estudos:
1 – On Cell – permite o estudo da parte extracelular dos canais, sem remover a porção da
membrana do contexto celular. Também se designa por “Cell atached”.
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2 – Inside-Out – permite o estudo da parte extracelular dos canais, mas fora do contexto
celular. Remove-se a porção de membrana ao puxar a pipeta, tendo este procedimento que ser
realizado num meio sem Ca2+, pois este ião permite a resselagem da membrana. Permite alterar o
meio extracelular e não influênica da célula.
3 – Whole Cell – após a interacção da pipeta com a célula, faz-se uma sucção, o que
provoca um rompimento da membrana plasmética, de tal modo que o líquido da pipeta altera a
composição do citoplasma, permitindo medir as alterações intracelulares dos canais, num contexto
celular. Neste caso está-se a medir as correntes iónicas da célula e não só de um canal.
4 – Outside-Out – se após o processo anterior, se puxar a pipeta, (num meio com Ca2+), a
a fracção de contacto separa-se da membrana e obtém-se um canal com a parte intracelular original
da membrana, virada para o interior da pipeta, e a parte extracelular original da membrana virada
para o meio extracelular. Assim é possível efectuar estudos sem a influência celular.
Uso de lipossomas
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Uso de Oócitos
Existem dois estados de corrente, o estado condutor em que o canal está aberto, e o estado
não condutor, em que o canal está fechado. Os canais ou conduzem corrente, ou então não
conduzem, sendo o estado intermediário indetectável. Por esta razão forma-se um plateu constante
durante o tempo em que o canal está aberto, ou fechado. Quer no estado condutor, quer no estado
não condutor, a corrente que passa por cada canal é constante.
Correntes positivas, que são as correntes de saída, e nas quais ocorre movimento do
catiões do citoplasma para o meio extracelular.
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É simples de compreender que, como o sensor está dentro da pipeta, se aumentarem cargas
positivas dentro desta (saída de catiões), então é registada uma corrente acima de zero. Estas
convenções de corrente servem quando se está a trabalhar em “cell-atached”.
Quando efectuamos um estudo por vezes podemos estar a excitar mais que um canal em
simultâneo. Na imagem vemos que por vezes, aparece o dobro da intensidade da corrente. Isto é
resultado da abertura de um segundo canal. Podemos ter dois canais, mas a probabilidade de
abertura dos dois em simultâneo é muito baixa, uma vez que a maior parte das vezes apenas vemos
uma intensidade de corrente.
𝐸 = 𝑅𝐼
pois I não nula quando E é nulo, sendo que só se verifica I=0 quando E é igual ao potencal de
equilíbrio.
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Mas com um canal não ohmico também podemos saber qual a condutância. Traçamos à
mesma um gráfico de I vs Em. A corrente corrente corresponde á deflecção do sinal (no pico
máximo). A condutância será o declive da recta no gráfico.
Ex:
Para valores acima do potencial de equilíbrio do K+, este ião flui do ponto onde a sua
concentração é maior (100mM) para onde esta é menor (5mM), o que é facilitado pela condutância
(elevada). Para valores abaixo de EK, ocore o opsto (a condutância é menor).
Para se saber qual a condutância, é necessário fazer uma outra experiência, em que as
concentrações do ião dentro e fora da célula sejam iguais, pois assim vamos obter um gráfico com
apenas um declive.
𝑅𝑇 𝑋𝑜
𝐸𝑋 = ln → 𝑋 𝑜 = 𝑋 𝑖 → 𝐸𝑋 = 0𝑚𝑉
𝐹 𝑋𝑖
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Para Em > 0, obtêm-se deflecções positivas (correntes de saída), e para Em < 0, aparecem
deflecções negativas (correntes de entrada).
Os canais são capazes de discriminar os iões que passam por eles. Esta discriminação pode
ser feita com base no tamanho do ião, ou no tamanho do transportador, sendo que a existência de
um transportador não é consistente com o grande fluxo de iões.
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Fases de Transporte
Por aqui se vê que quanto maior a perda das águas de hidratação, maior será a corrente que
passa pelo canal.
Determinação da Selectividade
Experiência Exemplo:
Canal de K+.
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Modelos Físicos
Transição Fechado-Aberto
k2
k1
k2 >> k1 k2 << k1
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Gating
As aberturas e fechos dos canais são controlados por estímulos específicos, existindo
diversos mecanismos que os regulam:
Pelo gráfico vê-se que quanto maior o estimulo, maior a probabilidade (Po) de o canal se
encontrar aberto. Os estímulos que aumentam esta probabilidade são por exemplo, a ligação de um
agonista, a fosforilação ou desfosforialação (que ocorre na maioria dos canais sensíveis à voltagem
(CSV)), estiramento da membrana e mudança de temperatura, entre outros.
Cineticamente temos:
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No entanto, os canais não possuem só estes dois estados, sendo que normalmente o que
ocorre é:
A probabilidade do canal passar de C2 para C1 é baixa, sendo que o canal passa mais tempo
no estado C2. No entanto, quando está no estado C1, a probabilidade de abrir é muito elevada. O
estado C2 pode ser considerado o estado inactivo ou dessensibilizado.
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Exemplos de canais:
Ligação de Ca2+
Existe uma grande diversidade de canais iónicos, todos eles têm diversas características
distintas como:
Número de subunidades;
Zonas responsáveis pela activação;
Zonas responsáveis pela inactivação;
Zonas de permeia de iões.
Estrutura tetramérica;
Estrutura pentamérica;
Estrutura Hexamérica.
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Canais Pentaméricos
São canais com 5 subunidades (por exemplo: receptor de glicina, do GABAa, receptor
nicotínico da Ach).
Pelo estudo de todas as subunidades, o que se verifica é que todas têm estrutura
semelhante, tendo no entanto actividades diferentes:
Estes anéis carregados negativamente atraem catiões, neste caso o Na+. O anel intermédio,
é o que mais contribui para a se selectividade do canal. Uma alteração num destes aminoácidos leva
a uma diminuição da condutância.
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Família de Receptores
Canais Tetraméricos
Exemplos de canais tetraméricos são os canais sensíveis à voltagem (Na+, K+, Ca2+), os
canais dos sinaptossomas dos cérebros de rato, e os canais do órgão eléctrico da lula.
Verifica-se que estes canais podem apresentar uma só subunidade (com vários domínios)
ou várias subunidades, apesar de existir sempre uma de maiores dimensões que delimita o poro.
Canal de Na+
Canal de Ca2+
Canal de K+
Sensor de Voltagem
É o segmento transmembranar S4. Este segmento tem ~19 aminoácidos, sendo que 4 a 6
destes estão carregados positivamente. Quando ocorre despolarização da membrana, a região
S4roda sobre si própria causando uma alteração conformacional que arrasta consigo as regiões S5 e
S6, afastando-as e abrindo o canal. O loop entre S5 e S6 funciona como um filtro de selectividade do
poro do canal.
Poro do Canal
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Filtro de Selectividade
Família de Canais
Canais Hexaméricos
Estrutura
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𝒅𝑵
𝑰𝒎 = 𝑰𝒄 + 𝑰𝒊 = 𝒄 + 𝑰𝒊
𝒅𝒕
Onde Ic é a corrente que flui no condensador, Ii é a corrente que flui pela resistência (nos canais
iónicos).
Contudo, nem sempre é útil a presença de Ic, que em principio é independente do canal
iónico. Assim recorre-se ao Voltage Clamp.
Voltage Clamp
Ex: Ocorre despolarização e há entrada de Na+. O aparelho (FBA) insere uma corrente negativa
pala contrapor a diferença entre o potencial inicial (potencial de Clamp) e o potencial que se gerou
devido à abertura dos canais.
São células capazes de gerar potenciais de acção (PA). O PA para se gerar o estímulo
recebido tem de levar a que o potencial de membrana (Em) ultrapasse o potencial limiar. O PA é
uma mudança no Em que se deve ao movimento de iões através de canais iónicos situados na
membrana. O PA á uma resposta tudo-ou-nada a um estímulo, ou seja, ou atinge o limiar e
desencadeia um PA que se propaga para a célula seguinte, ou então não atinge o limiar e nada
acontece.
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1 - Hiperpolarização
2 – Despolarização
Ocorre a activação de canais de Na+ assim que a corrente deflecte para baixo, e ocorre
activação dos canais de K+ no pico da corrente de entrada. Esta experiência mostra que os
mecanismos de permeabilidade aos dois iões são completamente distintos.
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Nos canais de K+, quando baixamos o potencial após uma despolarização, verificamos que
a sua condutância diminui exponencialmente. Isto deve-se ao facto de que o aumento da
condutância destes canais é sigmoidal, e como tal o decaimento será exponencial. Temos de ter em
atenção que o canal de K+ possui 4 gates de activação, que funcionan individualmente, estando o
canal activo apenas quando as 4 gates estão abertas, o que leva a que g aumente lentamente. No
entanto basta que uma gate se feche para que o canal fique inactivo, daí o decaimento exponêncial
de g.
NOTA:
Despolarização
Hiperpolarização
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As condutâncias dos canais de sódio e potássio são tanto maiores quanto maior for o
potencial de membrana (despolarização).
K+
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Na+
Para o Na+ há um fragmento de fora que funciona como gate de inactivação (h) e que
coloca o canal num estado refractário. As 3 partículas m são responsáveis pela abertura do canal, ou
seja, passagem do estado não permissivo ao estado permissivo que ocorre durante a despolarização.
Agora já se percebe porque é que o gNa aumenta mais rapidamente que o gK.
Como seria de esperar, existem correntes iniciais (correntes de gating) que ocorrem
imediatamente antes do aparecimento das correntes iónicas, pois abrem os canais, permitindo a
passagem dos iões. Estas correntes são bastante mais pequenas que as correntes iónicas e, por isso,
nem sempre são detectáveis. Estas correntes apresentam uma dependência da voltagem idêntica à
dependência da voltagem do canal, sendo que as correntes de gating mostram o deslocamento das
cargas positivas dos aminoácidos do segmento S4 na membrana plasmática, do folheto interno para
o folheto externo.
Podem ser criadas correntes de gating sem haver correntes iónicas, sendo que para que as
correntes de gating existam basta que um segmento S4 se movimente, enquanto para existir
corrente iónica, é necessário que se movam os 4 segmentos, ficando assim o poro disponível para a
passagem dos iões.
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Pronase – a administração intracelular de pronase vai fazer com que haja clivagem
enzimática da gate de inactivação, ocorrendo:
Doenças Genéticas
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Os canais de Na+ são muito selectivos para este ião, mas podem também ser atravessados
por H+, ou por Li+, ou ainda por hidroxilamina.
Toxinas α
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Toxinas β
Depois de o canal estar aberto, a toxina permite a entrada de Na+ mesmo quando já não há
despolarização. Estas toxinas actuam no lado extracelular e só se ligam depois de o canal estar
aberto, impedindo que este se feche por bloqueamento da gate de inactivação. Estas toxinas podem
levar a que os canais de Na+ se activem a partir do repouso, formando-se correntes de cauda.
Toxinas Lipossolúveis
Estas toxinas têm efeitos semelhantes às anteriores, mas como são lipossolúveis podem
actuar também no lado intracelular.
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Batracotoxina (BTX) – A BTX não provoca inactivação, mas sim uma alteração da
activação. Ocorre uma ligação irreversível da toxina ao canal.
O que ocorre:
Forma-se um novo estado chamado de O*, que é menos condutor, mas impossibilita a
inactivação.
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Não é necessário o canal estar aberta para a droga actuar, elas ligam-se junto do filtro de
selectividade. A ligação destas toxinas é diminuída por soluções ácidas, sendo que com a
despolarização este antagonista é diminuído devido ao pH baixo.
Estas toxinas bloqueiam o canal e quanto maior for a sua concentração, maior será o
bloqueio.
1 – Previnem a inactivação;
Toxina α (α-NaTx)
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Esta toxina está também presente no veneno do escorpião. A toxina β modifica a activação
dos canais de Na+, fazendo com que estes permaneçam abertos no potencial de repouso normal,
durante centenas de milissegundos. Esta toxina liga-se a um receptor distinto do da toxina α,
demoram alguns minutos a actuar e dissociam muito mais lentamente que a toxina α.
𝒓𝒎
𝝀 𝒓𝒊
𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 → 𝜽 ∝ =
𝝉 𝒓𝒎 𝒄𝒎
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Potenciais sub-estimulatórios
Nem sempre se detectam potenciais de acção, pois para tal é necessário que a membrana
seja despolarizada até um certo limite, ou seja, estes potenciais de membrana não geram um PA.
Potenciais electrotónicos
São potenciais que não chegam ao limiar, não causando assim o recrutamento de canais.
Hodgkin realizou uma experiência em que se hiperpolarizava ou despolarivaza a membrana até um
certo valor. Verificou-se que o decaimento do potencial de membrana não é instantâneo, mas que
demora um certo tempo (curva com forma exponencial).
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Registos Locais
Potenciais Multiplos
Tipos de fibras:
Canais de Ca2+
Até agora desprezou-se a contribuição dos canais de Ca2+ para a geração de um PA, mas
verificou-se que, em algumas células, mesmo na ausência de canais de Na+, existem PA, que são
criados pelo Ca2+. Contudo estes PA são diferentes dos de Na+. Os PA de Na+ duram cerca de 2 a
3ms (poupança de energia), enquanto os PA de Ca2+ duram entre 100 e 300ms. Este grande
aumento de tempo tem de ser assim pois o Ca2+ funciona como segundo mensageiro intracelular,
ou seja, o PA tem de durar o tempo suficiente para que haja aumento da concentração de cálcio
significativa no citoplasma.
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Este canal apresenta um poro semelhante ao do canal de sódio, sendo que este poro é
praticamente impermeável a catiões monovalentes. O poro possui um anel de selectividade com 4
glutamatos (1 para cada domínio de repetição). Este filtro de selectividade apresenta dois locais de
ligação para cálcio.
Se existir muito cálcio disponível, existe uma grande corrente de cálcio (os dois
locais estão preenchidos);
Se apenas um local é preenchido, não há influxo nem efluxo de Ca2+ (o cálcio liga-
se com alta afinidade aos glutamatos);
Se não existir Ca2+, o canal perde a selectividade e começa a permear outros iões.
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Dependente da voltagem;
Dependente de Ca2+.
Existe uma zona muito perto do terminal carboxílico que liga Ca2+. Existe uma outra zona
perto do domínio IV onde se liga a calmodulina. A calmodulina liga-se a este Ca2+ e bloqueia o
canal.
Este facto é comprovado pelas experiências em que, a injecção de Ca2+ intracelular provoca
inactivação, a injecção de EGTA e BAPTA (que são agentes quelantes) reduz a inactivação, a
substituição do ião Ca2+ pelo Ba2+ reduz a inactivação (o bário não se liga a CaM), a despolarização
para o ECa provoca inactivações insignificantes, uma vez que o Ca2+ não entra.
Existem dosi tipos de canais que abrem para Em diferentes. Os LVA (low voltage
activation) abrem ~-50mV, são também chamados de T. Os HVA (High voltage activation) abrem
para Em > 20mV, são também chamados de L.
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Curva de I vs E
EM SUMA
Os canais LVA activam a potenciais mais baixos (-50mV), criando uma corrente transitória.
Esta corrente faz aumentar o potencial, havendo uma despolarização que possibilita a activação dos
HVA. Os canais HVA têm uma condutância maior, possibilitando a formação de PA.
Esta é uma modulação directa e negativa, ou seja, a proteína liga-se ao canal e diminui a
corrente. As subunidades βγ da proteína G ligam-se num loop intracelular do canal, entre as
subunidades α1 e α2. Neste loop liga-se também a subunidade β do canal. Desta ligação resulta uma
maior demora na activação dos canais da família 2.
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Canais de K+
Existe uma enorme variedade de canais de K+, o que permite as diferenças na actividade
eléctrica das diferentes células. Os canais de K+ têm em comum o filtro de selectividade. A
diversidade destes canais é conseguida pois as 4 subunidades provêm de polipéptidos diferentes,
havendo várias possibiliades no agrupamento.
Correntes de K+ do Tipo A
Estes canais de K+ tipo A são diferentes são diferentes dos canais de K+ refractários
tardios.
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Quando a célula é despolarizada de -40mV para -5mV, aparece uma corrente que
corresponde à activação de canais de K+ rectificadores. Se despolarizarmos a membrana de -80mV
para -5mV, aparece uma nova corrente de activação muito rápida e transitória. Subtraindo as duas
curvas obtém-se a curva da corrente de canais do Tipo A.
Activação e Inactivação, e Em
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