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Ligação covalente II

Física e Química 10.º ano


Química
Ligação covalente II

Energia de ligação e comprimento de ligação

A energia de ligação é a energia necessária para quebrar uma ligação, ou


seja, a energia que se deve fornecer a dois átomos ligados para que a
energia do sistema seja nula.

A energia da ligação coincide com a energia libertada na formação da


ligação e, portanto, coincide com o simétrico da energia mínima do sistema
formado pelos dois átomos.
Ligação covalente II

Energia de ligação e comprimento de ligação

A quebra de ligação corresponde então à dissociação da molécula, ou seja,


à separação dos átomos ligados, como ilustra a representação simbólica
para o dinitrogénio, N2:
Ligação covalente II

O comprimento de ligação é a
distância internuclear de equilíbrio,
ou seja, a distância entre os núcleos
dos dois átomos ligados.

Trata-se de uma distância média, pois


os átomos ligados vibram Energia potencial em função da distância
1 internuclear.
continuamente.
Ligação covalente II

Para as moléculas de dinitrogénio,


N2, dioxigénio, O2, e diflúor, F2
podemos analisar o gráfico da
energia potencial em função da
distância internuclear.
Energia potencial em função da distância
1 internuclear.
Ligação covalente II

Molécu Energia da Comprimento


Tipo de ligação
la ligação / kJ mol -1 da ligação / pm
N2 945 110 Ligação covalente tripla
O2 498 121 Ligação covalente dupla

F2 Ligação covalente
157 143
simples

É necessária mais energia para quebrar a ligação N≡N em N2 do que a

ligação O=O em O2.


Ligação covalente II

Dizemos que a ligação em N2 é mais forte que em O2, e que a ligação em

F2 é a mais fraca.

Os valores de comprimento de ligação informam que as moléculas N2, O2 e

F2 estão dispostas por ordem crescente de distância internuclear de


equilíbrio.
Ligação covalente II

Maior energia de ligação ⇒ Ligação mais difícil de quebrar ⇒ Ligação


mais forte ⇒ Menor comprimento de Ligação

Entre átomos dos mesmos elementos, de modo geral:

― A energia de ligação aumenta e o comprimento de ligação diminui,


com o aumento do número de eletrões ligantes.
― A ligação é mais forte quanto maior for o número de eletrões ligantes.
― Para o mesmo número de eletrões ligantes, a força de uma mesma
ligação também depende da existência de outros átomos na
molécula.
Ligação covalente II

Geometria molecular

Para interpretar e prever a geometria das moléculas, usa-se a Teoria da


Repulsão de Pares Eletrónicos de Valência (TRPEV):

1) há repulsões entre todos os pares de eletrões de valência;


2) a disposição espacial dos átomos na molécula é a que minimiza as
repulsões entre os pares de eletrões de valência (ligantes e não
ligantes);
3) as posições relativas dos núcleos atómicos definem a geometria
molecular que corresponde à maior estabilidade da molécula.
Ligação covalente II

Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência (TRPEV):

As repulsões entre pares eletrónicos de valência são minimizadas, o


que aumenta a estabilidade e determina a geometria da molécula.

A disposição relativa dos átomos numa molécula é aquela que confere à


molécula a menor energia, isto é, a maior estabilidade.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Fórmula de estrutura

CO2 Linear

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões não ligantes no átomo central da molécula triatómica. A
geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares de eletrões de valência
chama-se linear.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

H2O Angular

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Existem dois pares de eletrões não ligantes no átomo central da molécula


triatómica. A geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares de
eletrões de valência chama-se geometria angular.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

BH3 Triangular plana

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões de valência não ligantes no átomo central


da molécula tetratómica. A geometria que minimiza as repulsões entre
todos os pares de eletrões de valência chama-se triangular plana.
Ligação covalente

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

NH3 Piramidal trigonal

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Existe um par de eletrões não ligantes no átomo central da molécula


tetratómica. A geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares
de eletrões de valência chama-se geometria piramidal trigonal.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

CH4 Tetraédric
a

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões de valência não ligantes no átomo central


da molécula pentatómica. A geometria que minimiza as repulsões entre
todos os pares de eletrões de valência chama-se geometria tetraédrica.
Ligação covalente II

O ângulo de ligação é o menor ângulo formado pelos segmentos de reta


que unem os núcleos de três átomos ligados.

Através deste ângulo pode concluir-se que o afastamento dos pares


eletrónicos de valência aumenta na sequência:

H2O (104,5°) NH3 (107,5°) CH4 (109,5°) BH3 (120°) CO2 (180°)

Os pares de eletrões não ligantes nos átomos centrais são determinantes na


definição da geometria molecular.
Ligação covalente II

Vejamos de forma mais pormenorizada o caso da molécula de água:

Pares não ligantes

Pares ligantes
2 Molécula de água.
Ligação covalente II

As repulsões são minimizadas, com ganho de estabilidade da molécula,


quando esta adquire uma geometria angular.

Como a repulsão entre pares não ligantes e ligantes é superior à repulsão


entre pares ligantes, então os átomos de hidrogénio aproximam-se mais do
que seria esperado numa disposição tetraédrica.
Ligação covalente II

Polaridade de moléculas e polaridade de ligações

Em moléculas diatómicas homonucleares (moléculas com dois átomos


iguais), como H2 ou N2, os átomos envolvidos na ligação são iguais, pelo que
os eletrões na molécula são igualmente partilhados por ambos os núcleos,
resultando numa distribuição simétrica da carga elétrica.
Ligação covalente II
Polaridade de moléculas e polaridade de ligações

3 Distribuição simétrica de carga em N2.

Moléculas como H2 ou N2 (moléculas diatómicas homonucleares), com


distribuição simétrica de carga elétrica, são moléculas apolares.
Ligação covalente II

Nas moléculas diatómicas heteronucleares (moléculas com dois átomos


diferentes), como HF e HCℓ, a partilha dos eletrões pelos dois núcleos é
desigual, o que origina uma distribuição assimétrica de carga elétrica.
Ligação covalente II

Em HF há uma maior densidade de carga negativa no átomo de flúor e


menor densidade de carga negativa no átomo de hidrogénio.

4 Distribuição assimétrica de carga em HF.

Moléculas como HF ou HCℓ, com distribuição assimétrica de carga elétrica,


são moléculas polares.
Ligação covalente II

Polaridade das moléculas:

― Molécula apolar: apresenta simetria na distribuição de carga elétrica.


Por exemplo, moléculas diatómicas homonucleares: F2 e N2.
― Molécula polar: apresenta assimetria na distribuição de carga
elétrica. Por exemplo, moléculas diatómicas heteronucleares: CO e
HBr.
Ligação covalente II

A análise dos mapas de potencial eletrostático, MPE, de uma molécula


também permite concluir sobre a polaridade das ligações entre quaisquer
dois átomos na molécula.

― Ligação covalente apolar – entre átomos do mesmo

elemento.

― Ligação covalente polar – entre átomos de elementos

diferentes.
Ligação covalente II
Representação
Fórmula de Ligações Ligações
Molécula da densidade
estrutura polares apolares
de carga

HCN Não há

C2H2

C2H4
Ligação covalente II

Uma molécula é polar ou apolar dependendo da distribuição global de carga


elétrica, a qual está relacionada com a polaridade das ligações presentes e
também com a geometria molecular.
Ligação covalente II

As moléculas H2O e NH3 são exemplos bem conhecidos de moléculas

polares, enquanto as moléculas CO2 e CH4 são exemplos bem conhecidos de


moléculas apolares.

Moléculas Moléculas
polares apolares

H2O NH3 CO2 CH4


Atividade
Para cada molécula indique a sua geometria e polaridade:
1. Metano, CH4.

2. Água, H2O.

3. Amoníaco, NH3.

Resolução:

1. Geometria tetraédrica, molécula apolar.


2. Geometria angular, molécula polar.
3. Geometria piramidal trigonal, molécula polar.

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