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Complexo Educativo Eduardo Gomes Miranda

Química, 11º Ano

Ligação Química
Ligação Covalente

Prof: José Augusto Alves


Ligação química
A ligação química é o que permite que:

Átmos se liguem a outros átomos:

Em moléculas;

Agregados de átomos;

Iões se liguem a outros iões;

Moléculas se organizem em estruturas maiores

São as interações eletrostáticas que definem quando é que uma ligação acontece, e
que tipo de ligação acontece.
Interações eletrostáticas
Numa ligação há um equílibrio entre diversas forças:

atrativas (entre cargas opostas) ⟶ entre núcleo e eletrão do átomo vizinho;

repulsivas (entre cargas iguais) ⟶ entre os eletrões;


⟶ entre os dois núcleos atómicos;

Quando as forças atrativas igualam as forças repulsivas é estabelecida uma ligação.


Tipos de Ligação química

Existem diversos tipos de ligação entre átomos e entre moléculas.

Ligações intramoleculares

 Ligação covalente;
 Ligação iónica;
 Ligação metálica.

Ligações intermoleculares
 Forças de van der Waals
 Ligações de hidrogénio
Ligação covalente

 estabelece-se entre átomos de elementos não metálicos;

 é caracterizada por uma partilha mútua de um ou mais pares de eletrões de


valência entre os átomos que constituem a molécula.

Partilha de eletrões
Ligação covalente

Variação da energia na formação da


Ligação covalente

Situação 1

 Dois átomos afastados um do outro

 Não interagem entre si

 A energia potencial é nula.


Ligação covalente

Variação da energia na formação da


Ligação covalente

Situação 2

 Predominância das forças atrativas

 A energia potencial diminui.


Ligação covalente

Variação da energia na formação da


Ligação covalente

Situação 3

 A ligação é estabelecida.

 Equilíbrio entre as forças atrativas e


repulsivas.

 A energia potencial é mínima.

 Estabilidade máxima.
Ligação covalente

Variação da energia na formação da


Ligação covalente

Situação 4

 Predominância das forças repulsivas.

 A energia potencial aumenta.

 Molécula instável.
Ligação covalente

Energia de ligação

Energia libertada na formação da ligação e é em


valor absoluto, igual a energia de dissociação
(energia absorvida na quebra dessa ligação)

Comprimento de ligação

Distância média entre os núcleos de dois átomos,


na posição de maior estabilidade.
Ligação covalente
Notação de Lewis

Em 1916, Gilbert Lewis propôs uma notação para simplificar a representação de


átomos e moléculas.

Os átomos são representados da seguinte forma:

 Coloca-se o símbolo químico do elemento.

 Representa-se os eletrões de valência à sua volta por


ponto (•) ou cruz (x)
Gilbert N. Lewis
𝟐 𝟐𝒔𝟐 𝟐𝒑𝟑 → 5 eletrões de valência
(1875-1946)
7 N - 𝟏𝒔
Ligação covalente
Notação de Lewis

Cada par de eletrões de valência pode ser representado por


um traço (–).
Ligação covalente

Regra do octeto

Os átomos têm tendência a adquirir, ceder ou partilhar eletrões de modo a ficarem


rodeados por 8 eletrões de valência

Há muitas exceções

 No caso do Hidrogénio: 2 eletrões

Nota: A regra do octeto só é válida para elementos do 2º período da Tabela


Periódica
Ligação covalente

Consoante o nº de pares de eletrões partilhados, a ligação covalente pode ser:

 Simples – partilha de 1 par de eletrões

 Dupla – partilha de 2 pares de eletrões

 Tripla – partilha de 3 pares de eletrões


Parâmetros da Ligação covalente

As ligações covalentes são caraterizadas por um certo conjunto de parâmetros: a


ordem de ligação, a energia de ligação, o comprimento de ligação e o ângulo de
ligação.
Ordem de ligação
Número de pares de eletrões partilhados pelos átomos que se ligam.

Tipo de ligação Ordem de ligação


simples 1
dupla 2
tripla 3
Parâmetros da Ligação covalente

Molécula Energia de ligação Comprimento de


(kJ/mol) ligação (pm)
𝐹2 158 142
𝑂2 496 Aumenta 121 Diminui

𝑁2 944 110

Maior ordem de ligação

Mais eletrões ligantes

Menor Comprimento de ligação

Maior Energia de ligação

Molécula mais estável (menos reativa)


Parâmetros da Ligação covalente

Em ligações diferentes com igual ordem de ligação:

Molécula Energia de ligação Comprimento de


(kJ/mol) ligação (pm)
HF 568 92
HBr 366 141

Maior raio (s) atomico (s)

Maior Comprimento de ligação

Menor Energia de ligação


Eletronegatividade
Define-se como medida endência de um átomo para atrair a si os electrões numa ligação.

A escala de eletronegatividade mais usada foi desenvolvida por Linus Pauling.

Linus Pauling
Variação da eletronegatividade
com número atómico
Moléculas polares e apolares
Dipolo e momento dipolar

Chama-se dipolo ao conjunto de duas cargas de igual módulo e sinais contrários,


q e –q, separadas por uma distância, r.

O dipolo é caraterizado por uma grandeza vectorial denominada momento dipolar, 𝛍.

𝝁=𝒒×𝒓 Exprime-se em Debye (D)


1D = 3,3 × 10−30 C m
Polaridade das ligações
Ligação covalente apolar

 Ocorre entre átomos de igual eletronegatividade;

 a partilha de eletrões é equitativa e a nuvem eletrónica é globalmente simétrica.

Ex: H2
Polaridade das ligações
Ligação covalente polar

 Ocorre entre átomos de diferentes eletronegatividades;

 os eletrões partilhados ficam mais tempo do lado do átomo do elemento mais


eletronegativo; a nuvem eletrónica é assimétrica.
Ex: HF
Polaridade das moléculas
Moléculas diatómicas Moléculas poliatómicas

 Homonucleares são apolares; A sua polaridade depende:

 Heteronucleares são polares.  Polaridade das ligações;


 Geometria molecular

Numa molécula, o vetor momento dipolar resultante, 𝛍𝐫 , é igual à soma vetorial dos momentos
dipolares componentes.
𝝁𝒓 = 𝝁𝟏 + 𝝁𝟐 + 𝝁𝟑 + ⋯
Se:
 𝜇𝑟 = 0 , a molécula é apolar

 𝜇𝑟 ≠ 0 , a molécula é polar
Polaridade das moléculas
Exemplos

 CO2 𝜇𝑟 = 0  molécula é apolar

 SO2 𝜇𝑟 ≠ 0  molécula é polar

 H2O 𝜇𝑟 ≠ 0  molécula é polar

 BCl3 𝜇𝑟 = 0  molécula é apolar


Geometria das moléculas

Arranjo tridimensional dos átomos numa molécula, que é determinado pela


orientação relativa das suas ligações covalentes.

Modelo das dos pares eletrónicos da camada de valência (RPECV)

Os pares eletrónicos da camada de valência se dipõem ao redor do átomo central


de modo a minimizarem as repulsões entre eles.
Geometria das moléculas

É conveniente dividir as moléculas em duas categorias:


 Moléculas cujo átomo central não tem pares não ligantes.
 Moléculas cujo átomo central tem pares não ligantes.

A geometria é determinada pelas repulsões entre os pares eletrões ligantes (PL) e


pares não-ligantes (PNL) que existem no átomo central da molécula

Intensidade das repulsões


PNL ↔ PNL > PNL ↔ PL > PL ↔ PL
Geometria das moléculas

Ângulo de ligação: menor ângulo formado entre duas ligações químicas, medido
apartir do centro do núcleo do átomocentral.

Na tabela que se segue os arranjos geométricos dos pares eletrónicos de algumas


moléculas:
A – representa o átomo central
B – representa um átomo ligado ao átomo central
E – representa um par não ligante
Geometria das moléculas

Pares Distribuição espacial mais Tipo de Geometria Exemplos


eletrónicos favorável dos pares eletrónicos molécula prevista

Linear
𝐵𝑒𝐶𝑙2 ; 𝐵𝑒𝐻2
2 AB2
𝐶𝑂2
Linear

Trigonal
plana
AB3 𝐵𝐹3 ; 𝐴𝑙𝐶𝑙3

Angular
AB2 E 𝑆𝑂2 ; 𝑂3
Trigonal plana
AB4 𝐶𝐻4 ; 𝐶𝐶𝑙4 ;

Tetraédrica

4 AB3 E Piramidal
𝑁𝐻3 ; 𝑁𝐹3;
Trigonal
𝑃𝐻3
Tetraédrica

Angular 𝐻2 𝑂;
AB2 E2
𝐻2 𝑆; 𝑂𝐹3

AB5 𝑃𝐹5 ; 𝑆𝑏𝐶𝑙5


Bipiramidal
5
Trigonal
Bipiramidal Em forma 𝐶𝑙𝐹3 ;
Trigonal de T
AB3 E2
Linear
𝑋𝑒𝐹2 ; I3-
AB2 E3

𝑆𝐹6 ; 𝑆𝑒𝐹6
AB6

Octaédrica
Piramidal
6 AB5 E quadrangular 𝐶𝑙𝐹5; 𝑋𝑒𝑂𝐹4

Octaédrica Quadrangular 𝑋𝑒𝐹4; ICl4-


plana
AB4 E2
Ligação covalente coordenada ou dativa

Ligação covalente entre dois átomos, no qual o par de eletrões partilhados provém
de um dos átomos que já está estável.

Ex: 𝑆𝑂2

Estrutura de Lewis Fórmula de estrutura


Estrutura de ressonância

Em certos casos, os eletrões da ligação não estão localizados exclusivamente entre


dois átomos.

Ex: a fórmula de estrutura para a molécula de ozono, O3, seria:

Mas o comprimento da ligação O-O é igual (128 pm) para as duas ligações, ou
seja, nenhuma das fórmulas de estrutura apresentadas é correcta.
Estrutura de ressonância

 A molécula é representada por todas as possíveis formas que obedecem à regra


do octeto.

 Cada uma dessas representações é denominada fórmula de ressonância da


molécula.

 A fórmula de estrutura do ozono pode, então, ser representada por duas formas
de ressonância, unidas pelo sinal ↔.

 Ao conjunto dessas fórmulas dá-se o nome de híbridos de ressonância.


Exceções à regra do Octeto
São principalmente 3:

1. Moléculas com número ímpar de eletrões; Ex: 𝐶𝑙𝑂2 ; N𝑂2 .

N - He 2s 2 2p3
7

8O - He 2s 2 2p4

Híbrido de ressonância
Exceções à regra do Octeto
São principalmente 3:

2. Moléculas com deficiência de eletrões; Ex: 𝐵𝐻3 ; 𝑁𝐻3 𝐵𝐹3 .

2 3
7 N - He 2s 2p

1H - 1s1

5B - He 2s 2 2p1

9F - He 2s 2 2p5
Exceções à regra do Octeto

São principalmente 3:

3. Moléculas com excesso de eletrões; Ex: PC𝑙5 , 𝑆𝐹6 .

15P - Ne 3s 2 3p3

F - He 2s 2 2p5
9

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