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CIÊNCIAS DOS

MATERIAIS
Professor Leandro Cardoso da Silva
2 LIGAÇÕES ATÔMICAS

Apresentação

As ligações fazem parte do entendimento do profissional introduzido no setor de


transformação, e a necessidade deste conhecimento está diretamente ligada ao
desenvolvimento de novos produtos, processos e pesquisas, que trarão o
desenvolvimento sustentável da empresa. Para entender sobre opções e fontes de
materiais é preciso compreender sobre ligações atômicas. É o que veremos nesta
unidade!

Bons estudos!

2.1 Estrutura Atômica: Forças e Ligações

As estruturas atômicas partem do conceito individual da estrutura interna dos átomos.


Para que consigamos compreender melhor esta estrutura, devemos imaginar a
estrutura interna atômica similar à estrutura dos planetas.

O estudo sobre a união dos átomos traz a compreensão sobre forças interatômicas e
propriedades dos materiais. Independentemente do segmento de atuação profissional,
existirá sempre a necessidade de compreender esta relação atômica.

O conceito aprendido durante nossa formação básica nas aulas de Ciências mostra o Sol
como núcleo no sistema planetário e os planetas ao seu redor. Notavelmente é possível
perceber, através da figura a seguir, que temos planetas mais próximos e planetas mais
distantes do Sol.

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Figura 2.1: Planetas ao redor do Sol

Podemos explorar esta analogia para explicar a estrutura atômica. A estrutura atômica
parte de um núcleo com prótons e nêutrons (neste caso, representado pelo Sol) que fica
rodeado de elétrons (neste caso, os planetas). A seguir, temos a figura que demonstra
como fica a analogia transposta para a estrutura atômica.

Figura 2.2: Estrutura Atômica

A tabela periódica fornece, para cada um dos elementos, dados como peso atômico,
símbolo e número atômico.

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Figura 2.3: Tabela periódica
Fonte: (CALLISTER et al., 2018)

Através da informação do número atômico de cada elemento obtido da tabela periódica


e do diagrama de Linus Pauling é possível determinar a distribuição de elétrons na
eletrosfera distribuída entre as sete camadas.

Figura 2.4: Demonstração de eletrosfera e suas camadas


Fonte: elaborada pelo autor.

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Através do diagrama de Linus Pauling é possível determinar a distribuição de elétrons
na eletrosfera distribuída entre as sete camadas.

Podemos observar na figura o exemplo do Carbono (C) localizado na tabela periódica e


sua distribuição de elétrons.

Figura 2.5: Distribuição de elétrons


Fonte: (adaptado de CALLISTER et al., 2018)

Saiba Mais

Estes cinco vídeos contribuirão para relembrar as aulas de Química do Ensino Médio,
priorizando o entendimento da estrutura química, geometria molecular e a distribuição
eletrônica através do diagrama de Linus Pauling. É importante notar a importância da
definição do átomo para compreensão da disciplina Ciência dos Materiais.

Química - Estrutura Atômica - Parte 1/4. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=n6RyHMAKBo0>. Acesso em: 21 mar. 2019.

Química - Estrutura Atômica - Parte 2/4. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=femXZofczw0>. Acesso em: 21 mar. 2019.

Química - Estrutura Atômica - Parte - 3/4. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=3nsyQ2NUVl4>. Acesso em: 21 mar. 2019.
Química - Estrutura Atômica - Parte 4/4: Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=9d7MSz3cdCM>. Acesso em: 21 mar. 2019.
Distribuição eletrônica. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=H8Z3PuPbiB8>. Acesso em: 21 mar. 2019.

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2.2 Ligações Interatômicas Primárias

As ligações interatômicas primárias são divididas em três tipos:

 Ligações iônicas
 Ligações covalentes
 Ligações metálicas

Recomendamos a leitura das páginas 30 a 35 da seguinte obra:

CALLISTER Jr., W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais: uma


introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 30-35. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521632375/cfi/6/26!/4/186/
4/2@0:0>. Acesso em: 21 mar. 2019.

2.2.1 Ligações Iônicas

As ligações, em geral, definem-se por somas e subtrações de elétrons no seu


compartilhamento. Nesta interação entre átomos (neste caso em específico, entre um
metal e um ametal, ou entre um metal e um hidrogênio) percebe-se que a participação
dos elementos metálicos em sua interação atômica é imperativa.

Os átomos metálicos têm por característica perderem elétrons de valência para


comporem as últimas camadas dos ametais. Um exemplo clássico utilizado pelas
literaturas para exemplificar esta situação é o famoso sal de cozinha (Cloreto de sódio –
NaCl).

Se notarmos o Sódio (Na) na tabela periódica, veremos que seu número atômico é 11, e
o Cloro (Cl) tem número atômico 17. Através da distribuição eletrônica, o Sódio tem
apenas 1 elétron na última camada de valência; ao reagir com o Cloro (Cl), que tem 5
elétrons na última camada de valência, o Sódio certamente doará este elétron. Assim,
ambos irão modificar suas estruturas inicias, pois após a doação de elétron, o Sódio (Na)
ficará com 6 elétrons na última camada de valência, e o Cloro (Cl) passará a ficar com 6

6
elétrons na última camada de valência, promovendo o equilíbrio químico da ligação
iônica.

Figura 2.6: Exemplo de ligações iônicas


Fonte: (adaptado CALLISTER et al., 2018)

Com a perda de elétron do Sódio (Na) para o Cloro (Cl), a nova distribuição eletrônica
passa a ser como demonstrado a seguir:

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Figura 2.7: Exemplo de distribuição de elétrons após ligação iônica
Fonte: elaborada pelo autor.

Saiba Mais

Este vídeo compartilha de forma prática e direta o conceito das ligações iônicas.

Ligações Químicas: A Ligação Iônica. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=JJt2UEBSvlw&t=43s>. Acesso em: 21 mar. 2019.

2.2.2 Ligações Covalentes

As ligações covalentes trazem uma particularidade em relação à eletronegatividade


entre alguns materiais. Esses materiais ficam próximos na tabela periódica e, diferente
das ligações iônicas, não doam elétrons para buscar estabilidade na última camada de
valência, pelo contrário, eles compartilham os elétrons para estabilizar a última camada.

Como exemplo, podemos utilizar o Gás Hidrogênio (H) que, na tabela periódica,
apresenta como número atômico 1. Para obtermos o produto H2, precisamos de duas
moléculas de Hidrogênio; quando fazemos esta combinação, os átomos compartilham
seus elétrons, conforme demonstrado a seguir.

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Figura 2.8: Exemplo de ligações covalentes
Fonte: (adaptado CALLISTER et al., 2018)

Saiba Mais

Este vídeo compartilha de forma pratica e direta o conceito das ligações covalentes.

Ligações Químicas: A Ligação Covalente. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=3jYy4XhtpxU>. Acesso em: 21 mar. 2019.

2.2.3 Ligações Metálicas

As ligações metálicas concentram-se somente em materiais e ligas metálicas. Para


entendê-las, no passado, foi proposto um modelo que se caracteriza por chuva ou
nuvem de elétrons.

Os elétrons de valência não ficam ligados a nenhum outro átomo; de certa forma, estão
livres sobre o sólido, podendo se movimentar simultaneamente. Já os elétrons que não
são de valência são chamados de núcleo iônico, são carregados positivamente e ficam
espalhados entre os elétrons de valência, como demonstrado na figura a seguir:

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Figura 2.9: Exemplo de ligação metálica
Fonte: (adaptado CALLISTER et al., 2018)

Os metais são excelentes condutores de calor e eletricidade, e a razão que os fazem


obter esta característica é justamente os elétrons de valência espalhados sobre o sólido.
Outras características, como ductibilidade e resistência à fratura, estão relacionados e
podem ser explicados através das ligações metálicas.

Saiba Mais

Este vídeo compartilha de forma prática e direta o conceito das ligações metálicas.

Ligação Metálica. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xb07lIWFnuE>.


Acesso em: 21 mar. 2019.

2.3 Ligações Secundárias (Van der Waals)

Caracterizadas por serem ligações fracas, as ligações secundárias ou de Van der Waals
são ligações existentes entre os átomos devido à existência das ligações primárias
(ligações fortes). As ligações secundárias (ligações fracas) passam a ser imperceptíveis
quando ligadas ionicamente ou covalentemente.

Essa ligação acontece através de dipolos atômicos ou moleculares. Devido à atração


sofrida pelas extremidades positivas e negativas do dipolo e do dipolo adjacente, ocorre
a ligação secundária ou de Van der Waals.

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Figura 2.10: Exemplo de ligações secundárias
Fonte: (adaptado CALLISTER et al., 2018)

Essas ligações podem ser separadas de três formas:

 Ligações de Dipolo Induzido Flutuantes


 Ligações entre Moléculas Polares e Dipolos Induzidos
 Ligações de Dipolos Permanentes

Recomendamos os seguintes vídeos, que tratam sobre os três tipos de ligações


intermoleculares:

Aqui, é explicado sobre ligações fracas ou ligações secundárias de Van der Waals:

Ligações Químicas: Forças Intermoleculares (1/2). Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=yJN6a_mPe6A>. Acesso em: 21 mar. 2019.

Aqui é explicado sobre dipolos permanentes:

Ligações Químicas: Forças Intermoleculares (2/2). Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=Cl7Su7PesCE>. Acesso em: 21 mar. 2019.

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Saiba Mais

Neste vídeo, veremos um experimento que exemplifica a ligação secundária ou


intermolecular. Ele utiliza água e álcool, e a marcação da quantidade utilizada torna-se
fundamental para a percepção do experimento. O importante é notar que a atração dos
dipolos positivos com os negativos de ambos os compostos será a reação que nos trará
o entendimento sobre a teoria.

Experiência, ligações intermoleculares. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=gQIwuZ-gzEo>. Acesso em: 21 mar. 2019.

Conclusão

Para entendermos a estrutura dos materiais são imperativos o entendimento e a


compreensão sobre as ligações atômicas. Isso contribuirá futuramente para a pesquisa
de novos materiais, o desenvolvimento de novos produtos, a resolução de problemas
existentes e, principalmente, para a proposição de soluções sustentáveis de consumo
para o mundo.

As ligações trazem os conceitos de Química do ciclo básico, demonstrando a importância


das ligações primárias e secundárias. Isso tem implicação direta na compreensão
atômica de funcionamento dos materiais, como por exemplo a família dos metais que,
devido as suas ligações metálicas, desenvolvem propriedades de interesse, tais como
boa condutividade, resistência à fadiga, ductibilidade, entre outros.

Referências Bibliográficas

CALLISTER Jr., W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais: uma


introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

SHACKELFORD, J. F. Ciências dos materiais. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2011.

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