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MATERIAIS
Professor Leandro Cardoso da Silva
3 ESTRUTURA CRISTALINA
Apresentação
Você verá que certas propriedades que determinam a utilização e escolha de materiais
para determinadas aplicações, como deformação plástica e deformação elástica, são
constituídas a partir da estrutura destes materiais.
Bons estudos!
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Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado (CCC)
Estrutura Cristalina Célula Cúbica Simples (CS)
Estrutura Cristalina Hexagonal Compacta (HC)
A Estrutura Cristalina Cúbica de Faces Centradas, também conhecida pelas suas inicias -
CFC, tem a sua geometria em formato de cubo e seus átomos ficam localizados nos
vértices e no centro das faces do cubo.
A seguir, temos a figura que ilustra essa estrutura. É importante olharmos para esta
figura como se todas as faces do cubo fossem rígidas e construídas com vidro
transparente; isso certamente facilitará a identificação e localização dos átomos na
Estrutura Cristalina Cúbica de Face Centrada.
𝑁𝑓 𝑁𝑣 6 8
𝑁 = 𝑁𝑖 + + = 1+ + =𝟒
2 8 2 8
3
Onde:
Ni = Número de átomos no interior da célula
Nf = Número de átomos nas faces da célula
Nv = Número de átomos nos vértices da célula
𝑎 = 2. 𝑅. √2
Onde:
a = Comprimento da aresta
R = Raio atômico
4
Fator de Empacotamento Atômico:
4
𝑉𝑒 4. 3 . 𝜋. 𝑅³
𝐹𝐸𝐴 = = = 𝟎, 𝟕𝟒
𝑉𝑐 16. 𝑅³. √2
Onde:
R = raio atômico
4
Ve = Volume do átomo (𝑁(𝑛° 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠). 3 . 𝜋. 𝑅³)
A Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado, também conhecida pelas suas iniciais -
CCC, assemelha-se em sua estrutura com a Estrutura Cristalina CFC, por ter átomos em
todos os vértices do cubo, com a diferença de ter um único átomo localizado no centro
do cubo. Conforme figura a seguir é possível notar a distribuição dos átomos para a
Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado.
Figura 3.3: Para a Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado: (a) representação da célula
unitária por meio de esferas rígidas, (b) célula unitária segundo esferas reduzidas e (c) agregado
de muitos átomos
Fonte: (CALLISTER et al., 2018)
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Para calcularmos o número de átomos:
𝑁𝑓 𝑁𝑣 8
𝑁 = 𝑁𝑖 + + = 1+0+ =𝟐
2 8 8
Onde:
4. 𝑅
𝑎=
√3
Onde:
a = Comprimento da aresta
R = Raio atômico
4. 𝑅 𝟔𝟒. 𝑹³
𝑉𝑐 = 𝑎³ = ( )³ =
√3 𝟑. √𝟑
Onde:
a = Comprimento da aresta
R = Raio atômico
4
𝑉𝑒 2. 3 . 𝜋. 𝑅³
𝐹𝐸𝐴 = = = 𝟎, 𝟔𝟖
𝑉𝑐 64. 𝑅³
3. √3
6
Onde:
R = Raio atômico
4
Ve = Volume do átomo (𝑁(𝑛° 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠). 3 . 𝜋. 𝑅³).
A Célula Cúbica Simples é formada por quatro átomos distribuídos nas arestas dos
vértices do cubo.
𝑁𝑓 𝑁𝑣 8
𝑁 = 𝑁𝑖 + + = 0+0+ =𝟏
2 8 8
Onde:
7
Para definirmos o comprimento da aresta do cubo, utilizamos a seguinte fórmula:
𝑎 = 2. 𝑅
Onde:
a = Comprimento da aresta
R = Raio atômico
𝑉𝑐 = 𝑎³ = (2. 𝑅)³ = 𝟖. 𝑹³
Onde:
a = Comprimento da aresta
R = Raio atômico
4
𝑉𝑒 1. 3 . 𝜋. 𝑅³
𝐹𝐸𝐴 = = = 𝟎, 𝟓𝟐
𝑉𝑐 8. 𝑅³
Onde:
R = Raio atômico
4
Ve = Volume do átomo (𝑁(𝑛° 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠). 3 . 𝜋. 𝑅³)
8
átomos na parte superior e inferior, tendo um átomo central em cada uma de suas faces.
A figura a seguir ilustra a sua forma geométrica e a distribuição dos átomos.
Figura 3.5: Para a estrutura cristalina hexagonal compacta: (a) célula unitária com esferas
reduzidas (a e c representam os comprimentos das arestas menor e maior, respectivamente) e
(b) agregado de muitos átomos
Fonte: (CALLISTER et al., 2018)
𝑁𝑓 𝑁𝑣 2 12
𝑁 = 𝑁𝑖 + + = 3+ + =𝟔
2 6 2 6
Onde:
𝑉𝑐 = 𝑎³ = 𝟐𝟒. 𝑹³. √𝟐
9
Onde:
a = Comprimento da aresta
R = Raio atômico
4
𝑉𝑒 6. 3 . 𝜋. 𝑅³
𝐹𝐸𝐴 = = = 𝟎, 𝟕𝟒
𝑉𝑐 24. 𝑅³. √2
Onde:
R = Raio atômico
4
Ve = Volume do átomo (𝑁(𝑛° 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠). 3 . 𝜋. 𝑅³)
Saiba mais
A massa especifica é a razão entre a massa de uma de uma substância e o volume por
ela ocupado.
Definindo a razão entre a massa e o volume de uma substância, podemos afirmar que,
após o conhecimento sobre estruturas cristalinas, é possível calcular a sua massa
especifica teórica. A seguir é demonstrada a fórmula que compreende este cálculo:
𝑛. 𝐴
𝜌=
𝑉𝑐. 𝑁𝑎
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Onde:
A = Peso atômico
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Podemos afirmar, por exemplo, que o Ferro (Fe), entre aproximadamente 273°C e
912°C, possui Estrutura Cristalina CCC; entre aproximadamente 912°C e 1394°C, possui
Estrutura Cristalina CFC e, entre 1394°C e 1539°C, ele volta a ter Estrutura Cristalina CCC.
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Saiba Mais
Este vídeo trará uma revisão sobre Estruturas Cristalinas CFC, CCC, CS e HC, com
exemplos ilustrados pelo autor. Bons estudos!
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CALLISTER Jr., W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais: uma
introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 58-71. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521632375/cfi/6/28!/4/206/
2/4@0:0>. Acesso em: 21 mar. 2019.
Saiba Mais
Neste vídeo teremos a visão detalhada e bem explicada sobre Pontos, Direções e Planos
Cristalográficos, baseados na teoria clássica apresentada nos livros de ciências dos
materiais.
De acordo com Callister (2018), algumas vezes é necessário especificar uma posição na
rede cristalina dentro de uma célula unitária. Isso é possível usando três índices de
coordenadas de pontos: q, r e s. Esses índices são múltiplos fracionários dos
comprimentos da aresta da célula unitária a, b e c, isto é, q é algum comprimento
fracionário de a ao longo do eixo x, r é algum comprimento fracionário de b ao longo do
eixo y e, de maneira semelhante, para s; ou:
Para que possamos entender melhor, a figura a seguir demonstra a célula unitária com
o sistema de coordenadas x, y e z, demonstrando o sistema de coordenadas localizado
no vértice da célula unitária, partindo do ponto P.
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Figura 3.9: Maneira segundo a qual são determinadas as coordenadas q, r e s do ponto P no
interior da célula unitária. A coordenada q (que é uma fração) corresponde à distância qa ao
longo do eixo x, para a qual a é o comprimento da aresta da célula unitária. As respectivas
coordenadas r e s para os eixos y e z são determinadas de maneira semelhante.
Fonte: (CALLISTER et al., 2018)
Saiba Mais
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A densidade linear pode ser definida pelo número de átomos por unidade de
comprimento, levando em conta o vetor direção para uma determinada direção
cristalográfica.
Não muito diferente, a densidade planar é definida pelo número de átomos por unidade
de área que estão centrados sobre um plano cristalográfico particular.
Conclusão
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Podemos perceber que, através da aplicação de temperatura, temos diferentes
estruturas cristalinas, que resultam em diferentes propriedades dos materiais.
Ao imergirmos no mundo das estruturas partimos das coordenadas nos planos para
aprendermos a dimensionar a posição dos átomos de acordo com a estrutura cristalina
a ser dimensionada.
Referências Bibliográficas
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