Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

DETERMINAÇÃO DO RAIO ATÔMICO

Marcelo Pereira Brasil 202623


Yasmin Marino 207319

Química Geral Experimental - turma F

Campinas
5 de abril de 2018
2

1. Introdução

A parte externa dos átomos é constituída por nuvens de elétrons, sendo que os
limites das nuvens são pouco nítidos. Portanto, é extremamente complexo determinar
onde termina um átomo1.

Apesar disso, é possível determinar a distância entre os núcleos de dois átomos, a


partir de medidas com raios X em cristais. A metade da distância entre os núcleos de dois
átomos vizinhos chama-se raio atômico.

O cristal de um elemento é construído a partir de propriedades estruturais que se


repetem continuamente, as quais podem ser átomos ou moléculas, por exemplo. A “rede
cristalina” é o padrão formado pelos pontos e é usada para representar as posições destes
elementos estruturais que se repetem2. A estrutura cristalina dos metais não é limitada
pela ligação metálica, então não existem restrições quanto ao número de e posições dos
“vizinhos” mais próximos. Portanto, a estrutura cristalina dos metais tem geralmente um
número grande de “vizinhos” e alto empacotamento atômico. As estruturas cristalinas
mais comuns em metais são: sistema cúbico simples (CS), sistema cúbico de face centrada
(CFC) e sistema cúbico de corpo centrado (CCC).

Cela unitária do cristal corresponde a uma região imaginária de lados paralelos, a


qual possibilita que o cristal todo possa ser reconstruído, onde as celas unitárias geradas
encaixam-se perfeitamente, sem excluir qualquer espaço. A cela unitária representa a
simetria de cada estrutura cristalina3.

Deste modo, é importante ter em mente que conhecer o raio atômico de qualquer
elemento permite a compreensão de diversas outras propriedades, como a descrição das
estruturas dos sólidos, estruturas cristalinas, redes e células unitárias, além da
determinação de conceitos e teorias, fundamentais no dia a dia do experimentador.

2. Objetivos

Determinar o raio atômico de sólidos cristalinos de ferro (Fe), alumínio (Al) e


cobre (Cu) a partir de suas respectivas massas e volumes, usando relações geométricas e
estequiométricas no retículo cristalino do sólido.
3

3. Desenvolvimento

- Materiais
• Proveta;
• Pisseta;
• Pipeta de Pasteur;
• Balança analítica;
• 3 barras de ferro;
• 3 barras de alumínio;
• 8 barras de cobre e
• Água destilada.

- Metodologia
Todas as barras de ferro e alumínio foram pesadas em três replicatas e a partir dos
dados obtidos, a média de peso de cada metal foi calculada.
O peso do cobre foi obtido através da média de três replicatas, onde em cada uma,
foram pesadas quatro barras do metal, formando dois conjuntos de barras de cobre.
Posteriormente, os volumes de cada barra dos metais ferro e alumínio foram
determinados em três replicatas, através da diferença entre um volume de 4 mL de água
destilada (volume inicial) contido na proveta e o volume final, quando inserida a barra. O
volume do cobre foi obtido através da mesma sistemática, porém foram utilizadas quatro
barras do metal por replicata.
3.1. Determinação da densidade
Após determinados o peso e o volume dos metais, a densidade foi calculada para
cada replicata a média da densidade de cada metal foi encontrada, da seguinte forma:

D=M onde, D = densidade (g/mL)


V M = massa (g)
V = volume (mL)
Cálculo da densidade para cada barra de ferro e alumínio e para os conjuntos de barras de
cobre.

X = ∑Dr_ onde, Dr = densidade de cada replicata


nº r nºr = número de replicatas
Cálculo da média da densidade de cada metal.

3.2.Cálculo do volume molar


Em seguida, o volume molar (Vm) foi calculado, usando a seguinte equação:
Vm= MM onde, MM = massa molar
D D = densidade
Cálculo do volume molar do metal.
4

Assumindo que não há espaço vazio entre as esferas (átomos), foi calculado o
volume de um único átomo, através da divisão do volume molar (Vm) pela constante de
Avogadro:
Va= __Vm___ onde, Va= volume de um único átomo
6,02x1023
Cálculo do volume de um único átomo.

Através da pressuposição de que os átomos são esferas, pôde-se calcular o raio


atômico (R) a partir da equação para determinação do volume da esfera. O resultado foi
convertido para outra unidade de medida: Å (Angstrom).

3 3𝑉
R= √
4𝜋
Equação para a determinação do volume da esfera.

100 Cm ----- 1 M

1 M ---------- 10-10 Å

Conversão de Cm para Å.

3.3. Determinação do número de átomos em cada cela do sistema cúbico


O número de átomos em cada cela unitária dos sistemas cúbicos: simples, corpo
centrado e face centrada foi determinado através da análise trigonométrica das estruturas
de cada sistema:
Sistema Cúbico Relação
Simples Há 8 átomos nos vértices e somente 1/8 de
cada átomo está dentro do cubo cela.
Face Centrada Cada cela unitária possui 4 átomos, sendo 8
dos vértices compartilhados com mais 7
outras celas
6 das faces compartilhados com outra cela.
Corpo Centrado Cada cela unitária possui 2 átomos, sendo 8
dos vértices compartilhados com mais 7
outras células
1 átomo do centro.

3.4. Cálculo do número de celas unitárias por mol de substância para cada tipo
de cela
Para calcular o número de celas unitárias por mol, a constante de Avogadro foi
divida pelo número de átomos presentes em cada sistema cúbico:
5

Nº C.U./mol =_____6,023x10-23______
nº átomos em cada sistema
Cálculo do número de celas unitárias por mol de substância.

3.5. Cálculo do volume de cada cela unitária

Utilizando o volume molar já calculado e o número de átomos em cada tipo de


cela, foi possível encontrar o volume de cada cela unitária, através da seguinte equação:
V.C.U. = _VM__ onde, V.C.U. = volume de cada cela unitária
nº C.U. VM = volume molar
nº C.U. = número de celas unitárias
Cálculo do volume molar de cada cela unitária.

3.6. Cálculo da aresta do cubo


A aresta do cubo foi definida através da seguinte equação:
3
A= √𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 onde, A= aresta do cubo

Cálculo da aresta do cubo.

3.7. Relações trigonométricas que permitiram obter o raio atômico através da


aresta

Para determinar o raio atômico a partir da aresta, foram utilizadas diferentes


relações trigonométricas, referentes a cada tipo de sistema cúbico:

• Cúbico simples: R= A onde, A= aresta


2 R= raio

• Cúbico de face centrada: R2= A2 onde, A= aresta


8 R= raio

• Cúbico de corpo centrado: 2


R= A√3 onde, A= aresta
4 R= raio

3.8. Determinação do sistema cúbico ao qual pertence cada metal


A partir dos dados obtidos, a determinação do sistema cúbico de cada metal se deu
na comparação dos valores encontrados com os valores de referência.
6

4. Resultados

Todos os dados experimentais obtidos foram dispostos nas tabelas abaixo e partir
deles, o tipo de sistema cúbico ao qual pertence cada metal pôde ser determinado.

Tabela 1. Densidades e volumes de cada metal.


Amostra M n metal Volume Volume Volume Densidade Volume Média
metal mol inicial final metal metal molar Volume
(g) proveta proveta (mL) (g/mL) metal molar
(mL) (mL) (mL/mol) (Cm3/mol)
1 28,008 4 7,5 3,5 8,002 6,979
Fe 2 28,04 4 7,5 3,5 8,011 6,971 6,997
3 27,762 4 7,3 3,5 7,932 7,040
1 9,948 6,02x10-23 4 7,6 3,6 2,763 9,771
Al 2 9,951 4 7,6 3,6 2,764 9,768 9,995
3 9,935 4 7,8 3,8 2,614 10,328
1 14,336 4 5,6 1,6 8,960 7,092 7,273
Cu 2 17,902 4 6,1 2,1 8,524 7,455

Tabela 2. Aresta, raio atômico e sistema cúbico de cada metal.


Sistema Número Volume da Aresta do Relação Raio atômico Raio
Cúbico de cela cubo aresta/raio experimental atômico SC
(SC) átomos unitária (pm) atômico (Å) referencial
por cela - (pm3) (Å)
SC
CS 1 1,162x107 2,2650 x102 R=A/2 1,13
Fe CFC 4 4,650 x107 3,5959 x102 R2=A2/8 1,27 1,26 CCC
2
CCC 2 2,324 x107 2,8537 x102 R=(A √3)/4 1,24
CS 1 1,652 x107 2,5468x102 R=A/2 1,27
Al CFC 4 6,612 x10 7
4,0436 x10 2 2
R =A /8 2
1,43 1,43 CFC
2
CCC 2 3,305 x107 3,2091 x102 R=(A √3)/4 1,39
CS 1 1,237 x107 2,3127 x102 R=A/2 1,16
Cu CFC 4 4,953 x10 7
3,6724 x10 2 2
R =A /8 2
1,29 1,28 CFC
2
CCC 2 2,475 x107 3,0165 x102 R=(A √3)/4 1,31

É impossível dispor ou ordenar um conjunto de esferas em um espaço


tridimensional sem que existam espaços vazios entre elas. Quando os espaços vazios
existentes entre os átomos são considerados, os raios atômicos dos metais determinados
7

experimentalmente são mais precisos e concretos em comparação com os valores de


referência.

5. Conclusão

A partir de toda a experimentação, foi possível determinar o raio atômico de


cada metal e inferir a qual sistema cúbico cada um deles é pertencente:

• Ferro: Sistema cúbico de corpo centrado;


• Alumínio: Sistema cúbico de face centrada e
• Cobre: Sistema cúbico de face centrada.

6. Referências

1 - Kotz, J., Treichel, P. M., & Weaver, G. (2014). Química Geral e Reações Químicas - Volume
1. São Paulo: Cengage Learning.

2 - Shriver, D., Atkins, P., Overton, T., Rourke, J., Weller, M., & Armstrong, F. (2008). Química
Inorgânica 4ª Edição. Porto Alegre : Bookman.

3 - Atkins, P., & Jones, L. (2011). Princípios de Química. Fortaleza : Bookman.

Você também pode gostar