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NUTRIGENOMICA
PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS
Proteína = Macromoléculas mais abundantes
Presentes em todas as células e em todas as suas partes
Construídas a partir de aminoácidos, os quais também agem como precursores de
muitas coenzimas, hormônios, ácidos nucleicos, entre outras moléculas essenciais para
o metabolismo celular.
Quase 50% do conteúdo proteico total do ser humano está presente em apenas quatro
proteínas (miosina, actina, colágeno e hemoglobina)
1g de nitrogênio de proteína = 6,25g de proteínas
AMINOÁCIDOS
Mais de 300 na natureza
Somente 20 são comumente encontrados como constituintes das proteínas
Cada aminoácido, com excessão da prolina, possui grupo carboxila
Em proteínas, quase todos esses grupos carboxila e amino combinam-se por ligação
peptídica e não estão disponíveis para reação química (exceto para a formação de
pontes de hidrogênio).
FUNÇÕES DA PROTEÍNAS
Motora
Enzimas
Anticorpos
Transporte
Reserva
Nucleoproteínas
Principal componente estrutural e funcional de todas as células do organismo
Muitos hormônios e uma parte das membranas celulares também são proteínas
DIGESTÃO DE PROTEÍNAS
Inicia-se no estômago com a ação da enzima pepsina
A atividade da pepsina termina quando o conteúdo gástrico se mistura com o suco
pancreático no intestino delgado
O quimo no intestino estimula a liberação de secretina e colecistocina que acarretam a
secreção de bicabornato e de enzimas pelo pâncreas
ABSORÇÃO DE AMINOÁCIDOS, DIPEPTIDEOS E TRIPEPTIDEOS
Produtos finais da digestão de proteínas da dieta:
o 40% aminoácidos livres
o 60% pequenos peptídeos —> aminoácidos livres + dipepidideos + tripepidideos
Aminoácidos livres liberados pela digestão no trato gastrintestinal ou na membrana
luminal são absorvidos via sistemas de transporte específicos para aminoácidos livres
Dipeptídios e tripeptídios podem ser absorvidos intactos pelo intestino delgado, sendo
clivados por peptidases intracitoplasmáticas (dipeptidases e tripeptidases) de
enterócitos.
Peptídios com quatro ou mais aminoácidos necessitam ser hidrolisados pela
membrana luminal previamente ao processo de absorção de seus produtos
hidrolisados.
Alguns aminoácidos são absorvidos por mecanismos mediados por carreadores em um
processo dependente de sódio (Na+), sendo a transferência do Na+ para o
compartimento extracelular caracterizada como um transporte ativo secundário.
Outros aminoácidos e alguns daqueles absorvidos por transporte ativo podem também
ser absorvidos por difusão facilitada, que não necessita de Na+.
Mecanismos independentes de Na+: responsáveis pelo transporte de aminoacidos a
partir da célula para a circulação sanguínea
Mecanismos dependentes de Na+: papel relevante no fornecimento de aminoacidos
para as células intestinais (caminho inverso)
Transportadores de aminoacidos
o PepT-1: principal rota de absorção, mecanismo de transporte ativo, presente na
membrana lumial
o Transportador de peptídeos: transporte facilitado, presente na membrana
basolateral
SÍNTESE PROTEICA
A síntese proteica é o processo pelo qual as células produzem proteínas com base nas
informações contidas no DNA. Esse processo ocorre em duas etapas principais:
transcrição e tradução.
1. Transcrição:
o Acontece no núcleo da célula em eucariotos.
o A enzima RNA polimerase liga-se ao DNA no local chamado promotor.
o A RNA polimerase "lê" o DNA e sintetiza uma molécula de RNA mensageiro
(mRNA) complementar ao DNA.
o O mRNA carrega as informações genéticas para a síntese da proteína.
2. Tradução:
o Ocorre no citoplasma da célula.
o O mRNA é traduzido em aminoácidos, as unidades básicas das proteínas.
o O ribossomo "lê" o mRNA em grupos de três bases chamados códons
o Os tRNAs transportam os aminoácidos correspondentes aos códons.
o Os aminoácidos são unidos em uma sequência específica, formando a proteína.
EXERCÍCIO FÍSICO
O exercício físico impacta o metabolismo proteico muscular, com a intensidade e
duração do exercício desempenhando um papel crucial.
A resposta metabólica varia conforme o tipo e a intensidade do exercício, adaptando-
se ao nível de treinamento do indivíduo.
No contexto da hipertrofia muscular, a intensidade do exercício de força é
fundamental, mas exercícios extremamente intensos podem prejudicar a hipertrofia.
Após o exercício de força, a degradação proteica nos músculos envolvidos permanece
elevada por até 24 horas, enquanto a síntese proteica muscular permanece elevada
por até 24 a 36 horas em indivíduos treinados e até 48 horas em não treinados.
o Isso ressalta a importância do período de recuperação entre as sessões de
treinamento, pois protocolos sem tempo adequado de recuperação podem
prejudicar a hipertrofia muscular.
Para maximizar o ganho de massa muscular, é essencial otimizar fatores que estimulem
a síntese proteica e reduzam a degradação proteica.
Vários fatores, como tipo, intensidade, frequência e duração do exercício, além de
fatores hormonais e dieta, influenciam as respostas metabólicas ao exercício.
Embora se acredite que suplementos nutricionais possam beneficiar a hipertrofia
muscular, a evidência científica é limitada.
Hormônios como insulina e testosterona desempenham papéis importantes na
regulação da síntese e degradação proteica muscular.
A ingestão de aminoácidos com carboidratos após o exercício pode aumentar
temporariamente a síntese proteica.
o No entanto, os efeitos a longo prazo dessas respostas transitórias ainda não estão
completamente esclarecidos em relação ao ganho de massa muscular.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Durante o exercício, o músculo esquelético é capaz de oxidar vários aminoácidos,
incluindo aminoácidos de cadeia ramificada (ACR), glutamato, aspartato e asparagina.
No entanto, quando um indivíduo está alimentado e possui estoques normais de
glicogênio muscular e hepático, o exercício geralmente resulta em apenas um pequeno
aumento na utilização de aminoácidos como fonte de energia.
Embora teoricamente a ingestão de aminoácidos possa oferecer benefícios
ergogênicos, como melhorar o desempenho esportivo, não há muitas evidências
científicas que recomendem a suplementação com aminoácidos, como os ACR, para
combater a fadiga durante o exercício prolongado.
Além disso, a suplementação com glutamina, apesar de estimular a síntese de
glicogênio muscular, não parece fornecer benefícios adicionais quando adicionada a
suplementos contendo carboidratos em comparação com a ingestão isolada de
carboidratos.
Em resumo, embora o exercício físico aumente a necessidade de ingestão de proteínas,
a suplementação com aminoácidos específicos como ACR e glutamina não parece ser
amplamente recomendada para melhorar o desempenho ou a recuperação em atletas.
Mais pesquisas são necessárias para entender completamente os efeitos da
suplementação de aminoácidos durante o exercício.