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FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE FORTALEZA

FAMETRO
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DISCIPLINA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

INTRODUÇÃO AS BIOMOLÉCULAS: BIOENERGÉTICA

PROFESSOR: ANTONIO KLINGEM LEITE DE FREITAS

FORTALEZA
2015
NUTRIENTES

✦ Carboidratos
✦ Proteínas macronutrientes
ENERGIA
✦ Lipídios

✦ Vitaminas
REGULAÇÃO
✦ Minerais micronutrientes METABÓLICA
✦ Água
MECANISMOS DE RESSÍNTESE DE ATP
X VIAS METABÓLICAS

MECANISMO VIA(S) METABÓLICA(S)

Sistema anaeróbio alático ATP-CP

Sistema anaeróbio lático Glicólise (anaeróbia)

Sistema aeróbio Glicólise (aeróbia)


Beta-oxidação
Deaminação
Ciclo de Krebs
Fosforilação oxidativa
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Utilização dos Sistemas de
Acordo com a Duração do Exercício

(CURI E PROCÓPIO, 2011)


CARBOIDRATOS
CARBOIDRATOS

Átomos de C, H, O
 4,0 kcal/g
 Simples
 Complexos

SIMPLES
Monossacarídeos - 1 único açúcar por molécula
Dissacarídeos - 2 açúcares por molécula

COMPLEXOS
Oligossacarídeos – 3 a 10 açúcares
Polissacarídeos - Moléculas complexas, com inúmeros açúcares,
resultado da condensação de um grande número de
monossacarídeos
CARBOIDRATOS

SIMPLES
Monossacarídeos - glicose (é a forma de açúcar que circula no
sangue), frutose (açúcar das frutas), galactose (parte da
lactose, açúcar do leite)
Dissacarídeos - sacarose (açúcar da cana ou beterraba),
maltose (açúcar do malte e cevada), lactose (açúcar do leite) .

DISSACARÍDEOS
Formados por 2 monossacarídeos
Maltose = glicose + glicose
Sacarose = glicose + frutose
Lactose = glicose + galactose
CARBOIDRATOS

COMPLEXOS

Oligossacarídeos: Maltodextrina – produto intermediário da


quebra do amido, abundante em suplementos nutricionais.

Polissacarídeos: glicogênio (forma sob a qual a glicose se


armazena no organismo), amido (principal produto de reserva
vegetal - cereais, sementes, raízes, tubérculos, frutos, caules,
folhas dos vegetais ex: mandioca, batata doce,...)
Armazenamento:
Reino vegetal – Amido
Reino animal – Glicogênio

Funções:
•Produção de energia
• Manutenção da integridade do SNC
• Metabolismo normal das gorduras
• Preservação das proteínas
ENERGIA - CARBOIDRATOS

 Glicogênio Muscular
(300 a 400 g)

 Glicogênio Hepático

(80 a 90 g)

 Glicose Sangüínea

(5 a 10 g)
REGULAÇÃO DOS
ESTOQUES DE
GLICOGÊNIO MUSCULAR
E HEPÁTICO
GLICOGÊNIO MUSCULAR

O estoque é destinado para o fornecimento de energia pra célula


muscular.
 Toda glicose que entra na célula muscular permanece para fins
de armazenamento e geração de energia

 Durante o esforço esses estoques são solicitados


principalmente em alta intensidade

 Estímulos hormonais (secreção de glucagon, adrenalina e GH)


promovem a glicogenólise – hidrólise do glicogênio a glicose-1-
fosfato e depois a glicose-6-fosfato

 Glicose-6-fosfato inicia a via glicolítica


GLICOGÊNIO HEPÁTICO

Lançar glicose na circulação – manutenção da glicemia

 Este fato se deve à glicose-6-fosfatase (enzima


exclusivamente hepática

 Enquanto a glicose se mantém fosforilada, não é


reconhecida pelos transportadores celulares e não
consegue chegar à corrente sanguínea

 O hepatócito converte a glicose-6-fosfato, produto da


glicogenólise, em glicose livre e assim consegue transportá-
la para o meio extracelular (corrente sanguínea)
GLICOGÊNIO MUSCULAR

DURAÇÃO
TIPO DE
EXERCÍCIO INTENSIDADE

Período de Recuperação: 24 a 72 h

Ressíntese do Glicogênio Muscular

Dieta Gliconeogênese
Grande reserva de Pequena reserva de
glicogênio glicogênio
ATIVIDADES DE ALTA INTENSIDADE
Formação de ácido lático, devido à alta demanda energética
associada a uma baixa produção de ATP

 O piruvato necessita entrar na mitocôndria por transporte


ativo para promover maior produção de energia. A limitação de
ATPs provoca acúmulo de piruvato no citoplasma.

 O ácido lático, em indivíduos treinados, devido às adaptações


do treinamento, é exportado do músculo e captado pelo fígado
para ser convertido em glicose.

 Dessa forma o indivíduo é capaz de sustentar o exercício por


mais tempo – menor acúmulo de ácido lático e maior oferta de
energia
ATIVIDADES PROLONGADAS

Utiliza outros substratos e não só a glicose

 A velocidade de produção de ATPs no exercício aeróbio, é


cerca de 4x menor, quando comparada ao anaeróbio. Contudo,
este se restringe somente ao citoplasma e dura apenas alguns
minutos.
Os lipídeos são classificados:
• Simples
• Ácidos Graxos
• Triglicérides (ou triacilgliceróis)

• Compostos (ligados a compostos não lipídicos)


• Lipoproteínas (HDL, LDL, VLDL, Quilomícrons)

• Derivados
• Colesterol
• Hormônios esteroides
Triglicerídeos

Funções:

• Reserva energética (+eficiente)


• Isolante térmico (panículo adiposo)
• Proteção contra choques
mecânicos
• Veículo para absorção
de vitaminas
Triglicerídeos

Exemplos: óleos e gorduras


glicerol + 3 moléculas de ácidos graxos = triglicerídio
PROTEÍNAS
Átomos de C, H, O, N - 4,0 kcal/g

 As proteínas são formadas por aminoácidos que se juntam por


meio de ligações peptídica.
 Os aminoácidos podem ser classificados em essenciais (que devem
ser obtidos pela alimentação, pois o organismo não produz) ou não-
essenciais (são formados no organismo).

AMINOÁCIDOS

Essenciais: Triptofano, lisina, treonina,


valina, leucina, isoleucina, fenilalanina,
metionina e histidina
Não essenciais: Glicina, alanina, cisteína,
tirosina, prolina, glutamato, arginina,
serina, asparagina, glutamina, aspartato
Os alimentos com quantidades adequadas dos nove
aminoácidos essenciais responsáveis pela vida, são chamados
de proteínas completas ou de alto valor biológico, enquanto os
que apresentam deficiência de um ou mais aminoácidos
essenciais são chamados de proteínas incompletas ou de
baixo valor biológico.
Aminoácidos

• Um aminoácido é uma molécula orgânica formada por


átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

• Alguns aminoácidos também podem conter enxofre.

• Os aminoácidos são divididos em quatro partes: o grupo


amina (NH2), grupo ácido carboxílico (COOH), hidrogênio,
carbono alfa (todos os diferentes grupos se ligam a ele) e
um substituinte característico de cada aminoácido (radical).
Aminoácidos

Esquema da estrutura química básica de um aminoácido


Funções das proteínas

• Sem as proteínas, a vida na Terra não brotaria. Elas


desempenham diversas funções nos mais variados
ambientes vivos.

– Catalítica: acelera as reações.


Ex.: amilase (hidrolisa o amido).

– Transportadora: transporta diversos componentes.


Ex.: Hemoglobina (transporta O2) pelo sangue.
Funções das proteínas
– Reserva: guardam e contêm aminoácidos essenciais
para o desenvolvimento dos animais.
Ex.: caseína (leite de vaca) e albumina (ovos de aves).

– Contração: promovem os movimentos de estruturas


celulares, músculos.
Ex.: actina e miosina.

– Reguladora/ hormonal: atuam como mensageiras


químicas.
Ex.: insulina (“guarda a glicose”), adrenalina.
Funções das proteínas
– Estrutural: participam na composição de várias
estruturas do organismo, sustentando e promovendo
rigidez.
Ex.: colágeno, elastina.

– Defesa e proteção: promovem a defesa do organismo


contra microrganismos e substâncias estranhas.
Ex.: imunoglobulinas (anticorpos).

– Genética: atuam se envolvendo com os ácidos nucleicos


para dar conformação.
Ex.: nucleoproteínas.
PROTEÍNAS E EXERCÍCIO

 Não é considerada fonte de energia


importante durante o exercício

 Entretanto, sob certas condições ela pode


representar uma fonte significativa de energia

 5% do custo energético total da atividade


PROTEÍNAS E EXERCÍCIO

 Endurance prolongado - a proteína pode


contribuir com até 15% do custo energético total

 À medida que o atleta esgota os estoques de


carboidratos, o organismo cataboliza algumas de
suas proteínas para produzir energia

 A magnitude da sua contribuição depende de


fatores, como: intensidade e duração do exercício e
disponibilidade substratos
Contribuição dos Nutrientes
no Metabolismo Energético
CICLO DA ALANINA

 A alanina liberada pelos músculos ativos é transportada até o


fígado, onde é desaminada (processo onde se retira da molécula o
nitrogênio, restando o esqueleto de carbono). O esqueleto de
carbono restante é transformado em glicose e a seguir, é lançado
no sangue e transportado até os músculos ativos.

 Os fragmentos de carbono provenientes dos aminoácidos que


formam a alanina podem ser oxidados, a seguir, para a obtenção
de energia dentro da célula muscular específica.
CICLO DA ALANINA

 Após 4 horas de exercício contínuo, a produção hepática de


glicose derivada da alanina pode ser responsável por 45% da
glicose total liberada pelo fígado. A energia derivada desse ciclo
pode atender de 10 a 15% da necessidade total do exercício.
Durante exercícios intensos:

 Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) são os mais utilizados pelos


músculos para a produção de energia

 Alanina e glutamina são utilizados pelo fígado para a produção de


glicose

 Glutamina: importante para sistema imune, e substrato para células


intestinais.
A liberação de alanina é reduzida à proporção que os
estoques de glicogênio são debilitados.

Glutamina: aa mais abundante.


Durante primeiros minutos de exercício a [ ]
plasmática se eleva e intramuscular mantém, mas
com a continuidade do exercício há redução de
10 a 15%.

.
Todos esses processos ocorrem paralelamente à
diminuição do conteúdo de glicogênio muscular.

A diminuição da [ ] de glicogênio muscular leva à


redução de intermediários do ciclo de Krebs durante
o exercício, diminuindo assim a oxidação de AGL,
podendo levar a fadiga.

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