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Produzido por: Cristiano Rafael Pinno


Orientação: Fernando Jaime González

Diagramação e arte: Suzana Klein

Edição: 2020

Caderno Didático de
Educação Física

Escola:
Nome:
Ano: Turma: Ano:
SUMÁRIO

APRESENTANDO ................................................................03
INTRODUÇÃO.......................................................................04

Unidade Didática 1:
GINÁSTICA DE CONDICIONAMENTO FÍSICO..........06
Exercícío Físico de Promoção da Saúde .................................06
O que acontece com o corpo logo depois da prática de
Esportes ....................................................................................09

Unidade Didática 2:
CONTROLE DA INTENSIDADE DO TREINAMENTO.16
Frequência Cardíaca.................................................................16

Unidade Didática 3:
ESPORTES DE REDE..........................................................24
Voleibol......................................................................................24
Sistemas de jogo........................................................................28

Unidade Didática 4:
DANÇA DE SALÃO...............................................................32
Dnças Gaúchas.........................................................................33

Unidade Didática 5:
ESPORTES DE CAMPO E TACO.......................................39

Unidade Didática 6:
GINÁSTICA DE CONCIENTIZAÇÃO CORPORA...........44
IOGA..........................................................................................44
TAI CHI CHUAN.......................................................................47

Unidade Didática 7:
BASQUETEBOl.....................................................................50
APRESENTANDO
A Coleção Cadernos Didáticos de Educação Física representa uma conquista
muito importante para minha prática pedagógica neste componente curricular.
Representou uma oportunidade de ressignificar o ensino da Educação Física e
possibilitar aos estudantes melhores espaços de discussão e compreensão dos te-
mas da cultura corporal de movimento. Esta necessidade foi, ao longo dos anos,
influenciada pelos desafios encontrados na prática do “ser” professor, entretanto,
também possui raízes nos preceitos estabelecidos pelo movimento renovador ini-
ciado em meados da década 1980.
Paulo Ghiraldelli Júnior (1988), Lino Castellani Filho (1988), Mauro Betti
(1991), Valter Bracht (1992), Elenor Kunz (2001), Coletivo de Autores (2009), en-
tre outros, delinearam uma concepção em que os saberes das práticas corporais
também precisam ser desconstruídos, contextualizados, problematizados e siste-
matizados. Esta perspectiva toma como fundamental que a disciplina Educação
Física também se engaje na tarefa escolar de possibilitar que o aluno desenvolva o
pensamento crítico, não se limitando a propiciar apenas a prática de um conjunto
específico de modalidades esportivas e/ou atividades recreativas.
Estes instrumentos permitiram aprimorar o processo de ensino dos conteúdos
em minhas aulas possibilitando uma tematização das práticas corporais funda-
mentadas na concepção da Escola Republicana e contextualizadas ao ambiente
sócio-histórico-cultural em que atuei neste período. Por isso, cabe ao professor
que fizer uso desta coleção, num primeiro momento, realizar as adequações ao
seu projeto pedagógico e num segundo momento, mediar a relação que alunos e
alunas estabelecerão com esses materiais.
Construídos ao longo dos últimos anos, a partir de minha prática pedagógica,
os Cadernos Didáticos de Educação Física foram aperfeiçoados a partir do Mes-
trado Profissional em Educação Física em Rede Nacional – ProEF e constituem
produtos do estudo intitulado “PARA EXPLICAR AS COISAS”: as representa-
ções dos alunos do ensino fundamental II quanto ao uso dos cadernos didáticos
de Educação Física.
A elaboração respeitou os documentos legais que orientam as organizações
curriculares, por isso, os Cadernos Didáticos de Educação Física seguem as orien-
tações do Referencial Curricular Municipal. Este é estruturado a partir do Refe-
rencial Curricular Gaúcho que, por sua vez, é norteado pela Base Nacional Co-
mum Curricular.
Destaco que nas mãos de professores capacitados qualquer material didá-
tico, seja ele livro, apostila, material audiovisual, cone ou bola funciona como
instrumento parceiro do projeto pedagógico. Do contrário, provavelmente, estes
mesmos materiais não comprometerão, mas também, não promoverão as apren-
dizagens que se espera do projeto de Educação Física iniciado pelo Movimento
Renovador.
Certo de estar contribuindo com o reconhecimento da Educação Física en-
quanto componente curricular engajado num projeto político e pedagógico, dese-
jo aos docentes que fizerem uso destes materiais, muito sucesso na formação de
sujeitos críticos, capacitados a intervir na sociedade, que façam uso do seu papel
de cidadãos por um mundo sem desigualdades, mais cooperativo e colaborativo,
sustentável, que reconheça a pluralidade e que respeite as diferenças.
INTRODUÇÃO

Queridos alunos e alunas, a Coleção Cadernos Didáticos de Educação Física


surgiu da necessidade de possibilitar, a vocês estudantes, um material capaz de
oferecer subsídios para a aprendizagem, reconhecendo a importância da siste-
matização dos conhecimentos vinculados aos temas da Cultura Corporal de Mo-
vimento. Os assuntos incluídos neste volume foram cuidadosamente pensados a
partir do referencial curricular do município de Coronel Barros. Este é norteado
pelo Referencial Curricular Gaúcho que, por sua vez, é estruturado a partir da
Base Nacional Comum Curricular.
Os Cadernos estão organizados em capítulos que correspondem às unidades
didáticas a serem desenvolvidas ao longo do período letivo. Cada um dos volumes
foi produzido a fim de contemplar os principais aspectos de cada um dos períodos
escolares. Seja no 6º, no 7º, no 8º ou no 9º ano do Ensino Fundamental, você terá
um material de apoio ao principal objeto de interesse desta disciplina, o estudo
do corpo em movimento e seu contexto social, histórico e cultural.
Para isso os Cadernos Didáticos de Educação Física contam com textos in-
formativos acompanhados de imagens, esquemas, tabelas que visam favorecer a
compreensão dos temas estudados. Também estão incluídos questionários para
reflexão sobre as temáticas, questões de estudo e atividades complementares para
obter o máximo de aproveitamento de nossas aulas.
Em alguns momentos são propostos estudos complementares a partir da indi-
cação de links de pesquisa, textos digitais, filmes, entre outras tantas possibilida-
des de auxílio à reflexão e compreensão dos conteúdos contemplados.
A sequência de trabalho das unidades didáticas não é cronológica, podendo o
professor alternar a ordem dos temas de acordo com a necessidade e do projeto
coletivo da escola.
A forma de utilização destes materiais também dependerá da metodologia es-
colhida pelo professor que será dependente dos objetivos de cada aula, dos mate-
riais e espaços disponíveis além, obviamente, do clima.
Entendendo os Cadernos Didáticos de Educação Física como um valioso par-
ceiro no ensino do Componente Curricular, espero que vocês, alunos e alunas,
aproveitem ao máximo cada elemento contido aqui.
Unidade Didática

Exercício Físico e
Promoção da Saúde

05
Unidade Didática 1:
GINÁSTICA DE CONDICIONAMENTO FÍSICO

EXERCÍCIO FÍSICO E PROMOÇÃO DA SAÚDE

Ao longo da história a atividade


física sempre esteve presente na ro-
tina da humanidade sempre associa-
do a um estilo de época, a caça dos
homens das cavernas para a sobre-
vivência, os Gregos e suas práticas
desportivas na busca de um corpo
perfeito ou de cunho militar como o
exemplo na formação das legiões romanas com suas longas marcha e treinos, mas
essa relação entre a atividade física e o homem em sua rotina diária parece ter
diminuído gradativamente ao longo de nossa evolução.
A tecnologia e o progresso trouxeram facilidades, isso é inquestionável, mas
junto incrementaram as doenças silenciosas formando uma epidemia que se es-
tabelece sem maiores sintomas em suas primeiras fases e vão gradativamente se
desenvolvendo ao longo dos anos, identificadas como: Doenças Crônicos Degene-
rativas, que tem sua origem em uma série de fatores como: a predisposição gené-
tica, influência do meio externo e hábitos de vida e nesse último o nosso destaque
ao grau de atividade física praticado.
Mas apesar dessa fórmula milagrosa que
é a atividade física estar presente em qua-
se todos os meios de comunicação, cada
vez mais a população apresenta problemas
relacionados com a falta de exercícios. A
desculpa mais frequente é a falta de tem-
po ou falta de condições para prática que é
agravada pela economia de movimentos em
nossa rotina, como a comodidades do con-
trole remoto, telefone celular, elevadores e
escadas rolantes sem falar nas horas diárias
dedicadas a televisão ou ao computador e
infelizmente parece ser um fenômeno de di-
mensões mundial, pois uma das doenças associadas à falta de exercícios como a
obesidade tem prevalência em quase todo planeta.
Para ressaltar o papel da atividade física basta comparar uma pessoa ativa fi-
sicamente de 60 anos com um inativo de mesma idade, quando comparados a
diferença em termos de qualidade de vida é que o ativo provavelmente terá maior
mobilidade, autonomia e manutenção de valências físicas como força muscular,
flexibilidade e capacidade aeróbia, tão importante em sua vida diária. (...)
Fonte: Publicado no dia 12/09/2009 com o(s) assunto(s) Atividade Física, Educação Física,
Qualidade de Vida, Saúde Prof. Fausto Arantes Porto (www.saudeemmovimento.com.br).

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Responda para reflexão.

1. O que podemos perceber se analisarmos a atividade física ao longo da histó-


ria?

2. O estilo de vida atual pode ser responsabilizado pelo quê?

3. Segundo o texto, quais são benefícios da pratica regular de atividade física?

4. A afirmativa é verdadeira? Justifique.


“Para se obter os benefícios da atividade física, são necessários níveis altos de
prática física.”

5. O que tem acontecido com as pessoas que vivem nas áreas urbanas?

6. Quem são os sujeitos mais propensos ao sedentarismo?

7. Quando o sedentarismo acontece?

07
8. A atividade física deve ser praticada de que forma?

9. Complete a cruzadinha.
(a) Uma das capacidades físicas adquiridas também através da atividade físi-
ca.
(b) Falta de atividade física suficiente que pode afetar a saúde das pessoas.
(c) Trouxe facilidades para a vida humana
(d) Doença metabólica, crônica degenerativa, caracterizada por um aumento
anormal do açúcar no sangue
(e) Objetivo da atividade física do homem primitivo.
Disponível em: http://profmargi.blogspot.com.br/2010/05/qualidade-de-vida-e-saude.
html. Acesso em 02/04/2012.

Para Relembrar:

ATIVIDADE FÍSICA:
Qualquer movimento produzido pelos
músculos esqueléticos que resulte em um
gasto de energia física acima do basal.
EXERCÍCIO FÍSICO (TREINAMENTO):
Atividade física realizada de forma pla-
nejada e sistemática, de frequência e inten-
sidade definidas, com o objetivo de melho-
rar ou manter a condição física.
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Pesquisa
Exercício físico x Patologias
• Diabetes
• Hipertensão
• Depressão
• Osteoporose
• Obesidade
1. O que é? Quais as suas características?
2. O que causa essa doença?
3. Como prevenir?
4. Quais são as consequências para pessoas portadoras dessa pato-
logia?
5. Existe tratamento? Quais?
6. Quais exercícios físicos são indicados para pessoas com esta pa-
tologia? Por quê?
7. Quais exercícios físicos não são indicados para pessoas com esta
patologia? Por quê?
Após a organização dos dados coletados em um texto com formato
científico, monte uma apresentação utilizando cartaz informando as
principais informações da pesquisa.

Patologia escolhida: ______________________.

O que acontece com o corpo logo


depois da prática de Esportes

Durante os 30 minutos posterio-


res, aumenta a sensação de relaxa-
mento, muda o funcionamento do
pâncreas e cresce a capacidade de
atenção
Ao se exercitar, o cérebro come-
ça a trabalhar, produzindo milhares
de reações químicas. A atividade
produz não apenas queima de gor-
Mayte Martinez/ 25 JAN 2015 - 14:11 CET dura e aumento da musculatura,
mas também ajuda todo o processo de atenção e concentração, que se prolonga
além do tempo em que estamos treinando. Uma atividade física habitual conse-
gue, além de diminuir o peso e manter um corpo bonito, melhorar a qualidade de
vida, o bem-estar e a saúde. Entre os muitos estudos que comprovam isso, apre-
sentamos um dos últimos.
Cristian García, diretor técnico das academias BodyOn, assegura: “A ativação
muscular ativa uma fábrica química de substâncias ativas, altamente eficazes,
ajudando a reduzir o nível de gordura, ao mesmo tempo em que melhora o de-
senvolvimento muscular e aumenta o rendimento corporal.
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AtuA também no sistema vascular, com uma maior irrigação sanguínea, o
que garante um coração saudável.” Segundo a Sociedade Espanhola de Cardio-
logia, durante este lapso de tempo, o coração bate mais depressa e produz uma
vasodilatação dos capilares, aumentando a quantidade de sangue em movimen-
to e fortalecendo o músculo cardíaco. Ángel Merchán, diretor de Homewelness,
afirma: “As mudanças produzidas nos
momentos posteriores à prática es-
portiva são provocadas pela produção
de uma série de hormônios, como a
testosterona, a adrenalina, o cortisol
e as endorfinas.” Como isso se traduz
na prática: estes químicos produzirão
um estado transitório de relaxamento,
que pode durar várias horas, segundo
a intensidade do treinamento. Estes
efeitos, efêmeros, perduram no tempo
à medida que se aumenta a frequência
do esporte. Ao relaxamento dos pri-
meiros 30 minutos, podemos acres-
centar rapidez mental, necessidade de
açúcar, queima de calorias e sensação
de bem-estar.
“No princípio, quando
começamos a realizar um
programa de exercícios, me-
dindo bem a intensidade,
o efeito é mais curto, mas
à medida que o corpo vai
gerando adaptações com o
ritmo dos treinamentos, as
sensações e o bem-estar ge-
ral são duradouros e passam
a ser nosso estado de ânimo
habitual, quer dizer, o cor-
po se adapta a esses níveis
de hormônios [podendo in-
clusive afetar a genética, se-
gundo a revista New Scien-
tist]. O ponto central é que a
intensidade dever ser corre-
ta, com progressão, porque
o que hoje é muito inten-
so, em duas semanas não é
mais, e devemos aumentar
o nível”, acrescenta Ángel
Merchán.

1. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/12/ciencia/1421053333_022190.html.


Acesso em: 07 ago. 2018.
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A pergunta pertinente é: se o bem-estar aumenta com os esportes, desaparece
o estresse? Resposta de um personal trainer: “O exercício ajuda a combater as
respostas hormonais e sintomas de ansiedade, mas, claro, não resolve o foco de
estresse se for provocado por outros problemas.”

Estudar após um jogo de futebol?


Não é má ideia, porque os esportes que requerem tomada de
decisões elevam a capacidade de atenção
Por outro lado, os esportes ou exercícios que exigem a tomada de decisões
sobre colocação, velocidade, postura de diferentes partes do corpo, respiração e
ritmo, exigem níveis altos de atenção que estimulam estas qualidades, podendo
ser transferidas para outras atividades cotidianas que também exijam certa me-
ditação. Estudar depois de uma partida de futebol? Não é má ideia. Além disso,
como comenta Cristian García, continuamos queimando calorias depois da ativi-
dade: “Especialmente com o eletroestímulo, pois o que fazemos é romper fibras
musculares de forma controlada e é no dia seguinte que o corpo começa a absor-
ver o treinamento que foi realizado: queimando gordura, regenerando fibras...”.
Mas também com outras disciplinas, já que, como conta Merchán, o metabolismo
continua acelerado até sua recuperação. “Aqui não falamos de 30 minutos, mas
de até 48 horas”, conclui.
Para finalizar, a prática
esportiva faz com que os
músculos queimem uma
quantidade maior de açú-
car procedente do sangue.
O pâncreas precisa pro-
duzir menos insulina para
manter o nível glicêmico
sob controle, produzindo
risco menor de sofrer de
diabetes. As investigações
sugerem que modelos de
treinamento de alta inten-
sidade e força têm um im-
pacto positivo no equilíbrio da insulina durante os 30 minutos posteriores à ati-
vidade. Em um estudo de 2007 da Universidade de Michigan, ficou comprovado
que uma única sessão de cárdio melhora a sensibilidade à insulina.
Mas entre todos estes benefícios, também há consequências não tão deseja-
das, como a desidratação. “Por isso, é conveniente repor todos estes líquidos até
duas horas depois do final da atividade. E levar em conta também a perda de
sais minerais, que devem ser repostos, assim como os eletrólitos que gastamos
[com bebidas ricas em sódio]”, acrescenta Juan Carlos López, diretor de fitness
do Palacio de Hielo Holmes Place Spain. A saturação de ácido lático no sangue
e o esgotamento das reservas energéticas são solucionados com uma volta pau-
sada à calma e com o consumo de carboidratos, segundo o mesmo especialista.
Assim, se você acaba de voltar de sua sessão de corrida, deite no sofá, desfrute do
momento de relax criado por seus hormônios e coma uma banana, aveia ou uns
biscoitos integrais. A ducha pode esperar.
11
2. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro092.pdf>. Acesso em:26
mar. 2019.

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SAÚDE
“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença.”

QUALIDADE DE VIDA
Para a OMS, a definição de qualidade de vida é a “a percepção que um indiví-
duo tem sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura
e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações”. Trata-se de uma definição que contempla a influência
da saúde física e psicológica, nível de independência, relações sociais, crenças
pessoais e das suas relações com características inerentes ao respetivo meio na
avaliação subjetiva da qualidade de vida individual. Neste sentido, poderemos
afirmar que a qualidade de vida é definida como a “satisfação do indivíduo no que
diz respeito à sua vida quotidiana”.

Para mais informações acesse:


Revista Boa Forma: https://boaforma.abril.com.br/
Saúde em Movimento: http://www.saudeemmovimento.com.br/
Movimento é Vida: http://movimentoevida.org/

Questões para estudo

1. Sobre os conceitos de saúde, qualidade de vida, atividade física e exercício


físico, enumere as questões como (V) verdadeiras ou (F) falsas.
I. Uma pessoa só é considerada saudável, se não estiver doente: isso é o que
preconiza o conceito de saúde estabelecido pela OMS.
II. A qualidade de vida é uma condição humana resultante de parâmetros indi-
viduais e socioambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em
que vive o ser humano.
III. É falso afirmar-se que todo movimento corporal que gera gasto de energia,
realizado sem planejamento, é uma atividade física.
IV. O exercício físico e toda atividade física, planejada e estruturada, repetitiva,
têm como objetivo a manutenção ou a melhoria de um ou mais componentes da
aptidão física, de habilidades motoras ou de reabilitação orgânico-funcional.
V. A saúde é uma condição humana com dimensões físicas, sociais e psicológi-
cas, caracterizadas num contínuo com polos positivo e negativo.
A sequência correta é :
(a) V, V, F, V, V.
(b) F, V, F, V, V.
(c) F, F, V, F, F.
(d) V, F, V, V, F.
(e) F, V, F, F, V.
3. Disponível em: <https://www.saudebemestar.pt/pt/blog-saude/qualidade-de-vida/>. Aces-
so em: 26 mar. 2019.

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2. A partir dos efeitos fisiológicos do exercício físico no organismo, apresenta-
dos na figura, são adaptações benéficas à saúde de um indivíduo:
(a) Diminuição da frequência cardíaca em repouso e aumento da oxigenação
do sangue.
(b) Diminuição da oxigenação do sangue e aumento da frequência cardíaca em
repouso.
(c) Diminuição da frequência cardíaca em repouso e aumento da gordura cor-
poral.
(d) Diminuição do tônus muscular e aumento do percentual de gordura corpo-
ral.
(e) Diminuição da gordura corporal e aumento da frequência cardíaca em re-
pouso

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Unidade Didática

Controle da
Intensidade do
Treinamento

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Unidade Didática 2:
CONTROLE DA INTENSIDADE DO TREINAMENTO

FREQUÊNCIA CARDÍACA

Frequência cardíaca é determinada


pelo número de batimentos cardía-
cos por unidade de tempo, geralmen-
te expressa em batimentos por minuto
(BPM), pode variar de acordo com a
necessidade do corpo para as mudan-
ças de oxigênio, como durante o exer-
cício ou sono. A medição da frequência
cardíaca é usada por profissionais da
área médica para auxiliar no diagnós-
tico e acompanhamento de condições
médicas. Ele também é usado por indivíduos, tais como atletas, que estão inte-
ressados no acompanhamento da sua frequência cardíaca para ganhar o máximo
de eficiência a partir de sua formação.

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Pode ser medida em qualquer ponto do corpo onde a pulsação de uma artéria
é transmitida para a superfície - sempre que é comprimido contra uma estrutura
subjacente como o osso - pressionando-o com o indicador e o dedo médio. O po-
legar não deve ser usado para medir a frequência cardíaca de outra pessoa, pois
seu pulso forte pode interferir com a discriminação no local de pulsação. Alguns
locais comumente palpados incluem:

• O aspecto ventral do punho no lado do polegar (artéria radial)


• A artéria ulnar
• Do pescoço (artéria carótida),
• O interior do cotovelo, ou sob o músculo bíceps (artéria braquial)
• Virilha (artéria femoral)
• Atrás do maléolo medial dos pés (artéria tibial posterior)
• Meio do dorso do pé (pediosa).
• Por trás da (artéria poplítea) joelho
• Sobre o abdômen (aorta abdominal)
• Tórax (aorta), que pode ser sentida com a mão ou dedos. No entanto, é pos-
sível auscultar o coração usando um estetoscópio.

O método mais preciso para determinar a pulsação envolve o uso de um eletro-


cardiógrafo, ou ECG (também abreviado EKG). Monitorização eletrocardiográfi-
ca contínua do coração é feito rotineiramente em muitos contextos clínicos, espe-
cialmente em medicina de cuidados intensivos. Monitores de frequência cardíaca
comerciais também estão disponíveis, consistindo em uma cinta com eletrodos.
O sinal é transmitido a um receptor de pulso para mostrar. Monitores de frequ-
ência cardíaca permitem medições precisas de ser tomada de forma contínua e
pode ser utilizado durante o exercício quando a medição manual seria difícil ou
impossível (como quando as mãos estão sendo usados).
17
MENSURAÇÃO DA FC MÁX.

A forma mais precisa de verificar a frequ-


ência cardíaca máxima para um indivíduo é
através de um teste de esforço monitorado
por um eletrocardiograma. Durante o teste, a
intensidade do exercício é aumentada perio-
dicamente (através do aumento da velocida-
de ou inclinação da esteira),
Em vez disso, as pessoas normalmente
usam uma fórmula para estimar a sua frequ-
ência cardíaca máxima.

Fórmula para o FC máx.


Várias fórmulas são usadas para estimar taxas máximas individuais do Cora-
ção, com base na idade, mas a frequência cardíaca máxima varia significativa-
mente entre os indivíduos. A principal delas é: FCmáx = 220 - idade

Mas, mesmo dentro de uma única equipe de esportes de elite, como remadores
olímpicos em seus 20 anos, a frequência cardíaca máxima pode variar de 160-
220.
Estes números dependem muito da fisiologia individual. Por exemplo, as taxas
de um corredor de resistência vão ser tipicamente mais baixas devido ao aumento
do tamanho do coração necessário para suportar o exercício, enquanto as taxas
de um velocista serão maiores devido ao tempo de resposta melhorado e curta
duração.

BASAL, REPOUSO E RESERVA


A frequência cardíaca basal (FCbasal) é a frequência cardíaca mensura em
completo repouso, logo após acordar pela manhã e deve ser tomada em decúbito
dorso-horizontal (deitado de costas). No esporte esta variável fisiológica pode dar
pistas sobre a qualidade da recuperação pós-treino.
A frequência cardíaca de repouso (FCrepouso) é a frequência cardíaca men-
surada em um indivíduo em repouso (de pelo menos 5 minutos), deitado, mas
acordado, sem ter se exercitado antes. Nestas condições a frequência cardíaca é
de aproximadamente 60 a 80 batimentos por minuto.
A frequência cardíaca de reserva (FCreserva) é a diferença entre a frequência
cardíaca máxima e a frequência cardíaca de repouso.

ZONA DE TREINAMENTO
De acordo com a intensidade desejada, o indivíduo ou atleta deve manter a
frequência cardíaca dentro de um valor mínimo e um valor máximo durante o
exercício. Esta faixa de valor chama-se zona de treinamento, ou zona alvo de trei-
namento. Abaixo a reprodução das zonas de treinamento do American College of
Sports Medicine:

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Zonas De Treinamento
Intensidade %FC reserva %FCmáx
Muito leve < 20% < 35%
Leve 20% - 39% 35% - 54%
Moderado 40% - 59% 55% - 69%
Difícil 60% - 84% 70% - 89%
Muito difícil ≥ 85% ≥ 90%
Máximo 100% 100%

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
Consiste basicamente no número de inspirações realizadas dentro de deter-
minado limite de tempo. Normalmente registra-se o número de inspirações por
minuto.
Em relativo repouso, a frequência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimen-
tos por minuto.
Nunca se consegue encher os pulmões com ar completamente renovado, já
que mesmo no final de uma expiração forçada o volume residual permanece no
sistema respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar
renovado, colocado em seu interior
O volume de ar renovado por minuto (ou volume-minuto respiratório) é obti-
do pelo produto da frequência respiratória (FR) pelo volume corrente (VC): VMR
= FR x VC.
Em um adulto em repouso, temos:
FR = 12 movimentos por minuto
VC = 0,5 litros
Portanto: volume-minuto respiratório = 12 x 0,5 = 6 litros/minuto
Os atletas costumam utilizar o chamado “segundo fôlego”. No final de cada
expiração, contraem os músculos intercostais internos, que abaixam as costelas e
eliminam mais ar dos pulmões, aumentando a renovação.

A IMPORTÂNCIA DE MONITORAR SEUS TREINOS E COMPETIÇÕES.

A Frequência Cardíaca (FC) repre-


senta o número de vezes que o coração
bate por minuto, para bombear sangue
transportando oxigênio às diversas par-
tes do corpo. É um marcador essencial
para o monitoramento da intensidade
de atividade física que pode ser realiza-
do com o uso de frequencímetros (mo-
nitores de FC). O frequencímetro é um
sensor que mede os batimentos do co-
ração, por meio de ondas eletrocardio-
gráficas (sinal elétrico proveniente do coração), e a transmite instantaneamente
para um receptor (relógio) exibir a informação de quantas vezes seu coração está
batendo por minuto (bpm).

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Com a determinação de seu potencial (teste ergoespirométrico), obtemos a fre-
quência cardíaca máxima real e as zonas alvo de frequências cardíacas correspon-
dentes aos ritmos e velocidades de corrida. De acordo com os parâmetros reais é
possível elaborarmos um programa de exercícios compatível com seus objetivos
e condição física. Desta forma fica mais fácil monitorar seu treinamento, tanto no
que diz respeito à segurança para sua saúde, quanto em uma maior precisão nas
cargas de treinamento, evitando sobrecargas desnecessárias.
Treine sempre monitorado e aprenda a conhecer como seu corpo responde aos
treinos e corridas em diversas situações, pois observamos que os batimentos car-
díacos não se alteram apenas pelo aumento de carga durante o exercício físico.
Conheça outros fatores que podem modificar sua Frequência Cardíaca:
A frequência cardíaca pode se elevar nas altas temperaturas, existindo uma
relação estreita com o estado de desidratação.
Em temperaturas altas, o corpo começa a perder água (transpiração) e a FC se
eleva. Isso ocorre para a manutenção da quantidade de sangue bombeado pelo
coração por minuto (débito cardíaco), uma vez que com a desidratação o volume
de líquidos no sangue estará diminuído.
Sua FC será mais elevada quando estiver correndo em um dia quente. Quando
a temperatura ambiente se eleva de 15 para 24 ºC, a FC do corredor em uma de-
terminada velocidade pode aumentar entre 2 a 4 bpm. Quando a temperatura au-
menta de 24 para 32 ºC, você pode esperar que a sua FC em uma determinada ve-
locidade aumente aproximadamente 10 bpm. Em condições mais extremas, com
umidade relativa do ar (URA) elevada, a evaporação do suor para a perda de calor
está prejudicada, se tornando mais difícil o ajuste de suas zonas de FC, sendo
sensato ajustar seu planejamento de corrida para evitar treinos mais intensos ou
mais prolongados e redobrar a atenção em relação a estratégia de hidratação.
No processo de desidratação, o volume sanguíneo diminui e menos sangue é
bombeado a cada batimento do coração. Desta forma, sua FC aumenta em uma
determinada velocidade. Estudos mostram que a FC aumenta aproximadamente
7 bpm a cada 1% de perda de peso corporal devido à desidratação. Por exemplo,
se você pesa 70 kg, quando perder 700 gramas de peso devido à perda hídrica a
sua FC aumentará em torno de 7 bpm para correr na mesma velocidade. Perda
de água nessa magnitude pode ocorrer após 1 hora de corrida em dia moderada-
mente quente, podendo seu ritmo cair à medida que você fica progressivamente
mais desidratado.
A frequência cardíaca durante a corrida pode variar os batimentos de um dia
para outro. Se você monitora a FC regularmente irá observar que em alguns dias
aparentemente você estará um pouco mais em forma e em outros menos condi-
cionado, quando na realidade seu nível de condicionamento físico não mudou.
Desta forma, você deve ter cuidado em interpretar os resultados em uma sessão
de monitoramento da FC. Não dê muita importância a pequenas mudanças de 2
a 3 bpm na FC durante a corrida. Porém, quando você achar uma redução siste-
mática da FC em um determinado ritmo, pode confiar que seu condicionamento
melhorou. Entretanto, se você achar a sua FC consistentemente mais elevada do
que a esperada, pode concluir que alguma coisa está errada; por exemplo, você
pode estar perdendo condicionamento ou estar ocorrendo um supertreinamento
(sinais de overtraining).
20
A frequência cardíaca do treinamento não prediz a frequência cardíaca de
competição.
Durante a competição, sua FC não aumenta de forma lógica com sua velocida-
de de corrida. Há tantos fatores influenciando sua FC ao competir que ela acaba
não sendo um bom indicador de o quanto rápido/intensamente está correndo.
Se você medir a sua FC em treinos no ritmo desejado para a prova, e usar essa
FC para determinar o quão rápido irá correr na competição, irá um pouco mais
lento na prova do que o planejado por causa da excitação da competição que ele-
vará sua FC. Caso essa elevação devida à competição seja consistente, você pode
levá-la em conta e então usar a FC de forma acurada para estabelecer seu ritmo
na prova. Infelizmente, tem-se demonstrado que o quanto a FC eleva-se por cau-
sa da competição em determinado ritmo varia muito de pessoa para pessoa e de
corrida para corrida.
Procure respeitar seus limites monitorando sempre sua frequência cardíaca
durante seus treinamentos e competições.

Link de apoio:
Frequência Cardíaca Ideal de Treino
https://www.youtube.com/watch?v=nk426TLiMk8
Comportamento da pressão arterial e frequência cardíaca no exercício aeróbio
https://www.youtube.com/watch?v=xjs7KoIQ14M

Questões para reflexão

1. De acordo com o texto, qual a importância de se controlar a frequência cardí-


aca durante os treinos e as competições?

2. Quais são os outros fatores que afetam a frequência cardíaca?

4. Disponível em: https://www.sportslab.com.br/a-frequencia-cardiaca-e-o-exercicio-fisico/.


Acesso em: 08 jul. 2020

21
3. Por que não precisamos dar muita importância para pequenas variações na
FC durante o treino?

4. O que significa a redução consistente da FC durante o treinamento? E a ele-


vação?

5. Por que a FC observada na corrida não corresponde à FC dos treinamen-


tos?

22
Unidade Didática

Esportes de Rede

23
Unidade Didática 3:
ESPORTES DE REDE

Esportes de rede/quadra dividida/parede de rebote são os esportes que têm


como objetivo colocar/arremessar/lançar um móvel em setores onde o adver-
sário seja incapaz de alcançá-lo, ou forçá-lo para que cometa um erro, servindo
somente o tempo que o objeto está em movimento. Neste entendimento, eviden-
cia-se a interação direta com os adversários caracterizada pela influência direta
nas ações dos opositores.

VOLEIBOL

HISTÓRIA DO VOLEIBOL
O vôlei foi criado em 1895, pelo americano
William G. Morgan, então diretor de educação fí-
sica da Associação Cristã de Moços (ACM) na ci-
dade de Holyoke, em Massachusetts, nos Estados
Unidos. O primeiro nome deste esporte que viria
se tornar um dos maiores do mundo foi mintonet-
te.
Naquela época, o esporte da moda era o bas-
quetebol, criado apenas quatro anos antes, mas
que tivera uma rápida difusão. Era, no entanto,
um jogo muito cansativo para pessoas de idade.
Por sugestão do pastor Lawrence Rinder, Morgan
idealizou um jogo menos fatigante para os asso-
ciados mais velhos da ACM e colocou uma rede
semelhante à de tênis, a uma altura de 1,98 me-
tros, sobre a qual uma câmara de bola de basquete era batida, surgindo assim o
jogo de vôlei.
A primeira bola usada era muito pesada e, por isso, Morgan solicitou à firma
A.G. Spalding & Brothers a fabricação de uma bola para o referido esporte.
Em Springfield, o Dr. A.T. Halstead sugeriu que o seu nome fosse trocado para
volley ball, tendo em vista que a ideia básica do jogo era jogar a bola de um lado
para outro, por sobre a rede, com as mãos. Em 1896, foi publicado o primeiro
artigo sobre o volley ball, escrito por J.Y. Cameron na edição do “Physical Edu-
cation” na cidade de Búfalo, Nova Iorque. Este artigo trazia um pequeno resumo
sobre o jogo e de suas regras de maneira geral.
A primeira quadra de Voleibol tinha as seguintes medidas: 15,24m de compri-
mento por 7,62m de largura. A rede tinha a largura de 0,61m. O comprimento
era de 8,235m, sendo a altura de 1,98m (do chão ao bordo superior). A bola era
feita de uma câmara de borracha coberta de couro ou lona de cor clara e tinha por
circunferência de 63,7 a 68,6 cm e seu peso era de 252 a 336g.
Em 1900, o esporte chegou ao Canadá (primeiro país fora dos Estados Uni-
dos), sendo posteriormente desenvolvido em outros países, como na China, Ja-
pão (1908), Filipinas (1910), México entre outros países europeus, asiáticos, afri-
canos e sul-americanos.
24
Na América do Sul, o primeiro país a conhecer
o volley ball foi o Peru, em 1910, através de uma
missão governamental que tinha a finalidade de
organizar a educação primária do país.
A Federação Internacional de Volley Ball
(FIVB) foi fundada em 20 de abril de 1947, em
Paris, sendo seu primeiro presidente o francês
Paul Libaud e tendo como fundadores os se-
guintes países: Brasil, Egito, França, Holanda,
Hungria, Itália, Polônia, Portugal, Romênia,
Tchecoslováquia, Iugoslávia, Estados Unidos e
Uruguai.

O primeiro campeonato mundial foi dispu-


tado em Praga, na Tchecoslováquia, em 1949,
vencido pela Rússia. O primeiro campeonato
sul-americano foi patrocinado pela Confedera-
ção Brasileira de Desportos (CBD), com o apoio
da Federação Carioca de Volley Ball e aconteceu
no ginásio do Fluminense, no Rio, entre 12 e 22
de setembro de 1951, sendo campeão o Brasil,
no masculino e no feminino.
Em setembro de 1962, no Congresso de Sofia,
o volley ball foi admitido como esporte olímpi-
co e a sua primeira disputa foi na Olimpíada de
Tóquio, em 1964. O primeiro campeão olímpico
de volley ball masculino foi a Rússia; a Tchecos-
lováquia foi a vice e a medalha de bronze ficou
com o Japão. No feminino, o campeão foi o Ja-
pão, ficando a Rússia em segundo e a Polônia
em terceiro.

HISTÓRIA DO VÔLEI BRASILEIRO


No dia 16 de agosto de 1954 nascia
a Confederação Brasileira de Voleibol
(CBV). Com mais de meio século de
existência, ao longo dos anos trans-
formou o voleibol brasileiro em uma
máquina de títulos dentro de quadra
e uma referência de gestão fora de-
las.

25
O voleibol brasileiro acumula três títulos olímpicos nas quadras. Em 1992 e
2004, com a seleção masculina nos Jogos de Barcelona e Atenas, respectivamen-
te, e em 2008, com a seleção feminina. Nas areias, duas medalhas de ouro foram
conquistadas. No feminino, em Atlanta/1996, com Jacqueline/Sandra, e, no mas-
culino, em Atenas/2004, com Ricardo/Emanuel. Além desses títulos, são mais
sete medalhas no voleibol de praia, cinco de prata e duas de bronze. Na quadra, já
foram conquistadas outras quatro medalhas – duas de prata e duas de bronze.

Voleibol: características e regras bá-


sicas de jogo
O voleibol é um esporte praticado
por duas equipes compostas por seis jo-
gadores (e mais 6 reservas), numa qua-
dra dividida por uma rede.
O objetivo do jogo é enviar a bola por
cima da rede, com o intuito de fazê-la
cair no solo do campo adversário. Cada
equipe dispõe de três toques para poder
devolver a bola, além do toque do blo-
queio.
Neste esporte marca 1 ponto a equipe que ganha a jogada.
Fundamentos e as Técnicas do voleibol
A American Sport Educacion Program (ASEP) (1999) aponta que os funda-
mentos do jogo são o: saque, manchete, toque, cortada e bloqueio.

O saque além de colocar a bola em jogo


pode ser utilizado como uma tática individu-
al do atleta dependendo do seu nível de ha-
bilidade ou da equipe que está enfrentando e
por isso pode ser um caminho eficaz para um
time marcar pontos rapidamente. Há três ti-
pos de saque, o saque por baixo, por cima e o
saque viagem, que se diferencia do saque por
cima por ser feito em suspensão (RIBEIRO,
2004).

A manchete normalmente é usada para re-


cepcionar saques e defender ataques e para re-
cuperar bolas que estejam abaixo da linha da
cintura do jogador. Normalmente é vista como
uma técnica de transição entre a defesa e a pre-
paração do ataque. Portanto, sendo bem execu-
tada favorecerá, o ataque, pois proporcionará ao
levantador uma boa qualidade no passe favore-
cendo-o no levantamento (RIBEIRO, 2004).

26
O toque, passe por cima da cabeça, é usa-
do em bolas altas e lentas. É também utilizado
por levantadores por ser um passe mais preciso
do que a manchete. A cortada é a finalização
do ataque, normalmente é por ela que a equipe
consegue marcar seu ponto (ASEP, 1999).

O bloqueio tem duas funções, pode ser


tanto de ataque como de defesa, ou seja, o blo-
queio é utilizado para impedir que o atacante
adversário consiga executar o ataque, fazendo
com que a bola retorne para a quadra do ata-
cante. Esta habilidade também pode ser con-
siderada como uma ação defensiva no qual ele
servirá para amortecer um ataque facilitando a
defesa de seu time (ASEP, 1999).

O líbero
Devido as evoluções técnicas e táticas das equipes, foi introduzido o líbero, um
jogador específico para a defesa. Este jogador não pode atacar e sacar, fazendo o
rodízio somente na área de defesa e não há limite de substituição para ele. Assim,
com a introdução do líbero, haverá quase sempre 4 jogadores de ataque. No 5x1
sem líbero, haverá sempre 5 atacantes, mesmo que estes estejam no fundo.
Além disso, quando o jogo está difícil, o sistema 6x0, com a criação do líbero,
é por muitas vezes usado nos jogos. O levantador passa a ser o líbero, que tem 5
opções de atacante para distribuir as jogadas. O técnico Bernardinho utiliza desta
tática quando seu time está perdendo, e já está no final do set.

REGRAS BÁSICAS:
A quadra é retangular, com a di-
mensão de 18 x 9 metros, com uma
rede no meio colocada a uma altura
variável, conforme o sexo e a catego-
ria dos jogadores (adulto e juniores:
masculino -2,43 m; femininos 2,24
m). Há uma linha de 3 metros em di-
reção do campo para a rede, dos dois
lados e uma distância de 6 metros até
o fim da quadra. Fazendo uma quadra
de extensão de 18 metros de ponta a
ponta e 9 metros de lado a lado.

27
O rodízio: os 6 jogadores da equipe que estão
em quadra são posicionados de forma a respeitar
as 6 posições regulamentadas. A partir disso, a
cada ponto obtido em jogadas iniciadas por saques
adversários, a equipe deve efetuar uma rotação, ou
seja, uma troca de posição, sempre no sentido ho-
rário (ponteiros do relógio), sem pular posições, ou
seja, todos devem passar por todas as posições.
O saque: o saque é a ação que marca o início do
jogo. É realizado de qualquer lugar a partir da li-
nha de fundo da sua quadra, sem tocá-la, e é rea-
lizado pelo jogador, posicionado atrás e à direita,
golpeando a bola com uma das mãos.
Set: o jogo de voleibol é dividido em 5 set’s (blo-
cos de 25 pontos). Ganha um set a equipe que pri-
meiro marcar 25 pontos, com uma vantagem mínima de 2 pontos (25 x 23, por
exemplo). No caso de as duas equipes empatarem em 24 pontos, o jogo continua
até uma das equipes conseguir a vantagem de dois pontos (29 x 27, por exemplo).
O quinto set é jogado até 15 pontos, sendo necessário, também neste set, a vanta-
gem mínima de 2 pontos para a equipe vencer. Para ganhar a partida: uma equipe
ganha a partida quando consegue ganhar 3 set’s.
Características do toque: a bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo.
Pode ser golpeada, mas não pode ser retida (segurada) ou lançada (condução). A
bola pode tocar várias partes do corpo, sempre que os contatos sejam realizados
simultaneamente. Ocorre infração no toque sempre que a equipe efetuar mais de
3 toques além do toque do bloqueio ou, se há um toque assistido, ou seja, o joga-
dor se apoia em um companheiro ou estrutura para alcançar a bola ou, se é feita
uma retenção ou um lançamento.
Os jogadores que ocupam as posições 1, 6 e 5 só podem acertar a bola acima
da altura da rede em direção à quadra adversária se estiverem no “fundo” de sua
própria quadra. Por esta razão, não só o bloqueio torna-se impossível, como res-
trições adicionais se aplicam ao ataque. Para atacar do fundo, o atleta deve saltar
sem tocar com os pés na linha de três metros ou na área por ela delimitada; o
contato posterior com a bola, contudo, pode ocorrer no espaço aéreo frontal.

SISTEMAS DE JOGO
6 x 0-No sistema 6x0, também chamado de sistema 6x6, todos farão a função
tanto de levantadores como de atacantes ou defensores. É o sistema mais simples
de todos, é normalmente usado em equipes que estão iniciando o treinamento no
esporte.
Neste sistema, o levantador será aquele que estiver na posição 3 (no meio da
rede, onde normalmente fica o jogador “meio-de-rede”). Por isso, este sistema
provoca pouca efetividade na cortada e na utilização do bloqueio.
4 x 2-O sistema 4x2 pode ser dividido entre o 4x2 simples e o 4x2 invertido,
ou com infiltração. No 4x2 simples há dois levantadores, que se colocam nas po-
sições diagonais da quadra, mais quatro atacantes. Com esse sistema, há sempre
um levantador na rede juntamente com dois atacantes.
28
No 4x2 invertido, também chamado de 4x2 com infiltração, (uma vez que há
4 atacantes e 2 levantadoras em quadra), também há dois levantadores e eles
também se posicionam em diagonal. No entanto, o levantador que está na zona
de ataque se tornará disponível para o ataque e o que estiver na zona de defesa
infiltrará, ou seja, passará da zona em que ele está para a zona de ataque para
efetuar o levantamento. Assim, sempre haverá 3 atacantes na rede. Além disso,
caso o “levantador da ocasião” (ou seja, o levantador que está no fundo) defenda,
há sempre um levantador de ofício para distribuir as jogadas. O time feminino de
Cuba, por exemplo, foi tricampeão olímpico nos anos 90-2000, utilizando este
sistema. Porém, ele exige que os levantadores sejam especialistas no ataque, o
que dificulta a sua utilização.
5 x 1-O Sistema 5x1 é o mais utilizado atualmente. Por ter apenas 1 levantador,
ele atua, quando está na zona de ataque, igual aos levantadores do sistema 4x2
simples e quando está na zona de defesa igual ao sistema 4x2 com infiltração. Ou
seja, quando ele está na rede, existem 2 opções de atacantes para distribuir a jo-
gada. Quando ele está no fundo (ou na zona de defesa), há 3 opções de atacantes
na rede.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1. Marque a alternativa que representa o sentido correto da rotação no


voleibol.

(a) (b) (c) (d) (e)

2. Quanto ao toque, marque a alternativa correta.


(a) A bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo.
(b) Pode ser lançada, mas não pode ser retida ou golpeada.
(c) A bola pode tocar várias partes do corpo, sempre que os contatos não sejam
realizados simultaneamente.
(d) Ocorre infração no toque sempre que a equipe efetuar mais de 2 toques
além do toque do bloqueio.
(e) Todas as alternativas estão corretas.

29
3. Em relação ao objetivo do voleibol, assinale a alternativa correta.
(a) O ataque visa lançar a bola na meta adversária.
(b) A defesa não pode permitir que a bola toque o solo fora da quadra.
(c) O objetivo do jogo é fazer com que a bola toque o solo no campo adversá-
rio.
(d) O ataque visa atingir os adversários.
(e) Para marcar pontos a bola não pode tocar no solo.

4. Não é regra do voleibol:


(a) A bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo.
(b) A bola pode ser golpeada, mas não pode ser retida (segurada) ou lançada
(condução).
(c) Uma equipe vence a partida ao ganhar 3 set’s.
(d) O saque é realizado de qualquer lugar a partir da linha de fundo da sua
quadra, sem tocá-la, e é realizado pelo jogador, posicionado atrás e à direita, gol-
peando a bola com uma das mãos.
(e) O quinto set é jogado até 25 pontos não sendo necessário a vantagem míni-
ma de 2 pontos para a equipe vencer.

30
Unidade Didática

Dança de Salão

31
Unidade Didática 4:
DANÇA DE SALÃO

A dança de salão foi introduzida no Brasil


em 1914, a princípio com a valsa e a mazur-
ca.
Os ritmos mais presentes nos salões do
Brasil, assim como nas academias de dança
são: soltinho, forró, samba de gafieira, tan-
go, bolero e salsa.
Devido à riqueza de ritmos, as danças de
salão podem ser classificadas como latinas
ou clássicas.
São danças de salão latinas:
- Samba – surgiu no Rio de Janeiro, com
base na cultura africana, em ritmos como o
lundu, umbigadas (semba) e pernadas de ca-
poeira.
- Rumba – surgiu em Cuba, levada pe-
los escravos contrabandeados para aquele
país.
- Merengue – é a dança tradicional da
república Dominicana, embora seja popular
em outros países da América Central (Haiti
e Costa Rica) e América do Sul (Colômbia e
Venezuela).
- Chachachá – ligado ao mambo, o cha-
chachá é originário na Rumba. Surgiu em
Cuba.
- Paso - doble – surgiu na Espanha, tem
grande semelhança com o One-Step.
São danças de salão clássicas:
- Tango – surgiu nos bordeis da Argen-
tina
- Valsa Vienense – surgiu na Áustria.
- Valsa Inglesa – uma variação mais
lenta da valsa vienense.
- Slow Fox – surgiu em Nova York, com
base em outro ritmo, o Foxtrote É conside-
rado uma das danças mais difíceis.
- Quickstep – surgiu nos Estados Uni-
dos, com base no Foxtrote. É mais rápida e
fácil que o Slow Fox.

32
A dança de salão é, além de uma forma de lazer e descontração, uma atividade
física indicada tanto para jovens, quanto para pessoas mais velhas, pois ao dan-
çar, é trabalhada a capacidade aeróbica, as funções cardiovasculares e respirató-
rias, a flexibilidade, entre outras.

Danças Gaúchas

As danças gaúchas são algumas das mais


antigas Danças Populares brasileiras. Ti-
veram origem na Espanha em meados dos
séculos XVII e XVIII.
O Rio Grande do Sul iniciou seu proces-
so de formação dois séculos e meio após a
descoberta do Brasil; assim sendo, o estado
mais meridional da União sentiu sua prin-
cipal influência: a profunda mestiçagem
cultural que dois séculos de povoamento
haviam elaborado no Brasil.
As danças tradicionalistas gaúchas são legítimas expressões da alma gauches-
ca. Em todas elas, está presente o espírito de fidalguia e de respeito à mulher, que
sempre caracterizou o campesino rio-grandense. Todas elas dão margem a que o
gaúcho extravase sua impressionante teatralidade.
Segundo Paixão Côrtes (1997), a primei-
ra dança regional gaúcha que colheram em
suas pesquisas veio da Vila de Palmares
(atual município de Osório-RS). As danças,
inicialmente, apenas integravam as festas
regionais do Rio Grande do Sul e hoje são
divulgadas e praticadas por diversos esta-
dos como a mais bela manifestação do fol-
clore gaúcho.
A mais típica representação do Rio Gran-
de do Sul é o “fandango” que, posterior-
mente, se entremeou ao sapateado, originado nas antigas danças de par solto
da romântica Espanha. Estes bailados espanhóis constituíram o primeiro ciclo/
geração coreográfica de formação das danças populares brasileiras.

33
Passando pela corte de Luiz XIV com o “Minueto”, pela Inglaterra com a “Cou-
ntry Dance” e, finalmente com a “Valsa” chega a Paris onde a vida social sofria
influência de muitos fatos mundialmente significativos, e se espalhava por todo o
círculo cultural ocidental: novas ideias, novas técnicas, novas modas, logo, novas
danças.
As danças tradicionalistas são acompanhadas de músicas típicas gaúchas. Nes-
tas prepondera o som do acordeom, também conhecida como gaita, violão e al-
guns outros instrumentos de corda e percussão.
Pela tradição Gaúcha a dama é chamada de “prenda” e o cavaleiro de “peão”.

VANEIRA, VANEIRINHA OU VANEIRÃO


Sem sombra de dúvida, a vaneira é o ritmo mais
apreciado e mais executado nos bailes gaúchos.
Ritmo afro-cubano a Habaneira influenciou vários
ritmos dos países hispano-americanos sendo di-
fundida na Espanha. Conhecida também como Ha-
vaneira, acredita-se que seu nome tenha sido uma
homenagem a capital de Cuba, Havana ou também
como é conhecida La Habana. Chegou ao Brasil por
volta de 1866 e influenciou não só ritmos do RS
como também o samba canção dos cariocas. No Rio
Grande do Sul, a Vaneira ou vaneira ganhou outros nomes, de acordo com o an-
damento da música. Vaneirinha para ritmo lento, vaneira para ritmo moderado e
vaneirão para ritmo rápido.

FORMA DE DANÇAR:
Os movimentos que demons-
traremos a seguir servem tan-
to para a Vaneira, Vaneirinha
e Vaneirão, mudando apenas
o seu andamento. É executado
dois passos para a esquerda (do
peão) e dois passos para direita
(do peão). Fig.1 - Passos execu-
tados lateralmente, movimenta-
-se o pé esquerdo para esquer-
da, logo, junta-se o pé direito ao
esquerdo e em seguida dê outro
passo lateral com o pé esquerdo.
(exemplo executado pelo peão).
Execute esses mesmos passos com o pé trocado, ou seja, pé direito. Prendas fa-
zem o mesmo movimento, mas porém, com o pé trocado, ou seja, inicializa o pas-
so com o pé direito para sua direita e em seguida para sua esquerda. Fig.2 - Passos
executados em diagonal (peão para frente e prenda para trás), movimenta-se o
pé esquerdo para diagonal esquerda, logo, junta-se o pé direito ao esquerdo e em
seguida dê outro passo diagonal com o pé esquerdo. (exemplo executado pelo
peão, prendas fazem o mesmo movimento, mas porém, com o pé trocado, ou seja,
inicializa o passo com o pé direito para trás em diagonal).
34
VALSA CAMPEIRA E CLÁSSICA
Ritmo que não pode faltar nas festas mais tradicionais da nossa sociedade:
casamentos, aniversários, nos bailes de sarau. A valsa a muito tempo vem sendo
a rainha das danças de salão, homenageada pelos maiores compositores da histó-
ria como por exemplo Mozart, Bethoven, Strauss, entre outros. Sua origem mais
recente é das danças rústicas Alpinas da Áustria. Ao Brasil este ritmo chegou por
volta de 1816 quando era muito dançada no Primeiro e Segundo Império e esta
acabou caindo nas graças do povo. Para o Rio Grande do Sul, a Valsa foi trazida
pelos imigrantes alemães e assim como outros ritmos ganhou características re-
gionais tanto na música quanto na dança. A dança torna-se mais bonita quando
peão e prenda giram para ambos os lados, quanto mais giros mais bela a dança
fica.
FORMA DE DANÇAR:
Existem duas formas de dançar valsa. Valsa Clássica: Com quatro movimen-
tos, sendo dois para cada lado; um passo lateral e outro de juntar. Valsa Cam-
peira: Com seis movimentos, sendo três movimentos para cada lado; um passo
lateral, junta com outro e marca no mesmo lugar com o outro, ou seja, abre passo
lateral com pé esquerdo, junta-se com o pé direito, e executa uma marcação no
mesmo lugar com o pé esquerdo (passos peão). Mesmo movimento para a direita
(do peão).

MARCHA
A marcha que marcou época em nosso País foi a Marcha “O Abre Alas” com-
posta por Chiquinha Gonzaga para o Rancho Carnavalesco Rosa de Ouro em
1899, inspirada pelo ritmo marchado utilizado pelos negros quando desfilavam
se requebrando pelas ruas. Um dos ritmos colaboradores para as danças de pares
enlaçados foi o One Step, criado nos Estados Unidos no final do século XIX e iní-
cio do século XX, que logo a seguir veio influenciar as danças de salão brasileiras.
No Rio Grande do sul a Marcha tem maior aceitação nos lugares onde predomina
a colonização alemã.

35
BUGIO
ÚNICO RÍTMO AUTENTICAMENTE GAÚCHO!
Quando falamos em Bugio, lembramos do primata das matas do sul do Brasil,
macaco de pelos avermelhados que em muitas de suas atitudes imita ou se parece
com o ser humano. Segundo Paixão Cortes e Barbosa Lessa, em pesquisa realiza-
da por volta de 1940 encontram na região das Missões, Planalto e Serra Gaúcha o
Bugio sendo dançado em todas as classes sociais. Inicialmente o Bugio era tocado
em gaita ponto, ou popularmente como é chamada de gaita de voz trocada que ao
abrir e fechar fole tirava-se sons que pareciam ser o do ronco do Bugio, e é assim
que surge o ritmo essencialmente gaúcho que tem como sua principal caracterís-
tica o jogo de fole. Mas a relação com o primata não para por ai , pois nos passos
da dança imitamos o Bugio na forma de caminhar dando pequenos saltos, ora
para um lado, ora para outro.

FORMA DE DANÇAR :
Os passos do bugio são exe-
cutados em saltos de Polca, po-
rém agora mais compassado. O
salto é executado entre o segun-
do e o terceiro passo, é o mesmo
passo de vaneira, só com a dife-
rença do pulo

Xote: O xote é uma cadência


musical que tem como ancestral uma dança de salão portuguesa. Este ritmo nas-
ce, porém, na Alemanha, originalmente intitulado Schottisch, termo alemão que
traduzido tem o sentido de ‘escocesa’, embora não guarde nenhuma relação com
a Escócia. Ao criarem esta expressão, os alemães se referiam à polca escocesa, da
maneira como era vista por este povo.
O xote foi aos poucos se distanciando dos elementos originais do Schottisch,
pois os antigos escravos imprimiram a esta dança sua flexibilidade sem igual,
seus giros e movimentos corporais, que conferem aos que o dançam uma maior
vivacidade.
Atualmente este ritmo se tornou mais adaptável e é, assim, localizado tanto
nos forrós que grassam no Nordeste brasileiro, quanto na região Sul, constituin-
do o xote gaúcho.

36
MILONGA:
Segundo Câmara Cascudo, na língua Buda, da República de Camarões, Melun-
ga no plural torna-se Milonga, palavra que, por volta de 1829, em Pernambuco,
significa enrolação, conversalhada, enredo. Popular no subúrbio de Montevideo e
de Buenos Aires ao final do século XIX é canto e dança do tipo da habaneira e do
Tango Andaluz. No Rio Grande do Sul, a Milonga foi introduzida ao som da viola
que acompanhava os pajadores, logo em seguida outros instrumentos musicais
foram sendo adaptados a este ritmo. A Milonga é o ritmo mais romântico dos
fandangos gaúchos, os compositores escolheram a Milonga para declarar seus
amores, seus romances.

FORMA DE DANÇAR:
Dançada no chamado dois
e um, é executada dois passos
para a esquerda (do peão) e um
passo para direita (do peão).
Fig.1 - Passos executados late-
ralmente, movimenta-se o pé
esquerdo para esquerda, logo,
junta-se o pé direito ao esquer-
do e em seguida dê outro passo
lateral com o pé esquerdo, em
seguida dê uma passo lateral
com o pé direito para direi-
ta. (exemplo executado pelo
peão). Execute esses mesmos
passos com o pé trocado, ou seja, pé direito. Prendas fazem o mesmo movimento,
mas porém, com o pé trocado, ou seja, inicializa o passo com o pé direito para sua
direita e em seguida para sua esquerda. Fig.2 - Passos executados em diagonal
(peão para frente e prenda para trás), movimenta-se o pé esquerdo em diagonal
para esquerda, logo, junta-se o pé direito ao esquerdo e dê outro passo diagonal
com o pé esquerdo, em seguida dê um passo em diagonal com o pé direito , para a
direita (exemplo executado pelo peão, prendas fazem o mesmo movimento, mas
porém, com o pé trocado, ou seja, inicializa o passo com o pé direito para trás em
diagonal).

CHAMAMÉ: é um estilo musical tradicional da província de Corrientes, Ar-


gentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (i.e. nos
estados do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Pau-
lo) e em outros países. Em sua origem se integram raízes culturais dos povos
indígenas guaranis, dos criollos argentinos e até de imigrantes europeus. Na
Argentina, o chamamé é dançado em compasso ternário, ou seja, o chamamé
valsado.
Fonte: https://showcommerce-files.net.br/arquivos/20190507134247manual_dancas.pdf

37
Unidade Didática

Esporte de
Campo e Taco

38
Unidade Didática 5:
ESPORTES DE CAMPO E TACO.

Compreendem aqueles que têm como ob-


jetivo colocar a bola longe dos jogadores do
campo a fim de recorrer espaços determina-
dos para conseguir mais corridas que os ad-
versários. Ex.: coletivos – beisebol, softbol,
críquete, tacobol.

SOFTBOL
O softbol é um jogo de origem norte-
-americana, semelhante ao beisebol na
maior parte das regras, porém apresen-
tando diferenças quanto às dimensões
dos campos em que são jogados e dos
equipamentos utilizados e ainda quanto à
velocidade dos arremessos. Estreou como
modalidade olímpica nos Jogos de Atlan-
ta em 1996.
Originado a partir de uma adaptação do beisebol, a invenção do softbol é credi-
tada ao norte-americano George Hancock, responsável por uma versão primitiva
desta modalidade

HISTÓRIA DO SOFTBOL
O evento que marca esta origem é o jogo
realizado em 1887, em Chicago, no Farragut
Boats Club, em que os equipamentos eram
todos improvisados, assim como as bases e
os limites do campo, dentro do ginásio do
clube, eram desenhados com giz e adapta-
dos ao espaço então disponível, com dimen-
sões menores em comparação àquelas de um
campo oficial de beisebol.
A partir daí esta primeira versão da moda-
lidade passaria a se chamar indoor baseball, e o próprio Hancock desenvolveria
equipamentos como os tacos e a bola, esta um pouco maior que a de beisebol.
Posteriormente, em 1895, o mesmo jogo sofreu mais adaptações, desta vez
ganhando o ar livre, através da iniciativa de Lewis Rober, integrante do corpo
de bombeiros de Mineápolis, estado de Minessota. Para manter os bombeiros
ocupados e em forma durante o tempo livre disponível, o jogo foi instituído por
Rober com o nome de Kitten League Ball, utilizando um terreno vizinho ao corpo
de bombeiros. As dimensões do campo de softbol foram adaptadas para aquele
terreno. O nome atual do jogo só surgiria em 1926, quando foi fundada a Associa-
ção de Softbol Amador de Colorado. A primeira competição nacional dos Estados
Unidos viria em 1933, e a partir daí o esporte passaria a conquistar uma popula-
ridade cada vez maior. 39
DIFERENÇAS DO SOFTBOL E BEISEBOL

Uma das diferenças entre os mo-


dos de jogar softbol e beisebol está
no lançamento da bola: no beisebol
o arremessador lança a bola com
um movimento de braço de cima
para baixo, enquanto no softbol a
bola é arremessada de baixo para
cima.
A bola do softbol, com circunfe-
rência de 30,2 a 30,8 cm, é um pouco maior que aquela utilizada no beisebol. Po-
rém, os tacos do softbol têm um comprimento máximo de 86,4 cm; no beisebol,
os tacos possuem o comprimento máximo de 1,07 m.
As dimensões dos campos de softbol também são menores em relação aos de
beisebol: por exemplo, a distância entre as bases do beisebol são de 27,45 m, en-
quanto uma base de softbol deve estar afastada a 18,3 m da base seguint

O jogo se desenvolve com a alternância de equipes que defendem e atacam,


como no beisebol. A equipe atacante permanece nesta posição até que um tercei-
ro jogador componente dela seja eliminado pela equipe defensora.
O ataque consiste nas ações de rebater com o taco a bola arremessada e, no
caso de uma rebatida com sucesso em que a defesa não consegue retornar com a
bola para a base, o atacante deve correr pelas bases para marcar pontos. O joga-
dor atacante é eliminado quando a defesa consegue trazer de volta a bola rebatida
para defender as bases, evitando assim a marcação de pontos pelo adversário

5. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ioga
6. https://www.minhavida.com.br/fitness/tudo-sobre/35121-yoga
40
Cada período do jogo em que uma das
equipes permanece atacando e a outra de-
fendendo é denominado inning ou entrada.
No softbol, o jogo termina no sétimo inning,
enquanto no beisebol uma partida vai até o
nono inning.

Os jogos, por regra, não podem terminar


com empate, e neste caso há saídas como a prorrogação e a penalidade. A prorro-
gação estabelece a continuidade da partida até o décimo inning. As penalidades
são aplicadas, por exemplo, em caso de persistência do empate após a prorroga-
ção.

Na verdade, existem variantes ou tipos de softbol que se diversificam conforme


a velocidade empregada no arremesso. A variante slow-pitch (lançamento lento)
requer dos arremessos uma velocidade relativamente baixa, de modo que a bola
descreva um arco perceptível em sua trajetória. Na variante fast-pitch (lança-
mento rápido) a bola pode ser arremessada com máxima velocidade possível.

41
Há também uma terceira variante chamada modified-pitch (lançamento mo-
dificado), em que a trajetória assumida pela bola não é controlada por regras,
embora haja algumas exigências técnicas, da mesma forma como nas variantes
anteriores, como, por exemplo, a altura em que a bola deve chegar ao rebatedor,
dentro de limites estabelecidos.

Enquanto no fast-pitch os jogado-


res de cada equipe são em número de
nove, no slow-pitchos jogadores so-
mam dez ao todo, contando aí com a
inclusão do chamado shortfielder.
No Brasil, da mesma maneira que
o beisebol, o softbol não chega a ser
tão popular quanto os esportes consi-
derados “nacionais”, como o futebol,
por exemplo. No entanto, já existe no país a Confederação Brasileira de Beisebol
e Softbol, em atividade desde 1990, que atua no desenvolvimento deste esporte e
de seus eventos em solo nacional, em parceria com as federações em nível esta-
dual já existentes.
Sugestão de filmes
Arremesso de ouro (2014)
O homem que mudou o jogo (2011)
Curvas da vida (2012)

Questões de revisão

1. Como são marcados os pontos nos jogos /esportes de campo e taco?

2. Faça um paralelo apontando as diferenças entre o softbol e o beisebol.

3. Que situação determina a troca de posição entre a equipe que está atacando e
a equipe que está defendendo?

4. Defina o que significa inning no softbol.

42
Unidade Didática

Ginástica e
Concientização
Corporal

43
Unidade Didática 6:
GINÁSTICA DE CONCIENTIZAÇÃO CORPORAL

As Ginásticas de Conscientização Corporal caracterizam-se por movimentos


lentos e suaves, melhora da condição postural e/ou a conscientização de exercí-
cios respiratórios, com o objetivo de melhorar a percepção do próprio corpo.
Alguns exemplos são a biodança, a bioenergética, a eutonia, a antiginástica, o
Método Feldenkrais, a ioga, o tai chi chuan, a ginástica chinesa, entre outros.

IOGA
O ioga ou yoga (em sânscrito e páli: IAST: yoga, IPA: é um conceito que se
refere às tradicionais disciplinas físicas originárias da Índia. A palavra está as-
sociada com as práticas meditativas costuma ser associado tipicamente com a
hata-ioga e suas asanas (posturas) ou como uma forma de exercício.
Os principais ramos da ioga incluem a raja-ioga, carma-ioga, jnana-ioga, bacti-
-ioga, tantra ioga, tao yoga e hata-ioga. A raja-ioga, compilada nos Ioga Sutras de
Patanjali e conhecida simplesmente como ioga no contexto da filosofia hinduísta,
faz parte da tradição Samkhya. Diversos outros textos hindus discutem aspectos
da ioga, incluindo os Vedas, os Upanixades, o Bagavadguitá, o Hatha Yoga Pradi-
pika, o Shiva Samhita, o Mahabharata e diversos Tantras.
A palavra sânscrita yoga tem diversos significados, e deriva da raiz yuj, que
significa “controlar”, “jungir”, “unir” ou “concentração”. Algumas das traduções
também incluem os significados de “juntando”, “unindo”, “união”, “conjunção” e
“meios”.
Um(a) praticante avançado(a) da ioga é chamado de iogue
O yoga é conhecido por ser uma prática capaz de trazer sensações positivas,
como relaxamento e tranquilidade. Porém, o que pouca gente sabe é que a mo-
dalidade tem diversos benefícios à saúde, aplicados a todos os tipos de pessoas,
que vão desde tratamento de doenças, alívio de dores até um melhor preparo ao
parto.

O QUE É YOGA?
Mais do que um exercício, o yoga é uma filosofia de vida, com técnicas práticas
que conduzem à expansão da consciência. Ou seja, há uma melhor percepção do
que ocorre com você e com seu corpo.
A definição é de Tulio Bisbocci, instrutor de yoga do We Love Yoga Studio e do
São Paulo Futebol Clube. Assim, o yoga trabalha o equilíbrio entre corpo, mente
e emoções.
E sua prática, independentemente do tipo, envolve posturas (asanas), respira-
ção (pranayamas) e meditação. É o que explica a professora de yoga desde 1990
para adultos, gestantes e crianças Jagdeep Colognesi.
“O yoga enxerga o ser através do funcionamento da energia. De como a energia
funciona em nós. Por isso, traz a grande sensação de bem-estar e equilíbrio de que
todos falam. Também, mexe com todos os nossos sistemas, principalmente ner-
voso, glandular e hormonal, respiratório e sanguíneo”, comenta a especialista.

44
ALGUMAS POSIÇÕES DE YOGA:

1- Adho Mukha Svanasana (Postura


do cachorro olhando para baixo)
Fique na posição de quatro apoios: jo-
elhos e mãos ao chão, olhando para fren-
te. Coloque as palmas das mãos no chão.
Eleve os quadris, com o bumbum voltado
para o teto.
Deixe a cabeça solta, colocando-a para
baixo. Respire profundamente pelo me-
nos três vezes nessa posição. Calmamente,
volte à posição inicial.

2 - Anjali mudra (Posição de prece)


Mantenha a coluna ereta e olhe para
frente, com os braços na lateral do corpo.
Então, inspire ao mesmo tempo em que vai
levantando os braços em direção ao céu e
depois descendo com as palmas das mãos
juntas, em posição de prece junto ao pei-
to.
A posição pode ser feita de pé, com os pés
alinhados; ou sentada, com as pernas cru-
zadas.
3 - Ardha Uttanasana (Postura do
alongamento intenso)
Fique de pé, mantenha os pés alinha-
dos, coluna ereta e olhar para frente, com
os braços na lateral do corpo. Inspire, ele-
vando os braços e se alongando. Em segui-
da, coloque as mãos no chão e a cabeça em
direção aos joelhos.
Então, expire, inclinando-se para fren-
te, como se fosse puxar o umbigo para
dentro. Levante-se até que as mãos alcan-
cem os joelhos.
Mantenha as costas retas e as pernas hiperestendidas. O pescoço também deve
estar reto e alinhado com a coluna. Respire profundamente por três vezes nesta
posição.

4 - Ashwa Sanchalanasana (Postura do corredor)


Em pé, deixe os pés afastados e alinhados à largura do quadril. Dê um passo
grande com a perna direita para trás, o mais amplo que conseguir e somente com
os dedos do pé apoiados ao chão. Flexione o joelho esquerdo e apoie as duas mãos
no solo.

45
Levante o peito, alongue o pescoço e
olhe para frente. Retorne lentamente à
posição vertical e repita todo o processo
invertendo as pernas (agora, estendendo
a perna esquerda e flexionando a direi-
ta).

5 - Balasana (Postura da criança)


Ajoelhe-se no chão, com os joelhos ligei-
ramente afastados um do outro, mantendo
a coluna ereta. Então, engatinhe com as
mãos, mas sem mover as pernas, até que
seus braços fiquem totalmente estendidos
à sua frente.
Relaxe seu tronco sobre as costas e en-
coste a testa no chão. Respire profunda-
mente por três vezes nessa posição.

6 - Bitilasana (Postura da vaca)


Fique na posição de quatro apoios: joe-
lhos e mãos ao chão, olhando para frente.
Inspire, arqueando a coluna (como se fos-
se um alongamento) e levantando a cabeça
para cima. Expire e inspire profundamente
pelo menos três vezes nessa posição. Volte
à posição inicial lentamente.

7 - Chaturanga Dandasana (Postura


da prancha baixa)
A prancha baixa é uma postura que, se
malfeita, pode levar a problemas lombares
em vez de ajudar a aliviar dores. Por isso, fi-
que atento e realize-a com muito cuidado.
De pé, dê um grande passo para trás com
uma perna e apoie ambas palmas das mãos
no chão, mantendo os braços esticados e pa-
ralelos. Então, estique a outra perna, man-
tendo os pés apoiados somente com as pon-
tas dos dedos. Mantenha a coluna e as solas
dos pés eretas.

Para vivenciar sua primeira aula de Yoga, acesse:

Programa de Yoga para Iniciante - 1° aula


https://www.youtube.com/watch?v=CRWPTHLBiKM&t=475s
46
Questões para reflexão

1. Que diferenças você percebe na execução das posturas de Ioga em relação aos
alongamentos que são feitos regularmente?

2. Como a ioga pode auxiliar no nosso dia-a-dia?

3. Experimente realizar algumas posturas da ioga seguindo as orientações e re-


late se você percebeu alguma sensação diferente de outros exercícios:

TAI CHI CHUAN

O Tai Chi Chuan é uma arte marcial


interna, de origem chinesa. Seu estilo é
suave, e favorece o relaxamento mus-
cular, ao contrário da maioria das artes
marciais, que tem como objetivo a agili-
dade e a maior tensão dos músculos. O
Tai Chi Chuan pode ser considerado uma
meditação em movimento.
Os movimentos no Tai Chi Chuan são
circulares. Quando combinados com um ritmo respiratório, levam a um alonga-
mento do corpo e consequente relaxamento do mesmo. Os movimentos são con-
tínuos e delicados.
O Tai Chi Chuan tem, em seus princípios, traços da filosofia Taoísta e da Al-
quimia Chinesa. Foi “fundado” pela Família Yang, mais precisamente por Yang
Lu Chang, um chinês que viveu entre 1789 e 1872. Mas o grande responsável que
difundiu o Tai Chi Chuan da Família Yang por toda a China, foi o Mestre Yang
Cheng Fu, que viveu entre 1883 e 1936. O estilo Yang tem 103 posturas diferen-
tes.
Tendo como base a filosofia Taoísta, o Tai Chi Chuan busca o equilíbrio entre
o Yin e o Yang, o que gera a energia “KI”, que é a energia vital de todo ser vivo.
Yin e Yang são os extremos opostos de energia. Num exemplo um tanto grosseiro,
claridade e escuridão seriam os extremos Yang e Yin da energia luminosa. São
indissociáveis e ao mesmo tempo contrários. O ideal seria encontrar o equilíbrio
entre eles. 47
O Tai Chi Chuan faz com que o praticante tenha maior consciência de seu cor-
po e do equilíbrio. Tem efeito sobre o corpo e a mente, aumentando o relaxamen-
to e combatendo o estresse.
Os benefícios que traz a saúde também são inúmeros: torna as articulações
mais flexíveis, rejuvenesce a pele, favorece a circulação sanguínea, e o coração.
Como tem ação sobre o sistema nervoso central, é benéfico inclusive para os
sistemas: digestivo, eliminatórios, respiratórios e imunológicos. Por esses moti-
vos é sinônimo de longevidade em alguns países.
Por envolver a arte marcial, a saúde e a meditação, o Tai Chi Chuan é, atual-
mente, praticado pelo mundo todo, sobretudo no ocidente, e é inclusive aplicado
na medicina oriental, no tratamento de reumatismos, artroses, bursite, artrites e
no equilíbrio da pressão arterial.
Na China, é comum as pessoas praticarem o Tai Chi Chuan nas praças, no pe-
ríodo da manhã. Pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive às pessoas na
terceira idade.

Questões de revisão

1. Mesmo sendo considerada uma arte marcial, o Tai Chi Chuan apresenta al-
gumas diferenças significativas se comparado as demais lutas. Descreva quais são
estas diferenças.

2. Que fatores fazem com que a modalidade seja praticada em todo o mundo?

3. Quais são os benefícios encontrados ao praticar esta modalidade?


7. https://www.infoescola.com/artes-marciais/tai-chi-chuan/

48
Unidade Didática

Baquetebol

49
Unidade Didática 7:
BASQUETEBOl

Em 1891, o longo e rigoroso inverno de Massachussets tornava impossível a


prática de esportes ao ar livre. As poucas opções de atividades físicas em locais fe-
chados se restringiam a entediantes au-
las de ginástica, que pouco estimulavam
aos alunos. Foi então que Luther Halsey
Gullick, diretor do Springfield Colle-
ge, colégio internacional da Associação
Cristã de Moços (ACM), convocou o pro-
fessor canadense James Naismith, de 30
anos, e confiou-lhe uma missão: pensar
em algum tipo de jogo sem violência que
estimulasse seus alunos durante o inver-
no, mas que pudesse também ser prati-
cado no verão em áreas abertas. Naismith com o time da Universidade de Kansas,
onde foi técnico por muitos anos.

Depois de algumas reuniões com outros profes-


sores de educação física da região, James Naismith
chegou a pensar em desistir da missão. Mas seu es-
pírito empreendedor o impedia. Refletindo bastan-
te, chegou à conclusão de que o jogo deveria ter um
alvo fixo, com algum grau de dificuldade. Sem dú-
vida, deveria ser jogado com uma bola, maior que
a de futebol, que quicasse com regularidade. Mas
o jogo não poderia ser tão agressivo quanto o fute-
bol americano, para evitar conflitos entre os alunos,
e deveria ter um sentido coletivo. Havia um outro
problema: se a bola fosse jogada com os pés, a possi-
bilidade de choque ainda existiria. Naismith decidiu
então que o jogo deveria ser jogado com as mãos,
James Naismith, com o filho Jimmy. mas a bola não poderia ficar retida por muito tempo
e nem ser batida com o punho fechado, para evitar socos acidentais nas disputas
de lances.

As primeiras cestas sem fundo foram desenhadas por Lew Allen, de Connecti-
cut, em 1892, e consistiam em cilindros de madeira com borda de metal. No ano
seguinte, a Narraganset Machine & Co. teve a ideia de fazer um anel metálico
com uma rede nele pendurada, que tinha o fundo amarrado com uma corda, mas
poderia ser aberta simplesmente puxando esta última. Logo depois, tal corda foi
abolida e a bola passou a cair livremente após a conversão dos arremessos. Em
1895, as tabelas foram oficialmente introduzidas.

50
Primeiro livro
de regras.

O basquete no Brasil
O Brasil foi um dos primeiros países
a conhecer a novidade. Augusto Shaw,
um norte-americano nascido na cidade
de Clayville, região de Nova York, com-
pletou seus estudos na Universidade de
Yale, onde em 1892 graduou-se como
bacharel em artes e onde Shaw tomou
contato pela primeira vez com o basque-
te.
Dois anos depois, recebeu um convite para lecionar no tradicional Mackenzie
College, em São Paulo. Na bagagem, trouxe mais do que livros sobre história da
arte. Havia também uma bola de basquete. Mas demorou um pouco até que o
professor pudesse concretizar o desejo de ver o esporte criado por James Nais-
mith adotado no Brasil. A nova modalidade foi apresentada e aprovada imedia-
tamente pelas mulheres. Isso atrapalhou a difusão do basquete entre os rapazes,
movidos pelo forte machismo da época. Para piorar, havia a forte concorrência do
futebol, trazido em 1894 por Charles Miller, e que se tornou a grande coqueluche
da época entre os homens.
As primeiras regras em português foram traduzidas em 1915. Nesse ano a ACM
realizou o primeiro torneio da América do Sul, com a participação de seis equipes.
O sucesso foi tão grande que a Liga Metropolitana de Sports Athléticos, respon-
sável pelos esportes terrestres no Rio de Janeiro, resolveu adotar o basquete em
1916. O primeiro campeonato oficializado pela Liga foi em1919, com a vitória do
Flamengo.
O objetivo do jogo é introduzir a bola no cesto da equipe adversária (marcando
pontos) e, simultaneamente, evitar que esta seja introduzida no próprio cesto,
respeitando as regras do jogo. A equipe que obtiver mais pontos no fim do jogo
vence.
A COMPETIÇÃO É DIRIGIDA POR:
• Três árbitros – têm como função assegurarem o cumprimento das regras
do jogo.
• Um marcador e o seu auxiliar – têm como funções o preenchimento do
boletim de jogo, onde registram os pontos marcados, as faltas pessoais e técnicas,
por exemplo.
• O cronometrista – verifica o tempo de jogo e os descontos de tempo
51
• Um operador de vinte e quatro segundos – controla os 24 segundos
que cada equipe dispõe para a execução de uma jogada.

REGRAS BÁSICAS
Os jogadores podem utilizar somente as mãos para o domínio da bola e não po-
dem se locomover na quadra segurando a bola, somente batendo ela no chão.

Equipes
São cinco jogadores em quadra e sete reservas. Um time de basquete básico
conta com um pivô, um ala-pivô, um ala, um ala-armador e um armador. Todos
os jogadores atacam e defendem, cada qual com uma estratégia tática de acordo
com a posição.

Tempo
Nas regras da FIBA, são quatro tempos de 10 minutos, com 5 minutos de in-
tervalo entre o 1° e o 2° e entre o 3° e 4° quarto; entre o 2° e o 3° quarto há um
intervalo de 15 minutos. O tempo de posse de bola é de 24 segundos.

Quadra
De acordo com as regras da FIBA, as medidas da quadra são de 28m de com-
primento por 15 de largura; a linha dos três pontos fica a 6,25m da cesta. Na NBA,
a quadra mede 28,65m de comprimento por 15,24m de largura; a linha dos três
pontos se localiza a 6,71m da cesta.
As medidas da tabela são 1,80m de largura por 1,20m, onde cesta se localiza a

3,05m de altura (a mesma para as duas organizações).

52
Pontuação
Existem arremessos de dois pontos e três pontos,
quando a bola é arremessada depois da chamada linha
dos três pontos, além dos lances livres que valem 1 pon-
to.
• Regra dos 5 segundos - Um jogador que está sen-
do marcado não pode ter a bola em sua posse (sem dri-
blar) por mais de 5 segundos.
• Regra dos 3 segundos - Um jogador não pode per-
manecer mais de 3 segundos dentro da área restritiva
do adversário, enquanto a sua equipe esteja na posse da
bola.
• Regra dos 8 segundos - Quando uma equipe ganha a posse da bola na sua
zona de defesa, deve, dentro de 8 segundos, fazer com que a bola chegue à zona
de ataque.
• Regra dos 24 segundos - Quando uma
equipe está de posse da bola, dispõe de 24 se-
gundos para a lançar ao cesto do adversário.

Bola
É feita de borracha ou couro macio (depen-
dendo do tipo de quadra – a oficial é de couro).
Terá sua circunferência entre 74,9cm e 78cm e
massa entre 567g e 650g.

Salto de início
Diferentemente da maioria dos esportes de invasão, o basquetebol é iniciado
com um lançamento de bola ao alto que é disputada por um jogador de cada equi-
pe. A bola é alçada ao ar, perpendicular ao chão. Os dois jogadores ficam posicio-
nados abaixo da bola no momento em que esta é lançada
e saltam com intuito de tocá-la a um companheiro para
começar o jogo com a posse da bola.

Regras de Drible
Um jogador não poderá tirar o pé-de-pivô do chão
para iniciar uma progressão sem antes executar um dri-
ble. Um jogador poderá tirar o pé-de-pivô do chão para
executar um passe ou um arremesso, mas a bola deverá
deixar sua mão antes que o pé retorne ao solo.
Um jogador que recebe a bola quando está parado ou
parando e receber a bola está autorizado a fazer a jogada
de pivô.
A jogada de pivô ocorre quando o jogador que está se-
gurando a bola pisa uma ou mais vezes em qualquer di-
Pé de Pivô
reção com o mesmo pé, e o outro pé, chamado pé de pivô, permanece no mesmo
53
lugar em contato com o chão.

Exemplo de infração - A jogadora para e


recomeça a driblar

Posições
São usadas, geralmente, no basquete, três posições: alas, pivôs e armador. Na
maioria das equipes temos dois alas, dois pivôs e um armador.
• Armador ou base é como o cérebro dos jogadores. Planeja as jogadas e geral-
mente começa com a bola.
• Ala e ala/armador ou extremos jogam pelos cantos. A função do ala muda
bastante. Ele pode ajudar o base, ou fazer muitas cestas.

• Ala/pivô e Pivô ou postes são, na


maioria das vezes, os mais altos e mais for-
tes. Com a sua altura, pegam muitos rebo-
tes, fazem muitas enterradas e bandejas, e
na defesa ajudam muito com os tocos.

Técnicas esportivas

Passe de peito – é utilizado quando não


há nenhum oponente entre o jogador com
a posse da bola e o companheiro. A bola é
lançada com as duas mãos na altura do pei-
to do lançador o do receptor do passe.

Passe picado – é utilizado quando exis-


te marcação em cima do passador. A bola é
passada com as duas mãos e um pingo na
quadra para o receptor que dará sequência
ao lance.

Arremesso - jogada de ataque mais co-


54
mum, pois dá a oportunidade de o jogador conseguir uma cesta de dois ou três
pontos. Uma mão é utilizada para lançar a bola à cesta, a outra direciona a bola
ao alvo.

Bandeja – jogada de ataque mais radi-


cal, onde o jogador utiliza os dois passos
de direito ou salta diretamente à cesta e
joga a bola diretamente ao alvo, sem arre-
messos.

Enterrada – o jogador salta e força ou


tenta forçar a bola para dentro da cesta com uma ou com ambas as mãos, desta
maneira evita que algum oponente tente parar a bola.

Voltar quadra – acontece quando o jogador de posse da bola retorna ao campo


defensivo.

Rebote – existem dois tipos de rebote: ofensivo e defensivo. Ofensivo quando o


jogador se posiciona embaixo da cesta para conseguir a posse de bola e prosseguir
com o ataque. Defensivo quando o jogador defensor apanha a bola e com essa
posse liga o contra-ataque.

Bloqueio – é quando o jogador defensor impede o ataque adversário com a


mão diretamente na bola, bloqueando o ataque adversário. É também chamado
“toco”.

Questões de revisão

1. No basquetebol a definição de um lance de “enterrada” é:


(a) Quando a bola é forçada para baixo na cesta dos adversários com uma ou
ambas as mãos.
(b) Quando a bola é direcionada com a(s) mão(s) para a cesta dos adversá-
rios.
(c) Quando a bola não entra na cesta.
(d) Quando o adversário rouba a bola no campo de defesa.

2. Um jogo de basquetebol consiste em:


(a) (2) períodos de vinte (20) minutos
(b) (4) períodos de dez (10) minutos
(c) (3) períodos de quinze (15) minutos
(d) (4) períodos de (12) minutos

3. Cada equipe de basquetebol dever ter em quadra:


(a) Cinco jogadores
(b) Sete jogadores
55
(c) Oito jogadores
(d) Nove jogadores

4. Com relação à especificidade do Basquetebol, marque a alternativa corre-


ta:
(a) O basquetebol apresenta fundamentos que são compatíveis com os movi-
mentos do cotidiano do ser humano: andar, correr, quicar, lançar e receber, arre-
messar, saltar, mas há outros como a posição básica, giros, fintas e bloqueios.
(b) O basquetebol é jogado por duas equipes de sete jogadores cada uma, tendo
como objetivo jogar a bola dentro da cesta do oponente e evitar que o oponente
obtenha o controle da bola ou faça pontos.
(c) Na execução do passe de peito o jogador recebe a bola com o pé direito no
solo (pé esquerdo deve estar à frente), deve dar outro passo e saltar com impulso
na perna esquerda. Simultaneamente, deve elevar a bola progressivamente; quan-
do atingir o ponto mais alto do salto, a mão direita que segura a bola por baixo
completará o movimento, lançando a bola em direção à cesta.
(d) Para realizar a bandeja o jogador deve estar parado na posição básica, com
o pé direito um pouco à frente e o peso do corpo igualmente distribuído nas duas
pernas. A bola é trazida junto ao rosto. A mão direita deve ficar por trás da bola e
ao mesmo tempo ocorre extensão das pernas e tronco.
(e) No passe por cima da cabeça a bola é segura por ambas as mãos e os coto-
velos devem permanecer junto ao corpo; há a extensão horizontal dos braços à
frente na altura do peito em direção a quem vai receber a bola.

Por que o basquete e o rap andam juntos?

Por Catarina Barbosa

Quando se pensa em basquete,


qual é a primeira imagem que vem
a sua cabeça? Talvez sejam os joga-
dores altos, negros, cheios de tatu-
agens e usando grandes correntes,
roupas largas e headphones. Agora
pense em um rapper… acredito que uma imagem semelhante virá a sua mente,
certo? E não é estranho relacionar as duas percepções, principalmente se pensar-
mos na formação da cultura que as une: o hip hop.
O basquete surge nos Estados Unidos em meados de 1890, e, como a maioria
dos esportes, sua prática limitava-se às classes mais elitizadas. Como forma de
resistência, as classes marginalizadas passaram a praticar um tipo informal do
esporte, o streetball, que contava com jogadas mais lúdicas e acrobáticas que o
esporte original. Além disso, os jogos eram coordenados pelos mestres de ceri-
mônia, os MCs, que agitavam a torcida com rimas e músicas de rap. Logo, a nova
prática foi incorporada à cultura hip hop, servindo como ponte para a união entre
o esporte e a música.
8. Fonte: http://jornalismojunior.com.br/por-que-o-basquete-e-o-rap-andam-juntos/

56
Com o passar do tempo e com a democratização do basquete, o streetball, pra-
ticado majoritariamente por jovens negros e latinos em quadras de ruas, passou
a ser um evento vitrine para os futuros jogadores e rappers profissionais, sendo a
primeira forma de contato desses com essa cultura.
Márcio Santos, ex-assessor da Secretaria de Cultura de São Paulo e ex-orga-
nizador do Encontro Paulista de Hip Hop, afirma que: “O rap se relaciona com o
basquete no momento em que trata, na maioria das vezes, da realidade do joga-
res, da identidade destes de surgirem muitas vezes do mesmo local e passarem
pelas mesmas dificuldades [que os rappers]”.
Dessa forma, tanto a carreira no basquete quanto a musical, mostram-se como
meio de ascensão para os jovens marginalizados – principalmente nos Estados
Unidos – que enxergam nessas duas vertentes maneiras de serem reconhecidos
pelo mundo. Caio César, professor formado pela Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ) e pesquisador, aponta que: “Dentro de um sistema meritocrá-
tico e segregador, rap e basquete são instrumentos de inclusão e ascensão social
menos difíceis para esses jovens”.
No entanto, mesmo servindo como agentes transformadores, engana-se quem
pensa que por puro mérito pode-se ascender nesses meios. “Mesmo sendo espor-
tes que prezam mais pela habilidade, questões sociais, econômicas, psicológicas
e familiares contam muito, fazendo com que ainda haja algum tipo de peneira ou
funil também nesses segmentos”, afirmou o pesquisador.

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Ainda assim, a ligação cultural entre o esporte e a música mostra-se tão forte
ao ponto que, tanto jogadores famosos da NBA quanto rappers populares têm se
inspirado uns nos outros e trabalhado juntos em prol de suas comunidades: seja
na maneira de vestir, de se comportar ou ainda de protestar contra problemas
estruturais e raciais.

Em 2004, após um caso de violência entre jogadores do Indiana Pacers e do


Detroit Pistons que se alastrou até as torcidas, o então comissário da NBA criou
um código de conduta para a liga, que podava desde o comportamento dos joga-
dores até sua maneira de vestir, proibindo roupas e acessórios ligados à cultura
do gueto, de maneira que nada ligado a “bandidagem” estivesse relacionado a
NBA. No entanto, com o passar do tempo e, principalmente, com a ação do joga-
dor Allen Iverson, que tratou de mostrar cada vez mais seu lado do gueto para o
público, a liga entendeu ser mais fácil incorporar a cultura das ruas ao esporte do
que se afastar dela.
Por isso, hoje o estilo é um dos mais rentáveis para a NBA, tendo diversos ra-
ppers como estrelas de campanha dos times e glamourizando esse estilo de vida.
Márcio Santos enxerga essa mudança como benéfica: “pois apresenta a variedade
de talentos que esta cultura [do hip hop] possui com um grande poder de influen-
ciar na economia, possibilitando a realização de muitos negócios dentro de um
tipo de entretenimento hoje chamado basquete, que gera muito lucro.” Já Caio
César acredita que ainda assim, a estrutura da NBA só reforça o estereótipo ra-
cista sobres seus jogadores: “A meu ver, é mais uma fetichização que reforça um
estereótipo ruins sobre pessoas negras. Sem contar o viés econômico, já que os
grandes donos desses clubes ainda são pessoas brancas, que estão lucrando com
essa estética.”
Sugestão de filmes

Coach Carter – Treino para a Vida (2005)


Amador (2018

Questões para reflexão

1. É possível comparar a relação do basquetebol e os jovens pobres dos Estado


Unidos com o futebol e os jovens pobres do Brasil? Explique.

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2. Existem semelhanças entre a cultura promovida pelos jogadores de elite do
futebol e do basquetebol? Descreva.

3. Essa relação do esporte com a música pode ser visualizada em outras moda-
lidades, como o futebol, por exemplo? Por quê?

4. Como o esporte se relaciona com o consumismo?

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