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PEDAGOGIA DO MOVIMENTO HUMANO

Silene Sumire OKUMA*


Osvaldo Luiz FERRAZ**

PANORAMA GERAL

Para falarmos a respeito da área de Mariz de Oliveira, 1991).


Pedagogia do Movimento Humano é necessário, Sendo assim, nem toda atividade
antes de tudo, a compreensão do termo Pedagogia. física é educação física pois, as atividades do
Esse se refere à arte, ciência e profissão de ensinar. cotidiano, do trabalho e da vida social implicam
Neste artigo, o foco de discussão será a Pedagogia movimentos, mas isso não caracteriza educação
do Movimento Humano como área de estudo, ou física. Pode-se praticar atividades físicas como, por
seja, como ciência. De acordo com Brunelle & exemplo, o futebol e a ginástica como um meio
Tousignant (1994), sob essa condição, ela se para se alcançar objetivos de lazer, melhorar a
relaciona a duas sub-áreas: ensino e formação condição física ou com finalidades estéticas.
daquele que ensina. A primeira estuda as ações de Entretanto, esses objetivos são variados e definidos
ensino e seu impacto no processo de pelo praticante em um amplo universo de
aprendizagem; a segunda investiga a preparação do possibilidades; são, portanto, da ordem do possível
profissional que ensina. e da vontade do praticante. Já essas mesmas
Na literatura internacional, o termo atividades, como conteúdos da educação física, são
freqüentemente encontrado para definir a área de os meios para se alcançar objetivos definidos “a
Pedagogia do Movimento Humano é Pedagogia priori”, que são da ordem do necessário, isto é,
das Ciências da Atividade Física. Assim, outros aquilo que não pode deixar de ser. Nesse sentido, a
termos que merecem esclarecimentos para melhor educação física tem como objetivo precípuo
compreensão dessa área são Atividade Física e instrumentalizar o aluno para participar de
Educação Física, termos correntes nas publicações. programas de atividades físicas como ginástica,
De acordo com Bouchard & natação, dança, esporte, etc., avaliando sua
Shephard (1994), entende-se por atividade física qualidade e adequação para a promoção da saúde e
qualquer movimento corporal produzido pelos bem estar.
músculos que resulte num substancial aumento do Tudo indica que a diferença
gasto das reservas energéticas, o que inclui as fundamental está na relação meio/fim. No primeiro
atividades físicas de lazer, a ginástica, o esporte, as caso, a atividade física se constitui em um fim em
tarefas da vida diária, entre outras. Já o termo si mesma e, no segundo caso, a atividade física é
educação física refere-se aos conhecimentos um meio para a educação física. Além disso, a
sistematizados sobre o movimento humano, educação física deve contribuir para a formação de
conhecimento esse que deve capacitar o aluno para, um consumidor crítico dos espetáculos esportivos e
com autonomia, otimizar suas potencialidades e informações veiculadas nos meios de comunicação,
possibilidades de movimentos para se regular, através de elementos conceituais e perceptivos que
interagir e transformar o meio ambiente em busca lhe permitam apreciar e refletir sobre a estética e a
de uma melhor qualidade de vida (Ferraz, 1996; técnica dessas manifestações.

*
Coordenadora do Laboratório de Pedagogia do Movimento Humano e do Curso de Bacharelado em Educação Física da
Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo.
**
Coordenador do Curso de Licenciatura em Educação Física da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de
São Paulo.

Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, v.13, p.78-87, dez. 1999. N.esp.
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Resumindo, é importante ressaltar curricular, as pesquisas investigam,


que não se está propondo uma educação física principalmente, o sentido e o significado do
transformada em um discurso sobre a cultura programa em uma perspectiva filosófica, ou seja,
corporal de movimento, mas, através da vivência e concepção de homem e de sociedade. Já os estudos
reflexão, propõe-se instrumentalizar o aluno para sobre ação didática têm procurado verificar a
que, com autonomia, possa: a) gerenciar sua eficiência de diferentes metodologias e as relações
própria atividade física; b) atender adequadamente entre os conteúdos de ensino. Quanto aos
os movimentos do cotidiano; c) apreciar e usufruir resultados de aprendizagem, o efeito da
dos elementos da cultura corporal de movimento manipulação de alguns comportamentos do
(Ferraz, 1996; Okuma, 1998). Convém esclarecer professor sobre a aprendizagem tem sido o alvo
que a perspectiva do praticante em um programa de principal (Arnold, 1981; Blázquez Sánchez, 1997;
educação física pode ser diferente da perspectiva Rosenshine, 1976). Entretanto, esses aspectos não
do profissional, isto é, o aluno pode jogar futebol têm sido pesquisados articuladamente e, ao que
como um fim em si mesmo, mas o profissional tudo indica, são raras as pesquisas que testam a
deve ter clareza dos objetivos educacionais eficiência de programas abarcando todos eles.
envolvidos na atividade. Uma outra característica das
O campo de pesquisas da Pedagogia pesquisas atuais em ensino, diz respeito ao
do Movimento Humano, apesar de ser problema da “validade ecológica”. Quando os
relativamente jovem comparado a outras áreas de pesquisadores testam suas hipóteses, através de
investigação, tem sido bastante produtivo nas situações artificiais de laboratório em nome do
últimas décadas. Entretanto, a complexidade desse rigor científico das ciências naturais, a
fenômeno tem gerado uma produção caracterizada complexidade da situação de ensino aprendizagem
pela variedade de temas investigados, por induz a sérias limitações quanto à aplicabilidade
conceitos ainda não definidos e por métodos de desses estudos.
investigação em fase de consolidação. Em Brunelle & Tousignant (1994)
A revisão de alguns dos principais podemos encontrar um breve histórico sobre a
periódicos internacionais da área (Journal of evolução das pesquisas em Pedagogia do
Teaching in Physical Education, Research Movimento. Segundo os autores, os estudos podem
Quarterly for Exercise and Sport, Journal of ser caracterizados pela ênfase descritivo-analítica,
Teacher Education, Quest) indica que, das duas processo-produto ou análise qualitativa. Durante as
sub-áreas de investigação da Pedagogia do duas últimas décadas, as pesquisas que adotaram o
Movimento Humano - ensino e preparação paradigma descritivo-analítico procuraram
profissional - a do ensino tem recebido maior identificar, classificar e quantificar os vários
atenção dos pesquisadores, o que é corroborado fenômenos que ocorrem durante o processo ensino-
pelas obras de Pieron (1988), Brunelle & aprendizagem, como por exemplo, quantidade de
Tousignant (1994) e Sánchez Bañuellos (1997); já prática, tempo de espera do aluno, tempo na tarefa,
a preparação profissional tem sido mais investigada “feedback” e entusiasmo do professor, entre outros.
em relação aos temas do generalista “versus” Esses estudos proveram a comunidade profissional
especialista, acadêmico “versus” profissional e, de uma variedade de informações e instrumentos
particularmente no Brasil, em torno da questão de observação a respeito do que acontece na
Bacharelado e/ou Licenciatura (Kolyaniak Filho, “quadra” (por exemplo, ver Anderson & Barrette,
1995; Mariz de Oliveira, 1988), talvez pelo fato 1978; Pieron, 1988).
dos cursos em Educação Física ainda, em sua Com a sofisticação e
grande maioria, serem de Licenciatura. No âmbito desenvolvimento das técnicas descritivas de
geral da escolarização, a questão da formação análise, as pesquisas também focaram sua atenção
inicial e formação continuada tem recebido atenção para a efetividade do ensino. Através de estudos
especial dos pesquisadores (Cardoso, 1997; correlacionais, também chamados de pesquisas
Imbernón, 1994; Nóvoa, 1995). processo-produto, a preocupação central foi
As pesquisas em ensino têm tido investigar as relações entre o que acontece na
dificuldades em superar o problema da quadra (processo) e a aprendizagem dos alunos
fragmentação do conhecimento. Os estudos (produto). Em essência, os estudos correlacionais
abordam, isoladamente, três elementos: procuram demonstrar quais são as variáveis mais
planejamento curricular, ação didática e resultados importantes para a eficiência no ensino. Um
de aprendizagem. No caso do planejamento exemplo dessa perspectiva pode ser o de Siedentop

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80 OKUMA, S.S. & FERRAZ, O.L.

(1983), que utilizou as variáveis tempo de espera, aprendizagem e desenvolvimento humano em todo
tempo em atividade, grau de adequação e o ciclo de vida. Esse conhecimento é
porcentagem de sucesso na tarefa para determinar a imprescindível e, portanto, deve ser integrado à
eficiência no ensino. Além disso, as pesquisas em produção científica dessa área para auxiliar na
ensino, utilizando delineamentos experimentais elaboração e implementação de programas de
mais clássicos, testaram os efeitos de diferentes educação física. Sendo assim, há necessidade de
condições específicas de aprendizagem como os que outras áreas, como Aprendizagem e
métodos de ensino diretivo e solução de problemas, Desenvolvimento Motor, Fisiologia do Esforço,
o método global ou partes, ou a quantidade e tipo Biomecânica, Psicologia, Antropologia e
de “feedback”. Essas investigações buscaram Sociologia da Educação Física, enfatizem temas
estabelecer parâmetros para a adaptação de profissionais por meio de pesquisas aplicadas.
modelos genéricos de ensino a situações Esse parece ser o desafio do
particulares (Metzler, 1982; Mosston & Ashworth, Departamento de Pedagogia do Movimento
1986; Siedentop, 1986). Humano e, especificamente, do Laboratório de
Atualmente, as pesquisas em Pedagogia do Movimento (LAPEM), que
Pedagogia do Movimento têm utilizado apresentaremos a seguir.
metodologia qualitativa para entender como o
processo ensino-aprendizagem acontece no
ambiente “natural” da prática pedagógica dos O LABORATÓRIO DE PEDAGOGIA DO
professores. Utilizando técnicas derivadas da MOVIMENTO HUMANO - LAPEM
antropologia, psicologia e sociologia, as pesquisas
nessa abordagem têm descrito detalhadamente e O Laboratório de Pedagogia do
em profundidade o que os professores e aprendizes Movimento Humano da EEFEUSP foca suas
fazem e pensam (Daólio, 1992; Darido, 1997; investigações tanto na área de ensino, como na de
Harrington, 1987). Diferentemente das análises formação profissional, tendo como objetivo
descritivas, os pesquisadores qualitativos não principal o desenvolvimento de linhas de pesquisa
observam o “ambiente est udado” com categorias que visam a organização e síntese de
de análise pré-determinadas. Imergindo no conhecimentos básicos sobre o ser humano e a
contexto que está sendo investigado, pressupõem atividade física, para aplicá-los no
ser possível o entendimento da realidade social desenvolvimento de programas e métodos de
com toda sua complexidade e especificidade educação física. Caracteriza-se pelo
(Locke, 1989). A literatura científica nessa desenvolvimento de pesquisas eminentemente
abordagem tem proporcionado conhecimentos aplicadas, tendo suas áreas de atuação na Educação
sobre a prática pedagógica dos professores, Física não Formal (não escolar), Educação Física
articulando as decisões de planejamento, as Formal (escolar) e Educação Física Adaptada
diferentes formas de implementação e as (escolar e não escolar).
possibilidades de avaliação de programas em
educação física.
A conscientização crescente de que a EDUCAÇÃO FÍSICA NÃO ESCOLAR
Educação Física é uma área profissionalizante, tem
demonstrado a necessidade de pesquisas aplicadas Linha de Pesquisa: Comunicação Não-
que objetivem uma investigação sistemática dos Verbal
temas profissionais (Bressan, 1982; Ellis, 1990;
Locke, 1990; Siedentop, 1990) e esse aspecto Uma das linhas de pesquisa
enfatiza a importância da área de Pedagogia do instituída na Educação Física não Escolar foi a
Movimento. Entretanto, isso não significa Comunicação Não-Verbal, que estuda os
independência total em relação às pesquisas fenômenos psico-sociais da comunicação inter-
básicas, pois a Educação Física ainda não possui individual e inter-grupal do ser humano, por meio
uma base de conhecimentos próprios para sustentar da análise de diferentes unidades de comunicação
seu desenvolvimento (Tani, 1996). não verbal, relacionadas ao corpo e à educação
Apesar da evolução nos estudos em física.
Pedagogia do Movimento, com um número cada
vez maior de pesquisas, há carência de Projeto em andamento: Comunicação não verbal: o
conhecimento a respeito dos processos de conhecimento e as habilidades de emitir e receber

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sinais não verbais do corpo e do movimento desenvolvimento e de perdas decorrentes do


humano. envelhecimento, comparando o desempenho de
idosos com pessoas mais jovens, o que resulta em
Linha de Pesquisa: Educação Física para conclusões não realísticas. Há carência de mais


Idosos estudos longitudinais que acompanhem a real


evolução das possibilidades de desenvolvimento e
Outra linha de pesquisa instituída na das limitações dos idosos, de modo que se possa
Educação Física não Escolar foi a da Educação propor programas que ativem suas capacidades.
Física para Idosos, com a criação do projeto Vida Um dos consensos entre os
Ativa, em 1994, que vem se consolidando a partir pesquisadores e profissionais na área da Educação
da criação do Grupo de Estudo e Pesquisa em Física para o idoso é sobre o papel fundamental da
Educação Física para Idosos - GREPEFI. Seu atividade física na manutenção da saúde e da
objeto de estudo são programas de educação física independência física deste. Os conhecimentos
e de atividade física para as pessoas com mais de produzidos até então (ACSM, 1998) trazem razões
60 anos de idade. incontestáveis para a criação de programas para
O estudo da educação física para essa população. Entretanto, não é suficiente que
idosos no LAPEM baseia-se nas concepções atuais programas sejam criados, mas é fundamental que,
sobre o envelhecimento humano, tendo como concomitantemente, sejam produzidos
referencial o modelo teórico da Velhice bem conhecimentos sobre estrutura e conteúdos ótimos
sucedida (Baltes & Baltes, 1991): foca suas de tais programas, como avaliá-los, como conduzi-
investigações sobre o potencial de los de modo a levar os idosos a se envolverem e a
desenvolvimento inerente ao homem durante todo permanecerem ativos, para que possam envelhecer
o ciclo vital, ao invés de olhar para as perdas e com sucesso, pois ainda há pouca concordância em
limitações associadas a esse momento de vida; leva relação a esses aspectos. Muitas propostas estão
em consideração o potencial de reserva latente (ou surgindo, mas não estão sendo devidamente
capacidade de reserva) que todos têm e que pode estudadas para comprovarem sua eficácia. Este é,
ser ativado pela aprendizagem, pelo exercício ou então, um dos grandes desafios para aqueles que
treinamento. Para tal, devem ser criados planos e trabalham e estudam o idoso no âmbito da
ações que possibilitem o contínuo desenvolvimento Pedagogia do Movimento Humano: compreender
do idoso, ao mesmo tempo que previnam ou as possibilidades de desenvolvimento e as
diminuam o período de morbidade ou estados limitações dos vários domínios que o constituem e,
disfuncionais de pré-morbidade que acometem sobretudo, saber como ativá-los com programas
parte dessa população. Dentre esses mecanismos adequados.
preventivos, a atividade física é um componente Um outro consenso que se apresenta
fundamental, o que levou o LAPEM a criar um é sobre a extrema variabilidade das condições
programa de educação física (Programa Autonomia físicas, funcionais, emocionais, sociais, cognitivas,
para a Atividade Física - PAAF) para estudar os etc., entre as pessoas desse grupo etário,
efeitos dessa atividade na ativação das funções dos particularmente se o referencial de comparação for
idosos e das suas potencialidades de o cronológico. Sabe-se que nem todos envelhecem
desenvolvimento. de uma mesma maneira e na mesma velocidade
Embora um grande progresso tenha (Spirduso, 1995). Há uma considerável diferença
sido feito na compreensão do papel da atividade entre a idade cronológica e a idade funcional ou
física no processo do envelhecimento e na velhice biológica, por exemplo, que deve ser levada em
nas duas últimas décadas, muitas questões ainda consideração, principalmente na área da Pedagogia
permanecem obscuras e sem respostas. Os do Movimento.
resultados das pesquisas sobre o impacto dessa A grande variabilidade inter-
atividade ainda não são muitos e, portanto, há individual tem levado estudiosos a definirem
carência de conhecimentos e clareza sobre muito algumas classificações dos idosos, como Ferrini &
deles, além da ausência de consenso sobre várias Ferrini (1993), Spirduso (1995), Shephard (1997),
questões que se referem, sobretudo, às capacidades que sugerem uma classificação baseada na
e limitações do idoso e o quanto podem ser capacidade funcional das pessoas e não na sua
ativadas. Vários estudos as têm analisado, mas idade cronológica. Assim, um outro consenso que
predominam os modelos de estudos transversais, se apresenta é que um dos primeiros aspectos a
que tentam compreender o processo de serem considerados na estruturação de programas

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de atividade física para idosos é a condição observado nas recomendações feitas durante o 5o.
funcional que eles apresentam, de modo que as Congresso Mundial de Atividade Física,
diferenças individuais sejam respeitadas e que Envelhecimento e Esporte, realizado no mês de
propostas adequadas sejam oferecidas (ACSM, agosto de 1999, nos EUA. Foi proposto como o
1998). Portanto, os profissionais de Educação grande desafio para os profissionais que estudam e
Física devem conhecer as amplas dispersões na trabalham com idosos, aprenderem a integrar a
capacidade e “performance” motora dos idosos e atividade física num amplo contexto social,
seus padrões de atividades normais. Isso, como já cultural e econômico de envelhecimento ativo.
comentado, não está totalmente esclarecido, o que Outra recente sugestão, advinda das
demanda mais pesquisas para tal elucidação. proposições feitas pelas Nações Unidas, mediante
Pela enorme variabilidade inter- seu Programa para a Velhice, é a da necessidade de
individual vem-se considerando que programas de criação de programas intergeracionais, seguindo-se
atividade física para idosos devem ter prescrições a tendência da Gerontologia contemporânea. A
individualizadas. Entretanto, atualmente, há um proposta é de que se integre idosos com crianças,
consenso de que os programas mais efetivos devem jovens e adultos, num ambiente educacional, onde
ser multidimensionais, com combinação de há aprendizagem mútua. Iniciativas desse tipo têm
atividades cardiovasculares, de força muscular, de se mostrado produtoras de mudanças de atitude em
flexibilidade, de equilíbrio e de coordenação relação ao envelhecimento e ao velho nas gerações
(Chodzko-Zaiko, 1999; Clark, 1998; Okuma, 1998; mais novas, modificando estereótipos que existem
Van Norman, 1995). acerca dessa população e melhorando as relações
A despeito do conhecimento sobre os com os velhos e com o próprio envelhecer. Além
benefícios que a atividade física traz, a proporção disso, parece que programas intergeracionais têm
de idosos que a pratica regularmente é baixa, no se mostrado com potencial para aumentar a
mundo todo, como mostram os dados, por qualidade da experiência em tal contexto, o que por
exemplo, dos EUA (15% dos idosos são sua vez poderia ser um forte motivador para a
praticantes, Chodzko-Zaiko, 1999) e do Japão manutenção das pessoas em programas de
(40% dos homens e 38% das mulheres, Ohata, atividade física.
Tabata & Mochizuki, 1999). Embora o nível de Considerando-se esse panorama,
participação em programas de atividade física varie pode-se compreender a inserção dos projetos de
de país para país, em nenhum deles a inatividade pesquisa desenvolvidos em alguns dos aspectos
física deixa de ser considerada um problema de levantados, o que é descrito a seguir:
saúde pública significante. Ainda não se sabe com
clareza sobre a complexidade de fatores que levam Linha de Pesquisa: Educação Física na


ou não as pessoas a participarem de programas de Terceira Idade


atividade física, o que evidencia a necessidade de
mais pesquisas para que esse problema seja Estudo nas duas sub-áreas da
elucidado e medidas possam ser tomadas para Pedagogia do Movimento Humano – ensino e
tornar a população idosa fisicamente ativa, o que se preparação profissional – cujo objeto de estudo
apresenta como mais um desafio para a área da são, respectivamente: a) testagem de programa de
Pedagogia do Movimento Humano. educação física para a população acima de 60 anos
Um outro consenso que vem de idade, no qual são investigados características
emergindo entre estudiosos e profissionais dessa de aprendizagem e desenvolvimento e a interação
área é que o principal objetivo da participação do de objetivos, conteúdos, estratégias e avaliação; b)
idoso nos programas de atividade física é a atitudes e comportamentos de profissionais frente
preservação e recuperação de uma ótima qualidade ao velho e à velhice, e as diferentes possibilidades
de vida. Embora seja difícil defini-la, é de de formação inicial e continuada.
concordância entre todos que ela depende da
complexa interação entre diversos fatores que Projetos em andamento
incluem saúde física, bem-estar emocional, 

satisfação social e, para alguns, bem-estar Programa “Autonomia para a Atividade Física
espiritual (Chodzko-Zaiko, 1999). A necessidade (PAAF)”: análise de sua eficácia;
de tal integração vem sendo a mais recente
sugestão entre os especialistas da área em relação
aos programas para idosos, o que pôde ser

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Projeto Vida Ativa - Efeitos do PAAF sobre o mediante breve análise histórica, os diferentes


desenvolvimento físico e condições clínicas papéis assumidos pela educação física em


em idosos com mais de 60 anos; instituições escolares ao longo do tempo, tais como


Mudanças de atividades da vida diária em eugenia, disciplina, lazer, nacionalismo e defesa da


idosos participantes do PAAF; pátria, o que contribuiu para uma indefinição de
sua função específica (Brasil.MEC, 1997). Como
Efeitos do PAAF sobre a dimensão existencial


conseqüência, freqüentemente, a educação física


de seus participantes;
tem sido chamada a justificar sua presença dentro
Alterações nos estados de ânimo e na


do currículo escolar (Bracht, 1995; Gaya, 1994;


percepção subjetiva do esforço em indivíduos Guiraldelli Junior, 1995; Hardman, 1995/96; Mariz
idosos como resultado de atividade física de Oliveira, 1991; Tani, 1998a). Paradoxalmente, a
aeróbia com música; contínua presença da educação física nas escolas,
A influência de determinantes pessoais, mesmo que em níveis de escolarização diversos,


comportamentais e ambientais nos implica que esse componente curricular tem sido
comportamentos de adesão e não-adesão de “aprovado” ao longo do tempo!
idosos a programas de atividade física Em que pese os diferentes sistemas
sistemática; educacionais com variadas orientações ideológicas,


Atitude dos profissionais de educação física sócio-culturais e econômicas, resultando em


frente à velhice e ao velho; políticas educacionais regionais e não
“globalizadas”, alguns aspectos são comuns no
Atitude dos bacharelandos de educação física


mundo todo (Europa, América do Norte, África,


frente à velhice e ao velho.
Austrália), tais como: redução de carga horária no
currículo, descontentamento dos professores com
os resultados de seu trabalho, ênfase no esporte
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR rendimento em detrimento do esporte como
patrimônio cultural da humanidade e, portanto,
Na Educação Física Escolar, o
para todo cidadão; além de professores de
LAPEM tem focado sua atenção na formação de educação física distantes das questões mais amplas
professores e implementação de propostas
da escolarização, tendo como conseqüência, por
curriculares de educação física na educação infantil exemplo, a sua ausência freqüente nas reuniões
e no ensino fundamental. pedagógicas da escola (para uma revisão detalhada
Ao longo do tempo, a atividade
ver Hardman, 1995/96). Esses aspectos,
física tem sido considerada um importante aspecto
evidentemente, são bem conhecidos dos envolvidos
na vida do ser humano. Apesar disso, em várias
com a educação física escolar no Brasil.
partes do mundo a educação física, como
Apesar das similaridades apontadas
componente curricular, tem sido questionada pela anteriormente, reconhece-se que a discussão da
sociedade com relação a sua presença e seu papel Educação Física Escolar no contexto internacional
na escola (Hardman, 1995/96). Esse fato poderia se
é, no mínimo, uma tarefa extremamente complexa,
justificar pela distinção que a sociedade estaria
para não dizer quase impossível. Por essa razão,
fazendo entre atividade física e educação física na
optou-se, daqui em diante, por delimitar a
escola, discutida no início desse artigo.
discussão à produção acadêmica relacionada à
Infelizmente, tudo indica não ser essa a razão. educação física escolar no Brasil, uma vez que o
Primeiro, porque apesar dos panorama geral da Pedagogia do Movimento no
argumentos científicos de que o trabalho com o
contexto internacional já foi tratado no início desse
movimento contribui para o desenvolvimento do
artigo.
ser humano, esse aspecto da inteligência tem A educação física escolar brasileira
perdido espaço na escola em virtude da ênfase tem recebido atenção especial de pesquisadores de
“cognitiva” adotada, ou seja, dos conceitos diversas universidades e entidades científicas.
acadêmicos (Machado, 1995). Além disso,
Desde a década de 80, questões como “qual o papel
atualmente, com a ocorrência de novos temas como
da educação física na escola?”; “o que deve ser
informática, idiomas estrangeiros e tecnologia, o
ensinado?”; “de que maneira deve ser ensinado?”;
espaço da educação física está sendo reduzido ou,
“como preparar adequadamente os professores?”,
ainda mais, questionado. tem se constituído no tema central dos encontros
Segundo, porque constata-se, científicos, profissionais e de publicações da área

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(Mariz de Oliveira, 1991; Tani, 1998b). Rompendo indefinição de uma área básica de conhecimento
com a influência militar e médica, professores de (Tani, 1996), além das questões gerais da
várias instituições de ensino superior, formados em escolarização. Essas últimas ressaltam os
cursos de pós-graduação em diversas áreas do problemas advindos da passagem de uma
conhecimento, elaboraram novos fundamentos e escolarização reduzida para uma escolarização de
propostas pedagógicas para a educação física massas, o hiato entre teoria e prática educacional e
escolar (Betti, 1996). Esse período, marcado por as condições de trabalho adversas, tais como
intensos debates, resultou em uma quantidade salário, material didático, número de alunos, entre
substancial de publicações de livros, teses e na outros, como exemplifica Carvalho (1997).
criação de vários periódicos. A Lei de Diretrizes e Bases da
Um fato importante, decorrente Educação Nacional (Brasil, Lei 9.394/1996)
desse processo, foi a reestruturação dos cursos de estabelece como princípio e finalidade da educação
preparação profissional e a conseqüente criação do escolar o pleno desenvolvimento do educando, seu
bacharelado diferenciado da licenciatura, no caso preparo para o exercício da cidadania e sua
específico da Escola de Educação Física e Esporte qualificação para o trabalho. Embora haja consenso
da USP, pressupondo-se que a atuação do sobre o objetivo de promover o desenvolvimento
profissional de educação física também pode integrado dos aspectos físicos, emocionais,
ocorrer fora do contexto escolar, como academias, cognitivos e sociais do aluno como um ser
clubes e centros esportivos de lazer, entre outros, indivisível, divergências têm surgido, no contexto
além da possibilidade do trabalho profissional de da educação escolarizada, em virtude do que seja
assessorias na construção de equipamentos, trabalhar com esses aspectos valendo-se de cada
instalações, organização de eventos esportivos e de disciplina curricular.
lazer. Considerando-se, em particular, o
Um outro aspecto fundamental é a componente curricular Educação Física, como
verificação da proposição de uma variedade de propor e implementar um projeto pedagógico em
abordagens sendo elaboradas e disseminadas nos que ele não seja simplesmente justaposto aos
cursos de formação e aperfeiçoamento profissional demais? Como estabelecer uma intervenção
em vários estados brasileiros. Contudo, estudos pedagógica onde a especificidade de cada área seja
recentes (Darido, 1997; Lopez Moraga, 1997; integrada em um todo maior, considerando,
Resende, 1995) têm constatado que a mudança entretanto, que as capacidades humanas
qualitativa substancial no dia-a-dia da ação constituem-se em espaços diferenciados? Além
pedagógica do professor na escola, resultante do disso, a noção de desenvolvimento do educando
impacto dessas publicações e discussões, ainda não precisa ser adjetivada, pois desenvolver-se implica
ocorreu. seguir uma direção. Mas, que direção é essa? É
Ao que tudo indica, apesar da para repetir ou transformar o já instituído? É para
proposição de uma variedade de abordagens para o acumular conhecimentos úteis? Mas, úteis para
desenvolvimento da educação física escolar em quem e para quê? Essa tomada de posição é
forma de livros como a humanista (Oliveira, 1985), fundamental na escolarização, uma vez que
a psicomotricista (Negrine, 1983), a educação é um processo permanente de valoração
desenvolvimentista (Tani, Manoel, Kokubun & (Machado, 1995).
Proença, 1988), a construtivista (Freire, 1989), a O pressuposto de que a educação em
histórico-crítica (Soares, Taffarel, Varjal, uma instituição escolar não pode ocorrer
Castellani Filho, Escobar & Bracht, 1992) e em independentemente do ensino de conteúdos
forma das várias propostas curriculares municipais, escolares tem sido tema freqüente nas discussões
estaduais e, especialmente, os Parâmetros acadêmicas e entre os profissionais da
Curriculares Nacionais para o Ensino Básico do escolarização. Conforme nos esclarece Carvalho
Ministério de Educação e Cultura, o salto (1997), escolarização implica em ensino e a noção
qualitativo ainda está para acontecer. do verbo “ensinar”, seja qual for a definição que
Vários problemas têm sido se tenha de desenvolvimento, pede uma estrutura
apontados como causas dessa situação, entre eles, o triádica. Sempre que há ensino, “há alguém que
distanciamento do ambiente acadêmico em relação ensina, algo a ser ensinado e alguém a quem se
ao meio profissional (Betti, 1996; Bracht, 1993; ensina”. Embora pareça trivial, argumenta o autor,
Resende, 1995), a falta de uma identidade essa é a especificidade e concretude do trabalho do
acadêmica da educação física e a decorrente professor: demonstrando o compromisso da

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educação escolar com as realizações históricas que Educação Física Adaptada (Teixeira, 1998).
constituem os conteúdos, as disciplinas e os valores Também tem sido imprescindível
socialmente escolhidos. para a evolução da área, o desenvolvimento de
Considerando-se esse panorama da pesquisas básicas que procuram compreender os
Educação Física Escolar é que alguns dos projetos mecanismos e processos envolvidos na
de pesquisa estão sendo desenvolvidos no LAPEM, especificidade de cada deficiência e sua
os quais são descritos a seguir: manifestação numa situação particular. Sendo
assim, as pesquisas em Educação Física Adaptada,
Linhas de Pesquisa recentemente, passaram de um enfoque

eminentemente aplicado, onde buscava-se adequar
Desenvolvimento Curricular: estudo dos procedimentos, materiais e instalações para que
aspectos filosóficos, históricos e pedagógicos pessoas portadoras de necessidades especiais
ligados à construção de currículo, à elaboração pudessem desenvolver sua motricidade, para um
de programas, a integração vertical e tema de investigação científica mais amplo, em que
horizontal dos componentes da grade são efetuadas tanto pesquisas básicas quanto
curricular de educação física na escola aplicadas.
brasileira; Todavia, os propósitos, meios,


Preparação acadêmica e profissional em abrangência e limites da Educação Física


Educação Física: estudo das variáveis Adaptada, também têm sido temas de nossas
pertinentes à preparação acadêmica e discussões, uma vez que a definição de um campo
profissional como filosofia do ensino superior, de atuação profissional ou área de conhecimento
estrutura curricular e recursos humanos. não é mera formalidade e sim uma tomada de
consciência indicando suas origens, estado e os
Projetos em andamento caminhos a seguir. Por exemplo, no caso da
propriedade do trabalho com o movimento de


Educação Física na Educação Infantil e o pessoas portadoras de necessidades especiais ser ou


Referencial Curricular Nacional: significado não da Educação Física Adaptada, nosso
para os coordenadores pedagógicos e posicionamento básico é o de que a área é
professores; dinâmica e busca a integração de conhecimentos e
criação de inter-faces com outras áreas como a
Dos parques infantis às escolas municipais de


fisioterapia e psicologia, entre outras. Isso deve ser


educação infantil na cidade de São Paulo: o
considerado como uma característica ao invés de
processo de educação e a escolarização das
um problema intransponível e, atualmente, tem-se
camadas populares, a recreação e a educação
verificado a formação de um número crescente de
física no currículo das duas instituições;
grupos multidisciplinares, procurando compreender
A dimensão humano-interacional em aulas de


e gerar conhecimentos acerca de um grande


educação física. número de deficiências (Teixeira, 1998).
No caso do LAPEM, a ampla
variedade de populações com necessidades
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA especiais fez com que se delimitasse sua atuação
em deficiências respiratórias, cardiovasculares e
Atualmente, a área de pesquisa em obesidade, verificando os efeitos de diferentes
Educação Física Adaptada reúne quantidade programas de atividade física nessas populações
substancial de informações sobre as variadas especiais, descritos a seguir:
deficiências, de modo que os procedimentos
metodológicos aplicados no trabalho com pessoas
portadoras de necessidades especiais já pode ser Projetos em andamento
pautado por resultados de pesquisa. Essa evolução
não foi uma tarefa simples, pois em fenômenos de 

Asma e atividade física: efeitos de diferentes


grande complexidade há necessidade de uma programas de atividades físicas em variáveis
abordagem transdisciplinar, onde o tema do estudo respiratórias de crianças e adolescentes
precisa ser investigado nos seus diferentes níveis asmáticas por meio da avaliação da função
de análise e, numa etapa seguinte, integrados na pulmonar, utilizando-se de espirometria em
relação dinâmica inter-níveis, como é o caso da repouso e de ergoespirometria;

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ENDEREÇO: Silene Sumire Okuma


EEFEUSP
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05508-900 - São Paulo - SP - BRASIL

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