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EDUCAÇÃO FÍSICA
A Educação Física conceituada como conteúdo disciplinar foi marcada em 1996 pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96, que determinou uma
nova visão sobre o modo de agir e pensar da educação física como colaboradora do
desenvolvimento bio-psico-social do aluno. Então, a partir de 1980, a Educação Física
começou a assumir diferentes formas, como a ginástica, as lutas, os jogos e os esportes,
pois, muito antes disso, era vista apenas como uma atividade física, na qual o processo
de aprendizagem tinha como objetivo submeter os alunos para melhorar a aptidão física,
mas sem conteúdo.
Dessa forma, a lei permitiu que a Educação Física adquirisse um caráter conceitual, no
que diz respeito ao modo operante das disciplinas escolares, que eram caracterizadas
normalmente por obter um conjunto de conhecimentos registrados e sistematizados em
livros didáticos, assim como registros sistemáticos dos alunos em seus cadernos e
avaliações escritas. No caso da Educação Física, era compreendida apenas como uma
atividade física prática, e esses elementos não faziam sentido, já que era registrada
como uma atividade física que se preocupava apenas com os corpos e aptidão física dos
alunos. Lembrando que o entendimento de conteúdo da Educação Física estava baseado
em modelo de corpo totalmente biológico, ou seja, o corpo e a atividade física
representavam como dimensões da natureza.
(BRACHT, p. 1, 2010)
A partir do posicionamento da LDB, a Educação Física escolar começou a ser
concebida e integrada ao sistema esportivo brasileiro. Nesse caso, começa a adquirir
importantes funções, como promover a iniciação esportiva, no sentido de identificar
talentos que pudessem participar das equipes que representassem o país no cenário
esportivo internacional. Ou seja, a Educação Física como referência à aptidão física não
é abandonada totalmente, no entanto é utilizada em função da importância política e
econômica que o esporte começou a assumir na sociedade. Esse processo de
crescimento do esporte ficou conhecido como a “esportivização” da Educação Física,
conhecida até os nossos dias atuais.
Interessantemente o esporte ganhou importância dentro da Educação Física escolar, ou
seja, o caráter conceitual da disciplina na escola passou a depender em grande parte da
importância social que era atribuída ao fenômeno esportivo. O ensino e a aprendizagem
eram compostos por modalidades esportivas que ainda persistem até hoje, como o
futebol, o futsal, o voleibol, o basquetebol e o handebol.
Outras modalidades, como o atletismo e a natação, também começaram a fazer parte, no
caso da ginástica passa a ser auxiliar do esporte, nesse caso, ficou conhecida como
“aquecimento” ou era ensinada nas suas formas esportivas, como a ginástica olímpica
(artística) e a rítmica esportiva. Quanto aos jogos, eram conceituadas basicamente como
pré-esportivos, uma forma de iniciar a familiarização do aluno no esporte.
COMPREENDENDO O ENSINO-APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO
FÍSICA
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, convido você agora a aprofundar um pouco mais seu conhecimento
acerca do ensino-aprendizagem da Educação Física na escola, assistindo à videoaula.
Nela apontarei os principais contextos histórico do processo de ensino-aprendizagem da
educação física, a compreensão e a aplicação da relação professor-aluno nesse processo
de ensino e aprendizagem na educação física.
Desde já, desejo bons estudos!
Saiba mais
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
De uma forma geral, é grande a preocupação dos profissionais com a redução do
conhecimento existente nos currículos escolares que conduz a uma visão fragmentada
do ensino, distanciando da realidade na qual o aluno vive. Sob essa questão, educadores
têm buscado analisar sob diferentes perspectivas para fomentar importantes
contribuições no que diz respeito à interdisciplinaridade na escola, visualizando, assim,
uma possibilidade de superar essa fragmentação do conhecimento, principalmente em
nível curricular. E, como possibilidade prática, as ações educativas educacionais são
importantes, pois têm como objetivo formar cidadãos que participem ativa e
criticamente do processo cultural de sua época histórica. Agora pergunto a você, como
possibilitar ao aluno, condições de participação ativa e crítica vinculadas com a vida
concreta e com os problemas de sua realidade? Reflita.
Desde já, desejo bons estudos!
A disciplina Educação Física vem cumprindo funções que colaboram com as demais
disciplinas escolares, no entanto, historicamente, a Educação Física, em meados do
século XIX, mais precisamente na Europa, era representada pelos exercícios físicos
vindos da ginástica, que tinha como objetivo formar pessoas disciplinadas e prontas
para atuarem na emergente sociedade, que naquele período necessitava de homens e
mulheres produtivos e saudáveis.
Em meados do século XIX e metade do século XX, a Educação Física foi legitimada
como uma área escolar que passou a ser compreendida como complemento da educação
moral e cívica da época. Nesse sentido, a Educação Física estava sofrendo influencias
externas, com isso, não era considerada como uma disciplina capaz de ensinar e
potencializar por meio de ações educativas, contribuir para o desenvolvimento das
capacidades humanas e na formação plena dos indivíduos.
Disciplina é um conjunto de conhecimentos sobre uma área ou objeto de estudo que tem
como ação uma orientação educacional. A disciplina Educação Física Escolar tem como
base de conhecimentos os seguintes aspectos:
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, convido você agora a aprofundar um pouco mais seu conhecimento
acerca dos pilares que fundamentam o processo do ensino-aprendizagem da Educação
Física, assistindo à videoaula. Apontarei os pilares que podem atuar dentro da dimensão
curricular da Educação Física nas instituições de formação básica.
Saiba mais
Olá, estudante!
Convido você agora a aprofundar um pouco seu conhecimento acerca dos pilares para o
ensino e aprendizagem da educação física, fazendo a leitura de um artigo científico.
Desejo uma boa leitura!
Aula 3
A TEORIAS PEDAGÓGICAS E ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
As abordagens do ensino da Educação Física são propostas
consideradas fundamentos básicos da educação. Nesse sentindo, é
fundamental entender como são agrupadas as teorias da Educação
Física no âmbito pedagógico.
19 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Todo individuo é considerado historiador, social e transformador de sua própria história,
sustentado pelos processos de socialização dos saberes e dos reconhecimentos de quem
ensina e aprende como sujeitos ativos e históricos. As abordagens do ensino da
Educação Física são propostas consideradas fundamentos básicos da educação. Nesse
sentindo, é fundamental entender como são agrupadas as teorias da Educação Física no
âmbito pedagógico que buscam romper com modelo mecanicista, esportivista e
tradicional, nos dias atuais. Nesse sentido, compreende a constituição do processo de
conhecimento da Educação Física na formação humana, pois essa disciplina pode ser
transformadora a partir da promoção da criatividade do aluno.
Desde já, desejo bons estudos!
Para que o esporte prático se trate de alto rendimento exige padrões onde o
número de pessoas que podem alcançar é pequeno, mas mesmo assim todos
querem seguir. Portanto, o estado inicial é a falsa consciência de que esse
padrão imposto é o adequado para todos, limitando as possibilidades de
criatividade. Nesse sentido os profissionais de educação física também não
percebem essa falsa consciência reforçando tal coerção. Contudo, não é fácil
libertarmos dessa consciência com todo status e valor que o esporte de
rendimento possui, sendo que esta tarefa não seja só da educação física e sim
de todo processo educacional que deve iniciar com programas de ensino dos
esportes nas escolas.
Muitos dos problemas que ocorrem durante as aulas de Educação Física Escolar
proporcionam diversas reações nos professores e, por mais que conheçam diversas
teorias de ensino, não conseguem pôr em prática o que de fato aprenderam. Esta
realidade acontece, muitas das vezes, na formação profissional dos professores de
Educação Física, pois evitam os conhecimentos científicos e se tornam tecnicistas,
aplicadores de práticas pedagógicas herdadas do seu passado ou da última moda.
Dessa forma, o ponto de partida para uma aplicação prática está na relação professor-
aluno que, por meio do conhecimento, gera possibilidades de ações críticas pedagógicas
com intencionalidades dentro da proposta curricular.
Na tabela abaixo, você pode observar as diferentes aplicações das teorias no currículo:
VÍDEO RESUMO
Caro estudante, convido você agora a aprofundar um pouco mais seu conhecimento
acerca das teorias pedagógicas e abordagens da Educação Física, assistindo à videoaula.
Nela apontarei os fundamentos e importância das abordagens da Educação Física dentro
do âmbito escolar, pois o cenário na escola hoje permite fazer uma reflexão acerca do
ensino e aprendizagem.
Desde já, desejo bons estudos!
Saiba mais
Caro estudante!
Convido você agora a aprofundar um pouco seu conhecimento acerca das teorias
pedagógicas e abordagens da Educação Física, fazendo a leitura de um artigo científico.
Desejo uma boa leitura!
Aula 4
ENSINAR E APRENDER E A BNCC: PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS
A BNCC, organiza a Educação Física como forma de promoção
política por meio do reconhecimento da cultura corporal de
movimento dentro dos grupos educacionais espalhados no
território nacional.
20 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
A Base Nacional Comum Curricular enxerga uma sociedade em que a Educação Física
seja reconhecida e supra suas necessidades vitais e sociais dentro do ambiente escolar,
cultural e de saude. Comprometida com essa perspectiva, a BNCC, organiza a Educação
Física como forma de promoção política por meio do reconhecimento da cultura
corporal de movimento dentro dos grupos educacionais espalhados no território
nacional. Dessa forma, os objetivos do componente curricular da Educação Física, deve
promover uma proposta engajada para obter mudanças sociais, reconhecer os sujeitos
participantes, valorizar experiências de reflexão crítica sobre as práticas corporais, além
de aprofundar e ampliar os conhecimentos da Educação Física.
Desde já, desejo bons estudos!
Na sua relação com o mundo, as pessoas interpretam o que está à sua volta,
produzem sentidos e se manifestam em diferentes linguagens, articulando
significados construídos coletivamente em sistemas de representação.
São conhecimentos que não podem ser acessados sem passar pela vivência
corporal, sem que sejam efetivamente experimentados. Trata-se de uma
possibilidade única de apreender as manifestações culturais tematizadas pela
Educação Física e do estudante se perceber como sujeito “de carne e osso”.
Essas dimensões são divisões didáticas que favorecem interpretação e atuação a respeito
dos conhecimentos que os professores estão tematizando junto aos alunos com objetivo
de ampliar e praticar a cultura corporal de movimento.
Nas aulas, as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno cultural
dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório. Desse
modo, é possível assegurar aos alunos a (re) construção de um conjunto de
conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus
movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros e desenvolver
autonomia para apropriação e utilização da cultura corporal de movimento em
diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação de forma
confiante e autoral na sociedade.
Lutas
Práticas corporais de
aventura
Fonte: adaptado de Brasil (2016, p. 225).
Quadro 2 | Objetos de conhecimento e unidades temáticas da Educação Física nos anos finais
UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO
6º E 7º ANOS 8º E
Brincadeiras e jogos Jogos eletrônicos
Esportes Esportes de marca.
Esportes de precisão.
UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO
Esportes de invasão.
Esportes técnico-combinatórios.
VÍDEO RESUMO
Caro estudante, convido você agora a aprofundar um pouco mais seu conhecimento
acerca do ensinar e aprender e a BNCC: perspectivas metodológicas, assistindo à
videoaula. Apontarei as principais dimensões e objetivos do conhecimento da Educação
Física Escolar mediante suas representações e manifestações para a Base Nacional
Comum Curricular.
Desde já, desejo bons estudos!
Saiba mais
Caro estudante!
Vamos aprofundar um pouco mais o nosso conhecimento, fazendo a leitura do artigo
científico: As dimensões do conhecimento na BNCC e nos planos de ensino de
professores de educação física, de Pedro Henrique Carbone Vidotti e colaboradores.
Desejo uma boa leitura!
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
23 minutos
Olá, estudante!
Considerando a importância da Educação Física Escolar em
proporcionar aos alunos condições de vivências nas práticas
corporais de movimento, nesta Unidade 1 você teve a
oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre como
ensinar e aprender Educação Física na escola, contribuindo para
seu ensino e aprendizagem durante sua jornada acadêmica.
Durante essa unidade você viu algumas práticas de ensino da
Educação Física Escolar que são importantes, como por exemplo,
conhecer o espaço onde o aluno vive, estuda ou está inserido de
forma global. Além disso, compreender as abordagens de ensino,
como por exemplo, as abordagens críticas, não-críticas e pós-
críticas, empregadas como recurso de ensino para a Educação
Física no âmbito escolar. Mais ainda, conheceu a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), documento este (BRASIL, 2016) que vai
lhe orientar e possibilitar a promoção de mudança, organização e
sistematização das práticas corporais pedagógicas, estabelecendo
e reforçando alguns conceitos e dimensões do conhecimento
durante sua prática profissional, pois ao apresentar as dimensões
do conhecimento, a BNCC sugere uma nova forma de classificar os
saberes, nesse sentido, sugere uma organização do ensino que
enfoque as principais habilidades, relacionadas a Experimentação,
Uso e Apropriação, Fruição, Reflexão Sobre a Ação, Construção de
Valores, Análise, Compreensão e Protagonismo Comunitário.
Nesse sentido, quero que você perceba durante essa jornada, que
a disciplina Educação Física não significa apenas formas de
exercitar as funções biológicas do corpo à margem das práticas
corporais. No entanto, é responsável por formar cidadãos para
além do esporte, como por exemplo, futebol, natação, atletismo.
Com isso, busca dotar uma ação conjunta entre competência e
capacidade nas modalidades esportivas e a vida cotidiano do
aluno. Esse desenvolvimento sistemático representado pelo
conjunto de habilidades, capacidades motoras, conhecimentos,
atitudes, valores, são indispensáveis para que o aluno consiga
apropriar-se das manifestações da cultura corporal de movimento
dentro da escola. Com objetivo de dar um novo rumo à Educação
Física Escolar, alguns parâmetros foram estabelecidos com intuito
de flexibilizar o currículo e os componentes curriculares. Nessa
perspectiva, a Base Nacional Comum Curricular aborda também
essa questão da formação do aluno de forma integral de modo
semelhante, esclarecendo que a formação básica supõe o
desenvolvimento de competências que deve permitir possibilidade
aos alunos para inserir de forma ativa, crítica, criativa e
responsável dentro e fora da escola, visando que esses alunos
possam ser capazes de se adaptar a novas habilidades, vindo do
esporte, como também desenvolver competências e habilidades
social, cultural e afetiva.
Dessa forma, a construção dos currículos escolares e as práticas
pedagógicas dos professores de Educação Física, são demandas
apresentadas como objetivo de ensino e aprendizagem prescritos
na BNCC e nos planos de ensino. Nesse sentido, pode auxiliar o
professor a compreender a relevância e a amplitude do que tem
sido desenvolvido nas aulas dentro do componente curricular;
além disso, permite identificar saberes em que se faz necessário
um maior aprofundamento.
REVISÃO DA UNIDADE
Olá, estudante!
Neste vídeo resumo da Unidade 1, convido você a aprofundar seu
conhecimento sobre Ensinar e aprender Educação Física na escola.
Neste vídeo apontarei os principais saberes curriculares do ensino,
sua importância e aplicação durante as aulas de Educação Física
dentro do ambiente escolar.
Desde já, desejo bons estudos!
ESTUDO DE CASO
Olá, estudante!
Para contextualizar sua aprendizagem, hipoteticamente você saiu
de casa, e foi a uma escola próxima de sua residência acompanhar
a aula de dois professores de Educação Física. Chegando lá, a
primeira aula que você começou a acompanhar foi da professora
Claudia, professora de Educação física. O tema da aula era
handebol. O roteiro da aula era conduzido por um aquecimento,
parte principal e volta à calma. Os alunos terminaram a aula e
foram para casa. Após a aula da professora Claudia, começou a
aula da professora Roberta. E você percebeu que o tema da aula
era igual ao da professora Claudia, handebol. O roteiro da aula da
professora Roberta foi conduzido por uma conversa inicial, onde a
professora Roberta perguntou para cada aluno qual era a
importância do aquecimento no início da prática do handebol.
Após o início da conversa, todos foram executar o aquecimento, e,
dessa forma, aconteceu a mesma coisa com a parte principal e a
volta à calma.
Ao terminar de observar essas duas situações hipotéticas, olhando
para o planejamento das duas professoras de Educação Física e
pensando nas propostas da Base Nacional Comum Curricular, em
relação aos saberes abordados por elas e a relevância pedagógica
de cada dimensão do conhecimento, você percebeu que dentro da
aplicação do mesmo tema, no caso handebol, são desenvolvidas
duas aulas de formas diferentes. Nesse sentido, a professora
Claudia priorizou o desenvolvimento das habilidades e capacidades
técnicas do aluno, ou seja, ensino fazer por fazer, enquanto a
professora Roberta priorizou ensinar os fundamentos do handebol
de uma maneira mais contextualizada. Partindo do princípio do
ensino e aprendizagem da Educação Física Escolar, nas dimensões
do conhecimento voltadas a Experimentação, Uso e Apropriação,
Fruição, Reflexão Sobre a Ação, Construção de Valores, Análise,
Compreensão e Protagonismo Comunitário da Base Nacional
Comum curricular, que representam uma possibilidade do
professor organizar e classificar os saberes já tematizados, em
maior ou menor grau, nas aulas de Educação Física, ainda que esta
organização seja uma novidade para os docentes, nesse ponto, na
sua opinião, qual das duas professoras, Claudia e Roberta,
demonstrou sentidos e significados para promover o
desenvolvimento educacional integral dos alunos por meio do
ensino das práticas do handebol?
Reflita
Olá, estudante!
O objetivo do ensino na Educação Física Escolar acontece a partir
do ponto em que é definido o que o aluno deverá saber ou estar
apto a fazer. Nesse sentido, é fundamental seguir modelos de
abordagens e documentos que se constituem como referências
que permitem orientar e controlar o processo de ensino e
aprendizagem, pois é essencial que todos os professores de
Educação física Escolar saibam que existe uma estrutura curricular
que deve ser seguida para, assim, alcançar um alvo, indicar o
caminho a seguir, indicar o que fazer e como fazer. Além disso,
poderá controlar e avaliar as aprendizagens dos alunos durante o
processo de ensino, pois os resultados esperados constituem o
melhor referencial para se comparar com os resultados
efetivamente alcançados. Dessa forma, quanto menor for a
diferença entre uns e outros, melhor será o resultado dos alunos e
a eficácia do próprio processo de ensino. Com isso, os níveis de
aprendizagem alcançados pelos alunos e a estruturação do próprio
processo de ensino precisam ser sempre avaliados em função do
nível de exigência proposto pelos objetivos previamente definidos.
PLANEJAR É PRECISO
Onde estou? Para onde vou? Nenhum bom navegador se lança ao mar sem seus mapas,
guias e equipamentos tecnológicos disponíveis, nem, claro, sem os saberes acumulados
que vão passando de geração para geração. A arte de ensinar é sim uma aventura. E
como a arte de navegar, não nos lançamos às cegas nesse oceano que é o mundo
educacional. O planejamento pode ser considerado no contexto educacional o caminho a
ser trilhado, o instrumento que prevê o caminho a ser percorrido entre o início desse
caminhar e o fim desejado. Também cabe ressaltar que o planejamento é algo presente
em diversos aspectos da vida pessoal. Pensa comigo: sua entrada no ensino superior, sua
escolha de carreira e suas projeções futuras passam por um processo de planejamento,
pela ação de planejar. É algo que já iniciou, mas também aquilo que deseja alcançar.
Esse caminho todo é, dentro do possível, planejado, idealizado, projetado, alterado,
ajustado. Esse princípio se aplica à vida profissional docente. Enquanto profissional de
Educação Física que atua na docência, o planejamento não é apenas fundamental, é
parte significativa de nossa vida educacional. No contexto educacional, existem
diversos tipos de planejamentos que são essenciais para a materialização do processo de
ensino e aprendizado, que são essenciais para a escola, para o aluno e para o professor.
Para Libâneo (1994, p. 221) “o planejamento é um meio para se programar as ações
docentes, mas também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à
avaliação” (LIBÂNEO, 1994, p. 221). Como se pode perceber, o planejamento está
relacionado a todo contexto escolar, e não somente à aula em si, à ação docente
específica de um conteúdo em determinada turma. Ele perpassa a sala de aula, porém,
sua complexidade e abrangência vai muito além dessa ação docente. No planejamento,
podemos materializar nossos saberes, nossas reflexões, nossas competências
pedagógicas e conteúdos específicos, nossa compreensão no processo educacional de
ensino e até mesmo nossas concepções de mundo, de escola e de sociedade. Devemos
nele deixar claras as ações que iremos realizar, seu princípio sempre flexível, pois o
cotidiano escolar é um mundo de imprevisibilidade e de necessidades que precisam ser
ajustadas. Outro aspecto central é o contexto educacional. Assim, caro estudante, busco
deixar claro que não existe uma escola ideal, um modelo sobre o qual aprenderá e o
encontrará reproduzido além dos livros educacionais. A compreensão deve sempre ser
no plural (escolas), pois cada contexto lhe apresentará uma escola diferente, um
universo educacional com suas especificidades, com sua história e identidade. Os
documentos norteadores da educação brasileira, como a Base Nacional Curricular
Comum e a própria Lei de Diretrizes e Bases, além dos documentos estaduais e
municipais, são essenciais para a construção das bases do planejamento educacional. No
entanto, não podemos deixar de destacar o contexto da escola e a nossa capacidade de
compreensão desse contexto, o que nos orientará diante de todo cenário necessário para
o planejamento escolar. É nessa relação com o contexto educacional que podemos
pensar para quem se planeja, e não somente o aspecto idade, etapa, ano educacional e
modalidades de ensino. Na dimensão mais ampla, abrangendo todas as etapas e
complexidade escolar, podemos encontrar os planejamentos categorizados em
Planejamento Educacional, Plano curricular, Plano de ensino e Plano de aula. Como
pode perceber, prezado estudante, há toda uma dimensão relacional que vai desde o
pensar o planejamento escolar, até chegar diretamente ao aluno, na materialidade da
aula, da ação granular que vai possibilitar a construção dos saberes e valores que estão
inerentes a todas as formas e etapas do planejamento.
Você se imagina em uma turminha de sexto ano (primeiro ano do Fundamental II) sem
ter planejado sua aula, seu bimestre/trimestre/ seu ano escolar? Justo com esses amados
que acham que viraram “gente grande” porque agora têm vários professores e
disciplinas, não têm mais a figura da “tia” e têm até um caderno de 10 matérias? Um
dos princípios fundamentais do planejamento é justamente a capacidade de prever, de
organizar e ordenar toda nossa ação docente. Com isso, você entra em sala em seu
primeiro dia de aula com uma perspectiva futura de organização e sistematização de
todo o seu ano escolar com aquela turma. Esse planejamento se faz necessário
independentemente da etapa escolar, sendo elas a Educação Infantil, o Ensino
Fundamental (I e II) e o Ensino Médio, como das modalidades de ensino, sendo a
Educação de Jovens e Adultos, a Educação Especial, a Educação Profissional e
Tecnológica, a Educação do Campo, a Educação Escolar Indígena, a Educação Escolar
Quilombola e a Educação a Distância. Menegola e Sant’Anna (2001, p. 25), ao
conceituar o planejamento educacional, nos apontam que
PLANEJAMENTO E AÇÃO
VÍDEO RESUMO
Olá, tudo bem? Você é uma pessoa organizada? Costuma planejar ações que sejam um
pouco mais complexas, como uma viagem? Ou você é do tipo “deixa a vida me levar”?
Quando falamos da função e atuação docente, a dimensão do planejamento é algo
fundamental. É uma função docente que permeia sua identidade enquanto professor, que
ajuda a pensar a escola e os objetivos escolares educacionais e, claro, o ensino da
Educação Física em cada etapa e modalidade de ensino, sempre levando em
consideração o contexto específico. O planejamento é o guia traçado e idealizado que
precisa ser colocado em prática, precisa ganhar vida para construir a escola que
queremos, a Educação Física que queremos.
Saiba mais
Há muitos olhares e compreensões sobre os aspectos conceituais e procedimentais sobre
o planejamento na vida docente. Mas um aspecto é sempre presente é o reconhecimento
da necessidade e importância do planejamento para a atuação docente. Essa é uma
premissa inquestionável. Uma verdade imprescindível para a construção de um processo
educativo de qualidade. No artigo abaixo você poderá conhecer um pouco mais sobre a
temática. Boa leitura!
THOMAZI, A. R. G.; ASINELLI, T. M. T. Prática docente: considerações sobre o
planejamento das atividades pedagógicas. Educar, Curitiba, n. 35, p. 181-195, 2009.
A relação teoria-prática é um dos grandes desafios na formação docente. Algo que se
deve sempre trazer para o debate na formação da docência. Na Educação Física, esse
debate é ainda mais presente e precisamos construir uma bagagem teórica para
compreendê-lo. Leia e analise criticamente o artigo abaixo:
SCARINCI, A. L.; PACCA, J. L. A. O planejamento do ensino em um programa de
desenvolvimento profissional docente. Educação em Revista. Belo Horizonte, v.31,
n.02, p. 253-279. Abril-Junho 2015.
Aula 2
EIXO NORTEADOR: O PLANEJAMENTO
O professor talvez seja aquele profissional que mais orienta sua
vida com a ação do planejar. O Projeto Político Pedagógico (PPP)
de uma escola é o documento norteador da vida escolar e, a partir
dele, do fazer cotidiano da escola.
23 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Vamos seguir nossa caminhada? Você se planejou para esse nosso momento de estudo?
Em muitas ações e momentos da vida, as pessoas planejam. Mas talvez o professor seja
aquele profissional que mais orienta sua vida com a ação do planejar. O Projeto Político
Pedagógico (PPP) de uma escola é o documento norteador da vida escolar e, a partir
dele, do fazer cotidiano da escola. É a partir dele que as ações, projetos e disciplinas
irão sistematizar suas ações. As tecnologias estão cada vez mais presentes na escola. E
você já pensou em como a Educação Física é influenciada por esse movimento e como
o docente precisar dominar tais recursos e inseri-los em seus planejamentos? As
mudanças e desafios são constantes.
Vamos começar?
Olá, tudo bem? Você sabia que todas as escolas em que você já estudou possuem um
PPP? Isso mesmo, um Projeto Político Pedagógico. Nesse documento, estão expressas
as diretrizes que organizam e operacionalizam as práticas administrativas e pedagógicas
de uma escola, tendo como referência as normas e diretrizes do sistema educacional. O
PPP é como o documento norteador de todo o trabalho escolar. Mas, o que seria
PROJETO? Por que essa categoria é fundamental para nosso entendimento? Para
Gadotti (1994), um projeto materializa rupturas com o presente e promessas que se
orientam para um futuro. É uma ação, de projetar, que deve significar se lançar, se
arriscar, superando o que é confortável, o estabelecido. Para esse autor, no campo do
ensino, um “projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas
rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo
seus atores e autores” (GADOTTI, 1994, p. 579).
A dimensão POLÍTICA está assegurada no compromisso com a formação cidadã para
atuação na sociedade e com o compromisso com a escola pública de qualidade. Então,
temos a dimensão PEDAGÓGICA, que vai sistematizar e organizar um projeto
educativo visando ao processo de ensino e aprendizado, assegurando a qualidade e a
formação da cidadania.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n.º 9.394/96 destaca a
importância e a necessidade de a escola elaborar, de modo coletivo e democrático, seu
PPP. No entanto, a ação da escola não se encerra no processo de elaboração. Essa é a
complexidade de um PPP, pois, enquanto projeto, a escola deve buscar as condições
necessárias para executar e avaliar, constantemente, seu PPP.
Enquanto componente curricular legalmente presente na escola e garantida pela Lei de
Diretrizes e Bases Nacionais, a Educação Física também é responsável pela elaboração
do PPP escolar, devendo estar presente em todas as etapas, de elaboração, execução e
avaliação. Como um dos componentes curriculares pertencentes ao mundo da escola
como docente da Educação Física escolar, devemos ter responsabilidade e
comprometimento em fazer cumprir o PPP e o seu papel dentro desse grande projeto
escolar.
O planejamento na Educação Física é fundamental para que ela não se torne um
componente curricular isolado. Esse isolamento pode ocorrer em relação aos outros
componentes curriculares e, de modo especial, aos preceitos contidos e materializados
no PPP. Vamos pensar? Como uma ação de ensino fragmentada, tecnicista e seletiva do
conteúdo esporte pode contribuir para a formação da cidadania, sendo essa uma das
diretrizes contidas no PPP da escola? Percebe, caro estudante, que o PPP legitima a
participação e presença da Educação Física na escola e seu docente precisa participar
ativamente de modo político e pedagógico para nortear e elaborar as ações no contexto
escolar.
Nessa ação de PROJETAR pensar o futuro é sempre essencial. E hoje, quando falamos
de uma ação pedagógica que rompe com o estabelecido, as Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) afetam e transformam a vida escolar. É o futuro de outrora que hoje
se presentifica fortemente na escola. As TIC possuem forte valor educativo e também se
colocam como um novo desafio na área educacional. Elas colaboram com a intervenção
docente, buscam a melhoria da qualidade da educação, estimulam novos desafios, novos
conhecimentos e novas práticas docentes. Assim, nesse contexto, os professores de
Educação Física também precisam apropriar-se dessas novas abordagens educacionais,
dos novos recursos das TIC que já estão cada vez mais presentes na realidade escolar
para elaborarem seus planejamentos escolares.
PLANEJAR É PRECISO
VÍDEO RESUMO
Olá, tudo bem? Já ouviu falar de PPP? PPP significa Projeto Político Pedagógico.
Significa que tudo dentro de uma escola é planejado, e não apenas na Educação Física.
Significa que seu planejamento, suas ações curriculares no contexto formal do
componente curricular Educação Física e as demais ações, como olimpíadas esportivas
ou um torneio interclasse, precisam atender um propósito escolar que é pensado de
modo coletivo e democrático. Um Projeto Político Pedagógico é um retrato da realidade
e uma projeção de futuro. Onde estamos e para onde queremos ir.
Saiba mais
INTRODUÇÃO
Olá, tudo bem? Você já deve ter percebido como gostamos de recorrer a algumas
perguntinhas para fazer com que compreendam alguns elementos do planejamento, não
é verdade? Mas essas perguntinhas não são simples estratégias, elas realmente ajudam a
demonstrar a simplicidade e, ao mesmo tempo, a complexidade da vida escolar. Penso
que as perguntas simples são as mais difíceis de serem respondidas: Você me ama?
Quer casar comigo? Elas só possibilitam dois caminhos. Parecem simples, não é
mesmo!? No mundo da escola e do processo pedagógico as perguntas: O que ensinar?
Para que ensinar? E como ensinar refletem conteúdos, objetivos e estratégias que
orientam o processo de ensino-aprendizado. Estudar tudo que as envolve é sempre
mergulhar na essência do ensino escolar.
Vamos nessa?
educação física deve ser entendida como uma disciplina curricular que
introduz e integra o aluno na cultura corporal, formando o cidadão que vai
produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir
jogos, esportes, danças, lutas e ginásticas em benefício do exercício crítico da
cidadania e da melhora da qualidade de vida.
DOCUMENTOS NORTEADORES
Olá, estudante! Vamos para as dimensões básicas dos conteúdos escolares? Ou seja, o
que você, como docente do componente curricular Educação Física, deve ensinar?
Segundo a BNCC (2017), as práticas corporais devem ser tematizadas em seis unidades
temáticas, sendo elas: Brincadeiras e jogos; Esportes; Ginásticas; Danças; Lutas e
Práticas Corporais de Aventura.
As brincadeiras e jogos devem considerar os aspectos locais, culturais e globais. Há
distintas manifestações das práticas corporais, brincadeiras e jogos que compõem a
cultura motora da infância e da juventude. Um aspecto relevante a ser destacado em
relação ao jogo é sua capacidade dualista, ou seja, tanto é um conteúdo escolar como,
também, uma das principais estratégias de ensino da Educação Física.
Enquanto meio/estratégia, o jogo não possui uma finalidade em si mesma, mas uma
estratégia para alcançar algum outro objetivo relacionado a um conteúdo escolar, como
o ensino de um esporte e/ou fundamento técnico-tático específico, como forma de
aquecimento ou integração lúdica.
O componente Esportes é, sem dúvida, o mais conhecido e com presença forte na área.
Um destaque que podemos colocar é que já não se pensa, apenas, no ensino dos esportes
tradicionais, como o futebol/futsal, o basquete, o voleibol, o handebol e o atletismo (ou
ainda aquele de maior interesse ou afinidade docente). Cada vez mais esportes ainda não
muito presentes no tecido cultural, como o futebol americano, o beisebol, o rúgbi, o
tênis, estão se fazendo presentes nos conteúdos da Educação Física, cumprindo seu
papel de ampliação dos saberes escolares e formação cultural.
A Ginásticas, na BNCC, estão subdivididas em ginástica geral, ginásticas de
condicionamento físico e ginásticas de conscientização corporal. Como um dos mais
relevantes conteúdos da Educação Física escolar, seu ensino garante o acesso aos
modelos clássicos, como a ginástica alemã e francesa, assim como o pilates e práticas
ligadas a culturas específicas (ocidentais e orientais).
Na unidade temática Danças, devemos inserir o conjunto das práticas corporais
caracterizadas por movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções
específicas, assim como coreografias. Sabe dançar? Será que só ensinamos o que temos
afinidade? Veja a importância dos documentos norteadores, pois garante o acesso as
manifestações das práticas corporais culturalmente instituídas. E a dança é uma das
mais belas expressões do corpo, do movimento e da cultura. Então, prepare-se...
Assim como a Dança, a unidade temática Lutas é um conteúdo que possui muitas
barreiras para sua implementação, seja na formação docente, seja na dimensão dos
valores sociais. As lutas, assim como o atletismo, são as práticas esportivas mais antigas
registradas e de grande relevância para a Educação Física. Lutas brasileiras, lutas
indígenas, as artes marciais são grande oportunidade de vivência e apreensão de traços
culturais e de identidades de povos e culturas específicas.
Por fim, o mais novo tema presente na área: as práticas corporais de aventura. Nessa
prática, as dimensões do risco e da vertigem são fundamentais para sua definição e
vivência. Como conteúdo novo presente no campo escolar ainda encara muito desafios,
mas que precisam ser superados para a garantia dos saberes e práticas motoras que
envolvem o parkur, a mountain bike, a escalada, o skate, e demais práticas corporais,
seja no ambiente urbano ou na natureza.
Ao olharmos o conjunto de saberes/conteúdos instituídos, agora pensamos, PARA QUE
ensinar? Qual o objetivo da Educação Física? Cada um desses conteúdos deve ser
materializado a partir da dimensão pedagógica cotidiana do professor, a partir de sua
organização dos conteúdos a serem ensinados. Os objetivos estão diretamente
relacionados ao que o docente pretende atingir com seus alunos em cada aula e/ou
conjunto de aulas.
O ensino da Educação Física deve buscar, sempre, alcançar os objetivos e os resultados
previamente determinados e sua formulação é fundamental no processo de
planejamento. Estabelecer os objetivos de ensino é uma tarefa coletiva, e não algo
isolado na ação docente, pois suas decisões envolvem diversas determinações, como as
necessidades sociais, que nos apontam o que precisa ser assimilado pelo estudante
buscando sua formação cidadã e a herança cultural, os saberes que estão presentes na
sociedade e que são relevantes para nosso componente curricular e para a formação dos
alunos.
RELAÇÃO DIDÁTICA
A sua ação pedagógica e docente será orientada pela busca de alcançar determinados
objetivos. Essa ação é intencional, planejada e sistemática e, nela, se expressam os
objetivos educacionais, que orientam o estabelecimento dos conteúdos, do grau de
profundidade das atividades a serem desenvolvidas, das estratégias de ensino, dos
recursos didáticos e materiais, e até mesmo dos processos avaliativos, sempre de modo
coerente na perspectiva didática da educação. Estão diretamente relacionados à área
cognitiva (o conhecimento/saber), a dimensão motora/física (habilidade/saber fazer) e a
dimensão atitudinal (valores, aspectos emocionais, afetivos/ saber ser, estar).
Os objetivos podem ser divididos em gerais e específicos. Os objetivos gerais podem ser
compreendidos como a busca por condutas mais gerais e globais que se espera do
estudante em termos do saber, em termos mais amplos, globais ou gerais. Nesse sentido,
também podem ser denominados de mediatos, porque a visão é a longo prazo, a partir
de uma série de ações didáticas, pois visam o que se espera que seja apreendido pelo
aluno ao final de um processo de planejamento, seja de um conteúdo, de uma unidade
temática. De modo bem prático, caro estudante, um objetivo geral não é aquele que se
alcança em uma aula, ou em uma sessão de algumas aulas. Ele é mais amplo e norteador
para a definição dos objetivos específicos.
Os objetivos específicos possuem uma dimensão de alcance e materialidade mais
imediata. Eles são utilizados para uma aula ou um conjunto de aulas, sendo pontuais e
relacionados aos conteúdos e saberes a serem trabalhados por aula. O que eu espero que
os alunos sejam capazes de realizar, de saber após uma aula, ou ao final de uma unidade
de conteúdo? Por exemplo: estamos trabalhando com a unidade temática esporte,
especificamente com esportes de rede e, dentro dessa classificação, o voleibol. Você irá
ensinar o saque por baixo para seus alunos do sétimo ano do ensino fundamental. Qual
objetivo específico você pode determinar? Pode levar em consideração a
realização/execução do gesto motor do saque por baixo e/ou até mesmo a compreensão
e execução motora e biomecânica de uma parte desse movimento que será ensinada em
uma aula, como a posição inicial para o saque por baixo e a compreensão do movimento
de transferência de peso do corpo que está na perna de trás para a perna da frente, do
modo coordenado na realização do saque. Como formular um objetivo específico para
essa especificidade de ensino que você deseja que seu aluno alcance?
E, para realizar esse ensino, posso lançar mão de diferentes estratégias de ensino. O
ensinar e o aprender envolve estratégias, e nós, da Educação Física, possuímos e vamos
construindo ao longo de nossa vida docente um conjunto de estratégias pedagógicas,
que vão se configurando nos recursos disponíveis para alcançar os objetivos. Logo, a
estratégia significa a ação da aprendizagem tomando vida. Ensino com pesquisa, aulas
práticas, seminários, estudos de meio, oficinas, estudos de caso, dramatização, rotações
por estação, aulas expositivas, mapa conceitual, portifólio, estudo dirigido, utilização
das Tecnologias da Informação e Comunicação aplicadas à educação, portanto há uma
infinidade de estratégias de ensino-aprendizado que podem ser utilizadas pelo professor.
Cabe ressaltar que as estratégias estão relacionadas também às nossos opções
metodológicas e de abordagens de ensino. Ao longo de sua vida profissional, poderá
escolher aquelas que estão à disposição do docente, avaliar quais estratégias são mais
funcionais e possibilitam um alcance maior dos objetivos. Assim, conteúdos, objetivos e
estratégias de ensino fazem parte de uma mesma dimensão didática que devem estar
relacionadas no contexto educacional de modo coerente, levando em consideração a
realidade e contexto escolar.
VÍDEO RESUMO
Olá, tudo bem? Os conteúdo da Educação Física possuem uma determinação a partir das
políticas educacionais. Portanto, o que você vai ensinar está relacionado a uma
dimensão de projeto educacional relacionado à educação básica brasileira. Para a
implementação desses saberes, você irá estabelecer objetivos educacionais, sendo eles
os gerais, de modo mais amplo e abrangente, e os específicos, relacionados às unidades
de conteúdos das aulas propriamente ditas. As estratégias são um conjunto de recursos e
possibilidade didáticas para viabilizar o trabalho docente, orientar a ação em busca dos
objetivos. Como pode perceber, tudo está diretamente relacionado.
Saiba mais
INTRODUÇÃO
Olá, tudo bem? Como já deve ter percebido, ao longo de sua formação foram
apresentados conteúdos e saberes específicos da Educação Física e saberes que, mesmo
em nossa especificidade, apresentam relações com outras áreas, como a biologia, a
fisiologia, a física, por exemplo. Essas dimensões e relações com outras áreas de
conhecimento estão na própria essência constitutiva da Educação Física, o que nos
possibilita um potencial interdisciplinar especial. Essa dimensão interdisciplinar deve
estar inserida em nossos planos de aula, o que realmente é um desafio. Dar conta de um
objetivo, de um conteúdo, da gestão do tempo de aula e muitos outros fatores que
interferem de modo específico nas aulas de Educação Física e, claro, são distintos de
uma realidade escolar para outra.
Então, vamos debater esses temas e assuntos?
Olá estudante, Ccomo você estrutura e organiza seu tempo? Seu tempo de estudo? Seu
tempo de lazer? De trabalho? De família? Para começarmos esse debate, tente buscar
em sua memória como eram constituídos os espaços escolares que vivenciou e
conheceu. Mesmo com muitas mudanças nas políticas e diretrizes educacionais, os
espaços escolares pouco sofreram alterações, pois muitas de nossas escolas ainda
apresentam e mantêm as suas estruturas físicas tradicionais. As salas de aulas, pátio,
refeitório, secretaria, biblioteca, corredores, banheiros, laboratório, sala dos professores,
a diretoria, são algumas das dimensões espaciais que estruturam e organizam o
cotidiano escolar. Importante destacar que o espaço escolar e o tempo são elementos
estruturantes do cotidiano escolar. Uma atividade prevista em um plano de aula para
acontecer em 10 minutos está inserida em um contexto de uma aula de 50 minutos, ou
uma aula geminada de 1h40 minutos. Por fim, essa aula está inserida em um plano de
ensino que determina a organização e sequência pedagógica dos conteúdos e do
processo de aprendizado previamente planejado. E em que local essa aula irá ocorrer,
quais materiais teremos à nossa disposição? Como pode perceber, as categorias espaço e
tempo não são mero elementos que inserimos no plano de aula de acordo com a
estrutura escolar. As categorias espaço e tempo são estruturantes do próprio cotidiano
escolar da Educação Física.
Um aspecto fundamental a ser apreendido sobre o tempo e o espaço escolar é que eles
também educam, são dimensões que orientam o cotidiano de modo formativo, na
própria compreensão da rotina escolar, do respeito aos espaços e tempos escolares.
Aprender a respeitar os espaços e tempos escolares é fundamental. E nós, da Educação
Física, não rompemos como esses tempos e espaços escolares por possuirmos espaços
distintos, como a quadra. A quadra esportiva, o ginásio, o pátio, são as nossas salas de
aulas. Nosso tempo de aula, na dimensão estrutural, é o mesmo das demais disciplinas
escolares. No entanto, como você deve lembrar de seu cotidiano escolar, a maneira de
vivermos nosso tempo e espaços escolares é distinto.
Muitos alunos pensam que a aula de Educação Física é um “mar de liberdade”. No
entanto, há contrato na forma de saírem da sala regular e irem para os espaços
esportivos. O respeito às demais turmas e aos docentes é justamente o respeito ao tempo
e ao espaço escolar. Se não houver a construção coletiva desse processo educativo
envolvendo tempo-espaço, haverá uma intromissão no tempo e espaço do outro,
interferindo no desenvolvimento e cotidiano escolar.
Essa dimensão tempo e espaço constitui a cultura escolar, e muitas vezes o trabalho
interdisciplinar, os projetos e ações podem configurar não somente uma ruptura com
esse tempo e espaço formal, mas a construção de uma cultura escolar onde o aluno, pais
e toda a comunidade escolar compreendam e reconheçam a forma de organização e
sistematização integrada, que busca a construção de pontes interdisciplinares na
dinâmica dos tempos e espaços escolares.
A educação física, justamente pela potencialidade que emana de sua construção a partir
de outras áreas de saberes, como a física, a fisiologia, a biologia, a sociologia, a história,
a administração, a anatomia, por exemplo, possui uma real possibilidade interdisciplinar
a ser construída no cotidiano escolar. Só para demostrar o quanto isso é significativo e
presente no imaginário escolar, você será, com certeza, o médico escolar. Isso mesmo,
qualquer incidente (quase diário) que venha a acontecer na escolar, chama o prof. de
Educação Física. Trombadas, quedas, crises de ansiedade...isso reflete o modo como,
em parte, somos representados na escola. Já parou para pensar o porquê de não chamar
o docente de biologia? Também quando é necessária a organização de eventos
escolares, como festas juninas, eventos expositivos, eventos integradores escola-
comunidade também somos lembrados. E, sem falar, é claro, dos eventos específicos da
nossa área, como os jogos interclasses, as olimpíadas escolares, enfim... Veja quanto
momentos que causam certa ruptura com tempo e espaço escolar, e que dão significado
à cultura escolar. Sua escola tinha eventos dessa natureza, eventos esses que
apresentavam uma lógica e dinâmica distinta da rotina escolar formal, e que
principalmente apresentavam a vivência do tempo e do espaço escola de modo distinto?
Consegue perceber como as categorias tempo e espaço são importantes.
Agora vamos imaginar essa dimensão no planejamento de uma aula de Educação Física
em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental II. É uma aula geminada (1h40), que
ocorre nas duas primeiras aulas do dia. Bem, primeiro, ao bater o sinal, os “anjos” não
estarão em sala, eles irão se locomover para a sala (corredores, escadas...), irão sentar,
ficar em silêncio, arrumar o material, você irá fazer a chamada, e irá explicar como a
aula será (depois de responder 3 vezes a mesma pergunta, é claro: vamos pra quadra
hoje?). Como a aula será na quadra, você se locomoverá com os alunos, passando pelos
demais espaços escolares, até chegar à quadra/ginásio/pátio. Como é a primeira aula do
dia, você irá buscar o material, organizar o material, e os “anjos” do sexto ano precisam
respeitar aquele tempo de organização e o espaço na qual será disposto o material.
Próxima etapa é organizar os alunos para receberem as explicações, resolver dúvidas e,
enfim, começar as atividades. Depois terá a parada para hidratação, banheiro, que pode
ocorrer mais de uma vez, seguido de mais organizações de espaço e material e
explicações de atividades.
Bem, está chegando o momento final da aula, você deve devolver os “anjos” na sala
antes de acabar sua aula, pois, ao bater o sinal, eles precisam estar sentados e calmos
para o início da terceira aula, que será matemática, por exemplo. Portanto, você
encerrou antes, fez o fechamento da aula, a sistematização dos conteúdos trabalhados e
apontou os caminhos que ainda virão. Vocês se deslocaram para a sala e, enfim, sinal
tocou e iniciou a terceira aula. E agora você irá lá para a turma de 3º ano do Ensino
Médio.
Tempo, espaço, materiais...categorias que são pensadas dentro de um plano de ensino
para a melhor gestão do processo educacional.
Quando ainda tratamos de ações de planejamento que envolvem a dimensão
interdisciplinar, o diálogo docente é fundamental. Não são apenas as barreiras dos
saberes que precisam ser rompidas. Mas as nossas barreiras que, muitas vezes, nos
prendem ao nosso cotidiano, de modo fechado e isolado. Não é a Educação Física que
se isola. É o docente que não consegue, de modo coletivo, estabelecer ponto com outros
docentes e disciplinas. É a escola que não possibilita as condições de tempo e espaço
para que essas ações interdisciplinares sejam planejadas e desenvolvidas.
Quando tratamos de escola, caro estudante, todos esses fatores estão diretamente
(inter)relacionados, construindo não apenas o cotidiano escolar, mas a cultura escolar,
que educa tanto quanto os saberes disciplinares.
VÍDEO RESUMO
Olá, tudo bem? A aula de Educação Física. É essa a dimensão granular do planejamento
escolar com a qual o aluno terá contato de modo concreto e cotidiano. O tempo de aula,
o espaço, os materiais, objetivos, conteúdos programáticos, processos metodológicos e
avaliativos. Essa dimensão estruturante da aula se materializará nas atividades a serem
ensinadas e pensados no processo de aprendizagem. E como um grande desafio ainda
temos os debates sobe a interdisciplinaridade, que potencializa nossos saberes e fazeres
docentes.
Saiba mais
REVISÃO DA UNIDADE
Olá. “Professor, hoje vai ser na sala ou vamos ter aula prática?”. Vai se acostumando,
pois essa pergunta será inúmeras vezes ouvida repetidamente ao longo de toda a sua
vida profissional, independentemente da turma, idade e ano da etapa escolar. Bem,
talvez lá na Educação Infantil você irá ouvir com menos frequência.
Vamos pensar juntamente uma aula. Aqui irei propor alguns elementos que são
essenciais para a concretização de um plano de aula. Lembrando que essa aula deve
fazer parte de um conjunto de intervenções que buscam alcançar objetivos educacionais,
ensinar conteúdos da educação física escolar a partir de estratégias de ensino.
O contexto será criado, no entanto, você poderá mudar e/ou ressignificar esse contexto a
partir das suas experiências escolares ou dos desafios com que acredita que irá se
deparar.
Você acabou de passar em um concurso público da rede estadual de educação. Após o
processo de escolha, você irá trabalhar em uma escola um pouco distante de sua
residência, uma escola central, de uma cidade de médio a grande porte. Como
característica, essa escola tanto atende alunos do seu entorno escolar como também
alunos de bairros distantes de diferentes regiões da cidade. Você completou sua carga
horária no período da tarde, ficando com 8 turmas, sendo 4 sextos anos e 4 sétimos
anos. Maravilha, não é?!
Então, vamos lá?
Reflita
O contexto acima descrito é o ponto inicial e básico para seu plano de aula. Já não é a
apresentação do conteúdo, os alunos já se apropriaram de alguns conhecimentos
elementares. Objetivos já foram elaborados e já foram cumpridos. Agora, vamos passar
a uma ideia, uma proposta de um plano de aula. Importante ressaltar que os elementos
básicos estruturantes do plano de aula podem variar de acordo com bases teóricas e
literaturas diferentes. Vamos nessa? Os “anjinhos” do 7ºA estão aguardando com toda
ansiedade. E olha que eu fui bonzinho, deixei um dia lindo de sol, nem choveu no dia!
Aula 1
AS CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Nessa aula vamos abordar diversos aspectos, inclusive históricos,
da avaliação na Educação Física escolar e veremos como a
avaliação inicialmente estava voltada para o desempenho esportivo
e o aspecto técnico-motor dos alunos e como isso se modificou com
o tempo.
27 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante. Nessa aula vamos abordar diversos aspectos, inclusive históricos, da
avaliação na Educação Física escolar. Veremos como a avaliação inicialmente estava
voltada para o desempenho esportivo e o aspecto técnico-motor dos alunos e como isso
se modificou com o tempo, assim como as próprias práticas avaliativas, que atualmente
exploram diferentes abordagens e métodos.
Por fim, exploraremos as alterações nas concepções sobre avaliação na Educação Física
escolar. Veremos como houve uma transição de uma avaliação centrada apenas no
resultado final e no desempenho individual para uma abordagem mais integral, que
considera o desenvolvimento global dos alunos, suas relações com o corpo, com os
outros e com o ambiente.
Este é um tema de extrema relevância, que nos permite compreender como a avaliação
na Educação Física evoluiu ao longo dos anos, contribuindo para a formação integral
dos estudantes.
Vamos começar?
Apesar dos avanços nas concepções e práticas avaliativas na Educação Física escolar,
ainda existem desafios a serem superados. A falta de formação adequada dos
professores, a resistência a mudanças e a necessidade de articulação com outros
profissionais da educação são alguns dos obstáculos enfrentados.
Uma das principais transformações foi a superação do modelo esportivista, que
valorizava apenas o rendimento e a competição, para uma abordagem que busca o
desenvolvimento integral dos estudantes. Segundo Lüdke (1992), essa mudança de
paradigma levou a uma concepção de Educação Física que valoriza a diversidade de
práticas corporais, a promoção da saúde, a inclusão e o respeito às diferenças.
Essa nova visão da Educação Física trouxe implicações diretas para a avaliação. A
ênfase deixou de ser exclusivamente nos resultados finais e passou a considerar os
processos e as experiências vivenciadas pelos alunos. Conforme Veiga (2002), a
avaliação na Educação Física deve levar em conta não apenas as habilidades motoras,
mas também o envolvimento dos estudantes, o respeito às regras, a cooperação, a
criatividade e o prazer pela prática.
Uma abordagem que se destaca na avaliação da Educação Física escolar é a avaliação
para a aprendizagem. Essa concepção, inspirada nas teorias de Stiggins (2004), enfatiza
a importância de envolver os alunos ativamente no processo avaliativo, promovendo a
autorreflexão e a autorregulação do seu próprio aprendizado.
Segundo Stiggins (2004), a avaliação para a aprendizagem na Educação Física busca
envolver os alunos no estabelecimento de critérios de avaliação, na autoavaliação e na
avaliação entre pares. Essa abordagem tem como objetivo principal desenvolver
habilidades metacognitivas nos estudantes, permitindo que eles se tornem agentes ativos
na construção do seu conhecimento e no monitoramento do seu progresso.
Alterações significativas ocorreram nas concepções sobre avaliação na Educação Física
escolar ao longo dos anos. Anteriormente, a avaliação nessa disciplina era
frequentemente associada apenas ao desempenho esportivo e ao aspecto técnico-motor
dos alunos. No entanto, uma mudança de paradigma ocorreu, buscando uma visão mais
abrangente e integral da avaliação. Conforme Freire (1997), a avaliação na Educação
Física deve ir além da mensuração das habilidades motoras e considerar aspectos
cognitivos, afetivos e sociais, valorizando o desenvolvimento global dos alunos. Essa
transformação reflete a busca por uma Educação Física que promova a participação
ativa, a autonomia e a formação de cidadãos críticos e conscientes.
De acordo com Farina (2012), podemos destacar a importância da autoavaliação e
coavaliação como práticas avaliativas. A participação ativa dos alunos na avaliação de
seu próprio desempenho e no de seus colegas promove a reflexão, a autonomia e a
responsabilidade. Dessa forma, a avaliação deixa de ser um processo exclusivamente
realizado pelo professor e passa a envolver os estudantes de forma ativa, colaborativa e
participativa, contribuindo para uma educação mais inclusiva e democrática.
A transição da avaliação tradicional para abordagens mais abrangentes, como a
avaliação formativa e a avaliação para a aprendizagem, tem contribuído para uma visão
mais integral do processo de aprendizagem dos alunos. No entanto, é necessário que os
desafios ainda existentes sejam enfrentados para garantir uma prática avaliativa mais
efetiva e significativa na Educação Física escolar.
Em seus primórdios, as avaliações nas aulas de Educação Física exigiam dos alunos a
excelência motora, além de resultados e marcas que levavam a competitividade
exagerada. No entanto, a partir da década de 1980, houve uma mudança nas concepções
e práticas avaliativas na Educação Física. Surgiram abordagens que buscavam valorizar
o desenvolvimento integral dos alunos, considerando não apenas as habilidades
motoras, mas também os aspectos afetivos, sociais e cognitivos. De acordo com Bracht
(1992), a avaliação passou a incorporar elementos relacionados ao comportamento, à
participação, à cooperação e ao envolvimento dos estudantes nas atividades propostas.
A avaliação na Educação Física compartilha características e desafios comuns aos
demais componentes curriculares, mas também apresenta peculiaridades distintas. Em
primeiro lugar, é fundamental compreender que a avaliação não deve se limitar a
atribuir um conceito ao aluno, mas sim servir como um instrumento para problematizar
a ação pedagógica como um todo. Segundo Betti (2002), a avaliação pode ser concebida
em três categorias: totalidade, mediação e contradição. A totalidade está relacionada a
levar em conta os objetivos educacionais e os conteúdos trabalhados e a compreender o
aluno como um todo, considerando não apenas seu desempenho físico, mas também
seus aspectos emocionais, sociais e cognitivos. A categoria da mediação refere-se ao
processo intermediário entre a conduta observada do aluno e o conceito que lhe é
atribuído. E a categoria da contradição ressalta que os processos de avaliação
disponíveis ainda são limitados em relação às abordagens metodológicas mais atuais.
As concepções de avaliação dependem da metodologia utilizada na relação professor,
aluno e aprendizagem. Lüdke e Mediano (1992) caracterizam duas ideias básicas de
avaliação: tradicional e progressista (ou construtivista). No conceito tradicional, o
professor transmite conhecimentos ao aluno, que aprende de forma passiva; a avaliação
usa uma medida, através de uma prova, que atribui ao aluno uma nota fria, que não
serve para reformular o processo, e mede apenas habilidades cognitivas. Na concepção
progressista, o professor, orientador da aprendizagem, faz diagnósticos, considera a
capacidade de aprendizagem do aluno, e se autoavalia; o aluno, sujeito da
aprendizagem, é mais crítico e também se autoavalia; a avaliação é contínua, e serve
para a reorientação do processo.
As concepções sobre a avaliação na Educação Física escolar passaram por importantes
alterações ao longo do tempo, refletindo uma compreensão mais abrangente e integrada
do processo educativo. Anteriormente, a avaliação era frequentemente centrada no
resultado final das atividades esportivas e no desempenho técnico dos alunos. No
entanto, conforme Freire (1997), aconteceu uma mudança de paradigma, em que a
avaliação passou a valorizar não apenas o produto final, mas também o processo de
aprendizagem e o desenvolvimento global dos estudantes.
Nesse contexto, estes conceitos têm como objetivo a promoção de uma educação mais
inclusiva, democrática e formativa. Um exemplo de avaliação em Educação Física
escolar que pode ser aplicada atualmente é a elaboração de um portfólio de atividades.
Nesse formato de avaliação, os alunos são incentivados a registrar suas experiências,
reflexões e aprendizados ao longo do período letivo, por meio de textos, fotos, vídeos
ou outros recursos multimídia. O portfólio permite uma visão mais ampla do
desenvolvimento do aluno, considerando aspectos motores, cognitivos, afetivos e
sociais. Dessa maneira o professor consegue fazer uma avaliação contínua e ao mesmo
tempo estimular a autoavaliação dos alunos.
VÍDEO RESUMO
Saiba mais
Aula 2
FUNÇÕES DE AVALIAÇÃO
Avaliar faz parte processo educacional, pois fornece informações
valiosas sobre o aprendizado dos alunos e orienta o trabalho do
professor. Diante desta informação, abordaremos algumas funções
essenciais da avaliação e discutiremos quatro tipos específicos: a
avaliação diagnóstica, a avaliação comparativa, a avaliação
formativa e a avaliação somativa.
25 minutos
INTRODUÇÃO
VÍDEO RESUMO
Saiba mais
Dica de reportagem – avaliação na Educação Física
O site do Instituto Claro apresenta informações interessantes para melhorias no processo
de ensino-aprendizagem. No link podemos verificar uma breve reportagem na qual
foram entrevistados professores e reuniram seis dicas sobre os processos avaliativos na
disciplina de Educação Física, entre elas a ideia de observar o PPP (Projeto Político
Pedagógico), utilizar instrumentos vinculados ao objetivo, registrar as avaliações e
buscar um olhar individualizado para o aluno. Além disso, também é ressaltada a
questão da atenção em relação às três dimensões a serem avaliadas: atitudinal,
procedimental e conceitual.
O acesso ao site é gratuito e não é necessário login.
INTRODUÇÃO
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, no vídeo resumo da nossa aula vamos falar sobre os principais recursos e
instrumentos avaliativos, bem como a autoavaliação e a integração de instrumentos
avaliativos expressos pelos alunos e pelos estudantes. Veremos como é importante
conhecer e utilizar uma variedade de recursos e instrumentos que permitam uma
avaliação abrangente e precisa. Também verificaremos como utilizar ferramentas como
provas, projetos, apresentações e portfólios, de maneira a verificar o desempenho dos
estudantes em diversos aspectos. Vamos lá?
Saiba mais
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
A avaliação é um elemento que faz parte do processo de ensino-aprendizagem. Nesse
sentido, dentro da prática pedagógica, a avaliação integra-se ao saber, ao pensar e ao
aprender, a partir das metodologias e dos objetivos adotados pelos professores. Nesse
ponto, é fundamental para o processo avaliativo que o professor tenha como base três
questões básicas: Como posso avaliar a aprendizagem? Como acontece o fluxo do
desenvolvimento da atividade educacional? Quais são as relações entre a avaliação e a
escola como um todo? Como funciona o processo avaliativo? Dessa forma, você, como
futuro profissional, mergulhando no seu cotidiano, vai compreender que, na vida
escolar, ao conhecer os elementos do processo avaliativo, vai criar seu próprio estilo de
ensinar e avaliar, construindo formas de saber e de fazer, de forma pessoal e coletiva de
agir, mas sempre com base nas três questões básicas do processo avaliativo.
Desejo a você bons estudos!
Figura 1 | Desenho de uma aluna do 1º ano sobre o que aprendeu na Educação Física
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, convido você agora a aprofundar um pouco mais seu conhecimento
acerca da avaliação e qualidade de ensino, assistindo à videoaula. Apontarei as
estratégias de avaliação do ensino com base no que é visto e vivenciado no cotidiano
das escolas e algumas características bastante discutíveis na Educação Física, pois o
cenário dessa disciplina na escola hoje permite fazer uma reflexão acerca do processo
avaliativo educacional.
Desde já, desejo bons estudos!
Saiba mais
Caro estudante!
Convido você agora a aprofundar um pouco seu conhecimento acerca da avaliação e
qualidade de ensino da Educação Física, fazendo a leitura de um artigo científico!
Desejo uma boa leitura!
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
24 minutos
REVISÃO DA UNIDADE
Olá, estudante!
Neste vídeo resumo da Unidade 3, convido você a aprofundar seu conhecimento acerca
da Avaliação na Educação Física Escolar. Neste vídeo apontarei os caminhos
contextuais para o processo avaliativo, sua importância e aplicação durante as aulas de
Educação Física dentro do ambiente escolar.
Desde já, desejo bons estudos!
ESTUDO DE CASO
Reflita
Olá, estudante!
A avaliação na Educação Física continua a ser um tema muito importante, uma vez que
ainda são levantadas muitas questões entre os profissionais da área quanto à sua
operacionalização. Sabendo que avaliar é lançar um julgamento preciso ou não, sobre
uma realidade quantificável ou não, depois de ter realizado ou não uma medição,
podemos considerar que o ato de avaliar tem um caráter subjetivo. Nesse sentido,
depende da interpretação e do conhecimento que o avaliador tem sobre as disciplinas de
ensino. Isso determina que existe uma diversidade de interpretação da realidade que
emerge da relação estabelecida na operacionalização mobilizada pelo professor em
relação ao seu aluno, pois do ponto de vista didático e teórico esse método de avaliação
educacional precisa estar claro. Nesse ponto, pergunto a você: Qual a pertinência da
avaliação na Educação Física? Qual seria o momento ideal para realizar a avaliação?
Quais instrumentos, meios e conteúdo podem ser utilizados durante a avaliação? Como
são utilizados e interpretados os dados da avaliação? Reflita.
Nesse ponto, quando o professor busca avaliar por meio da observação e desempenho
do aluno em relação ao esporte, ou seja, se o aluno dominar os fundamentos e as táticas
do jogo está gerando resultados, independentemente de como chegou a esse nível de
aprendizagem, prejudica sua aprendizagem, não permitindo ao aluno saber, por
exemplo, acerca da perspectiva histórica das práticas corporais, suas transformações ao
longo da história, a diferença da prática do esporte entre os diferentes países, quais
capacidades físicas envolvidas nas práticas corporais entre outros. Portanto, precisamos
ir além de avaliar a participação e a motivação dos alunos, embora esse seja um aspecto
importante a ser incorporado na avaliação.
RESUMO VISUAL
REFERÊNCIAS
Vamos começar?
A Educação Infantil é uma etapa da educação básica que tem como objetivo principal
proporcionar às crianças experiências de aprendizagem que favoreçam seu
desenvolvimento integral. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), a Educação Infantil deve ser oferecida em creches para crianças de 0 a
3 anos e em pré-escolas para crianças de 4 e 5 anos.
Essa etapa da educação tem como princípio a valorização da criança como sujeito de
direitos, reconhecendo suas especificidades, potencialidades e limitações. A Educação
Infantil deve promover um ambiente acolhedor e seguro, em que as crianças possam se
expressar livremente e explorar o mundo à sua volta.
Devemos destacar também a importância da afetividade no ambiente educacional da
Educação Infantil. Segundo Silva (2021), a afetividade deve ser considerada como uma
dimensão essencial no processo educativo, pois proporciona segurança emocional e
afetiva às crianças. Além disso, é fundamental que a afetividade esteja presente nas
relações entre professores, crianças e famílias, possibilitando um ambiente acolhedor e
afetivamente seguro.
A Educação Física na Educação Infantil tem como objetivo principal contribuir para o
desenvolvimento motor e cognitivo das crianças, por meio de atividades que promovam
o movimento e a exploração do corpo em diferentes situações e contextos. Nessa etapa
formativa, as atividades de Educação Física devem ser lúdicas, prazerosas e
desafiadoras, permitindo que as crianças experimentem diferentes movimentos,
habilidades e desafios.
De acordo com Buss-Simão (2013), a Educação Física na Educação Infantil deve
priorizar o desenvolvimento da coordenação motora ampla e fina, do equilíbrio, da
lateralidade, da noção de espaço e tempo, da percepção corporal e da consciência
corporal. Além disso, é importante que as atividades de Educação Física sejam
integradas com as demais áreas do conhecimento, como a linguagem, a matemática, a
ciência e a arte.
A disciplina de Educação Física na Educação Infantil possui características próprias,
que a diferenciam das demais etapas da Educação Básica. Nessa etapa formativa, as
atividades de Educação Física devem ser desenvolvidas de forma integrada com as
demais áreas do conhecimento, favorecendo o desenvolvimento global das crianças.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Educação Física na
Educação Infantil deve contemplar quatro eixos: corpo, gestos e movimentos; vivências
e práticas de jogo; esporte e atividades rítmicas e expressivas. Esses eixos devem ser
trabalhados de forma lúdica, respeitando as necessidades e interesses das crianças.
Em suma, a caracterização da Educação Infantil como uma etapa formativa que engloba
as dimensões cognitiva, afetiva, social e física das crianças é fundamental para que se
compreenda a complexidade e a importância desse período na formação dos indivíduos.
A contextualização e caracterização da Educação Física na Educação Infantil também se
mostra essencial, uma vez que essa disciplina deve ser abordada de forma lúdica e
prazerosa, valorizando a diversidade corporal e cultural dos alunos. Ainda, a afetividade
e as relações interpessoais são fundamentais para a construção de um ambiente
educacional acolhedor e afetivamente seguro.
A Educação Infantil é uma etapa formativa fundamental na vida das crianças, que tem
como objetivo desenvolver integralmente as potencialidades das mesmas. Nesse
contexto, a Educação Física desempenha um papel importante, uma vez que contribui
para a formação física, psicológica e social dos indivíduos.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) (Lei nº
9.394/1996), a Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade. Essa etapa da educação é considerada fundamental,
uma vez que é na infância que se estabelecem as bases para o desenvolvimento humano.
A Educação Infantil, portanto, deve ser pensada como um processo de formação integral
da criança, que envolve aspectos cognitivos, afetivos, motores e sociais. Nesse sentido,
é importante destacar que a Educação Infantil não se limita a atividades lúdicas e
recreativas, mas deve ser estruturada de forma a contribuir para o desenvolvimento da
criança como um todo.
A Educação Física na Educação Infantil tem como objetivo contribuir para o
desenvolvimento físico, motor e social das crianças, por meio da prática de atividades
lúdicas e recreativas. Através das atividades propostas, as crianças têm a oportunidade
de explorar seus corpos, desenvolver habilidades motoras, aprender regras e normas de
convivência social, além de ampliar suas possibilidades de comunicação.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), a Educação
Física na Educação Infantil deve estar voltada para o movimento e a expressão corporal,
e não para a competição. Dessa forma, as atividades propostas devem ser desafiadoras e
significativas para as crianças, e não serem usadas para avaliar ou selecionar os alunos.
Segundo Rolim (2004), a Educação Física na Educação Infantil deve estar baseada em
atividades lúdicas, que permitam às crianças vivenciar experiências corporais prazerosas
e significativas, favorecendo o processo de aprendizagem e o desenvolvimento da
identidade corporal.
A disciplina de Educação Física nesta etapa formativa deve ser pensada de forma a
contribuir para o desenvolvimento integral das crianças, e não apenas para o
desenvolvimento físico e motor. Nesse sentido, é importante que as atividades propostas
estejam alinhadas com os objetivos da Educação Infantil, que incluem o
desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social.
De acordo com Zaminiani (2019), a Educação Física na Educação Infantil pode
contribuir para o desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais das crianças,
como a capacidade de trabalhar em grupo, a comunicação, a cooperação e a resolução
de conflitos.
A Educação Física na Educação Infantil deve ser estruturada de forma a contribuir para
o desenvolvimento das habilidades motoras das crianças, bem como para o
desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e sociais. Para isso, é importante que
as atividades propostas sejam adequadas a sua maturidade física e intelectual.
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, no vídeo resumo da nossa aula sobre Aspectos metodológicos no ensino
da Educação Física poderemos compreender um pouco mais sobre a caracterização da
Educação Infantil, como surgiu e quais suas características, a contextualização da
Educação Física na Educação Infantil e como podemos incorporar as práticas corporais
no universo infantil de maneira lúdica e atrativa e, por fim, as principais características
do ensino da disciplina de Educação Física nesta etapa formativa. Vamos lá?
Saiba mais
Aula 2
ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL
Nessa aula vamos abordar o tema da Educação Física no Ensino
Fundamental, que é uma fase crucial na vida dos estudantes,
marcada por transformações físicas, cognitivas e sociais, período
que se estabelecem as bases para o desenvolvimento de
competências e habilidades essenciais ao longo da vida.
26 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante. Nessa aula vamos abordar o tema da Educação Física no Ensino
Fundamental, que é uma fase crucial na vida dos estudantes, marcada por
transformações físicas, cognitivas e sociais. É nesse período que se estabelecem as bases
para o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais ao longo da vida.
Vamos caracterizar e contextualizar a Educação Física no Ensino Fundamental,
explorando como essa disciplina se encaixa no currículo escolar e como suas práticas
contribuem para o desenvolvimento dos estudantes. Além disso, discutiremos a
importância da Educação Física como componente curricular, considerando suas
contribuições para a promoção da saúde, a formação de valores e a construção de uma
cultura de movimento.
Ao longo da unidade, examinaremos as diretrizes e as referências normativas que
norteiam a Educação Física no Ensino Fundamental, como a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), que estabelece os conhecimentos, as habilidades e as competências
a serem desenvolvidos nessa disciplina.
Vamos começar?
O Ensino Fundamental é a etapa mais longa da educação básica: são 9 anos de estudo e
os alunos se encontram na faixa etária média de 6 a 14 anos. A Base Nacional
Curricular Comum (2018) divide essa fase em Anos Iniciais (do 1º ao 5º ano) e Anos
Finais (6º ao 9º ano). O Ensino Fundamental é uma etapa essencial da educação básica,
na qual os alunos adquirem conhecimentos fundamentais e desenvolvem habilidades
cognitivas, sociais e emocionais. Segundo Vygotsky (1998), é nesse período que ocorre
a consolidação dos processos mentais superiores, proporcionando a base para
aprendizagens futuras. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº
9.394/96 destaca a importância do Ensino Fundamental como um direito de todos e
ressalta sua função na formação básica do cidadão. Nesse sentido, o documento da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) estabelece os objetivos e conteúdos a serem
desenvolvidos nessa etapa, visando garantir uma educação de qualidade.
Para os anos iniciais, a BNCC aponta para uma articulação com as experiências
vivenciadas na Educação Infantil – como por exemplo, reconhecer a importância de
ações e situações do cotidiano que contribuem para o cuidado de sua saúde e a
manutenção de ambientes saudáveis e expressar ideias, desejos e sentimentos em
distintas situações de interação, por diferentes meios.
A Educação Física é uma disciplina que contribui significativamente para o
desenvolvimento global dos alunos. Segundo Siedentop (2011), ela promove o
desenvolvimento motor, a aquisição de habilidades psicomotoras, o conhecimento sobre
o corpo e seus movimentos, além de estimular a socialização, a cooperação e o respeito
mútuo. Através das manifestações da cultura corporal de movimento, os alunos podem
adquirir valores como disciplina, superação, trabalho em equipe e resiliência.
De maneira a contextualizar o ensino da Educação Física, é essencial tornar as aulas
mais relevantes e significativas para os alunos. Ao relacionar os conteúdos e atividades
com a vida cotidiana dos estudantes, é possível despertar maior interesse, engajamento e
compreensão. Segundo Taffarel (2012), a contextualização proporciona uma
aprendizagem mais significativa, pois permite aos alunos relacionar os conhecimentos
adquiridos na Educação Física com suas experiências pessoais, sociais e culturais.
Além disso, a Educação Física no contexto atual contribui para a formação de cidadãos
críticos e reflexivos, capazes de compreender e enfrentar os desafios do mundo atual.
Ao explorar temas relevantes, como saúde, meio ambiente, diversidade cultural e
inclusão social, a Educação Física contextualizada promove a reflexão sobre questões
sociais e estimula a tomada de consciência e a ação transformadora.
A tematização também é uma estratégia eficaz de contextualização. Por meio da escolha
de temas relevantes, como as Olimpíadas, os Jogos Paralímpicos ou grandes eventos
esportivos, é possível explorar conteúdos da Educação Física de forma integrada,
abordando aspectos históricos, culturais, geográficos e sociais relacionados aos eventos.
Essa abordagem amplia o repertório dos alunos e os incentiva a refletir sobre a
importância do esporte na sociedade.
A Educação Física no Ensino Fundamental é essencial para o desenvolvimento integral
dos alunos, pois abrange aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. Conforme
preconizado pela BNCC, a disciplina tem como objetivo proporcionar experiências que
estimulem o conhecimento e a valorização do corpo, a prática de atividades físicas e
esportivas, a compreensão de conceitos relacionados à saúde e à qualidade de vida, além
do desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como cooperação, respeito e
autonomia.
Com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, a Educação Física se torna uma disciplina
obrigatória em todos os anos da Educação Básica. Um dos documentos norteadores da
Educação, a Base Nacional Comum Curricular, coloca como sendo 6 as unidades
temáticas para Educação Física nessa faixa de ensino: Brincadeiras e jogos, Esportes,
Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas Corporais de Aventura.
Nessa etapa, a Educação Física assume o compromisso com a qualificação para a
leitura, a produção de vivências das práticas corporais e ao mesmo tempo pode
colaborar com os processos de letramento e alfabetização ao criar oportunidades para
que os alunos leiam e produzam textos relacionados as suas vivências e experiências
com atividades físicas. Lembrando que das 6 unidades temáticas de Educação Física,
Brincadeiras e jogos, Esportes, Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas Corporais de
Aventura, essa última não é contemplada nos primeiros 5 anos do Ensino Fundamental,
dando espaço e destaque para as brincadeiras e jogos, as danças e aos esportes (de
campo e taco, marca, precisão, rede/parede e de invasão).
As práticas pedagógicas de Educação Física desempenham um papel crucial na
efetividade do processo de ensino-aprendizagem. É fundamental que os professores
adotem situações de aprendizagem que valorizem a participação ativa dos alunos, o
desenvolvimento de habilidades motoras, a reflexão crítica e a promoção de um
ambiente inclusivo.
De acordo com Darido e Rangel (2012), a abordagem crítico-superadora coloca em
prática questões de poder, interesse, esforço e contestação. Qualquer consideração sobre
a pedagogia mais apropriada deve versar, não somente sobre questões de como ensinar,
mas também sobre como adquirimos conhecimentos, valorizando a questão da
contextualização dos fatos e do resgate histórico e pode ser aplicada também na
Educação Física no Ensino Fundamental. Essa forma de ensino busca ir além da mera
reprodução de técnicas e regras esportivas, priorizando a formação crítica dos alunos e
estimulando a reflexão sobre as questões sociais relacionadas à prática esportiva.
Além disso, a diversidade de práticas esportivas e atividades físicas deve ser
considerada, a fim de atender às diferentes preferências e habilidades dos alunos. É
importante que o professor proporcione atividades variadas, incluindo jogos,
brincadeiras, danças, ginástica, esportes coletivos e individuais. Dessa forma, é possível
garantir a participação e o engajamento de todos os alunos, promovendo a inclusão e
evitando a exclusão de determinados grupos.
Para que as práticas pedagógicas sejam efetivas, é fundamental que os professores
estejam capacitados e atualizados. A formação continuada dos educadores em relação à
Educação Física no Ensino Fundamental é essencial para que eles possam planejar e
executar aulas de qualidade, adequadas às necessidades e interesses dos alunos. A busca
por cursos, capacitações e trocas de experiências entre os profissionais é uma maneira
de enriquecer o repertório pedagógico e aprimorar as práticas em sala de aula.
Em relação à contextualização, os professores de Educação Física podem utilizar
situações reais, temas relevantes e interdisciplinaridade, permitem que os alunos
estabeleçam conexões entre a Educação Física e suas vidas, desenvolvendo habilidades
essenciais para a formação de cidadãos ativos, conscientes e críticos.
É fundamental que os professores estejam capacitados e atualizados, buscando
constantemente práticas pedagógicas inovadoras e alinhadas com as necessidades dos
alunos. Por exemplo, uma aula pode ser dedicada a jogos de handebol adaptados, nos
quais os alunos aprendem fundamentos básicos, como passe, arremesso e defesa, por
meio de atividades divertidas e desafiadoras. A valorização da formação continuada e a
troca de experiências entre os profissionais são importantes para enriquecer as práticas
em sala de aula.
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, no vídeo resumo da nossa aula sobre Aspectos metodológicos no ensino
da Educação Física poderemos compreender um pouco mais sobre a caracterização da
Educação no Ensino fundamental, como surgiu e quais suas características, a
contextualização da Educação Física durante essa fase da educação e como podemos
incorporar as práticas corporais no universo infantil de maneira lúdica e atrativa e, por
fim, as principais características do ensino da disciplina de Educação Física nesta etapa
formativa. Vamos lá?
Saiba mais
INTRODUÇÃO
Olá, estudante. Nessa aula vamos compreender o papel da Educação Física e sua
caracterização tanto no Ensino Médio quanto na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O Ensino Médio é uma fase crucial na formação educacional dos estudantes,
representando uma transição entre a educação básica e o ingresso na vida adulta. Nessa
etapa, os alunos têm a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos, desenvolver
habilidades e competências essenciais para sua vida pessoal e profissional.
Por outro lado, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino
destinada a indivíduos que não concluíram seus estudos na idade regular, buscando
garantir o direito à educação e promovendo a inclusão social e a valorização dos
conhecimentos e experiências prévias dos alunos. Ao longo da aula vamos perceber as
características e aplicações da Educação física nessas duas etapas da Educação Básica.
Vamos lá?
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, no vídeo resumo da nossa aula sobre Aspectos metodológicos no ensino
da Educação Física, poderemos compreender um pouco mais sobre a caracterização da
Educação Física tanto no Ensino Médio como na modalidade Educação de Jovens e
Adultos (EJA), as suas características, a contextualização da Educação Física durante
essas fases da educação e como podemos direcionar as práticas corporais aos
adolescentes e adultos de maneira atrativa e, por fim, as principais características do
ensino da disciplina de Educação Física nesta etapa formativa. Vamos lá?
Saiba mais
INTRODUÇÃO
Olá, estudante. Nessa aula abordaremos três temas fundamentais para a compreensão e
reflexão sobre a prática docente na área: a imagem e o estereótipo do professor de
Educação Física, a relação e a interação entre família, escola e comunidade, e os
principais desafios enfrentados pelos professores em seu cotidiano.
Vamos falar sobre como essa imagem é construída e quais estereótipos acabam sendo
atribuídos aos professores de Educação Física, tanto positivos quanto negativos. Em
seguida, discutimos a relação e interação entre família, escola e comunidade. Sabemos
que a educação é uma responsabilidade compartilhada entre esses três pilares, e é
fundamental entendermos como fortalecer esses laços.
Por fim, mostramos os principais desafios enfrentados pelos professores de Educação
Física em seu trabalho diário. Compreenderemos como esses desafios podem impactar
nossa prática pedagógica e buscaremos estratégias para superá-los, promovendo um
ambiente inclusivo e propício ao desenvolvimento de todos os alunos. Vamos começar?
A imagem do professor de Educação Física pode ser influenciada pela sua formação e
capacitação. Segundo Tani (2011), a formação do professor de Educação Física deve ser
baseada em conhecimentos teóricos e práticos sólidos, que permitam uma abordagem
ampla e aprofundada da disciplina. Um professor bem preparado e atualizado tem mais
chances de transmitir uma imagem positiva e profissional, além de oferecer uma
educação de qualidade aos alunos.
Para desconstruir os estereótipos e promover uma imagem mais valorizada do professor
de Educação Física, é fundamental investir em ações e estratégias específicas.
Primeiramente, é importante que os próprios profissionais sejam conscientes da
importância de sua atuação e busquem constantemente aperfeiçoamento, tanto em
relação aos aspectos pedagógicos quanto aos conhecimentos específicos da área.
Participar de cursos, workshops, congressos e eventos relacionados à Educação Física
contribui para a atualização constante e o aprimoramento das práticas.
A relação e interação entre família, escola e comunidade desempenham um papel
essencial na promoção da Educação Física escolar. Quando essas três esferas trabalham
em conjunto, é possível proporcionar uma experiência educacional mais significativa,
que valoriza a importância da atividade física e contribui para o desenvolvimento
integral dos alunos.
A família tem um papel crucial ao apoiar e incentivar a participação dos filhos nas
atividades físicas, tanto na escola como em casa. A escola, por sua vez, deve estabelecer
uma comunicação aberta com as famílias, promover eventos que envolvam a
comunidade e proporcionar um ambiente inclusivo e seguro para a prática de atividades
físicas. Já a comunidade pode contribuir com recursos, como espaços esportivos e
materiais, além de oferecer programas e atividades complementares.
Portanto, é fundamental que haja um esforço conjunto para fortalecer essa relação e
interação, reconhecendo o valor da Educação Física como parte essencial do processo
educativo. Somente dessa forma será possível proporcionar uma educação física de
qualidade, que promova não apenas o desenvolvimento físico, mas também o social,
emocional e cognitivo dos alunos.
Em relação as dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física, algumas
atitudes podem ser tomadas diante destes desafios, como por exemplo, realizar
planejamento adequado: O professor deve realizar um planejamento cuidadoso das
aulas, levando em consideração as características da turma, os objetivos de
aprendizagem e os recursos disponíveis. Isso permitirá uma utilização eficiente do
tempo e dos materiais.
Outra maneira de superar desafios é a adaptação de atividades, de maneira a adequar as
aulas de acordo com as condições da turma e do espaço disponível. Diante da escassez
de materiais nas escolas – principalmente nas públicas –, existe a possibilidade de
utilizar recursos alternativos, como por exemplo, ao ensinar esgrima, pode-se utilizar
“espadas” feitas com jornal, fazendo assim com que os alunos tenham contato com um
esporte diferente, sem que a escola ou o professor necessite gastar muito e sem risco dos
alunos se machucarem.
A busca de parcerias e do envolvimento da comunidade também se mostra uma saída
interessante para enfrentar os desafios no ensino: instituições esportivas locais,
empresas ou órgãos governamentais podem proporcionar acesso a recursos adicionais,
como materiais esportivos e espaços adequados.
Para garantir uma Educação Física de qualidade, é necessário investir na infraestrutura e
disponibilização de recursos, proporcionar uma formação adequada aos professores,
estimular a participação e o interesse dos alunos, promover uma abordagem inclusiva e
respeitosa e valorizar o desenvolvimento integral dos estudantes.
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante, no vídeo resumo da nossa aula sobre Aspectos metodológicos no ensino
da Educação Física poderemos compreender um pouco mais sobre a imagem e o
estereótipo relacionados à atividade do professor de Educação Física, bem como a
relação deste profissional com a interação família-escola-comunidade e como isso pode
impactar na educação. Também vamos abordar os principais desafios enfrentados pelos
professores, como turmas numerosas, heterogêneas, falta de estrutura e materiais entre
outros. Vamos lá?
Saiba mais
REVISÃO DA UNIDADE
Olá, estudante. Neste vídeo vamos abordar os principais pontos desenvolvidos ao longo
da unidade, como o ensino da Educação Física escolar da Educação Infantil, passando
pelo Ensino Fundamental, Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos). Também
verificaremos a importância da relação entre comunidade e escola e as dificuldades
enfrentadas pelos docentes no ambiente escolar. Vamos lá?
ESTUDO DE CASO
Olá, estudante, ao analisar o estudo de caso, tenha em mente que devemos compreender
a importância dos seguintes pontos ao desenvolver uma resolução:
RESUMO VISUAL