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Essa tendência apresenta uma expressão legal, a Lei nº 69.450/7l, ainda em vigor. A
referida legislação considera o esporte e a aptidão física como finalidades últimas (Artº 3º.,
parágrafos 1 e 2). Os dois Planos Nacionais de Educação Física e Desportos, do mesmo modo,
se pautam nessa concepção sobre as atividades corporais. Embora não tratem só e
particularmente do funcionamento da Educação Física dentro da escola, caracterizam uma
política oficial sobre o tema que, não por acaso, coincide com a abordagem em tela.
TENDÊNCIA PSICOPEDAGOGIZANTE
Essa tendência tornou-se expressiva pela difusão no meio da Educação Física escolar das
teorias de Piaget, Rogers, Le Bouch, Vayer, Cratty e Harrow. Estes são alguns dos teóricos que
vieram a consubstanciar tal tipo de prática pedagógica. Cabe observar que as outras tendências
não ignoram os conhecimentos desenvolvidos pelos teóricos citados; a diferença se dá no grau
de utilização dessas teorias.
Quanto ao foco da ação pedagógica, não raro, é priorizada a relação interpessoal. Para
muitos professores, é satisfatório que o aluno desenvolva uma boa relação afetiva com os outros
e desenvolva uma auto-imagem positiva com base em experiências afetivas, onde o recurso
didático é o movimento. Resumidamente, pode-se considerar que o conhecimento que o aluno
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
adquire de si mesmo é o conteúdo principal nessa concepção. Os meios físico e social, por sua
vez apresentam valor na medida em que alteram o estado de satisfação individual.
TENDÊNCIA CRÍTICA
têm dado sentido aos conteúdos dos admitidos para a Educação Física escolar. Não há, em
princípio, hierarquização ou subestimação das variadas formas de atividades corporais. O que
existe aqui é um tratamento que procura ir além do movimento em si, que se direciona para uma
participação maior do aluno nas práticas e nas tomadas de decisão. Tenta inserir o aluno na
cultura corporal, de forma não alienada e, por isso mesmo, tenta criar condições para que esse
mesmo aluno tome parte nos processos de produção da cultura corporal como sujeito, agente de
ação. Para tanto, vem adotando uma metodologia mais aberta, crítica e participativa, tanto no
sentido do planejamento quanto na organização das aulas e nas metodologias de avaliação
adotadas.
Essa concepção trouxe à discussão os aspectos sociais e culturais que têm reflexos nas
práticas de atividades corporais, redimensionando os conhecimentos produzidos acerca dela
mesma. Com isso, foram e estão sendo geradas práticas que pretendem levar em conta os
efeitos sobre os alunos no que diz respeito à cultura corporal e à sua atuação como sujeito crítico-
superador da vida em suas dimensões social e pessoal.
Concluindo esta pequena exposição sobre o estado atual da Educação Física na escola,
parece conveniente repetir que, nas expressões reais da Educação Física, as três tendências
mencionadas se interpenetram, gerando outras pequenas variações. O relevante aqui é
demonstrar que existem diferentes práticas com diferentes resultados de ordem pedagógica.