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Apostila elaborada por Cláudia Macêdo,

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a partir de estudos das obras de alguns dos autores mais
conhecidos da educação, fontes confiáveis e sites oficiais do  Não compartilhe este material com outras pessoas, você
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que facilitarão a compreensão e a fixação dos conteúdos
abordados, além de contribuir para a sua preparação na
busca da tão sonhada aprovação.
Bons estudos!
Sumário
1. História da educação no Brasil .......................................................................................... 1
2. Didática e organização do ensino ................................................................................... 6
3. Tendências Pedagógicas ...................................................................................................... 11
4. Planejamento educacional ................................................................................................. 16
5. Avaliação da aprendizagem ............................................................................................. 19
6. Gestão democrática ............................................................................................................. 25
7. Projeto Político Pedagógico – PPP ............................................................................... 30
8. Currículo escolar ................................................................................................................... 34
9. Função social da escola ..................................................................................................... 39
10. O papel do professor .......................................................................................................... 41
11. Formação continuada ........................................................................................................ 44
12. Relação família x escola ................................................................................................... 47
13. Relação professor x aluno .............................................................................................. 49
14. Lúdico na aprendizagem ................................................................................................... 51
15. Pilares da educação ........................................................................................................... 54
16. Interdisciplinaridade .......................................................................................................... 56
17. Educação Especial e Educação Inclusiva ................................................................ 59
18. Alfabetização e letramento ........................................................................................... 66
19. Educação de Jovens e Adultos – EJA ......................................................................... 75
20. TICs na Educação ................................................................................................................ 78
21. Bibliografia .............................................................................................................................. 83
Uma nova ruptura marcou a historia da educação no Brasil em 1759: A
História da educação no Brasil expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia algo bem estruturado,
em termos de educação, o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos.
“ tuvias a eivcaçãp e tvat uepsjat op cpouexup hjtuósjcp en rve
surgiram, para observar a concomitância entre suas crises e as do sistema No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e
social, não significa, porém, que essa sincronia deva ser entendida como 17 colégios e seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em
simples paralelismo entre fatos da educação e fatos políticos e sociais. Na todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. Essa foi uma
verdade, as questões de educação são engendradas nas reações que se ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo
estabelecem entre as pessoas nos diversos segmentos da comunidade. A educacional.
educação não é, portanto, um fenômeno neutro, mas sofre efeitos do jogo do Período pombalino (1760 – 1808): Os jesuítas foram expulsos em razão de
qpies, qps etuas ie faup eowpmwjia oa qpmíujca.” ({saoha, 2006, q..24) radicais diferenças de objetivos com os interesses da Corte. Enquanto os
jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em
Fases da educação no Brasil reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências
européias da época. Além disso, Lisboa passou um terremoto que destruiu parte
Período colonial ou jesuítico (1549-1759): Os primeiros jesuítas chegaram ao
significativa da cidade e precisava ser reerguida.
território brasileiro em março de 1549. Nesse período começou uma forte
atuação ia “cpnqaohja ie „etvt” rve ujoha cpnp njttãp qspqagas a fé csjtuã, O reflexo disso tudo nas aulas foi que passariam a seguir preceitos das
e com isso trouxeram também os primeiros ideais de ensino e escola, esse “}asuat ségjat” rve usazjan pt cpoueúipt rve iewesjan tes etuviaipt. Nette
movimentos foi liderado por Padre Manoel da Nóbrega. 15 dias após a chegada período também foi instituído o estado laico e o ensino publico. Tudo isso pode
edificaram a primeira escola elementar brasileira em Salvador, tendo como parecer democrático, porém, negros e mulheres não tinham acesso à educação,
mestre o Irmão Vicente Rodrigues que foi o primeiro professor nos moldes enquanto homens brancos, estudavam nas escolas religiosas ou iam estudar na
europeus em terras brasileiras. Europa.
Os estudos iniciais foram direcionados aos indígenas, justamente pela Quando Portugal percebeu que a educação no Brasil estava estagnada,
intenção de propagar a fé que confessavam, apesar de ser um trabalho de cpnp tpmvçãp jotujuvjv p “tvbtíijp mjuesásjp” qasa naovueoçãp ipt eotjopt
ipvusjoaçãp fpj csjaip p ipcvneoup “Qaujp Suvijpsvn” cpn a neua ie usazes, primário e médio. Esse subsidio era uma taxação, ou um imposto sobre alguns
além da moral, os costumes e a religiosidade européia, os preceitos básicos produtos. Os professores eram mal preparados, quase não recebiam, e eram
pedagógicos que os jesuítas deviam usar em todo o território, para normatizar a nomeados por indicação.
educação. Todos os jesuítas deviam seguir os mesmos métodos ao dar a aula
sobre fé cristã. Como resultado, no princípio do séc. XIX, a educação no Brasil estava
reduzida a praticamente nada.

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Período Joanino (Chegada da família Real no Brasil 1808-1821): No ano de 1808 Primeira república (1889-1930): A república proclamada adotou o modelo
a família real chega ao Brasil, como estratégia de fugir dos conflitos bélicos político americano baseado no sistema presidencialista. Na organização escolar
que estavam ocorrendo na Europa em que Portugal via a família real sendo percebe-se a influencia da filosofia positivista
ameaçada.
O ensino secundário era apenas um preparatório para se ingressar no
Ainda não existia um sistema educacional verdadeiro no Brasil, o que ensino superior.
tinham eram iniciativas isoladas religiosas mas que não eram sistematizadas ao
ponto de chamar de sistema educacional. Embora seja comum hoje em dia uma faixa etária para cada série,
oarvema éqpca uvip esa “kvoup e njtuvsaip” joieqeoieoue ia jiaie, qpsen, a
Dom João VI, para atender suas necessidades, tomou diversas atitudes que partir da primeira republica houve a divisão em séries de acordo com a idade
melhoraram alguns aspectos da cultura brasileira. Abriu academias militares, chanaip ie “eotjop tesjaip”.
jardim botânico, biblioteca real e museu real, apesar dessas melhorias a
educação ainda não era tão valorizada, sua importância era secundária. As décadas de 1920 a 1930 wjsan tvsgjs p npwjneoup “etcpmaopwjtua”, a
Escola Nova vinha de uma inspiração liberal democrática, teve grande
Período Imperial (1822-1888): Dom João VI volta a Portugal em 1821. Em 1822 influencia no Brasil pois houveram reformas educacionais inspiradas nestes
seu filho Dom Pedro I proclama a independência do Brasil e, em 1824 outorga preceitos.
a primeira constituição brasileira, que instituía a liberdade de ensino sem
restrições, com a intenção de uma instrução primária e gratuita a todos os O ideal da escola nova era o de libertar o aluno da tutela do adulto para o
cidadãos. colocar sob a tutela da sua consciência moral.

Em 1827 foi criado um projeto de lei que perdurou até 1846 que exigia e Era Vargas (1930-1945): Em 1930 foi criado o ministério dos negócios, da
garantia a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades e educação e da saúde publica. O escolanovismo continuou a ganhar força
vilarejos do Brasil, propunha ainda a escola para meninas. centrada na valorização de jogos e exercício, ou seja, atividades que
favorecessem a motricidade e a percepção do estudante.
Em 1834, um ato adicional alterou a constituição, onde ficou a cargo das
províncias um ensino elementar, secundário e de formação dos professores, a Em 1932 um grupo de educadores lança a nação o Manifesto os Pioneiros
cargo do poder central ficou apenas o ensino superior.. Graças a isso em 1835 da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros
surge a primeira Escola Normal do país, em Niterói, essas escolas focavam no conceituados educadores da época.
aspecto da formação de professores e capacitação para a educação básica, Em 1934 a nova constituição dispõe, pela primeira vez, que a educação é
pois acreditava-se que os professores da época não tinham preparação para a um direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes
prática docente. Essas instituições inseriram a mulher no ensino superior. públicos enfatizando o ensino pré vocacional e profissional.
Outras fundação marcante dessa época foi o Colégio Dom Pedro II em 1837.

2
As conquistas do movimento renovador, influenciando a constituição de Em 1969 a disciplina educação moral e cívica passou a ser obrigatória em
1934, foram enfraquecidas na nova constituição de 1937 que refletia tendências todos os níveis de ensino. Neste período deu-se a grande expansão das
fascistas. Esse período marcou uma distinção entre o trabalho intelectual, para Universidades no |satjm. , qasa acabas cpn pt “exceieouet” (arvemet rve
as classes favorecidas, e o trabalho manual, enfatizando o ensino profissional tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga
para as classes mais desfavorecidas. para estudar), foi criado o vestibular classificatório.
Em 1942, por iniciativa de Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos Em 1967, para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro
do ensino. Estas reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e de Alfabetização – MOBRAL. Esse movimento preocupava-se tão somente em
são compostas por decretos-lei que criam o Serviço Nacional de Aprendizagem fazer seus alunos aprender a ler e escrever sem se preocupar com a sua
Industrial – SENAI, valorizando o ensino profissionalizante. formação. Os técnicos do MOBRAL afirmavam que o método empregado era
fundamentado no aproveitamento das experiências significativas da clientela.
Republica Populista (1946-1963): Em 1946 o Brasil passou a ter uma nova
constituição de cunho liberal e democrático. Esta nova constituição, na área da Na era militar a disciplina de filosofia foi extinta dos currículos, enquanto
educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá as de historia e geografia estavam unidas na disciplina de estudos sociais no
competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação ensino primário.
nacional. Além disso, a nova constituição fez voltar o preceito de que a
educação é direito de todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Em meados de 1985, o ensino profissionalizante deixou de ser obrigatório.
Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da Retomada Democrática (1986 aos dias atuais): A educação teve um grande
década de 30. destaque na constituição de 1988. Em 1990 foi organizado o Saeb – Sistema
Nesse período também iniciou os primeiros trabalhos de Paulo Freire com de avaliação da educação básica, que é composto por duas avaliações: a ANEB
alfabetização, desenvolvendo um método que partia dos saberes do estudante e a ANRESC, conhecida como prova Brasil. As duas são realizadas a cada 2
para esse processo. Essa didática propunha alfabetizar em 40 horas adultos anos com foco em português e matemática e questionários socioeconômicos.
analfabetos; Em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o Em 1996 foi criado a última versão da Lei de Diretrizes e Bases da
Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, ainda Educação e também o FUNDEF, garantindo verbas para o Ensino Fundamental
em 1962 e criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de sendo substituído depois pelo FUNDEB, que garantiu que estados e municípios
Alfabetização, pelo MEC, inspirado no método Freiriano. deviam reservar um percentual para serem gastos com educação e destes 60%
Era Militar (1964-1985): Em 1964 o Brasil assinou um acordo com os Estados com pagamentos de professores. Além de tudo isso, foram criados também os
Unidos fazendo com que o Brasil passasse a ter um caráter e uma formação Parâmetros Curriculares Nacionais, Exame Nacional do Ensino Médio,
muito mais tecnicista. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Diretrizes Curriculares
Nacionais, Plano nacional de educação, Base Nacional Comum Curricular,
documentos estes criados na busca por uma educação de mais qualidade.

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Período Colonial (1549-1759) Período Pombalino (1760-1808)
- Atuação forte dos jesuítas da companhia de Jesus. - Expulsão dos jesuítas.
- Pe. Manoel da Nóbrega coordenou a primeira missão. - Instituído o estado laico.
- Estudos iniciais dirigidos aos indígena com o objetivo – Aulas seguiam os preceitos das cartas régias.
de difundir a fé cristã. – Negros e mulher não tinham acesso à educação.
– Procedimentos pedagógicos orientados pelo Ratio – Subsídio literário (imposto).
Studiorium. – Educação estagnada.

Início

História da educação
no Brasil Parte 1

Período Imperial (1822-1888) Período Joanino (chegada da família real 1808-1821)


- A constituição de 1824 manteve o princípio da liberdade de ensino. - Não existia sistema educacional.
– Instrução primária gratuita a todos os cidadãos. – D. João VI abriu academias militares, jardim
– 1ª lei elementar em 1827, determinando a jmplantação ie “escolas ie botânico, biblioteca real, e museu real.
primeiras letras em todas as cidades e vilarejos do Brasil. – A educação continuou tendo importância
– Em 1824, ato adicional havendo reforma no ensino para formação de secundária.
professores sob responsabilidade de cada província. – Ainda não tinha universidades no Brasil.
– 1ª Escola Normal, em Niterói, focada na capacitação para a educação básica.

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Era Vargas (1930-1945) República populista (1946-1963)
- Criado o Ministério dos Negócios, da Educação e Saúde Publica. - Nova constituição de cunho
Primeira república (1889-1930) – Escolanovismo ganhou força, com foco em desenvolver a motricidade e a liberal democrático implanta-
percepção do aluno, e estimular o interesse da criança. do a gratuidade para o ensino
- Seguindo o modelo americano – Nova constituição dispondo que educação é direito de todos.
de presidencialismo. primário e na sequência dos
– Na déc. de 20 existiam universidades como a do RG e a de MG. Em 1934, estudos para que comprovasse
- Influência do positivismo na surgiu a USP.
educação. a baixa renda.
– Criação do SENAI em 1942 (ensino profissionalizante) – Primeiras discussões sobre
– O ensino secundário preparava – Trabalho intelectual (ricos) Trabalho manual (pobres).
para o superior. LDB.
– Turmas “mjsturaias” – Primeiras experiências de
Paulo Freire com seu método
independente da idade do
alunos.
– Surgimento do escolanovismo
com inspiração liberal
História da educação de alfabetização.
– Criado o Conselho Federal
de Educação, Plano Nacional

no Brasil
democrática. de Educação e Programa de
Parte 2 alfabetização.

Retomada Democrática (1986 até hoje)


Era Militar (1964-1985)
- Educação com grande destaque na Constituição Federal de 1988.
– Criado o SAEB em 1990 e em 1995 a Criação do Conselho Nacional de Educação – CNE. - Criação do MOBRAL.
– Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996. – Filosofia retirada do currículo, história e
– FUNDEF organizado pelo lei 9.424/96, substituído posteriormente pelo FUNDEB, para que os geografia dentro da disciplina de estudos
Estados e municípios apliquem parte das suas receitas na educação. sociais.
– Publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs em 1998 – Escola Normal foi extinta.
– Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM criado em 1998, que depois passou a ser utilizado – Ensino profissionalizante deixou de ser
como vestibular. obrigatório.
– Diretrizes Curriculares Nacionais – DCNs criadas em 2012 – Formação baseada na tendência
– Base Nacional Comum Curricular – BNCC criada em 2016 tecnicista.

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educacionais, considerando essas ações no campo da sua localização nas
Didática e organização do realidades social e escolar.

Ensino 1- Perspectiva técnico-instrumental: A educação é encarada como conjunto de


métodos, técnicas e procedimentos para o ensino, portanto, na didática, existem
ordenações de organização e gestão.
A didática (Origem do grego: Techné didaktiké), estuda o processo de
ensino no seu conjunto, isto é, a atividade do professor e dos alunos visando o 2- Perspectiva lógico-cognitiva: Tem como foco as teorizações sobre questões
desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e operativas destes mediante a associadas ao ensino das disciplinas.
assimilação consciente e ativa de conhecimentos e habilidades.
3- O ponto de vista do sujeito que aprende: Investiga os processos de
Essa parte da pedagogia se ocupada dos métodos e técnicas de ensino apropriação dos saberes e se apóia basicamente na proposta epistemológica
destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. genética ou teoria psicogenética propostas por Jean Piaget, ou nas referências
de Vygotsky.
O educador Jan Amos Komenský (Comenius) é reconhecido como pai da
didática moderna e um dos maiores educadores do séc. XVIII. 4- Pensar as ações educativas: Criar conceitos fecundos na relação teoria-
prática e produzir conjuntos instrumentais ancorados em uma reflexão sobre
Os elementos da ação didática são: suas utilizações e suas finalidades, em contextos complexamente considerados.
 O professor Esta posição expressa a idéia de que o conhecimento em educação
 O aluno nasce da prática e com a prática deve a ela retornar.
 A disciplina
 O contexto da aprendizagem A didática e o Currículo
 As estratégias metodológicas No começo, a didática e currículo se desenvolveram de forma paralela,
O grande desafio da didática na atualidade é superar a uma dimensão sem a interferência de uma no campo da outra, referindo-se cada uma a
técnica, propondo alterações na maneira de agir e pensar do docente. conteúdos, sujeitos e finalidades diferentes. A partir dos anos 60 foi que o
currículo começou a formar parte do campo da didática, alternando-se sua
A didática aborda a arte do ensino, provendo as bases para que os incumbência segundo predominava uma forma ou outra de entender a
professores possam trabalhar as situações de aprendizado em sala de aula. educação e a didática.
(Gatti, 2010) Apresenta 4 grupos de concepções associadas aos estudos O eofprve cvssjcvmas há ie anqmjas p “rve”, p “qpsrve”, p “qasa rve” e,
em educação, enquanto campos de investigação que tem por objeto ações em que condições há que levar-se a cabo o ensino, mas sempre colocando no
centro o aluno.

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Para que serve a didática? A metodologia pode ser compreendida no âmbito geral considerando os
diversos métodos: Os tradicionais, os ativos, da descoberta e da solução de
“ { ijiáujca exqsetta vna qsáujca qeiagógjca rve iecpsse ia semaçãp problemas.
básica do sistema capitalista num momento histórico determinado. Portanto, as
Os métodos de ensino são as ações do professor por intermédio das suas
formas como as classes sociais se relacionam vão se materializar em técnicas,
atividades com os estudantes, procurando atingir os objetivos do trabalho
processos, tecnologias, inclusive processos pedagógicos que se realizam através
docente, considerando um contexto específico.
ie vna cesua semaçãp qeiagógjca.” (Masujot, 1998, q. 23)
Métodos individualizados de ensino
Para ensinar, é necessário que o professor pesquise o assunto a ser
retratado, se atualizando diante dos conteúdos propostos em sala de aula. A - Aula expositiva : Apresentação oral de um tema estruturado. Por ser dialógica,
didática colocada em prática serve de base para um conjunto de mudanças a mensagem do professor é simples pretexto para desencadear a participação,
significativas que requerem profissionais não só inventivos, mas que tenham pesquisa, discussão e debate.
olhos abertos para a realidade da qual fazem parte.
- Estudo dirigido: A proposta é fazer com que os estudantes estudem a partir
A didática serve como instrumento de inspiração e criatividade, fazendo-o de um roteiro elaborado pelo professor.
compreender o processo de ensino em suas múltiplas determinações, para
articulá-lo à lógica, aos interesses e necessidades da maioria da clientela - Centro de interesse: Percebe a educação como manutenção e conservação da
presente nas escolas hoje, propondo também reflexões sobre a prática e vida. Seguido por alguns princípios como auto-educação.
formas de organização voltados aos interesses da atual organização da escola, Métodos socializados de ensino
suas políticas implícitas na seleção de conteúdos, objetivos, métodos, técnicas,
recursos e avaliação para o ensino, conforme o Projeto Político Pedagógico de - Uso de jogos: Atividade física ou mental, organizada por um sistema de
cada escola. regras, é natural do ser humano inserindo-se na ludicidade humana e
estimulando-a
O objetivo fundamental da didática e ocupar-se das estratégias de
ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das estratégias de - Dramatização: Representação pelos estudantes de um fato ou fenômeno, de
aprendizagem. forma espontânea ou planejada.
- Trabalho em grupo: Oportunidade para o dialogo, a troca de idéias e
Metodologias de ensino informações.
A metodologia constitui o estudo dos métodos, é o conjunto das ações de - Estudo de caso: Apresentação de uma situação real aos estudantes dentro do
investigação das diversas ciências. assunto estudado, para que analisem e proponham soluções.

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- Estudo do meio: Essa técnica permite o estudo de forma direta, tem o considerar necessários. Essa abordagem é considerada um dos métodos mais
objetivo de facilitar a construção do conhecimento e permitir a troca de idéias adequados para a preparação dos alunos como futuros profissionais.
e informações.
- Sala de aula invertida: Essa abordagem inverte a forma pela qual os alunos
Métodos socioindividualizados de ensino terão contato com os conteúdos, em comparação ao método mais tradicional.
Muito mais voltada para a autonomia e liberdade, essa abordagem se volta para
Método da descoberta: Propõe aos estudantes uma situação de experiência e a absorção dos conteúdos em outros espaços, como a própria casa, por
observação para que formulem por si conceitos e princípios. exemplo, substituindo a monotonia das aulas expositivas.
Método da solução de problemas: Propõe ao estudante uma situação - Aprendizagem em times: Esse tipo de abordagem gira em torno da formação
problemática para que ele crie uma situação satisfatória. de grupos que serão orientados pelo professor dentro da atividade proposta. A
Métodos de projetos: Desenvolve o raciocínio aplicada à vida real, buscando proposta é o compartilhamento, seja de idéias, hipóteses ou conteúdos, para
soluções e integração do pensamento, sentimento e ação dos educandos a que, partindo de pontos de vista distintos, se possa ter uma visão ampla da
partir da realidade, a globalização do ensino. atividade, assim como maiores possibilidades de aprendizagem.

Unidades temáticas: Organização e desenvolvimento do ensino por meio de Também temos como metodologias ativas: O Ensino Híbrido, Gamificação,
unidades amplas, significativas e globalizadas de conhecimentos. Aprendizagem entre pares, etc.

Metodologias ativas de aprendizagem


As metodologias ativas propõem um protagonismo maior do aluno, ou
seja, eme qasujcjqa aujwaneoue iette qspcettp, fvocjpoaoip ie vna mógjca “fpsa
ip usaijcjpoam”, etta neupipmpgja qspnpwe najt avupopnja op amvop e cpmabpsa
para uma aprendizagem mais rápida e eficaz.
Algumas dessas abordagens de ensino são:
- Problematização: Após uma exploração do conteúdo de forma tradicional e
expositiva, os alunos são desafiados a resolver um problema colaborando entre
si para encontrar uma solução.
- Aprendizagem baseada em projetos: Nessa abordagem o aluno também
recebe uma espécie de desafio a ser solucionado, a partir dos recursos que

8
Do grego Techné didaktiké, estuda o
É a arte do ensino. Jan Amos Komenský processo de ensino no seu conjunto.
(Comenius)
“Paj ia ijiátjca”

Elementos da ação didática:


O professor, O aluno, A disciplina, O
contexto e Os métodos.

Didática
Se ocupa dos métodos e técnicas de
ensino

É um instrumento para entender o processo de


4 campos de investigação das ações
ensino, para articulá-lo à lógica, interesses e
educacionais: (Gatti,2010) O currículo começou a
necessidades da clientela.
1- Perspectiva técnico instrumental fazer parte da didática, a
partir dos anos 60, com
2- Perspectiva lógico-coginitiva enfoque de ampliar o
ensino, e colocar o aluno
Serve de base para um conjunto de mudanças 3- O ponto de vista do sujeito que aprende. como o centro.
significativas que requerem profissionais atentos
4- Pensar as ações educativas
à realidade da qual o contexto escolar faz parte.

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Conjunto de ações de investigação das
Métodos individualizados:
diversas ciências.
- Aula expositiva.
– Estudo dirigido.
– Centro de interesse.
Métodos Socializados:
- Uso de jogos.
Ação do professor para atingir os – Dramatização.
objetivos da docência. – Trabalho em grupo.

Métodos – Estudo de caso.


– Estudo do meio.

Metodologias ativas:
de ensino
Propõem um protagonismo maior do
aluno. É “fora io traijcjonal”. Métodos socioindividualizados:
Tipos:
Promove a autonomia e uma - Método da descoberta.
aprendizagem rápida e eficaz. - Problematização. – Solução de problemas.
– Aprendizagem baseada em projetos. – Método de projetos.
– Sala de aula invertida. – Unidades temáticas.
– Aprendizagem em times.
– Ensino hibrido.
– Gamificação.
– Aprendizagem em pares.

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- Tradicional: Sendo a primeira instituída no Brasil, essa tendência tem o
Tendências pedagógicas professor como autoridade maior, onde os alunos são apenas receptores, onde
aprendem por meio seu próprio esforço. Muitas vezes são utilizados meios
“A prática escolar consiste na concretização das condições que asseguram como a apresentação de objetos, ilustrações, exemplos, mas o meio principal é
a realização do trabalho docente. Tais condições não se reduzem ao a palavra, a explicação oral.
estritamente "pedagógico", já que a escola cumpre funções que lhe são dadas
pela sociedade concreta que, por sua vez, apresenta-se como constituída por “ O professor é a figura central do processo educativo. Ele se apresenta
classes sociais com interesses antagônicos. A prática escolar assim, tem atrás como o detentor da autoridade, exigindo dos estudantes uma atitude receptiva,
de si condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções de passiva, controlando opressivamente os processos de comunicação na sala de
homem e de sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o aula. As ações do ensino estão centradas em aulas expositivas e transmissão
papel da escola, aprendizagem, relações professor-aluno, técnicas pedagógicas oral dos conteúdos pelo docente, atendendo a uma sequência predefinida e a
etc. Fica claro que o modo como os professores realizam sou trabalho, um rigoroso e inflexível controle do tempo.” (LUCKESI, 1994).
selecionam e organizam o conteúdo das matérias, ou escolhem técnicas de Exemplos de autores: Comenius, Emile Durkheim
ensino e avaliação tem a ver com pressupostos teórico-metodológicos, explícita
ou implicitamente”. (LIBÂNEO, Livro: Democratização da escola publica) - Renovadora progressista: Foi a segunda a aparecer no cenário da educação
brasileira. Essa vertente centraliza-se no aluno, o professor é apenas um
As tendências pedagógicas surgiram a partir dos diferentes pensamentos facilitador.
filosóficos. Os autores em geral, classificam as tendências em dois grupos: as
de cunho liberal e as de cunho progressista, vejamos: “O qspcettp ie eotjop qspcvsa pfeseces cpoijçõet fawpsáwejt ap
avupieteowpmwjneoup ip ijtceoue e etujnvmas a tva cvsjptjiaie” (S{Vƒ{Nƒ,
Tendências liberais 1985).

“A pedagogia liberal defende a proposta de que a escola tem por função O professor deve organizar e coordenar as situações de aprendizagem,
preparar os educandos para o desempenho de papéis sociais, atendendo às procurando adaptar permanentemente as suas ações às características
suas aptidões individuais. Para que isto ocorra, os indivíduos precisam aprender individuais dos discentes. {t neupipmpgjat vujmjzaiat tãp qps nejp ip “aqseoies
a adaptar-se aos valores e às normas que normatizam a sociedade de classes, fazeoip”., e uanbén vujmjzan qetrvjta e tpmvçãp ie qspbmenat.
através do desenvolvimento da cultura individual.” (LIBÂNEO, 1986). Exemplos de autores: Piaget, Decroly, Montessori, Dewey.
Apesar de passar a impressão de algo livre, não tem nada a ver com isso. - Renovadora não-diretiva: Assume como princípio norteador de valorização do
A pedagogia liberal sustenta a idéia de que o aluno deve ser preparado para indivíduo enquanto um ser livre, ativo e social. O centro da atividade escolar
viver em harmonia com as normas do tipo de sociedade que Libâneo destacou não pode ser caracterizado enquanto ensino no professor, ou mesmo nos
no parágrafo acima. As tendências liberais são: conteúdos disciplinares.

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Nessa tendência, os métodos comuns são dispensados, o educador é um - Libertadora: O principal autor dessa tendência é Paulo Freire, essa pedagogia
facilitador onde pesquisa os meios para que a aprendizagem ocorra. une a educação à luta de organização de classe do oprimido. Para Freire o
saber mais importante é a de que o indivíduo é oprimido, ter a consciência da
“O professor deve para isso motivar os estudantes, despertando neles a realidade que vive.
busca pelo conhecimento e o alcance das metas pessoais e de aprendizagem.”
(LIBÂNEO, 1986). A escola deve ser valorizada como instrumento de luta das camadas
populares, oportunizando o acesso ao saber historicamente acumulado pela
Exemplo de autor: Carl Rogers. humanidade, filtrado pela realidade social na qual o estudante está inserido.
- Tecnicista: A prática pedagógica nessa tendência revela-se extremamente A aprendizagem ocorre por meio da troca de experiência em torno da
controlada e dirigida, com atividades mecânicas no âmbito de uma proposta prática social. A relação professor x aluno é horizontal, de igual para igual.
educacional rígida e passível de ser programada em detalhes pormenorizados.
Os conteúdos de ensino são designados de temas geradores e resultam
O aluno deve acumular conteúdos na mente através de associações. O da problematização da prática vivida pelos estudantes, da qual se deve
papel da escola objetiva modelar o comportamento humano, para produzir distanciar para poder ter as condições para analisar criticamente. O importante
pessoas com habilidades para o mercado de trabalho. não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma
O professor administra os conteúdos e é visto como um técnico qe da relação com a experiência vivida.
garante a eficiência do ensino e o aluno recebe informações passadas e propõe - Libertária: A tendência libertária busca transformar a personalidade dos
uma aprendizagem baseada no desempenho. alunos no sentido libertário e autogestionário (Sempre que vir a palavra
“A educação escolar funciona como modeladora do comportamento, autogestão nas provas, ligue a tendência libertária). Enfoca a livre expressão, o
oportunizando ao mercado de trabalho, indivíduos tecnicamente competentes.” contexto cultural, a educação estética.
(LUCKESI, 1994) Ela recusa qualquer forma de poder ou autoridade. Por isso procura
Exemplos de autores: Skinner, Bloom, Gagné, Mager. conduzir a relação professor-estudante no sentido da não-diretividade,
considerando a ineficácia e a nocividade dos métodos que transformam o
Tendências Progressistas docente em objeto. As matérias são colocadas mas não exigidas. A escola
instituirá, com base na participação grupal, mecanismos institucionais de
O termo "progressista" é usado para designar as tendências que, partindo mudança (assembleias, conselhos, eleições, reuniões, associações etc.).
de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as
finalidades sociopolíticas da educação. (Libâneo) Exemplos de Autores: Celestin Freinet, Miguel Gonzales Arroyo.

A pedagogia progressista se divide em três tendências. Veja como


caracterizam-se.

12
- Crítico-Social dos conteúdos ou histórico-crítica: Aqui a prioridade é focar os
conteúdos no confronto com as realidades sociais, e enfatizar o conhecimento
histórico. O estudante, por intermédio de sua experiência imediata num
contexto cultural, participa na busca da verdade, ao confrontá-la com os
conteúdos e modelos apresentados pelo professor.
Os métodos da pedagogia crítico-social dos conteúdos não partem de um
saber artificial, depositado a partir do exterior, nem do saber espontâneo. Eles
devem estabelecer uma relação direta entre a experiência já construída e
confrontada com o seu saber vivenciado nos conteúdos propostos pelo
professor. O assumir de novos paradigmas, só será possível com a introdução
explícita pelo professor dos novos elementos de análise a serem aplicados
criticamente à prática do estudante, num processo em que se procura a
unidade entre teoria e prática. O professor é apenas um mediador, entre o
saber e o aluno onde a aprendizagem ocorre por meio do esforço.
Exemplos de autores: Mário Manacorda, Georges Snyders, Demerval Saviani.

13
Tradicional
- Conteúdos: Conhecimentos herdados e transmitidos pelos adultos.
– Professor: Autoridade maior.
– Alunos: Meros ouvintes.
– Métodos: Exposição, demonstração verbal, memorização e repetição. Renovadora progressivista:
- Conteúdo: Experiências vivenciadas,
situações – problema.
– Professor; É um facilitador
Defende a proposta de que a escola tem – Alunos: São o centro.
a função de preparar os alunos para o – Métoios: Atjvos, “Aprenier
fazenio”, trabalho em grupos,
desempenho de pais sociais.
(Libâneo, 1986).
As tendências liberais são as
Tendências resolução de problemas e propor
situações.

(Tradicional, Renovadora progressivista,


Renovadora não-diretiva e Tecnicista)
Liberais
Tecnicista: Renovadora não-diretiva:

- Conteúdos: Preparação técnica do aluno, responder adequadamente ao - Conteúdo: Incentivo para que os alunos busquem por si
sistema social e ao mercado de trabalho. mesmos o próprio conhecimento.
– Professor: Administrador, técnico que garante a eficiência do ensino. – Professor: Facilitador e autêntico.
– Aluno: Acumula conteúdos através de associações, é um ser que – Alunos: São responsáveis pela busca dos conhecimentos e
responde. alcance das metas pessoais de aprendizagem.
– Métodos: Baseados no desempenho, instrução programada, – Métodos: Terapêutico, técnicas de sensibilização, melhoria
planejamentos, abordagem sistêmica. do relacionamento interpessoal.

14
Libertadora:
- Conteúdos: Têm caráter político, a realidade do aluno é ponto de partida para a ação
educativa.
Partem de uma análise crítica
– Professor: Coordena atividades, favorece a aproximação da consciência.
das realidades sociais, sustentam
– Alunos: Sujeitos ao ato do conhecimento.
de forma implícita as finalidades
– Métodos: Diálogo, trabalho em grupo, discussão de temas sociais e políticos.
sociopolíticas da educação.
As tendências progressistas se
dividem em três: Libertadora,

Tendências
Libertária e a crítico-social dos
conteúdos.

Progressistas
Crítico-Social dos conteúdos: Libertária:
- Conteúdos: São escolhidos a partir de bens culturais da - Conteúdos: Emerge dos interesses do aluno, não são pré-
humanidade, com funções formativas e instrumentais. determinados.
– Professor: Mediador e intervencionista. – Professor: É orientador e catalisador do processo, um
– Alunos: Confronta suas experiências com os conhecimentos conselheiro à disposição do aluno.
selecionados pelo professor. – Alunos: Livre em uma relação baseada na não-diretividade.
– Métodos: Participativo e fundamentado no saber universal; – Métodos: Autogestão da experiência em grupo. Os conteúdos
Vinculo entre teoria e prática. ficam à disposição mas não são exigidos. Organização e
execução do trabalho.

15
portanto, num registro escrito apresentado sob a forma de um documento.
Planejamento educacional Todo planejamento resulta em um plano.

“Pmaoekas é psgaojzas açõet, jiéjat e jofpsnaçõet, tva fvoçãp é facjmjuas p Para Libâneo, o planejamento é um processo de racionalização,
usabamhp uaoup qasa p qspfettps cpnp ip amvop.” (Mpseuup,2007) organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a
problemática do contexto social.
Existem três dimensões que se tornam um ponto crucial para
organizadores no processo de planejar, na qual precisam ser concretizadas no Os principais requisitos para o planejamento são: os objetivos e tarefas
planejamento: a realidade, a finalidade e o plano de ação. da escola democrática, que é aquela que possibilita a todas as crianças a
assimilação de conhecimentos científicos e o desenvolvimento de suas
Para Celso Vasconcellos (1995), ensinar sem planejar é impossível pelo capacidades intelectuais.
fato que o ato de planejar é inerente ao ser humano. No caso do processo de
ensino e aprendizagem é necessário ser planejado com responsabilidade, De acordo com Gandin (2001, p.83), é impossível enumerar todos os
intencionalidade e qualidade. Sem perder de vista as intenções mencionadas no tipos e níveis de planejamentos necessários à atividade humana. Vamos ver,
ato de planejar, que são antecipadas as ações para alcançar os objetivos. então, os mais essenciais para a educação:

O planejamento possibilita e permite à escola e ao professor, organizar


antecipadamente a ação didática, possibilitando atender mais facilmente aos
Planejamento Educacional
objetivos desejados, superar as dificuldades, evitar a improvisação, aumentar a
Também conhecido como planejamento do sistema da educação,
economia de tempo e eficiência na ação. corresponde ao planejamento da educação em âmbito nacional, estadual e
Pra se compreender ainda melhor o que é planejamento, é preciso saber municipal, ele elabora, incorpora e reflete as políticas educacionais e prevê a
estrutura e o funcionamento do sistema educacional. O Planejamento
diferenciá-lo de plano pois é muito comum confundir estes termos, pois apesar Educacional tem como resultado o Plano Nacional de Educação (PNE), onde é
de estarem ligados, eles tem funções diferentes. descrito as 20 metas para os próximos 10 anos.
Planejamento: É uma direção para todo o processo educacional, em que se
determina grandes urgências, as prioridades, ordena e determina todos os Planejamento Escolar
recursos e meios necessários para a consecução de grandes finalidades, metas
e objetivos da educação. Pode ser chamado também de planejamento da escola. São as ações
sobre o funcionamento administrativo e pedagógico da escola, que necessita da
Planos: São o desdobramento do planejamento, onde devem ser sistematizadas participação da comunidade escolar. É realizado no início do ano na qual são
as ações e princípios que sustentam as ações. Ora, se planejamento é organizar reunidos gestores, coordenadores, docentes para planejarem os próximos dias.
as ações, o plano será guia para a execução dessas ações e se configura, Também conhecida como semana pedagógica, onde são discutidas as normas

16
da escola, a organização administrativa, o calendário escolar, os projetos para o Planejamento de aula
ano letivo e a revisão do Projeto Político Pedagógico.
Organiza as ações referentes ao trabalho na sala de aula. É aquele que o
Planejamento Curricular professor prepara para desenvolver a aprendizagem de seus alunos
coerentemente articulado com o Planejamento curricular, com o planejamento
É o da organização dinâmica escolar, um instrumento que sistematiza as escolar e com o planejamento de ensino. Já o Plano de aula é forma como o
ações escolares do espaço físico às avaliações de aprendizagem. professor vai trabalhar para executar e desenvolver essas ações propostas no
planejamento de aula, em um dia letivo.
}pofpsne (Vatcpocemmpt, 1995, q.56) “É vn qspcettp ie upnaia ie
decisões sobre a dinâmica da ação escolar do alunp” “O qmaoekaneoup é vn qspcettp jojouessvqup, qspcettvam, psgaojzaips ia
conquista prazerosa dos nossos desejos onde o esforço, a perseverança, a
ijtcjqmjoa tãp asnat ie mvua cpujijaoa qasa a nviaoça qeiagógjca” (Maiameoa
É constituído pelas diversas áreas de ensino: as disciplinas, os
Freire)
fundamentos pedagógicos e os processos de avaliação nos vários níveis dos
seus componentes. Seu objetivo é orientar o trabalho do professor. Esse
trabalho é uma das tarefas mais difíceis, pois apesar de sua complexidade A finalidade de planejar é permitir que se pense previamente no que se
deve ser desenvolvido em um ano letivo. BNCC, DCNs, PCNs, são exemplares que quer e no que se pode fazer, em função da criança com que se trabalha e da
orientam as escolas com o objetivo de garantir aos estudantes conhecimentos sociedade em que se vive e se quer viver.
necessárias para se tornarem cidadãos conscientes e responsáveis na
sociedade.

Planejamento de Ensino
Envolve a organização dos educadores durante o processo de ensino, integrando
professores, coordenadores e alunos na elaboração de uma proposta de ensino,
que será projetada para o ano letivo e constantemente avaliada.

“É vn qspcettp ie iecjtãp tpbse a auvaçãp cpocseua ipt qspfettpset op


cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações em
cpotuaoue jouesaçõet eouse qspfettps e amvopt e eouse pt qsóqsjpt amvopt”
(Padilha, 2001, p.33)

São os planos de ensino, que geralmente os professores fazem no início


do ano, planejando aquilo que vai ensinar durante o ano letivo.

17
Diferenças entre
O que é:
3 dimensões cruciais para o
- Planejamento: Direção para todo o processo
processo de planejar: “Processo ie racjonaljzação e
educacional.
coorienação ia ação iocente.”
- Realidade; - Plano: Desdobramento do planejamento (execução
(Libâneo)
- Finalidade; das ações).
- Plano de ação;

Para quê serve:


 Deve ser flexível.
Requisitos para planejar:  Deve estar ligado à avaliação. - Organizar idéias e informações;
- Permite a escola e ao professor,
Objetivos e tarefas de uma organizar antecipadamente a ação
escola democrática. didática;

Tipos:
Planejamento - Organiza o trabalho e o processo
educativo;
- Transforma idéias em realidade;
- Momento de pesquisa e de

Planejamento educacional
educacional reflexão;

- Em âmbito nacional, estadual ou municipal.


– Prevê a estrutura e o funcionamento do sistema Planejamento de ensino
educacional. Ex.: Plano Nacional de Educação Planejamento escolar - Organização dos educadores durante o processo de
- Participam a escola e a ensino. É uma proposta projetada para o ano letivo.
comunidade escolar. Ex.: Semana pedagógica
Planejamento Curricular – São ações sobre o
funcionamento administra- Planejamento de aula
- Organiza a dinâmica escolar, sistematiza ações
tivo e pedagógico da escola.
escolares, e orienta o trabalho do professor. - Organização das ações referente ao trabalho
Ex.: PPP
Ex.: BNCC em sala de aula. Ex.: Plano de aula

18
- Vejamos o que diz alguns autores sobre a avaliação:
Avaliação da aprendizagem “O aup ie awamjas, iewjip a etuas a teswjçp ia pbueoçãp ip nemhps
A avaliação é uma atividade processual que norteia o trabalho do resultado possível, antes de tudo, implica a disposição de acolher a realidade
professor. Esse processo deve ser valorizado por todos os atores educacionais cpnp ema é.” (Lvcletj, 2005)
que nele estão envolvidos: Gestão, docentes, estudantes, pais e responsáveis,
para que se alcance o melhor desempenho de todos. Avaliar deve criar “{wamjaçãp é vna ijiáujca oecettásja e qesnaoeoue ip usabamhp ipceoue,
possibilidades para o estudante compreender os seus limites na construção do rve iewe acpnqaohas qattp a qattp p qspcettp ie eotjop e aqseoijzagen.”
conhecimento, valorizando suas verdades, interesses e autonomia. Se a escola é (Libâneo, 2017, p.301)
o lugar da construção da autonomia e da cidadania, a avaliação dos processos,
sejam eles das aprendizagens, da dinâmica escolar ou da própria instituição, “A avaliação deve ser pensada no âmbito de uma didática. Nessa
não deve ficar sob a responsabilidade apenas de um ou de outro profissional, é perspectiva, cabe ao professor integrar a avaliação à sua pratica didática
uma responsabilidade tanto da coletividade, como de cada um, em particular. através de uma nova proposta que implique necessariamente na modificação
dessas práticas, ou seja, o professor deverá compreender que o progresso do
Avaliar serve também como reflexão sobre o grau de qualidade de todo o estudante só poderá ser percebido quando comparado com ele mesmo: Como
trabalho pedagógico. É algo complexo, não se resume a aplicação de provas estava? Como está? As ações desenvolvidas entre as duas questões compõem a
para atribuição de notas. O objetivo é diagnosticar como a escola e o professor avaliação.” (HADJI, 2001).
estão contribuindo para o desenvolvimento dos alunos.
“{ awamjaçãp é vna sefmexãp ip qspcettp eivcaujwp rve absaoge amvop e
A avaliação é uma atividade orientada para o futuro. Avalia-se para tentar professor. Os dados coletados são mensurados em quantitativos e qualitativos.”
manter ou melhorar nossa atuação futura. Essa é a base da distinção entre (Libâneo, 2017)
medir e avaliar. Medir refere-se ao presente e ao passado e visa obter
informações a respeito do progresso efetuado pelos estudantes. Avaliar refere- Como base na última citação, veja a diferença entre uma avaliação
se à reflexão sobre as informações obtidas com vistas a planejar o futuro. quantitativa e uma avaliação qualitativa:
Portanto, medir não é avaliar, ainda que o medir faça parte do processo de
avaliação.
_ Avaliação quantitativa: É aquilo que se pode medir por meio de notas e
informações. É classificatória e representada por dados numéricos.
Avaliar a aprendizagem do estudante não começa e muito menos termina
quando atribuímos uma nota à aprendizagem.
- Avaliação qualitativa: É aquilo que não se pode medir. O processo de ensino-
aprendizagem é observado de forma continua e global.
A educação escolar é cheia de intenções, visa a atingir determinados
objetivos educacionais, sejam estes relativos a valores, atitudes ou aos
conteúdos escolares. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, a avaliação
deve compreender o ensino oferecido, a atuação do professor, o desempenho

19
do aluno, a estrutura da escola, as ferramentas auxiliares promovidas no ensino Princípios da avaliação
e a metodologia utilizada.

(No inciso V alínea e) do artigo 24 A lei de Diretrizes e Bases da  Os princípios básicos norteadores da avaliação são:
Educação Nacional (LDB) de 1996 recomenda flexibilidade nos assuntos sobre a
avaliação no âmbito escolar. Essa flexibilidade envolve a contínua prevalência Integralidade: Deve perceber o estudante como um todo e considerar todos os
dos aspectos de qualidade sobre os de quantidade, sobretudo na aplicação dos envolvidos no processo.
resultados das provas finais.
Funcionalidade: Relaciona a avaliação aos objetivos educacionais.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de
acordo com as seguintes regras comuns: [.. ] Orientação e direção da prática escolar: Sem assumir um caráter excludente.

V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: Sistematicidade: Deve ser planejada e integrar todo o trabalho educativo.

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência A avaliação, como parte de uma ação coletiva de formação dos
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do estudantes, ocorre, portanto, em várias esferas e com vários objetivos e
período sobre os de eventuais provas finais; funções.

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;


Funções da avaliação
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado; Fique atento a essas funções, que mudam de acordo com alguns autores,
e sempre caem nas provas.
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
 Os conceitos a seguir são uns dos mais cobrados pelas bancas dos
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao concursos, veja quais são as principais funções da avaliação:
período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados
pelas instituições de ensino em seus regimentos (BRASIL, 1996). Diagnóstica: Realiza-se no início do ano letivo, do semestre/bimestre. Direciona
o trabalho do professor, verificando os conhecimentos prévios dos alunos.
O que é abordado na lei não são notas, mas registros de acompanhamento
das atividades dos alunos. Demonstra que avaliação contínua e cumulativa é Formativa: Ocorre ao longo do ano, identifica dificuldades que precisam ser
diária, transparente e diagnóstica. corrigidas, possibilita um feedback para reorientar o planejamento do professor.

20
Somativa: Realizada no final do processo, classificando os alunos quanto ao Avaliação x Tendências pedagógicas
nível de desenvolvimento.

Emancipatória: Assegurar às instituições, o caráter educativo da avaliação que O papel da avaliação também está presente em cada prática pedagógica:
se revela como meio de revisão das ações do professor, práticas de ensino,
interação com os estudantes, de modo que tome decisões com maior - Pedagogia liberal
conhecimento de causa.
Tradicional: A avaliação na abordagem tradicional é realizada,
Comparativa: Usada para verificar se os alunos dominam um tópico do predominantemente, visando exatidão da reprodução do conteúdo
conteúdo. É aplicada durante ou depois de auma aula e abrange uma parte do comunicado em sala de aula e tem a função classificatória.
material.
Escola Nova: Valoriza os aspectos afetivos, e prioriza o desenvolvimento
Na visão do autor Libâneo, a avaliação tem 3 funções: individual do aluno.

Pedagogica-didática: Para ajudar na compreensão acerca do alcance dos Tecnicista: A avaliação neste sentido comportamentalista está diretamente
objetivos educacionais. ligada aos objetivos estabelecidos. Essa avaliação consiste de uma pré-
testagem dos conhecimentos prévios dos estudantes.
Diagnóstica: Para apresentar os avanços e regressos dos alunos, junto a atuação
do professor. - Pedagogia progressista

Controle: Para verificação de qualificação dos resultados escolares, permitindo o Libertadora: Tem caráter coletivo. O modelo que mais se enquadra nesta
diagnostico das situações didáticas. prática de educação é a avaliação em grupo e a autoavaliação.

As avaliações podem ocorrer de maneira formal ou informal, veja como: Libertária: Não há avaliação.

 Avaliação Informal: Quando os alunos não sabem que estão sendo Histórico-crítica: Ela tem caráter formativo, pois é voltada para a formação
avaliados. Leva em conta todos os fatores anteriormente ditos junto ao do estudante em sua totalidade, para o desenvolvimento de suas
fator \"integralidade-aluno\",aborda as necessidades reais do aluno e capacidades que são construídas socialmente e no próprio processo de
trabalha para melhorá-las. aprendizagem.

 Avaliação Formal: Formada por instrumentos de avaliação como: provas,


trabalhos, tarefas, etc.

21
Avaliação quantitativa
Objetiva atingir metas educacionais
- É processual; relativo a valores, atitudes ou conteúdos. - Notas e informações;
- Norteia o trabalho do professor; - Classificatória;
- Possibilita reflexão sobre o grau de Avaliação qualitativa
qualidade do trabalho pedagógico; Para os PCNs, deve compreender o ensino, a
- Não termina quando se atribui uma - Contínua e global;
docência, o desempenho do aluno, estrutura
nota; - Não se atribui notas;
escolar, ferramentas e metodologias.
- Identifica a contribuição da escola
para o aprendizado dos alunos;
- Fortalece e capacita a tomada de
decisões; Segundo a LDB – Art. 24 Inciso
- Assegura um ambiente de continua
transformação. Avaliação da V. a avaliação deve ser:
- Contínua e cumulativa;
- Aspectos qualitativos sobre os

aprendizagem quantitativos;
- Possibilidade e avanços nos
estudos, cursos, ou séries;
- Aproveitamento de estudos
concluídos com êxito;
Princípios norteadores - Obrigatoriedade de estudos de
Funções
- Integralidade; recuperação;
- Funcionalidade; - Diagnóstica;
- Orientação e direção da - Formativa;
prática escolar; - Somativa;
- Sistematicidade; - Emancipatória; Pode ocorrer de maneira
- Comparativa; formal ou informal.
Para Libâneo, a avaliação se classifica em 3 funções:
Pedagógica-didática, Diagnostica, e de controle.

22
Avaliação Mediadora Princípios da avaliação mediadora
 Oportunizar momentos de expressão de idéias;
(Jussara Hoffman)

Jussara Hoffmann (2014, p.26), defende uma nova compreensão de  Diversificar tarefas: individuais e em grupo;
awamjaçãp rve exjge ip qspfettps vna “.. cpoceqçãp ie csjaoça, ie kpwen e ie
adulto como sujeitos do seu desenvolvimento, inseridos no contexto de sua  Oportunizar discussão dos alunos a partir de situações-problema;
seamjiaie tpcjam e qpmíujca”. }pofpsne a sefesjia avupsa, oetta ijneotãp
educativa, os erros e dúvidas dos estudantes são considerados como momentos
significativos e impulsionadores da ação educativa.  Ponto de partida para a ação educativa;

Lpgp, qasa ‚pffnaoo (1995, q. 20), “awamjas é ijoanjzas pqpsuvojiaiet ie  Registros de avaliação devem ser transformados em anotações
ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor, que incitará o significativas sobre o acompanhamento do aluno.
amvop a opwat rvetuõet [.. ] a qasujs ie setqptuat rve etue waj fpsnvmaoip”.
A autora ressalta que o princípio da avaliação deve incluir, que o
A avaliação mediadora se opõe ao paradigma classificatório e quantitativo, conhecimento humano visa sempre o futuro, tende a evoluir e se superar.
esse conceito defendido pela autora, também é frequentemente cobrado nos Assim, procura não apenas compreender, mas promover ações em benefício
concursos. Veja as características: dos educandos e das escolas. (Hoffman, 2001)

Segvoip a avupsa, cpssjgjs oãp é awamjas, jouesqseuas é awamjas. “O qspbmena


na análise quantitativa é a arbitrariedade que confere poder ao professor. Não
sou contra a nota, mas números não me falam das pessoas e nem do que elas
etuãp aqseoieoip”. (‚offman, 2014)

“O rve te qseueoie jouspivzjs oa awamjaçãp neijaipsa é a qestqecujwa ia


ação avaliativa como uma das mediações pela qual se encorajaria a
reorganização do saber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de
reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e
aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias, reorganizando-
at”. (‚pffnao, 1991, q.67)

23
É oposto ao paradigma “ O problema ia análjse
classificatório e quantitativo. quantitativa é a
arbitrariedade que confere
poier ao professor.”
Esse tipo de avaliação exige do Para a autora, corrigir não é
professor uma concepção de avaliar, interpretar é avaliar.
criança, de jovem e de adulto
como sujeitos do seu “avaljar é ijnamjzar oportunjiaies ie ação-
desenvolvimento, inseridos no reflexão, num acompanhamento
contexto de sua realidade social permanente do professor, que incitará o
e política.
Avaliação aluno a novas questões [.. ] a partir de
respostas que este vaj formulanio”.

mediadora Jussara Hoffman


Registro de avaliações devem
ser transformados em
Oportunizar momentos de anotações significativas sobre
expressão de idéias. o acompanhamento do aluno

Princípios

Oportunizar discussão dos


Ponto de partida para a ação
Diversificar tarefas: alunos a partir de situações e
educativa.
Individuais ou em grupo. problemas.

24
Gestão Democrática VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso,
A gestão democrática escolar é um espaço de articulação das ações os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como
desenvolvidas no ambiente escolar, que pressupões a participação efetiva dos sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei nº
vários segmentos da comunidade escolar: Pais, Professores, Estudantes e 12.013, de 2009)
demais funcionários. O foco está em desenvolver os conceitos e as formas de
administrar a educação de forma que possibilite a escola criar novos padrões
de organizar a gestão garantindo o efetivo ensino e a significativa VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que
aprendizagem. apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do
percentual permitido em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.803, de 2019)
“Gestão da educação significa ser responsável por garantir a qualidade
ie vna neijaçãp op tejp ia qsáujca tpcjam gmpbam” (S{Vƒ{Nƒ, 1996, q. 120) IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos
os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no
Gestão democrática na Lei de Diretrizes e âmbito das escolas; (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018)
Bases da educação 9.394/96 X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas.
(Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018)
Os princípios e incumbências que regem a gestão democrática darão uma base XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e
para a discussão dos problemas que ocorrem na escola. enfrentamento ao uso ou dependência de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840,
de 2019)
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.394/96 está explicito os
princípios que norteiam a gestão democrática. Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do ensino;
seu sistema de ensino, terão a incumbência de: II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; estabelecimento de ensino;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; rendimento;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;

25
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar Gestão democrática na Constituição Federal de
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional; 1988
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios: II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto e o saber;
pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
equivalentes. instituições públicas e privadas de ensino;

Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica
e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da
financeiro público. lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Os artigos 12 a 15 defendem que a gestão democrática do ensino público Constitucional nº 53, de 2006)
fundamental é amparada na autonomia pedagógica e administrativa das
escolas, com a elaboração de ações por todos os membros envolvidos na escola, VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
incluídas práticas sociais que possam contribuir para a consciência democrática
e a participação popular no interior da escola. A gestão democrática vai planejar VII - garantia de padrão de qualidade.
suas ações na área educativa propriamente dita da escola, definindo as linhas
de atuação em função dos objetivos das comunidades e dos alunos, propondo VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
metas a serem atingidas, onde o diretor é auxiliado nessa tarefa pela escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
comunidade escolar.
nº 53, de 2006)

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores


considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para
a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos

26
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda As Instâncias Colegiadas - APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e
Constitucional nº 53, de 2006) Conselho de Classe - são organizações compostas por representantes de todos
os segmentos da comunidade com o objetivo de auxiliar o diretor na função de
A Constituição Federal declara como princípios do ensino a igualdade de Gestor Escolar, nas decisões e encaminhamentos para solucionar os problemas
condições de acesso e permanência com oferta de uma escola com um padrão do cotidiano da escola, mas tendo como objetivo principal a busca pela
de qualidade que possibilite a todos brasileiros cursar uma escola com boas melhoria da qualidade no processo ensino e aprendizagem.
condições de funcionamento e de competência educacional, em termos de
pessoal, material, recursos financeiros e projeto pedagógico, que lhes permita
jieoujfjcas e sejwjoijcas a “etcpma ie rvamjiaie cpnvn” ie ijsejup ie upipt pt
cidadãos (ARELARO, 2005, p.37). Como implementá-la na escola
É preciso dar a oportunidade de participação, pois não há gestão
Importância da gestão democrática nas escolas democrática sem a vivência do exercício de participação e de tomada de
decisões por todos.
É importante garantir métodos coletivos de participação e tomada de
decisões assertivas para as diversas situações apresentadas. É necessário ter em mente que a democratização da gestão educacional
não ocorrerá sem uma compreensão mais ampla da função política e social da
A gestão escolar dos sistemas de ensino e de suas escolas constitui uma escola, lócus privilegiado da educação sistematizada, e da sua importância no
dimensão e um enfoque de atuação na estruturação organizada e orientação processo de transformação da sociedade, à medida que ela se compromete
da ação educacional que objetiva promover a organização, a mobilização e a cpn a fvoçãp ie “preparar e elevar o indivíduo ao domínio de instrumentos
articulação de todas as condições estruturais, funcionais, materiais e humanas culturais, intelectuais, profissionais e políticos” (QO~QƒUS, 1987, q. 43).
necessárias para garantir o avanço dos processos sócios educacionais. (LUCK,
2006, p.26)
Pilares da gestão democrática
A Gestão Democrática deve ser transparente e garantir a implementação
de políticas educacionais comprometidas com a qualidade do ensino. 1- Gestão pedagógica: Planejamento de conteúdos e métodos relacionados à
educação.
Contudo, não se pode pensar em Gestão Democrática sem a participação,
presença e comprometimento da comunidade. Sendo assim, os instrumentos 2- Gestão administrativa: Parte responsável por cuidar da estrutura da escola
que possibilitam a efetivação da Gestão Democrática são as Instâncias garantindo seu funcionamento.
Colegiadas. Para que estas participem das discussões e decisões da escola, é
preciso que a equipe diretiva informe e divulgue as ideias e ações, com
transparência, para toda a comunidade escolar. 3- Gestão financeira: Incumbido de pelas finanças da instituição, viabilizar
recursos e equilibrá-los.

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4- Gestão de pessoas: É realizada em 3 instâncias -> A supervisão que atua  Divulgar os objetivos da escola, apresentar resultados a comunidade
diretamente com professores, os orientadores que mediam a resolução de escolar;
problemas professor/aluno/famílias e a direção que é a articuladora de tudo,
precisa estar atento a todos esses processos e participar diretamente da
gestão de pessoas.  Elaborar o calendário escolar;

5- Gestão da comunicação: Alem de promover a comunicação entre  Definição do tempo escolar e constituição das turmas;
professores, aluno e comunidade, esta ligada a gestão de pessoas como forma
de evitar ou minimizar problemas.  Fortalecer a relação escola-comunidade;
6- Administrar o tempo em tarefas do cotidiano, resolver janelas de horários,
falta de professores, conflitos escolares e problemas do dia-dia escolar.  Promover a formação continuada dos docentes e do pessoal técnico-
administrativo.
Papel do gestor escolar A visão do gestor educacional deve estar além dos muros da escola
numa forma de situar o cenário real na perspectiva de projetar a escola ideal.
O foco da atuação do gestor escolar tem como orientação principal Deve estar além dos padrões considerados normais numa perspectiva de
coordenar a elaboração coletiva da ação educacional e pedagógica da escola. O desafiar sempre o novo, saindo um pouco do espaço burocrático inserindo mais
gestor escolar coordena juntamente com o coordenador pedagógico, ações na área pedagógica. A forma de administrar a educação constitui-se num fazer
relativas à: coletivo, no processo diversificado e múltiplo onde várias falas têm direito a voz
definindo o padrão da educação de qualidade para todos. (BORDIGNON, G.;
 Organizar e coordenar as atividades de planejamento e a elaboração do GRACINDO, R. V. 2004)
Projeto Político Pedagógico (PPP);
Mas, se a transformação da autoridade no interior da escola for
entendida como uma quimera, se a participação efetiva das camadas
 Dar assistência pedagógico-didática aos professores no auxilio à trabalhadoras nos destinos da educação escolar for uma utopia no sentido
organização das atividades adequadas às necessidades dos educandos; apenas de sonho irrealizável, e não no sentido que falando de escola como algo
que possa contribuir para a transformação social e, definitivamente, devemos
 Efetivação das atividades de rotina como: reuniões pedagógicas, deixar cair as máscaras e as ilusões com relação à escola que aí está e partir
conselhos de classe, escolha do livro didático, diagnostico de para outras soluções, ou então cruzar os braços e esperar passivamente que os
aprendizagem, material didático necessário as aulas; gsvqpt ipnjoaouet, qps nejp ie tvat “sefpsnat” e acpnpiaçõet” ie jouesettet,
continuem nos fazendo engolir as soluções paliativas dos que os mantêm
permanentemente no poder (PARO, 2005, p. 14)
 Acompanhar a aprendizagem dos estudantes, definir quais expectativas
devem ser atingidas pelas turmas;

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Espaço de articulação de idéias e ações A democratização da gestão
desenvolvidas no ambiente escolar, conta Essa participação ocorre por meio das educacional não ocorre sem que
com a participação de pais, professores, Instâncias colegiadas. (APMF, Conselho haja uma compreensão mais ampla
estudantes e demais funcionários. escolar, Grêmio estudantil e Conselho de da função política e social da escola
classe), que são representações de todos
os segmentos.

O gestor é a figura que articula


Não há gestão democrática sem a os diferentes braços operacionais
vivência do exercício de participação e e conceituais em relação ao
de tomada de decisões por todos.

Gestão
plano de intenções.

Nos Artigos 12 a 15 da LDB, A gestão é


amparada na autonomia pedagógica e
democrática O papel do gestor é mobilizar para
que haja participação de todos na
elaboração do PPP, como também,
coordenar a elaboração efetiva das
administrativa das escolas, elabora ações
junto com todos os membros. Define linhas atividades de rotina e uma ação
de atuação levando em consideração os educacional coletiva e pedagógica
objetivos da comunidades e dos alunos. Os pilares da gestão democrática: na escola.
Gestão pedagógica, gestão
administrativa, gestão financeira,
gestão de pessoas, gestão da
comunicação, administração do A Gestão Democrática deve ser
Na CF/88 Art. 206 A gestão democrática tempo e tarefas cotidianas. transparente e garantir a implementação
é destacada como um dos princípios da de políticas educacionais comprometidas
educação com a qualidade do ensino.

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escola diante da sociedade, coloca-a como centro de atenção das políticas
Projeto Político Pedagógico – educacionais mais gerais e sugere o fortalecimento de sua autonomia.

PPP Os conceitos que aparecem no próprio nome do documento também


podem ser úteis para esclarecer a necessidade e o objetivo do Projeto Político
Pedagógico:
Em geral, trata-se de um documento que norteia as bases de ações da
instituição. Ele assume as diretrizes como compromisso de gestão escolar
participativa. - Projeto: é uma reunião de propostas que têm como objetivo a realização de
uma ação. Assim, essa palavra traz a ideia de futuro, que tem como ponto de
partida o presente;
O PPP é uma ferramenta teórico - metodológico responsável pela
organização e integração do trabalho escolar, visando à transformação dessa - Político: esse termo se refere à função social das instituições de ensino. Seu
realidade e acreditando que cada escola irá construir suas alterações a partir significado está relacionado à possibilidade de fazer da escola um espaço
de condições específicas. Sabendo-se que a maior compreensão é que o emancipatório que atua na formação de cidadãos ativos na construção da
projeto pedagógico é o elemento que busca um rumo, um direcionamento para sociedade;
as práticas que serão desenvolvidas na escola é um instrumento que tem a
responsabilidade de construção da identidade da escola.
- Pedagógico: a palavra define o conjunto de métodos utilizados na educação
para que cada sujeito se desenvolva de forma global. No documento, o termo
Os resultados direcionados do PPP são estudados, executados e faz menção a todos os projetos e atividades educacionais que são utilizados
amparados pela LDB/ 9.394/96, as leis não fazem milagres por si só, é nos processos de ensino e aprendizagem.
necessário pessoas que construam suas práticas visando a democratização do
espaço escolar. “ Nãp te cpotusój vn qspkeup ten vna direção política, um norte, um
rumo. Por isso, todo projeto pedagógico é também político, o projeto pedagógico
Esse documento não é algo que é construído e em seguida arquivado ou da escola é, por isso mesmo, sempre um processo inconcluso, uma etapa em
encaminhado ás autoridades educacionais apenas como prova de cumprimento ijseçãp a vna fjoamjiaie rve qesnaoece cpnp hpsjzpoue ia etcpma.” (aiputi,
de tarefas burocráticas, não pode ser visto como nada além de um papel 2000)
guardado na gaveta.
Para se construir a proposta curricular de uma escola faz-se necessário
Na LDB (Lei de Diretrizes e Bases), nos artigos citados no capítulo seguir algumas etapas que serão de grande importância para a construção do
anterior (12 a 15), destacam-se três grandes eixos diretamente relacionados à PPP. Veja quais são as etapas:
construção do projeto pedagógico: Eixo da Flexibilidade, Eixo da Avaliação e Eixo
da Liberdade Considerando esses três eixos, a LDB destaca na escola um  Diagnóstico da realidade escolar;
importante ambiente educativo e nos profissionais da educação uma
capacidade técnica e política que os certifica a participar da elaboração do seu
projeto pedagógico. Nessa perspectiva democrática, a lei estende o papel da  Levantamento das concepções do coletivo da escola;

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 Definições de estratégias, pessoais ou grupos, visando garantir as ações. importante na tomada de decisões e construir a própria identidade da escola
estabelecidas pelo coletivo. como instituição social e assumir compromissos para criar um futuro melhor.

Essas etapas, juntas e bem consolidadas revelam-se como elemento


dinâmico que contribui para criação da identidade da escola.
O que deve conter no PPP?
Esse documento deve observar tanto a realidade da escola quanto da
A construção do projeto pedagógico é um processo que exige diálogo, comunidade escolar.
persistência e a sistematização e avaliação dos dados coletados em todos os
seus movimentos. Como processo, necessita ser visto em sua construção Isso significa que ele deve atender cada pessoa e o grupo como um
contínua e com resultados gradativos que decorrem da vivência dos segmentos todo ao mesmo tempo. É por isso que essa ferramenta deve ser completa,
que o elaboram, constituindo-se em uma referência de autocrítica para esses funcionando como um guia para o grupo, e flexível, para que se adapte às
mesmos sujeitos. necessidades de cada estudante.
É importante ressaltar que o fato do projeto pedagógico ser construído Assim, é fundamental que a elaboração do PPP contemple:
coletivamente não isenta a equipe gestora de cumprir o papel importante em
seu processo de construção e implementação. O gestor tem o desafio da  Plano de ação;
mobilização e conscientização dos conflitos existentes, garantindo assim um  Diretrizes pedagógicas;
processo participativo, democrático e produtivo.  Quem são os envolvidos;
 Dados regionais sobre a aprendizagem;
Além disso, o recomendado é que as instituições revisem seu PPP de ano  Contexto das famílias dos estudantes;
em ano a fim de adaptá-lo as mudanças que acontecem corriqueiramente e
avaliação das metas e prazos para ajustes. Outras informações importantes são, como os alunos são avaliados, quais
projetos são desenvolvidos ao longo do ano, temas a serem trabalhados nas
aulas ministradas pelos professores, as relações de trabalho, o tempo escolar e
Por que esse documento é necessário? os processos decisórios.

O PPP contempla todo o trabalho desenvolvido na instituição ao longo de É essencial que a escola não cometa os erros mais comuns na
todo o ano letivo. Ele é um norte, por isso ao ser elaborado deve-se levar em elaboração e execução do PPP, como: Copiar o PPP de outra instituição, não
consideração a realidade da escola, em que comunidade ela está inserida, pois revisar anualmente o documento, não ter transparência, ignorar conflitos de
o objetivo é garantir que seja útil e possa servir a seu propósito. idéias, estagnar na evolução tecnológica, ser elaborado apenas pela gestão
(diretores e coordenadores), ser visto apenas como algo burocrático, fazer
Se uma escola pretende proporcionar uma educação eficiente ela têm a debates apenas para constar na ata de reunião, definir uma missão que não é
consciência da importância do PPP. Esse documento é flexível e se adapta às clara ou não tem a ver com o restante do PPP, e manter um documento que
necessidades que os alunos e a própria escola apresentam. Tem um papel

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não acompanha as mudanças na escola ou que não leva em consideração o escola, favorecendo a abertura do espaço para práticas democráticas. Essa
contexto social à qual a escola está inserida. função baseia-se na intervenção na gestão da escola, na mobilização de
energias, na integração social (função política), na intervenção sobre a
coerência, a racionalidade e a finalização do sistema (mediação do projeto)”
Quem participa da elaboração? (BÁRBIER, 1996).

Apesar do seu caráter formal, o Projeto Político Pedagógico deve ser


acessível para todos os integrantes da comunidade escolar e para isso a Princípios do PPP
construção do PPP deve ser colaborativa. É papel do diretor fazer essa
mobilização. Não existe apenas um caminho para orientar esse processo. Pode Os princípios que devem ser considerados na elaboração, segundo
se dar no âmbito do conselho escolar, onde diferentes segmentos são (Veiga,2006) são:
representados, pode haver a participação de forma individual, grupal, através de
plenário, etc. 1) igualdade de condições para acesso e permanência na escola;

Por outro lado, para a finalização do documento muitas instituições de 2) qualidade;


ensino convocam uma equipe de especialistas pedagógicos. Embora não seja
regra, essa é uma ação muito praticada, pois esses profissionais geralmente 3) gestão democrática;
conseguem atingir um alto padrão de qualidade e de viabilidade à redação final
das propostas. 4) liberdade;
O gestor é a figura que articula os diferentes braços operacionais e 5) valorização do magistério.
conceituais em relação ao plano de intenções, é quem deve antecipar os
recursos a serem mobilizados para alcançar o objetivo comum.
Dimensões do PPP
Deve-se ouvir a comunidade local acerca do projeto que ela espera da
escola, um projeto capaz de ajudar esta última a alcançar, da melhor maneira - Pedagógica: define as ações educativas da escola, visando a efetivação de
possível, sua função social. Por isso, é importante comparar os olhares dos seus propósitos e suas intencionalidades;
próprios atores da escola sobre a prática que produzem com os de outros
indivíduos que avaliam o trabalho da escola, a partir de uma posição externa. - Política: é o compromisso com a formação do cidadão para um tipo de
sociedade;
“O projeto político-pedagógico requer uma ação colegiada para verificar
se as atividades pedagógicas estão coerentes com os objetivos propostos. - Administrativa financeira: desenvolvimento das condições para concretização
Requer que cada professor tenha uma proposta, um plano de ensino articulado da proposta educativa da escola;
ao projeto da escola. Nessa esta perspectiva, o projeto político-pedagógico tem
uma função social importante ao redefinir as relações sociais no interior da - Jurídica: é a relação da escola com outras instâncias.

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O marco do PPP é a LDB, nos
Eixos do PPP, segundo artigos 12 a 15:
a lei: - Norteia as bases de ações
- É projeto, pois é uma reunião - Escolas tem autonomia para da instituição;
de propostas que têm como - Flexibilidade; determinar qual estrutura irá - Contempla o trabalho
objetivo a realização de uma - Avaliação; seguir; desenvolvido durante o ano
ação; - Liberdade; - Os profissionais devem letivo; - Ferramenta teótico-
- É político pois se refere a participar da elaboração; metodológica;
função social das instituições - Rumo e direcionamento para
de ensino; as práticas que serão
- É pedagógico pois define um desenvolvidas na escola;
conjunto de métodos utilizados
na educação;
Projeto Político
Deve contemplar:
Pedagógico A construção segue as etapas:
- Diagnóstico da realidade;
- Levantamento de concepções
- Plano de ação; do coletivo da escola;
- Diretrizes pedagógicas; O gestor mobiliza, para que seja um processo participativo que - Definições de estratégias;
- Os envolvidos; dê voz a todos os atores da comunidade escolar: Pais,
- Dados regionais sobre professores, alunos, direção, coordenação e demais funcionários.
aprendizagem;
- Contexto das famílias;
- Avaliação escolar; Deve ser transparente e revisado
- Projetos do ano letivo; A elaboração pode se dar no âmbito do conselho anualmente ou sempre que
- Tempo escolar; escolar, pode haver participação individual ou necessário.
- Processos decisórios; grupal, através de plenária, etc.

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O currículo e um dos documentos que orienta o trabalho do educador, é
Currículo escolar importante que esteja em concordância com o Projeto Político Pedagógico e
outros documentos importantes e obrigatórios da área educacional. Segundo
(Silva, 2003) “É vn ipcvneoup ie jieoujiaie ia etcpma”.
Este é um dos fatores que mais influenciam na qualidade do ensino. Não
se retém apenas a noção mas à várias noções de currículo.
Pelo fato de ser algo em constante evolução e atividade, que acompanha
as mudanças do mundo o currículo faz um elo entre cultura, sociedade e
Veja algumas concepções de currículo na visão de alguns autores: escola.
 “O cvssícvmp etcpmas op wpcabvmásjp aogmp-saxão é um percurso Visto que é um documento de inclusão escolar, não se imagina um
educacional, um conjunto contínuo de situações de aprendizagem currículo que não abranja a educação inclusiva.
(“measojog exqesjeocet”) àt rvajt vn joijwjivp wê-se exposto ao longo
de um dado período, no contexto de uma instituição de educação
fpsna.” (€psrvjn, 1993, q.22) Para Carvalho (2004, p.79), a educação inclusiva pode ser considerada
cpnp vn “qspcettp rve qesnjue cpmpcas wampset en qsáujca, ten qjegvjtnpt,
caridade, filantropia, pois esta alicerçada em princípios que conferem igualdade
 “}vssícvmp cpotjtue en psgaojzas p cpoueúip e ieteowpmwê-lo ie wampse a upiat at qettpat”.
ijiaujcaneoue” (Sawjaoj, 2010)
As definições e organizações do currículo podem adotar diversos
 “}vssícvmp é vna cpotusvçãp tpcjam ip cpohecjneoup, qsettvqpoip a significados, denotações e os mais variados modelos de acordo com as diversas
sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a concepções de aprendizagem que orientam o currículo.
transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas
de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação são
processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do Enfoques curriculares
conhecimento escolar, ou seja, o currículo qspqsjaneoue ijup.” (Vƒ{,
2002, p.7) Técnico científico – o currículo é identificado como questões técnicas. Nesse
enfoque o termo curricular está estruturado e limita o professor a um papel de
Currículo não e apenas uma planificação, é também a prática em que se execução.
estabelece o diálogo entre os agentes sociais, os técnicos, as famílias, os
professores e os alunos. O seu objetivo é a construção do conhecimento de Cultural – foca nos processos de mudança e suas interações. O professor é
acordo com os saberes históricos e os conhecimentos relacionados a vivência agente e interprete das culturas vivenciadas em sala.
do discente em parâmetro com a realidade regional. É um documento que está
sempre em construção, deve ir adaptando-se conforme as mudanças da
humanidade. Sócio Político – as condições históricas e sociais são seu foco. Os professores
assumem um papel de poder.

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O Currículo deve absorver as transformações sociais, despertando no Essa Parte Diversificada do currículo citada na lei, também obrigatória, que
educando a criticidade e consequentemente a autonomia. Este precisa ser se compõe de conteúdos complementares, identificados na realidade regional e
organizado na expectativa de integração e construção do conhecimento. local, que devem ser escolhidos em cada sistema ou rede de ensino e em cada
Existem formas de organização curricular, orientadas através de concepções e escola. Assim, a escola tem autonomia para incluir temas do interesse da sua
limitações no ambiente escolar. A partir de 1960, pedagogos e outros teóricos comunidade. Por meio da construção da proposta pedagógica da escola que a
da educação acharam conveniente, para fins de análise, distinguir o currículo Base Nacional Comum e a Parte Diversificada se integram, a composição
em três manifestações: curricular deve buscar a articulação entre os vários aspectos da vida cidadã.

Currículo formal ou prescrito Na Constituição Federal de 1988, Artigo 210 diz:

Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a


É tudo aquilo que é imposto pelo sistema de ensino, ele é prescrito pois assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
é pensado fora das especificidades de uma sala de aula, vem muito antes do nacionais e regionais.
contato professor-aluno, constitui-se como um conjunto de conhecimentos que
a escola e o sistema de ensino julgam imprescindíveis para os estudantes, a
exemplo disso: A BNCC, DCNs, PCNs, etc. § 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
Principais características do Currículo Formal: § 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas
 Emissão de conhecimentos transmitidos por disciplinas; Currículos e maternas e processos próprios de aprendizagem.
Programas.

 Percepção individual dos problemas reais do contexto social em que os Currículo real ou em ação
estudantes estão inseridos;
É constituído pela prática do ensino do professor e o que está sendo
 O processo de aprendizagem através da busca de conhecimentos aprendido pelos alunos, assim o currículo real é o segundo passo no ensino, ele
adquiridos em materiais como revista, livros e outros. é a contextualização do Currículo Formal. É composto, por exemplo, de todas as
adaptações feitas cotidianamente pelo professor. Uma característica deste tipo
LDB – 9.394/96 Art. 26 Os currículos do ensino fundamental e médio de currículo é que ele pode ser mudado. De acordo com a percepção de ensino
devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema dos professores pode se mudar de estratégia a fim de que os alunos possam
de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas aprender mais.
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da
clientela.

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Currículo oculto O currículo era visto como uma instrução mecânica em que se elaborava a
listagem de assuntos impostos que deveriam ser ensinados pelo professor e
memorizados (repetidos) pelos estudantes. A elaboração do currículo limitava-se
Esse currículo dispõe aos estudantes a oferta de conhecimentos, atitudes a ser uma atividade burocrática, desprovida de sentido e fundamentada na
(socialmente valorizadas) e habilidades, sob uma variedade estratégica, que concepção de que o ensino estava centrado na figura do professor, que
ocorre durante o período em que estão no processo escolar. transmitia conhecimentos específicos aos alunos, estes vistos apenas como
meros repetidores dos assuntos apresentados.
Currículo Oculto é o conteúdo implícito, geralmente inconsciente, que
acompanha o ensino das matérias escolares. É tudo que o aluno aprende no - Teoria crítica: As teorias curriculares críticas basearam o seu plano teórico
meio social escolar, tudo que interfere significativamente no aprendizado do nas concepções marxistas e também nos ideários da chamada Teoria Crítica. O
aluno, como cultura, religião, poder aquisitivo, conhecimentos adquiridos com a currículo estaria atrelado aos interesses e conceitos das classes dominantes,
família, amigos, etc. Afinal mesmo que se tenha o Currículo Formal para nortear não estando diretamente fundamentado ao contexto dos grupos sociais
a escola e os professores, cada aluno é único. subordinados.
O currículo oculto deve ser comum para inclusão de experiências Assim sendo, a função do currículo, mais do que um conjunto coordenado
definidas e deliberadamente planejadas, as quais são seguidas de intenções e ordenado de matérias, seria também a de conter uma estrutura crítica que
elaboradas por parte dos professores, tratando esse outro conteúdo como um permitisse uma perspectiva libertadora e conceitualmente crítica em
tipo de aprendizagem que gera resultados ocultos ou subprodutos do currículo, favorecimento das massas populares. As práticas curriculares, nesse sentido,
e não como parte do próprio currículo. eram vistas como um espaço de defesa das lutas no campo cultural e social.
Aborda que nenhuma teoria é neutra, científica ou desinteressada, mas que
implica relação de poder. Preocupa-se com a relação entre saber, identidade e
Teorias Curriculares poder.

O conceito de currículo na educação foi se transformando ao longo do - Teoria Pós-crítica: Parte dos princípios da fenomenologia, do pós-
tempo, e diferentes correntes pedagógicas são responsáveis por abordar a sua estruturalismo e dos ideais multiculturais. Assim como as teorias críticas, a
dinâmica e suas funções. perspectiva pós-crítica criticou duramente as teorias tradicionais, mas elevaram
as suas condições para além da questão das classes sociais, indo direto ao foco
-Teoria tradicional: As teorias curriculares tradicionais, também chamadas principal: o sujeito.
de teorias técnicas, foram promovidas na primeira metade do século XX,
sobretudo por John Franklin Bobbitt, que associava as disciplinas curriculares a Afirma que currículo produz relação de gêneros, pois predomina a
uma questão puramente mecânica. Visa preparar o indivíduo para o trabalho cultura patriarcal. Critica a desvalorização histórico-cultural de grupos étnicos e
especializado. Proporciona uma educação geral através de práticas de os conceitos de modernidade A sua função era a de se adaptar ao contexto
memorização. específico dos estudantes para que o aluno compreendesse nos costumes e
práticas do outro uma relação de diversidade e respeito.

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Crítica
- Baseados nas teorias marxistas;
- O currículo com estrutura crítica que permitisse uma Pós-crítica
Tradicional perspectiva libertadora e crítica favorecendo as massas populares; - Parte da fenomenologia, pós-
- Nenhuma teoria é neutra, científica ou desinteressada; estruturalismo e idéias
- Prepara o indivíduo para o - Preocupa-se com a relação entre saber, identidade e poder; multiculturais;
trabalho especializado; - Criticou as teorias tradicionais;
- Metodologia: Memorização; - Afirma que o currículo produz
- Currículo visto como instrução Teorias relação de gêneros e predomina a
mecânica; cultura patriarcal;
- Ensino centrado na figura do - Tem a função de adaptar ao
professor;
- Alunos, meros repetidores dos
conteúdos ministrados;
Currículo contexto dos estudantes para que
o aluno compreendesse a
diversidade e o respeito;

escolar
- Considera a idéia de que não
exista um conhecimento único e
verdadeiro, mas que se transforma
em diferentes tempos e lugares;

Oculto Tipos ou manifestações


- Conteúdo implícito;
- Tudo que o aluno aprende no
meio social seja escolar ou não; Formal
- Dispõe aos estudantes oferta de Real
- Imposto pelos sistemas de ensino;
conhecimentos, atitudes e - Prática do ensino do professor; - Pensado fora das especificidades
habilidades; - Composto pelas adaptações feitas de uma sala de aula;
cotidianamente pelo professor; - Ex.: BNCC, DCNs, PCNs;
- Pode ser alterado;

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- Influência na qualidade do ensino.
– Estabelece diálogo entre agentes
sociais, técnicos, famílias,
Deve estar em concordância professores e alunos. - Faz elo entre cultura, sociedade e
com o PPP e outros documentos – Está sempre em construção escola.
importantes e obrigatórios da – Orienta o trabalho do educador.
área educacional. – Deve absorver as transformações
sociais.
– Não é imparcial. É social e
culturalmente definido.

Currículo
Enfoques curriculares
- Técnico científico.
escolar Na LDB – Art. 26
- Devem ser constituídos por
– Cultural. uma base nacional comum e
– Sócio político. parte diversificada.

Na CF/88 - Art. 210


- Fixados conteúdos mínimos para o Ens. Fundamental.
– Assegura formação básica comum e respeito aos valores.
– Matrícula facultativa em Ens. Religioso.
– Ens. Fundamental ministrado na língua portuguesa e na
língua materna indígena.

38
valores necessários à socialização do individuo sendo imprescindível que a
Função social da escola escola propicie o domínio de conteúdos culturais básicos da leitura, da escrita,
da ciência das artes e das letras, sem estas aprendizagens dificilmente o aluno
A escola é uma instituição fundamental para a constituição do individuo poderá exercer seus direitos de cidadania.
e para ele próprio, da mesma forma como emerge para a evolução da
sociedade e da própria humanidade. A escola como instituição social possui A função da escola é algo amplo e diversificado, e por que não
objetivos e metas, empregando e reelaborando os conhecimentos socialmente complexo? Tem o papel e a necessidade de acompanhar as mudanças que se
produzidos. processam aceleradamente no campo de trabalho, atualizando suas
metodologias e seu currículo para atender ao alunado de acordo com sua
Este espaço de desenvolvimento e aprendizagem envolve todas as realidade. A escola deve abraçar a transformação, encarar a educação como um
experiências contempladas nesse processo, considerando tudo como ato social de mudanças e avanços tecnológicos com um olhar constante voltado
significativo. Assegurar o direito a educação escolar em igualdade de condições à sociedade, conectando seu saber com a prática cotidiana do aluno,
de entrada e permanência pela oferta de ensino publico e gratuito e de preparando-o para o exercício profissional. A experiência de vivenciar as
qualidade em todos os níveis de ensino, e um dos maiores desafios mesmo que situações de aprendizagem ensina o convívio em grupo, indispensável para a
tais questões já sejam amparadas pela Lei 9.394/96 que estabelece as vida e o trabalho.
Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) no Art. 22 que diz: “{
educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a Cabe à escola formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem
nejpt qasa qspgseijs op usabamhp e en etuvipt qptuesjpset”. preparados para participar da vida econômica, social e política do país e aptos a
contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. A função básica da
Com essa abordagem constata-se a necessidade da escola se organizar escola é garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores
para empreender uma educação que ofereça respostas às demandas sociais. necessários à socialização do indivíduo. Estas aprendizagens devem constituir-se
em instrumentos para que o aluno compreenda melhor a realidade que o cerca,
favorecendo sua participação em relações sociais cada vez mais amplas,
“{ fvoçãp ia etcpma é etcpmasjzaçãp: O eotjop, a fpsnaçãp tpcjam, a possibilitando a leitura e interpretação das mensagens e informações que hoje
cpotusvçãp ia cjiaiaoja, a exqesjêocja cjeouífjca e a setqpotabjmjiaie tpcjam” são amplamente veiculadas, preparando-o para a inserção no mundo do
(Mario Sergio Cortella) trabalho e para a intervenção crítica e consciente na vida pública.
A escola deve desenvolver a potencialidades físicas, cognitivas e afetivas
do individuo, a fim de capacitá-lo para tornar-se um cidadão participativo na
sociedade em que vive.

Pasa Ljbâoep “Una eivcaçãp ie rvamjiaie é arvema rve a etcola promove


qasa upipt p ipníojp ie cpohecjneoupt” (2005 q.117) Sjgojfjca ijzes rve a
escola também deve garantir a aprendizagem do conhecimento, habilidades e

39
Na LDB – Art. 22
Escolarização e formação social - Desenvolver o educando; Construção da cidadania e
- Assegurar-lhe formação comum; capacitação de cidadãos
- Fornecer-lhes meios para progredir participativos.
no trabalho e futuros estudos;

Desenvolver as potencialidades:
- Físicas;
- Cognitivas;
- Afetivas;
Função social - Alfabetização e letramento;
- Promover domínio de
conhecimentos;

Acompanhar mudanças e
da escola
atualizar metodologias
Contribuir para:
- Igualdade;
Adotar uma gestão - Humanidade;
participativa. - Justiça social;
Aliar o saber científico ao
saber prévio dos alunos.

40
passos, condições externas e procedimentos a que chamamos métodos de
O papel do professor eotjop” (Ljbâoep, q.150).

Segvoip Qvben {mwet, “A missão do professor não é dar respostas Todo e qualquer explicação sobre o assunto a ser ministrado deve ter
prontas. As respostas estão nos livros, na internet. A missão dos professores e como propósito a transmissão de conhecimentos direcionados à possível
qspwpcas a jouemjgêocja, e qspwpcas p etqaoup, a cvsjptjiaie.” compreensão do alunado.

Dentre as principais exigências do cenário educacional para o papel “Un qspfettor competente se preocupa em dirigir e orientar a atividade
docente destacam-se; mental dos alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente,
aujwp e avuôopnp” (Ljbâoep, q.252).
 Orientar e mediar o ensino;
Ao planejar o conteúdo, o professor deve levar em consideração o seu
alunado, sem ignorar as disciplinas aleatoriamente, porque o que se deve
 Responsabilizar-se pelo sucesso da aprendizagem dos alunos; priorizar são os assuntos a serem tratados e a maneira que deverão ser
enfocados.
 Saber lidar com a diversidade existente entre os alunos;
Ao professor cabe preparar, orientar, e transmitir os conhecimentos
 Incentivar atividades de enriquecimento curricular; sobre o tema da sua aula. O seu dever é conhecer como funciona o processo
ensino-aprendizagem para descobrir o seu papel no todo e isoladamente. Pois
alem de professor, ele será sempre ser humano, com direitos e obrigações
 Elaborar e executar projetos para desenvolver os conteúdos diversas.
curriculares;
O professor tem papel importantíssimo pois e o profissional que desperta
 Utilizar novas metodologias, estratégias e materiais de apoio; em seus alunos o desejo de crescer, aprender cada vez mais e vencer sempre
todas as batalhas que surgem ao longo do seu caminho, porque o prazer pelo
aprender não e uma atividade que surge de forma espontânea nos alunos,
 Ser colaborativo no trabalho em equipe;
sendo que alguns encaram como obrigação.
A integração de todos esses componentes visam o êxito no processo de
ensino-aprendizagem, que é alcançado quando se coloca como fator essencial a De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Art. 13 as
harmonia no relacionamento entre docente, discente e filosofia educacional incumbências dos docentes são:
utilizada.
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
“O qspfettps ap ijsjgjs e etujnvmas p qspcettp ie eotjop en fvoçãp ia ensino;
aprendizagem dos alunos, utiliza intencionalmente um conjunto de ações,

41
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.

O docente não deve ter como preocupação somente o conhecimento


através da absorção de informações, mas também como o processo de
construção da cidadania do aluno. Ele deve ter consciência de que seu papel é
de facilitador de aprendizagem, sempre aberto a novas experiências,
procurando compreender através da empatia, os sentimentos e problemas de
seus alunos e tentar levá-los à auto-realização.

A relação professor-aluno depende fundamentalmente do clima


estabelecido pelo professor para que haja uma ponte entre seu conhecimento
e o dos alunos. A partir da forma de agir do mestre, o aprendiz se sentirá mais
receptivo à matéria. Os objetivos da educação seriam mais facilmente
alcançados se muitos dos problemas disciplinares fossem resolvidos com maior
cuidado. Buscando um melhor relacionamento, o professor será tratado com
respeito e como educador, dando oportunidade ao diálogo.

Existem 4 elementos fundamentais para o ato de ensinar: O processo, a


matéria, o aluno e professor, sendo o último o fator decisivo na aprendizagem,
levando em conta a influência que exerce sobre a classe para ministrar as
aulas.

42
- Ter conhecimento sobre
seus alunos; Utilizar novas metodologias e Incentivar atividades de
- Orientar e mediar o ser colaborativo no trabalho em enriquecimento curricular
ensino; equipe;

Atuar de acordo com o

Na LDB – Artigo 13 (Sobre as incumbências


dos docentes):
O papel do contexto escolar e social e
na construção da
cidadania do aluno.

- Deve participar da elaboração do PPP;


- Elaborar e cumprir o plano de trabalho;
- Zelar pela aprendizagem dos alunos;
professor
- Ministrar dias letivos e horas-aula
estabelecidos;
- Participar dos períodos dedicados ao Saber lidar com a
planejamento, á avaliação e ao Ser ético e valorizar a diversidade existente
desenvolvimento profissional; experiência e o conhecimento entre os alunos.
- Colaborar com as atividades de internalizado no aluno.
articulação da escola com as famílias e a
comunidade;

43
Segundo os RFPs a fpsnaçãp é vn “Pspcettp cpouíovp e qesnaoeoue ie
Formação continuada desenvolvimento, o que pede do professor a disponibilidades para a
aprendizagem; da formação, que o ensino a aprender; do sistema escolar no
Segvoip (}pusjn, 2009) “ivcaçãp qesnaoeoue, eivcaçãp cpoujovaia e qual ele se insere como profissional, as condições para continuar aprendendo.
educação em serviço, são processos que se caracterizam pela continuidade das Ses qspfjttjpoam jnqmjca tes caqaz ie aqseoies tenqse.”
ações educativas, ainda que se fundamentem em princípios metodológicos
diferentes, e quando implementadas em conjunto possibilitam a transformação Dessa forma, a formação permanente surgiu como um instrumento de
profissional através do desenvolvimento de habilidades e competências e assim valorização da categoria e de suas condições de trabalho, reconfigurando a
fpsuamecen p qspcettp ie usabamhp.” profissão.

A formação continuada é uma aprendizagem constante do ser humano, Em 2002, o MEC publicou a RESOLUÇÃO CNE/CP N°1, DE 18 DE
com o objetivo de assegurar um ensino de qualidade cada vez maior aos alunos. FEVEREIRO DE 2002, que instituiu a Diretrizes Curriculares Nacionais para a
formação de professores da educação básica, em nível superior, curso de
Esse processo permite que o educador agregue conhecimento capaz de licenciatura, de graduação plena que constituem-se de um conjunto de
gerar transformação e impacto nos contextos profissional e escolar. O docente princípios, fundamentos e procedimentos a serem observados na organização
se torna cada vez mais capaz de se adaptar às rápidas e diversas mudanças do institucional e curricular de cada estabelecimento de ensino e aplicam-se a
contexto educacional, contornando as dificuldades encontradas no dia a dia da todas as etapas e modalidades da educação básica.
sala de aula.
Na RESOLUÇÃO Nº 4, DE 13 DE JULHO DE 2010 que define Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica – DCNs em seu art. 9 diz:
Contexto histórico
A escola de qualidade social adota como centralidade o estudante e a
Na déc. de 80, após um acirrado debate em torno da democratização do aprendizagem, o que pressupõe atendimento aos seguintes requisitos:
ensino, a formação dos professores como um dos meios principais de garantir
a elevação da qualidade do ensino, foi colocada em evidência. Em 1990 após a (O artigo especifica que o estudante é o centro da aprendizagem, porém
Conferência Mundial de Educação Para Todos, onde foram definidas as no próximo parágrafo vamos analisar a relação estabelecida com a formação
diretrizes a serem seguidas em todo o mundo, o MEC elaborou um Plano continuada do educador.)
Decenal para o período de 1993 a 2003 onde a falta de habilitação dos
professores foi destaque. 3 anos depois, a LDB foi aprovada. A capacitação em VIII - valorização dos profissionais da educação, com programa de
serviço e os programas de formação continuada ganharam destaque. formação continuada, critérios de acesso, permanência, remuneração compatível
com a jornada de trabalho definida no projeto político-pedagógico;
Em 1998 o MEC publicou os Referenciais para a formação de professores
(RFPs), que sugeria um currículo mínimo para os cursos de pedagogia e outras
licenciaturas. Esse documento estava fundamentado nas teorias que situam a
formação como parte essencial do processo de profissionalização.

44
O papel da escola na formação continuada tendências educacionais. A formação continuada tem muito a contribuir nesse
processo, uma vez que permite que o educador agregue conhecimento capaz
A instituição escolar auxilia na vida profissional e pessoal do educador, de gerar transformação e impacto nos contextos profissional e escolar.
pois é um espaço de aprendizagem constante, por sua vez os docentes podem
influenciar a organização da escola inovando e gerando mudanças. Com a formação continuada, o processo de aprendizagem e
desenvolvimento do professor é constante e permeia o dia a dia da sala de
Segvoip (auuj, 2008) “Mvjuat açõet etuãp jouesmjgaiat ap uesnp aula. Dessa forma, o educador tem a oportunidade de refletir e aperfeiçoar as
formação continuada. Cursos estruturados, horas de trabalho coletivo na escola, suas práticas pedagógicas e também de promover o protagonismo de seus
reuniões pedagógicas, congressos, seminários, relações profissionais virtuais, etc. alunos, potencializando assim o processo de ensino-aprendizagem.

Na BNCC a formação continuada é posta como pauta obrigatória nas No âmbito escolar, o educador atualizado e em formação ininterrupta se
escolas, o que torna essa formação ainda mais importante para as instituições. torna um facilitador e não apenas um transmissor de informações.
Outro respaldo legal para a formação continuada é a Lei 9.394/96, Lei de O coordenador pedagógico tem papel fundamental na formação
Diretrizes e Bases da educação, artigo 62, incisos 1 e 2: continuada dos professores é ele quem está ao lado do professor e tem
condições para concretizar as políticas de formação permanente. Ele deixa de
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível ser o fiscal das práticas educativas e o gerente responsável pelas atividades
superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para burocráticas e administrativas e se coloca como corresponsável pela sala de
o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do aula, pelo trabalho realizado pelo professor e pela qualidade da aprendizagem
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. dos alunos. Ele faz parte do corpo docente e sua função principal vai se dividir
entre a formação de professores e a articulação do projeto político-pedagógico.
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de O coordenador deve estabelecer uma relação com os professores que permita
colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação discutir abertamente os desafios da sala de aula.
dos profissionais de magistério.
A formação continuada dos professores também deve estar em
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério articulação com o PPP da escola pois é ele que define os conteúdos de ensino
poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. e de aprendizagem. Portanto, a decisão sobre o foco dos encontros
pedagógicos precisa ter por base dois critérios: o estabelecido pelo PPP como
A formação continuada deve ser encarada como uma grande aliada dos expectativa de aprendizagem para as crianças e o que os professores precisam
educadores, uma vez que contribui para a evolução constante do trabalho aprender para ensinar melhor.
docente

Mais do que nunca, o educador deve se manter atualizado e bem


informado não apenas em relação aos fatos e acontecimentos, mas,
principalmente, em relação à evolução das práticas pedagógicas e às novas

45
Respaldos legais
- Agrega conhecimento gerador de
- DCNs para a formação de transformação no ambiente escolar;
professores; - Docente capaz de se adaptar ás - Aprendizagem constante do
- DCNs gerais para a educação mudanças; ser humano;
básica; - Educador como facilitador e não - Assegura o ensino de
- BNCC; apenas transmissor; qualidade;
- LDB, Artigo 62 - Aliada dos educadores;

Na BNCC é pauta obrigatória para


as escolas.
Formação Ações ligadas a formação
continuada:

continuada - Cursos;
- Horas de trabalho coletivo;
- Reuniões pedagógicas;
- Congressos;
- Seminários;
Na LDB, Artigo 62 - Relações profissionais;
Apoio do coordenador na
- Regime de colaboração entre Em articulação formação dos professores
União, Estados e Municípios; com o PPP, pois
- Pode ser feita através de é ele quem
recursos tecnológicos e define o trabalho
educação à distância; da escola.
O coordenado se divide entre a
formação de professores e a
articulação do PPP.

46
De acordo com a LDB, a parceria entre família e Estado é imprescindível
Relação família x escola para esse preparo do ser humano, formando-o com qualidade e equipando-o
com uma estrutura para que exerça sua cidadania com empenho e
}pofpsne („asijn, 2006) “{ semaçãp etcpma e fanímja wên teoip nvjup entendimento de suas ações.
discutida nos últimos tempos. A grande dúvida é saber os limites entre os
deveres da família e os da escola. Como se sabe, não é a escola e sim a família Lei 9.394/96 – LDB, artigo 2°, diz: “ { eivcaçãp, dever da família e do
que proporciona as primeiras exqesjêocjat eivcacjpoajt à csjaoça.” Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
“{ fanímja é p besçp ia fpsnaçãp ie segsat, qsjocíqjpt e wampset, pvusat qasa p exescícjp ia cjiaiaoja e tva rvamjfjcaçãp qasa p usabamhp.”
instituições assim como a escola, possuem também papel muito importante
nesta formação moral, a escola se organizando de forma democrática, Já o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, no artigo 4 diz: “É
oportunizando uma vivência cidadã. Dessa forma, promovem o crescimento do dever da família, da comunidade e do poder publico assegurar com absoluta
respeito mutuo e o desenvolvimento da autonomia, ingrediente para a formação prioridade a efetivação dos direitos referentes à saúde, à alimentação, à
npsam.” (Saoij, 2008, q. 34) educação, ao esperte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à liberdade e à
conwjwêocjat fanjmjas e cpnvojuásja.”
A relação família e escola é interdependente, um influencia o outro. O
ambiente familiar muitas vezes determina a forma como a criança vai se O primeiro passo para estabelecer essa relação se dá por meio da
desenvolver e seu desempenho na escola. mudança de atitude. É comum que a família pense que a sua presença só é
necessária na escola quando for solicitada, ou caso aconteça algum problema.
Outro aspecto importante é quanto as dificuldades que a criança
apresenta, cada pessoa tem um ritmo, aprende dentro de um tempo próprio, e As escolas, por sua vez, também costumam colocar toda a
muitas vezes há uma comparação com amigos, primos ou alguma outra criança, responsabilidade de iniciativa em cima dos pais e, muitas vezes, quando são
o que gera a ansiedade pelos bons resultados , ou seja, onde ela deve ser procuradas por eles, não se mostram preparadas o suficiente para atendê-los.
acolhida, que é no ambiente familiar, ele se sente pressionada, o que acaba
afetando seu rendimento escolar. Algumas atitudes podem ser tomadas pelas escolas para promover essa
relação:
É preciso que a família e a escola tenho uma relação de confiança, ou
seja, não basta realizar a matrícula mas é preciso acompanhar todo o caminho  Acolhimento aos pais dos alunos;
que o filho faz dentro da instituição.  Reuniões periódicas;
 Ampliar canais de comunicação (ex.: Whatsapp);
Há diversos benefícios nessa relação, entre eles é a possibilidade de
juntos, alinhar as expectativas por meio de um diálogo aberto, pois o objetivo  Expor os trabalhos dos alunos nos eventos escolares;
de ambos é oferecer aos alunos boas condições de desenvolvimento e  Envolvimento da comunidade na escola;
aprendizagem.  Garantir a sua participação na construção do PPP;

47
Deve ser uma relação - A família proporciona primeiras
de confiança experiências educacionais da
É interdependente: criança;
Família e escola alinham - É o berço da formação de regras;
- Um influencia o outro - Assim como a escola, tem papel
suas expectativas.
importante na formação moral;
- O ambiente familiar também
influencia no desenvolvimento
escolar do aluno;
Diálogo aberto
Relação
Objetivo de ambos:
- Oferecer uma
família x escola
educação de qualidade. Atitudes para a inclusão das famílias:
- Acolhida;
- Reuniões;
Na LDB, artigo 2:
- Canais de comunicação;
No ECA, artigo 4: - Educação dever da família e - Exposição de atividades;
- A educação é um dos direitos que estado; - Envolvimento da comunidade;
devem ser garantidos pela família, - Desenvolvimento do educando e - Participação na construção do PPP;
comunidade e poder público. preparo p/ o exercício da cidadania;

48
}pofpsne }vsy (2003, q. 97) “Por trás de cada aluno arredio, de cada
Relação professor x aluno kpwen agsettjwp, há vna csjaoça rve qsecjta ie afeup.”

O professor e o aluno são figuras essenciais para a educação escolar. O É fator inevitável que o professor tenha consciência de que uma boa
professor não pode ser visto como o único detentor do conhecimento, e que o convivência com os alunos deve ser precedida de um bom diálogo.
aluno não sabe de nada, nesta perspectiva a educação deve ser horizontal,
onde o professor e aluno mantém um dialogo, pesquisam, conversam e trocam “O ijámpgp é vn eocpousp op rvam a sefmexãp e a açãp, joteqasáwejt
conhecimentos. daqueles que dialogam orientam-se para o mundo que é preciso transformar e
hvnaojzas.” (€sejse, 1980, q.23)
Nem sempre a educação foi vista desta forma, se observarmos
antigamente na escola tradicional o professor era detentor do saber, o aluno O professor deve ser mediador, não condutor. Esse desafio deve ser visto
era passivo, não podia questioná-lo, suas experiências e conhecimentos eram como uma utopia, como uma possibilidade de mudança, onde a busca e o
ignorados. Nesta perspectiva essa relação era vertical. dialogo estimulam a capacidade reflexiva e a construção de uma visão plural do
conhecimento.
Hoje, o professor deve levar para a sala de aula situações desafiadoras,
promovendo assim a interação entre os alunos junto ao conhecimento. Cabe ao professor aprender que para exercer sua real função necessita-
se combinar autoridade, respeito e afetividade; isto é, ainda que o docente
As relações pessoais estabelecidas entre o educador e a turma relacionam- necessite atender um aluno em particular, a ação estará direcionada para a
se ao aspecto sócio-emocional, devendo ser desenvolvida de forma ética e atividade de todos os alunos em torno dos mesmos objetivos e do conteúdo da
respeitosa. aula. Ressalta-se a atuação de alguns professores não como modelo
inquestionável de docência, mas como fonte de inspiração para buscar um novo
“{ jouesaçãp qspfettps-aluno ultrapassa os limites profissionais e escolares,
pois é uma relação que envolve sentimentos e deixa marcas para toda a vida. e melhor caminho para alcançar os alunos. Para isso faz-se necessário o
Observamos que a relação professor x aluno, deve sempre buscar a diálogo, conforme Libâneo (1994, p.250) diz:
afetividades e a comunicação entre ambos, como base e forma de construção
ip cpohecjneoup e ip atqecup enpcjpoam.” (Mjsaoia, 2008, q.2) “O qspfettps oão apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas
também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a
Essa relação afetiva está inserida no ambiente escolar e não é menos expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é
importante que a educação do corpo e da mente. Essas interações são de unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão
suma importância para o desenvolvimento e construção do conhecimento. Para
seagjoip à auvaçãp ip qspfettps (.. )”.
Pjageu (1980) “{ wjia afeujwa e a wjia cpgojujwa tãp joteparáveis, embora
distinta já que o ato de inteligência pressupõe uma regulação energética
jouesoa (jouesette, etfpsçp, femjcjiaie, euc.).” { semaçãp ia cpgojçãp e afeujwjiaie
no contexto escolar está intimamente interligada ao desempenho escolar do
educando.

49
Professor e aluno:
- Figuras essenciais para a
Afetividade e comunicação como base Cultura e conhecimentos
educação escolar;
da construção do conhecimento prévios dos aluno devem ser
- Relação horizontal;
respeitados.
- Devem manter diálogo,
pesquisar, conversar e trocar
conhecimentos;
- Ética e respeito;

Para Piaget, a afetividade e


Relação
cognição são inseparáveis e
estão ligadas ao
desempenho escolar do
aluno.
professor x aluno Professor deve medir e
facilitar o ensino. O aluno
deve ser ativo.

Professor não é apenas transmissor,


mas também é ouvinte.

Seu trabalho não e Para libâneo o professor deve combinar


unidirecional. autoridade, respeito e afetividade

As resposta e opiniões dos alunos


mostram como está sendo a atuação do
professor.

50
Segvoip Wjoojcpuu “Pasa a csjaoça, p bsjocas é a tva mjogvagen
Lúdico na aprendizagem (expressa suas alegrias, frustrações, habilidades e dificuldades) é a maneira
encontrada para se expressar no mundo e comunicar a sua realidade jouesjps.”
~p Laujn “mvipt” rve tjgojfjca kpgp, mjgaip ap aikeujwp “ijwestãp”, pv teka, Nesse sentido, para que a criança desperte a curiosidade nada melhor que o
se não proporcionar prazer para quem a pratica, não pode ser chamado de educador promova atividades lúdicas que explorem a participação dos alunos.
lúdico.
O lúdico está relacionado à infância de forma explicita através das
Atividades lúdicas não se restringem apenas a jogos e brincadeiras, são brincadeiras, pois há uma motivação natural da criança para o prazer
atividades que possibilitam momentos de prazer, entrega e integração dos proporcionado pelo brincar.
envolvidos.
Segvoip Waktlpq, “{ bsjocaiejsa jofaoujm qpie cpotusvjs-se em uma
Pasa Lvcletj, “São aqueles que propiciam uma experiência de plenitude, atividade em que as crianças sozinhas ou em grupo, procuram compreender o
em que nos envolvemos por inteiro, estando flexíveis e saudáveis.” nvoip e at açõet hvnaoat oat rvajt te jotesen cpujijaoaneoue.” (1995, q.33)

Pasa Suaujo, “São ações vividas e sentidas, não definíveis por palavras, A atividade lúdica também está ligada aos temas transversais no sentido
mas compreendidas pela fruição, povoadas pela fantasia, pela imaginação e de facilitar a abordagem desses temas que são geralmente desconhecidos
pelos sonhos que se articulam como teias urdidas cpn nauesjajt tjnbómjcpt.” pelas crianças, principalmente quando surge necessidade de integração aos
demais conteúdos do currículo escolar.
Na atividade lúdica além do seu resultado, importa também a própria
ação e o momento vivido. Uma aula lúdica não precisa necessariamente ter Entre os tipos de atividades lúdicas temos:
kpgpt pv bsjocaiejsat. O rve usaz a mvijcjiaie qasa a tama ie avma é a “aujuvie”
lúdica do educador e dos educandos.  Desenhar;
 Brincar;
O lúdico aplicado à prática pedagógica contribui para aprendizagem da  Jogar;
criança e possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas.
 Dançar e cantar;
Podemos dizer que entre os benefícios de se ensinar utilizando o lúdico  Construir coletivamente;
estão:  Ler
 Usar tecnologias;
 Assimilação de valores;  Passear;
 Aquisição de comportamentos;  Dramatizar;
 Desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento;  Fazer teatro de fantoches;
 Aprimoramento de habilidade;  Dinâmicas, entre outros.
 Socialização;

51
Logo, o papel do professor para uma educação lúdica é perceber a
importância do desenvolvimento das atividades lúdicas em sala de aula, estar
preparado para utilizar todos os tipos de brincadeiras, partir da realidade dos
alunos, ver suas necessidades, buscar alternativas de interação, respeitar a
criança como um todo e, assim promover seu desenvolvimentos integral,
proporcionar situações de brincar livre e dirigido que tente atender as
necessidades de aprendizagem das crianças.

“Pasa tes efjcaz, vna aujwjiaiet qeiagógjca iewe cpotjtujs en akvias a


criança a awaoças op canjohp ia joieqeoiêocja.” (Masja Mpouettpsj)

“O múijcp é vna oecettjiaie bátjca ia qestpoamjiaie, ip cpsqp e ia


mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana, e que se
caracteriza por ser espontânea, funcional e satisfatória.” (€ejkó, 1992, q. 61)

52
Espontâneo, Facilita a Atividades que
funcional e abordagem de possibilitam prazer, Significado:
satisfatório temas transversais entrega e integração dos
envolvidos. Lúdico = Diversão

Possibilita uma aprendizagem mais Não se restringe a jogos e


significativa e aulas mais dinâmicas. brincadeiras
“O brjncar é a
linguagem da
crjança”.
Lúdico na Além do resultado, importa
também a ação e o momento.

Tipos de atividades:
- Desenhar;
aprendizagem
- Brincar;
- Dançar e cantar;
- Construir coletivamente; Benefícios:
- Ler; Papel do professor:
- Usar tecnologias; Estar preparado para utilizar todos os tipos de - Assimilação de valores;
- Passear; brincadeiras, partir da realidade dos alunos, ver - Aquisição de comportamentos;
- Dramatizar; suas necessidades, interagir, respeitar a criança - Desenvolvimento de diversas
- Fantoches; e promover o desenvolvimento integral. áreas do conhecimento; -
- Dinâmicas; Aprimoramento de habilidades;
- Socialização;

53
A educação formal deve reservar tempo e ocasiões suficientes em seus
Pilares da educação programas para iniciar os jovens em projetos de cooperação, logo desde a
infância no campo das atividades desportivas e culturais e estimulando a
Os 4 pilares da educação são conceitos de fundamento da educação participação em atividades sociais.
baseados no relatório para a UNESCO da comissão internacional sobre
educação para o século XXI, coordena por Jacques Delors. Nesse relatório em - Aprender a ser: Há um principio fundamental: A educação deve contribuir
fpsna ip mjwsp “ivcaçãp: Un uetpvsp a ietcpbsjs” rve qspqõe vna eivcaçãp para o desenvolvimento total da pessoa. Todo ser humano deve ser preparado,
direcionada para os 4 tipos fundamentais de educação: Aprender a conhecer especialmente graças à educação que recebe na juventude, para elaborar
(adquirir instrumentos de compreensão), Aprender a fazer (para poder agir pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de
sobre o meio envolvente), Aprender a viver juntos (cooperação com os outros valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes
em todas as atividades humanas), e Aprender a ser (conceito principal que circunstâncias da vida.
integra todos os anteriores).
Para que aconteça, não se pode negligenciar na educação, nenhuma das
Vejamos como se caracteriza cada um desses pilares: potencialidades de cada individuo:

_ Aprender a conhecer: Pretende que cada um aprenda a compreender o  Memória;


mundo que o rodeia, pelo menos na medida em que isso lhe é necessário para  Raciocínio;
viver dignamente, para desenvolver as suas capacidades profissionais, para  Sentido estético;
comunicar. Aprender a conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender,
 Capacidades físicas;
exercitando a atenção, a memória e o pensamento.
 Aptidão para comunicar-se;
- Aprender a fazer: Essa segunda aprendizagem está ligada à questão da
formação profissional: Como ensinar o aluno a pôr em prática os seus
conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro
quando não se pode prever qual será a sua evolução? (€poue: Qemauósjp ia UNS}O, “ivcaçãp: Un uetpvsp a ietcpbsjs, 2008, q. 90 a
102)
Aprender a fazer não pode, pois, continuar a ter o significado simples de
preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo
participar no fabrico de alguma coisa. Como consequencia, as aprendizagens
devem evoluir e não podem mais ser consideradas como simples transmissão
de práticas rotineiras, embora continuem a ter um valor formativo.

- Aprender a viver junto: Essa aprendizagem apresenta um dos maiores


desafios da educação.

54
Conceitos fundamentais da
Relatório em forma de livro: educação.
4. Aprender a ser
“Eiucação, um tesouro a
(Conceito principal que integra iescobrjr”
todos os outros)
- A educação deve contribuir para o
pleno desenvolvimento da pessoa;
Se baseia no relatório para a

Pilares da
- Ser humano preparado para a
autonomia; UNESCO da Comissão
- Não se pode negligenciar a Internacional para o século XXI
educação;

educação 1. Aprender a conhecer


3. Aprender a viver junto 4 Tipos fundamentais de
educação (Adquirir instrumentos de
(Cooperação com os outros em compreensão)
todas as atividades humanas)
- Compreender o mundo que o
- Educação formal com foco em 2. Aprender a fazer rodeia;
inserir os jovens em projetos de - Aprender a aprender;
cooperação; (Para poder agir sobre o meio envolvente) - Exercitar atenção;
- Estimular a participação em - Memória e pensamento;
- Ligada a formação profissional;
atividades sociais.
- Como pôr em prática os conhecimentos;
- Não podem ser simples práticas rotineiras;
- Devem evoluir;

55
A interdisciplinaridade tem sido abraçada por grande parte dos
Interdisciplinaridade educadores pois essa postura garante a construção do conhecimento de
maneira global, rompendo as barreiras entre as disciplinas pois apenas a
Interdisciplinaridade não é um conceito fechado em si mesmo, se não, integração dos conteúdos não traria um resultado satisfatório.
inter não significaria movimento.
- Quando voltada para a educação, se baseia nos seguintes princípios:
No sentido geral, é a relação entre as disciplinas. Nas DCNs é definida
como a transferência de métodos de uma disciplina para outra e está ligada a  Noção de tempo;
transversalidade por meio da ação didático-pedagógica mediada pela pedagogia  Na crença de que é o individuo que aprende;
de projetos.  O conhecimento é uma totalidade;
Ainda que esse termo seja usado para indicar relação entre disciplinas,  Crianças, jovens e adultos aprendem quando seu projeto de vida e o
alguns autores distinguem de outros termos, como a: Pluridisciplinaridade, conteúdo tem relação;
Multidisciplinaridade e a Transdisciplinaridade (Diferenças descritas no mapa),
- Objetivos da metodologia do trabalho interdisciplinar:
que também são formas de relações disciplinares em diversos níveis.

“{ jouesijtcjqmjoasjiaie é vna opwa aujuvie ijaoue ia rvetuãp ip  Integrar conteúdos;


conhecimento, de abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato de  Passar de uma concepção fragmentária para uma unitária de
aprender e dos aparentemente expressos, colocando-os em questão. [...] A conhecimento;
interdisciplinaridade pauta-se numa ação em movimento. Pode-se perceber  Superar a dicotomia entre o ensino e pesquisa;
esse movimento em natureza ambígua, tendo como pressuposto a  Ensino-aprendizagem com foco numa visão de que aprendemos ao logo
metamorfose, a incerteza. (Fazenda, 2002, p. 180) de toda a vida;
“O usabamhp jouesijtcjqmjoas cpotjtue en aqseoies vn qpvcp ie uvip.”
(Antisseri, 1975, p. 185)

É um movimento entre as disciplinas, sem a qual a disciplinaridade se


torna vazia. Esse processo desempenha papel decisivo para dar corpo à
educação, imprimindo a lógica de invenção, descoberta, pesquisa e da produção
cientifica.

Quando a interdisciplinaridade surgiu, no final do século XX, vinha da


necessidade de justificar a fragmentação causada por uma epistemologia de
cunho positivista. As ciências foram divididas e a interdisciplinaridade
restabelecia o diálogo entre elas. Passou a ser um termo aceito na educação
por ser vista como uma forma de pensamento.

56
Prepara o aluno para
o pensamento crítico Desperta a curiosidade e Constrói o saber a
e estimula a atitudes o interesse pelo partir de várias áreas Sai do tradicional e
mais ativas. aprendizado do conhecimento. mostra ao aluno um
conhecimento
globalizante.

Integração de disciplinas

Aprender um pouco
de tudo É flexível.

Interdisciplinaridade
Nas DCNs é vista
Princípios: Objetivos: como transferência
- Noção do tempo; de métodos de uma
- Integrar conteúdos;
- Na crença que é o indivíduo disciplina para outra
- Passar de uma concepção fragmentária para
que aprende; uma unitária de conhecimento;
- Conhecimento é uma - Superar a dicotomia entre ensino e pesquisa;
totalidade; - Crianças jovens e - Ensino-aprendizagem com foco numa visão de
adultos aprendem com seu que aprendemos ao longo de toda a vida;
projeto de vida;

57
Diferenças entre...
Multidisciplinaridade Pluridisciplinaridade
Expressa frações do conhecimentos e o hierarquiza. Estuda um objeto de uma disciplina pelo ângulo de várias
Aparentemente, não tem relação uma com a outra; cada outras ao mesmo tempo. Sistema de um só nível e de
disciplina permanece com sua metodologia própria; não há objetivos múltiplos; cooperação, mas sem coordenação; há
um resultado integrado. Segundo Piaget, é quando a solução troca entre elas, ainda que não seja organizada; propõe
de um problema requer a obtenção de informações de uma estudar o mesmo objeto em várias disciplinas ao mesmo
ou mais ciências ou setores do conhecimento sem que as tempo. Sua fjnaljiaie ajnia é “multjijscjpljnar”.
disciplinas evocadas sejam alteadas ou enriquecidas.

Transdisciplinaridade Interdisciplinaridade
Refere-se ao conhecimento próprio da disciplina mas está Pressupões a transferência de métodos de uma disciplina
além dela. Etapa superior a interdisciplinaridade; não atinge para outra. Intercâmbio mútuo e interação de diversos
apenas as interações ou reciprocidades, mas situa essas conhecimentos de forma recíproca e coordenada;
relações no interior de um sistema total; interação global perspectiva metodológica comum a todos; integrar os
das várias ciências; inovador; não é possível separar as resultados; permanecem os interesses próprios de cada
matérias. disciplina, porém, buscam soluções dos seus próprios
problemas através da articulação com as outras disciplinas.

58
Educação especial e educação §2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,
não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.
inclusiva. §3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início
A educação inclusiva é a educação especial dentro da escola regular, com na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
o objetivo de permitir a convivência e a integração social dos alunos com
deficiência, favorecendo a diversidade. Por meio dela, é possível educar Art. 59 . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
crianças e jovens dentro do mesmo contexto escolar concedendo a eles o pleno especiais:
direito à escolarização.
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos,
Vamos entender as diferenças entre educação especial e a inclusiva: para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
Educação Especial exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar
A educação especial é voltada ao atendimento do público que possui para os superdotados;
algum tipo de deficiência, seja física ou cognitiva, transtornos de altas
habilidades / superdotação. Ela pode ser colocada em prática em escolas III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior,
regulares ou até mesmo em escolas especializadas para este público. para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
Os objetivos da educação especial são os mesmo da educação regular. A
diferença está na forma como ela é oferecida ao aluno. Haja vista que ela IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na
modifica um pouco o sistema educativo para que o aluno seja atendido de vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem
forma particularizada. capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
Na Lei de Diretrizes e Bases da educação 9.394/1996, Cap. V, Art. 58 ao 60 superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
diz:
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e
§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. financeiro pelo Poder público.

59
Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a - O que é Atendimento Educacional Especializado – AEE?
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na
própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às O AEE tem a função de complementar ou suplementar a formação do
instituições previstas neste artigo. aluno disponibilizando, serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e
A educação especial é uma modalidade, e abrange todos os níveis do desenvolvimento da sua aprendizagem.
sistema de ensino, desde a Educação Básica (Educação infantil ao Ensino
médio) até o Ensino superior. É parte integrante da Educação Especial e tem como público-alvo: Alunos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou com altas
As Diretrizes Operacionais Para o Atendimento Educacional Especializado na habilidades/ superdotação.
Educação Básica, modalidade Educação Especial, estabelece como prioridade:
É realizado na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em
 A obrigatoriedade da matrícula dos alunos, público-alvo da Educação outra escola do ensino regular, em turno diferente.
Especial, na escola comum do ensino regular e da oferta do
atendimento educacional especializado – AEE.. O PPP da escola deve institucionalizar a oferta do AEE, e o professor deve
 A função complementar ou suplementar do atendimento educacional ter formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação
especializado e da Educação Especial, como área responsável pela sua especifica em educação especial.
realização.
 A conceituação do público-alvo da Educação Especial, a definição dos Educação inclusiva
espaços para a oferta do atendimento educacional especializado e o
turno em que se realiza. A Educação Inclusiva é um processo que envolve todos, independente de
 As formas de matrícula concomitante no ensino regular e no ser deficiente ou não, no direito à escolarização. É uma educação voltada para
atendimento educacional especializado, contabilizadas duplamente no a formação completa e livre de preconceitos, que reconhece as diferenças e dá
a elas o seu devido valor.
âmbito do FUNDEB, conforme definido no Decreto nº 6.571/2008.
 As orientações para elaboração de plano do AEE e competências do A inclusão exige que toda a população mude sua cultura para receber
professor do AEE.. esses alunos. Com esse processo é possível compreender as particularidades de
 A inclusão do AEE no projeto pedagógico da escola da rede regular de cada ser humano.
ensino.
 As condições para a realização do AEE em centros de atendimento O principio fundamental da educação inclusiva é a valorização da
educacional especializado. diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é
 As atribuições do professor que realiza o AEE.. totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de que as crianças devem se
tornar normais para contribuir para o mundo (Kunc e Pereira, 1992, p. 79).
 A formação do professor para atuar na Educação Especial e no AEE..

60
O papel da escola nesse sentido é aceitar os alunos com deficiência e
realizar adaptações necessárias para que eles tenham seu direito à educação
garantido, bem como aceitar os alunos de modo geral independente de raça,
gênero, cultura ou religião.

Outra preocupação e oferecer capacitação e formação continuada aos seus


educadores fundamentais para o exercício da profissão e para uma educação
de qualidade, como também adaptações e equipamentos que forem
necessários ao aprendizado. Além da troca de experiências entre profissionais
da escola.

Em uma escola inclusiva são criadas situações que favoreçam e respeitem


os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem dos alunos.

Todas as propostas que orientarão as atividades escolares e as intenções


dos educadores relativas à inclusão estarão registradas no PPP.

A inclusão é mais que necessária para permitir que absolutamente todos


tenham pleno acesso a uma formação escolar de qualidade.

É importante saber diferenciar alguns conceitos:

- Inclusão: Aceitar as diferenças , valorizar cada pessoa, conviver dentro da


diversidade humana. Se refere às adaptações feitas pela
sociedade/escola/família às necessidades especiais de alguns indivíduos.

- Exclusão: Se trata de deixar de lado, fingir que algo não existe. se refere à
separação dos indivíduos com necessidades especiais dos outros "normais".

- Integração: As pessoas com deficiência têm de se adequar à sociedade


dominante, às suas regras. se refere às adaptações feitas pelos indivíduos para
acompanharem a escola.

- Segregação: Significa "separar " as pessoas num só lugar e por último, de


acordo com suas diferenças e características.

61
LDB, Artigos 58 - 60
 Modalidade de ensino. Dever do estado, tem inicio na
 público-alvo: Pessoas com deficiência Educação Infantil e se
física ou cognitiva, transtorno de altas estende até o nível superior.
Artigo 58 habilidades/ superdotação.
- Oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino;
- Garantia dos serviços de apoio
especializado; Modifica um pouco o sistema de

Educação ensino para que o aluno seja


atendido de forma particularizada.

Especial
Artigo 59
- Currículos adaptados;
- Terminalidade específica;
- Professores especializados; AEE tem função complementar ou
- Educação Especial para o trabalho; suplementar
- Acesso a programas sociais;
DCNs – Educação Especial

Conceituação do público – alvo da


Ed. Especial, a definição dos
Artigo 60 Matrícula obrigatória ao público alvo na espaços para a oferta do AEE.
escola comum de ensino.
- Poder público terá como alternativa
preferencial a ampliação do
atendimento aos educandos com Direito ao Atendimento Educacional Contabilizados duplamente no
necessidades especiais na rede Especializado - AEE FUNDEB
pública de ensino.

62
Oferta obrigatória em todas - Função complementar ou
Garantido pela LDB, Artigo 58 as modalidades de ensino. suplementar para a formação
do aluno;
- Parte integrante da Educação
Especial;
Deve constar no PPP.
Função:
Identificar, elaborar, e organizar
recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem
barreiras para os estudantes com
deficiência.
AEE Realizado na Sala de
Recursos Multifuncionais.

Atendimento Educacional
O aluno e seus responsáveis
é que decidem sua
Especializado São espaços localizados nas
escolas públicas.
participação no AEE.

Professores devem ser


especializados em
Plano de AEE: Educação Especial. Constituídas por mobiliários,
jogos pedagógicos, recursos de
Resulta na organização do acessibilidade e equipamentos
professor quanto as específicos.
atividades de No cotidiano,o professor identifica as necessidades especificas e as
atendimentos ao aluno e habilidades do aluno com deficiência, faz um levantamento de materiais
reprodução de materiais. de equipamentos e elabora o Plano de AEE para cada aluno.

63
Conceitos importantes:

Envolve todos, independente de ter


Inclusão: Aceitação das diferenças, Princípio: deficiência ou não.
valorização da pessoa, convívio dentro Valorização da diversidades.
da diversidade.

Exclusão: Deixar de lado, fingir que


Voltada para a formação
não existe.

Integração: As pessoas quem tem que


Educação livre de preconceitos.

Inclusiva
se adequar ao ambiente.

Exige que a população


Segregação: Separar as pessoas de mude sua cultura e receba
acordo com suas diferenças. os alunos, compreendendo
as particularidades do ser
humano.
Papel da escola:
Receber os alunos e realizar as
adaptações necessárias para a
Formação continuada para
garantia do direito à educação, Propostas inclusivas devem
os educadores exercerem a
promover situações que constar no PPP da escola.
sua profissão.
favoreçam e respeitem os ritmos
e aprendizagens dos alunos.

64
Principais diferenças:
Educação Especial Educação Inclusiva
Processo educativo: Processo educativo:
Abrange todos os níveis da educação, desde a Deve ser considerado um processo social em que
Educação Infantil até o Ensino Superior. todas as pessoas tem direito a educação.
Objetivo: Objetivo:
Promover o desenvolvimento das habilidades através Formação completa e livre de preconceitos
de recursos e estratégias que garantam a reconhecer diferenças e dar a elas o devido valor.
participação na sociedade e a aprendizagem.
Público-alvo:
Público-alvo:
Todas as pessoas, independente de serem
Alunos com deficiência, distúrbios de aprendizagem, deficientes, cultura, raça, cor ou gênero.
com altas habilidades / superdotação.

65
Esse processo se inicia muito antes da criança entrar na escola, pois
Alfabetização e Letramento antes disso, ela já possui contato com o seu meio social, que lhe permite
adquirir conhecimentos como a própria linguagem verbal, entre outros.
A aquisição da leitura e escrita depende de duas portas de entrada,
distintas, mas indissociáveis e que necessitam ser trabalhadas ao mesmo “{t csjaoçat te aqspqsjan ia mejuvsa netnp rvaoip ajoia oãp a fazen
tempo: Alfabetização e Letramento. convencionalneoue”. (€essejsp e Tebesptly, 1999) Nesta perspectiva, as crianças
aprendem naturalmente no meio em que elas vivem, por meio de estímulos
Precisamos entender inicialmente qual a diferença entre esses dois visuais e sonoros.
termos:
A crianças despertará a curiosidade pela leitura desde que, o educador
Alfabetização consiste em um processo básico de ensinar as crianças a faça sempre leituras interessantes e atividades que favoreçam a participação
mesen e a etcsewesen. “É p ipníojp ia uécojca: safas, secpoheces meusat, vtas das mesmas possibilitando-as uma compreensão sobre o significado das
papel, entender a direcionalidade da escrita, pegar no lápis, codificar, palavras. Isso ocorrerá por meio das práticas de alfabetização que estimulam a
estabelecer relações entre sons e letras, fonemas e grafemas, perceber leitura e a escrita, levando-os ao prazer de estarem sempre lendo e desta
unidades menores que compõem o sistema da escrita (palavras, silabas, letras). forma aprender a escrever com autonomia.
(Magda Soares, 2003)
Pode-se dizer que processo de alfabetização ocorrerá quando o aluno
Já o Letramento vai além disso, fazendo com que o individuo adquira o souber ler, escrever, interpretar e elaborar produção de textos simples ou
domínio da linguagem escrita e falada, utilizando-a nos mais diferentes complexos com eficiência e qualidade.
contextos.
Fatores favoráveis à alfabetização
O que é alfabetização? - Ambiente alfabetizador: Segundo Emilia Ferreiro, criar um ambiente
Nessa etapa, se desenvolve a habilidade de ler e escrever de acordo com alfabetizador significa organizar a sala de aula de maneira que cada parte
as regras do idioma e a utilizar esta habilidade como um código de ofereça materiais que favoreçam a aquisição de conhecimentos:
comunicação com o seu meio, também tornando o aluno apto a seguir adiante
nos estudos, dando uma referência básica quanto à habilidade de leitura e * Cantinho da leitura;
utilização dos números.
* Materiais com ilustrações e escritas (jornais , revistas, dicionários, folhetos,
A incapacidade de adquirir a habilidade da leitura e da escrita é chamada embalagens, etc.);
de analfabetismo ou iliteracia. Já a incapacidade de compreensão de textos
simples é chamada de analfabetismo funcional ou semianalfabetismo. * Alfabeto ilustrado;

Alfabetização é muito mais que decodificação e codificação de códigos, é a * Sequência numérica;


relação entre aluno e seu conhecimento de mundo.
* Calendário;

66
* Painel de aniversariantes; * Alfabético: Considerado o mais antigo dos métodos, propõe que o individuo
aprenda os nomes das letras, reconheça fora de ordem alfabética e, por fim,
* Painel de ajudantes; tente redescobri-las em palavras ou textos, por meio da soletração.

* Lista de sílabas e palavras; O estudante aprende primeiro as letras, depois forma silabas juntando
consoantes e vogais, para depois formar palavras que constroem um texto.
- Atividades significativas: Propor atividades de leitura e escrita que fazem
sentido para as crianças. * Fônico: Parte da relação entre o fonema e o grafema. Começando com sons
mais simples para os mais complexos, das vogais para as consoantes, por fim,
- Capacitação docente: O embasamento teórico através de formação formam-se as silabas e as palavras, estabelecendo uma relação direta entre a
continuada leva o professor a acreditar em seu trabalho, e que cada criança escrita e a fala, abrindo caminho para a codificação e decodificação dos textos.
aprende no seu tempo, de acordo com suas diferenças cognitivas.
* Silábico: A sílaba é a unidade linguística fundamental, já que, na prática, só se
- Autoestima: Trabalhar a autoestima dos estudantes é fator relevante em pode pronunciar a consoante juntamente com uma vogal. Começa pelas silabas
qualquer processo de aprendizagem. simples até chegar às mais complexas, para então formar palavras.
- Intervenções: O papel do professor é preponderante, e necessário, nas - Métodos analíticos: Vão do todo para as partes, originando-se de unidades de
intervenções que faz para levar o educando a avançar no conhecimento. significado. Nesse método inicia-se trabalhando unidades completas de
linguagem para então dividi-las em partes menores. Se dividindo em 3
- Realizar diagnósticos: Diagnosticar o que os estudantes já sabem, antes de métodos, global, sentenciação e palavração.
iniciar o processo de alfabetização, é condição para o sucesso da aprendizagem
da leitura e da escrita. * Palavração: Primeiramente, existe o contato com os vocábulos em uma
sequência que engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de um
Métodos de alfabetização certo número de palavras, inicia-se a formação das frases. É um meio-termo
entre as práticas sintéticas e analíticas, pois permite trabalhar em unidades
Da necessidade de saber como se dá o processo de aprendizagem de menores, sem dissociá-las do significado.
leitura e escrita, surgiram os métodos de alfabetização, que impõe regras que
devem ser seguidas pela criança a ser alfabetizada. * Sentenciação: A unidade inicial é a frase, que depois é dividida em palavras,
de onde são extraídas as sílabas. O estudante deve reconhecer e compreender
Esses métodos se dividem em dois, os sintéticos e os analíticos: o sentido de uma sentença para depois analisar as suas partes menores
(palavras e sílabas). Permite que os alunos se relacionem com o significado dos
- Métodos sintéticos: Vão das partes para o todo, começando das unidades textos, aprendam, desde o começo a utilizar estratégias de leitura inteligente.
sonoras ou gráficas. É o aprendizado letra por letras ou sílaba por sílaba e
palavra por palavra. Os métodos sintéticos se dividem em alfabético, fônico e * Global: É composto por unidades de leitura que tem começo, meio e fim, e
silábico. são ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da
criança, ou seja, o amvop nenpsjza e eoueoie p teoujip gesam ip rve é “mjip”,

67
depois se analisam as sentenças e se identificam as palavras, comparando as Jacaré = JKRJCE, AKE, AAE – (Silábico evoluído) A escrita contém
suas composições silábicas. Desde o começo o aluno tem contato com o texto. correspondência sonora de vogais ou consoantes.

Níveis da evolução da leitura - Nível silábico-alfabético: A criança passa a entender que as sílabas possuem
mais de uma letra. Emília Ferreiro diz que um adulto mal informado poderá
achar que a criança está omitindo letras quando na verdade ela está
Emília Ferreiro, em sua pesquisa sobre a construção da leitura e da acrescentando letras à sua escrita.
escrita, junto a Ana Teberosky, descreve de forma mapeadora o processo que
cada individuo percorre para a aquisição da língua escrita. Ex.:
Essa pesquisa permitiu identificar quatro níveis de evolução da escrita, até Pato = PTU
o momento em que a criança venceu as barreiras do sistema, sendo capaz de
interpretar (ler) e reproduzir (escrever) símbolos gráficos. Macaco = MCACO
- Nível pré- silábico: A criança percebe que a escrita representa o que é - Nível alfabético: A criança já consegue reproduzir adequadamente todos os
falado, pensa que é possível ler nomes diferentes com grafias iguais. As fonemas de uma palavra. Neste nível pode-se considerar que a criança venceu
reproduções geralmente são feitas através de rabiscos e desenhos, pois ainda as barreiras do sistema de representação da linguagem escrita. A partir daí,
não conseguem relacionar as letras. surgirão os problemas de ortografia, entretanto, trata-se de outro tipo de
dificuldade que não corresponde ao sistema da escrita.
Ex.:
Ex.:
Gelatina = SRIOB
Cachorro = CAXORO
Bela = SRIOB
Gorila = GURILA
Cocada = SRIOB

- Nível silábico: A criança passa a entender que existe uma correspondência O que é Letramento?
entre as letras e o que é falado. Ela trabalha com a hipótese de que a escrita
representa partes sonoras de fala, porém, com uma particularidade: Cada letra O meusaneoup qpie tes iefjojip cpnp “setvmuaip ia açãp ie eotjoas pv ie
vale por uma sílaba. aprender a ler e escrever. O estado ou a condição que adquire um grupo social
ou um individuo como conseqüência de ter-te aqspqsjaip ia etcsjua.” (Magia
Ex.: Soares, p. 17)

Jacaré = FRA (silábico restrito) – A escrita está restrita a letras de sua Para (Kleiman, 1995), pode-se definir letramento como um conjunto de
experiência. práticas sócias que se usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto
tecnologia, em contextos específicos e para objetivos específicos. Logo pode-se

68
afirmar que nem todos adultos alfabetizados são letrados, isso porque o diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e
processo de alfabetização é contínuo e não se esgota. qps pvusat mjogvageot”. (BRASIL, 2017, p. 65-66)

O individuo letrado não é somente aquele que sabe ler e escrever de O papel do professor no processo de
forma básica, mas sim, aquele capaz de dominar o uso da escrita e da leitura
no seu cotidiano, utilizando-a e compreendendo-a nos mais diferentes alfabetização e letramento
contextos.
O professor é o mediador do conhecimento, respeitando a bagagem que
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997, p. 21) o letramento é o aluno traz consigo, principalmente em um mundo globalizado onde as
entendido como: informações correm a todo vapor. Assim sendo o educador deve adotar uma
prática que favoreça ao educando a apropriação das habilidades e
[ . . . ] produto da participação em práticas sócias que usam a escrita como competências necessárias para que estimule-se o letramento, criando assim
sistema simbólico e tecnológico. São práticas discursivas que precisam da futuros cidadãos ativos na sociedade em que estão inseridos e não cidadãos
escrita para torná-las significativas, ainda que as vezes não envolvam as passivos.
atividades específicas de ler e escrever. Dessa concepção decorre o
entendimento de que, nas sociedades urbanas modernas, não existe grau zero Na verdade alfabetizar a criança letrando ao mesmo tempo dá mais
de letramento, pois nelas é impossível não participar, de alguma forma, de sentido ao aprendizado do discente. É possível letrar o aluno antes mesmo de
algumas dessas práticas. alfabetizá-lo, se isso ocorrer a criança terá menos dificuldade no processo de
alfabetização.
Assim, o sujeito letrado, utiliza e articula a funcionalidade de cada recurso
comunicativo de acordo com suas necessidades individuais e sociais. “otjoas a mes e etcsewes op cpouexup iat qsáujcat tpcjajt e ie mejuvsa e
escrita, de modo que o individuo se torne, ao mesmo tempo, alfabetizado e
Para Tfouni (1988), enquanto a alfabetização diz respeito às habilidades meusaip”. (Magia Spaset, 2003)
individuais para a leitura e a escrita, o letramento envolve a dimensão social,
pois focaliza aspectos sociais e históricos da aquisição da escrita.

Spaset (1998, q.39) iefjoe p meusaneoup cpnp “setvmuaip ia açãp ie


ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita. Ou toda condição
que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se
aqspqsjaip ia etcsjua e ie tvat qsáujcat tpcjajt”.

De acordo com a BNCC, no componente Língua Portuguesa, deve-se


proporcionar aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação do
meusaneoup. “~e fpsna a possibilitar a participação significativa e critica nas

69
Objetivo:
O que é? “É mujto majs io que
Tornar o aluno apto a seguir decodificação e codificação, é a
Uma etapa onde se desenvolve adiante nos estudos, dando uma
a habilidade de ler e escrever relação entre o aluno e seu
referência básica quanto a conhecjmento ie munio.”
de acordo com as regras do habilidade de leitura e utilização
idioma, e a utilizar esta (Magda Soares)
dos números.
habilidade como um código de
comunicação com o seu meio.

É um processo que se inicia


muito antes da criança entrar na
escola. O contato com o meio
social permite adquirir
Alfabetização Conceitos importantes:

conhecimentos. Analfabetismo: Incapacidade


de adquirir a habilidade da
leitura e da escrita.
Fatores favoráveis à alfabetização: Analfabetismo funcional:
Incapacidade de
- Ambiente alfabetizar; compreensão de textos
Domínio da técnica: - Atividades significativas; simples.
Grafar, reconhecer letras, usar - Capacitação docente;
papel, entender a direcionalidade - Auto-estima dos envolvidos;
da escrita, pegar no lápis, codificar, - Intervenções;
estabelecer relações entre sons e - Realização de diagnósticos;
letras, fonemas e grafemas. (Magda
Soares, 2003)

70
Métodos de Alfabetização

Sintéticos Analíticos
Vão das partes para o todo, começando das unidades sonoras Vão do todo para as partes. Inicia-se trabalhando unidades
ou gráficas. É o aprendizado letra por letra, ou silaba por completas da linguagem para então dividi-las em partes
silaba e palavra por palavra: Se dividem em 3: menores. Os métodos analíticos são 3:

Alfabético: Propõe que aluno aprenda os nomes das letras, Palavração: Palavras significativas são apresentadas em
reconheça fora da ordem alfabética e, por fim, tente agrupamento retiradas de um texto ou de uma história e os
redescobri-las em palavras ou textos para soletração. alunos aprendem a partir da visualização e pela configuração
gráfica, para adquirir um certo números de palavras e então
Fônico: Parte da relação entre o fonema e grafema. iniciar a formação de frases.
Começando com sons mais simples para os mais complexos,
das vogais para as consoantes. Estabelece uma relação direta Sentenciação: A frase é a unidades inicial, o professor divide a
entre escrita e fala. frase em palavras, isola os elementos conhecidos dela,
ampliando assim, o vocabulário.
Silábico: Visto que só se pode pronunciar a consoante junto
com a vogal, nesse método, começa pelas silabas simples até Global: Unidades de leitura com começo, meio e fim. Parte das
as complexas, para então formar silabas. São propostas pequenas histórias, em seguida decompõem-se do texto
palavras-chave em cartilhas com a finalidade de apresentar frases, as frases em palavras, as palavras em silabas, para no
silabas e consequentemente formar as frases. final a formação de novas palavras com as silabas estudadas.

71
Níveis da escrita
(Segundo Emília Ferreiro)

1. Nível Pré-silábico 2. Nível Silábico


- A criança percebe que a escrita representa o que é falado. - A criança entende que existe correspondência entre as letras
– Reproduções feitas através de rabiscos e desenhos. e o que é falado.
– Cada silaba possui uma letra.
Ex.: DIOU (passarinho)
Ex.: CLD (Cavalo)

4. Nível Alfabético 3. Nível Silábico-alfabético


- A criança consegue reproduzir adequadamente todos os - A criança entende que as silabas possuem mais de uma letra.
fonemas de uma palavra. – Ao invés de estar omitindo letras, na verdade ela está
– Percebe-se o valor entre letras e silabas. acrescentando letras a sua escrita.
Ex.: FUTEBO (Futebol) Ex.: KVALU ou CAVLO (Cavalo)

72
O sujeito letrado articula a
funcionalidade de cada recurso O individuo letrado é capaz de
comunicativo dominar o uso da escrita e da
Envolve a dimensão social, leitura no seu cotidiano nos
focaliza aspectos sociais e mais diferentes contextos.
histórias da aquisição da
escrita.

Letramento
Nos PCNs é visto como:
- Produto da participação em
Pressupõe, organizar discursos,
práticas sociais;
interpretar textos e
- Usar a escrita como sistema
compreendê-los e reflexão. Desenvolve o uso competente simbólico e tecnológico;
da leitura e da escrita nas - Práticas discursivas;
praticas sociais.

73
Diferenças entre...
Alfabetização Letramento
Conceito: Conceito:
Processo de aprendizado da leitura e da escrita. Desenvolvimento do uso competente da leitura e
escrita nas práticas sociais.
Uso:
Uso:
Uso individual da leitura e da escrita.
Uso social da leitura e da escrita.
Individuo:
Individuo:
Alfabetizado é o sujeito que sabe ler e escrever.
Letrado sabe usar a leitura e a escrita de acordo com
Atividades envolvidas:
as demandas sociais.
Codificar e decodificar a escrita e os números.
Atividades envolvidas:
Ensino:
Organizar discursos, interpretação e compreensão de
Deixa o individuo apto a desenvolver os mais diversos textos, reflexão.
métodos de aprendizado da língua.
Ensino:
Habilita o sujeito a utilizar a escrita e a leitura nos
mais diversos contextos.

Fonte: diferença.com/alfabetização-e-letramento

74
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do
Educação de Jovens e Adultos – trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente,
EJA com a educação profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008)
A EJA é uma modalidade de ensino criada pelo Governo Federal que
perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos jovens,
adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na idade apropriada. Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
Permite que o aluno retorne os estudos, os conclua em menos tempo e esteja compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao
mais qualificado para o mercado de trabalho. prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
A oferta da EJA pode ser no ensino presencial ou à distância (EAD), tem o I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
objetivo de democratizar o ensino na rede publica no Brasil, Antes era anos;
conhecida com supletivo. Hoje em dia é dividida em etapas: II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
- EJA Ens. Fundamental: Destinada a alunos a partir de 15 anos que não § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios
completaram a etapa entre p 1° e 9° ano. Duração média de 2 anos para a informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
conclusão.

- EJA Ens. Médio: Destinada a alunos maiores de 18 anos que não completaram Esses artigos são orientações acerca da possibilidade de frequência na
o Ensino médio. Quando conclui essa etapa, o aluno está preparado pra realizar EJA, sinalizando, entre muitas indicações, a idade destinada a inserção no Ens.
provas de vestibular ou ENEM. Duração média de 18 meses para a conclusão. Médio. Fica claro a garantia legal ao acesso à educação de jovens e adultos na
sociedade. Todavia, o problema do analfabetismo no Brasil ainda se faz
Quanto ao disciplinamento legal que a EJA recebe na LDB, destacamos: presente.

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram Vale destacar, que no Plano Nacional de Educação 2014-2024, as metas
acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade 8,9 e 10 são destinadas à erradicação do analfabetismo e a EJA.
própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo - Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte
da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018) e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de
que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

75
- Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou Em 1971 o ensino supletivo foi regularizado, de modo a reconhecer o
mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 direito da cidadania.
e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e
reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. A EJA assumiu um papel importante na história da educação no Brasil, a
partir da redemocratização do país nos anos de 1980, onde a educação passou
- Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas a ser direito de todos e dever da família e do Estado.
de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma
integrada à educação profissional. Conforme o princípio do direito, a LDB – artigo 4, inciso IV assume que o
Estaio garantjrá o “acesso públjco e gratujto aos ensjnos funiamental e méijo
(Gadotti, 2010) Aponta que o analfabetismo é a expressão da pobreza, para toios que não concluíram na jiaie próprja”. (BRASIL, 1996, p. 9)
conseqüência inevitável de uma estrutura social injusta, seria ingênuo combatê-
lo sem, de fato, enfrentar suas causas. Objetivos da EJA
Na EJA o processo de alfabetização não poderá ser pela simples
decodificação ou memorização de letras, silabas ou palavras, mas pelo Entre os objetivos da educação de jovens e adultos estão: Democratizar o
envolvimento do sujeito nas práticas sociais de linguagem. processo de escolarização; Garantir o acesso à educação para pessoas excluídas
dos sistemas de ensino; Inclusão social e cultural das pessoas que vivenciaram
É evidente que quanto as discussões referentes a EJA em nosso país um longo período de exclusão social; Considerar as características e
exigem uma compreensão sobre a sua história em uma perspectiva social, particularidades do publico atendido; Primar pela qualidade de ensino;
política, econômica, cultural, entre outras instâncias. Proporcionar a oportunidade de ingresso e permanência a educação formal;
Assegurar condições de acesso ao mundo de trabalho;
Contexto histórico Funções da EJA
No ano de 1962, Paulo Freire realizou suas primeiras experiências na área
de alfabetização de adultos para 300 trabalhadores do campo na cidade de - Reparadora: Para aqueles que foram excluídos do processo de escolarização e
Angicos- RN, a partir daí houve trabalhos semelhantes nas favelas de Recife- não tiveram acesso , nem domínio da leitura e escrita.
PE, além ijsso, o governo se jnteressou “pelo proketo e pretenija organjzar 20
- Equalizadora: Uma vez que visa a equidade da distribuição dos bens sociais e
mjl “currículos ie cultura”, proceijmento ie seu métoio ie alfabetjzação, a fjm
a igualdade de oportunidades.
ie atjngjr cerca ie 2 mjlhões ie aiultos por ano”. (Aranha, 2002, p. 2006)

Em 1964 Paulo Freire foi exilado do Chile, porém, sua proposta de - Qualificadora: Refere-se à educação permanente, com base no caráter
alfabetizar adultos repercutiu no país, e baseado na proposta das experiências incompleto do ser humano, cujo potencial de desenvolvimento e de adequação
educacionais para adultos, em 1967 o governo militar criou o MOBRAL, e o pode se atualizar em quadros escolares ou não-escolares. Mais que uma
método antes aplicado por Freire sofreu alteração, sendo utilizado apenas função, é o próprio sentido da educação de jovens e adultos.
fichas de leitura.

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LDB: Artigos 4, 37 e 38 Funções da EJA:
Modalidade de Ensino
PNE: Metas 8, 9 e 10 - Reparadora;
- Equalizadora;
- Qualificadora
Deve primar pela qualidade Pode ser presencial ou à
de Ensino. distância.

Primeiras experiências

Educação de Jovens na área de alfabetização


de jovens e adultos em
1962, por Paulo Freire,
em Angicos - RN com

Destinada aos jovens, adultos e


idosos que não tiveram acesso à
educação na idade apropriada.
e Adultos - EJA 300 trabalhadores do
campo.

Objetivos: Se divide em duas etapas:


- Democratizar o processo de escolarização; - EJA Ens. Fundamental: 1° a 9°
O processo de alfabetização se dá pelo - Assegurar condições de acesso ao mercado ano, duração média de 2 anos.
envolvimento do sujeito nas práticas de trabalho; – EJA Ens. Médio: Alunos
sociais da linguagem. - Inclusão social e cultural do público-alvo. maiores de 18 anos, duração
média de 18 anos.

77
Essas tecnologias fazem parte dos processos informacionais e
TICs na Educação comunicativos da sociedade. Esses recursos são importantes para a educação,
pois através deles as informações são processadas de forma mais prática e em
menos tempo.
(Tecnologias da informação e comunicação)
“{ttjn upsoa-se cada vez mais necessá´rio que a escola se aproprie dos
As TICs são formas tecnológicas distintas de comunicar e informar por secvstpt uecopmógjcpt, ijoanjzaoip p qspcettp ie aqseoijzagen”. [ . . . ]
meio das funções de hardware, software e telecomunicações. Podem ser (Serafim, 2011, p. 25)
utilizadas em muitos segmentos mas vamos nos deter a sua presença no
ensino e aprendizagem. Os alunos, principalmente os nativos digitais (jovens que nasceram em
uma época que a tecnologia já era uma realidade) estão cada vez mais
No ano de 2009, a UNESCO no Brasil lançpv p qspkeup “Paisõet ie conectados e interessados em processos automatizados.
cpnqeuêocja en Tƒ}t qasa qspfettpset”, e en 2014 maoçpv vn gvja tpbse
como inserir a tecnologia na educação. No entanto as TICs trouxeram algumas dificuldades e conflitos de
adaptação, mas que podem ser contornadas para proporcionar uma melhor
A UNESCO acredita que as TICs contribuem com a equidade e ao acesso experiência para os envolvidos.
universal da educação, com qualidade de ensino e aprendizagem e a elevação
dos níveis dos mesmos, com desenvolvimento profissional de professores, bem - Principais desafios:
como melhorar a gestão e a administração educacional ao fornecer políticas,
tecnologias e capacidades.  Acompanhar os avanços do setor;
Na educação presencial as TICs potencializam os processos de ensino, são  Manter os alunos engajados;
uma ferramenta de aprendizagem que permite acesso de todos.  Inovar no ato de ensinar;
 Infraestrutura adequada;
Com as novas tecnologias que vão surgindo, novas formas de aprender e  Escolher ferramentas tecnológicas estratégicas;
novas competências são exigidas, é necessário mudanças na prática pedagógica.
A exemplo disso temos as circunstâncias que aconteceram no ano de 2020, - Exemplos de TICs: Computadores, impressoras, webcam, câmeras,
onde, em razão do isolamento social, as escolas, professores e alunos aderiram smartphones, email, internet, aplicativos, etc.
ao ensino através de aplicativos e redes sociais, para que os alunos não viessem
a ser prejudicados. Todos tiveram que se adaptar ao uso da tecnologia como Para introdução das TICs na educação é preciso, conscientizar sobre a
recurso de ensino. importância, criar ou atualizar políticas ligadas a aprendizagem móvel, expandir
e melhorar opções de conexão, ter acesso igualitário, treinar professores, usar a
O uso das TICs, desencadeia uma série de reformulações, principalmente tecnologia a favor da comunicação e a gestão educacional, criar e otimizar o
nas escolas quanto a utilização dessas novas praticas no modo de aprender e a conteúdo educacional e garantir a equidade de gênero.
ensinar.

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Exemplos:
Computadores, impressoras, webcam,
Formas tecnológicas distintas de câmeras, email, smartphones,
comunicar e informar por meio de internet, aplicativos, entre outros.
funções de Hardware e Software
e telecomunicações.
Essas tecnologias fazem parte dos
processos informacionais e
comunicativos da sociedade.

TICs na
Educação
Para a introdução das TICs na
Tecnologias da Informação e Comunicação
educação, se faz necessário
conscientizar sobre a importância,
criar ou atualizar políticas ligadas a
aprendizagem móvel, ter acesso Principais desafios:
igualitário, treinar professores e
melhorar opções de conexão. - Acompanhar os avanços do setor;
- Manter os alunos engajados;
- Inovar no ato de ensinar; Infraestrutura adequada;
- Ferramentas tecnológicas que sujam estratégicas;

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É a formação completa da
É uma proposta contemporânea, A escola assume o papel de
capacidade física, moral e
inclusiva, alinhada a articuladora das diversas experiências
intelectual do ser humano, o educativas que os alunos podem viver
sustentabilidade e que busca
seu desenvolvimento pleno. promover a equidade. dentro e fora dela.
e se constituir como projeto
coletivo, compartilhado por
crianças, jovens, famílias,
educadores, gestores e
comunidades locais.
Educação integral
Refere-se a ampliação da jornada
x Educação em Mapa extra !

escolar dos estudantes, trazendo ou


não novas disciplinas para o
currículo escolar. A maioria das
unidades de ensino que adota esse
tempo integral Na escola em tempo integral o
modelo geralmente implementam a estudante deve ter acesso à
extensão do tempo em turno e experimentação científica,
contraturno escolar durante metade O artigo 36 do parecer n°7 da cultura, artes, esporte. Lazer,
de um dia letivo, os estudantes resolução do CNE (2010) Aponta tecnologias de comunicação,
estudam as disciplinas do currículo que é considerado período direitos humanos, preservação
básico, como português e integral toda jornada escolar do meio ambiente, saúde,
matemática, e o outro período é organizada em 7 horas diárias, entre outros.
utilizado para aulas ligadas às artes resultando na carga horária anual
ou esporte. de 1.400h.

80
Tipos de educação Mapa extra !

Formal Não formal Informal

Institucionalizado hierarquicamente, Qualquer tentativa organizada e Consiste em adquirir conhecimento


organizado e legalmente reconhecido. sistemática que normalmente se através de experiências diárias.
realiza fora do sistema formal de
ensino. Ex.: Mini cursos e cursos Ex.: Em casa, trabalho, lazer,
profissionalizantes. conversando com amigos, etc.

É obrigatório
Ed. Infantil, Ensino Fundamental e
Educação básica Médio.

Técnico e Especialização
Sistema escolar Educação profissional

Tecnólogo, Graduação e Pós- Latu


Ensino superior senso ou Stricto sensu.

81
Como se divide a educação brasileira
Mapa extra !

Níveis Etapas
- Educação básica: Se divide em 3 etapas, Educação - Educação Infantil: Desenvolvimento integral da criança até
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. 5 anos.
- Ensino Superior: Cursos de extensão, Graduação ou Pós- - Ensino Fundamental: Duração de 9 anos, inicia-se aos 6
Graduação. anos de idade.
- Ensino médio: Duração mínima de 3 anos.

Fases Modalidades
- Creche: Crianças até 3 anos. Ao todo são 7: Educação de Jovens e adultos – EJA,
Educação Especial, Educação do Campo, Educação à
- Pré-escola: Crianças de 4 a 5 anos. distância, Educação profissional e tecnológica, Educação
- Ensino Fundamental anos iniciais: 1° ao 5° ano Indígena e Educação Escolar Quilombola.

- Ensino Fundamental anos finais: 6° ao 9° ano

82
FAZENDA, Ivani, org. Didática e Interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus,
Bibliografia 1998.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda – História da educação e da pedagogia [Livro FAZENDA, Ivani, org. O que é interdisciplinaridade – São Paulo; Cortez, 2008.
eletrônico] : geral e Brasil / Maria Lúcia de Arruda Aranha – São Paulo:
Moderna, 2012. ARANHA, Maria Salete Fábio – Educação Inclusiva: A escola. Brasília: Ministério
da Educação: Secretaria de Educação Especial, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos – Didática [Livro eletrônico] Brasil: Cortez editora, 2006.
MANTOAN, Maria Tereza Égler – Inclusão Escolar: O que é? Por que é? Como
SAVIANI, Demerval – Escola e Democracia. 1ª Ed. Campinas – SP: Editora fazer? – São Paulo: Moderna, 2003.
Autores Associados LTDA, 1991.
FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana – A Psicogênese da Língua Escrita –
LUCKESI, Cipriano Carlos – Avaliação da Aprendizagem Escolar [livro eletrônico] Porto Alegre: Artmed, 1999.
1ª Ed. São Paulo: Cortez, 2013 SOARES, Magda – Letramento e Alfabetização: As muitas facetas, UFMG,
Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita, Revista Brasileira de Educação,
CORTE, Marilene Gabriel Dalla – Projeto Político Pedagógico: Entre Políticas, 2003.
conhecimentos e práticas educacionais. 1ª Ed. São Leopoldo: OIKOS, 2016.
FREIRE, Paulo – Pedagogia do Oprimido, 25ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
CARIA, Alcir de Souza – Projeto Político Pedagógico: Em busca de novos 1998.
sentidos – São Paulo: Editora e livraria Instituto Paulo Freire, 2011.
ABREU, Ana Rosa – Alfabetização: Livro do professor – Brasília:
DONALD, L. Griggs – Manual do Professor Eficaz. 1ª Ed. – Griggs Educational FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000.
Service, 1985.

PERRENOUD, Philippe – Pedagogia Diferenciada, traduzido por Patricia Chittoni


Ramos, Porto Alegre, 2000.

ZABALA, Antoni – A prática educativa: Como ensinar. Traduzido por Ernani F. da


F. Rosa – Porto Alegre: Penso, 2014.

RAMOS, Cristiane de Castro – Ludicidade e Educação – Rio de Janeiro: Eulim,


2017.

VALLE, TGM, org. – Aprendizagem e desenvolvimento humano: Avaliações e


intervenções (online). São Paulo: Cultura acadêmica, 2009.

83
“ A vontade de se preparar deve ser
maior do que a vontade de vencer.
Vencer será a consequência da boa
preparação”.
Não desista dos seus objetivos!

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