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Nitrogênio
Juan Fernando Riasco Palacios
Metabolismo do Nitrogênio
Introdução
Neste conteúdo estudaremos sobre a desaminação oxidativa e o ciclo da ureia e
a importância das reações bioquímicas nas vias metabólicas, proporcionando uma
visão integrada do metabolismo.
Ojetivos da Aprendizagem
• Descrever a renovação das proteínas e a taxa média de turnover proteico nos
indivíduos saudáveis, além de compreender o processo de degradação pro-
teica;
• Discutir sobre a importância das reações de transaminação e desaminação
oxidativa para o organismo;
• Entender o mecanismo do ciclo da ureia e a importância fisiológica desse
processo.
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Metabolismo Geral do Nitrogênio e Reação de
Transaminação
Os aminoácidos podem ser classificados em dois grupos: essenciais e não essenciais.
Os mamíferos sintetizam os aminoácidos não essenciais a partir de precursores
metabólicos, porém, devem obter os aminoácidos essenciais a partir da dieta. Quando
em excesso, os aminoácidos não são armazenados e também não são excretados.
Eles são convertidos em intermediários metabólicos, por exemplo, o Piruvato. Logo,
os aminoácidos são precursores de glicose, ácidos graxos e corpos cetônicos,
sendo considerados combustíveis metabólicos. Nesta subseção, estudaremos a
transaminação e a desaminação dos aminoácidos.
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proteínas anormais ou desnecessárias. Para muitas proteínas, a regulação da síntese
determina sua concentração na célula, com a degradação proteica apresentando
menor importância nessa avaliação. (FERRIER, 2019).
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Via proteolitica ubiquitina-proteossomo: As proteínas destinadas a degradação
pelo sistema ubiquitina-proteossomo são inicialmente ligadas covalentemente
a ubiquitina, uma pequena proteína globular não enzimática. A ubiquitinacão do
substrato-alvo ocorre por meio da ligação da a-carboxila da glicina C-terminal da
ubiquitina a um grupo α-amino de uma lisina da proteína que serve de substrato,
em um processo de três etapas catalisado enzimaticamente e dependente de ATP.
A adição consecutiva de porções ubiquitina gera uma cadeia de poliubiquitina. As
proteínas marcadas com ubiquitina são então reconhecidas por um grande complexo
proteolítico macromolecular, com formato de barril, denominado proteassomo, que
funciona como “lata de lixo”.
Atenção
O proteossomo desenrola, desubiquitina e corta a proteína-alvo
em fragmentos, posteriormente degradados em aminoácidos,
que entram no conjunto dos aminoácidos. (Nota: as ubiquitinas
são recicladas.) Deve-se observar que a degradação seletiva de
proteínas pelo complexo ubiquitina-proteassomo, ao contrário
da simples hidrólise por enzimas proteolíticas, requer energia na
forma de ATP.
As aminotransferases são específicas quanto aos seus substratos, sendo que cada
aminotransferase é específica para um ou, no máximo, poucos doadores de grupos
amino. As aminotransferases são designadas a partir do doador especifico do
grupo amino, pois o aceptor do grupo amino é quase sempre o a-cetoglutarato. As
duas reações mais importantes de aminotransferases são catalisadas pela alanina-
aminotransferase (ALT) e pela aspartato-aminotransferase (AST).
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Figura 2 - Reações catalisadas durante o catabolismo dos aminoácidos.A Alanina-aminotransferase
(ALT). B. Aspartato—aminotransferase (AST)
Fonte: Ferrier, (2019, p. 250).
#para cego ver Reações catalisadas durante o catabolismo dos aminoácidos
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Figura 3 - Reação de uma aminotransferase.
Fonte: Ferrier (2019, p. 250).
#para cego ver: Reação de uma aminotransferase, utilizando a-cetoglutarato
como aceptor do grupo amino.
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Desaminação Oxidativa
Em contraste com as reações de transaminação, que transferem grupos amino, a
desaminação oxidativa pela glutamato-desidrogenase resulta na liberação do grupo
amino como amônia livre (NH3). Essas reações ocorrem principalmente no fígado e no
rim. Elas fornecem a-cetoacidos, que podem entrar nas vias centrais do metabolismo
energético, e amônia, fonte de nitrogênio na síntese de ureia. (FERRIER, 2019).
Definição e Importância.
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Destinos do Glutamato
O glutamato é único aminoácido que sofre rápida desaminação oxidativa, uma reação
catalisada pela glutamato desidrogenasse, daí a ação sequencial da transaminação
(que resulta na coleta de grupos amino de outros aminoácidos, que são inseridos
no α-cetoglutarato, que produz glutamato), com subsequente desaminação oxidativa
desse glutamato (α-cetoglutarato regenerativo), fornece uma via pela qual os grupos
amino da maioria dos aminoácidos podem ser liberados como amônia. (FERRIER,
2019).
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Ciclo da Ureia
A maioria animais terrestres são ureotélicos, excretando amino nitrogênio na forma
de ureia. Nestes organismos, a amônia depositada namitocôndria dos hepatócitos
é convertida em ureia. O ciclo da ureia foi descoberto em 1932 por Hans Krebs (que
mais tarde também descobriu o ácido cítrico ciclo) e um estudante associado de
medicina, Kurt Henseleit. A produção de ureia ocorre quase exclusivamente no fígado.
A ureia passa para a corrente sanguínea e, portanto, para os rins e é excretada na
urina. (HARVEY; FERRIER, 2015).
Características Gerais
A ureia é a principal forma de eliminação dos grupos amino originários dos aminoácidos
e corresponde a cerca de 90% dos componentes nitrogenados da urina. Um átomo
de nitrogênio da molécula de ureia é fornecido por NH3 livre, e o outro nitrogênio é
fornecido pelo aspartato. O carbono e o oxigênio da ureia são derivados do CO2. A
produção da ureia é realizada pelo fígado e, então, transportada pelo sangue até́ os
rins para ser excretada na urina. (HARVEY; FERRIER, 2015).
Atenção
Segundo Bettelheim (2016), nem todos os seres vivos se desfazem
do nitrogênio em forma ureia. As bactérias e peixes, liberam a
amônia pura. No entanto, como ela é liberada na água, a diluição
faz com que não haja prejuízos para os organismos que ali vivem.
Os pássaros e répteis secretam nitrogênio na forma de ácido úrico,
caracterizando o sólido branco presente nas fezes dos pássaros,
por exemplo.
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Figura 6 - Reações envolvidas no ciclo da ureia.
Fonte: Ferrier (2019).
#paracegover: gráfico complexo do ciclo da ureia.
As enzimas que catalisam essas reações são distribuídos entre a matriz mitocondrial
e o citosol. Um grupo amino entra no ciclo da ureia como carbamoil fosfato, formado
na matriz; o outro entra como aspartato, formado na matriz por transaminação de
oxaloacetato e glutamato, catalisada pela aspartato aminotransferase. O ciclo da
ureia consiste em cinco passos principais.
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Atenção
A ornitina e a citrulina são aminoácidos básicos que participam
do ciclo da ureia, movendo-se através da membrana mitocondrial
interna via um cotransportador. Esses aminoácidos não são
incorporados nas proteínas celulares, pois não há codons para
eles. A ornitina e regenerada a cada volta do ciclo da ureia, de modo
bastante semelhante a regenerarão do oxalacetato pelas reações
do ciclo do ácido cítrico.
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ureia originam-se efetivamente do glutamato, que, por sua vez, recolhe o nitrogênio de
outros aminoácidos.
Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos nas reações envolvidas no
ciclo da ureia. Leia o livro Bioquímica ilustrada de Denise Ferrier:
(FERRIER, Denise R. Bioquímica ilustrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2019).
Depois de sair do fígado por difusão, a ureia é transportada no sangue até os rins, onde
é filtrada e excretada na urina. Parte da ureia difunde do sangue para o intestino, onde
é clivada em C02 e NH3 pela uréase bacteriana. Essa amônia é parcialmente perdida
nas fezes e parcialmente reabsorvida para o sangue. Em pacientes com insuficiência
renal, os níveis de ureia no plasma aumentam, promovendo maior transferência de
ureia do sangue para o intestino. A ação da uréase intestinal sobre essa ureia torna-se
uma fonte clinicamente importante de amônia, contribuindo para a hiperamonemia
frequentemente observada nesses pacientes. Administração oral de neomicina reduz
o número de bactérias intestinais responsáveis pela produção de NH3.. (FERRIER,
2019). Os dois principais tipos de hiperamonemia são:
• Hiperamonemia adquirida.
• Hiperamonemia hereditária
Já foram descritas deficiências genéticas para cada uma das cinco enzimas do ciclo
da ureia, com uma prevalência geral estimada de 1 a cada 25.000 nascidos vivos. A
deficiência da ornitina-transcarbamoilase, que está ligada ao X, é a mais comum dessas
doenças. Afeta predominantemente indivíduos do sexo masculino, embora portadores
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do sexo feminino possam vir a apresentar os sintomas clinicamente. Todas as demais
doenças do ciclo da ureia seguem um padrão de herança autossômica recessiva. Em
todos os casos, a falha em sintetizar ureia leva a hiperamonemia durante as primeiras
semanas após o nascimento.
Atenção
A hiperamonemia observada com deficiência de arginase é menos
grave, pois a arginina contém dois nitrogênios a serem eliminados
e pode ser excretada na urina.) Historicamente, as deficiências de
enzimas do ciclo da ureia apresentam alta morbidade (sintomas
neurológicos) e mortalidade. O tratamento inclui a limitação de
proteína na dieta, na presença de calorias em quantidade suficiente
para prevenir o catabolismo.
Para finalizar, confira na imagem a seguir um resumo sobre o fluxo de nitrogênio dos
aminoácidos, reforçando tudo que vimos até aqui!
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Figura 7 - Fluxo de nitrogênio dos aminoácidos.
Fonte: Ferrier (2019. p. 255).
#paracegover: Fluxo de nitrogênio dos aminoácidos para ureia.
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Conclusão
AMINOTRANSFERASE
TRANSAMINAÇÃO
DESAMINAÇÃO OXIDATIVA
UREIA
Figura 8
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
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Referências
BETTELHEIM, F. A. et al. Introdução à bioquímica. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
FERRIER, Denise R. Bioquímica ilustrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. Recurso
online ISBN978-85-8271-486-7.
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