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Aula 6 : METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS

No catabolismo de aminoácidos vocês irão observar a mesma lógica; reações de degradação


que encurtam o esqueleto de carbono; acaba convergindo para o ciclo de Krebs e cadeia
transportadora de elétrons e reações de oxidação que vão liberar hidrogênios na forma de
equivalente redutor para a cadeia transportadora de elétrons e impulsionar a síntese de ATP.
Porém, diferente de carboidrato e lipídeo, todos os aminoácidos além dos elementos carbono,
hidrogênio e oxigênio, terão também o nitrogênio. Então com a lógica da degradação e da
oxidação, vocês já sabem, o catabolismo é convergente e isso vai acabar virando CO2 e H2O. O
nitrogênio também precisa ser convertido em um produto final para a excreção, para
eliminação. Na natureza, temos 3 formas de eliminar esse nitrogênio; são elas: uréia, amônia e
o ácido úrico. O ácido úrico nós produzimos a partir da degradação de nucleotídeos. Nós não
vamos produzir ácido úrico a partir do nitrogênio presente no grupo amina dos aminoácidos. O
nitrogênio obtido com a degradação;catabolismo dos aminoácidos nós excretamos sob a
forma de amônia e uréia; principalmete uréia. A amônia é muito tóxica para o nosso corpo e
principalmente muito tóxica para o sistema nervoso. Indivíduos que nascem com um defeito
genético onde o fígado não consegue transformar amônia em uréia, todos esses indivíduos
apresentam retardo mental. A amônia é muito tóxica, então precisamos constantemente do
fígado convertendo essa amônia em uréia para excreção. Com relação ao ácido úrico,
falaremos dele no metabolismo de nucleotídeo. NÃO produzimos ácido úrico a partir de
aminoácidos.

Paciente com ácido úrico elevado, não deve comer carne. E então, qual é a explicação que
vocês dão? Por que não pode comer muita carne? A carne é rica em proteínas.A proteína é rica
em aminoácidos e estes serão degradados até CO2,H2O e uréia. Este paciente deve evitar a
ingestão de carne porque também a carne é rica em nucleotídeos. Basta lembrar que carne é
tecido muscular; tecido muscular é rico em adenosina. Enquanto vivo, o músculo usava ATP
frequentemente como fonte de energia. E aí, esses nucleotídeos da classe das purinas são
degradados até ácido úrico para excreção. O paciente deve evitar a ingestão de carne. A
explicação geralmente dada de que a carne é rica em proteínas não vale; está errado. Não
produzimos ácido úrico a partir de aminoácidos. Produzimos ácido úrico a partir da
degradação; do catabolismo de nucleotídeos.

O nitrogênio dos aminoácidos é convertido em amônia e posteriormente em uréia para a


excreção.

Um aminoácido tem na sua estrutura geral um carbono alfa ligado a um grupo de carboxila, a
um grupo amina, a um hidrogênio e um radical. O esqueleto de carbonos acabará sendo
degradado completamente até CO2 e H20; o catabolismo é convergente. Vamos convergir
para acetil-coA, ciclo de Krebs e cadeia transportadora de elétrons. O grupo amina terá que ser
transformado em uréia para excreção. A primeira etapa no catabolismo de aminoácidos é a
desaminação. O grupo amina de um aminoácido é removido e isto é catalisado por enzimas
que são denominadas transaminases. Vamos ter uma transaminase para cada aminoácido. E
por que transaminases? Só a partir de uma proteína, obtemos 20 aminoácidos diferentes. Na
natureza existem mais de 300 aminoácidos. Imagina se para cada aminoácido ocorresse uma
via catabólica diferente até formar uréia, CO2 e H2O. Seria um trabalho bioquímico e
metabólico muito grande; exigiria da célula várias enzimas e desta maneira acaba gastanto
muita energia para sintetizar essas enzimas e realizar essa degradação. Então novamente
vocês vão observar que o catabolismo é convergente. A lógica da transaminação é a seguinte:
um aminoácido sem o grupo amina se torna um cetoácido. Ex: piruvato é um cetoácido
carboxílico de 3 carbonos. Se este cetoácido recebe um grupo amina, ele se torna um
aminoácido. Seria o aminoácido alanina. Cetoácido com 4 carbonos: oxaloacetato;
intermediário do ciclo de Krebs. Se eu coloco um grupo amina aqui, eu tenho um aminácido, o
aspartato. Cetoácido com 5 carbonos: α-cetoglutarato; intermediário do ciclo de Krebs. Se eu
adiciono um grupo amina eu tenho um aminoácido, o glutamato. Sem o grupo amina, o
esqueleto de carbono do aminoácido passa a ser um cetoácido. A transaminação
quimicamente falando nada mais é do que a remoção do grupo amina de um aminoácido
qualquer e a transferência deste grupo amina que foi removido para algum cetoácido.
Portanto a transaminação também é útil no processo de síntese de aminoácido. Eu posso, por
exemplo, produzir alanina a partir do piruvato. Eu retiro o grupo amina de um aminoácido
qualquer e faço a transferência desta amina para o piruvato. Tenho o aminoácido alanina. Os
aminoácidos não essenciais, aqueles que a gente sintetiza, eles podem ser produzidos
utilizando o nitrogênio, grupo amina de um outro aminoácido que você tenha obtido na
alimentação. Uma vez que a transaminação permite a remoção do grupo amina de um
aminoácido qualquer; grupo amina este que será transferido para um cetoácido. Então,
transferindo um grupo amintia de um aminoácido qualquer para um cetoácido, eu produzo um
outro aminoácido. Essa reação é útil no anabolismo, para eu sintetizar um aminoácido. No
catabolismo, quando uma célula qualquer sua está degradando algum aminoácido que exista
em excesso naquela célula, o grupo amina do aminoácido será transferido para um cetoácido
caboxílico de 5 carbonos, que é justamente o α-cetoglutarato. Adicionando um grupo amina a
esse α-cetoglutarato, eu terei o glutamato. O glutamato é um amioácido cujo o radical é um
esqueleto de 3 carbonos sendo o último uma carboxila. O catabolismo mais uma vez
convergente. Você tinha grupos amino de diferentes aminoácidos que agora foram
recolhidos;coletados na forma de um único aminoácido, o glutamato. Então, em uma única via
metabólica você terá amônia e uréia para excreção. Você ingeriu proteínas, ingeriu 20 tipos de
aminoácidos diferentes e o excedente de aminoácidos que o seu corpo vai degradar, tem o
processo de degradação iniciado por uma reação de transaminação; onde o grupo amina de
qualquer um destes aminoácidos poderá ser transferido para o α-cetoglutarato, dando origem
a glutamato. Simplificando o esquema todo, a gente vai ter a partir de um aminoácido apenas
a produção de amônia que será convertida em uréia para excreção. O catabolismo é
convergente. Ao invés de existirem vias catabólicas diferentes uma a partir de cada
aminoácido eu começo com a transaminação e recolho um grupo amina de vários aminoácidos
diferentes sob a forma de um único aminoácido, o glutamato. Para isso, essa reação de
transaminação consome α-cetoglutarato.

O glutamato será então o aminoácido que irá sofrer desaminação dando origem a íons amônia.
E com isso você resgata o α-cetoglutarato. Evolutivamente os organismos aquáticos
encerravam aqui. A amônia é bastante volátil e hidrofílica, então por difusão vai ser elimnada
para o meio aquoso. Nós, organismos terrestres vamos precisar transformar esta amônia em
uréia para excreção. A uréia é bastante hidrofílica para ser excretada na água, porém não é
tóxica como a amônia. Por que a amônia é tóxica? Esta reação de desaminação do glutamato
liberando íons amônia é espontaneamente reversível. Então caso ocorra acúmulo de amônia, a
amônia em excesso reage com o α-cetoglutarato dando origem de novo ao glutamato. Por que
isso é tóxico? Primeiro lembrando que o α-cetoglutarato é um intermediário do ciclo de Krebs
e espontaneamente a amônia reagir com o α-cetoglutarato dando origem ao glutamato, você
estará prejudicando o ciclo de Krebs.

Vamos supor que em uma célula exista 100 mols de α-cetoglutarato participando do cicl de
Krebs. Então, você teria 100 reações do ciclo de Krebs acontecendo simultaneamente. Se
houver excesso de amônia nesta célula, ela irá reagir espontaneamente com o α-
cetoglutarato. Então ao invés de 100, você terá 99,98,97,96 e por aí vai. A intensidade e a
frequência que essas reações do ciclo de Krebs ocorrem na mitocôndria destas células, irá
diminuir. Porque está diminuída a disponibilidade; a concentração de um intermediário do
ciclo de Krebs. A consequência disso é, no mínimo, cansaço; fadiga.

Mostrando o ciclo da uréia, vocês vão entender a razão da venda de alguns suplementos de
aminoácidos supostamente como energéticos. Não é que o aminoácido será usado como fonte
de energia para aquele indivíduo, mas é porque o aminoácido, por exemplo, a arginina e o
aspartato que são suplementos comuns; esses são aminoácidos que participam no fígado da
conversão de amônia em uréia para excreção. Então a lógica é a seguinte: se a sua dieta é
deficiente destes aminoácidos, a falta destes aminoácidos compromete a capacidadede do
fígado em transformar amônia em uréia. Por uma deficiência alimentar você vai sofrer de
fadiga. A amônia vai se acumular, vai reagir com o α-cetoglutarato prejudicando o ciclo de
Krebs. Então, o suplemento destes aminoácidos é vendido como energético por essa razão.
Não é que você vai degradar o aspartato, a arginina e gerar mais ATP. Não é isso. É que são
aminoácidos que participam da conversão de amônia em uréia. Se esses aminoácidos
estiverem faltando na sua dieta, na sua alimentação, você acaba tendo acúmulo de amônia. É
bastante comum na química você receber um paciente se queixando de cansaço e o primeiro
motivo que você questiona é em relação a alimentação. Na maioria das vezes a causa para o
cansaço é uma alimentação inadequada e corrige isso corrigindo a alimentação. Se por uma
deficiência alimentar ou por um defeito genético o ciclo da uréia não está funcionando, você
não vai conseguir transformar amônia em uréia. A amônia então vai se acumular. Se o defeito
for genético, essa não conversão de amônia em uréia acontece desde o primeiro dia de
existência desse organismo. O fígado do indivíduo não consegue fazer essa conversão. Retardo
mental vai acontecer porque o glutamato ele também é um neurotransmissor e o próprio
glutamato também é o precurssor para a síntese de outro neurotransmissor, o gaba. Com
efeitos contrários; antagônicos. Então, o próprio aminoácido glutamato tem outra função
fisiológica; ele atua como neurotransmissor. E também é substrato para a produção de outro
neurotransmissor. Se houver acúmulo de amônia, a produção destes neurotransmissores
aumenta e passa a ser involuntária. Ela está acontecendo pela natureza reversível da reação de
desaminação do glutamato. Nesse caso não tem cura e desde bebê precisa fazer dieta e nesse
caso é complicado. Você pode fazer suplementação com cetoácido pra que qualquer
excedente de aminoácido que ele tenha recebido na alimentação, ao sofrer desaminação ao
invés de consumir o α-cetoglutarato para produzir glutamato, você vai produzir um outro
aminoácido. Isso é só um paliativo; o retardo mental vai acontecer. Se está com sintomas e
características de retardo no desenvolvimento psicomotor, uma das causas depende do ciclo
da uréia. Aí você vai ter que pesquisar onde é o erro para fazer o diagnóstico. A desaminação
que a arginina vai sofrer no ciclo da uréia já vai dar origem a uréia. A desaminação que o
aspartato vai sofre no ciclo da uréia dará origem a uréia e não a amônia. Então, quanto mais
intermediários tiver disponível para o ciclo da uréia consumir, mais amônia vai ser convertida
em uréia para a excreção. Mas veremos o ciclo da uréia mais adiante. A amina destes
aminoácidos, aspartato e arginina, no ciclo da uréia, não vão dar origem a amônia e sim, darão
origem a uréia. Não vai s ter esse excedente de amônia que se está imaginando.

O glutamato sofre apenas a desaminação. Ele não sofrerá transaminação. O glutamato é


desaminado gerando amônia, aí eu aumento a concentração de amônia. Se lá no fígado não
tiver ocorrendo a produção de uréia, eu acabo acumulando amônia. Eu vou continuar
produzindo amônia, mas eu não tranformo-a em uréia para a excreção.

Entendida a toxicidade da amônia, nesta célula qualquer do seu corpo, portanto não é o
hepatócito, onde está ocorrendo o catabolismo de aminoácidos e a produção de amônia; esta
amônia não deve sair desta célula. Ela é muito tóxica. A amônia, será transformada em outro
aminoácido, glutamina. A produção de glutamina quimicamente ocorre da seguinte maneira:
glutamato recebe um grupo amina e se α-cetoglutarato. Recebeu um nitrogênio e se tornou
glutamato. Agora pode receber mais um grupo amina e se tornar glutamina. Eu tinha um
aminoácido ácido e agora eu tenho um aminoácido básico, cuja função é transportar na
corrente sanguínea grupamentos amina até o fígado. Veja, se fizermos a dosagem agora dos
20 tipos de aminoácidos na corrente sanguínea, a expectativa é encontrar esses 20
aminoácidos mais ou menos na mesma concentração. Você obteve esses aminoácidos na dieta
a partir da hidrólise de proteínas. A excessão será a glutamina. Constantemente há a produção
de glutamina endógena. As suas células estão produzindo glutamina e oferecendo-a para o
sangue. Qual é o papel? Transportar esse nitrogênio; esse grupo amina até o fígado. A própria
reação de síntese de glutamina já minimiza a formação de amônia. Vamos supor que 100
moléculas de glutamato tenha sido produzida naquela célula. Não serão 100 glutamatos
sofrendo desaminação. Eu tenho 50 glutamatos sofrendo desaminação e 50 glutamatos
reagindo com a amônia gerada produzindo glutaminas. Então eu diminuo a produção de
amônias e gero uma aminoácido básico; glutamina que será o responsável pelo transporte no
sangue desse nitrogênio. Ao invés de amônias sendo ofercidas na corrente sanguínea, a gente
tem um aminoácido glutamina.

Então no sangue teremos glutamina com o papel de transportar grupos amina até o fígado. O
fígado vai sintetizar uréia e fornece essa uréia para o sangue que vai sofrer filtração e vai sair
na urina. Então estávamos em uma célula qualquer e agora vamos para uma célula específica;
a célula hepática, onde ocorre a produção de uréia.

Agora estamos especificamente no hepatócito. O hepatócito vai absorver da corrente


sanguínea a glutamina que teria sido sintetizada em uma outra célula. Ela veio de uma outra
célula através da corrente sanguínea transportando nitrogênio. No hepatócito existe uma
enzima chamada glutaminase que vai retirar esse grupo amina. Retirando o grupo amina,
formam a partir dos grupos aminas, íons amônia e é claro, o glutamato. Já estamos no
hepatócito, então, o glutamato também pode sofrer desaminação dando origem a outro íon
amônia. Ele também pode ser desidrogenado dando origem a outro íon amônia. De novo
encontramos de alto caráter hidrofílico, da afinidade da amônia e da toxicidade da amônia a
célula hepática tem que transformar essa amônia em algo que não é tóxico, que não vai sair da
célula com facilidade, já que a amônia é apolar. O que vai acontecer? Íon amônia vai reagir
com bicarbonato. Bicarbonato é produto da ionização do ácido carbônico gerado a partir do
CO2 e da H2O. Estamos na mitocôndria e a cadeia transportadora de elétrons está produzindo
água, o ciclo de Krebs está produzindo CO2 eu posso ter a formação de ácido carbônico
ionizado; bicarbonato. O bicarbonato reage com a amônia e forma esse intermediário:
carbamoilfosfato. O fosfato doado por uma molécula de ATP; carbonila doada pelo
bicarbonato e a amina correspondente ao íon amônia. Porque eu estou colocando a estrutura
do carbamoilfosfato? A uréia, como eu já apresentei ela é formada por uma amina ligada a
uma carbonila e a um segundo grupo amina. Carbamoilfosfato fornece ao ciclo da uréia a
primeira amina e o carbono necessário para a síntese da uréia em excreção. Substrato para o
ciclo da uréia. A uréia é formada por uma carbonila, C=O, ligada a duas aminas.
Carbamoilfosfato contém uma carbonila e uma amina. Então ele é substrato para a síntese de
uréia. Então ele vai fornecer esta carbonila e esta amina necessária para a síntese de uréia.

O ciclo da uréia tem um funcionamento semelhante ao ciclo de Krebs. Um par de carbonos é


conjugado a um cetoácido de 4 carbonos, oxaloacetato, dando origem a citrato. Com a
sequência de reações do ciclo, esses dois carbonos saem na forma de CO2, você recupera o
oxaloacetato e o ciclo reinicia. Então, em teoria você pode degradar um número infinito de
acetil-coA. A lógica no ciclo da uréia é parecida. Teremos a produção de 3 aminoácidos ao
longo do ciclo da uréia; são eles: ornitina, citrulina e arginina. Ornitina mais carbamoilfosfato,
citrulina. Citrulina sendo transformada em arginina; arginina sendo hidrolisada liberando uréia,
permitindo também o resgate; a recuperação da ornitina. Uma nova sequência de reações do
ciclo se reinicia. O nosso fígado está fazendo isso o tempo inteiro. Carbamoilfosfato se conjuga
a ornitina, dá origem a citrulina e esta é transformada em arginina. Argina é hidrolisada, libera
uréia para excreção e essa mesma reação resgata ornitina para que o ciclo reinicie.
Teoricamente o fígado pode converter infinito número de íons amônia em uréia para a
excreção.

Quimicamente lógica das reações é a seguinte: por isso a natureza cíclica dessas reações (Ver
esqueleto do ciclo no caderno). A ornitina mais carbamoilfosfato dá origem a citrulina. A amina
doada pelo aspartato transforma a citrulina em arginina. A arginina tem no seu radical duas
aminas e o carbono para a síntese d uréia. A arginina será hidrolisada. Vai sair carbono com as
duas aminas e o oxigênio da água. Você recupera a ornitina. O ciclo reinicia mais uma vez. De
novo, ornitina mais carbamoilfosfato, citrulina. Citrulina com mais um grupo amina, arginina.
Arginina é hidrolisada liberando uréia e permitindo o resgate da ornitina. O ciclo reinicia.
Quem descreveu essas reações do ciclo da uréia e o ciclo do ácido cítrico, foi Krebs. Ver a
sequência de reações do ciclo: ornitina vai reagir com carbamoilfosfato e vai dar origem a
citrulina. Citrulina vai reagir com aspartato; aminoácido ácido aspártico. Vai dar origem a um
intermediário do ciclo, chamado arginosuccinato. O aminoácido aspartato conjugado a
citrulina deu origem a arginosuccinato. O objetivo é o aspartato doar um grupo amina. O
esqueleto de carbonos vai embora. Vai sair o esqueleto de carbono sob a forma de fumarato;
intermediário do ciclo de krebs. Vai sair a arginina. Arginina vai ser hidrolisada liberando uréia
e permitindo a recuperação; o resgate da ornitina. Então vai sair carbono ligado ao oxigênio e
ligado aos dois grupos amina, uréia. A arginina foi hidrolisada. Recupera a ornitina e ciclo se
reinicia. Já foram identificados e caracterizados defeitos genéticos relacionados a expressão de
cada enzima catalizadora de reações do ciclo da uréia. Então se o indivíduo herdou
geneticamente um defeito; um gen mutante que expressava a enzima
ornitinatranscarbamoilase, que é a primeira enzima do ciclo da uréia. Se a primeira enzima do
ciclo da uréia não funciona, esse organismo não consegue tranformar ornitina em citrulina;
com isso haverá acúmulo de ornitina. Então você pode diagnosticar tal defeito enzimático
solicitando a dosagem de ornitina. Se o defeito enzimático for na segunda reação do ciclo da
uréia, a arginosuccinatosintase não funciona, haverá acúmulo de citrulina. Também solicita a
dosagem de citrulina. Se o defeito enzimático é relacionado a enzima arginosuccinatoliase,
que degradaria o arginosuccinato produzindo arginina, este intermediário arginosuccinato vai
acumular. Se o defeito enzimático é na última reação, a arginase é defeituosa, se acumula
arginina. Então o diagnóstico para o defeito enzimático do ciclo da uréia é feito solicitando a
dosagem de qualquer um dos intermediários do ciclo da uréia. Aquele intermediário que seria
o substrato para a enzima defeituosa, ele vai acumular. Qualquer que seja a enzima, o
resultado final é o mesmo. Interrompo o ciclo da uréia e acumulo amônia. É importante que o
diagnóstico seja feito o mais breve possível para poder começar uma dieta e melhorar a
qualidade de vida do paciente. A única reação que ocorre fora da mitocôndria é a da arginase,
vai produzir uréia.

O importante é: qualquer defeito enzimático no ciclo da uréia, eu vou ter o acúmulo de


amônia.

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