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ENZIMAS

CONCEITOS GERAIS E FUNÇÕES:

As enzimas são proteínas especializadas na catálise de reações biológicas. Elas estão entre
as biomoléculas mais notáveis devido a sua extraordinária especificidade e poder catalítico, que são
muito superiores aos dos catalisadores produzidos pelo homem. Praticamente todas as reações que
caracterizam o metabolismo celular são catalisadas por enzimas.
Como catalisadores celulares extremamente poderosos, as enzimas aceleram a velocidade
de uma reação, sem no entanto participar dela como reagente ou produto.
As enzimas atuam ainda como reguladoras deste conjunto complexo de reações.
As enzimas são, portanto, consideradas as unidades funcionais do metabolismo celular.

NOMENCLATURA DAS ENZIMAS:

Existem 3 métodos para nomenclatura enzimática:


- Nome Recomendado: Mais curto e utilizado no dia a dia de quem trabalha com
enzimas; Utiliza o sufixo "ase" para caracterizar a enzima. Ex: Urease, Hexoquinase, Peptidase, etc.
- Nome Sistemático: Mais complexo, nos dá informações precisas sobre a função
metabólica da enzima. Ex: ATP-Glicose-Fosfo-Transferase
- Nome Usual: Consagrados pelo uso; Ex: Tripsina, Pepsina, Ptialina.

CLASSIFICAÇÃO DAS ENZIMAS:

As enzimas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. O mais importante foi
estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB), e estabelece 6 classes:
- Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons,
ou seja: reações de oxi-redução. São as Desidrogenases e as Oxidases.

Se uma molécula se reduz, tem que haver outra que se oxide.

- Transferases: Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos


funcionais como grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Como exemplo temos as Quinases e as
Transaminases.

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- Hidrolases: Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidases.

- Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água,


amônia e gás carbônico. As Dehidratases e as Descarboxilases são bons exemplos.

- Isomerases: Catalisam reações de interconversão entre isômeros ópticos ou


geométricos. As Epimerases são exemplos.

- Ligases: Catalisam reações de formação e novas moléculas a partir da ligação entre duas
já existentes, sempre às custas de energia (ATP). São as Sintetases.

PROPRIEDADES DAS ENZIMAS :

São catalisadores biológicos extremamente eficientes e aceleram em média 10 9 a 1012 vezes


a velocidade da reação, transformando de 100 a 1000 moléculas de substrato em produto por
minuto de reação.
Atuam em concentrações muito baixas e em condições suaves de temperatura e pH.
Possuem todas as características das proteínas. Podem ter sua atividade regulada. Estão
quase sempre dentro da célula, e compartimentalizadas.

COFATORES ENZIMÁTICOS E COENZIMAS:

Cofatores são pequenas moléculas orgânicas ou inorgânicas que podem ser necessárias para
a função de uma enzima. Estes Cofatores não estão ligados permanentemente à molécula da enzima,
mas, na ausência deles, a enzima é inativa.
A fração protéica de uma enzima, na ausência do seu cofator, é chamada de apoenzima.
Enzima + Cofator Holoenzima.

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Coenzimas são compostos orgânicos, quase sempre derivados de vitaminas, que atuam em
conjunto com as enzimas. Podem atuar segundo 3 modelos:
- Ligando-se à enzima com afinidade semelhante à do substrato.
- Ligando-se covalentemente em local próximo ou no próprio sítio catalítico da apoenzima.
- Atuando de maneira intermediária aos dois extremos acima citados.

ESPECIFICIDADE SUBSTRATO \ ENZIMA: O SÍTIO ATIVO

As enzimas são muito específicas para os seus substratos. Esta especificidade pode ser
relativa a apenas um substrato ou a vários substratos ao mesmo tempo.
Esta especificidade se deve à existência, na superfície da enzima de um local denominado
sítio de ligação do substrato. O sítio de ligação do substrato de uma enzima é dado por um arranjo
tridimensional especial dos aminoácidos de uma determinada região da molécula, geralmente
complementar à molécula do substrato, e ideal espacial e eletricamente para a ligação do mesmo. O
sítio de ligação do substrato é capaz de reconhecer inclusive isômeros óticos "D" e "L" de um
mesmo composto. Este sítio pode conter um segundo sítio, chamado sítio catalítico ou sítio ativo, ou
estar próximo dele; é neste sítio ativo que ocorre a reação enzimática.
Composto que é transformado por uma enzima que se une a uma zona ativa, onde se produz
ima catálise, que no exemplo conduz a uma formação de produtos.
A zona sombreada são os aminoácidos desta enzima (proteína) que configuram, neste caso, o
centro ativo da enzima.
Alguns modelos procuram explicar a especificidade substrato/enzima:
- Modelo Chave/Fechadura que prevê um encaixe perfeito do substrato no sítio de ligação,
que seria rígido como uma fechadura. No exemplo da figura abaixo, uma determinada região da
proteína - o módulo SH2 - liga-se à tirosina fosfatada, que se adapta ao sítio ativo da enzima tal
como uma chave faz a sua fechadura.

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- Modelo do Ajuste Induzido que prevê um sítio de ligação não totalmente pré-formado,
mas sim moldável à molécula do substrato; a enzima se ajustaria à molécula do substrato na sua
presença.
- Evidências experimentais sugerem um terceiro modelo que combina o ajuste induzido a
uma "torção" da molécula do substrato, que o "ativaria" e o prepararia para a sua transformação em
produto.

MECANISMO GERAL DE CATÁLISE:

As enzimas aceleram a velocidade de uma reação por diminuir a energia livre de ativação
da mesma, sem alterar a termodinâmica da reação, ou seja: A energia dos reagentes e produtos da
reação enzimática e de sua equivalente não enzimática são idênticas.
Para se superar a energia de ativação de uma reação, passa-se pela formação de um estado
intermediário chamado "Estado de Transição", sempre um composto instável e de alta energia,
representado por "Ts", ligado com altíssima afinidade ao sítio catalítico. Nas reações enzimáticas,
este composto de transição "Ts" não pode ser isolado ou mesmo considerado um intermediário, uma
vez que não é liberado para o meio de reação; sua formação ocorre no sítio catalítico da enzima!
Como a afinidade do "Ts" ao sítio catalítico é muito maior que a afinidade do substrato com o
mesmo, a pequena quantidade de moléculas em "Ts" será rapidamente convertida em produto.
Assim, todo o fator que leva a um aumento do número de moléculas em "Ts" aumenta a velocidade da
reação.
São 4 os mecanismos principais através dos quais as enzimas aceleram uma reação,
aumentando a formação de moléculas de substrato em "Ts":
- Catálise Ácido-Base que ocorre com a participação de aminoácidos com cadeias laterais
ionizáveis, capazes de doar ou liberar prótons durante a catálise.
- Torção de Substrato, que depende da torção do substrato induzida pela ligação do mesmo
com o sítio de ligação da enzima, alcançando o estado de transição e estimulando sua conversão em
produto.
- Catálise Covalente que resulta do ataque nucleofílico ou eletrofílico de um radical do sítio
catalítico sobre o substrato, ligando-o covalentemente à enzima e induzindo a sua transformação
em produto. Envolve com freqüência a participação de coenzimas.
- Efeito de Diminuição da Entropia. As enzimas ajudam no posicionamento e na definição da
estequiometria correta da reação, facilitando os mecanismos anteriores.

CINÉTICA ENZIMÁTICA:

É a parte da enzimologia que estuda a velocidade das reações enzimáticas, e os atores que
influenciam nesta velocidade. A cinética de uma enzima é estudada avaliando-se a quantidade de
produto formado ou a quantidade de substrato consumido por unidade de tempo de reação.
Uma reação enzimática pode ser expressa pela seguinte equação:
E + S <==> [ES] ==> E + P
O complexo enzima/substrato (ES) tem uma energia de ativação ligeiramente menor que a
do substrato isolado, e a sua formação leva ao aparecimento do estado de transição "Ts".
A formação de "P" a partir de ES é a etapa limitante da velocidade da reação.
A velocidade de uma reação enzimática depende das concentrações de enzima e de
substrato.

Equação de Michaelis-Menten:
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Michaelis e Menten foram 2 pesquisadoras que propuseram o modelo acima citado como
modelo de reação enzimática para apenas um substrato. A partir deste modelo, estas pesquisadoras
criaram uma equação, que nos permite demonstrar como a velocidade de uma reação varia com a
variação da concentração do substrato. Esta equação pode ser expressa graficamente, e representa
o efeito da concentração de substrato sobre a velocidade de reação enzimática.
O Km de um substrato para uma enzima específica é característico, e nos fornece um
parâmetro de especificidade deste substrato em relação à enzima. Quanto menor o Km, maior a
especificidade, e vice-versa.

FATORES EXTERNOS QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO


ENZIMÁTICA:

- Temperatura: Quanto maior a temperatura, maior a velocidade da reação, até se


atingir a temperatura ótima; a partir dela, a atividade volta a diminuir, por desnaturação da
molécula.
- pH: Idem à temperatura; existe um pH ótimo, onde a distribuição de cargas
elétricas da molécula da enzima e, em especial do sítio catalítico, é ideal para a catálise.

INIBIÇÃO ENZIMÁTICA:

Os inibidores enzimáticos são compostos que podem diminuir a atividade de uma enzima. A
inibição enzimática pode ser reversível ou irreversível;
Existem 2 tipos de inibição enzimática reversível:
- Inibição Enzimática Reversível Competitiva:

  Quando o inibidor se liga reversivelmente ao mesmo sítio de ligação do substrato;


  O efeito é revertido aumentando-se a concentração de substrato
  Este tipo de inibição depende das concentrações de substrato e de inibidor.

- Inibição Enzimática Reversível Não-Competitiva:

  Quando o inibidor liga-se reversivelmente à enzima em um sítio próprio de ligação, podendo


estar ligado à mesma
 ao mesmo tempo em que o substrato;
  Este tipo de inibição depende apenas da concentração do inibidor.
Na inibição enzimática irreversível, há modificação covalente e definitiva no sítio de ligação
ou no sítio catalítico da enzima.

REGULAÇÃO ENZIMÁTICA:

Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas, atuando assim como moduladoras do
metabolismo celular. Esta modulação é essencial na coordenação dos inúmeros processos
metabólicos pela célula.

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Além dos mecanismos já citados de modulação de atividade enzimática - por variação da
concentração do substrato, ou por inibição enzimática, por exemplo - existem 2 modelos de
regulação
enzimáticos mais conhecidos:
- Modulação Alostérica:

  Ocorre nas enzimas que possuem um sítio de modulação, ou alostérico, onde se liga de
forma não-covalente um modulador alostérico que pode ser positivo (ativa a enzima) ou
negativo (inibe a enzima).
  A ligação do modulador induz a modificações conformacionais na estrutura espacial da
enzima, modificando a afinidade desta para com os seus substratos;
  Um modelo muito comum de regulação alostérica é a inibição por "feedback", onde o
próprio produto da reação atua como modulador da enzima que a catalisa.

- Modulação Covalente:

  Ocorre quando há modificação covalente da molécula da enzima, com conversão entre


formas ativo-inativa.
  O processo ocorre principalmente por adição/remoção de grupamentos fosfato de
resíduos específicos de serina.

PROTEÍNAS

CONCEITO GERAL:

As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes e importantes nas células e


perfazem 50% ou mais de seu peso seco. São encontradas em todas as partes de todas as células,
uma vez que são fundamentais sob todos os aspectos da estrutura e função celulares. Existem
muitas espécies diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função biológica diversa.
Além disso, a maior parte da informação genética é expressa pelas proteínas.
Pertencem à classe dos peptídeos, pois são formadas por aminoácidos ligados entre si por
ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amino (-NH 2 ) de um aminoácido com o
grupo carboxila (-COOH) de outro aminoácido, através da formação de uma amida.

São os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega
"protéicos", que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas correspondem a cerca de
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80% do peso dos músculos desidratados, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco. Mesmo nos
vegetais as proteínas estão presentes.
A importância das proteínas, entretanto, está relacionada com suas funções no organismo, e
não com sua quantidade. Todas as enzimas conhecidas, por exemplo, são proteínas; muitas vezes, as
enzimas existem em porções muito pequenas. Mesmo assim, estas substâncias catalisam todas as
reações metabólicas e capacitam aos organismos a construção de outras moléculas - proteínas,
ácidos nucléicos, carboidratos e lipídios - que são necessárias para a vida.

COMPOSIÇÃO:

Todas contêm carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio, e quase todas contêm enxofre.
Algumas proteínas contêm elementos adicionais, particularmente fósforo, ferro, zinco e cobre. Seu
peso molecular é extremamente elevado.
Todas as proteínas, independentemente de sua função ou espécie de origem, são
construídas a partir de um conjunto básico de vinte aminoácidos, arranjados em várias seqüências
específicas.

FUNÇÃO:

Elas exercem funções diversas, como:


- Catalisadores;
- Elementos estruturais (colágeno) e sistemas contráteis;
- Armazenamento(ferritina);
- Veículos de transporte (hemoglobina);
- Hormônios;
- Anti-infecciosas (imunoglobulina);
- Enzimáticas (lipases);
- Nutricional (caseína);
- Agentes protetores.

Devido as proteínas exercerem uma grande variedade de funções na célula, estas podem
ser divididas em dois grandes grupos:
- Dinâmicas - Transporte, defesa, catálise de reações, controle do metabolismo e contração,
por exemplo;
- Estruturais - Proteínas como o colágeno e elastina, por exemplo, que promovem a
sustentação estrutural da célula e dos tecidos.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS:

Quanto a Composição:
- Proteínas Simples - Por hidrólise liberam apenas aminoácidos.
- Proteínas Conjugadas - Por hidrólise liberam aminoácidos mais um radical não
peptídico, denominado grupo prostético. Ex: metaloproteínas, hemeproteínas, lipoproteínas,
glicoproteínas, etc.

Quanto ao Número de Cadeias Polipeptídicas:


- Proteínas Monoméricas - Formadas por apenas uma cadeia polipeptídica.
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- Proteínas Oligoméricas - Formadas por mais de uma cadeia polipeptídica; São as
proteínas de estrutura e função mais complexas.

Quanto à Forma:
- Proteínas Fibrosas - Na sua maioria, as proteínas fibrosas são insolúveis nos
solventes aquosos e possuem pesos moleculares muito elevados. São formadas geralmente por
longas moléculas mais ou menos retilíneas e paralelas ao eixo da fibra. A esta categoria pertencem
as proteínas de estrutura, como colágeno do tecido conjuntivo, as queratinas dos cabelos, as
esclerotinas do tegumento dos artrópodes, a conchiolina das conchas dos moluscos, ou ainda a
fibrina do soro sanguíneo ou a miosina dos músculos. Algumas proteínas fibrosas, porém, possuem
uma estrutura diferente, como as tubulinas, que são formadas por múltiplas subunidades globulares
dispostas helicoidalmente.
- Proteínas Globulares - De estrutura espacial mais complexa, são mais ou menos
esféricas. São geralmente solúveis nos solventes aquosos e os seus pesos moleculares situam-se
entre 10.000 e vários milhões. Nesta categoria situam-se as proteínas ativas como os enzimas,
transportadores como a hemoglobina, etc.

PROTEÍNAS HOMÓLOGAS:

São proteínas que desempenham a mesma função em tecidos ou em espécies diferentes.


Estas proteínas possuem pequenas diferenças estruturais, reconhecíveis imunologicamente.
Os segmentos com seqüências diferentes de aminoácidos em proteínas homólogas são
chamados "segmentos variáveis", e geralmente não participam diretamente da atividade da
proteína. Os segmentos idênticos das proteínas homólogas são chamados "segmentos fixos", e são
fundamentais para o funcionamento bioquímico da proteína.

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS PROTEÍNAS:

As proteínas possuem complexas estruturas espaciais, que podem ser organizadas em


quatro níveis, crescentes em complexidade:

1 - Estrutura Primária:
- Dada pela seqüência de aminoácidos e ligações peptídicas da molécula.
- É o nível estrutural mais simples e mais importante, pois dele deriva todo o arranjo
espacial da molécula.
- A estrutura primária da proteína resulta em uma longa cadeia de aminoácidos semelhante
a um "colar de contas", com uma extremidade "amino terminal" e uma extremidade "carboxi
terminal".
- A estrutura primária de uma proteína é destruída por hidrólise química ou enzimática das
ligações peptídicas, com liberação de peptídeos menores e aminoácidos livres.
- Sua estrutura é somente a seqüência dos aminoácidos, sem se preocupar com a orientação
espacial da molécula.

Fórmulas estruturais de aminoácidos

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alanina glutamina

ácido amino butírico

serina

arginina

asparagina

fenilalanina
ácido aspártico

ácido glutâmico
cisteína

glicina
leucina

histidina
lisina

homocisteína
serina

valina
tirosina
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metionina triptofano

norvalina
2 - Estruturas Secundária:

- É dada pelo arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na seqüência primária da


proteína.
- É o último nível de organização das proteínas fibrosas, mais simples estruturalmente.
- Ocorre graças à possibilidade de rotação das ligações entre os carbonos a dos aminoácidos
e seus grupamentos amina e carboxila.
- O arranjo secundário de um polipeptídeo pode ocorrer de forma regular; isso acontece
quando os ângulos das ligações entre carbonos a e seus ligantes são iguais e se repetem ao longo de
um segmento da molécula.

3 - Estruturas Terciárias:

- Dada pelo arranjo espacial de aminoácidos distantes entre si na seqüência polipeptídica.


- É a forma tridimensional como a proteína se "enrola".
- Ocorre nas proteínas globulares, mais complexas estrutural e funcionalmente.
- Cadeias polipeptídicas muito longas podem se organizar em domínios, regiões com
estruturas terciárias semi-independentes ligadas entre si por segmentos lineares da cadeia
polipeptídica.
- Os domínios são considerados as unidades funcionais e de estrutura tridimensional de uma
proteína.

4 - Estruturas Quaternárias:

- Surge apenas nas proteínas oligoméricas.


- Dada pela distribuição espacial de mais de uma cadeia polipeptídica no espaço, as
subunidades da molécula.
- Estas subunidades se mantém unidas por forças covalentes, como pontes dissulfeto, e
ligações não covalentes, como pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas, etc.
- As subunidades podem atuar de forma independente ou cooperativamente no desempenho
da função bioquímica da proteína.

AMINOÁCIDOS

CARACTERÍSTICAS GERAIS:
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- São as unidades fundamentais das proteínas.
- Todas as proteínas são formadas a partir da ligação em seqüência de apenas 20
aminoácidos.
- Existem, além destes 20 aminoácidos principais, alguns aminoácidos especiais, que só
aparecem em alguns tipos de proteínas.
Os aminoácidos que intervêm na composição das proteínas (existem outros) são número de
20 e obedecem à estrutura geral representada na figura abaixo:

ESTRUTURA QUÍMICA GERAL:

- Os 20 aminoácidos possuem características estruturais em comum, tais como:


A presença de um carbono central, quase sempre assimétrico.
Ligados a este carbono central, um grupamento carboxila, um grupamento amina e um átomo
de hidrogênio.
O quarto ligante é um radical chamado genericamente de "R", responsável pela
diferenciação entre os 20 aminoácidos. É a cadeia lateral dos aminoácidos. É o radical "R" quem
define uma série de características dos aminoácidos, tais como polaridade e grau de ionização em
solução aquosa.

CARBOIDRATOS

CONCEITOS GERAIS:

Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza, apresentam como


fórmula geral: [C(H2O)]n, daí o nome "carboidrato", ou "hidratos de carbono" e são moléculas que
desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas:
- Fonte de energia;
- Reserva de energia;
- Estrutural;
- Matéria-prima para a biossíntese de outras biomoléculas.
Na biosfera, há provavelmente mais carboidratos do que todas as outras matérias orgânicas
juntas, graças à grande abundância, no reino vegetal, de dois polímeros da D-glucose, o amido e a
celulose.
O carboidrato é a única fonte de energia aceita pelo cérebro, importante para o
funcionamento do coração e todo sistema nervoso.
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O corpo armazena carboidratos em três lugares: fígado (300 a 400g), músculo (glicogênio) e
sangue (glicose). Os carboidratos evitam que nossos músculos sejam digeridos para produção de
energia, por isso se sua dieta for baixa em carboidratos, o corpo faz canibalismo muscular.

MONOSSACARÍDEOS:

... Os monossacarídeos, também chamados de açúcares simples, consistem numa só unidade


cetônica. O mais abundante é o açúcar de seis carbonos D-glucose; é o monossacarídeo fundamental
de onde muitos são derivados. A D-glucose é o principal combustível para a maioria dos organismos e
o monômero primário básico dos polissacarídeos mais abundantes, tais como o amido e a celulose.
São os carboidratos mais simples, dos quais derivam todas as outras classes.
Quimicamente são poliidroxialdeídos
(ou aldoses) - ou poliidroxicetona
(ou cetoses), sendo os mais simples monossacarídeos compostos com no mínimo 3 carbonos:

O Gliceraldeído

A Dihidroxicetona
Feita exceção à Dihidroxicetona
, todos os outros monossacarídeos - e por extensão, todos os outros carboidratos
- possuem centros de assimetria (ou qirais), e fazem isomeria óptica.
A classificação dos monossacarídeos também pode ser baseada no número de carbonos de
suas moléculas; assim sendo, as trioses são os monossacarídeos mais simples, seguidos das tetroses,
pentoses, hexoses, heptoses, etc. Destes, os mais importantes estão as Pentoses e as Hexoses.
Trioses
As pentoses mais importantes são:
- Ribose
- Arabinose
- Xilose
As hexoses mais importantes são:
- Glicose
- Galactose
- Manose
- Frutose

DISSACARÍDEOS:

São carboidratos ditos glicosídeos, pois são formados a partir da ligação de 2


monossacarídeos através de ligações especiais denominadas "Ligações glicosídicas". A ligação
glicosídica ocorre entre o carbono anomérico de um monossacarídeo e qualquer outro carbono do
monossacarídeo seguinte, através de suas hidroxilas e com a saída de uma molécula de água.
Os glicosídeos podem ser formados também pela ligação de um carboidrato a uma estrutura
não-carboidrato, como uma proteína, por exemplo.

POLISSACARÍDEOS:

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São os carboidratos complexos, macromoléculas formadas por milhares de unidades
monossacarídicas ligadas entre si por ligações glicosídicas, unidas em longas cadeias lineares ou
ramificadas. Os polissacarídeos possuem duas funções biológicas principais, como forma
armazenadora de combustível e como elementos estruturais.
Os polissacarídeos mais importantes são os formados pela polimerização da glicose, em
número de 3:
- O Amido: É o polissacarídeo de reserva da célula vegetal, formado por moléculas de
glicose ligadas entre si através de numerosas ligações a (1,4) e poucas ligações a (1,6), ou "pontos de
ramificação" da cadeia. Sua molécula é muito linear, e forma hélice em solução aquosa.
- O Glicogênio: É o polissacarídeo de reserva da célula animal. Muito semelhante ao
amido, possui um número bem maior de ligações a (1,6), o que confere um alto grau de ramificação à
sua molécula. Os vários pontos de ramificação constituem um importante impedimento à formação
de uma estrutura em hélice.

- A Celulose: É o carboidrato mais abundante na natureza. Possui função estrutural na


célula vegetal, como um componente importante da parede celular. Semelhante ao amido e ao
glicogênio em composição, a celulose também é um polímero de glicose, mas formada por ligações
tipo b (1,4). Este tipo de ligação glicosídica confere á molécula uma estrutura espacial muito linear,
que forma fibras insolúveis em água e não digeríveis pelo ser humano.

LIPÍDEOS

CONCEITO:

Os lipídeos definem um conjunto de substâncias químicas que, ao contrário das outras


classes de compostos orgânicos, não são caracterizadas por algum grupo funcional comum, e sim
pela sua alta solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Fazem parte de um
grupo conhecido como biomoléculas. Os lipídeos se encontram distribuídos em todos os tecidos,
principalmente nas membranas celulares e nas células de gordura.
A maioria dos lipídeos é derivada ou possui na
sua estrutura ácida graxos. Algumas substâncias classificadas entre os lipídeos possuem intensa
atividade biológica; elas incluem algumas das vitaminas e hormônios.
Embora os lipídeos sejam uma classe distinta de biomoléculas, veremos que eles
geralmente ocorrem combinados, seja covalentemente ou através de ligações fracas, como membros
de outras classes de biomoléculas, para produzir moléculas hídricas tais como glicolipídeos, que
contêm tanto carboidratos quanto grupos lipídicos, e lipoproteínas, que contêm tanto lipídeos como
proteínas. Em tais biomoléculas, as distintas propriedades químicas e físicas de seus componentes
estão combinadas para preencher funções biológicas especializadas.
Existem diversos tipos de moléculas diferentes que pertencem à classe dos lipídeos.
Embora não apresentem nenhuma característica estrutural comum todas elas possuem muito mais
ligações carbono-hidrogênio do que as outras biomoléculas, e a grande maioria possui poucos
heteroátomos. Isto faz com que estas moléculas sejam pobres em dipolos localizados (carbono e
hidrogênio possuem eletronegatividade semelhante). Uma das leis clássicas da química diz que "o
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semelhante dissolve o semelhante": daí a razão para estas moléculas serem fracamente solúveis em
água ou etanol (solventes polares) e altamente solúveis em solventes orgânicos (geralmente
apolares).
Ao contrário das demais biomoléculas, os lipídeos não são polímeros, isto é, não são
repetições de uma unidade básica. Embora possam apresentar uma estrutura química relativamente
simples, as funções dos lipídeos são complexas e diversas, atuando em muitas etapas cruciais do
metabolismo e na definição das estruturas celulares.
Os químicos podem separar os lipídeos de uma amostra biológica através de uma técnica
conhecida como extração; um solvente orgânico é adicionado a uma solução aquosa da amostra e,
com um auxílio de um funil de separação, obtém-se a fase orgânica rica em lipídeos. Com a
evaporação do solvente orgânico obtém-se o lipídeo. É desta maneira que, em escala industrial, se
obtém o óleo vegetal.
Alguns lipídeos têm a habilidade de formar filmes sobre a superfície da água, ou mesmo de
formar agregados organizados na solução; estes possuem uma região, na molécula, polar ou iônica,
que é facilmente hidratada. Este comportamento é característico dos lipídeos que compõe a
membrana celular. Os lipossomos são "micro envelopes" capazes de envolverem moléculas orgânicas
e entregarem-nas ao "endereço biológico" correto.

FUNÇÃO:

Desempenham várias funções biológicas importantes no organismo, entre elas:


- Reserva de energia (1 g de gordura = 9 kcal) em animais e sementes oleaginosas, sendo a
principal forma de armazenamento os triacilgliceróis (triglicerídeos);
- Armazenamento e transporte de combustível metabólico;
- Componente estrutural das membranas biológicas;
- São moléculas que podem funcionar como combustível alternativo à glicose, pois são os
compostos bioquímicos mais calóricos em para geração de energia metabólica através da oxidação
de ácidos graxos;
- Oferecem isolamento térmico, elétrico e mecânico para proteção de células e órgãos e
para todo o organismo (panículo adiposo sob a pele), o qual ajuda a dar a forma estética
característica;
- Dão origem a moléculas mensageiras, como hormônios, prostaglandinas, etc.
- As gorduras (triacilgliceróis), devido à sua função de substâncias de reserva, são
acumuladas principalmente no tecido adiposo, para ocasiões em que há alimentação insuficiente. A
reserva sob a forma de gordura é muito favorável a célula por dois motivos: em primeiro lugar, as
gorduras são insolúveis na água e portanto não contribuem para a pressão osmótica dentro da
célula, e em segundo lugar, as gorduras são ricas em energia; na sua oxidação total são liberados
38,13kJ/g de gordura.

UTILIZAÇÃO DOS LIPÍDEOS

São vários os usos dos lipídios:


- Alimentação: óleos de cozinha, margarina, manteiga, maionese;
- Produtos manufaturados: sabões, resinas, cosméticos, lubrificantes.
- Combustíveis alternativos: como é o caso do óleo vegetal transesterificado que
corresponde a uma mistura de ácidos graxos vegetais tratados com etanol e ácido sulfúrico que
substitui o óleo diesel, não sendo preciso nenhuma modificação do motor, além de ser muito menos
poluente e isento de enxofre.
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CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDEOS:

ÁCIDOS GRAXOS

A hidrólise ácida dos triacilglicerídios leva aos correspondentes ácidos carboxílicos -


conhecidos como ácidos graxos. Este é o grupo mais abundante de lipídeos nos seres vivos, e são
compostos derivados dos ácidos carboxílicos. Este grupo é geralmente chamado de lipídeos
saponificáveis, porque a reação destes com uma solução quente de hidróxido de sódio produz o
correspondente sal sódico do ácido carboxílico, isto é, o sabão.
Os ácidos graxos possuem um pka da ordem de 4,8. Isto significa que, em uma solução onde
o pH é 4,8, metade da concentração o ácido está ionizada; a um pH maior (7, por exemplo)
praticamente todo o ácido encontra-se ionizado, formando um sal com o seu contra-íon; num pH
menor (3, e.g.) todo o ácido encontra-se protonado.
A natureza do cátion (contra-íon) determina as propriedades do sal carboxílico formado. Em
geral, sais com cátions divalentes (Ca 2+ ou Mg 2+ ) não são bem solúveis em água, ao contrário do
formado com metais alcalinos (Na + , K + , etc.), que são bastante solúveis em água e em óleo - são
conhecidos como sabão. É por este motivo que, em regiões onde a água é rica em metais alcalinos
terrosos, é necessário se utilizar formulações especiais de sabão na hora de lavar a roupa. Na água,
em altas concentrações destes sais, ocorre a formação de micelas - glóbulos microscópicos
formados pela agregação destas moléculas. Nas micelas, as regiões polares das moléculas de sabão
encontram-se em contato com as moléculas de água, enquanto que as regiões hidrofóbicas ficam no
interior do glóbulo, em uma pseudofase orgânica, sem contato com a água.
A adição de HCL a uma solução aquosa de sabão provoca a precipitação do ácido graxo, que é
pouco solúvel em água e, em solução aquosa, tende a formar dímeros através de fortes ligações
hidrogênio.
Os ácidos graxos também podem ser classificados como saturados ou insaturados,
dependendo da ausência ou presença de ligações duplas carbono-carbono. Os insaturados (que
contém tais ligações) são facilmente convertidos em saturados através da hidrogenação catalítica
(este processo é chamado de redução). A presença de instauração nas cadeias de ácido carboxílico
dificulta a interação intermolecular, fazendo com que, em geral, estes se apresentem, à
temperatura ambiente, no estado líquido; já os saturados, com uma maior facilidade de
empacotamento intermolecular, são sólidos. A margarina, por exemplo, é obtida através da
hidrogenação de um líquido - o óleo de soja ou de milho, que é rico em ácidos graxos insaturados.

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Conceitos Gerais:

São ácidos orgânicos, a maioria de cadeia alquil longa, com mais de 12 carbonos
Esta cadeia alquil pode ser saturada ou insaturada;

1. Ácidos graxos saturados:

Não possuem duplas ligações


São geralmente sólidos à temperatura ambiente
Gorduras de origem animal são geralmente ricas em ácidos graxos saturados

1. Ácidos graxos insaturados

Possuem uma ou mais duplas ligações è são mono ou poliinsaturados


São geralmente líquidos à temperatura ambiente
A dupla ligação, quando ocorre em um AG natural, é sempre do tipo "cis".
Os óleos de origem vegetal são ricos em AG insaturados.
Quando existem mais de uma dupla ligação, estas são sempre separadas por pelo menos 3 carbonos,
nunca são adjacentes nem conjugadas

1. Nomenclatura de Ácidos Graxos:

O nome sistemático do ácido graxo vem do hidrocarboneto correspondente;


Existe um nome descritivo para a maioria dos AG;
Os AG têm seus carbonos numerados de 2 formas:
A partir da carboxila è Numeração Delta - "D "
A partir do grupamento metil terminal è Numeração Ômega - "j "
Os carbonos 2, 3 e 4, contados a partir da carboxila, são denominados,
respectivamente, a , b e g .

As duplas ligações, quando presentes, podem ser descritas em número e posição em ambos os
sistemas; por exemplo: O ácido linoléico possui 18 átomos de carbono e 2 duplas ligações, entre os
carbonos 9 e 10, e entre os carbonos 12 e 13; sua estrutura pode ser descrita como:

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18;2 Delta 9,12 ou 18:2 (9,12)
Pertencente à família Ômega -6

Outros exemplos de ácidos graxos:

Nome Átomos de Duplas Posições das duplas Classe de Ag


Nome sistemático
descritivo carbono ligações ligações (Delta ) Poliinsaturado

Palmítico Hexadecanóico 16 0 - -

Palmitoleico Hexadecenóico 16 1 9 ômega -7

Esteárico Octadecanóico 18 0 - -

Oleico Octadecenóico 18 1 9 ômega -9

ômega -6
Linoleico Octadecadienóico 18 2 9, 12

ômega -3
Linolênico Octadecatrienóico 18 3 9, 12, 15

Aracdônico Eicosatetraenóico 20 4 5, 8, 11, 14 ômega -6

1. Ácidos Graxos Essenciais:

O homem é capaz de sintetizar muitos tipos de ácidos graxos, incluindo os saturados e os


monoinsaturados
Os AG poliinsaturados, no entanto, principalmente os das classes j -6 - família do ácido linoleico - e
j -3 - família do ácido linolênico - devem ser obtidos da dieta, pois são sintetizados apenas por
vegetais.
Estes ácidos graxos participam como precursores de biomoléculas importantes como as
PROSTAGLANDINAS, derivadas do ácido linoleico e com inúmeras funções sobre contratibilidade
de músculo liso e modulação de recepção de sinal hormonal.

TRIACILGLICERÓIS
Conhecidos como gorduras neutras, esta
grande classe de lipídeos não contém grupos
carregados. São ésteres do glicerol - 1,2,3-
propanotriol. Estes ésteres possuem longas
cadeias carbônicas atachadas ao glicerol, e a
hidrólise ácida promove a formação dos ácidos
graxos correspondentes e o álcool (glicerol).
Nos animais, os TAGs são lipídeos que
servem, principalmente, para a estocagem de
energia; as células lipidinosas são ricas em TAGs.
É uma das mais eficientes formas de estocagem de energia, principalmente com TAGs saturados;
cada ligação C-H é um sítio potencial para a reação de oxidação, um processo que libera muita
energia.
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Os TAGs provindo de animais terrestres contêm uma maior quantidade de cadeias
saturadas se comparados aos TAGs de animais aquáticos. Embora menos eficientes no
armazenamento de energia, as TAGs insaturadas oferecem uma vantagem para os animais aquáticos,
principalmente para os que vivem em água fria: elas têm uma menor temperatura de fusão,
permanecendo no estado líquido mesmo em baixas temperaturas. Se fossem saturadas, ficariam no
estado sólido e teriam maior dificuldade de mobilidade no organismo do animal.
Os TAGs podem ser chamados de gorduras ou óleos, dependendo do estado físico na
temperatura ambiente: se forem sólidos, são gorduras, e líquidos são óleos. No organismo, tanto os
óleos como as gorduras podem ser hidrolisados pelo auxílio de enzimas específicas, as lipases (tal
como a fosfolipase A ou a lipase pancreática), que permitem a
digestão destas substâncias.

Os triacilgliceróis são lipídeos formados pela ligação de 3


moléculas de ácidos graxos com o glicerol, um triálcool de 3
carbonos, através de ligações do tipo éster
São também chamados de "Gorduras Neutras", ou triglicerídeos

Os ácidos graxos que participam da estrutura de um


triacilglicerol são geralmente diferentes entre si.
A principal função dos triacilgliceróis é a de reserva de energia,
e são armazenados nas células do tecido adiposo,
principalmente.
São armazenados em uma forma desidratada quase pura, e
fornecem por grama aproximadamente o dobro da energia
fornecida por carboidratos.
Existem ainda os mono e diacilgliceróis, derivados do glicerol
com 1 ou 2 AG esterificados,
FOSFOLIPÍDEOS:

Os fosfolípideos são ésteres do glicerofosfato - um derivado fosfórico do glicerol. O


fosfato é um diéster fosfórico, e o grupo polar do fosfolipídio. A um dos oxigênios do fosfato
podem estar ligados grupos neutros ou carregados, como a colina, a etanoamina, o inositol, glicerol
ou outros. As fostatidilcolinas, por exemplo, são chamadas de lecitinas.
Os fosfolipídios ocorrem em praticamente todos os seres vivos. Como são anfifílicos,
também são capazes de formar pseudomicrofases em solução aquosa; a organização, entrentanto,
difere das micelas. Os fosfolipídios se ordenam em bicamadas, formando vesículas. Estas
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estruturas são importantes para conter substâncias hidrossolúveis em um sistema aquoso - como no
caso das membranas celulares ou vesículas sinápticas. Mais de 40% das membranas das células do
fígado, por exemplo, é composto por fosfolipídios. Envolvidos nestas bicamadas encontram-se
outros compostos, como proteínas, açúcares e colesterol.

Ou "Lipídeos Polares", são lipídeos que contém fosfato na sua estrutura


Os mais importantes são também derivados do glicerol - fosfoglicerídeos - o qual está ligado por
uma ponte tipo fosfodiéster geralmente a uma base nitrogenada, como por exemplo:

Colina è Fosfatidilcolina, ou Lecitina


Serina è Fosfatidilserina
Etanolamina è Fosfatidiletanolamina

As outras hidroxilas do glicerol estão esterificadas a AG


Os fosfoglicerídeos desempenham importante função na estrutura e função das membranas
biológicas, pois são claramente anfipáticos
As membranas celulares são elásticas e resistentes graças às fortes interações hidrofóbicas entre
os grupos apolares dos fosfolipídios. Estas membranas formam vesículas que separam os
componentes celulares do meio intercelular - dois sistemas aquosos!

ESFINGOLIPÍDEOS:

A principal diferença entre os esfingolipídios e os fosfolipídios é o álcool no qual estes se


baseiam: em vez do glicerol, eles são derivados de um amino álcool. Estes lipídeos contêm 3
componentes fundamentais: um grupo polar, um ácido graxo, e uma estrutura chamada base
esfingóide - uma longa cadeia hidrocarbônica derivada do d-eritro-2-amino-1,3-diol.
É chamado de base devido a presença do grupo amino que, em solução aquosa, pode ser convertido
para o respectivo íon amônio. A esfingosina foi o primeiro membro desta classe a ser descoberto e,
juntamente com a di-hidroesfingosina, são os grupos mais abundantes desta classe nos mamíferos.
No di-hidro, a ligação dupla é reduzida. O grupo esfingóide é conectado ao ácido graxo graças a uma
ligação amídica. A esfingomielina, encontrada em muitos animais, é um exemplo de esfingolipídio.

Os vários tipos de esfingolipídios são classificados de acordo com o grupo que está
conectado à base esfingóide. Se o grupo hidroxila estiver conectado a um açúcar, o composto é
chamado de glicosfincolipídio. O grupo pode ser, também, um éster fosfófico, como a fosfocolina,
na esfingomielina. Gangliosídios são glicosfingolipídios que contém o ácido N-acetilneurâmico (ácido
siálico) ligado à cadeia oligossacarídica. Estas espécies são muito comuns no tecido cerebral.

São lipídeos importantes também na estrutura das membranas biológicas

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Formados por uma molécula de ácido graxo de cadeia longa, a esfingosina - um aminoálcool de
cadeia longa - ou um de seus derivados, e uma cabeça polar alcoólica
Existem 3 subclasses de esfingolipídeos:

As Esfingomielinas = Possuem a fosfocolina ou a fosfoetanolamina como cabeça polar


alcoólica
Os Cerebrosídeos = Não possuem fosfato, e sim, um açúcar simples como álcool polar - são
glicoesfingolipídios, ou glicolipídios
Os Gângliosídeos = Possuem estrutura complexa, com cabeças polares muito grandes
formadas por várias unidades de açúcar como por exemplo, o ácido siálico

ESTERÓIDES:

Os esteróides são lipídeos derivados do colesterol. Eles atuam, nos organismos, como
hormônios e, nos humanos, são secretados pelas gônadas, córtex adrenal e pela placenta. A
testosterona é o hormônio sexual masculino, enquanto que o estradiol é o hormônio responsável por
muitas das características femininas.
O colesterol, além da atividade hormonal, também desempenha um papel estrutural - habita
a pseudofase orgânica nas membranas celulares. Muitas vezes chamado de vilão pela mídia, o
colesterol é um composto vital para a maioria dos seres vivos.

São lipídeos que não possuem ácidos graxos em sua estrutura


Derivam do anel orgânico Ciclopentanoperidrofenantreno
Os esteróis - esteróides com função alcoólica - são a principal subclasse dos esteróides.
Destes, o principal exemplo é o Colesterol
O colesterol é um esteróide importante na estrutura das membranas biológicas, e atua como
precursor na biossíntese dos esteróides biologicamente ativos, como os hormônios esteróides e os
ácidos e sais biliares
O excesso de colesterol no sangue é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de
doenças arteriais coronarianas, principalmente o infarto agudo do miocárdio.
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LIPOPROTEÍNAS:

São associações entre proteínas e lipídeos encontradas na corrente sanguínea, e que tem como
função transportar e regular o metabolismo dos lipídeos no plasma
A fração protéica das lipoproteínas denomina-se Apoproteína, e se divide em 5 classes principais -
Apo A, B, C, D e E - e vária subclasses

A fração lipídica das lipoproteínas é muito variável, e permite a classificação das mesmas em 5
grupos, de acordo com suas densidades e mobilidade eletroforética:

Quilomícron = É a lipoproteína menos densa, transportadora de triacilglicerol exógeno na


corrente sanguínea
VLDL = "Lipoproteína de Densidade Muito Baixa", transporta triacilglicerol endógeno
IDL = "Lipoproteína de Densidade Intermediária", é formada na transformação de VLDL em
LDL
LDL = "Lipoproteína de Densidade Baixa", é a principal transportadora de colesterol; seus
níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio
HDL = "Lipoproteína de Densidade Alta"; atua retirando o colesterol da circulação. Seus níveis
aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto agudo do
miocárdio.

PROSTAGLANDINAS:

Estes lipídeos não desempenham funções


estruturais, mas são importantes componentes em vários
processos metabólicos e de comunicação intercelular.
Segundo o químico Michael W. Davidson, da Florida State
University, "prostaglandins act in a manner similar to that
of hormones, by stimulating target cells into action.
However, they differ from hormones in that they act
locally, near their site of synthesis, and they are
metabolized very rapidly. Another unusual feature is that
the same prostaglandins act differently in different
tissues". Um dos processos mais importantes controlados
pelas prostaglandinas é a inflamação.
Todos estas substâncias têm estrutura química
semelhante a do ácido prostanóico, um anel de 5 membros
com duas longas cadeias ligadas em trans nos carbonos 1 e
2. As prostaglandinas diferem do ácido prostanóico pela presença de insaturação ou substituição no
anel ou da alteração das cadeias ligadas a ele.
A substância chave na biossíntese das prostaglandinas é o ácido araquidônico, que é
formado através da remoção enzimática de hidrogênios do ácido linoléico. O ácido araquidônico livre
é convertido a prostaglandinas pela ação da enzima ciclooxigenase, que adiciona oxigênios ao ácido
araquidônico e promove a sua ciclização. No organismo, o ácido araquidônico é estocado sob a forma
de fosfolipídios, tal como o fosfoinositol, em membranas. Sob certos estímulos, o ácido
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araquidônico é liberado do lipíde o de estocagem (através da ação da enzima fosfolipase A2) e
rapidamente convertido a prostaglandinas, que iniciam o processo inflamatório. A cortisona tem
ação anti-inflamatória por bloquear a ação da fosfolipase A2. Este é o mecanismo de ação da maior
parte dos anti-inflamatórios esteróides.
Existem outras rotas nas quais o ácido araquidônico é transformado em prostaglandinas;
algumas envolvem a conversão do ácido em um intermediário, o ácido 5-hidroperoxy-6,8,1-
eicosatetranóico (conhecido como 5-HPETE), que é formado pela ação da 5-lipoxigenase. Os anti-
inflamatórios não esteróides, como a aspirina, agem bloqueiando as enzimas responsáveis pela
formação do 5-HPETE. Desta forma, impedem o ciclo de formação das prostaglandinas e evitam a
sinalização inflamatória

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