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Metalografia de Ligas de Titânio Utilizadas em Implantes Cirurgicos
 

  Resumo

A necessidade de se encontrar um material que apresente propriedades de biocompatibilidade com o
organismo humano sempre motivou inúmeros estudos na área de novos materiais.

Os implantes tem como meta a recuperação de fraturas ásseas, assim sendo o dispositivo a ser
implantado será, geralmente, submetido a esforços consideráveis. Tal fato levou ao uso de materiais
com características mecânicas e químicas semelhantes as existentes no organismo. Devido a sua
resistência à corrosão e a alta relação resistência/peso as ligas de titânio tem se estabelecido como
excelente material para uso em implantes ortopédicos.

Introdução

A rápida evolução dos exames clínicos nos últimos anos permite aos médicos diagnosticar correlativa
facilidade as causas das perdas de funções do corpo humano, muitas das vezes é necessário substituir
partes do corpo para que a função possa ser restaurada.

O principal objetivo do uso de implantes é a restauração de funções dos tecidos naturais e órgãos do
corpo humano.

Sempre se investigou novos materiais que apresentam um conjunto de propriedades que permitem o
desempenho e aplicações não atingidas pelos materiais ditos convencionais ou tradicionais, para
serem empregados como materiais restauradores.

Um dos primeiros materiais empregados na confecção de próteses para implantes foi o titânio.

O Titânio puro exibe características interessantes como alta relação resistência/peso, boa resistência à
corrosão e elevada biocompatibilidade, o que torna o mesmo apropriado para aplicações em implantes
no corpo humano.

Como essas características ainda não são consideradas ideais para a prótese, passou­se a empregar
ligas de Titânio, que apresentam propriedades superiores as do Titânio puro.

Somadas à rigorosa análise mecânica para resistir aos esforços mecânicos a que essas próteses estão
sujeitas, elas devem ser confeccionadas com metais dito neutros, ou seja, compatíveis com o tecido
vivo.

A compatibilidade depende em grande parte da resistência à corrosão do metal imerso nos fluidos do
corpo e da toxicidade dos produtos de corrosão no tecido circundante.

Uma característica fundamental dos sólidos, e em particular dos metais, é a grande influência da sua
estrutura na determinação de várias de suas propriedades. Por sua vez, a estrutura, é determinada pelos
processos sofridos pelo material durante a sua fabricação, isto é, pela sua história metalúrgica.

O Titânio puro pode existir em duas formas diferentes:

a) a cúbica de corpo centrado acima de 885º C
b) hexagonal compacta abaixo desta temperatura.

A adição de elementos de liga faz com que a fase beta, de alta temperatura, seja retida parcial ou
totalmente, a temperatura ambiente, assim o equilíbrio de fases a temperaturas elevadas também pode
ser controlado. Se uma liga é aquecida a uma temperatura elevada, podemos obter diferentes tipos de
microestruturas a temperatura ambiente, conforme o tipo de resfriamento usado.

A liga a temperatura ambiente pode ter estruturas só alfa, só beta ou mistura de alfa e beta, além,
naturalmente das fases oriundas de elementos de baixa solubilidade como carbonetos e hidretos, por
exemplo.

As propriedades mecânicas desejadas nas ligas de Titânio vão depender da relação quantitativa e
qualitativa dessas fases. Essa relação por sua vez dependerá da temperatura de tratamento térmico, da
temperatura de laminação ou forjamento e da composição química da liga.

O exame metalográfico, além das técnicas de raio X e microscopia eletrônica é portanto, um
instrumento de extrema utilidade no controle de Ti e ligas. Esse controle exige que se tomem cuidados
especiais na preparação de amostras a começar pelo corte e lixamento. O Titânio alfa é muito
suscetível a formação de maclas de deformação e a superaquecimento produzindo estrutura
completamente distorcida.

Outro problema diz respeito a quantidade de fase beta metaestável as quais podem se transformar por
deformação mecânica e/ou aquecimento.

Também os hidretos de Ti, que precipitam em forma de pequenas agulhas na matriz são sensíveis aos
processos normais de preparo de amostras metalográficas.

Implante

Os materiais biocompatíveis ou biomateriais desempenham papel essencial na vida de muitos seres
humanos. Os biomateriais designam uma classe bastante ampla de substâncias, naturais ou sintéticas,
com propriedades mecânicas, físicas e químicas, que quando em contato com os tecidos e fluidos de
seres vivos, de forma permanente ou não, não provocam danos aos mesmos.

A utilização dos biomateriais no corpo humano, geralmente, enfrenta dois tipos de problema. O
primeiro relaciona­se ao comportamento físico e químicos desses materiais, que nem sempre são
completamente compreendidos, o que, consequentemente, afeta a forma como o corpo humano
responde ao contato com os biomateriais. A outra dificuldade relaciona­se com o desempenho dos
biomateriais no corpo humano, que nem sempre é desejado. Isto é, até certo ponto, previsível, pois a
grande maioria dos biomateriais não foi desenvolvida para este fim, mas com o propósito de serem
empregados em outros campos da engenharia. Um exemplo típico é a fabricação de próteses
utilizando a liga Ti­6Al­4V, largamente utilizada na indústria aeronáutica e espacial.

Um dos campos mais promissores associado aos biomateriais refere­se à aplicação dos mesmos em
próteses ortopédicas. Essas próteses são principalmente constituídas de materiais metálicos, são
usadas no desenvolvimento de dispositivos que podem reparar, ou mesmo substituir, ossos com
problemas. As próteses ortopédicas podem ser de natureza permanente ou temporária.

Os implantes ortopédicos permanente são empregados em casos em que partes do corpo danificadas
necessitam ser reparadas, o que é feito com dispositivos implantados de maneira permanente.
Exemplos de implantes permanentes que envolvem articulações de joelho, de ombro, de cotovelo, etc.
Por outro lado, as próteses temporárias são implantadas com o objetivo de estabilizar fraturas ósseas e
são mantidas no corpo até o processo natural de recuperação do osso seja finalizado. Dentre as
próteses temporárias pode­se listar: placas, que são aplicadas em regiões onde existe fragmentação
óssea e submetidas a esforços mecânicos; parafusos, que são utilizados para fixar placas a ossos; fios,
que são empregados na fixação de pequenos fragmentos ósseos; e pinos, que tem a finalidade de
restaurar fraturas de ossos de grandes dimensões.

Um dos materiais mais utilizados na confecção de próteses para implantes ortopédicos é a liga Ti­4Al­
6V. Desenvolvida para fins aeronáuticos e espaciais, devido as características mecânicas, químicas e
de biocompatibilidade, essa liga se tornou bastante popular como biomaterial nos últimos 30 anos.
Entretanto, estudos realizados recentemente mostraram que a presença de vanádio nessa liga pode ser
prejudicial ao corpo humano. Com o objetivo de controlar tal problema, uma liga alternativa para
aplicação em implantes é a liga de composição Ti­4Al­7Nb.

Técnicas Metalográficas

São descritos os diversos passos de preparação de amostras para o exame micrográfico e a
interpretação de microestruturas.

Corte ­ O corte de pequenas amostras pode ser feito com disco abrasivo de carbetos de silício usando
lubrificante em abundância. Usa ­ se velocidade normal e pressão baixa. Este corte proporciona boa
superfície acabada, a partir do qual pode – se passar diretamente para uma série de lixas mais finas.

O disco abrasivo de alumina dá resultados satisfatórios para o titânio puro, porém para ligas de
Titânio o desgaste é excessivo e a queima e o superaquecimento são de difícil controle.

Para seções maiores pode – se utilizar serra mecânica com refrigeração abundante.

Cuidados devem se ter neste etapa para evitar o superaquecimento e deformação mecânica, defeitos
esses que serão difíceis de eliminar e terão influência na interpretação da microestrutura final.

Lixamento ­ A eliminação da camada de metal deformada, causada pelo corte se faz usando lixa de
cinta de carbeto de silício ( nos 180 e 200 ). Para superfícies que vê de corte de serra deve – se usar
lixas nos 60 a 80 inicialmente. Umedecer a amostra com frequência para evitar o aquecimento ,
exercer pressão firme e adotar velocidade média da correia, são cuidados essenciais. Para amostras
pequenas a operação média é de 3 a7 minutos dependendo dos cuidados que se observa.

O lixamento final consiste em submeter a amostra a lixas de carbeto de silício nos 220, 320, 400 e
600, podendo se chegar até 1200, usando pressão firme e movimentos lentos. O lixamento pode ser
feito a úmido ou a seco. A úmido é mais rápido, proporcionando uma melhor superfície final acabada.
O lixamento a seco tem a vantagem de não apresentar manchas. Tomando os cuidados exigidos,
prefere­se o lixamento úmido.

Montagem da amostra ­ Para o titânio como ocorre em outros metais a amostra, para a facilidade de
manuseio, pode ser montada em bakelite. Restrições se faz quando a temperatura de embutimento
influir na microestrutura, recomendando – se então o uso de material plástico de cura a frio.

Deve – se evitar a montagem em materiais orgânicos quando a amostra se destina ao polimento
eletrolítico em eletrólito de ácido perclórico, muito sugerido para titânio. É preferível nesse caso não
se fazer montagem ou usar grampos especiais.

Polimentos ­ As técnicas de polimento de titânio variam de laboratório para laboratório, cada qual
desenvolvendo seu próprio método e no objetivo comum de melhor reprodutividade de resultados e
rapidez. Três métodos são conhecidos: mecânico, eletrolítico e vibratório. A preferência recai sobre os
dois primeiros.

No polimento eletrolítico o lixamento anterior não é tão crítico como para o polimento mecânico.

Polimento Mecânico: Resultados satisfatórios são obtidos principalmente para ligas de titânio. Para
titânio puro a eliminação de metal deformado, torna – se trabalhosa e é difícil obter uma superfície
polida perfeita.

Dois processos de polimento mecânico são é indicado, visando a utilização de técnicas mais simples e
acessíveis.

Processo 1 ­ Polimento tendo como abrasivo 10gr de alumina n° 3 diluída em 50ml de H2O e essa
solução acidulada com ácido oxálico (2,5gr). A velocidade do disco 250 rpm e tempo de duração 5
minutos. Usar pressão média. Nesse procedimento não há necessidade de polimento intermediário e
pode ser usado para ligas alfa + beta e minimiza o arrancamento de partículas de carbonetos em ligas
Ti­C.

Processo 2 ­ O polimento é feito em 2 etapas:

a) Intermediário: Usa­se, como abrasivo 10gr de alumina n° 1 diluída em 50ml de água; velocidade do
disco 250 rpm e tempo de duração aproximadamente 13 minutos.

b) Final: Após o polimento intermediário passa­se ao polimento final usando como abrasivo, 10gr de
alumina n° 3 + 1,5ml de ácido fluorídrico + 1,5ml de ácido nítrico. A adição de HF visa a obtenção de
uma superfície menos distorcida, tornando essa etapa do polimento menos demorada. A preferência
por um dos dois processos pode estar ligado ao tempo de duração do polimento, visto que ambos dão
resultados satisfatórios, principalmente para ligas de titânio.

Ataque ­ O ataque pode ser feito por imersão ou por aplicação, sendo este último preferível quando
utilizado o polimento mecânico. Os tempos de ataque variam de 3 a 20 segundos, segundo o tipo de
liga e o reagente usado. É recomendável no caso de polimento mecânico polir e atacar
alternadamente; este procedimento é fundamental para a maior parte das ligas, titânio puro e materiais
trabalhados a frio.

O ácido fluorídrico é o reagente mais utilizado para o ataque de Ti e ligas, mas tem a tendência de
produzir manchas. A adição de ácido nítrico remove as manchas e abrilhanta a superfície. O balanço
entre estes dois reagentes é a base para a maior parte das soluções de ataque usadas, onde buscamos
um compromisso entre contraste e limpeza da amostra. O ataque mais usado para revelar a estrutura
geral de Ti e a maior parte de suas ligas é uma solução em água de 10% HF e 5% HNO3.

Identificação de fases

A identificação de várias fases que aparecem no titânio não é simples. Além da fase alfa equiaxial e
beta temos os produtos de decomposição de beta e fases insolúveis como carbonetos, hidretos e
teluretos.

As fases alfa e beta podem ser diferenciadas por técnicas relativamente simples de metalografia. Os
produtos de decomposição de beta variam conforme o tratamento térmico e exigem técnicas
sofisticadas. Castro e Serafim desenvolveram técnicas de ataque eletrolítico para identificação de
várias fases de decomposição isotérmica no revenido de ligas 6Al­4V. Outro produto da
decomposição da fase beta transformada é a fase ômega. Esta é uma fase fora de equilíbrio que se
forma durante a nucleação e crescimento de transformação de beta para alfa. É muito importante na
consideração dos tratamentos térmicos de ligas de Ti. A fase ômega só poderá ser observada no
microscópio eletrônico.

Carbonetos em Ti surgem principalmente em Ti fundido por eletrodo de grafite e tem forma que
dependem das condições de fusão e de concentração de C.

Os hidretos podem ser observados metalograficamente desde que se tomem cuidados especiais na
montagem da amostra como foi visto. Apresentam­se em forma de pequenas agulhas na matriz,
quando em pequenas concentrações.

A luz polarizada usada em espécimes polidos e não atacadas. A fase alfa hexagonal é oticamente ativa
e alterna entre o vermelho e o azul leve. A fase beta cúbica de corpo centrado não varia e permanece
escura. São preferíveis aumentos maiores de 500X. Espécimes atacados podem ser observados mas
não se conseguirá um contraste bom. Quanto a uma indicação a respeito das fases presentes, a luz
polarizada um instrumento bastante limitado.

Outro procedimento é a coloração térmica. Espécimes polidos antes ou depois do ataque são
aquecidos ao ar a 260ºC até que apareça um leve filme rosa­ouro. A superfície a ser tratada deverá ter
sido limpa com éter pouco antes do aquecimento para garantir uma oxidação uniforme. Os carbonetos
em materiais tratados dessa forma tornam­se azul brilhante e escurecem com tempos maiores de
aquecimento. Alfa permanece claro por algum tempo e escurece gradualmente, mas não tão
rapidamente como os carbonetos. Logo, as fases alfa e carbonetos podem ser facilmente
diferenciados. Estruturas de fase beta transformada escurecem em seguida durante a coloração
térmica. O mais importante é que é possível assegurar um bom contraste de grão em liga só alfa como
Ti5 Al­2,5 Sn, que não poderia ser obtida pelos mais fortes reagentes de ataque.

Interpretação de microestruturas

Para interpretar as microestruturas de Ti e suas ligas é interessante que se conheça detalhes de
tratamento térmico a que foi submetida a amostra e a composição química da mesma. Além dessa
última vão influenciar na microestrutura principalmente o tratamento térmico e a fabricação de peças.
Convém que se revisem alguns princípios básicos.

Efeito de fabricação:

Se o trabalho à quente é indicado e completo nas temperaturas situadas no campo beta do diagrama de
fase, a estrutura resultante se transformará completamente e o produto de transformação será alfa
acicular ou placas de alfa que se produzem de forma a mostrar indícios da estrutura beta anterior. A
formação de placas ou agulhas vai depender da velocidade de resfriamento, dimensões, etc. Estas
estruturas não variam com tratamentos térmicos subsequentes.

Se o trabalho é iniciado em beta e termina no campo alfa + beta, a estrutura resultante será
predominante beta transformada; a granulação beta estará distorcida e parcialmente quebrada devido a
temperatura baixa de acabamento.

Finalmente se o trabalho se dá no campo alfa + beta ou no campo alfa, no caso de ligas alfa,
geralmente aparece uma estrutura de granulação fina com pouca ou nenhuma evidência do produto de
transformação.

Efeito de tratamento térmico:

As ligas do tipo alfa, de forma geral só sofrem tratamento térmico de recozimento ou alívio de
tensões.

As ligas alfa + beta e beta são extremamente sensíveis ao tratamento térmico. Estes são baseados na
capacidade que tem essas ligas d sofrerem uma transformação do tipo martensítica, quando resfriadas
bruscamente, produzindo­se principalmente a fase alfa sob forma de agulhas e beta metaestável.

O importante é obter uma estrutura que dê as melhores propriedades mecânicas. Normalmente se
consegue isto através de um tratamento térmico de envelhecimento. No entanto não se pode operar
grandes mudanças em propriedades mecânicas se as fases estão em condições próximas ao equilíbrio
antes do envelhecimento. Logo a presença de fases fora do equilíbrio tais como alfa e beta
metaestável, resulta num substancial da tensão de escoamento e da de ruptura, após envelhecimento.
Resumindo temos que:

1.  Não há resposta ao envelhecimento no resfriamento ao forno
2.  Só uma leve resposta ocorre com resfriamento ao ar
3.  A melhor resposta ocorre com têmpera em água a partir da temperatura de solubilização. A
têmpera a partir do campo beta dá bons resultados mas os valores de ductilidade resultam
baixos. As melhores combinações de propriedades podem ser produzidas por tratamento de
solubilização em temperaturas relativamente altas no campo alfa + beta.

Microestruturas mais comuns

Alfa – equiaxial este tipo de estrutura desenvolve – se usualmente em material trabalhado a frio e
recozido acima da temperatura de recristalização. Pode – se distinguir partículas de fase beta
estabilizadas por pequenas quantidades de Fe no material. Essas quantidades pequenas de fase beta
comuns em Ti não ligado comercial e algumas tipo alfa, promovem um refinamento do grão alfa
inibindo seu crescimento.

Beta transformado é o termo geral para descrever a fase alfa formada diretamente a partir de beta. Os
termos alfa serrilhado, acicular e placas são os mais comuns, usados para descrever as fases beta
transformadas em maior detalhe.

Alfa serrilhado são desenvolvidas por resfriamento rápido desde o campo beta em Ti de alta pureza e
ligas do tipo alfa. Os contornos serrilhados surgem no resfriamento rápido em Ti na parte inferior de
um lingote fundido com eletrodo de Tungstênio.

Os termos alfa acicular e Widmanstatten aplicam – se a tipos semelhantes de estruturas, no entanto o
termo acicular refere – se a uma estrutura fina enquanto que o Widmanstatten pode existir como uma
estrutura fina acicular ou grosseira do tipo Basket – weave.

Estruturas em placas são resultado de resfriamento lento a partir do campo beta ou da temperatura alta
no campo alfa + beta. Pode – se também encontrá­las em forjados onde o tamanho das placas dá uma
idéia da temperatura de trabalho.

A fase alfa primária é a fase alfa que permanece sem transformar ao contrário da fase alfa formada por
transformação de beta. Se aquecemos a liga de titânio no campo alfa + beta quanto maior a
temperatura menor a quantidade de alfa primária. Isso permite uma variação de propriedades
mecânicas dentro de uma larga faixa.

Alfa – linha ou alfa martensítica, é uma estrutura alfa supersaturada fora de equilíbrio. A aparência de
agulhas da estrutura alfa – linha é semelhante à martensita dos aços mas difere no fato de reter a
mesma estrutura da fase da qual se originou. Envelhecendo a fase alfa ­ linha induzimos a formação
de fases alfa e beta em equilíbrio e um aumento em dureza e resistência. A fase alfa – linha
envelhecida não pode ser distinguida da temperada através do microscópio ótico.

A fase beta – intergranular, também é comumente encontrada em ligas comerciais de Ti do tipo alfa +
beta.

Uma estrutura importante no que diz respeito ao controle do tratamento térmico é a camada alfa
saturada em gases que ocorrem nos tratamentos feitos ao ar. Resulta da grande afinidade do Ti
principalmente por O2 ( estabilizador alfa ) e deve ser levado em conta as tolerâncias de partes
submetidas àqueles tipos de tratamentos.

Uma vez que a difusão do O2 em Ti é uma função do tempo e temperatura é desejável que se
empregue tempos de aquecimento e temperaturas mínimas de
trabalho a quente.

Comentários Finais

Uma rotina de controle metalográfico do Ti e suas ligas, foi estabelecida no que diz respeito a técnicas
metalográficas e identificação das microestruturas mais freqüentes.

A fase crítica de preparação da amostra para exame metalográfico está no corte e desbaste; as
ligas alfa + beta se mostram menos sensíveis durante o lixamento, enquanto que as ligas alfa e o
titânio não ligado exigem um menor cuidado.

O lixamento mostrou de uma forma geral, menor distorção e maior eficiência quanto da
utilização da lixa de carbeto de Si a úmido.

O polimento mecânico deve ser feito em duas etapas, na maior parte das ligas. Para as ligas com
inclusões de carbonetos, consegue – se melhores resultados com abrasivo de alumina mais
grosseira em uma só etapa de polimento, evitando o arrancamento das partículas de carbonetos.

O ataque para revelar a estrutura geral mais eficiente foi a base de 10% HF e 5% de HNO3 em
água.

Embora a complexidade das transformações de fases envolvidas, a observação ao microscópio
óptico envolve pouca variação qualitativa nas microestruturas. O conhecimento das mais
importantes já fornece um importante meio de controle dos materiais e processos.

Bibliografia

1 ­ BAPTÍSTA, A. L. B. ­ Reagentes para Metalografia . EEIMVR / UFF.

2 ­ BAPTÍSTA, A. L. B. ­ Preparação de Amostras Metalográficas . EEIMVR / UFF

3 ­ FAZANO, C. A. T. V. ­ A Prática Metalográfica, Hemus Livraria Editora Ltda, São Paulo, 1980.

4 ­ OSADCHUK, KOSTER & KAHLES – Recomended Techniques for Polishing Ti for
Metallographiq Examination , M. Progress, Oct. 1953.

5 ­ SEAGLE & BARTO – Physical Metallurgy and Metallography of Ti Alloys , Met. Eng. Quart.
ASM, Aug. 1968.

6 ­ G. F. VANDER VOORT ­ Metallography: Principles and Practice, McGraw­Hill Book Co., New
York, 1984.

7 ­ G.L. KEHL & M. METLAY ­ The Mechanism of Metallographic Etching, Journal of the
Electrochemical Society, Vol 101, March 1954, p 124­127.

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