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Revisão Data Descrição Resp.

Técnico CREA

0 27/05/2003 Emissão Original

DEPARTAMENTO DE EXPANSÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Documento Padrão
Especificação Técnica

A 27/05/2003 Especificação Técnica ESPVEPRO3 CEEE-GT

Versão Data Descrição Empresa Resp. Técnico CREA

CONCESSIONÁRIA: EXECUTORA/CONTRATADA: EXECUTORA/SUBCONTRATADA: EXECUTORA/PROJETO:

Resp. Técnico CREA Resp. Técnico CREA Resp. Técnico CREA

LOCAL: Documento Padrão

ÁREA: Documento subsidiário para projeto eletromecânico MÓDULO: AT/DET/DELT

DESCRIÇÃO: Diretrizes para a verificação do projeto de linhas de transmissão até 230 kV

Ref. Administrativa Número de Referência Número do Desenho


Cód.
Código Barras UC Fl/n°N° CEEE/SDAT Fl/n° Ref. Local Área Módulo Descrição Detalhe Seq. Versão Revisão
Fabricante
T L0000 DA 7002 052 17 001 A 0
DIRETRIZES PARA A VERIFICAÇÃO DO PROJETO DE LINHAS DE
TRANSMISSÃO

INDICE
DIRETRIZES PARA A VERIFICAÇÃO DO PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO...............................2

CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................................................................3
1.1 OBJETIVO...................................................................................................................................................3
1.2 DIRETRIZES GERAIS ................................................................................................................................3
1.2.1 Análise da confiabilidade .....................................................................................................................3
1.2.2 Dimensionamento de cabos para raios..................................................................................................3
2 DIRETRIZES PARA A VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL DA LT .................................................................3
2.1 PROCEDIMENTO GERAL .........................................................................................................................3
2.2 NORMAS.....................................................................................................................................................3
2.3 MÉTODOLOGIA DE VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL...............................................................................4
2.4 CONFIABILIDADE.....................................................................................................................................4
2.5 DADOS DE VENTO....................................................................................................................................5
2.5.1 Dados disponíveis.................................................................................................................................5
2.5.2 Dados novos .........................................................................................................................................6
2.6 VENTOS DE ALTA INTENSIDADE ..........................................................................................................6
2.7 RUGOSIDADE DO TERRENO ...................................................................................................................7
2.8 CARGAS DE VENTO NOS CABOS ...........................................................................................................7
2.9 CARGAS DE VENTO NAS ESTRUTURAS................................................................................................7
2.9.1 Pressão de Vento ..................................................................................................................................7
2.9.2 Áreas de Vento e Coeficiente de Arrasto ...............................................................................................8
2.9.3 Ação de vento excepcional de alta intensidade .....................................................................................8
2.10 TRAÇÕES E FLECHAS DE CABOS...........................................................................................................9
2.10.1 Árvores de Carregamento .....................................................................................................................9
2.10.2 Coeficientes de Ponderação das Cargas .............................................................................................12
2.11 DIMENSIONAMENTO OU VERIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS...........................................................12
2.12 FUNDAÇÕES ............................................................................................................................................13
2.12.1 Condições de Verificação ...................................................................................................................13
2.12.2 Diretrizes:...........................................................................................................................................13
2.12.3 Investigação e Inspeções de Solos.......................................................................................................14
2.12.4 Critérios Gerais..................................................................................................................................14
3 DIRETRIZES PARA VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO ELÉTRICO DAS LT ........................16
3.1 DIMENSIONAMENTO DO CABO PÁRA-RAIOS....................................................................................16
3.2 ATERRAMENTO ......................................................................................................................................16
4 OUTRAS DIRETRIZES ..................................................................................................................................16
4.1 LOCAÇÃO DAS ESTRUTURAS (INSERÇÕES) ......................................................................................16
4.2 TABELAS DE ESTICAMENTO DE CABOS ............................................................................................16
4.3 TESTE DE CARGA...................................................................................................................................17
5 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA A SER ELABORADA.................................................................................17
5.1 PARA APROVAÇÃO DO PROJETO ...................................................................................................................17
5.1.1 Considerações ....................................................................................................................................17
5.1.2 Relação de documentos básicos de projeto .........................................................................................17
5.1.3 Apresentação de documentos ..............................................................................................................19
5.1.4 Relação de Anexos..............................................................................................................................19

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1 OBJETIVO
Os itens a seguir estabelecem as diretrizes básicas para a elaboração dos serviços de
verificação do projeto da LT, visando assegurar confiabilidade mecânica das estruturas
bem como o seu satisfatório desempenho elétrico.
A análise da confiabilidade mecânica acima mencionada consiste na verificação e/ou
dimensionamento estrutural sob as condições de carregamento mecânico e a análise do
desempenho elétrico que consiste na verificação dos cabos pára-raios com relação a
descargas atmosféricas, correntes de curto-circuito, aterramento, alem da coordenação de
isolamento e desempenho Corona (RI,TVI,RA) da LT.

1.2 DIRETRIZES GERAIS

1.2.1 Análise da confiabilidade


A, LT deverá ser analisada sob o enfoque de confiabilidade mecânica e de desempenho
elétrico segundo as diretrizes aqui estabelecidas. Desta analise serão resultantes as
condições para elaboração do Projeto de forma a atender os requisitos constantes nestas
especificações.

1.2.2 Dimensionamento de cabos para raios


O dimensionamento do cabo pára-raios deve estar pautada nos dados relativos as
correntes de curto circuito e tempo de atuação das proteções que serão fornecidos pela
CEEE.

2 DIRETRIZES PARA A VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL DA LT

2.1 PROCEDIMENTO GERAL


a) As estruturas devem ser verificadas para as condições de carregamento resultantes da
locação, considerando-se a utilização dos cabos condutor e pára-raios definidos para a
LT, atendendo aos critérios constantes nestas especificações.

2.2 NORMAS
A verificação estrutural pode ser desenvolvida tomando como referência tanto normas
brasileiras quanto normas estrangeiras, internacionalmente aceitas. Entretanto, é exigido:
• que as condições mínimas estabelecidas nas normas brasileiras sejam
necessariamente atendidas;
• que haja coerência de filosofia, critérios, métodos e procedimentos no projeto
mecânico como um todo, não sendo admitido utilização de normas conceitualmente
divergentes como referência para itens específicos do projeto;

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• que as normas sejam da última edição;
• que o procedimento IEC 826, “Loading and Strength of Overhead Transmission Lines”
deve ser utilizado como referência básica no que se refere a sua metodologia de
consideração da confiabilidade (ou risco de falha) de LTs, tanto no que se refere ao
estabelecimento das cargas quanto na determinação das resistências. Entretanto, a
aplicação deste procedimento ou de outro similar, deve adequar-se às diretrizes
contidas nesta especificação
Para a verificação do projeto de torres metálicas pelo método dos estados limites, deve
ser seguida a filosofia estabelecida no “Procedimento de Projeto de Torres Autoportantes
para Linhas de Transmissão”, documento n.º 22-96(GT-08) desenvolvido pelo CIGRÉ-
Brasil/CE22/GT08, procedimento preparado em nível de Brasil para ajustar os critérios de
cálculo de resistência das torres pelo Manual ASCE n.º 52 (Guide for design of steel
transmission towers) com a metodologia de projeto da IEC 826.
Para a verificação do projeto de estruturas de postes de concreto pelo método dos
estados limites, deve ser seguida as especificações CEEE ESPPEC01 para Projeto de
Estruturas de Concreto para Linhas de Transmissão.

2.3 MÉTODOLOGIA DE VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL


O projeto mecânico estrutural deve ser elaborado utilizando-se a metodologia dos estados
limites. Todos os componentes devem ser dimensionados e/ou verificados para atender
tanto condições específicas dos Estados Limites Último (falha), quanto Estado Limites de
Utilização (danos).

2.4 CONFIABILIDADE
A segurança do projeto mecânico estrutural da LT deve ser estabelecida com base em
conceitos probabilísticos, com a estimativa do risco de falhas. Cada componente da LT,
sejam cabos, cadeias de isoladores, estruturas e suas fundações, devem ter um risco de
falha coerentemente definido e compatibilizado em termos de coordenação de
resistências.
De acordo com a metodologia equacionado no procedimento IEC 826, a variável período
de retorno da velocidade do vento é utilizada como referência no estabelecimento da
confiabilidade da LT. Desta forma, no quadro abaixo estão apresentadas as exigências
mínimas de confiabilidade, onde se estabelece um período de retorno em função do grau
de importância e segurança requerida não só para o desempenho da LT como para a
segurança de terceiros.

Período de Retorno
T (anos)
Localizaçã Níveis de Confiabilidade
o Limite de Limite de
dano falha
Nível 1 – LTs 69 kV de menor importância. Ex: LTs de madeira 20 50
Zona Nível 2 – LTs 138 kV ou 230 kV 50 100
rural
Nível 3 – LTs 2x230 kV ou 500 kV 50 150
Zona Nível 4 – LTs até 230 kV 50 250
urbana

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Toda travessia sobre rodovia e ferrovia deve ser verificada como em zona urbana.

2.5 DADOS DE VENTO

2.5.1 Dados disponíveis

Os parâmetros estatísticos da velocidade de vento que se dispõem foram obtidos através


de um estudo conjunto CEEE/UFRGS com dados coletados até o ano de 1983. Embora
os dados tenham sido coletados e tratados de forma completa, isto é, considerando tipos
de tormentas EPS e TS) e direção do vento, os parâmetros apresentados na tabela abaixo
é um resumo geral onde os ventos foram agrupadas considerando todas as direções e
todos os tipos de tormentas. Os parâmetros e respectivas velocidades extremas do vento
(VT), calculadas segundo a distribuição de Gumbel, constam na tabela abaixo para cada
uma das estações coletadas:

Estação Vmd CV VT50 Vo


Porto Alegre 18,18 24,0 29,5 41,0
Santa Maria 17,03 25,9 28,5 39,6
Bagé (1) 16,17 27,0 27,5 38,2
Uruguaiana 18,30 24,0 29,8 41,3
Outras Regiões (2) 18,30 24,6 30,1 41,7

(1) Os dados desta estação não apresentam o mesmo nível de confiabilidade quando
comparada com as demais. Há descontinuidade de registros razão pela qual recomenda-
se não usar seus dados.
(2) Outras regiões externas ao quadrilátero formado pelas estações pesquisadas.
Onde:
Vmd [m/s] - Velocidade média das máximas anuais, referida a média sobre 10
min, a 10 m de altura, em terreno de rugosidade B e topografia
normal.
Cv [%] - Coeficiente de variação da velocidade do vento.
VT [m/s] - Velocidade extrema do vento, calculada para um período de retorno T
e referida a média sobre 10 min, a 10 m de altura, em terreno de
rugosidade B e topografia normal.
Vo [m/s] - Velocidade básica do vento, calculada para um período de retorno
T = 50 anos e referida a rajada de 3 s, a 10 m de altura, em terreno de
rugosidade B e topografia normal.

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Considera-se que embora os dados acima são satisfatórios para os objetivos desta
especificação, recomenda-se um estudo visando aumentar a série de dados,
acrescentando mais 17 anos de registros.

2.5.2 Dados novos


A atualização e/ou a melhoria no tratamento dos dados acima apresentados, além de
reduzir a incerteza associada aos valores básicos, pode também resultar numa redução
de custos visto que permite a adoção de modelos de análise mais sofisticados como, por
exemplo, da direção do vento.
No caso de uma coleta de novos dados, ou de uma atualização dos já existentes, a
velocidade básica do vento (Vo), definida como sendo a velocidade de vento de rajada (3
s) que ocorre a 10 metros sobre o nível do solo, em lugar aberto e plano, com poucos
obstáculos, deve ser obtida a partir de séries coletadas por instituições idôneas (p.ex.
MAer), com período de registro contínuo, e que possibilite preferencialmente tratamento
diferenciado quanto ao tipo de tormenta (tormentas frontais "EPS - Extended Pressure
Systems" e tormentas elétricas "TS - ThunderStorms") e direção do vento.
Considerando a necessidade de registros de ventos originados tanto de tormentas TS
quanto de tormentas EPS, devem sempre ser coletados dados de rajadas de 2 ou 3 s. A
média sobre 10 minutos é um dado que quando disponível, também deve ser coletado,
pois para registro de tormentas do tipo EPS são importantes.
A descrição probabilística das distribuições das velocidades extremas deve ser feita de
forma a considerar a influência regional do comportamento de vento. Para regiões
descritas por estações meteorológicas com número de anos de observação menor que 40
anos, não será admitido coeficiente de variação da velocidade de vento inferior a 20%.
No processo de análise e tratamento estatístico dos dados de vento, necessariamente
devem sem considerados o número de anos de registros, bem como, correções dos dados
devidos a efeitos de rugosidade local e altura dos aparelhos instalados nas estações
meteorológicas.

2.6 VENTOS DE ALTA INTENSIDADE


Para fins de cálculo de carregamentos oriundos da ação de ventos de alta intensidade
(tormentas elétricas ou tornados), uma velocidade de vento excepcional, deve ser
estabelecida para o projeto e/ou verificação das estruturas.
Este vento pode ser estabelecido a partir do tratamento de dados de tormentas elétricas e
da adoção de modelos que considerem o comprimento total da LT e as características
peculiares da correlação espacial de tais tormentas.
Face a inexistência de dados de medições específicas de tais eventos e havendo algumas
evidências de suas ocorrências em algumas regiões ao sul do Brasil, tem sido considerado
como aceitável adotar, como mínimo, um valor correspondente a 1,2 vezes o valor da
velocidade básica do vento. Esta velocidade deve ser ajustada para o período de retorno
correspondente à confiabilidade especificada para a LT.
Esta velocidade de alta intensidade tem uma frente normalmente muito reduzida de
atuação. Desta forma, considera-se que a máxima intensidade atue somente sobre a
estrutura, havendo grande redução do vento nos cabos.

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2.7 RUGOSIDADE DO TERRENO
Todos os carregamentos deverão ser elaborados com base numa cuidadosa investigação
da rugosidade para cada trecho da LT.
Para fins de classificação da rugosidade (A, B, C ou D), deve-se seguir a descrição das
recomendações da IEC826. Nas linhas urbanas, onde houver certeza da existência de
uma rugosidade maior do que “B”, poderá ser utilizada rugosidade tipo “C”. Entretanto, se
em algum ponto da LT alguma estrutura estiver submetida a uma condição de rugosidade
menor, esta deve ser considerada localmente. Todas as estruturas deverão ser analisadas
com a classificação da rugosidade do local, identificada trecho por trecho típico, ou,
conforme a necessidade, torre a torre.

2.8 CARGAS DE VENTO NOS CABOS


A velocidade do vento de projeto para os cabos deve ser obtida a partir da velocidade
básica do vento Vo, corrigindo-se por fatores que considerem a rugosidade da região, a
altura média dos cabos, a dimensão do vão e o período de retorno definido para o projeto
da LT. Com esta velocidade de vento de projeto se determina a correspondente pressão
de vento de projeto que atua nos cabos. Nenhum outro fator redutor da pressão do vento
pode ser aplicado.
Alternativamente, conforme procedimento IEC, a pressão (ou a força) do vento pode ser
corrigida para ajustar a pressão de referência através do “gust factor”. Para cálculo da
pressão de referência, a velocidade do vento de rajada deve ser ajustada para vento 10
minutos, bem como, para o período de retorno do vento de projeto. Nenhum outro fator
redutor pode ser aplicado, tendo-se o máximo cuidado para não se considerar o mesmo
efeito duplamente, na velocidade e na pressão.
A altura média dos cabos deve ser determinada para condição de vento correspondente,
bem como, sem considerar reduções do ângulo de balanço dos mesmos. Esta altura deve
ser calculada mediante iteração com a pressão do vento, até haver convergência.
O vão de vento a considerar pode ser admitido de forma simplificada como vão médio da
torre, inclusive para o caso de uso do procedimento IEC.
Em se tratando de verificação e/ou projeto de reforço de estruturas, este procedimento de
correção do vento pela altura e dimensões, pode ser importante fazer torre a torre.
Cargas de vento de projeto nos cabos oriundas de ventos de alta intensidade deverão ter
tratamento específico. Na falta de modelos apropriados para tais tipos de tormentas,
admitir-se-á como mínimo um valor correspondente a pressão calculada a partir de uma
velocidade equivalente mínima igual a 0,5 vezes o valor especificado em item anterior -
“Ventos de Alta Intensidade”, não se fazendo correções devidas à rugosidade, altura
média e vão. Esta velocidade deve ser ajustada somente para o período de retorno do
vento especificada para a LT.

2.9 CARGAS DE VENTO NAS ESTRUTURAS

2.9.1 Pressão de Vento


A velocidade de vento de projeto nas estruturas deve ser obtida a partir da velocidade
básica do vento Vo, corrigindo-se por fatores que consideram a rugosidade da região, a
altura, a dimensão da estrutura e o correspondente período de retorno. Desta forma serão
determinadas pressões dinâmicas do vento de projeto para cada altura de painel da torre.

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Alternativamente, conforme procedimento IEC, a pressão ou a força do vento pode ser
corrigida para ajustar a pressão de referência através do “gust factor”. Para cálculo da
pressão de referência, a velocidade do vento de rajada deve ser ajustada para vento 10
minutos, bem como, para o período de retorno correspondente. Nenhum outro fator
redutor pode ser aplicado, tendo-se o máximo cuidado para não se considerar o mesmo
efeito duplamente, na velocidade e na pressão.
A força do vento atuante ao nível de cada painel, na posição prevista para ser aplicada
durante o teste de protótipo, deve ser determinada para vento incidindo a 90º , 75º , 60º e
45º .

2.9.2 Áreas de Vento e Coeficiente de Arrasto


Para torres, a pressão do vento efetiva atuante em cada painel deve ser determinada
considerando-se o correspondente coeficiente de arrasto da estrutura. Para estruturas de
dupla face, este coeficiente de arrasto varia de 2 a 3,6. Em nenhum caso este coeficiente
pode ser tomado menor do que 2. Este coeficiente de arrasto deve ser criteriosamente
determinado em função do índice de vazios de cada painel.
A estrutura deverá ser dividida em painéis de forma que as cargas resultantes nos
extremos de cada painel coincidam com a posição das cargas de vento originais das
torres. Entretanto, é admitido como alternativa, no caso de verificação da torre, e desde
que não haja previsão de teste de cargas, que as cargas de vento sejam concentradas em
todos os nós da estrutura, proporcionais a suas áreas.
As áreas de vento e correspondentes coeficientes de arrasto, embora constem nas
memórias de cálculo originais das estruturas, devem ser recalculados integralmente de
acordo as diretrizes estabelecidas nestas especificações.
Considerações especiais devem ser feitas no caso de torre delta e nas pernas das torres.
É necessário considerar cada ramo do delta isoladamente, tendo em vista que para
pequeno desvio da incidência do vento transversal, a ação é total nos dois ramos.
Deve-se fazer considerações especiais também na viga e suas mísulas, no caso de vento
transversal, tendo em vista que é composta de faces múltiplas. Para aplicação do
procedimento IEC 826, admite-se considerar de forma aproximada que metade de todas
as barras da viga pertençam à face de sotavento. Opcionalmente, pode ser utilizado a
NBR 6123 que contém critérios que podem ser utilizados nestes casos.
Os planos internos inclinados das pernas e ou extensões das torres, devem ter suas áreas
de vento levantadas e computadas como áreas efetivas da primeira face.
Para todos os perfis com seu eixo inclinado em relação ao eixo que define a direção do
2
vento, devem ter sua área efetiva reduzida do fator sen (i), sendo i o ângulo de inclinação
do vento em relação ao perfil. Este ângulo é medido no plano formado entre os dois eixos.

2.9.3 Ação de vento excepcional de alta intensidade


Cargas de vento nas estruturas e cadeias de isoladores oriundas de ventos de alta
intensidade deverão ter tratamento específico. Na falta de modelos apropriados para tais
tipos de tormentas, admitir-se-á como mínimo o valor especificado em item anterior -
“Ventos de Alta Intensidade”, não se fazendo correções devidas a rugosidade, altura e
dimensão da estrutura. Esta velocidade deve ser ajustada somente para o correspondente
período de retorno do vento especificado para o projeto da LT.
As forças do vento na estrutura devem ser determinadas de forma similar ao especificado
para vento extremo

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2.10 TRAÇÕES E FLECHAS DE CABOS
O cálculo das trações e flechas será procedido para os vários trechos entre ancoragens
(cantões) considerando os vãos e desníveis correspondentes, podendo se utilizar, onde
cabível, o vão equivalente (vão básico) do cantão.
Observa-se que, como critério geral utilizado pela CEEE em seus projetos, as trações dos
cabos obedecem as seguintes limitações:
• Para condições EDS: tração axial limitada em 20% como condição inicial para cabos
CAA. ;
• Para condições de temperatura mínima: tração axial limitada em 33% da tração de
ruptura do cabo;
• Para condições de vento nominal (T=50 anos): tração axial limitada a 50% da tração
de ruptura do cabo;
• Para condições de vento extremo: tração axial limitada a 70% da tração de ruptura do
cabo.

Como critério geral padrão CEEE, a flecha do cabo pára-raios é calculada na condição
EDS, após creep total, como (a) igual a 90% da flecha do cabo condutor, para flecha do
condutor inferior a 10m, ou (b) igual a flecha do condutor menos 1,0m para flecha do
condutor superior a 10m.
O creep total do condutor deve ser avaliado para um período de 10 anos.
Para fins de controle da fadiga dos cabo, estudos de vibrações devem ser realizados e,
quando necessário, sistemas de amortecimento devem ser projetados para garantir
ausência de danos durante a vida útil da LT.

2.10.1 Árvores de Carregamento


Deverão ser montadas árvores de carregamento que representem todas as possibilidades
de cargas que uma estrutura pode estar submetida na LT durante sua vida útil e fases de
construção e manutenção. Cargas especiais devem também ser previstas para situações
especiais, como para evitar efeito cascata e para dar uma resistência à torção da torre.
Na montagem dos carregamentos, fatores de majoração e/ou de minoração de cargas
devem ser adequadamente considerados e combinados de forma a dar a segurança
necessária para cargas não determinadas por critérios probabilísticos.
Cada árvore de carregamento, identificada por uma descrição sumária das cargas que a
caracterizam, deve conter o fator de carga de peso, bem como, o fator de resistência que
deve ser utilizado no projeto da estrutura. O fator de resistência não deve estar
considerado indiretamente no carregamento.
A seguir estão indicados os critérios para montagem das árvores de carregamento que
devem necessariamente constar na verificação ou no projeto das estruturas.
Observa-se que as árvores de carregamento abaixo especificadas estão identificadas para
Estado Limite Último (hipóteses U) e devem ser utilizadas basicamente em torres
metálicas. No caso de projeto de novas estruturas de concreto, para Estado Limite de
Utilização (danos), árvores de carregamento adicionais (hipóteses E), para verificação de
abertura de fissuras, devem ser montadas

HIP - U1 - HIPÓTESE DE VENTO MÁXIMO TRANSVERSAL E PESO MÁXIMO

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• Vento máximo, transversal à LT (90 ), com período de retorno de acordo com a
o

confiabilidade estabelecida para a LT ou estrutura em item anterior “Confiabilidade”;


• Componentes da tração de cabos intactos, sob vento máximo, nas deflexões da linha e
nas estruturas fim de linha;
• Peso de cabos com vão gravante máximo, peso dos acessórios e das estruturas,
majorados de 1.1 a 1.3 conforme item “Coeficientes de Ponderação das Cargas”.
Aplicação: em todos os tipos de estruturas;

HIP U2 - HIPÓTESES DE VENTO MÁXIMO OBLÍQUO E PESO MÁXIMO


• Vento máximo com ângulo de incidência de 75, 60 e 45º nos cabos e na estrutura e
com período de retorno acordo com a confiabilidade estabelecida para a LT ou
estrutura em item anterior “Confiabilidade”;
• Componentes da tração de cabos intactos, sob vento máximo, nas deflexões da linha e
nas estruturas fim de linha;
• Peso de cabos com vão gravante máximo, peso dos acessórios e das estruturas,
majorados de 1.1 a 1.3 conforme item “Coeficientes de Ponderação das Cargas”.
Nota: Para cada ângulo de incidência considerado (75º , 60º e 45º ) deve ser montada
uma correspondente árvore de carregamento (U2a, U2b, U2c).
Aplicação: em todos os tipos de estruturas;
HIP U3 - HIPÓTESE DE VENTO MÁXIMO E PESO MÍNIMO
• Vento máximo incidente 90º (transversal) na LT, com período de retorno acordo com a
confiabilidade estabelecida para a LT ou estrutura em item anterior “Confiabilidade”;
• Componentes da tração de cabos intactos, sob vento máximo, nas deflexões da linha e
nas estruturas fim de linha;
• Peso de cabos com vão gravante mínimo, peso dos acessórios e das estruturas,
minorados de 0.8 a 0.9 conforme item “Coeficientes de Ponderação das Cargas”.
Aplicação: em todos os tipos de estruturas;
HIP U4 - HIPÓTESE DE VENTO MÁXIMO OBLÍQUO E PESO MÍNIMO
• Vento máximo com ângulo de incidência 75, 60 e 45º nos cabos e na estrutura, e com
período de retorno acordo com a confiabilidade estabelecida para a LT ou estrutura em
item anterior “Confiabilidade”;
• Componente da tração de cabos intactos, sob vento máximo, nas deflexões da linha e
nas estruturas fim de linha;
• Peso de cabos com vão gravante mínimo, peso dos acessórios e das estruturas
minorados de 0.8 a 0.9 conforme item “Coeficientes de Ponderação das Cargas”.
Nota: Para cada deflexão considerada (75, 60 e 45º ) deve ser montada uma
correspondente árvore de carregamento (U3a, U3b, U3c)
Aplicação: em todos os tipos de estruturas;
HIP R1 - HIPÓTESE DE RUPTURA DE CABOS PÁRA-RAIOS
• Vento reduzido, transversal à LT (90º ), com período de retorno T igual a 3 anos. O vão
a considerar no cabo rompido deve ser 2/3 do vão de vento;
• Tração de um cabo pára-raios rompido (estrutura de suspensão) ou de todos os cabos
rompidos (estruturas de ancoragem intermediária), com tração calculada para vento
reduzido;

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• Peso de cabos com vão gravante médio, peso dos acessórios e das estruturas: valor
nominal, sem ponderações. O peso do cabo rompido deve ser calculado considerando-
se 2/3 do vão gravante;
Aplicação: em todos os tipos de estruturas, exceto em ancoragens fim de linha;
HIP R2 - HIPÓTESE DE RUPTURA CONDUTORES
• Vento reduzido, transversal à LT (90 ), com período de retorno T igual a 3 anos. O vão
o

a considerar no cabo rompido deve ser 2/3 do vão de vento;


• Tração de um cabo condutor rompido (estrutura de suspensão) ou de todos os cabos
rompidos (estrutura de ancoragem intermediária), , com tração dos cabos calculada sob
vento reduzido (admite-se em estruturas de suspensão considerar 80% da tração do
cabo devido a acomodação da cadeia de isoladores);
• Peso de cabos com vão gravante médio, peso dos acessórios e das estruturas: valor
nominal, sem ponderações. O peso do cabo rompido deve ser calculado considerando-
se 2/3 do vão gravante;
Nota: Para cada posição de ruptura do condutor em relação à mísula da estrutura, uma
árvore de carregamento deverá ser montada (R2a, R2b, R2c, etc. );
Aplicação: em todos os tipos de estruturas, exceto ancoragem fim de linha;
HIP R3 - HIPÓTESE DE RUPTURA DE TODOS OS CABOS
• Vento reduzido, transversal à LT (90 ), com período de retorno T igual a 3 anos. O vão
o

a considerar no cabo rompido deve ser 2/3 do vão de vento;


• Tração de todos os cabos pára-raios e condutores, ancorados na estrutura, com tração
dos cabos calculada sob vento reduzido. Em estruturas circuito duplo, deve-se
considerar também a situação de ruptura de todos os cabos de somente um circuito;
• Peso de cabos com vão gravante médio, peso dos acessórios e das estruturas: valor
nominal, sem ponderações. O peso do cabo rompido deve ser calculado considerando
2/3 do vão gravante;
Nota: Para o caso de circuito duplo, duas árvores de carregamento devem ser
montadas, uma para os cabos dos dois circuitos rompidos (R3a) e outra para somente
um circuito rompido (R3b).
Aplicação: em estruturas de ancoragem intermediária.
HIP C1 - HIPÓTESE DE LANÇAMENTO DE CABOS
• Com vento reduzido - T = 3 anos
• Componentes de tração de cabos nas condições de vento correspondente;
• Peso de cabos com vão gravante máximo, peso dos acessórios e das estruturas:
majorados conforme Tabela do item 2;
• Cargas específicas previstas nestas operações de lançamento dos cabos: valores
nominais previstos majorados de 1.65 ou a critério do projetista. Observação: nesta
hipótese não é admitida a presença de montadores nas estruturas.
Aplicação: em todas as estruturas;
HIP C2 - HIPÓTESE DE REGULAGEM DE CABOS
• Sem vento;
• Tração de cabos sem vento;
• Peso de cabos com vão gravante máximo, peso dos acessórios e das estruturas:
majorados de 1.65;
• Cargas específicas previstas nestas operações de regulagem (montadores,
ferramentas, peso do cabo, acessórios, componentes de tração do cabo, etc.): valores
nominais previstos, majorados de 2.0.

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Aplicação: em todas as estruturas, suspensão, ancoragem intermediária e fim de linha;
HIP P1 - HIPÓTESE DE CARGAS PERMANENTES
• Sem vento;
• Tração de cabos sem vento (EDS);
• Peso de cabos com vão gravante médio, peso dos acessórios e das estruturas: valores
nominais;
Aplicação: em todas as estruturas de madeira, em ângulo ou fim de linha (para
verificação de deformações permanentes).

Para verificação do estado Limite de Utilização (danos na estrutura), flechas resultantes


no topo das estruturas, bem como para a verificação de abertura de fissuras no concreto,
devem ser montadas árvores de carregamento identificadas por “ E “ (Hip E1, Hip E2,
Hip E3, Hip E4, etc.) que corresponderão a ventos de alta intensidade com período de
retorno T = 50 anos.

2.10.2 Coeficientes de Ponderação das Cargas

TIPO TOPOGRAFIA COEFICIENTE DE


DE CARGA DO T ERRENO MAJORAÇÃO MINORAÇÃO
Peso próprio Plana 1.1 0.9
dos Cabos Ondulada 1.2 0.85
Montanhosa 1.3 0.8
- Acessórios e Estruturas Qualquer 1.1 0.9
- Cargas de Vento Qualquer 1.0 1.0
- Tração de Cabos Qualquer 1.0 1.0
- Ruptura de Cabos Qualquer 1.0 1.0
- Montagem ou Manutenção Qualquer 1.65 a 2.0 1.0

2.11 DIMENSIONAMENTO OU VERIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS


Todas as estruturas deverão estar dentro de sua utilização normal. Quando houver
alguma situação onde pela simples comparação das árvores de carregamento ficar
constatado que a estrutura está fora da sua utilização normal, estas deverão ter suas
memórias de cálculos refeitas integralmente, incluindo cálculo de solicitações de todas as
árvores de carregamentos,. Esta verificação irá comprovar ou não a nova utilização
proposta para a torre.
O dimensionamento estrutural deve ser feito de forma que a resistência de cálculo seja
maior ou igual às solicitações de projeto.
No caso de torres metálicas, a resistência de projeto deve ser estabelecida para condições
de estado limite último, utilizando-se adequados fatores de resistência aplicados sobre as
tensões limites de flambagem ou de escoamento dos materiais.
Os fatores de resistência, que tem a finalidade de ajustar o risco de falha da estrutura para
o nível de confiabilidade estabelecido para a LT, são definidos em função da dispersão
observada entre o projeto e ensaios de protótipos, conforme definido na metodologia do
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procedimento IEC 826. Este fator se situa entre 0,90 a 0,95 para torres cujos protótipos
tenham sido ensaiados. No caso de torres sem teste de protótipo, este fator não deve ser
superior a 0,85.
Para projeto, verificação ou reforço de torres metálicas pelo método dos estados limites,
deve ser utilizada como referência básica principal o documento “Procedimento de Projeto
de Torres Autoportantes para Linhas de Transmissão”, indicado no Item “Anexos”.
No caso de estruturas de concreto, a resistência de projeto deve ser estabelecida para as
condições de Estado Limite Último (falha) e Estados Limites de Utilização (danos)
conforme as especificações CEEE ESPPEC01 para Projeto de Estruturas de Concreto
para Linhas de Transmissão, indicadas no Item “Anexos”.

2.12 FUNDAÇÕES

2.12.1 Condições de Verificação


As fundações devem ser verificadas para as condições de carregamento das estruturas
(torre metálica), tanto à compressão quanto à tração, flexão e cortantes, que considere
adequadamente a rigidez da torre.
Para o cálculo das solicitações, a fundação pode ser admitida como rígida desde que
sejam atendidas as deformações limites estabelecidas nestas especificações.

2.12.2 Diretrizes:
Para todas as estruturas atuais, padrão CEEE (séries G, DF, B, DB ) as fundações foram
projetadas com as solicitações de projeto (Sd), isto é, com cargas de projeto para estado
limite último. No caso de novas soluções estruturais serem apresentadas pela Contratada,
suas fundações também deverão ser projetadas com cargas atuantes no estado limite
último.
Considerar que deve ser dada preferência para fundações tipo sapata de concreto ou
tubulão. Em casos especiais, onde as condições locais assim o exijam, poderão ser
utilizados outras soluções tais como estaqueamento, radier, etc. Não serão aceitas em
hipótese nenhuma, soluções de fundações em grelha metálica.
Projetos novos de fundações, deverão ser projetados com os mesmos critérios gerais
adotados para os projetos de fundações, tipo sapatas padrão CEEE, que são os
seguintes:
• Parâmetros de solos

Tipo de Peso específico Coesão Ângulo do cone Empuxo no


Solo [kgf/m3] [kgf/m2] [º ] repouso - Ko
1 1700 0,40 30 0,4
2 1000 0,15 20 0,4

NOTA: No caso de ocorrência de peso específico diferente, observado na definição das


fundações da LT, torna-se necessário realizar uma compensação na profundidade da
fundação, aumentando ou diminuindo, conforme o caso.
• Fatores de Segurança

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a) Para as tensões de resistência à compressão do solo: 2,3
b) Para a resistência ao arrancamento do (cone) solo: 1,0
• Tensões do Concreto
Para todos os casos deve ser adotado como valor mínimo: fck = 15,0 MPa

2.12.3 Investigação e Inspeções de Solos


Um plano de sondagem deve ser estabelecido e submetido à análise da CEEE. Deverá
ser feita no mínimo uma investigação de solo, a trado, com profundidade mínima de 2,60
m, no local onde será implantada cada torre de suspensão e no mínimo uma sondagem
tipo SPT no local de implantação de cada torre de ancoragem. Deve-se ter em mente que
a comprovação das características e parâmetros do solo será obtida quando da abertura
das cavas, no caso de fundações rasas, ou seja, sapatas, tubulões, radiers, etc. No caso
de dúvidas quanto as características do solo (solos moles, encostas acentuadas,
proximidades de córregos, etc.), a CEEE poderá exigir qualquer outro tipo de investigação
que entender necessário, para aprovação do projeto proposto ou para a comprovação da
solução e/ou definição apresentada pelo projetista.

2.12.4 Critérios Gerais


O dimensionamento das seções de concreto e de aço devem seguir a metodologia dos
Estado Limites. As solicitações de projeto correspondentes às árvores de carregamento
para Estado Limite Último, devem ser utilizadas para verificação de condições de
resistência da fundação (Sd ≤ Rd), assim como, de deformações elasto-plásticas
excessivas que possam comprometer a estabilidade ou a própria resistência da torre.
No projeto das fundações, para atender o critério de coordenação de falha, as solicitações
transmitidas pela estrutura devem ser majoradas pelo fator mínimo 1,10. Estas
solicitações, calculadas com as cargas de projeto da torre, passam a ser consideradas
como cargas de projeto das fundações. Desta forma, o risco de falha das fundações deve
ser garantidamente menor do que o das estruturas.
As cargas de projeto para estados limites devem dimensionar ou reforçar as fundações
tanto para satisfazer critérios de resistência quanto de deformações limites.
Para verificação de estados limites de utilização (fissuras, deformações), devem ser
aplicadas cargas nominais (ou cargas de trabalho ou cargas de serviço) compatível para
estas condições e vida útil da LT.
Devem ser empregados materiais componentes comprovadamente resistentes aos efeitos
de corrosão. O material ou proteção especial da fundação deve ser utilizado no mínimo 30
cm acima do nível do terreno.
Em locais inundáveis, as fundações devem estar elevadas pelo menos até a cota média
das máximas cheias anuais. Se o local de inundações estiver sujeito a águas com
velocidade significativa, a fundação deverá ser elevada e projetada considerando tal
situação.

Verificação da Estabilidade das Fundações


• O peso próprio da fundação deve ser majorado, no mínimo, de 1,1 e 0,9,
respectivamente na compressão, na tração ou na flexão;
• A verificação da estabilidade ao arrancamento da sapata deve necessariamente
satisfazer o método do cone para um ângulo de 30º para solo tipo 1, e 20º para solo
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tipo 2 (submerso). O peso específico do solo a considerar deverá ser definido a partir
de dados levantados em campo de forma a ser um valor garantido.
• Para o caso da verificação ao arrancamento de tubulões, com alargamento na base,
deverá ser verificada a tensão de compressão entre a superfície correspondente ao
tronco de cone formado pelo alargamento da base e o solo.
• Para o caso da verificação da estabilidade ao arrancamento, de tubulões sem
alargamento na base, também deve ser atendida a verificação ao método do cone,
bem como deve ser verificada a aderência lateral considerando estes valores máximo
limitados pelo seguinte critério :

Resistência do atrito lateral é menor ou igual a área lateral do tubulão, multiplicado


pelo coeficiente “F”, onde
2
F = 3,0 tf / m para solos “tipo 1”
2
F = 2,0 tf / m para solos “tipo 2”
Nota : As características dos solos tipo 1 e 2, estão definidos no item 2.12.2.

Condições Específicas para Estado Limite Último

• Deformação específica do concreto comprimido: ≤ 3.5


0/00
c ;
• Deformação específica da armadura tracionada: ≤ 10
0/00
c ;
• Tensão do concreto: fck ≥15 MPa
• Tensão de cálculo do concreto: fcd = fck / γc ;
onde: γc = 1.5 para condições desfavoráveis de execução, transporte e lançamento;
γc = 1.4 para condições normais;
γc = 1.3 para condições ideais, como em fábrica de pré-moldados.
• Tensão de cálculo da armadura: fyd = fyk / 1.25;
• Tensão de cálculo de chumbadores: fyd = fyk / 1.5;
• Deslocamento vertical diferencial entre fundações de uma mesma torre: ≤ 0.3% da
distância entre elas e no máximo igual a 5 cm;

Condições Específicas para Estado Limite de Utilização

• Deformação específica do concreto comprimido: εc ≤ 2 /00


0

• Deformação específica do aço tracionado: εS = εy onde εy ≤ fyk / Es


• Abertura limite de fissuras no concreto: µ = 0.1 mm.
• Deformação da fundação: deve ser limitada pelo projetista de forma que a deformação
da fundação acrescida à da torre, não cause uma flecha no topo da torre superior ao
limite de H/200.

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3 DIRETRIZES PARA VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO
ELÉTRICO DAS LT

3.1 DIMENSIONAMENTO DO CABO PÁRA-RAIOS


Para dimensionamento dos cabos pára – raios do ponto de vista elétrico, o Proponente
deverá se referir às correntes de curto-circuito nas barras das SE’s da CEEE informadas
neste Edital.
Nas LT’s que disponham de sistemas de religamento automático, deverá ser levada em
conta a possibilidade de o curto-circuito persistir quando do(s) religamento(s), resultando
em maior aquecimento do cabo. Serão informados os tempos de religamento.
Os cabos pára – raios deverão ser dimensionados atendendo as diretrizes da NBR –
8449. Admite-se, onde necessário e/ou conveniente, a utilização de cabos de maior bitola
nas proximidades das SE’s terminais de cada LT.

A escolha do material do cabo, além dos requisitos elétricos, deverá ter em conta os
requisitos mecânicos decorrentes dos limites impostos (ver item “Trações e Flechas de
Cabos”); com base nesses requisitos, se necessário, deverá ser adequadamente
dimensionado o sistema de proteção antivibratória, de forma a atender os requisitos
especificados pela CEEE.

3.2 ATERRAMENTO
Os aterramentos seguirão o padrão CEEE, devendo o Proponente referir-se aos seguintes
documentos:
• ESPCATR4 – Especificação Técnica para execução de aterramentos.
Os aterramentos deverão ser dimensionados (ou posteriormente reforçados) de forma a
resultar numa resistência de 10 ohms por suporte.

4 OUTRAS DIRETRIZES

4.1 LOCAÇÃO DAS ESTRUTURAS (INSERÇÕES)


A locação das estruturas da LTs deve obedecer rigorosamente as condições previstas de
utilização das estruturas, tanto para condições de vento máximo, quanto de temperatura
mínima e balanço de cadeias. Adicionalmente, todas as estruturas deverão ser analisadas,
quanto a distância cabo solo de todos os vãos e eventuais problemas de verticalidade das
cadeias.

4.2 TABELAS DE ESTICAMENTO DE CABOS


As tabelas de esticamento dos cabos serão elaboradas com base nos critérios
estabelecidos no item “Trações e Flechas de Cabos”
Serão confeccionadas:
• tabelas de cabo grampeado indicando para cada cantão a componente horizontal da
tração e as flechas vão a vão;

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• tabelas para regulagem dos cabos em roldanas, para os vários tramos de regulagem a
serem estabelecidos, indicando flechas vão a vão e correspondentes correções de
grampeamento em todos os suportes.
As tabelas serão calculadas para temperaturas de 0 a 50° C, com intervalo mínimo de 10°
C.

4.3 TESTE DE CARGA


Teste de carga de protótipos ou de recebimento tanto nas estruturas quanto nas
fundações para comprovação da solução projetada, poderá ser realizado quando:
• For definido pelo próprio projetista visando certificar-se de sua solução e/ou para
comprovar sua otimização;
• For exigido pela CEEE como condição de aprovação de algum projeto para dirimir
dúvidas e/ou divergências depois de esgotadas todas as considerações teóricas;

5 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA A SER ELABORADA

5.1 PARA APROVAÇÃO DO PROJETO

5.1.1 Considerações
Para fins de análise e aprovação do Projeto da LT, os seguintes documento de projeto a
serem elaborados pela Contratada, deverão ser apresentados para a CEEE antes do
efetivo início de cada uma das correspondentes atividades de obra. Estes documentos
compõem-se basicamente de desenhos e detalhes, memoriais descritivos, memórias de
cálculo, relatórios técnicos, especificações técnicas, planos de execução de obra, entre
outros.
Em cada documento de projeto encaminhado, elaborado segundo formatos e padrões
oficiais da ABNT, devem constar necessariamente o selo padrão CEEE, entre outras
informações básicas necessárias, como título, responsáveis técnicos, escala, numeração,
data de revisões, objetivo, relação de normas, etc.

5.1.2 Relação de documentos básicos de projeto


a) Memorial descritivo do projeto básico
Deverá conter, de forma detalhada e completa, os dados, critérios e metodologia
usada no seu projeto, na sua verificação, além das características técnicas básicas
dos materiais e procedimentos executivos.
b) Memorial descritivo dos estudos de vento
Deverá conter, de forma detalhada e completa, os dados, as fontes, as estações
meteorológicas, as referências, as análises, os procedimentos, os critérios, as
considerações, os parâmetros estatísticos, as justificativas, as conclusões, etc.
c) Cálculo de cargas de vento, contendo:
Descrição do procedimento utilizado, todos os parâmetros considerados e valores
intermediários e finais obtidos, para cada componente e condição de cálculo;
Por exemplo: Velocidade média das máximas anuais, coeficiente de variação,
velocidade básica, período de retorno, fatores de rugosidade, de altura e de vão,

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velocidade de referência, velocidade de projeto, pressão dinâmica, “gust factor”,
pressão de projeto, etc;
Demonstração do cálculo da altura média dos cabos para cada caso;
No caso de vento na estrutura, a pressão dinâmica do vento deve ser apresentada
em função da altura, em forma de equação ou de tabela. O cálculo do coeficiente de
arrasto, áreas de vento e índice de vazios de cada painel deve estar também
demonstrado na memória de cálculo específica de cada torre. Os ângulos de
incidência do vento, em correspondência com as árvores de carregamento, devem
estar também indicados claramente.

d) Silhuetas das estruturas:


Para as estruturas diferentes daquela padrão CEEE, devem ser elaboradas silhuetas
perfeitamente representadas e cotadas, para todas as torres das LTs, incluindo
travessias e transposições, com vistas transversal e longitudinal, além dos cortes
horizontais.
e) Para cada tipo de torre, mesmo aquelas padrão CEEE, ( série “G” e “DF”), o
correspondente diagrama de utilização para as condições específicas da LT, deve ser
apresentado, definindo perfeitamente o vão de vento máximo, vão de peso máximo e
mínimo, e as deflexões máximas e mínimas associadas aos correspondentes vãos de
vento.;
Deve ser apresentado também as condições de máximo e mínimo vão de peso
previstas em função da temperatura mínima, particularmente importante em locais de
terreno muito acidentado.
f) Memorial descritivo do cálculo mecânico de cabos, individual para cada trecho de cada
LT, contendo, de forma detalhada, os dados, critérios e estados de cálculo, além dos
correspondentes valores das trações e flechas dos cabos para vãos básicos de cada
trecho.
g) Árvores de carregamento das estruturas
Para cada tipo de estrutura da LT, que não for padrão CEEE, deverão ser montadas
arvores de carregamento, as quais deverão se acompanhadas da respectiva memórias
de cálculo das cargas, com todos os dados, fatores e critérios utilizados de forma a
permitir identificar facilmente todos os valores utilizados nos cálculos de cada carga;
h) Locação de estruturas
Deverá apresentar o projeto da locação completo, contendo todos os dados
utilizados na locação, tais como diagramas de utilização das estruturas, tanto mecânico
quanto elétrico, considerando estados típicos como vento máximo, temperatura mínima,
além da temperatura máxima dos condutores.
i) Projeto do sistema antivibratório
j) Desenhos dos componentes dos conjuntos de fixação e ligação à terra
k) Medições de aterramento e/ou resistividade do solo procedidas
l) Relação dos aterramentos e reforços executados em cada suporte
m) Desenho de cadeias (conjunto e componentes) de ancoragem, suspensão e
passagens
n) Desenhos dos esquemas de conecção das torres de ancoragem, mostrando a posição
das cadeias de passagem quando houver, conectores, etc.

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o) Desenho do perfil do traçado com o devido levantamento e detalhamento planimétrico,
conforme padrão CEEE.
p) Desenho executivo das fundações onde deverá constar, além de outros dados todas
as cotas, volumes de escavação, concretagem, espaçamento, cobrimento das
armaduras, posição dos stubs, recomendações quanto cuidados especiais de
execução, tais como utilização de desmoldantes, necessidade de escoramentos,
necessidade de utilização de rebaixamento de lençol freático.
q) Planilha individual para cada torre, com a definição de fundações, onde deverão
constar dados tais como, composição da torre, peso da torre, amarrações verticais e
horizontais, planta de escavação com todas as cotas necessárias a perfeita locação
das cavas e posicionamento da estruturas.
r) Projeto detalhado de acessos para as equipes de manutenção, especificando as
benfeitorias permanentes necessárias.

5.1.3 Apresentação de documentos

Os documentos de projeto devem ser apresentados da seguinte maneira :


• Na versão “Para Análise e Aprovação”
Duas vias em meio físico (papel) e em meio digital
• Na versão “Para Construção”
Quatro vias em meio físico e em meio digital
• Na versão “Como Construído”
Duas vias em meio físico e em meio digital
Todos os documentos deverão ser apresentado, segundo procedimento e detalhes
que deverão ser ajustados conjuntamente na devida ocasião. Por exemplo, documentos
de texto, em A4, deverão ser entregues em formato padrão Acrobat Reader
preferencialmente, e os desenhos em formato Auto CADD versão R14 ou superior.

5.1.4 Relação de Anexos

1. Anexo 01 – Balanço de Cabos e Cadeias


2. Anexo 02 - Projeto de Torres Metálicas Autoportante
3. Anexo 03 – Estruturas Padrão CEEE – Serie “G”
4. Anexo 04 – Estruturas Padrão CEEE – Série “DF”

Porto Alegre, 01/10/2002

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