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Linhas de Transmissão

Modelos para Representação de LT


Introdução

• A formulação de um modelo matemático da LT a partir de seus


parâmetros permite a realização de estudos do seu
comportamento elétrico

• Entre eles:
 Perdas
 Queda de tensão
 Carregamento máximo e ideal
 Compensação

• O modelo da linha de transmissão a ser adotado em


determinado estudo dependerá do comprimento da linha e da
precisão que se deseja ter da modelagem matemática
Modelos de Linhas
Linha Curta - Comprimento de até 80 km

• A capacitância de linhas até 80 km é desprezada, já que é


pequena
• Desse modo, a linha é representada por seus parâmetros série e
respectivos efeitos, seja, resistência e indutância (reatância
indutiva).

Receptor
Emissor

• A corrente é a mesma nas duas extremidades da linha:


Is  I r

• A tensão Vs na barra transmissora (ou emissora) é:


Vs  Vr  Z  I r
Modelos de Linhas
Linha Curta - Comprimento de até 80 km

• Quadripolo equivalente:

Vs  A  Vr  B  I r
A D1
Vs   A B  Vr 
 I   C D    I  B  Z( )
 s    r I s  C  Vr  D  I r
C0
Modelos de Linhas
Linha Média -  Nominal

• Comprimentos na faixa de 80 a 240 km


• Inclui-se a admitância em derivação, normalmente uma
capacitância pura.
• São representadas pelo modelo  Nominal, com algumas relações
mais simplificadas
• A capacitância da linha é concentrada em ambas as
extremidades e dividida por 2.

Modelo π-nominal de Linha Média para


uma das fases
Modelos de Linhas
Linha Média -  Nominal

• Aplicando as Leis de Kirchhoff para o circuito, temos:

• A corrente no terminal emissor Is:

• Matricialmente, podemos escrever o modelo de LT média como o


seguinte quadripolo:
Vs   A B  Vr 
 I   C D    I 
 s    r
Modelos de Linhas
Linha Média -  Nominal

• ABCD = Constantes generalizadas do circuito da LT


 A e D são adimensionais e iguais se a linha for a mesma
quando vista dos dois terminais.
 B e C são ohms e siemens respectivamente.

ZY  ZY
A  D  1 (adimension al) B  Z() C  Y  1  (S )
2  4 

 Simplificam o trabalho com equações.

Vs   A B  Vr  Vs  A  Vr  B  I r
 I   C D    I 
 s    r I s  C  Vr  D  I r
Exemplo Linha Curta

1) Considere uma LT de 220 kV, 40 km, resistência por fase


igual a 0,15Ω/km e indutância de 1,3263 mH/km. Determine
a tensão e a corrente no terminal emissor para:
a) 381 MVA com fator de potência 0,8 indutivo ( I atrasada da
tensão, fp atrasado >0).
b) 381 MVA com fator de potência 0,8 capacitivo ( I adiantada
da tensão, fp adiantado <0).
Exemplo Linha Média

2) Considere uma LT de 345 kV, 130 km, resistência por


fase igual a 0,036 Ω/km, indutância de 0,8 mH/km e
capacitância de 0,0112F/km. Determine a tensão e a
corrente no terminal emissor para 270 MVA com fator de
potência 0,8 indutivo a 325 kV.
Modelos de Linhas
Linha longa -  Equivalente ou  Exato

• Extensão acima de 240 km (ou 150 milhas).


• Considera os parâmetros uniformemente distribuídos ao longo
da linha e não concentrados (como nos casos anteriores)
resultando em equações diferenciais parciais.

• Entretanto, também é possível obter um circuito π-equivalente


de uma linha longa e representá-la com precisão em
parâmetros concentrados (desde que o interesse seja os
valores de tensão e corrente nas extremidades desta linha).

• Assim, nosso modelo para linhas longas pode ser tratado como
uma “correção” sobre os parâmetros do modelo π-nominal,
utilizando a constante de propagação da onda (e arcos
hiperbólicos).
Modelos de Linhas
Linha longa -  Equivalente ou  Exato

parâmetros uniformemente parâmetros concentrados


distribuídos

Podemos estabelecer algumas relações alternativas de obter o circuito 


Equivalente ou  Exato de uma LT:
• Valores totais de impedâncias e admitâncias:

• Escrevendo a impedância série Ze em função da impedância Z,


multiplicada por um fator de correção:

=√z’.y’ – constante de propagação da onda


z’ – impedância série por metro de linha;
y’ – admitância shunt por metro de linha;
l – comprimento total da linha;
Modelos de Linhas
Linha longa -  Equivalente ou  Exato

• Da figura equacionando Vs e Is, estabelecemos a igualdade:

Vs   A B  Vr 
 I   C D    I 
 s    r
Modelos de Linhas
Linha longa -  Equivalente ou  Exato

• Matricialmente, podemos escrever o modelo de linha longa como o


seguinte quadripolo:

Vs   A B  Vr 
 I   C D    I 
 s    r

Vs  A  Vr  B  I r

I s  C  Vr  D  I r

(ou impedância de surto) Constante de propagação


Impedância característica
Linha ideal, sem perdas: da onda:

Z
ZC  Z0 =
L   Z Y
Y C
Exemplo Linha Longa

3) Determinar os parâmetros ABCD para uma LT longa com


235 mi de extensão, 735 kV, 4 condutores por fase com
resistência por fase de (R= 0,1004 Ω/mi), Reatância indutiva
(XL= 0,5541 Ω/mi), admitância Y= 7,4722 S/mi).

Dica:
• Comece calculando a impedância série e derivação e após a
constante de propagação e impedância característica
Exemplo Linha Longa

4) Encontrar a tensão, corrente e potência no início da LT,


se a carga no terminal receptor é de 1500 MVA, 700 kV com
fator de potência 0,95.
Compensação reativa de linhas de
Transmissão
• Linha de Transmissão a Vazio:
 A potência reativa capacitiva, gerada pela presença das
capacitâncias das LT, é normalmente compensada com a
instalação de reatores em derivação nas extremidades.

 Com o reator ligado no fim da linha, associamos os


quadripolos em cascata, resultando no equivalente:
Modelos de Linhas
T Nominal

• Usado para compensadores em derivação

Vs   A B  Vr 
 I   C D    I 
 s    r
Compensação reativa de linhas de
Transmissão
 Elementos concentrados em derivação:
• Cargas
• Reatores limitadores de curto-circuito ou
• Capacitores

 Podem ser representados pelo modelo T, fazendo Z = 0


(Linha a Vazio)
Compensação reativa de linhas de
Transmissão
 Elementos concentrados em série:
• Bancos de Capacitores série
• Ou Reatores limitadores de curto-circuito

A D1
 Modelo idêntico ao de linha curta, fazendo: B  Z( )
 Se Y = 0 C0
Compensação reativa de linhas de
Transmissão
• Quando a linha opera em vazio ou com cargas pequenas, ela
se comporta como um capacitor, representando, para o
sistema, um gerador de energia reativa.
 Reatores em paralelo> reduzem a capacitância em
derivação

• Por outro lado, com cargas elevadas, a linha absorve energia


reativa para o seu funcionamento, havendo nesse regime de
operação predominância dos campos magnéticos.
 Capacitores em série > reduzem a reatância série
• Os parâmetros-série das LTs, resistência e reatância indutiva, são os
responsáveis pelas grandes quedas de tensão nas linhas.
Compensação reativa de linhas de
Transmissão
• A instalação de capacitores ligados em série pode aumentar a
capacidade de transporte das linhas (redução da queda de
tensão)
 Protelar e mesmo evitar a construção de nova linha,
possivelmente de custo superior.

• Em uma situação ideal de compensação, tem-se capacitores


série e reatores em derivação incrementais, buscando uma
compensação continuamente distribuída ao longo da LT.

• REATORES EM DERIVAÇÃO E CAPACITORES SÉRIE são


instalados em subestações de seccionamento intermediárias
que permitem a adição desses equipamentos ao longo da rota
da linha
MATERIAL DE APOIO E REFERÊNCIA PARA ESTA
APRESENTAÇÃO:

• Zanetta Jr., “Fundamentos de Sistemas Elétricos de


Potência”. 1ª. Edição; Editora Livraria da Física, São
Paulo, 2005.

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