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JENNEF TAVAVES - GIOVANINNY DUARTE

SAMUEL BELARMINO - ZILTON MENEZES

1ª edição
Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4
1. Unidades................................................................................................................................ 5
2. Conversão de unidades ......................................................................................................... 6
3. Algarismos significativos, estimativas, ordem de grandeza. ................................................. 8
3.1. Algarismos Significativos ................................................................................................... 8
3.2. Operações com algarismos significativos.......................................................................... 9
3.3. Estimativas de ordem de grandeza ................................................................................. 10
4. Notação científica................................................................................................................ 12
5. Vetores ................................................................................................................................ 14
5.1. Vetores e escalares ......................................................................................................... 14
5.2. Componentes de vetores ................................................................................................ 17
5.3. Vetores unitários ............................................................................................................. 18
5.4. Soma de vetores através de suas componentes. ............................................................ 18
5.5. Produtos de vetores ........................................................................................................ 20
6. Noções de função e análise de gráficos .............................................................................. 24
6.1. Função Afim: , o gráfico é uma reta: ......................................................... 24
6.2. Função do 2º grau: ......................................................................... 25
6.3. Função raiz: ..................................................................................................................... 26
6.4. Função exponencial......................................................................................................... 26
6.5. Função logarítmica .......................................................................................................... 27
6.6. Função Modular .............................................................................................................. 28
7. Solução de sistemas de equações. ...................................................................................... 29
7.1. Sistemas lineares 2x2 ...................................................................................................... 29
7.2. Sistemas Lineares 3 x 3.................................................................................................... 30
8. Trigonometria básica........................................................................................................... 33
8.1. Trigonometria no triângulo retângulo. ........................................................................... 33
8.2. Ângulos ............................................................................................................................ 34
8.3. Ciclo Trigonométrico ....................................................................................................... 34
8.4. Sinais................................................................................................................................ 35
8.5. Relações Fundamentais e auxiliares ............................................................................... 35
8.6. Identidades ...................................................................................................................... 36
8.7. Gráficos. .......................................................................................................................... 36

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8.8. Lei dos Senos e Lei do Cossenos...................................................................................... 37
9. Fundamentos de Derivação e Integração ........................................................................... 39
9.1. Velocidade e Aceleração (conceitos com derivada): ...................................................... 40
9.2. Integral ............................................................................................................................ 43
9.2.1. Trabalho ...................................................................................................................... 45
Nota dos autores ......................................................................................................................... 48
Apêndice – Fatores de Conversão ............................................................................................... 49
Bibliografia .................................................................................................................................. 53

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INTRODUÇÃO

A física abrange vasta gama de conhecimentos. Dos átomos até as galáxias, dos
circuitos elétricos ao estudo da aerodinâmica, a física é parte integrante do mundo que
nos cerca. No entanto, para o estudo de quase todas as leis e teorias que compõem a
física é necessário o domínio de conceitos matemáticos que vão do cálculo vetorial à
solução de equações diferenciais. Deste modo, o objetivo desse curso é prover os
conhecimentos matemáticos básicos necessários que serão utilizados, não apenas em
Mecânica Clássica, mas também em outras disciplinas de física. É necessário ter em
mente que o domínio desse conhecimento é essencial e facilitará, imensamente, a
aprendizagem dos conceitos e problemas em sistemas físicos.

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1. Unidades

A ciência e a engenharia se baseiam em medições e comparações. Daí, a


necessidade de existir regras de forma que as grandezas possam ser medidas e
comparadas e de experimentos que possam estabelecer as unidades para essas medições
e comparações. Desse modo, para trabalharmos com física precisamos aprender a medir
e comparar medidas como comprimento, massa, energia e tempo.

As medidas das grandezas físicas são efetuadas de acordo com um padrão. A


unidade (por exemplo: a unidade metro para a grandeza comprimento) é um nome
particular que se atribui às medidas dessa grandeza. O modo como os padrões são
estabelecidos são bastante complexos e estão fora dos objetivos desse material.

Em 1971, na 14ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, foram definidas sete


grandezas como fundamentais que são à base do Sistema Internacional, cuja abreviação
é SI. Estas são: comprimento (m), massa (kg), tempo (s), intensidade de corrente
elétrica (A), temperatura termodinâmica (K), quantidade de matéria (mol) e intensidade
luminosa (cd). Dessas, derivam todas as outras unidades existentes. No apêndice desse
material, há uma tabela com fatores de conversão de unidades do SI e outras unidades;
use-a quando necessário.

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2. Conversão de unidades

Muitas vezes é necessário mudar as unidades nas quais uma grandeza física está
expressa. Isso pode ser feito através de um método chamado de reação em cadeia. Para
realizarmos este método precisamos de um fator de conversão (uma razão entre
unidades que é igual à unidade), no qual multiplicamos este pelo valor original. Então,
por exemplo, como 1 min e 60 s são o mesmo intervalo de tempo, você pode escrever:

Estes valores podem ser usados como fatores de conversão. Como a multiplicação de
qualquer grandeza por um valor unitário não irá alterá-la, sempre poderemos usar
fatores de conversão quando for conveniente. Agora, veja com atenção o exemplo
abaixo, no qual converteremos 80 km/h para seu correspondente em m/s:

1 km corresponde a 1000 m e 1 h corresponde a 3600 s, desse modo,

( )( )( )

Deixamos a seu cargo, como exercício, converter 80 m/s para km/h (use o raciocínio
mostrado acima). Agora, vamos fazer outro exemplo para uma melhor compreensão:

Uma encanação possui uma vazão de . Mas, você trabalha em uma empresa
onde seu chefe é exigente e quer essa medição em . Faça a conversão.

Resolução

Como é 1 , se trata de um cubo com arestas de 1 , ou seja, essas arestas


possuem 1000 m, cada. O volume de um cubo é dado pelo valor de sua aresta elevada
ao cubo. Desse modo, 1 . 1 h possui 3600 s. Então,

( )( )( )

Sempre que possível, evite usar a tabela com fatores de conversão de


unidades, e sim, use a imaginação, como feito neste exemplo. É muito mais
emocionante!

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EXERCÍCIOS

1)Um carro parte do km 40 às 18h e chega ao km 90 às 18 h e 30 min. Qual é a


velocidade escalar média em km/h e em m/s?

2)Faça a transformação dos seguintes volumes sabendo que em unidades SI é dado por
m³:

a) 100 cm³;

b) 8544 dm³;

c) 1290 mm³.

3) Fazendo o mesmo raciocínio da questão anterior, transforme todas as velocidades


para m/s.

a) 3490 km/h

b) 220m/h

c) 28 pol./min

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3. Algarismos significativos, estimativas, ordem de grandeza.

3.1. Algarismos Significativos

Iniciaremos com a seguinte pergunta: Qual a diferença entre 3, 3,0 e 3,00?

Resposta: Há uma diferença muito importante entre esses três números, a “precisão”. A
medida estará mais precisa quando for 3,00, pois há nesse número uma precisão de duas
casas decimais, enquanto que em 3,0 temos precisão de uma casa decimal e em 3 não
temos precisão em casas decimais.

Deixaremos esse conceito mais claro agora utilizando algumas medições, na análise das
próximas figuras:

Figura 1. (a) e (b) respectivamente.

Na figura 1(b), temos uma régua graduada em centímetros. Queremos medir o


comprimento do segmento de reta indicado. Notamos que ele certamente estará entre 1 e
2, assim o comprimento do segmento será 1<x<2, podemos dizer então que esse
comprimento é 1,5; 1,6; 1,7, entre outros. Escolhemos 1,5, nesse número notamos que 5
é um algarismo duvidoso, porque não se tem uma precisão nesse segundo algarismo.
Não há uma certeza em dizer qual é o próximo algarismo após a vírgula.

Na figura 1(a), temos uma régua graduada tanto em centímetros quanto em milímetros.
Queremos medir o comprimento do mesmo segmento de reta. Notamos que nesse caso,
certamente ele estará entre 1,5<x<1,6, podemos então dizer que esse segmento é 1,56;
1,57; 1,58, entre outros. Note também que, temos certeza em fornecer o primeiro
algarismo que é 1, o segundo que é 5, mas no terceiro não temos precisão em fornecê-
lo. Portanto, 6 é um algarismo duvidoso.
Com isso, chegamos agora na definição de algarismos significativos.

8
Definição: Algarismos significativos de uma medida são os seus algarismos corretos (a
contar do primeiro diferente de zero) e o seu primeiro algarismo duvidoso.

Exemplos:
a) 2,99792458, tem 9 algarismos significativos;
b) 0,00003465, tem 4 algarismos significativos.

3.2. Operações com algarismos significativos

Adição e Subtração

Exprime-se a soma dos números fatorando-se a maior potência de dez. Verifica-se,


então, qual desses números tem o algarismo duvidoso de maior ordem. O algarismo
duvidoso do resultado da adição e/ou subtração estará nessa mesma ordem.

Exemplos:

(a) 2,247 x 10³ + 3,25 x 10² = (2,247 + 0,325) x 10³ = 2,572 x 10³
Neste exemplo, os algarismos duvidosos em cada uma das parcelas pertencem à
mesma ordem, a dos milésimos.
(b) 3,18 x + 2,1 x 10² = (3,18 + 0,021) x = 3,20 x
Observe que os algarismos duvidosos em 3,18 e 0,021 pertencem à ordens
distintas: respectivamente centésimos e milésimos. Neste caso, o resultado da
soma será significativo até a ordem dos centésimos apenas, que é igual a 3,20.

Multiplicação e Divisão

Mantém-se no resultado uma quantidade de algarismos idêntica à grandeza com menor


número de dígitos significativos.

9
Exemplo:

(a) 2,3 x 3,1416 x 245 = 1,8 x 10³.


O produto dos três números deu como resultado, em notação científica,
1,7702916 x 10³. Todavia, mantivemos apenas dois algarismos em virtude da
grandeza representada pelo número 2,3 ter apenas dois algarismos significativos.
O número 1,7702916 foi arredondado para 1,8 porque seu ter dígito (7) é maior
do que 5.

Regra para os arredondamentos

Como regra geral adiciona-se uma unidade ao último algarismo significativo, se o dígito
seguinte a ele for maior ou igual a 5. Mantém-se o último algarismo significativo
inalterado se o dígito seguinte a ele for menor do que 5.

Exemplo:

(a) 2550,0 + 0,75 = 2550,8


Aqui o número 0,75 foi arredondado para 0,8. Observe que os algarismos
duvidosos em 2550,0 e 0,75 também são de ordens distintas, décimos e
centésimos, respectivamente. O resultado da soma será significativo até a ordem
dos décimos.

3.3. Estimativas de ordem de grandeza

Ordem de grandeza de uma medida é uma estimativa de potência de base 10 mais


próxima de uma determinada medida. Não há necessidade de saber seu valor exato,
portanto a resposta será da forma:

... , , , , 10¹, 10², 10³...

Procedimento para estimar a ordem de grandeza de número:

1- Escrever em Notação Científica,

2- Verificar o algarismo à esquerda da vírgula,

3- O critério adotado para arredondamento é o seguinte,

10
3.1- Se o algarismo à esquerda da vírgula for menor que 5 conserva o expoente de
base 10,

3.2- Se o algarismo à esquerda da vírgula for maior que 5 adicione 1 no expoente de


base 10.

Exemplos: Dê a ordem de grandeza das seguintes medidas.


a) 284,2 cm
b) 89,4 cm

Resposta:

a) 284,2 cm = 2,842 x 10² cm, observe 2<5, portanto a ordem de grandeza é ;


b) 89,4 cm = 8,95 x 10¹ cm, observe 8>5, portanto a ordem de grandeza é = .

EXERCÍCIOS

1) Dê a ordem de grandeza dos seguintes números:


a) 200
b) 4,7x10³
c) 0,0031

2) Uma certa região de um país tem cerca de 18 habitantes por quilômetro


quadrado. Se esta região tem em média de 98 km². Qual a ordem de grandeza
dessa região?

3) A velocidade de um móvel é 2,3x10³ km/h, qual a ordem de grandeza desse


móvel em m/s?

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4. Notação científica

É uma maneira de representar um número muito grande ou muito pequeno de uma


forma mais fácil de trabalhar:
N=ax , onde 1 ≤ |a| < 10.

Já ouvimos falar muito, por exemplo, que a distância da terra até o sol é de 150 000 000
km. Sabemos que é bem mais difícil trabalhar com números desse tamanho do que
trabalhar com ele em notação científica.
Antes de falarmos propriamente em notação científica precisamos primeiro rever
potência de base 10.

Exemplos:

Quando efetuamos uma multiplicação por 10¹, 10², 10³, deslocamos a vírgula uma, duas,
três casas decimais para a direita, observe que a quantidade de casas a serem deslocadas
é sempre igual ao expoente da base 10. E acontece o inverso quando efetuamos
multiplicações por potências de base 10 com expoente negativo, ou seja, a vírgula se
desloca para a esquerda.

Exemplo:

3,12 x 10¹ = 31,2


3,12 x = 0,312

Para escrevermos um número na forma de notação científica precisamos ficar atentos a


seguinte prática, o número a ser escrito será representado na forma de um produto de
dois fatores, lembrando que um deles é 1 ≤ |a| < 10, e o outro é uma potência de base
10(expoente positivo ou negativo), como dito na expressão dada anteriormente.

12
Exemplos:

a) 150 000 000 = 1,5 x (a vírgula se deslocou 8 casas para a esquerda)


b) 0,000 000 458 = 4,58 x (a vírgula se deslocou 7 casas para a direita)

Observe que quando a vírgula se desloca para a direita o expoente do número 10 é


negativo e quando a vírgula se desloca para a esquerda o expoente do número 10 é
positivo.

EXERCÍCIOS
1) Escreva em notação científica, as seguintes grandezas:
a) 9300 N
b) 0,076 m
c) 25800 m/s

2) Sabendo que uma certa mola deslocou 0,0056m e tem uma constante k= 4,2
N/m, determine a força elástica em notação científica. Usando .

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5. Vetores

5.1. Vetores e escalares

Algumas grandezas na Física são TOTALMENTE descritas por um número.


Por exemplo, quando falamos que a massa de um corpo é 100 kg, toda a informação que
essa grandeza contém foi completamente expressa. Estas são as grandezas escalares.
Outros exemplos de grandeza escalar são: energia, temperatura. No entanto, existem
grandezas que precisam ser descritas vetorialmente, isto é, possuem módulo, direção e
sentido. Algumas das grandezas vetoriais mais conhecidas e que serão muito utilizadas
na mecânica clássica são: força, velocidade, aceleração. Daí a necessidade do estudo de
vetores para a física e consequentemente para as engenharias, pois esta tem a física
como uma de suas ferramentas.

Operações vetoriais

Imaginemos uma partícula descrevendo a trajetória abaixo:

Figura 2.

Nós podemos representar o deslocamento total através de apenas um vetor o qual é


chamado de vetor resultante. Observe a figura abaixo, onde ⃗ é o vetor resultante:

Figura 3.

14
Existe uma regra muito prática para se somar vetores e encontrar o vetor resultante: a
regra do paralelogramo. Usá-la consiste em unir as origens de cada um dos vetores,
depois traçar uma paralela a cada um dos vetores e finalmente desenhar o vetor
resultante, conforme as figuras:

𝑢
⃗⃗ 𝑟⃗
𝑣⃗

𝑢
⃗⃗ 𝑣⃗

Estes vetores estão em um lugar qualquer do espaço O vetor resultante 𝑟⃗ é um vetor que tem sua origem na
intersecção dos vetores e seu final na intersecção das retas
paralelas

O bom de trabalhar com vetores é que você pode transladá-los para qualquer lugar,
desde que não altere seu módulo, sua direção e seu sentido. Fizemos isso no caso acima.

Os vetores têm duas importantes propriedades, conforme mostrado abaixo:

⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ (lei comutativa)

Figura 4. A ordem em que os vetores ⃗⃗ e ⃗⃗ são somados não afeta o resultado final.

A ordem em que os vetores 𝑎⃗ e 𝑏⃗⃗ são


somados não afeta o resultado

(⃗ ⃗⃗) (⃗ ⃗⃗) ⃗ ⃗ ( ⃗⃗ ⃗) (propriedade associativa)

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Figura 5. Os vetores ⃗⃗, ⃗⃗ e ⃗⃗ podem ser agrupados em qualquer ordem para serem somados.

Além do que já foi falado, uma grandeza vetorial pode ser multiplicada por um escalar
(um número comum). Um deslocamento ⃗ é também um deslocamento (grandeza

vetorial) com as mesmas características do vetor ⃗⃗, porém com o dobro do seu módulo,
isto corresponde a somar o vetor ⃗ com ele mesmo. Veja a figura:

Figura 6. 2 ⃗⃗⃗ tem o dobro do comprimento de ⃗⃗⃗.

Se o vetor for multiplicado por um escalar com sinal negativo, sua direção permanecerá
a mesma, mas seu sentido vai se inverter. Observe o exemplo:

Figura 7. O vetor (-3⃗⃗⃗) é três vezes o comprimento de ⃗⃗⃗ aponta na direção oposta.

Uma grandeza muito conhecida na física que envolve a multiplicação de um vetor por
um escalar é a força, pois a força é dada por ⃗ ⃗. Mas ainda existem muitas outras
que você ainda conhecerá à medida que for avançando nos seus estudos de física.

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5.2. Componentes de vetores
Uma componente de um vetor é a projeção do vetor em um eixo. Vejamos a
seguinte representação:

Figura 8.

Para encontrá-las traçamos uma paralela a partir da origem e outra a partir da


extremidade do vetor. A projeção do vetor no eixo x é chamada de componente x e no
eixo y de componente y. O processo para obter as componentes de um vetor é chamado
de decomposição do vetor.

Se observarmos melhor, iremos perceber que as componentes do vetor são


equivalentes aos catetos de um triângulo retângulo e sua resultante a hipotenusa. Veja:

Figura 9. As componentes não mudam caso o vetor seja deslocado desde que a direção, o sentido e o módulo
sejam mantidos

Podemos determinar geometricamente as componentes de ⃗ a partir do triângulo


retângulo mostrado na figura acima, ou seja,

e .

Onde é o ângulo que o vetor ⃗ faz com o semieixo positivo e é o módulo de ⃗.


Através das componentes do vetor podemos determinar o seu módulo (que também é
chamado de norma ou comprimento do vetor), através da equação:

17
√ .

Para se determinar o ângulo entre os vetores basta usar a equação .

5.3. Vetores unitários

Vetor unitário é um vetor especial que possui módulo 1. Este não possui
nenhuma unidade, sua única função é descrever uma direção e um sentido no espaço.
Eles são um artifício muito importante, pois fornecem uma notação conveniente para
cálculos que necessitam do uso das componentes dos vetores. Para representá-los usa-se
um acento circunflexo no lugar da usual seta; por exemplo, ̂ ̂ ̂ indicam,
respectivamente, os sentidos positivos dos eixos x, y e z. Podemos assim, representar os
vetores em termos de suas componentes, como ⃗ ̂ ̂. Uma fórmula geral para
se encontrar o vetor unitário é dividir as componentes do vetor pela sua norma
(módulo), isto é,

⃗ ̂ ̂
̂
| ⃗| | ⃗|

Suas aplicações são incontáveis e vão desde a mecânica até a física moderna.

5.4. Soma de vetores através de suas componentes.


Nós podemos somar os vetores combinando suas componentes eixo por eixo.
Esse procedimento facilita muito os cálculos que envolvem vetores. Veja a figura da
próxima página:

18
Figura 10.

Esta figura mostra dois vetores ⃗ e ⃗⃗ e o vetor resultante, chamado de ⃗⃗ . Observando-a


vemos que a componente x de ⃗⃗ é a soma da componente x de ⃗ com a de ⃗⃗. E
analogamente, a componente y de ⃗⃗ é a soma da componente y de ⃗ com a de ⃗⃗. Desse
modo, podemos escrever

Esse procedimento pode ser estendido para a soma de mais vetores. Se, por exemplo, ⃗⃗
é a soma dos vetores ⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ . Então as componentes de ⃗⃗ são:

e . O método das
componentes é válido para qualquer vetor no espaço. Trabalhamos usando o plano xy,
mas poderíamos também ter usado outra dimensão espacial, como o eixo .

Como já foi falado anteriormente, no tópico sobre componentes de vetores,


também podemos determinar o módulo do vetor resultante através de suas
componentes.

Não esqueça que as componentes de um vetor não são vetores, são apenas
números.

19
5.5. Produtos de vetores

Existem duas formas de multiplicar vetores: uma forma é conhecida por produto
escalar e a outra é conhecida como produto vetorial. Aquele resulta em um número e
este em um vetor.

 Produto escalar

Veja a figura abaixo:

Figura 11.

O produto escalar entre os vetores ⃗ e ⃗⃗ é definido como,

⃗ ⃗⃗

Onde a é o módulo de ⃗, b é o módulo de ⃗⃗ e o ângulo entre esses vetores. A


propriedade comutativa se aplica ao produto escalar, isto é, ⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗.

Mas, existe outro método para se calcular o produto escalar entre dois vetores,
que é através do uso das componentes dos vetores. Por exemplo, seja ⃗ ̂ ̂
̂ e ⃗⃗ ̂ ̂ ̂ ; desse modo, ⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗ vai resultar em:

⃗ ⃗⃗ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂

⇒ ⃗ ⃗⃗ , pois

̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂
.

20
Uma grandeza muito conhecida na mecânica que é dada por um produto escalar é o
trabalho que é dado por ⃗⃗⃗⃗ , onde ⃗⃗⃗⃗ é o trabalho, F a força, d o
deslocamento e o ângulo entre eles.

 Produto vetorial

O produto vetorial entre dois vetores ⃗ e ⃗⃗ resulta em outro vetor. No entanto, o módulo
desse vetor terceiro vetor é dado por

Onde ⃗ é o terceiro vetor e é o menor ângulo entre ⃗ e ⃗⃗. Ao contrário do produto


escalar, o produto vetorial não é comutativo, ou seja, ⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗. O vetor ⃗ é
sempre perpendicular ao plano definido por ⃗ e ⃗⃗; para determinarmos o sentido do
vetor ⃗ usamos a chamada regra da mão direita. Veja as figuras:

Figura 13. Figura 12.

Superponha as origens de ⃗ e ⃗⃗ sem alterar suas orientações, como foi feito nas figuras
acima. Primeiramente, vamos considerar o procedimento feito em (13): como o produto
é ⃗ ⃗⃗ você coloca seu dedo indicador e os seus outros dedos, menos o polegar,

apontando no sentido de ⃗, e os gira no sentido de ⃗⃗, fazendo com que o polegar aponte
pra cima. Em (12) o procedimento é análogo, mas como o produto vetorial não é
comutativo, o vetor ⃗ apontará em sentido contrário ao de (13).

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Além disso, existe outro método para se calcular o produto vetorial, semelhante
ao que foi mostrado para se calcular produto escalar através do uso das componentes
dos vetores, isto é:

⃗ ⃗⃗ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂

Mas, o resultado, como é de se esperar resultará nas componentes do terceiro vetor que
chamamos de ⃗, ao contrário do produto escalar que resultou em um número. Um
método prático para encontrar o resultado dos produtos vetoriais entre os vetores
unitários consiste no seguinte diagrama:

𝑖̂

𝑘̂

𝑗̂

Quando o percurso da figura acima é percorrido no sentido horário, por


exemplo, ̂ ̂ vai resultar em ̂ , ̂ ̂ vai resultar em ̂ e assim por diante. Se o
percurso é feito em sentido anti-horário você vai inverter o sinal do vetor gerado, o que
significa que, ̂ ̂ ̂, ̂ ̂ ̂ e assim por diante.

Algumas aplicações dos produtos vetoriais na física são o momento angular e o


torque na mecânica e campos e forças magnéticas no magnetismo.

Não esqueça que produto escalar resulta em um número e produto vetorial em um vetor

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EXERCICIOS

1) Obtenha um vetor ortogonal aos vetores ⃗ ̂ ̂ ̂ e ⃗⃗ ̂ ̂


̂ . Se o menor ângulo entre esses vetores é , qual o valor do produto
escalar entre eles?
2) Dois vetores ⃗ e ⃗⃗, possuem módulos de e . ⃗ ⃗⃗ ̂ ̂.

Qual o ângulo entre ⃗ e ⃗⃗.


3) Encontre o vetor resultante e a sua norma da soma entre os vetores ⃗⃗ e
⃗⃗ .
4) Encontre o vetor unitário referente ao vetor ⃗ .

23
6. Noções de função e análise de gráficos

Uma função matemática expressa a relação entre dois ou mais conjuntos de elementos,
ou seja, representa como os elementos de um conjunto (por exemplo, conjunto dos
valores de y) estão relacionados com os elementos do outro conjunto (valores de x). Na
física, as funções são usadas para expressar como certa grandeza depende, ou seja, está
relacionada, como outra. Por exemplo, como a velocidade depende (varia, se relaciona
com) do tempo. A expressão que representa isso é: v(t).
Por exemplo: quando temos a função:

V(t)= 2t,
significa que:
Quando o tempo é igual a 1s a velocidade é igual a 2m/s.
Quando o tempo é igual a 2s a velocidade é igual a 4m/s.
Quando o tempo é igual a 5s a velocidade é igual a 10m/s.

Em outras palavras, a função v(t) relaciona as grandezas velocidade e tempo, mostrando


o que acontece com a velocidade (variável dependente) quando o tempo (variável
independente) muda.

Existem vários tipos de função, algumas são citadas abaixo:

6.1. Função Afim: , o gráfico é uma reta:

24
Figura 14.

6.2. Função do 2º grau:

Figura 15

Ex.1
Obs.:


{

25
6.3. Função raiz:

Figura 16

6.4. Função exponencial

Def.: tal que com

Figura 17.

26
6.5. Função logarítmica

Figura 18.

Consequências: Logaritmo natural

Propriedades:
-

- ( )

- (√ )

Gráfico do Logaritmo natural

Figura 19

27
6.6. Função Modular

Modulo ou valor absoluto: | | {

Propriedades:
-| | | |
-| | | | | |
| |
-| | | |
se

-| | | |
-| |

EXERCICIOS

1) Um canhão atira um projétil , descrevendo a funçãoFigura 20 + 120t, sendo s em


s = -9t²
metros e t em segundos. Calcule o ponto máximo de altura atingida pelo projétil.

2) Sabendo que a velocidade de um corpo é dada pela seguinte função, v = 2t² - 18t
+ 36, determine o tempo em que o corpo irá parar.

3) Um determinado móvel está se deslocando em uma trajetória retilínea segundo a


função horária s = 4 + 28t. Pede-se

a) Determinar seu espaço inicial.

b) A velocidade do móvel no instante t=2s.

c) O espaço do móvel no instante t=3s.

d) A variação de espaço nos 5 primeiros segundos.

28
7. Solução de sistemas de equações.

Denomina-se sistema linear (m × n) o conjunto S de m equações lineares em n


incógnitas, que pode ser representado assim:

Dizemos que ( , , ,..., ) é solução de um sistema linear quando ( ,


, ,..., ) é solução de cada uma das equações do sistema.

7.1. Sistemas lineares 2x2

Resolução pelo método da adição

Resolver um sistema linear significa descobrir o seu conjunto solução S,


formado por todas as soluções do sistema.
A resolução dos sistemas lineares 2x2, em X , já foi visto no ensino básico
por meio de alguns métodos, como adição, subtração, comparação e outros.
Vamos retomar, com exemplos, a resolução pelo método da adição:

– –
{ ⇒{ ⇒ { ⇒

(resultado único, x = 3)


{ ⇒{ ⇒{ ⇒

(resultado único, x = -1)

Então, (3,-1) é o único par de X que é solução.

29
Dizemos que o sistema tem S = {(3,-1)} e que ele é um sistema possível e
determinado (tem uma única solução).

7.2. Sistemas Lineares 3 x 3

Um sistema linear 3 x 3 é da seguinte forma:

Escalonamento de sistemas lineares

Veremos agora um método de resolver e discutir sistemas lineares 3 x 3, chamado


método do escalonamento.

Inicialmente é necessário saber o que é um sistema escalonado.

Observando as equações do sistema escalonado, percebe-se que, em cada linha


considerada, a primeira incógnita com coeficiente não-nulo está sempre à esquerda da
primeira incógnita com coeficiente não-nulo da linha seguinte.

São exemplos de sistemas escalonados:

{ {

Processo para escalonamento de um sistema linear

Quando um sistema não está escalonado, podemos obter um sistema equivalente


a ele, que esteja escalonado, por meio de algumas operações elementares. Para
transformar um sistema não escalonado num sistema equivalente escalonado, alguns
procedimentos podem ser feitos:

 Podemos trocar as posições das equações. Exemplo:



{ ⇒{

 Podemos multiplicar todos os termos de uma equação pelo mesmo número real
diferente de 0:

30
– ⇒ –

 Podemos multiplicar os dois membros de uma equação por um mesmo número


real diferente de 0 e somar o resultado aos membros correspondentes da outra
equação. Exemplo:
– –
{ ⇒{
– –
 Se o processo de escalonamento obtivermos uma equação com todos os
coeficientes nulos e o termo independente diferente de 0, esta equação é
suficiente para afirmar que o sistema é impossível, isto é, tem S = Ø.

Vejamos agora alguns exemplos nas quais os sistemas são escalonados e depois
resolvidos.

Ex1.:

Para anular os coeficientes de x na 2ª e 3ª equação podemos:

 Multiplicar a 1ª por -2 e somar com a 2ª;


 Multiplicar a 1ª por 3 e somar com a 3ª.

Depois, podemos trocar a posição das duas últimas equações para que o coeficiente de y
seja 1 na 2ª equação.

{ ⇒{ ⇒{

O sistema obtido está escalonado e é equivalente ao sistema dado.

Podemos agora resolver:

31

R: Sistema possível e determinado, com S={(-1,3,2)}.

EXERCÍCIOS

1) Resolver o sistema abaixo:

2) Resolver o sistema abaixo:

32
8. Trigonometria básica

As aplicações das definições matemáticas são primordiais nos estudos físicos,


pois através de cálculos obtemos comprovações para as teorias relacionadas à Física.
As funções trigonométricas seno, cosseno e tangente estão presentes em diversos
ramos da Física, auxiliando nos cálculos relacionados à Cinemática, Dinâmica,
Óptica entre outras. Dessa forma, Matemática e Física caminham juntas com o
objetivo único de fornecer conhecimentos e ampliar novas pesquisas científicas.

8.1. Trigonometria no triângulo retângulo.


Generalidades sobre ângulos:

Ângulo reto:
Ângulo agudo:
Ângulo obtuso:
Ângulos Complementares
Ângulos Suplementares:

C
a
b
𝛼
B A
c
Figura 21.

Relações

33
8.2. Ângulos

Tabela 1

X ou 30° ou 45° ou 60° ou 90°

√ √ 1

√ √ 0

√ 1 √

Graus e Radianos (são duas unidades para medir ângulos).

8.3. Ciclo Trigonométrico

34
Tabela 2

° ° °
0 1 0 -1 0
1 0 -1 0 1
0 0 0

8.4. Sinais

Figura 22

8.5. Relações Fundamentais e auxiliares

Fundamentais

Auxiliares{

35
8.6. Identidades

8.7. Gráficos.

Função seno

Figura 23.

Função Cosseno

Figura 24.

36
Função Tangente

Figura 25.

8.8. Lei dos Senos e Lei do Cossenos

Lei dos Senos

̂ ̂

Lei dos Cossenos

{ ̂
̂

EXERCÍCIOS

1) Um avião levanta voo sob um ângulo de 30º. Depois de percorrer 8 km, o avião
se encontra a que altura?

37
2) Uma escada encostada em um edifício tem seus pés afastados a 50 m do edifício,
formando assim, com o plano horizontal, um ângulo de 32º. Qual a altura do
edifício? (sen 32º = 05299, cos 32° = 0,8480 e tg 32º = 0,6249).

3) Determine o trabalho realizado pela força F de intensidade √3/3 num percurso de


2m, de acordo com a ilustração, considerando que a superfície seja lisa. Use
cosseno 30º = √3/2. (Dado: T = F.d.cosα)

38
9. Fundamentos de Derivação e Integração

Vamos definir a inclinação de uma curva y=f(x) para, em seguida, encontrar a


equação da reta tangente à curva num ponto dado.
Seja y=f(x) uma curva definida no intervalo (a,b), como mostra a figura abaixo.
Seja S a reta secante que passa pelos pontos P e Q. considerando o triângulo
PMQ, na figura abaixo, temos que a inclinação da reta s (ou coeficiente angular de s) é

Figura 26

Suponhamos agora que, mantendo P fixo, Q se mova sobre a curva em direção a


P. Diante disto, a inclinação da reta secante s variará. À medida que Q vai se
aproximando mais de P, a inclinação da reta secante varia cada vez menos, tendo para
um valor limite constante (ver figura):

39
Figura 27.

Dada uma curva y = f(x), seja P( ) um ponto sobre ela. A inclinação da reta
tangente à curva no ponto P é dada por:

m( )=

quando o limite existe.

Fazendo podemos reescrever o limite acima na forma

m( )=

Conhecendo assim a inclinação da reta tangente à curva no ponto P.

9.1. Velocidade e Aceleração (conceitos com derivada):

Velocidade e aceleração são conceitos que todos nós conhecemos. Quando


dirigimos um carro, podemos medir a distância percorrida num certo intervalo de
tempo. O velocímetro marca a cada instante, a velocidade. Se pisarmos no acelerador ou
no freio, percebemos que a velocidade muda. Sentimos a aceleração.
Vamos mostrar que podemos calcular a velocidade e a aceleração através de limites.

40
Velocidade

Suponha que um corpo se move em linha reta e que s = s(t) represente o espaço
percorrido pelo móvel até o instante t. Então, no intervalo de tempo t e t + ∆t, o corpo
sofre um deslocamento ∆s = s(t + ∆t) – s(t).

Definimos velocidade média neste intervalo de tempo como o quociente

Isto é, a velocidade média é o quociente do espaço percorrido pelo tempo gasto


em percorrê-lo.

De forma geral, a velocidade média nada nos diz sobre a velocidade do corpo no
instante t. Para obtermos a velocidade instantânea do corpo no instante t, calculamos sua
velocidade média em instantes de tempo ∆t cada vez menores. A velocidade
instantânea, ou velocidade no instante t, é o limite das velocidades médias quando ∆t se
aproxima de zero, isto é, a velocidade instantânea é derivada da função posição:

Aceleração

O conceito de aceleração é introduzido de maneira análoga ao da velocidade.

A aceleração média no intervalo de tempo t até t + ∆t é dada por:

Observamos que ela mede a variação da velocidade do corpo por unidade de


tempo no intervalo de tempo ∆t. para obtermos a aceleração do corpo no instante t,

41
tomamos sua aceleração média em intervalos de tempo cada vez menores. A
aceleração instantânea é o limite

Exemplo:
No instante t = 0 o corpo inicia um movimento em linha reta. Sua posição no
instante t é dada por s(t) = 16t - t².
Determinar:
(a) A velocidade média do corpo no intervalo de tempo [2, 4];
(b) A velocidade do corpo no instante t = 2;
(c) A aceleração média no intervalo [0, 4];
(d) A aceleração no instante t = 4

Solução:

(a) A velocidade média do corpo no intervalo de tempo entre 2 e 4 é dada por:


(b) A velocidade do corpo no instante t qualquer é dada por:


V(t) = s’(t) = 16 – 2t

Quando t = 2 temos:

V(2) = 16 – 2.2
= 12 unid. veloc.

(c) A aceleração média no intervalo [0, 4] é dada por:

42
Como v(t) = 16 - 2t, temos:

(d) A aceleração num instante t qualquer é dada por:


a(t) = v’(t) = -2 unid. Aceler.

Observamos que a aceleração negativa significa que o corpo está com sua
velocidade diminuindo.
A aceleração no instante t = 4 é dada por a(4) =

9.2. Integral

No ensino médio, vemos que a distância é dada por:


Distância = velocidade x tempo
No entanto, este é um caso em que se considera a velocidade constante. Quando
a velocidade varia temos que considerar a distância percorrida pelo móvel em cada
intervalo de tempo, e depois fazer a somatória das distâncias em cada intervalo. Veja a
tabela abaixo:
Tabela 3

Tempo(s) 0 2 4 6 8 10
Velocidade(m/s) 22 78 126 166 198 222

Para fazer uma estimativa da distância percorrida nos primeiros dois segundos,
podemos considerar neste período de tempo a velocidade como uma constante igual a
22 m/s. Assim, a distância percorrida nos dois primeiros segundos é igual a:
22 m/s x 2 s = 44 m

43
O processo para se encontrar as demais distâncias é análogo ao mostrado acima.
Deixamos a seu cargo verificar que a distância percorrida no intervalo de tempo de 2 a 4
segundos é de 156m. Além disso, se somarmos todas as estimativas, vamos ter a
distancia total de forma aproximado:
22 x 2 + 78 x 2 + 126 x 2 + 166 x 2 + 198 x 2 + 222 x 2 = 1624 m
Estes cálculos podem ser visualizados graficamente conforme a figura abaixo:

Figura 28

Observando este exemplo vemos que é possível calcular a distância percorrida


por um móvel cuja velocidade é dada por uma função v = v(t) através do uso da soma
de Riemann da função para fazer estimativas ou usar similarmente a definição de área.

Distância = ∑

É bom lembrar que a grandeza distância não é igual à área. O valor numérico é
igual, mas estamos lidando com grandezas diferentes.
Logo,

S(t) = ∫

De modo semelhante, temos que:

44
9.2.1.Trabalho

Na física, o conceito de força pode ser usado para descrever o ato de empurrar
ou puxar um objeto. Por exemplo, necessitamos de uma força para:
 Levantar um objeto do solo;
 Empurrar um automóvel.
Intuitivamente, sabemos que a força necessária para levantar um objeto do solo é
uma força constante, isto é, sua intensidade não varia enquanto está aplicada ao objeto.
No entanto, para empurrar um automóvel é necessária uma força variável, pois no início
do movimento aplicamos uma força maior do que aquela aplicada quando o carro está
em movimento.
Se aplicarmos uma força F a um objeto, fazendo-o descolar-se a uma determinada
distancia d, na direção da força, podemos determinar o trabalho W realizado por F sobre
o objeto.
Se a força for constante, definimos W por:
W= ⃗ ⃗
Se a força é variável, definimos W usando a integral definida.

Trabalho realizado por uma força variável

Suponhamos que um objeto se desloca sobre um eixo L e esteja sujeito a uma


força variável F. sem perda de generalidade, seja L o eixo dos x. Suponhamos que F =
F(x) é uma função continua em [a, b].
Queremos definir o trabalho realizado pela força f sobre o objeto, quando este se
desloca de x = a até x = b, a < b.
Consideremos uma participação P de [a, b], dada por:
a
Sejam um ponto qualquer do intervalo [ e∆ =
Então, uma aproximação do trabalho realizado pela força F = F(x) sobre o
objeto, quando este se desloca no i-ésimo intervalo, é dada por:

45
Assim, uma aproximação do trabalho realizado pela força F = F(x) sobre o
objeto, quando este se desloca de a até b é dada por:

Podemos observar que a medida que n cresce muito e cada


acima se aproxima do que intuitivamente entendemos como o trabalho total
W, realizado pela força F(x) sobre o objeto, quando este se desloca de a até b.
Como a soma acima é uma soma de Riemann da função F(x), podemos definir
W por

Exemplo:
Uma criança rolando uma pedra utiliza uma força de 120 + 25sen x Newtons
sobre ela, quando esta rola x metros. Quanto trabalho deve a criança realizar, para fazer
rolar 2m?

Solução:

A figura 8.82 ilustra a situação. No ponto O inicia-se o movimento. Queremos


saber calcular o trabalho W realizado pela força F(x) = 120 + 25sen x, sobre a pedra,
quando esta se desloca de 0 até 2.

Figura 29
Usando,

46
Temos:

= (120x – 25cos x) (0 -> 2)


= 120.2 – 25cos2 – 120.0 + 25cos0
= 240 – 25cos2 + 25
= (265 – 25cos2)N.m

EXERCICIOS
1) Um corpo se move em linha reta, de modo que sua posição no instante t é dada
por f(t) = 16t + t², 0 ≤ t ≤ 8, onde o tempo é dado em segundos e a distância em
metros.
a) Determinar a velocidade do corpo num instante qualquer t.
b) Achar a velocidade do corpo no instante t = 3.
c) Determinar a aceleração no instante t.
2) Os professores do Matfís estão dirigindo um carro em um trecho retilíneo que
segue de Caraúbas ao campus. No tempo t = 0, quando está se movendo a 10
m/s no sentido positivo do eixo Ox, ela passa por um poste de sinalização a uma
distancia x = 50 m. Sua aceleração em função do tempo é dada por:

a) Deduza uma expressão para a posição e a velocidade em função do tempo.

47
Nota dos autores

O papel fundamental da física é tentar explicar os fenômenos naturais. As


teorias utilizadas para isso são variadas e abrangem grande gama de
conhecimentos, sendo todas baseadas em experimentos controlados nos
laboratórios ou em observações na natureza. No entanto, a formulação das
teorias são extremamente facilitadas pelo uso da matemática. Deste modo, esse
curso tentou prover o domínio necessário das ferramentas matemáticas que
possibilitarão essa formulação.

48
Apêndice – Fatores de Conversão

49
50
51
52
Bibliografia

FLEMMING, D. M. ; GONÇALVES, M. B. . Cálculo A, São Paulo, 6ª edição.

THOMAS, G. B. Cálculo. Volume 1, São Paulo, 11º edição.

SEARS & ZEMANKY. Física 1, São Paulo, 12º edição.

HALLIDAY, RESNICK, JEARL WALKER. Fundamentos de Física, volume 1, São


Paulo, 8ª edição.

http://www.infoescola.com/fisica/movimento-retilineo-uniforme/ Acesso em: 02-maio-


2013

http://www.matematicamuitofacil.com/notacaocientifica.html Acesso em: 02-maio-


2009-2013

http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-
matematica/sistemas-lineares Acesso em: 05-maio-2013

http://www.brasilescola.com/matematica/aplicacoes-trigonometricas-na-fisica.htm
Acesso em: 05-maio-2013

http://www.mundovestibular.com.br/articles/5923/1/Exercicios-de-
Trigonometria/Paacutegina1.html 05-maio-2013

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