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1. CONCEITOS BÁSICOS DE MECÂNICA GERAL...................................................................

3
1.1 . FORÇA................................................................................................................................. 3
1.1.1. CONCEITO:................................................................................................................... 3
1.1.2. UNIDADES ................................................................................................................... 4
1.1.3. CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS .......................................................................... 4
1.1.4. CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS ............................................................................... 6
1.1.5. Regra da mão direita: ..................................................................................................... 7
1.1.6. VECTORES ................................................................................................................... 8
1.2. CONVENCÕES DE SINAL PARA OS ESFORÇOS INTERIORES ................................. 8
1.3. DIAGRAMAS DO ESFORÇOS INTERIORES NUME ESTRUTURA ............................. 8
1.3.1. EQUILIBRIO DE FORÇAS .......................................................................................... 8
1.3.2 CÁLCULO DAS REAÇÕES .......................................................................................... 8
2. TRELIÇAS ISOSTÁTICAS ...................................................................................................... 14
2.1. DEFINIÇÃO: ...................................................................................................................... 14
2.2. TRELIÇAS PLANAS ......................................................................................................... 15
2.2.1. Solicitações Internas ..................................................................................................... 15
2.2.2. Rótulas .......................................................................................................................... 16
2.2.3. Classificação da estaticidade de uma treliça ................................................................ 18
2.2.4. Classificação da treliça quanto à lei de formação ........................................................ 18
2.3. MÉTODO DE RESOLUÇÃO DAS TRELIÇAS ISOSTÁTICAS SIMPLES ................... 20
2.3.1. Cálculo dos esforços normais nas barras pelo método dos nós.................................... 20
2.3.2. Cálculo dos esforços normais usando o método de Ritter ou método das seções. ....... 27
2.4. Diagramas de forças cortante e axial e do momento fletor ................................................. 30
2.5. EXERCÍCIOS ..................................................................................................................... 44
3. CABOS....................................................................................................................................... 46
3.1. Generalidades ...................................................................................................................... 46
3.2. Hipóteses ............................................................................................................................. 47
3.3 Cargas ................................................................................................................................... 48
3.4. Apoios ................................................................................................................................. 48
3.5. Cabos com apoios em nível e carga uniformemente distribuída por unidade de
comprimento de projeção do cabo. ............................................................................................ 49
3.5.1. Cálculo das reações ...................................................................................................... 49
3.5.2. Cálculo da componente horizontal das reações............................................................ 50
3.5.3. Equação do cabo........................................................................................................... 51
3.5.4. Força de tração máxima no cabo .................................................................................. 52
3.6. Exercícios ........................................................................................................................ 53
4. PRINCIPIOS DOS TRABALHOS VIRTUAIS ........................................................................ 54
5. GEOMETRIA DAS MASSAS .................................................................................................. 54
5.1. ASPECTOS GERAIS ......................................................................................................... 54
5.2. MOMENTOS ESTÁTICOS E BARICENTRICOS DE SUPERFÍCIES PLANAS.
.................................................................................................................................................... 54
5.2.1. INTRODUÇÃO: .......................................................................................................... 54
5.2.2. CONCEITO .................................................................................................................. 55
5.2.3. SUPERFÍCIES FORMADAS POR ELEMENTOS CONHECIDOS.......................... 56
5.3. MOMENTOS DE INÉRCIA .............................................................................................. 59
5.3.1. MOMENTO DE INÉRCIA DE MASSA..................................................................... 59
5.3.2. MOMENTO DE INÉRCIA DE SUPERFÍCIES PLANAS ......................................... 60
5.4. EIXOS E MOMENTOS PRINCIPAIS CENTRAIS DE INÉRCIA ................................... 62
5.5. DETERMINAÇÃO DOS MOMENTOS DE INÉRCIA .................................................... 63
5.6. TRANSLAÇÃO DE EIXOS (TEOREMA DE STEINER) ................................................ 64
5.7. ROTAÇÃO DE EIXOS ...................................................................................................... 65
5.7.1. SEGUNDO UMA INCLINAÇÃO QUALQUER (α) ............................................ 65
5.7.2. EIXOS E MOMENTOS PRINCIPAIS DE INÉRCIA ................................................ 66
5.8. EXERCÍCIOS: .................................................................................................................... 68
1. CONCEITOS BÁSICOS DE MECÂNICA GERAL

1.1 . FORÇA

1.1.1. CONCEITO:
Força é toda a grandeza capaz de provocar movimento, alterar o estado de
movimento ou provocar deformação em um corpo. É uma grandeza vectorial cuja
intensidade pode ser obtida pela expressão da física:

Onde:
F = força
m = massa do corpo
a = aceleração provocada
Sendo um elemento vectorial somente se caracteriza se forem conhecidos:

χ Direcção ;
χ Sentido ;
χ Módulo ou intensidade;
χ Ponto de aplicação.

Exemplo 1 :Força provocando movimento

Exemplo 2: Força provocando deformação

Exemplo 3 : PESO DOS CORPOS:


O peso dos corpos é uma força de origem gravitacional que apresenta características
especiais:

Direcção : Vertical
Sentido : de cima para abaixo
Ponto de aplicação: centro de gravidade do corpo

1.1.2. UNIDADES
Existem muitas unidades representando forças. As que mais vamos utilizar são:

N - Newton kN – kiloNewton kgf - kilograma força

1 kgf = 10 N 1 kN = 103 N 1 kN = 102 kgf

1 kN = 103 N = 102 kgf

1.1.3. CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS

1. Princípio de ação e reação:

Quando dois corpos se encontram, toda a ação exercida por um dos corpos
cobre o outro corresponde uma reação do segundo sobre o primeiro de mesmo módulo
e direcção, mas porem com sentidos contrários, que é a 3ª lei de Newton.
Podemos observar que estas duas forças tem pontos de aplicação diferentes e
portanto causam efeitos diferentes, cada uma actuando no seu ponto de aplicação.

2. Princípio da transmissibilidade de uma força.

Quando aplicamos uma força em um corpo sólido a mesma se transmite com


seu módulo, direcção e sentido em toda a sua reta suporte ao longo deste corpo.
3. Decomposição das forças.
Qualquer força no espaço pode ser decomposta segundo três direcções que
desejarmos. Normalmente, usamos como referência três direcções ortogonais entre si,
escolhidas de acordo com a conveniência do problema.

Podemos nestes casos usar a resultante ou suas componentes Fx, Fy e Fz para


obter o efeito desejado. Qualquer força contida em um plano também pode ser
decomposta segundo duas direcções.
Normalmente nos interessam duas direcções perpendiculares entre si, também
escolhidas de acordo com a conveniência do problema.
Vamos no caso do plano que é o mais usual

Exemplo:
F: a força a ser decomposta
x e y: direcções ortogonais de referência.
α: ângulo formado por F em relação a x.
Fx e Fy: componentes da força nas direcções x e y.

A decomposição é feita por trigonometria:

A força decomposta também pode ser chamada de resultante da soma vectorial


de suas componentes
Fx e Fy
Nos problemas pode-se utilizar para cálculos apenas a força resultante, ou as
suas componentes, o que se torna mais fácil. Isto pode se constituir em uma das
ferramentas mais úteis no trabalho com as forças.
Observe que soma vectorial ou geométrica não corresponde a soma algébrica.

1.1.4. CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS

As forças podem ser classificadas de acordo com a sua origem, modo de se


comportar, etc. como por exemplo as forças de contacto (ex: locomotivas, musculares,
etc.) e as de ação à distância (ex: eléctricas, gravitacionais, magnéticas, etc.)
Em análise estrutural as forças são divididas conforme esquema abaixo:

FORÇAS EXTERNAS: actuam na parte externa na estrutura, e são o motivo de sua


existência. Podem ser:
Ações: São forças independentes que podem actuar em qualquer ponto de uma
estrutura. Correspondem às cargas as quais estaremos submetendo a estrutura,
normalmente conhecidas ou avaliadas. Ex: peso do pedestre em uma passarela, peso
próprio das estruturas, etc.

reações : São forças que surgem em determinados pontos de uma estrutura (vínculos
ou apoios), sendo consequência das ações portanto não são independentes, devendo
ser calculadas para se equivalerem as ações e assim preservarem o equilíbrio do
sistema.

FORÇAS INTERNAS : são aquelas que mantém unidos os pontos materiais que
formam o corpo sólido de nossa estrutura (solicitações internas). Se o corpo é
estruturalmente composto de diversas partes, as forças que mantém estas partes
unidas também são chamadas de forças internas (forças desenvolvidas em rótulas).

1.1.5. Regra da mão direita:

A regra da mão direita consiste em posicionar os dedos da mão direita no sentido


da rotação provocada pela força em torno do ponto O. Neste caso o polegar indica o
sentido do momento.
Podemos também convencionar sinais + ou - para cada um dos sentidos, de
acordo com a nossa escolha.
Exemplo 1 : Determine o peso que devemos colocar na extremidade direita da
gangorra a fim de que ela permaneça em equilíbrio estático.

P1 = 30 kN
a=2m
b=4m

Exemplo 2 : Determine a força desenvolvida no tirante da estrutura, a fim de que


ela permaneça em equilíbrio, sabendo-se que a barra pesa 5 kN. A barra é presa a uma
parede por meio de um pino O.

G = 5 kN
L=3m
a= 15º
T=?

1.1.6. VECTORES

1.2. CONVENCÕES DE SINAL PARA OS ESFORÇOS INTERIORES

1.3. DIAGRAMAS DO ESFORÇOS INTERIORES NUME ESTRUTURA


1.3.1. EQUILIBRIO DE FORÇAS

1.3.2 CÁLCULO DAS REAÇÕES

1.3.2.1 – Tipos de suportes (ou apoiios)


a) Articulação: (Resiste à uma força em apenas uma direcção)

b) Rolete: (Resiste à uma força em apenas uma direcção)

c) Pino: (Resiste à uma força que age em qualquer direcção)

d) Engastamento: (Resiste à uma força que age em qualquer direcção e à um


momento)

1.3.2.2. Tiipos de carregamenttos


a) Forças concentradas

b) Carga uniforme distribuída

Observação: Para o cálculo das reações de apoio, a carga uniforme distribuída é


substituída por uma força concentrada equivalente W igual a área da figura geométrica
da carga e que passa pelo seu centróide: W = p . L

c) Carga uniformemente variável


Observação: Para o cálculo das reações de apoio, a carga uniforme variável é
substituída por uma força concentrada equivalente W igual a área da figura geométrica
da carga e que passa pelo seu centróide: W = (p . L) /2.

d) Momento concentrado

1.3.2.3. – Cllassiiffiicação de viigas

a) Simplesmente apoiadas

b) Bi-engastada (fixa)

c) Engastada- Apoiada
d) Em balanço

e) Em balanço nas extremidades

1.3.2.4. Cálculo das reações nas vigas

Equações de equilíbrio estático (forças aplicadas em um plano):

Exemplo 1.1: Calcular as reações nos apoios da viga. Desprezar o peso da viga.
Diagrama de corpo livre (D.C.L.):

Observação: Nenhum momento é transmitido por uma junta articulada, apenas as


forças horizontais e verticais são transmitidas.
Diagrama de corpo livre (D.C.L.):

2. TRELIÇAS ISOSTÁTICAS

2.1. DEFINIÇÃO:

Treliça ideal é um sistema reticulado indeformável cujas barras possuem todas


as suas extremidades rotuladas e cujas cargas estão aplicadas nestas rótulas.
Exemplo:

OBSERVAÇÕES:

δ Qualquer polígono que constitua um sistema reticulado, quando articulado


em seus vértices é deformável (hipostático) com exceção dos casos abaixo:
δ As treliças surgiram como um sistema mais econômico que as vigas para
vencerem vãos maiores ou suportar cargas maiores;
δ Imaginamos as barras rotuladas em suas extremidades (isto é, sendo livre
suarotação relativa nos nós), conforme figura (a). Não é frequente, no
entanto, a união destas barras nesta forma, sendo mais comum ligar as
barras nos nós atravéz de chapas auxiliares, nas quais rebitamos, soldamos
ou parafusamos as barras neles concorrentes (fig. b)

Estas ligações criarão sempre pequenas restrições à livre rotação relativa das
barras nos nós, com o aparecimento de pequenos momentos nas barras.

Estudos realizados demonstram que, desde que todas as barras tenham seus
eixos no mesmo plano e que estes eixos se encontrem em um único ponto em cada nó,
os resultados reais diferem muito pouco dos resultados obtidos pela teoria que vamos
desenvolver, sendo ela válida do ponto de vista prático.

2.2. TRELIÇAS PLANAS

2.2.1. Solicitações Internas


Podemos facilmente demonstrar que as barras de uma treliça por terem suas
extremidades rotuladas (rótulas não absorvem momento), desenvolvem apenas
esforços normais constantes ao longo de suas barras.

Isto pode ser visualizado isolando-se uma barra de uma treliça.

Sabe-se que uma rótula não transmite momento, apenas esforços na direcção do
eixo e perpendiculares a ele. Por outro lado, as cargas externas só estão aplicadas nos
nós. A análise do equilíbrio nos mostra que nas extremidades das barras de uma treliça
só existem esforços na direcção do eixo longitudinal da mesma e que são de mesmo
módulo, porém sentidos contrários. A existência de esforços perpendiculares ao eixo da
barra (esforço cortante) é descartada pois as barras não são carregadas ao longo de
seu eixo, e tem nas suas extremidades momentos nulos.

Conclusão: A única solicitação


interna desenvolvida é um Esforço
Normal constante ao longo da mesma.
Como o esforço normal é constante
ao longo da barra podemos calcular o seu
valor em uma seção qualquer, da barra
que se deseja.

2.2.2. Rótulas

Vínculo interno é todo o elemento que une as partes componentes de uma estrutura.

No caso plano podem ser de 2a ou 3a espécie.

2.2.2.1.Vínculo interno de 3a espécie

Sejam duas barras livres no espaço com carregamento plano:


Cada barra tem 3 GL ,portanto, juntas
somam 6 GL.
Unindo-as rígidamente ,por exemplo,
atravéz de uma solda, o número de GL do
conjunto passa a ser 3,portanto 3 GL
restringidos.

Se chamarmos de RT o número de movimentos restringidos de um sistema teremos


neste caso RT = 3 (vínculo de 3a espécie)

2.2.2.2. vínculo de 2a espécie (PINOS OU RÓTULAS)

Representação Estrutural :

São vínculos que podem desenvolver reações internas verticais e horizontais


podendo transmitir forças nestas direções que se anulam internamente. Permitem
apenas o giro relativo entre as barras por ela unidas.
Rótulas são vínculos internos de segunda espécie

Para que as rótulas de uma estrutura estejam em equilíbrio é necessário


que o momento polar das cargas externas em relação à elas seja nulo.
2.2.3. Classificação da estaticidade de uma treliça

Sejam:
b - número de barras n - número de nós ou rótulas
r - número de reações externas

As incógnitas do problema serão em número de b + r, ou seja, o número de


reações e a solicitação de esforço normal em cada barra.
O número de equações será de 2n, pois em cada nó se aplicam as equações de
equilíbrio de um ponto material (∑ Fx = 0 ∑ Fy = 0).

Então, se :

- r + b < 2n treliça hipostática

Sugere tratar- se de uma treliça isostática, o que não pode ser


- r + b = 2n
confirmado sem antes analisarmos os apoios externos e a lei de
formação interna da treliça em questão.

Sugere tratar- se de uma treliça hiperestática, sendo válidas as


- r + b > 2n
observações feitas no caso anterior.

2.2.4. Classificação da treliça quanto à lei de formação

Quanto a formação as treliças podem ser :

2.2.4.1. Simples :

A treliça será simples se puder ser obtida a partir de configurações indeformáveis


pela adição de duas a duas barras partindo nós já existentes para novos nós (um novo
nó para cada duas novas barras).
Exemplo:
2.2.4.2. Composta

A treliça é isostática e composta quando for formada por duas treliças simples
ligadas por 3 barras não simultaneamente concorrentes ou paralelas, ou por um nó e
uma barra sendo que esta barra não concorre no nó citado..
A resolução de uma treliça composta pode recair no caso de duas treliças
simples, mediante o cálculo prévio dos esforços nos elementos de ligação, o que
permitirá isolá-las para fins de cálculo estático.

Exemplo:

2.2.4.3. Complexa:

Uma treliça complexa é classificada por exclusão, ou seja, quando não é simples
e nem composta. Observe que não podemos afirmar se ela é isostática pela simples
análise de b + r = 2 n que é uma condição necessária, mas não suficiente para garantir
a isostaticidade. O reconhecimento de sua real classificação é feito pelo método de
Henneberg.
Exemplo:

2.3. MÉTODO DE RESOLUÇÃO DAS TRELIÇAS ISOSTÁTICAS


SIMPLES

O cálculo dos esforços normais nas barras de uma treliça isostáticasimples pode
ser feito de três maneiras:
δ Método dos nós;
δ Método de Ritter ou das seções;
δ Método de Cremona.
No curso vamos nos ater aos dois primeiros métodos , já que o método de Cremona,
por serum método gráfico está em desuso com a aplicação da mecanização dos
cálculos (informática).

2.3.1. Cálculo dos esforços normais nas barras pelo método dos nós.

É o método natural de resolução que consiste em se estudar o equilíbrio de cada


nó isolado. Devemos INICIAR E PROSSEGUIR pelos nós que possuam apenas duas
incógnitas à determinar (esforço normal de 2 barras).
Aplicamos as equações de equilíbrio estático:

∑ Fx = 0 ∑ Fy = 0

Note-se que se o nó tiver mais de duas barras à serem determinadas (2


incógnitas), 2 equações não bastam para a solução do sistema.
ROTEIRO:

1. Cálculo das reações externas (se necessário);


2. Escolha do 1° nó à ser examinado;
3. Aplicação das equações de equilíbrio no nó escolhido;
4. Resolvido o primeiro nó, passamos ao segundo sempre com o cuidado de
verificar se ela ter apenas duas incógnitas (2 barras à serem determinadas).

OBS: Este método apresenta o problema de acumular os erros de cálculos que


por acaso forem cometidos.

Considere a viga com uma carga distribuída w(x).

Pelas condições de equilíbrio das forças verticais (∑ Fy = 0) e dos momentos


(∑ M = 0), temos:

(2.1)

(2.2)

As eqs. (2.1) e (2.2) sendo avaliadas no limite, quando .x . 0, fornecem as duas


equações diferenciais básicas:
(2.3)

(2.4)

Exemplo 2.5: Traçar os diagramas de força cortante e momento fletor para a viga
usando o método do somatório.

a - Determinar as reações nos apoios.

Da eq. (2.3), sabendo que w(x) = 0 ⇒ V(x) = constante = V. Da eq.(2.4), como V


é constante, a equação de momento fletor no trecho é da forma: M(x) = - V x + C2.

b - Traçar os diagramas de força cortante e momento fletor.


Exemplo 2.6: Construir os diagramas de força cortante e momento fletor para a viga
com o carregamento mostrado abaixo, usando o método do somatório.

a - Determinar as reações nos apoios.


b - Determinar as funções da força cortante V(x) e do momento fletor M(x) para
cada trecho da viga.
Partir da extremidade mais a esquerda, ponto C:

Trecho C-A:
força axial: P = O

Trecho A-D:

força axial: P = - 6 t

Trecho D-B:

Força axial P = 0

Trecho B-E:
Força axial P = 0

Trecho E-F:

Força axial P = 0

não há forças e momentos concentrados: V = 0 , M = 0 , P = 0


Traçar os diagramas de forças cortante e axial e de momento fletor.

2.3.2. Cálculo dos esforços normais usando o método de Ritter ou método


das seções.
Vimos que pelo método dos nós, devemos seguir uma ordem de cálculo e
calculamos os esforços em todas as barras de uma treliça.
O método de Ritter permite que se calcule os esforços normais apenas em
algumas barras que possam nos interessar.
O método das seções estabelece procedimentos para a determinação dos
esforços internos ao longo do comprimento da viga. O conceito de equilíbrio das partes
de um corpo é utilizado quando o corpo com um todo está em equilíbrio.

ROTEIRO:
1. Cálculo das reações externas (se necessário);
2. Cortar a treliça por seções de Ritter que devem:

a. Atravessar toda a treliça dividindo-a em 2 partes;


b. Interceptar no máximo 3 barras que não sejam ao mesmo tempo
paralelas ou concorrentes( os esforços normais destas barras serão os
calculados);
c. Cortada a treliça em duas partes, substitui-se a parte retirada pelos
esforços normais desenvolvidos pelas barras cortadas, que devem ser
calculados, de maneira que as partes ficam em equilíbrio;
d. Os esforços normais serão encontrados pelo equilíbrio das partes,
podendo-se dispor além das equações fundamentais de equilíbrio
estático, da condição de nó onde a soma dos momentos em qualquer nó
da treliça deve ser zero, pois rótulas não absorvem momento.

OBSERVAÇÃO: Este método acrescenta mais condições as já conhecidas e


usamos as condições que nos parecerem mais convenientes, e podemos
facilmente mesclar os dois métodos.
Esforços internos em vigas

onde V é a força cortante, P é a força axial e M é o momento fletor.

2.3.2.1 Força cortante nas vigas (V)

A força cortante V, perpendicular ao eixo da viga, deve ser introduzida na seção:


A-A para satisfazer a equação de equilíbrio ∑ Fy = 0.
A força cortante é definida positiva quando girar a seção no sentido antihorário.

Força cortante

2.3.2.2. Força axial nas vigas (P)

A força axial P, paralela ao eixo da viga e que passa pelo centróide da seção,
deve ser introduzida na seção A-A para satisfazer a equação de equilíbrio ∑ Fx = 0.
A força axial é definida positiva ou de tração quando agir de dentro para fora da
seção e negativa ou de compressão em caso contrário.

Força axial

O momento fletor M, que gira em torno de um eixo perpendicular ao plano que


contêm a viga, deve ser introduzido na seção A-A para satisfazer a equação de
equilíbrio ∑Mz = 0. Para isto, o momento provocado pelas forças é normalmente
calculado em torno do ponto de interseção de V e P.
O momento fletor é definido positivo quando tracionar a parte interior da viga e
comprimir a parte superior da viga , e negativo em caso contrário.

Momento fletor

2.4. Diagramas de forças cortante e axial e do momento fletor

Os diagramas de esforços internos são traçados para se determinar a evolução


das forças cortante e axial e do momento fletor ao longo da viga, respectivamente.

Exemplo 2.1: Traçar os diagramas de forças cortante, força axial e de momento fletor
para a viga abaixo, sujeita à força inclinada de P = 5 t . Desprezar o peso da viga.
a - Determinar as reações de apoio.
Diagrama de corpo livre (D.C.L.):

b - Determinar as forças cortante e axial e o momento fletor em seções


entre duas forças concentradas.

Seção c-c (0<x<5):


Seção d-d (5 < x < 10):
.

c - Traçar os diagramas de força cortante, força axial e do momento fletor.


Conclusões Importantes:

¾ Ponto de força concentrada vertical ⇒ Discontinuidade no diagrama de força


cortante igual a força concentrada vertical;
¾ Ponto de força concentrada axial ⇒ Discontinuidade no diagrama de força axial
igual a força concentrada axial;

Exemplo 2.2: Traçar os diagramas de força cortante e de momento fletor para a viga
apresentada abaixo, sujeita à uma força distribuída e a um momento concentrado.
a - Determinar as reações nos apoios (D.C.L.):

b. Determinar as forças cortante e o momento fletor em seções entre forças e


momentos concentrados e ao longo de uma carga distribuída.
Seção c-c (0 < x < 2):
Seção e-e (4 < x < 6):

c -Traçar os diagramas de força cortante e do momento fletor.


Conclusões Importantes (além das anteriores):

¾ Ponto de momento concentrado ⇒ Discontinuidade no diagrama de momento


fletor igual ao momento concentrado;

Exemplo 2.3: Os skis suportam um homem de 80 kg. Se o carregamento da neve na


superfície inferior de um ski é trapezoidal como mostrado abaixo, determine a
intensidade w e traçe os diagramas de força cortante e de momento fletor para um ski.
Tome g=10 m/s2.
Devido à simetria temos:

Exemplo 2.4: Determine os diagramas de força cortante e de momento fletor para a


viga abaixo.
Diagrama de Corpo Livre (DCL):
Viga CDE:

Viga ABC:

Viga EFG:
Viga ABC: Trecho AB (0 < x < 3):
Trecho BC (0 < x < 0,5):

Viga CDE: Trecho CD (0 < x < 0,5):


Trecho DE (0 < x < 2):

Viga EFG: Trecho EF (0 < x < 1,25):

Trecho FG (0 < x < 3,75):


Viga ABC:
Viga CDE :

Viga EFG:

2.5. EXERCÍCIOS
1. Respostas:

VA = - 40 Kn HA = 20 kN (←)
VB = 60 kN
R:Esforços normais:
NAB = 0
NAC = + 20 kN
NAD = + 28,28 kN
NBD = - 60 kN
NCD = - 20 kN
NCE = 0
NCF = + 28,28 KN
NEF = - 20 kN
NDF = - 40 kN

2. Respostas:

VA = 40 kN VB = 40 kN
NAC = NCD = - 136,4 kN
NAF = 132,3 kN NFD = + 47,6 kN
NFG = + 89 kN NDG = 0
NCF = + 20 Kn

3.

4. Respostas:
VA = 50 kN
HA = 60 KN(←)
VB = 50 Kn
NAH = - 70,7 kN
NAC = +110 kN
NIJ = - 160 kN
NID = - 10 kN
NCD = +160 kN

3. CABOS

3.1. Generalidades

O estudo dos cabos tem várias aplicações práticas importantes, como por
exemplo:
a) no projeto de redes de transmissão de energia elétrica (Figura 1);

FIGURA 1

b) no projeto de cabos de pontes penseis (Figura 2);


FIGURA 2

c) no projeto de cabos de teleféricos (Figura 3), etc.

FIGURA 3

3.2. Hipóteses

No estudo dos cabos são feitas as duas seguintes hipóteses simplificativas:


a) os cabos são considerados flexíveis; e
Se num pedaço de cabo for aplicado um esforço de flexão, este simplesmente se
enrola. Isto significa que a resistência à flexão em qualquer seção transversal do
cabo é nula, isto é:
M (x) = 0 (1)

Como num cabbo não surgem momentos fletores também não surgem forças
cortantes, dada a relação diferencial existente entre estes dois esforços. Os cabos
também não apresentam nenhuma resistência à compressão. O único esforço que os
cabos resistem é o esforço de tração. Portanto na seção transversal de um cabo só
pode existir um esforço normal de tração.
b) os cabos são considerados inextensíveis.

O alongamento dos cabos, decorrente do esforço de tração que atua nos


mesmos, geralmente é pequeno de modo que é usual considerar os cabos
inextensíveis. Se, no entanto, este alongamento influenciar os resultados finais de
maneira considerável, deverá ser considerado no cálculo.

3.3 Cargas

As cargas que atuam sobre os cabos podem ser:


a) concentradas (G);
Exemplo: o peso do bonde sobre o cabo de um teleférico (Figura 3).
b) uniformemente distribuídas por unidade de comprimento de cabo (g); e
Exemplo: o peso próprio dos cabos, a força do vento sobre os cabos, etc. (Figura 1).
c) uniformemente distribuídas por unidade de comprimento projetado de cabo (g).
Exemplo: a carga da viga de rigidez sobre o cabo das de pontes penseis (Figura 2).

3.4. Apoios

Os apoios dos cabos podem estar:


a) em nível (Figura 4 a)); e
b) em níveis diferentes (Figura 4 b)).

FIGURA 4
3.5. Cabos com apoios em nível e carga uniformemente distribuída
por unidade de comprimento de projeção do cabo.

3.5.1. Cálculo das reações

Considere-se um cabo suspenso por suas extremidades A e B, num mesmo nível, e


sujeito à uma carga uniformemente distribuída g por unidade comprimento de projeção do
cabos (Figura 5).

Cabos vinculado

FIGURA 5

Sejam L o vão (distância entre os apoios do cabos) e f a flecha (distância do centro do


cabos até a corda AB).
Os apoios A e B impedem os deslocamentos das extremidades do cabos nas direções
vertical e horizontal. Logo, as reações do cabo, em A e B, devem admitir componentes nestas
duas direções.
Sejam (VA, HA) e (VB, HB) as componentes das reações do cabo (Figura 6). Estas
reações substituem os apoios e, portanto, tal como os apoios, devem manter o cabo em
equilíbrio, isto é, devem satisfazer as condições de equilíbrio da estática.
Cabo livre

FIGURA 6
Neste problema tem-se quatro reações incógnitas (VA, HA, VB e HB) e três equações de
equilíbrio da estática
(2.1)

(2.2)

(2.3)

para determiná-las; o problema é, portanto, uma vez hiperestático (externamente). Não bastam
as equações de equilíbrio para calcular todas as incógnitas; será necessária uma equação
adicional.
Escolhendo como polo o ponto B, a equação (2.3) fornece:

VA = g.l / 2 (3.1)

A equação (2.2) fornece:

VB = g.l / 2 (3.2)

Portanto
VA = VB = g.l / 2 (3.3)

A equação (2.1) fornece:

HA = HB = H (3.4)

3.5.2. Cálculo da componente horizontal das reações

A condição adicional (às equações de equilíbrio da estática) para calcular H


decorre da hipótese do cabo flexível, segundo a qual o momento fletor em qualquer
ponto do cabo deve ser nulo.
Cálculo de H

FIGURA 7

Anulando o momento fletor no centro do cabo (ponto C) resulta (Figura 7)

donde

Esta equação mostra que H é inversamente proporcional à f. Convém notar ainda que
quando f → 0, H → ∞, o que significa que é impossível lançar um cabo com flecha nula

(f=0) porque um cabo não tem condições de suportar uma força H = ∞.

3.5.3. Equação do cabo

Internamente o cabo é infinitas vezes hipostático, isto é, tem infinitos graus de


liberdade. A forma que o cabo adquire depende da carga que atua sobre o mesmo e
será tal que em todas os pontos do cabo o momento fletor resulte nulo (hipótese do
cabo flexível).

Equação do cabo
FIGURA 8

Anulando o momento fletor num ponto genérico P(x,y) do cabo resulta (Figura 8)

donde

(5)

Esta equação mostra que a equação do cabo, para uma carga uniformemente
distribuída por unidade de comprimento de projeção do cabo, é a equação de uma
parábola do segundo grau.

3.5.4. Força de tração máxima no cabo

A força de tração máxima nos cabos ocorre nos apoios e é dada por (Figura 8):

(6)

5.5. Cabos com flechas pequenas


Quando a flecha de um cabo é menor que 1/10 do vão, isto é, quando
(7)

pode-se admitir que:


a) o peso próprio do cabo é uma carga uniformemente distribuída por unidade de
comprimento projetado do cabo; e
b) a força de tração máxima no cabo (N) se confunde com sua componente horizontal
(H), isto é:
N≈ H (8)

Estas hipóteses são tanto mais precisas quanto menor for a relação f / L ;

3.6. Exercícios

Ex. 1

Um cabo de cobre, de 5 mm de diâmetro, pesando 0,167 kgf/m, é suspenso de


dois pontos num mesmo nível, afastados de 400 m, com uma flecha de 25 m.
Quesitos:
a) calcular as forças, vertical e horizontal, exercidas pelo cabo sobre os apoios;
b) calcular os valores, exato e aproximado, da força de tração máxima no cabo; e
c) verificar se o cabo se encontra (ou não) em boas condições de segurança,
considerando uma tensão máxima admissível para o cobre de 600 kgf/cm2.

Ex. 2

Um cabo de uma rede de transmissão de energia elétrica é lançado entre duas


torres, A e B, afastadas de 400 m, com uma flecha de 40 m (Figura 1). Qual deve ser a
flecha do cabo entre as torres B e C, afastadas de 300 m, se for desejado que não surja
nenhuma força horizontal produzida pelo peso próprio do cabo no topo da torre B?

Ex. 3

Com uma flecha máxima de 100 cm e uma tensão de segurança de 600 kgf/cm2,
qual o maior vão que se pode admitir entre dois postes de uma linha de transmissão de
cobre. O peso específico do cobre é de 8 500 kgf/m3.
4. PRINCIPIOS DOS TRABALHOS VIRTUAIS

5. GEOMETRIA DAS MASSAS

5.1. ASPECTOS GERAIS

Vamos estudar algumas grandezas características da geometria das massas


com a finalidade de conhecermos alguns valores necessários ao estudo das
solicitações que provoquem a rotação, como o Momento Fletor e o Momento Torsor.

5.2. MOMENTOS ESTÁTICOS E BARICENTRICOS DE SUPERFÍCIES


PLANAS.

5.2.1. INTRODUÇÃO:

Peso de um ponto material á a força definida por:

sendo esta força, aplicada no referido ponto.

O pêso de um sistema material é a resultante dos pesos dos infinitos pontos que
compõem este sistema. Ao ponto de aplicação desta resultante (G), chamamos de
centro de gravidade ou baricentro do sistema material.

Quando este sistema material apresentar massa específica constante


(homogêneo), o seu baricentro vai depender exclusivamente de sua forma geométrica,
e por este motivo falase em centro de gravidade de um volume, de uma superfície e de
uma linha, encarando-os como elementos geométricos puros.
Neste capítulo trabalharemos com estas grandezas referidas a uma superfície
plana. A analogia que se propõe para melhor visualização física das grandezas
expostas seria o de considerarmos as nossas superfícies como placas com a forma
indicada e de pequeníssimas espessuras.

5.2.2. CONCEITO

Admitimos uma superfície plana qualquer de área "A", referida à um sistema de


eixos ortogonais x,y.

Sejam:
dA - elemento de área componente da superfície
x e y - coordenadas deste elemento em relação ao sistema de eixos

Define-se: Momento estático de um elemento de área dA em relação a um eixo é o


produto da área do elemento por sua ordenada em relação ao eixo considerado.

Notação : s

Expressão analítica :

sx = y. dA sy = x. dA

Define-se: Momento estático de uma superfície é a soma dos momentos estáticos


em relação a um mesmo eixo dos elementos que a constituem.

Notação : S
Expressão analítica:

OBSERVAÇÕES:

1. unidade: cm3, m3, ...


2. sinal : O momento estático pode admitir sinais positivos ou negativos, dependendo do
sinal da ordenada envolvida.
3. O momento estático de uma superfície é nulo em relação à qualquer eixo que passe
pelo centro de gravidade desta superfície.

5.2.3. SUPERFÍCIES FORMADAS POR ELEMENTOS CONHECIDOS

Nos casos práticos, a superfície em estudo será a seção transversal de um


elemento estrutural, normalmente seções conhecidas (retângulos) ou constituídas por
elementos que tem conhecidos sua área e seu centro de gravidade (perfilados).

Nos casos citados devemos dividir a seção em estudo em elementos conhecidos


e podemos substituir nas equações a integral por seu equivalente que é o somatório,
considerando cada elemento como um elemento de área, e as expressões ficam:
onde i varia de 1 a n ( número de elementos que constituem a superfície).

Exemplo 1:

Calcule o momento estático da superfície abaixo em relação a um eixo horizontal que


passe por sua base:

DETERMINAÇÃO DO BARICENTRO DE SUPERFÍCIE

A utilização dos conceitos de momento estático se dá no cálculo da posição do


centro de gravidade de figuras planas, que em nosso estudo serão as seções
transversais de nossas estruturas (vigas, pilares, etc...).

Seja:
G - baricentro da superfície com coordenadas à determinar (xG; yG)
por definição:
Se o baricentro da superfície fosse
conhecido poderíamos calcular seu
momento estático pela definição:

Como apenas conhecemos as características de seus elementos

ou ainda como A (área total) pode ser calculado pela soma dos elementos de área que
a constituem:

então :

e analogamente:

Estas expressões nos permitem determinar as coordenadas do centro de


gravidade de qualquer seção desde que se conheçam os elementos que a constituem.
São chamadas genericamente de "teorema dos momentos estáticos".
OBS: Quando a figura em estudo apresentar eixo de simetria, o seu centro de
gravidade estará obrigatoriamente neste eixo.

Exemplo 2:

Utilize a figura do exemplo 1 e determine a posição do centro de gravidade desta


superfície.
5.3. MOMENTOS DE INÉRCIA

5.3.1. MOMENTO DE INÉRCIA DE MASSA

Seja uma pequena massa ´m` presa a um cabo de massa desprezível e


comprimento ‘r’, que pode girar livremente em torno de um eixo A-A’.

Aplicando um conjugado ao sistema, o cabo e a massa, inicialmente em


repouso,começarão a girar em torno do eixo AA’.
Se desejássemos que o corpo adquirisse uma determinada velocidade em um
tempo T, experimentalmente observaríamos que o valor deste tempo é proporcional a
massa do corpo e é também proporcional ao quadrado da distância r.

T = f(m) e T = f(r2)

É claro que quanto maior o tempo T necessário, claramente maior é a resistência


ao giro do sistema.
Sendo a inércia do sistema, sua resistência quando tentamos colocá-lo em
movimento(no caso o movimento é o giro em relação ao eixo AA’), e representando-a
pela letra J ela será medida por:

também chamada de Momento de inércia da massa ‘m’ em relação ao eixo A-A’.


Se nos referíssemos a um corpo de massa ‘M’, que devesse girar em torno do
eixo AA’ , haveríamos de dividi-lo em infinitos elementos de massa dm, a resistência
oferecida ao movimento, ou seja, o momento de inércia do corpo seria:
ou no limite, quando n → ∞

5.3.2. MOMENTO DE INÉRCIA DE SUPERFÍCIES PLANAS

A analogia das figuras planas às chapas delgadas pode continuar a ser feita.
Quando o corpo em estudo constituir-se de uma chapa de pequena espessura ‘t’ e
massa específica r constantes, podemos dizer que:

Sendo r e t valores constantes e por analogia, chamamos de Momento de


Inércia de uma área ou momento de 2ª ordem a grandeza.
Devido a grande importância do assunto na ciência das construções,
desenvolvemos este assunto em especial para o caso particular das figuras planas.
Podemos definir momentos de inércia de uma superfície, usando como referência a
mesma superfície de área A referida à um sistema de eixos x,y:

5.3.2.1. MOMENTO DE INÉRCIA AXIAL

Define-se:"Momento de inércia de um elemento de área em relação a um eixo é o


produto da área deste elemento pelo quadrado de sua distância ao eixo
considerado."
- Notação : j (índice com o nome do eixo)
2
- Expressão analítica: jx = y . dA jy = x2 . dA
- Unidade : cm4 , m4, ...
- Sinal : sempre positivo

Define-se :"Momento de inércia de uma superfície em relação a um eixo é a soma


dos momentos de inércia em relação ao mesmo eixo dos elementos de área que a
constituem."

OBS:

1- Sendo o momento de inércia axial de uma superfície o somatório de valores sempre


positivos, ele só admite valores positivos também.
2- O momento de inércia axial representa fisicamente, e por analogia, a resistência ao
giro em torno de um eixo que a seção apresenta, devido as suas características
geométricas (tamanho e forma).

5.3.2.1. MOMENTO DE INÉRCIA POLAR

Define-se: "Momento de inércia de um elemento de área em relação a um ponto é


o produto da área deste elemento pelo quadrado de sua distância ao ponto
considerado."
- Notação: j (índice com o nome do ponto)

- Expressão analítica:
- Unidade : cm4 , m4 , ....
- Sinal: sempre positivo

Define-se:"Momento de inércia de uma superfície em relação a um ponto é a soma


dos momentos de inércia, em relação ao mesmo ponto dos elementos que a
constituem."

OBS:
1. O momento de inércia polar, só admite valores positivos
2. O momento de inércia polar representa físicamente, e por analogia, a resistência ao
giro de determinada seção em relação a um ponto devido as suas propriedades
geométricas (tamanho e forma).

5.4. EIXOS E MOMENTOS PRINCIPAIS CENTRAIS DE INÉRCIA

Partindo do sentido físico do momento de inércia que representa resistência ao


giro, seja ele axial ou polar, nota-se a importância do cálculo desta grandeza quando do
estudo das solicitações que envolvem giro (Momento Fletor e Momento Torsor).
O momento de inércia de uma seção transversal depende basicamente de sua
forma e de seu tamanho (propriedades geométricas).
Vimos que o momento de inércia de uma seção tem valores diferentes de acordo
com o eixo que tomarmos por referência.
Chamamos de eixos principais centrais de inércia aqueles eixos que
passam pelo centro de gravidade da seção e em relação aos quais o momento de
inércia admite valores extremos ( máximo e mínimo).
Em problemas práticos, normalmente nos interessa o valor do momento de
inércia máximo da seção transversal, para então aproveitarmos integralmente as suas
características geométricas, para que a mesma tenha a maior resistência ao giro
possível.

Observações:

1. Os eixos principais centrais de inércia devem ser ortogonais entre si.


2. Se a seção tiver eixo de simetria, este será, necessáriamente, um eixo principal
central de inércia. A determinação destes eixos nas seções simétricas é muito simples,
pois identificado o eixo de simetria, basta determinarmos a posição do seu centro de
gravidade, pois perpendicular ao eixo de simetria e passando pelo centro de gravidade
da seção obtemos o outro eixo principal central de inércia. Só determinamos o eixo de
máximo após calculados os momentos de inércia correspondentes a estes dois eixos.

5.5. DETERMINAÇÃO DOS MOMENTOS DE INÉRCIA

A determinação dos momentos de inércia de uma seção pode se dar diretamente


pela sua definição, desde que se identifique o elemento de área representativo da
mesma.
Exemplo 3:
Determine o momento de inércia de uma seção retangular de dimensões b x h
(base e altura respectivamente), em relação a um eixo horizontal(x) que passe por sua
base.

Em figuras básicas e em perfilados comerciais estes momentos de inércia


normalmente estão tabelados.
Se necessitarmos conhecer estas características em uma seção projetada fora
destes padrões, então surge a necessidade de usarmos teoremas que nos permitam, a
partir de valores tabelados, chegarmos a valores que não estão tabelados.

5.6. TRANSLAÇÃO DE EIXOS (TEOREMA DE STEINER)

Este teorema nos permite relacionar momentos de inércia em relação a eixos


quaisquer com momentos de inércia relativos a eixos baricêntricos, desde que eles
sejam paralelos.
FORMULÁRIO:

OBS: PARA A UTILIZAÇÃO DO TEOREMA DE STEINER, OS EIXOS


BARICÊNTRICOS DEVEM NECESSÁRIAMENTE ESTAR ENVOLVIDOS NA
TRANSLAÇÃO.

5.7. ROTAÇÃO DE EIXOS

5.7.1. SEGUNDO UMA INCLINAÇÃO QUALQUER (α)


O teorema à seguir nos permite calcular momentos e produtos de inércia em
relação a eixos deslocados da referência de um angulo α, conforme mostra a figura :
FORMULÁRIO:

OBS: A convenção adotada para se medir o angulo α segue a convenção adotada no


círculo trigonométrico.

mede-se o angulo a de x à x' no sentido anti horário.

5.7.2. EIXOS E MOMENTOS PRINCIPAIS DE INÉRCIA

Podemos notar que ao efetuarmos a rotação dos eixos que passam por um
ponto 'o', os momentos e produtos variam em função do angulo de rotação a.

Em problemas práticos, normalmente nos interessa a inclinação 'a', em relação à


qual os valores do momento de inércia é máximo, para então aproveitarmos
integralmente as características geométricas da seção transversal que deve ser
adotada.
Para a determinação do máximo de uma função , por exemplo Jx', podemos
utilizar os conceitos de cálculo diferencial, onde sabemos que uma função é máxima ou
mínima no ponto em que sua primeira derivada for nula.

Então:

Efetuando as derivações e com algumas simplificações algébricas chegamos à

expressão:

Esta expressão nos permite calcular dois valores para o angulo a, que
caracterizam a posição dos eixos em relação aos quais o momento de inércia assume
valores extremos (máximo e mínimo).
Vamos observar que estes eixos são:
1. Ortogonais entre si;
2. O produto de inércia em relação a este par de eixos é nulo;
3. Na rotação dos eixos a soma dos momentos de inércia é constante.
Jx + Jy = Jx' + Jy'

Os dois eixos determinados chamam-se de eixos principais de inércia e os


momentos correspondentes momentos principais de inércia.
Observações:
1. Se o ponto "o" em tôrno do qual se fez a rotação coincidir com o centro de
gravidade da seção, os eixos passarão a ser chamados de principais centrais de
inércia e a eles corresponderão os momentos principais centrais de inércia;
2. Se a seção tiver eixo de simetria, este será, necessáriamente , um eixo principal
central de inércia.
1.
5.8. EXERCÍCIOS:

1. Determine o momento de inércia de uma seção retangular b x h em relação aos seus


eixos baricentricos.
2. Determinar a posição do centro de gravidade das figuras abaixo, com as medidas em
cm:

A. B.

R: xg= 5 cm yg = 9,66 cm R: xg = 5 cm

C. D.
3. Determinar o momento de inércia das figuras em relação aos eixos baricêntricos
horizontal e vertical (medidas em cm):
4. Determinar a altura do centro de gravidade do semi-círculo de raio R da figura

5.Determinar a posição do centro de gravidade das figuras achuriadas abaixo (medidas


em cm):
TABELAS:

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