Você está na página 1de 48

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3

CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................... 4


Força............................................................................................................. 4
Torque ........................................................................................................... 5
Potência ........................................................................................................ 6
Atrito ............................................................................................................ 7

EMBREAGEM ....................................................................................................... 8
Fluxo de força ................................................................................................ 8
Funcionamento ............................................................................................... 9
Disco de embreagem ...................................................................................... 9
Platô da embreagem ..................................................................................... 10
Tipos de acionamento da embreagem ............................................................. 10
Acionamento mecânico ................................................................................. 10
Acionamento hidráulico ................................................................................. 11
Acionamento hidráulico-pneumático ................................................................ 12

CAIXA DE MUDANÇAS ...................................................................................... 13


Conceitos de transmissão de movimento entre árvores ..................................... 13
Transmissão por corrente .............................................................................. 13
Transmissão por correia ................................................................................ 13
Transmissão por engrenagem ......................................................................... 13
Tipos de engrenagens.................................................................................... 14
Engrenagens de dentes retos ......................................................................... 14
Engrenagens de dentes helicoidais .................................................................. 14
Relação de transmissão ................................................................................. 15
Redução ...................................................................................................... 16
Relação direta .............................................................................................. 16
Engrenagem intermediária ............................................................................. 17
Relação de desmultiplicação .......................................................................... 17
Caixa de mudanças - funcionamento ............................................................... 18
Transmissão compacta .................................................................................. 20
Caixa de mudanças mecânica ........................................................................ 20
Árvore primária ............................................................................................ 21
Árvore intermediária ..................................................................................... 21
Árvore secundária ........................................................................................ 22
Cubo sincronizador........................................................................................ 22
Anel sincronizador ........................................................................................ 23
Funcionamento do anel sincronizador .............................................................. 23
Mecanismo de seleção e engate ..................................................................... 24
Fluxo de força na caixa de mudanças.............................................................. 25
Fluxo de força de 1a marcha ........................................................................... 25
Fluxo de força de 2a marcha ........................................................................... 26
Fluxo de força de 3a marcha ........................................................................... 26
Fluxo de força de 4a marcha ........................................................................... 26
Fluxo de força de 5a marcha ........................................................................... 26
Fluxo de força de marcha à ré ........................................................................ 27

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 1


Caixa de mudanças RT .................................................................................. 27
Diagrama de desempenho da caixa de mudanças ............................................. 28
Caixa de mudanças automática ...................................................................... 29
Principais componentes ................................................................................. 30
Conjunto de engrenagens ............................................................................... 32
Sistema hidráulico ........................................................................................ 32
Fluxo de força .............................................................................................. 33
Neutro ......................................................................................................... 33
1a Marcha .................................................................................................... 34
2a Marcha .................................................................................................... 35
3a Marcha alta direta ..................................................................................... 36
Marcha à ré ................................................................................................. 37

EIXO TRASEIRO MOTRIZ ..................................................................................... 38


Transmissão angular ..................................................................................... 38
Dentes retos ................................................................................................ 39
Dentes helicoidais ......................................................................................... 39
Dentes helicoidais hipóide .............................................................................. 39
Diferencial ................................................................................................... 40
Componentes do diferencial ........................................................................... 40
Bloqueio do diferencial .................................................................................. 41
Eixos traseiros tipo tandem ............................................................................ 42
Eixo traseiro de dupla velocidade .................................................................... 43
Cálculo de redução do eixo traseiro ................................................................ 44

2
INTRODUÇÃO

Visando o aperfeiçoamento dos profissionais de sua rede de concessionárias, a Volkswagen


disponibiliza este material didático que aborda os conceitos da Transmissão de Força com
ênfase nos principais conceitos físicos aplicados no sistema, bem como os detalhes
construtivos e funcionais de cada componente, buscando facilitar a realização de
diagnósticos e a preservação do equipamento dentro das condições ideais de operação.

Leia com atenção este material, e assegure à sua atividade maior confiabilidade, com
serviços de alta qualidade profissional!

As informações e dados técnicos contidos nesta apostila são de uso específico


em ações de treinamento, estando sujeitos a alterações sem prévio aviso.
Consulte sempre a literatura atualizada editada pela Volkswagen Caminhões e
Ônibus.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 3


CONCEITOS BÁSICOS

O sistema de transmissão de força de um veículo é constituído por componentes e sistemas


que empregam vários princípios físicos em sua ação. Esses princípios são responsáveis pelo
bom desempenho do veículo nas várias condições de solicitação a que está sujeito,
decorrentes de carga, topografia, velocidade, etc.
Para melhor entender o funcionamento dos componentes do sistema, são apresentados a
seguir os principais conceitos físicos envolvidos na transmissão de força.

Potência
Torque

Força
Atrito
Força
Fisicamente definida como sendo "toda a ação capaz de alterar o estado de inércia de um
corpo ou deformá-lo", pode ser compreendida como sendo qualquer ação que consiga
colocar um corpo em movimento.
Segundo a "Lei de Newton", força é o
produto da massa pela aceleração. 1

Força = Massa x Aceleração

A unidade física para medida de força é o


Newton (N).

Exemplo: 2
Uma corda sustenta um peso com
massa (m) = 10 kg.
Sobre esta massa age a aceleração da
gravidade (a) = 9,81 m/s2.
3
A força é calculada da seguinte forma:
F = MxA
1 - Força
F = 10 kg x 9,81 m/s2
2 - Massa
F = 98,1 N
3 - Aceleração da gravidade

UNIDADES DE MEDIDA DE MASSA


Sistema métrico Sistema inglês
Kg = Quilograma Lb = Libra
UNIDADES DE MEDIDA DE FORÇA
Sistema métrico Sistema inglês
Kgf = Quilograma-força Lbf = Libra-força
N = Newton

4
Torque
Também conhecido como momento de Ponto de
torção, o torque produz um esforço no Aplicação
Momento Força
sentido rotativo. de Força (N)
Torque é o produto da força pela distância. (Torque)

Torque = Força x Distância

Exemplo:
ia (m)
Distânc
Uma força de 50 Newtons, aplicada em uma
alavanca com de 1 metro de comprimento,
resulta em um torque de:

T=FxD
T = 50N x 1m
T = 50Nm

UNIDADES DE MEDIDA DE TORQUE


Sistema métrico Sistema inglês
Nm = Newton metro Lb.ft = Libra / pé
Kgf.m = Quilograma-força / metro Lb.pol = Libra / polegada

UNIDADES DE MEDIDA DE DISTÂNCIA


Sistema métrico Sistema inglês
Metro Polegada

UNIDADES DE MEDIDA DE FORÇA


Sistema métrico Sistema inglês
Kgf = Quilograma-força Lbf = Libra-força
N = Newton

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 5


Potência
Potência é a capacidade de realizar um
trabalho num determinado intervalo de
tempo.

Esta capacidade sempre está atribuída a uma


máquina ou dispositivo.
g

Força x Distância
POTÊNCIA = h
Tempo

m
Exemplo:

Um cavalo eleva uma massa de 75 kg na


altura de 1 metro no espaço de tempo de
1 segundo.

W = (m x g x h)/t
1cv = 735w

W = (m x g x h)/t
W = (75kg x 9,81 x 1m)/1seg
W = 735,75

W = Potência em Watt
m = Massa
g = Aceleração da gravidade
h = Altura
t = Tempo

UNIDADES DE MEDIDA DE POTÊNCIA


Sistema métrico Sistema inglês
75kg / 1m / 1seg = 1cv 76kg / 1m / 1seg = 1hp

Padrão ABNT = Watt

cv = Cavalo-vapor
hp = Horse power (Cavalo-força)

6
Atrito

O atrito é a resistência ao deslizamento apresentada por dois corpos em contato.


A intensidade do atrito é indicada por um índice denominado "Coeficiente de Atrito".

Coeficientes com valores próximos ao índice 1,0 indicam resistências ao deslizamento com
altas intensidades de atrito.

Coeficientes com valores próximos de 0 (zero) indicam resistências ao deslizamento com


baixas intensidades de atrito.

Atrito do pneu
com o solo

Coeficiente de Atrito
0 = Mínimo coeficiente de atrito
1 = Máximo coeficiente de atrito

Exemplo:
Asfalto molhado com o pneu = 0,4
Asfalto seco com o pneu = 0,7

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 7


EMBREAGEM

A embreagem é um conjunto de peças com a finalidade básica de ligar e desligar o motor do


sistema de transmissão.

Além da função básica, o sistema de embreagem deve:

• Fornecer arrancadas suaves e progressivas;


• Interromper o fluxo de força para a troca de marchas;
• Transmitir o torque e a potência do motor para a caixa de mudanças;
• Amortecer as vibrações da transmissão.

Fluxo de força
A caixa de mudanças, que recebe o movimento do motor por meio da embreagem, modifica
a rotação e o torque conforme a necessidade. Por sua vez, a rotação e o torque modificados
são transmitidos para a árvore de transmissão que envia o movimento para o eixo e as rodas
traseiras.

Motor Semi-árvores
Caixa de mudanças

Árvore de transmissão

Embreagem

Os componentes de atuação na operação da embreagem são:

Volante
do motor
Mola
membrana

Disco de
embreagem

Rolamento
da
embreagem
Placa do
platô

8
Funcionamento
Ao acionar o pedal da embreagem, o mecanismo de acionamento empurra o rolamento
contra a mola membrana. Esta mola afasta a placa do platô, liberando o disco.

Pedal solto
Pedal acionado
Efeito membrana

Disco de embreagem
Disco desacoplado Disco acoplado
A ligação do conjunto é feita pela
compressão do disco da embreagem entre o
platô e o volante do motor.

Este disco deve ser firmemente pressionado


para não patinar ao receber o movimento do
motor.

O disco de embreagem construído em aço é Revestimento


montado na extremidade da árvore primária,
de maneira a permitir o seu desligamento.

Possui guarnições de atrito em suas duas Mola de


faces, permitindo que uma das faces tenha Progressividade
aderência ao volante do motor e a outra ao
platô. Cubo

Entre o material de atrito e o cubo estriado


ficam alojadas as molas de progressividade.
Qualquer esforço no sentido da transmissão Placa de Fricção
para o motor ou no sentido oposto (motor
para transmissão) é amortecido pela ação
das molas.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 9


Platô da embreagem
A compressão do platô contra o disco de embreagem e o volante do motor pode ser feita
por meio de molas helicoidais ou mola membrana.

Acionamento por mola membrana Acionamento por molas helicoidais

Mola
Mola helicoidal
membrana

Tipos de acionamento da embreagem

Existem três tipos básicos de acionamento da embreagem: mecânico, hidráulico e


hidráulico-pneumático.

Acionamento mecânico
Sistema de alavancas
O acionamento mecânico da embreagem
geralmente é efetuado por meio de cabo de
aço ou varão.

Neste tipo de acionamento é necessária a


regulagem periódica da folga para evitar a
patinação.

Conforme ocorre o desgaste do disco de


embreagem, as molas avançam Cabo de
gradativamente para fora, aumentando a acionamento
resistência ao acionamento e diminuindo a
folga do conjunto.
Pedal acionado

10
Acionamento hidráulico
O sistema de acionamento hidráulico possui dois cilindros: um emissor e um receptor.

Ao pressionar o pedal de embreagem, a pressão gerada no cilindro emissor empurra o


êmbolo do cilindro receptor que, por meio de um sistema de alavancas, aciona o platô da
embreagem.

Este tipo de acionamento dispensa a regulagem periódica do sistema e diminui em muito os


ruídos trazidos do cabo para o interior da cabine.

Reservatório
de fluido

Cilindro
emissor

Pedal da
embreagem

Tubo de
pressão

Alavanca da
embreagem

Cilindro
receptor

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 11


Acionamento hidráulico-pneumático
Este tipo de acionamento é semelhante ao acionamento hidráulico. A pressão gerada pelo
cilindro emissor comanda uma válvula que libera a entrada de ar comprimido na câmara do
servoatuador da embreagem. Por meio de um sistema de alavancas, o platô da embreagem é
acionado.

No caso de queda de pressão de ar o sistema continuará sendo operado hidraulicamente. Nesta


condição, será notado um ligeiro aumento na resistência ao acionamento no pedal da embreagem.

Reservatório
de fluido
Cilindro
emissor

Pedal da
embreagem

Tubo de
pressão

Alavanca da
embreagem

Servoatuador da
embreagem
Ar comprimido

12
CAIXA DE MUDANÇAS

Conceitos de transmissão de movimento entre árvores


A transmissão de movimento entre árvores (eixos com movimento rotativo) pode ser
realizada por meio de engrenagens, correia ou corrente.

Transmissão por corrente


Na transmissão por corrente, a principal vantagem é a grande durabilidade sem a
necessidade de manutenções constantes.

Transmissão por correia


Em transmissões por correia, o baixo ruído
de operação e o menor custo de aplicação
são as principais vantagens.

Exemplo de aplicação de transmissão por correia

Transmissão por engrenagem


A transmissão de movimento por
engrenagens é a mais utilizada em caixas de
mudanças, caixas de transferência, caixas de
redução e eixos traseiros.

As engrenagens são classificadas por


diversas características construtivas: tipo de
aplicação, perfil dos dentes, tração, etc.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 13


Tipos de engrenagens

Nas caixas de mudanças são empregados, basicamente, dois tipos de engrenagens:


engrenagens de dentes retos e engrenagens de dentes helicoidais.

Engrenagem de dentes retos

As engrenagens de dentes retos, devido


às suas características construtivas, são
geralmente utilizadas em relações de
transmissão mais curtas (como a marcha à
ré), ou em caixas de mudanças que utilizam
duplo contra-eixo, pois, neste caso, os
esforços são divididos entre as engrenagens
das duas árvores intermediárias.

Duplo contra-eixo

Engrenagem de dentes helicoidais

Nas engrenagens de dentes helicoidais, os dentes são paralelos e inclinados em relação ao


eixo longitudinal da engrenagem, operando com maior rotação e menor ruído.

O contato entre os dentes é mais suave e permite maior transmissão de força em


comparação a outras construções, em função do maior número de dentes simultaneamente
em contato.

14
Relação de transmissão
A transmissão de torque entre engrenagens ou polias depende do comprimento da
“alavanca” de cada uma delas.

O comprimento da alavanca de uma engrenagem ou polia é medido do centro da mesma até


o ponto de contato do dente ou correia.

Alavanca

Transmissão por correia ou corrente Transmissão por engrenagem

A relação de transmissão determina a variação de torque e rotação na saída de uma caixa de


mudanças.

A variação de torque e rotação tem relação direta com a quantidade de dentes das
engrenagens envolvidas.

Engrenagem motora ou motriz


Movida
Produz a força para a engrenagem movida. Relação de Transmissão =
Motriz
Engrenagem movida
Recebe a força da engrenagem motora.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 15


Redução
Em uma relação de redução, o torque aumenta e a rotação diminui proporcionalmente ao
valor da relação de transmissão.

Para fazer o cálculo com polias, substitua o número de dentes pelo diâmetro.
movida
Torque de saída 40 Nm
RPM de saída 25
1 volta

motriz
Torque de entrada 10 Nm
RPM de entrada 100 4 voltas

Dizemos 4:1
Movida 100 Estamos reduzindo de 4 para 1 volta
= = 4
Motriz 25 Torque multiplicado por 4
RPM dividido por 4

Relação direta
Na relação de transmissão direta, torque e rotação mantêm-se constantes.
Quando a transmissão for realizada por meio de engrenagens, a rotação da engrenagem
movida será invertida. Se a engrenagem motriz gira no sentido horário, a engrenagem
movida girará no sentido anti-horário.

movida
Torque de saída 10 Nm
RPM de saída 100
1 volta

motriz
Torque de entrada 10 Nm
RPM de entrada 100
1 volta

Dizemos 1:1 (direta)


Movida 100 O torque e a velocidade no eixo de entrada
= = 1 são os mesmos no eixo de saída
Motriz 100
Torque multiplicado por 1
RPM dividido por 1

16
Engrenagem intermediária
Para manter o mesmo sentido de giro em uma relação de transmissão por engrenagem é
necessária a instalação de uma engrenagem intermediária.

No conjunto, a engrenagem intermediária apenas transmite o movimento e não influencia no


cálculo entre a engrenagem motriz e a engrenagem movida.
movida Torque de saída 10 Nm
RPM de saída 100
1 volta

intermediária

motriz
Torque de entrada 10 Nm
RPM de entrada 100 1 volta

Dizemos 1:1 (direta)


Movida 100 O torque e a velocidade no eixo de entrada
= = 1 são os mesmos no eixo de saída
Motriz 100
Torque multiplicado por 1
RPM dividido por 1

Relação de desmultiplicação
Em uma relação de desmultiplicação, o torque diminui e a rotação aumenta
proporcionalmente ao valor da relação de transmissão.

Geralmente, a última marcha nas caixas de mudanças atuais possui a relação de


desmultiplicação, também conhecida como "Sobremarcha" ou "Over Drive".

movida
Torque de saída 2,5 Nm
RPM de saída 400
motriz 4 voltas
Torque de entrada 10 Nm
RPM de entrada 100
1 volta

Dizemos 0,25:1 (overdrive)


Movida 25 Estamos multiplicando
= =0,25 de 0,25 para 1 volta
Motriz 100
Torque multiplicado por 0,25
RPM dividido por 0,25

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 17


Caixa de mudanças - funcionamento
A função básica da caixa de mudanças é transmitir o torque e a rotação do motor para o
diferencial e, posteriormente, para as rodas do veículo.

As diversas condições de operação de um veículo exigem uma variação de torque e rotação


de acordo com a necessidade. Em aclives acentuados, o torque de saída da caixa de
mudanças deverá ser alto. No entanto, em condições de pista plana a velocidade será o
fator prioritário.

O maior torque do motor é conseguido nas rotações intermediárias. Independentemente da


velocidade do veículo, o motor deve operar dentro desta faixa de rotação.

Além de reduzir e desmultiplicar o torque e a rotação do motor, a caixa de mudanças possui


as seguintes funções:

• Permitir a posição neutra ou ponto morto. Nesta condição, nenhuma marcha permanece
engatada.

• Possibilitar a condição de marcha à ré, invertendo o sentido de giro das rodas.

Engrenagem
inversora da ré

• Atuar como componente auxiliar ao sistema de freio de serviço do veículo. Isso ocorre
quando o pedal do acelerador deixa de ser pressionado, estando a marcha correta
engatada.

18
Existem, basicamente, dois tipos de caixa de mudanças: mecânicas e automáticas.

Caixa de mudanças mecânica Caixa de mudanças automática

As caixas de mudanças do tipo mecânicas podem ser assíncronas (não possuem anel
sincronizador) ou sincronizadas.

Anel
sincronizador

Nas caixas de mudanças do tipo automáticas, o controle de troca de marchas pode ser
gerenciado eletronicamente ou por meio de comando hidráulico.

Unidade de gerenciamento
eletrônico

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 19


Transmissão compacta
Atualmente, a maior parte dos veículos de passeio utiliza a caixa de transmissão compacta.

Na transmissão compacta, a caixa de mudança e o eixo motriz se integram em uma mesma


carcaça.

Dependendo do tipo de construção, a transmissão compacta pode ser de tração dianteira ou


tração traseira, montada no sentido transversal ou longitudinal.

Caixa de mudanças mecânica


Na caixa de mudanças mecânica, a ação de engrenamento de uma marcha ocorre por meio
de um comando mecânico realizado pelo movimento da alavanca de mudanças.

Quando isto ocorre, um mecanismo de engate produz o acoplamento entre um par de


engrenagens.

A caixa de mudanças mecânica possui três árvores: árvore primária, árvore intermediária e
árvore secundária.

20
Árvore primária

A árvore primária tem como função receber o movimento de rotação do motor, por meio da
embreagem, e transmitir este movimento para a árvore intermediária utilizando um conjunto
de engrenagens denominado “par constante”.

Árvore intermediária

Na árvore intermediária todas as engrenagens montadas são fixas. Após receber o


movimento da árvore primária, esta árvore tem como função transmiti-lo para todas as
engrenagens livres da árvore secundária.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 21


Árvore secundária

Denominada também como árvore de saída, a árvore secundária tem como função transferir
aos demais componentes da transmissão o torque e a rotação do motor, de acordo com a
marcha selecionada.

As luvas de engate são solidárias à árvore secundária. Nesta árvore, todas as engrenagens
são livres e montadas sobre rolamentos ou buchas.

Engrenagem livre

Entalhe
Rolamento
Eng de 4a

Rolamento
Eng de 3a

Cubo sincronizador

O cubo sincronizador é solidário à árvore


Engrenagem 3a
intermediária por meio de um entalhe.
Este dispositivo é utilizado para realizar o
engate das marchas. Engrenagem 4a
Luva de engate
Ao receber o movimento dos garfos
seletores, este cubo sincronizador se
desloca para realizar o acoplamento da
engrenagem livre com a árvore secundária. Cubo do
sincronizador

Nas caixas sincronizadas, a luva de engate


pressiona o anel sincronizador contra a
engrenagem livre, equalizando a sua rotação
com a da árvore secundária, facilitando o
engate da marcha.

22
Anel sincronizador

A condição ideal para o acoplamento de


duas engrenagens ocorre quando ambas
encontram-se imobilizadas. Anel
sincronizador
Nessa condição, o acoplamento ocorre sem
riscos de danos, de forma precisa, rápida e
silenciosa.

O anel sincronizador tem como função Anel


equalizar a rotação da luva de engate com a sincronizador
engrenagem livre a ser acoplada.

Funcionamento do anel sincronizador

A luva de engate pressiona o anel


sincronizador contra a superfície cônica da
engrenagem, iniciando o atrito entre as
peças.

A pressão constante sobre o cone


sincronizador da engrenagem provoca a
equalização entre a luva de engate e a
engrenagem.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 23


Ao ocorrer a equalização da velocidade, a
luva de engate continua em deslocamento
até que o processo de acoplamento seja
finalizado.

Após a conclusão do engate, a leve


conecidade entre os dentes mantém o
conjunto acoplado.

Mecanismo de seleção e engate

Antes de ser engrenada, uma marcha precisa


ser selecionada. A escolha da marcha
adequada à solicitação momentânea,
entretanto, depende de fatores como carga,
velocidade, condições e topografia da pista.

A escolha de uma marcha começa com a movimentação da alavanca de mudanças.


Ao ser articulada sobre um ponto de apoio, a alavanca de mudanças movimenta um eixo
seletor que, por sua vez, desloca o garfo de mudança.

24
O sistema de acionamento das luvas de engate pode variar muito conforme o tipo de
construção da caixa de mudanças.

O acionamento das luvas deve ser preciso e cada garfo deve manter-se posicionado
corretamente após o engate.

Garfo de engate
Eixo do garfo
de engate

Tampa da caixa
de mudanças

Fluxo de força na caixa de mudanças


Fluxo de força é o caminho percorrido pelo torque no interior da caixa de mudanças.

Cada relação de transmissão selecionada apresenta um fluxo de força diferente, com torque
e velocidade distintos.

Fluxo de força de 1ª marcha

O fluxo de força entra na caixa de mudanças


pela árvore primária, passa para a árvore
intermediária por meio do par constante e
esta última gira todas as engrenagens livres.

Como o deslocamento da luva foi para a


engrenagem de primeira marcha, o 1a marcha
movimento desta engrenagem passa para a
árvore secundária, finalizando o fluxo de
força.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 25


Fluxo de força de 2ª marcha

Para a segunda marcha o processo se


repete. A luva de primeira e ré fica “em
neutro”, e a luva de segunda e terceira
move-se move para a engrenagem de
segunda, fazendo com que a velocidade da
árvore secundária seja a mesma que a da
engrenagem de segunda marcha.
2a marcha

Fluxo de força de 3ª marcha

No fluxo de terceira marcha a luva move-se


da engrenagem de segunda para a
engrenagem de terceira, fazendo com que a
velocidade da árvore secundária seja a
mesma que a da engrenagem de terceira
marcha.

3a marcha

Fluxo de força de 4ª marcha

Para a quarta marcha o processo se repete.


A luva de terceira e segunda fica “em
neutro”, e a luva de quarta e quinta move-se
para a engrenagem de quarta, fazendo com
que a velocidade da árvore secundária seja a
mesma que a da engrenagem de quarta
marcha.

4a marcha

Fluxo de força de 5ª marcha

No fluxo de quinta marcha a luva move-se


da engrenagem de quarta para a engrenagem
de quinta, fazendo com que a velocidade da
árvore secundária seja a mesma que a da
árvore primária. Esta configuração é
chamada de "PRISE DIRETA".

5a marcha

26
Fluxo de força de marcha à ré

Para a marcha à ré o processo se repete. A


luva de primeira e ré desloca-se para a
engrenagem de marcha à ré. Entre a
engrenagem de marcha à ré e a árvore
intermediária existe uma engrenagem
intermediária com o objetivo de inverter o
sentido de giro na árvore secundária.

marcha-à-ré

Caixa de mudanças RT
A caixa de mudança RT possui cinco velocidades trocadas na alavanca: LO, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª marcha.

Ao chegar em 4ª marcha, o motorista deve suspender o botão de "caixa baixa” para


“caixa alta".

Ao fazer a mudança para a quinta marcha, o botão do “split” estará para trás. Desta forma,
o motorista estará engatando a quinta "L".
Nesta condição, o fluxo de força passa somente pelo conjunto do Split.

Em geral, a segunda relação de transmissão é feita por um conjunto de engrenagens


chamado de "caixa alta” ou “caixa baixa". A relação de transmissão de "baixa” e “alta" faz
com que cada uma das marchas em caixa alta seja dividida.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 27


Diagrama de desempenho da caixa de mudanças

Este diagrama detalha o desempenho da condução do veículo levando em consideração velocidade e


torque do motor de 1ª a 6ª marcha.

Teoricamente, o torque do motor deveria variar continuamente. Entretanto, de acordo com o engate das
marchas, a transmissão disponibiliza o torque do motor durante o aumento de velocidade do veículo.

Para cada relação de marcha da caixa de mudanças existe uma correspondência em rotações do
motor, para que se obtenha maior desempenho do veículo.

28
Caixas de mudanças automática
A principal vantagem de uma caixa de mudanças automática é o conforto para o motorista.
Todas as funções da caixa de mudanças mecânica são executadas pela caixa de mudanças
automática com maior precisão.

As caixas de mudanças do tipo automática são divididas em três partes básicas:

• Conversor de torque;
• Conjunto de engrenagens;
• Sistema de controle hidráulico.

O controle de troca das marchas é executado por meio de um módulo que mede, basicamente, a
rotação do motor e a velocidade do veículo, atuando nas eletroválvulas de controle.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 29


Principais componentes

Conversor de torque

O conversor de torque promove, por meio de acoplamento fluido, a transmissão de


movimento do motor para o conjunto de engrenagens da transmissão.

Árvore de manivelas

Placa de acoplamento

Conversor de torque

Em baixas rotações, o conversor de torque multiplica o torque do motor, operando com


acoplamento fluido. Em algumas condições de operação, o conversor permite o direto
acoplamento mecânico do motor com o conjunto de engrenagens. Nesta condição, o
acoplamento é chamado de “Lock-up” ou TCC.

30
O princípio de funcionamento consiste na rotação do impulsor e na centrifugação do fluido.
Quando a velocidade de rotação do impulsor aumenta, ocorre a expulsão do fluido para as
extremidades (centrifugação).
Com isso, o fluido centrifugado atinge as pás da turbina, girando-a e conduzindo a força
para a transmissão.

Entre o impulsor e a turbina está o estator, que direciona o fluido dentro do conversor de
torque.

1 Turbina

2 Estator

3 Impulsor

4 Embreagem unidirecional do estator

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 31


Conjunto de engrenagens

Um conjunto de engrenagens típico inclui


um eixo de entrada, um conjunto de
engrenagens planetárias e um eixo de saída.

O conjunto de engrenagens é composto de


engrenagem solar, engrenagem anelar e
engrenagens planetárias.

Estes componentes são acionados, liberados


ou mantidos por cintas ou conjuntos de
embreagens acionados hidraulicamente. Engrenagem anelar

As combinações possíveis podem ser: Engrenagem solar


redução, sobremarcha, direta e marcha à ré.
Suporte das planetárias

Engrenagem da planetária

Sistema hidráulico

O sistema de controle hidráulico controla as embreagens e cintas necessárias para


proporcionar as relações de marchas e as trocas de uma marcha para outra.

Este sistema também pressuriza o fluido no conversor de torque, além de lubrificar e


arrefecer o sistema.

O sistema de controle hidráulico consiste em um cárter, bomba de fluido, válvulas


reguladoras de pressão, redirecionadores de fluxo e pistões de acionamento.

1 Árvore de manivelas do motor 6 Conjunto de embreagem de discos ou tambor


2 Turbina da transmissão 7 Conjunto de engrenagens planetárias
3 Impulsor do conversor de torque 8 Eixo de saída
4 Bomba de fluido 9 Corpo de válvulas
5 Eixo de entrada 10 Cárter

32
Fluxo de força

O fluxo de força refere-se a uma transmissão automática de veículo de passeio com três
marchas à frente e marcha à ré.

Neutro
O conjunto de engrenagens simples produz as seguintes marchas:

• Neutro;
• Redução em primeira e segunda marcha;
• Engrenamento direto;
• Marcha à ré.

Em neutro, a turbina do conversor aciona o eixo de entrada e o alojamento da embreagem.


Como nenhuma embreagem está aplicada, não há transferência de movimento do motor
para a saída da caixa.

1 Eixo de entrada
2 Embreagem dianteira
3 Cubo da embreagem dianteira e embreagem anelar interna
4 Engrenagem solar
5 Eixo de saída
6 Eixo de saída e engrenagem anelar interna
7 Engrenagens planetárias da marcha à ré
8 Engrenagens planetárias à frente

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 33


1ª Marcha

• A turbina do conversor aciona o eixo de entrada no sentido horário;

• O eixo de entrada aciona a embreagem dianteira no sentido horário;

• A embreagem dianteira é aplicada, travando o eixo de entrada para a engrenagem anelar


planetária dianteira;

• O eixo de entrada aciona a engrenagem anelar dianteira no sentido horário;

• Uma embreagem unidirecional mantém o porta-planetárias de ré travado;

• A engrenagem anelar da embreagem dianteira aciona as engrenagens planetárias


dianteiras no sentido horário;

• As engrenagens planetárias dianteiras acionam a engrenagem solar no sentido anti-


horário;

• A engrenagem solar aciona as engrenagens planetárias de ré no sentido horário;

• As engrenagens planetárias de ré acionam a engrenagem anelar do eixo de saída no


sentido horário.

1 Eixo de entrada
2 Alojamento da embreagem dianteira
3 Embreagem dianteira
4 Cubo da embreagem dianteira e engrenagem anelar interna
5 Porta-planetárias da marcha à ré
6 Engrenagens planetárias da marcha à ré
7 Engrenagem anelar do eixo de saída
8 Engrenagem solar

34
2ª Marcha

• A turbina do conversor aciona o eixo de entrada no sentido horário;

• O eixo de entrada aciona o alojamento da embreagem dianteira no sentido horário;

• A embreagem dianteira é aplicada e aciona a engrenagem anelar dianteira no sentido


horário;

• A cinta intermediária mantém o tambor na faixa intermediária. Este tambor conecta-se à


engrenagem solar e do tambor de transferência de entrada, que também é mantido na
faixa intermediária;

• A engrenagem anelar dianteira aciona as engrenagens planetárias dianteiras no sentido


horário;

• As engrenagens planetárias "caminham" ao redor da engrenagem solar estacionária;

• As engrenagens planetárias dianteiras forçam o porta-planetárias dianteiro a girar no


sentido horário;

• O porta-planetárias dianteiro gira o eixo de saída no sentido horário.

1 Eixo de entrada
2 Alojamento da embreagem dianteira
3 Cubo da embreagem dianteira e engrenagem anelar interna
4 Engrenagens planetárias dianteiras
5 Eixo de saída
6 Tambor e engrenagem solar
7 Porta-planetárias dianteiro

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 35


3ª Marcha alta direta

• A turbina do conversor aciona o eixo de entrada no sentido horário;

• O eixo de entrada aciona o alojamento da embreagem dianteira no sentido horário;

• O alojamento da embreagem dianteira também forma o cubo da embreagem alta e marcha à ré;

• As embreagens dianteiras, marcha à ré e alta estão aplicadas;

• A embreagem dianteira, a embreagem da marcha à ré e alta aplicadas, giram o conjunto


no sentido horário;

• A embreagem da marcha à ré e alta acionam o tambor de transferência de entrada e a


engrenagem solar no sentido horário;

• A embreagem dianteira aciona a engrenagem anelar dianteira no sentido horário;

• A engrenagem anelar dianteira aciona as engrenagens planetárias dianteiras no sentido


horário;

• Como as engrenagens planetárias dianteiras são acionadas por ambas as engrenagens


(solar e anelar dianteira), ocorre um "travamento de 1:1";

• As engrenagens planetárias dianteiras acionam o porta-planetárias dianteiro;

• O porta-planetárias dianteiro, que está ranhurado ao eixo, o aciona no sentido horário.

36
Marcha à ré

• A turbina do conversor aciona o eixo de entrada no sentido horário;

• O eixo de entrada aciona o alojamento da embreagem dianteira no sentido horário;

• O alojamento da embreagem dianteira também forma o cubo da embreagem de alta e


marcha à ré;

• A embreagem de alta e marcha à ré é aplicada e aciona o tambor de transferência de


entrada juntamente com a engrenagem solar, no sentido horário;

• Uma cinta de ré e baixa mantém o porta-planetárias da marcha à ré travado;

• A engrenagem solar aciona as engrenagens planetárias da marcha à ré no sentido anti-


horário;

• As engrenagens planetárias da marcha à ré acionam o eixo de saída no sentido anti-


horário.

1 Eixo de entrada
2 Embreagem dianteira
3 Cubo da embreagem de alta e marcha à ré
4 Embreagem anelar da ré
5 Alojamento da embreagem de alta e marcha a ré
6 Eixo de saída
7 Porta-planetárias da marcha à ré
8 Porta-planetárias da marcha à ré

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 37


EIXO TRASEIRO MOTRIZ

Nos veículos de tração traseira, o eixo motriz é responsável pelo deslocamento do veículo e
sustentação da carroceria.

Sua função é apoiar a suspensão traseira e transmitir o torque motriz para as rodas.

O eixo traseiro é composto de:

• Transmissão angular;
• Diferencial;
• Semiárvores; Carcaça
• Carcaça.

Semiárvore

Transmissão Diferencial
angular
Semiárvore

Transmissão angular
A transmissão angular recebe a força no sentido longitudinal, aplica uma taxa de redução e
redistribui a força resultante para as rodas no sentido transversal.

Semiárvore
Coroa

Pinhão

Flange de ligação

38
Dentes retos
Com o passar do tempo, a transmissão
angular evoluiu. Os primeiros veículos
utilizavam o par coroa e pinhão de dentes
retos. Neste tipo de engrenamento, o
contato dos dentes ocorre um de cada vez,
produzindo maior nível de ruído e relativa
suscetibilidade a quebras.

Dentes helicoidais
A partir das transmissões angulares de
dentes retos, passou-se a utilizar os dentes
helicoidais. Neste tipo de engrenamento,
ocorre simultaneamente o contato de mais
de um dente. Isto possibilita a diminuição
nos níveis de ruído e o aumento da
resistência do conjunto.

Dentes helicoidais hipóide


Com o deslocamento do pinhão do centro
da coroa aumentou-se o contato entre os
dentes, proporcionando ainda mais
resistência ao conjunto. Com esta
configuração, foi possível a diminuir o
centro de gravidade do veículo.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 39


Diferencial
O diferencial é responsável pela compensação de rotação nas rodas de tração quando o
veículo faz uma curva.

Durante a curva para a esquerda, a roda do lado esquerdo gira sobre um perímetro menor
que a roda do lado direito. Desta forma, o conjunto do diferencial, composto basicamente
por engrenagens satélites e planetárias, tem por finalidade fazer esta compensação.

or
en
ior
m

o ma
Rai
io
Ra

Componentes do diferencial Engrenagens Cruzeta do


satélites diferencial
• Engrenagens satélites;
• Engrenagens planetárias;
• Cruzeta do diferencial.

Engrenagens
planetárias Engrenagens
satélites

Com o veículo em curva, as engrenagens


satélites giram na cruzeta e sobre a cruzeta,
dependendo da necessidade. Enquanto durar
a curva, as satélites compensarão a
diferença de rotação entre as rodas.

40
Trafegando o veículo em linha reta, as satélites giram somente sobre a cruzeta e, assim, a
rotação nas duas rodas e exatamente a mesma.

Bloqueio do diferencial
Este dispositivo elimina o efeito de compensação do diferencial por meio do travamento de
uma das semiárvores em relação à caixa de satélites.

Este bloqueio somente deve ser utilizado em serviços fora de estrada, onde exista alta
probabilidade de atolamento.

Luva de engate

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 41


Eixos traseiros tipo tandem

Utilizado em caminhões que necessitam de grande capacidade de tração, o conjunto tandem


tem a função de distribuir igualmente o torque proveniente da caixa de mudanças para
todas as rodas de tração dos eixos.

Conjunto Diferencial Diferencial Posterior


Anterior (divisor) (simples)

O conjunto é formado por três diferenciais: um diferencial em cada eixo de tração e um


diferencial intereixos.

O diferencial intereixos está montado na carcaça do eixo anterior e tem como função
eliminar a diferença de velocidade entre os eixos anterior e posterior.

42
Eixo traseiro de dupla velocidade
Utilizado com maior frequência nos caminhões trucados, o eixo traseiro de dupla velocidade
possibilita intercalar mais uma redução com a caixa de mudanças.

Por não possuir anel sincronizador, seu acoplamento só ocorre com eficácia se realmente
existir a necessidade de utilização.

Uma mola mantém a luva de engate na posição de reduzida. O movimento proveniente da


caixa de mudanças, após ter passado pela redução da coroa e pinhão, segue para um
conjunto planetário antes de chegar às semiárvores.

Com redução

Ao acionar o botão para a posição de simples velocidade, a posição luva de engate é


alterada pneumaticamente, vencendo a carga da mola. Nesta condição, a transmissão
angular opera somente com a redução da coroa e pinhão.

Sem redução

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 43


Cálculo de redução do eixo traseiro
Para calcular a relação de redução em um eixo traseiro de simples velocidade, basta dividir o
n° de dentes da coroa pelo nº de dentes do pinhão.

Diferencial de dupla velocidade:

Ex.:
Dif. RS-240 4,88 - 6,65

Nº de dentes da coroa = 39
Nº de dentes do pinhão = 8

39
Red. = => Red. = 4,88:1 Redução do diferencial
8

Para o cálculo de redução em um eixo traseiro de dupla velocidade, primeiro calcule a


relação entre a coroa e o pinhão e, em seguida, aplique a fórmula.

Sistema da reduzida:

Nº de dentes da engrenagem solar = 16


Nº de dentes da coroa (dentes internos) = 44

44 + 16
Red. = => Red. = 1,3636 Redução do sistema planetário da reduzida
44

Nº de dentes da engrenagem acionadora do movimento

Redução final = 4,88 x 1,3636 = 6,65


Dupla redução = 4,88/6,65

44
ANOTAÇÕES

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 45


ANOTAÇÕES

46
ANOTAÇÕES

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 47


ANOTAÇÕES

48

Você também pode gostar